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ACAO DE ADJUDICACAO COMPULSORIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA CÍVEL DE FLORIANOPOLIS/SC
 
ROGÉRIO, brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado na Rua da X, nº. XXX, CEP XXX, Florianópolis - SC, RG 00 001 111-0, possuidor do CPF nº555.111.222-77, com endereço eletrônico XXX, por seu procurador e advogado, conforme instrumento de procuração incluso, com escritório profissional na rua xxx, onde recebe intimações, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 395, art. 463, art. 1.417 e art. 1.418, todos do Código Civil, assim como, abrigado no art.  497 c/c art. 501 e art. 536 do Código de Processo civil, esse e aquele da Legislação Adjetiva Civil, ajuizar a presente
 
AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA
C/C
 pedido de reparação de danos
contra EUGÊNIO, brasileiro, solteiro, profissão, residente e domiciliado na Rua XXX, n°. XXX, Florianópolis – SC, inscrito no CPF sob o n° 888.777.666-76, pelos fundamentos de fato e de direito que passa  a expor:
I. DOS FATOS
O autor firmou com o réu um compromisso de compra e do imóvel ainda em construção, mediante o qual se obrigou a adquirir a unidade 344 do Condomínio Morada dos Rycos, em Balneário, localizado na rua xxx que, na matrícula n. xx, Junto ao xx Ofício de Registro de Imóveis da xx. O referido compromisso de compra e venda foi firmado em caráter irrevogável e irretratável, constando no seu bojo todos os elementos necessários à escritura definitiva. Estabeleceu-se, assim, o preço certo de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais) parcelados em 90 parcelas de R$5.000,00 (cinco mil reais) cada. O valor avençado entre as partes deu início aos pagamentos durante a construção do imóvel. Entretanto, antes da entrega das chaves, em razão das parcelas exigidas por Eugênio, o autor verificou a cobrança de valores absolutamente discrepantes do que havia contratado. 
A despeito de pagar tudo em dia, Eugênio se recusava a transferir o imóvel, o que gerou tanto desgaste no autor que ele, verificando as cobranças ilegais e o condicionamento à entrega das chaves que nunca acontecia, pagou a parcela de julho de 2021, e deixou de pagar desde então. Isso quer dizer que, a despeito das cobranças indevidas, o autor já pagou R$95.000,00 (noventa e cinco mil reais) e pretende continuar pagando o que é devido, bem como receber as chaves para ocupar o imóvