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Instituto de Ciências da Saúde Campus Limeira Curso: Enfermagem Disciplina: Prática Clínica do Processo de Cuidar da Saúde da Mulher, Criança e Adolescente 5º/6º Semestre Nome: Fabiana Ferreira Aquino RA: T075DJ1 Nota: Esta atividade é designada e obrigatória somente aos alunos que não frequentaram as aulas práticas da disciplina de Prática Clínica do Processo de Cuidar da Saúde da Mulher, Criança e Adolescente. Estudo de caso: Mioma uterino M.L.P., 37anos, sexo feminino, branca, admitida na clínica cirúrgica do Hospital de Campinas, em pós-operatório de histerectomia total com incisão cirúrgica vertical abdominal. Admitida no Centro Cirúrgico do referido Hospital, apresentando quadro de cólicas, hipermenorréia, náuseas, cefaléia e insônia, com diagnóstico médico de mioma uterino com indicação histerectomia total. Nega história de outras doenças, e é sua quinta hospitalização, para realização de procedimento cirúrgico, anteriormente por uma perineorrafia, duas cesarianas e uma laqueadura. Nega antecedentes familiares de doenças hepáticas, doenças crônicas, cardíacas e/ou câncer. Nega tabagismo. Refere ingerir bebida alcoólica aos fins de semana. Peso = 75 Kg e Altura = 1,65 cm. Cliente comunicativa, cooperativa, alegre, não apresenta déficits de autocuidado nas eliminações e possui hábitos alimentares com pouca ingestão de legumes verduras e frutas e ingere pouca água, aproximadamente 1500 ml/dia. Relata evacuar 1x/dia, fezes pastosas em média quantidade. Refere não possuir bom sono noturno, devido à presença de cefaléia, náuseas e cólicas constantes. Nega automedicação. Declara ser sedentária. Após realização da cirurgia ficou na sala de recuperação pós-anestésica e foi para a enfermaria. Na enfermaria, você recepcionou e avaliou a paciente. Ao exame físico, consciente, orientada, comunicando-se verbalmente, eupneica, em ar ambiente, MV+ por toda extensão pulmonar e sem RA, expansibilidade torácica e frêmito tóraco-vocal preservados; ausculta cardíaca apical com 2BRNF+, pulso rítmico, FC= 110 bat/min, pulso radial D rítmico, cheio, sem edema, perfusão periférica normal. Abdome semi-globoso, relata dor e apresenta face de dor à palpação, apresentando incisão cirúrgica vertical abdominal, com curativo oclusivo e sujo de sangue em pequena quantidade e um dreno penrose inserido na parte distal da incisão drenando secreção sanguinolenta, em pequena quantidade. Apresenta AVP em MSD, infundindo soroterapia a 42 ml/h, e MSE íntegro, ambos sem anormalidade em relação a movimentação. MMII íntegros, sem anormalidades. Mantém jejum e relata sede. SVD drenando diurese amarelo escura, concentrada, em pequena quantidade (30ml/h). Responder as questões do caso. I. Teorias de Enfermagem Utilizar um texto sobre uma das teorias de enfermagem para fundamentar o direcionamento do cuidado. II. Diagnóstico clínico - médico (preconizado na literatura científica) 2.1 Definição 2.2 Etiologia 2.3 Fisiopatologia 2.4 Avaliação diagnóstica 2.5 Tratamento Clínico Cirúrgico Com fármacos 3. Complicações III. Sistematização da assistência de enfermagem Investigação: os dados estão fornecidos nos casos clínicos a) Elaborar pelo menos dois Diagnósticos de Enfermagem prioritários por meio da referência Nanda : Diagnóstico de enfermagem + evidência clínica b) Elaborar as intervenções utilizando a Classificação das Intervenções – Nic (no mínimo um para cada diagnóstico de enfermagem) c) Elaborar a prescrição de enfermagem e colocando a frequência de cada uma das intervenções ( no mínimo 4 cuidados) d) Elaborar os resultados por meio do Noc (no mínimo 1 para cada diagnóstico) IV. Referências bibliográficas: deverá ser desenvolvida nas normas de um trabalho científico seguindo norma VANCOUVER ou ABNT. I. Teoria de enfermagem Teoria Das Necessidades Humanas Básicas – Wanda Aguiar Horta. Sabemos que a enfermagem tem um papel importante no período Peri operatório. Com base no caso acima, podemos encaixar a teoria das necessidades humanas básicas de Wanda de Aguiar Horta. As atividades durante esse período que o enfermeiro mantém o cuidado, influenciam fortemente na qualidade da saúde, impactando diretamente a recuperação.¹ A recuperação não está ligada somente no aspecto biológico, mas também psicológico, social, espiritual e social da existência humana, podemos chamar do famoso “cuidado holístico”. Com base no quadro apresentado, a histerectomia total na mulher impacta fortemente no seu psicológico, e precisa desse olhar mais humanizado para entender a situação como um todo. Ou seja, Tratar o físico, mas ter um olhar holístico para poder oferecer uma recuperação de qualidade e satisfatória, visando a qualidade de vida.¹ II. Diagnóstico clínico – médico. 2.1. Definição: Leiomia (mioma) uterino é um tumor benigno, formado por tecido muscular decorrente de fatores hormonais e diminuem os riscos de contrair fortemente na interrupção da menarca, devido à alta susceptibilidade de desenvolver durante o período reprodutivo, pela forte influência de hormônios. ² Miomas são os tumores pélvicos mais frequentes, ocorrendo em 70% das mulheres de até 45 anos em idade fértil.6 2.2. Etiologia: Não se tem uma etiologia específica para mioma uterino, porém sabe-se que alguns fatores podem influenciar diretamente no surgimento da patologia, como fatores genéticos, hormonais e de crescimento.³ Como respondem a estrogênio, os miomas tendem a aumentar durante os anos reprodutivos e a diminuir de tamanho após a menopausa. - Fatores genéticos: 40% dos miomas apresentam, em suas células, anomalias cromossômicas detectáveis (translocações, deleções e trissomias); ³ - Fatores hormonais: Sugerem-se que os hormônios estrógenos e a progesterona promovem o seu desenvolvimento, por isso aparecem na idade fértil e regridem na menopausa; ³ - Fatores de crescimento: substâncias produzidos pelas células musculares lisas e fibroblastos promovem o crescimento dos miomas.³ Os fatores de risco incluem ser negro e apresentar índice de Massa Corporal (IMC) elevado. 6 Ocasionalmente podem se desenvolver nos ligamentos largos (intraligamentares), nas tubas uterinas e na cérvice. 6 2.3. Fisiopatologia: O mioma uterino tem seu surgimento no miométrio originando-se de células musculares lisas presentes no útero com quantidade significativa de tecido fibroso, ou seja, presença de anormalidades da matriz extracelular. 4 Dois componentes distintos colaboram para o surgimento da patologia: 1. Transformação de miócitos normais em miócitos anormais 2. Crescimento de miócitos anormais em tumores clinicamente aparentes. Os miomas são diferenciados dependendo da sua localização: - Intramurais: desenvolvem-se dentro da parede uterina e podem ser a ponto de distorcer a cavidade uterina e a superfície serosa; 4 - Submucosos: Provenientes de células miometriais localizadas abaixo do endométrio e frequentemente crescem para a cavidade uterina; 4 - Subserosos: Desenvolvem-se na superfície serosa do útero e podem ter uma base ampla ou agregada e ser intraligamentares; 4 - Cervicais: Localizados na cérvice uterina. 4 Fig. 1 MANUAL MERCK ON-LINE. Disponível em: Acesso em 03/11/21. 2.4 Avaliação diagnóstica: A maioria dos miomas não produzem qualquer sintoma, por isso fica difícil o diagnóstico precoce. Quando apresentam sintomas, estão relacionados com o número, tamanho e localização.4 O primeiro passo para diagnosticar a patologia deve ser feito mediante uma anamnese, e o exame pélvico clínico, (popularmente conhecido como exame de toque) mediante técnicas, após essas medidas, pode-se pedir um exame de imagem para concluir o diagnóstico. 7 Os sintomas inclusos na anamnese de miomas uterinos podem ser classificados em três categorias diferentes: 4 1. Sangramento uterino anormal; 2. Dor pélvica; 3. Disfunção reprodutiva. Quando a patologia está avançada pode-se ter complicações como prolapso do mioma para a vagina, que pode ser visto pelo examede citologia oncótica. 7 O diagnóstico conclusivo é feito por exame pélvico clínico, ultrassonografia e exame de imagem 6 Exame de imagem (ultrassonografia com infusão de soro fisiológico ou RM) Presume-se o diagnóstico de miomas uterinos se o exame pélvico bimanual detectar útero aumentado, móvel e irregular que é palpável. A confirmação requer exames de imagem, que geralmente são indicados se os miomas são um novo achado, se o tamanho deles aumentou, se causam sintomas ou se precisam ser diferenciados de outras anormalidades (p. ex., massas ovarianas). 6 Quando testes de imagem são indicados, ultrassonografia (geralmente transvaginal). 6 Sonografia com injeção de soro fisiológico (sonohisterografia) Na Sonografia tipicamente feita com infusão de soro fisiológico, o soro fisiológico é instilado no interior do útero, possibilitando ao examinador localizar com maior precisão os miomas. 6 Se a ultrassonografia, incluindo sonografia com infusão de soro fisiológico (se feita), for inconclusiva, o exame de imagem mais preciso, deve ser realizado como Renssonância Magnética. 6 2.5 Tratamentos: 2.5.1 Clínicos: O tratamento clínico convencional são objetivados ao controle de sintomas e não desaparecimento completo, com a utilização de medicações específicas.7 Em geral são utilizados fármacos para controle do sangramento anormal em geral anti-inflamatórios e ácido tranexâmico ou medicamentos hormonais que boqueiem a menarca como anticoncepcionais orais e injetáveis (podendo ser combinados, por exemplo com estrógeno e progesterona) 7 Esse método de tratamento não é recomendado para quem queira ter uma gestação futura ou tratamentos de fertilização.4 As DAINE podem ser usadas para tratar a dor, mas provavelmente não diminuem o sangramento. 6 Ácido tranexâmico Fármaco antifibrinolítico, ele pode reduzir o sangramento uterino em até 40%. A dosagem é 1.300 mg, a cada 8 horas, por até 5 dias. 6 2.5.2 cirúrgicos: A cirurgia geralmente é reservada para mulheres que apresentam rápido crescimento da massa pélvica, sangramento uterino recorrente e que não cessa com terapias, dor intensa e/ou persistente e/ou pressão (que só se controlam com opióides/ intolerável ao cliente), um útero grande que tem um efeito de massa no abdome, causando sintomas urinários ou intestinais ou comprimindo outros órgãos e causando disfunção (p. ex., hidronefrose, frequência urinária, dispareunia), infertilidade (se gestação for desejada) ou bortamentos espontâneos recorrentes (se a gestação for desejada) 5. Miomectomia Costuma ser feita por via laparoscópica e histeroscópica (utilizando óticas com angulação e ressectoscópio) com ou sem técnicas robóticas. 5 A miomectomia pode ser utilizada em mulheres que querem ter uma gestação futura ou manter o útero. 5 Histerectomia: Também pode ser feita por via laparoscópica, vaginal ou por laparotomia. A maioria das indicações para essas cirurgias são semelhantes. Porém a escolha do tratamento pela paciente é de extrema importância, e devem ser totalmente informadas sobre dificuldades e sequelas previstas da miomectomia ou histerectomia. 5 A histerectomia pode ser indicada se após a miomectomia os miomas voltarem a crescer, no lugar de miomectomia múltiplas (por ser um precedimento “mais fácil”, se outros tratamentos menos invasivos forem ineficazes, pacientes com patologias que tornem cirurgia mais complicada (ex: endometriose) 5; 6 Morcelação: A morcelação geralmente é feita durante a miomectomia ou histerectomia. Essa técnica envolve o corte de miomas ou tecido endometrial em pequenos pedaços para que possam ser removidas por meio de uma incisão menor.5 Miomas submucosos: Os miomas submucosos localizados na cavidade uterina são os mais assintomáticos e mais difícil de diagnosticar pois causa aumento de fluxo e irregularidade menstrual, mesmo com volumes pequenos.5 Este tipo de mioma é o principal agente causador de abortos e infertilidade e deve ser retirado, principalmente em pacientes submetidos a fertilização in vitro. 6 Miomas subserosos Os miomas subserosos estão localizados na área mais externa e sua classificação se da quando 50% ou mais está localizado externamente ao útero. Podem ser classificados em sésseis (acoplado ao útero) ou pediculoso ( somente um pedaço).5 Geralmente miomas subserosos são assintomáticos mas podem causar dor, desconforto abdominal e compressão de outros órgãos. Normalmente não causam alteração do fluxo menstrual e quando apresenta sintomas deve ser realizado uma miomectomia. 5 Geralmente esse tipo de mioma não causa nenhum malefício à gestação e em caso de infertilidade não tem indicação de cirurgia. 6 Miomas intramurais Os miomas intramurais estão localizados na musculatura do útero e <50% do seu volume está em volta da serosa. 5 São pequenos e geralmente assintomáticos mas podem causar dor e hemorragia dependendo do tamanho, posição no útero e quantidade. 5 Miomas intramurais são os que mais geram divergências em miomectomia. 6 Em geral, miomas que distorcem a cavidade, devem ser retirados em pacientes inférteis e com histórico de abortos e dependendo do tamanho devem ser retirados independente de distorção de cavidade. 5 2.5.3 Com Fármacos: DIU medicado com Levonorgestrel (Mirena®): Uma das possibilidades de tratamento é a utilização de um Sistema de Liberação Intrauterina com Levonorgestrel. 4 O DIU Mirena (popularmente conhecido) é eficaz no tratamento de sangramentos uterinos e contracepção. 4 Além de proporcionar amenorreia nas mulheres submetidas a esse método, tem pouca absorção sistêmica e apresenta facilidade de adesão ao tratamento, uma vez que deve ser trocado a cada 5 anos. 4 É importante lembrar que mulheres com miomas grandes podem ter expulsão do DIU, por isso sua recomendação de tratamento nesse caso clínico é referente à cavidades uterinas sem deformação e um tamanho uterino inferior à 12 semanas. 4 Danazol: O Danazol é um esteroide químico e sua função é criar um ambiente rico em hormônios androgênicos (ou seja, hormônios masculinos) e com pouco de estrogênio com o efeito esperado sendo a redução do mioma e atrofia uterina. 4 O mecanismo de função se baseia no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, assim como todos os hormônios, porém ele inibe a hipófise que deixa de produzir gonadotrofinas (hormônio que estimula o ovário a produzir estrogênio). 4 Apesar de ser um tratamento aceito, muitos pacientes deixam de aderir ao tratamento devido a carga de efeitos adversos: Acne, redução atrofia mamária, dor músculo – esquelética, irritabilidade, aumento de peso, etc. Esses sintomas influenciam na qualidade de vida dos pacientes e devido isso, pode ser ajustado a dose para cada indivíduo. 4; 5. Agonistas do GnRH (hormônio liberados de gonadotrofina) Os agonistas do GnRH sõ inibidores dos hormônios estrógeno e progesterona. Seu efeito simula um estado pseudo menopausa, ou seja, o seu corpo entende que seu organismo não produz mais esses hormônios adequadamente.5 Devido sua forma de ação, os miomas acabam diminuindo.5 O mecanismo de ação do GnRH, forma um esquema de: 1. Inibição do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, fazendo com que não liberem gonadotrofinas e consequentemente a não produção de hormônios esteroidais. (Chamam esse mecanismo de mecanismo indireto) pois não age diretamente com as enzimas; 5 2. Inibição da expressão da enzima aromatase, levando a diminuição da produção de estrogênio (Conhecido como efeito direto). 6 As ações dos antagonistas, se dá pela ocupação dos sítios hipofisários do GnRh, eles se ligam nos receptores e não tem como realizar a continuação do mecanismo. (a ação funciona assim por ser agonistas). 6 Primeiro, a intenção do fármaco é fazer com que as reservas hormonais hipofisárias (LH e FSH) sejam gastas. Posteriormente por um processo de regulação, o organismo entende que não precisa mais e suspende a produção. 7 Esses mecanismos causam amenorreia e diminuição dos miomas uterinos em porcentagem significativa. O tratamento é realizado durante 90 dias em média. 5 As principais desvantagens do GnRH são os efeitos secundáriosque o impedem de utilizar esse método de tratamento por período prolongado. Entre eles, encontra-se sintomas de hipoestrogenismo (Devido à taxas de estrógenos baixas) que engloba calor, falta de libido, secura vaginal, irritabilidade, diminuição da densidade óssea (a mulher, já tem propensão à osteoporose naturalmente, com esse método de tratamento prolongado, as chances de desenvolvimento da patologia, crescem linearmente) e distúrbios no perfil lipídico. 6 Infelizmente com o término do tratamento de três meses, os miomas tendem a crescer novamente se não tratado corretamente nos meses a seguir.6 Esse método é comumente usado em pacientes antes do procedimento cirúrgico, devido a diminuição significativa do mioma e do útero, facilitando o processo cirúrgico e no intraoperatório evitando hemorragias e melhorando o prognóstico. 6 Além de ser comumente utilizados para fins cirúrgicos, um efeito benéfico durante o uso do GnRH é a amenorreia que permeia à anemia ferropriva por perda de hemácias/ ferro significativas e minimizando a necessidade de transfusões. 6 Um ponto contra o GnRH, é durante o processo cirúrgico no momento de clivagem (entre miométrio e mioma). 6 As opções utilizadas são: 1. Acetato de gosserrelina: Zoladex® 3,6 mg (mensal) e Zoladex LA® 10,8 mg (trimestral) 6 2. Acetato de euprorrelina: Lupron Depot® , Lectrum® ou Lorelim® 3,75 mg (mensal). E Lupron Depot® 11,25 mg (trimestral) 6 Inibidores de aromatase: Aromatase é uma enzima que catalisa a conversão de androgênios em estrogênios (Uma vez que em pacientes com miomas, as taxas de estrógeno estão elevadas). Ou seja, ele age basicamente como inibidores. 5 Os fármacos mais utilizados nessa terapia são fármacos de terceira geração como o Letrazol 2,5mg ou o Anastrazol 1mg. Segundo literatura essas medicações são semelhantes à análogos de GnRH, com a vantagem de ter menos efeitos adversos. 6 Moduladores seletivos do receptores de progesterona (MSRP) Os MSPR são moléculas sintéticas capazes de se ligar nos receptores intracelulares de progesterona, provocando efeitos mistos, que variam entre agonismo (estímulo) e antagonismo (inibição) com efeitos e resultados específicos em cada tecido. 5 Vários fármacos já foram testados, como mifepristone, telapristone, CP-8947, asoprisnil e o acetato de ulipristal. 5 Resumidamente o tratamento dos miomas uterinos deve ser individualizado, de acordo com cada caso, mas alguns fatores podem nortear para um caminho: Miomas assintomáticos: sem tratamento, apenas clínico; 6 Mulheres na pós-menopausa: Acompanhamento da expectante (porque os sintomas tendem a regredir com a diminuição do tamanho dos miomas após a menopausa); 6 Miomas sintomáticos: Se a gestação é desejada, pode-se utilizar embolização uterina ou miomectomia; 6 Sintomas graves e sem resposta efetiva às outras técnicas, Se a mulher decidir não ter mais gestações, pode-se pensar em histerectomia, possivelmente precedida de terapia medicamentosa (p. ex., antagonistas de GnRH) 6 3. Complicações: Os miomas geralmente causam sangramento uterino anormal, dor e pressão pélvica, sintomas urinários e intestinais e complicações gestacionais. 6 Miomas grandes podem crescer, superando seu suprimento sanguíneo e se degenerando e essa degeneração pode se classificar em: hialina, mixomatosa, cálcica, gordurosa, vermelha (comum em gestações) e necrótica. 6 Embora pacientes fiquem preocupadas com risco de uma evolução para malignidade, apenas 1% evolui. 6 III. Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a. Elaborar 2 diagnósticos de enfermagem pelo NANDA. 1. Risco de infecção caracterizado por alteração na integridade da pele e procedimento invasivo; 8 2. Dor aguda relacionado à procedimentos cirúrgicos, definido por auto relato verbal de forte dor incisional, comportamento expressivo e expressão facial de dor. 8 b. Elaborar as intervenções utilizando a Classificação das Intervenções – Nic (no mínimo um para cada diagnóstico de enfermagem) 1. Cuidados com o local de incisão: - Examinar o local da incisão quanto a hipertermia, edema, ou sinais de daiscência ou evisceração; 9 - Observar características de qualquer drenagem; 9 - Monitorar o processo de cicatrização no local da incisão; 9 - Limpar a área ao redor da incisão com solução de limpeza adequada; 9 - Limpar a área mais limpa para menos limpa; 9 - Limpar a área ao redor do dreno ou sondas de drenagem; 9 - Trocar o curativo a intervalos apropriados; 9 - Aplicar curativo apropriado para proteger a incisão; 9 - Orientar o paciente sobre as formas de cuidar da incisão durante o banho de banheira ou chuveiro; 9 - Ensinar ao paciente/ família formas de cuidar da incisão, inclusive sinais e sintomas de infecção. 9 2. Dor aguda relacionado à procedimentos cirúrgicos: - Realizar uma avaliação completa da dor, incluindo local, características, início/duração, frequência, qualidade, intensidade e gravidade; 9 - Assegurar que o paciente receba cuidados precisos de analgesia; 9 - Investigar com o paciente os fatores que aliviam/ pioram a dor; 9 - Avaliar com o paciente e a equipe de cuidados de saúde a eficácia de medidas passadas utilizadas para controlar a dor; 9 - Informar sobre a dor, suas causas, duração e desconfortos antecipados em decorrência dos procedimentos; 9 - Controlar fatores ambientais capazes de influenciar a resposta do paciente ao desconforto (exemplo: temperatura) 9 - Escolher e implementar uma variedade de medidas para facilitar o alívio da dor, conforme apropriado ( exemplo: farmacológicas ou não, interpessoais, etc) 9 - Oferecer ao indivíduo um excelente alívio da dor mediante analgesia prescrita; 9 - Verificar o nível de desconforto do paciente, registrar as mudanças no prontuário e informar os demais profissionais da saúde que trabalham com o paciente; 9 - Notificar o médico se as medidas não funcionarem, ou se a queixa atual consistir em uma mudança significativa na experiência anterior de dor do paciente; 9 - Incorporar a família ao método de alívio da dor quando possível. 9 C. Elaborar a prescrição de enfermagem e colocando a frequência de cada uma das intervenções (no mínimo 4 cuidados) 1. Verificar sinais vitais a cada 30 minutos; 2.Examinar condição da incisão cirúrgica e cateteres a cada 15 minutos na primeira hora e sucessivamente a cada 30 minutos ; 3. Monitorar o Dreno de Penrose a cada 12 horas ou sempre que houver necessidade, realizando mobilização para evitar obstrução; 4. Monitorar sinais e sintomas de infecção na incisão cirúrgica, anotar no prontuário e comunicar o enfermeirov (edema, hiperemia, calor, rubor, hipertermia); 5. Avaliar características, intensidade e local da dor; 6. Avaliar alterações de sinais vitais (pressão arterial, temperatura, frequência cardíaca, Frequência respiratória) 7. Administrar analgésicos conforme prescrição médica; 8. Reavaliar dor após a administração de medicação; 9. Realizar desinfecção com álcool a 70% nos dispositivos endovenosos (equipo/bureta) antes de administrar medicações 10. Utilizar técnica asséptica para aspiração, sondagem vesical, punção venosa e em outros procedimentos em que seja pertinente; 11. Higienizar as mãos com gel alcoólico antes e depois de cada procedimento D. Elaborar os resultados por meio do Noc (no mínimo 1 para cada diagnóstico) 1. Risco de infecção caracterizado por alteração na integridade da pele e procedimento invasivo; 8 Resultados sugeridos: - Monitoração de comportamentos pessoais relativos a fatores associados a risco de infecção; 10 - Monitoração do ambiente com relação a fatores associados a risco de infecção; 10 - Manutençãoa de um ambiente limpo; 10 - Desenvolvimento de estratégias eficientes de controle de infecção; 10 - Uso de precauções universais; 10 - Prática de limpeza das mãos; 10 - Monitoração demudanças no estado geral de saúde; 10 - Realização de ações imediatas para reduzir riscos. 10 2. Dor aguda relacionado à procedimentos cirúrgicos, definido por auto relato verbal de forte dor incisional, comportamento expressivoe expressão facial de dor. 8 Resultados esperados: - Causas e fatores colaboradores da dor; 10 - sinais e sintomas da dor; 10 - Estratégias de controle da dor; 10 - Regime medicamentoso prescrito; 10 - Uso seguro da medicação prescrita; 10 - Efeitos terapêuticos dos medicamentos; 10 - Efeitos secundários dos medicamentos; 10 - Efeitos adversos dos medicamentos; 10 IV. Referências 1. Sena, Adnairdes Cabral de; Nascimento, Eliane Regina Pereira do; Maia, Ana Rosete Camargo Rodrigues; Santos, José Luís Guedes dos. Rev. baiana enferm ; 31(1): e20506, 2017. Tab Artigo em Português | LILACS, BDENF - Enfermagem | ID: biblio-897437 Biblioteca responsável: BR342.1 2. BIREME/OPAS/OMS. Miomas uterinos. Acesso em: Novembro de 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/miomas-uterinos/ 3. Instituto Paulista de ginecologia e obstetrícia. Miomas Uterinos. Disponível em: https://ipgo.com.br/miomas-uterinos-e-a-infertilidade-etiologia-e-fatores-de-risco/. Acesso em: 04 de Nov. 4. Sanarmed. Leiomioma: Fisiologia, diagnóstico e tratamento. Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumo-de-leiomioma-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento/. Acesso em: 03 de Nov. 5. Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia. Tratamento clínico dos miomas. Disponível em: https://ipgo.com.br/miomas-uterinos-e-a-infertilidade-tratamento-clinico-dos-miomas/. Acesso em: 04 de Nov. 6. MANUAL MERCK ON-LINE. Disponível em: Acesso em 03/11/21. 7. DRAUZIO VARELLA. Mioma Uterino. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/miomas-entrevista/. Acesso em: 04 Nov. 8. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2018-2020/ NANDA International; tradução Regina Machado Garcez. - Porto Alegre: Artmed, 2018. 9. Bulechek GM, Butcher HK, Dochterman JM. Classificação das intervenções de enfermagem - NIC. 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2010. 944 p. 10. Johnson, M., Mass, M. & Moorhead, S. (org.) (2004). Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC). (2ª ed.). Porto Alegre: Artmed.
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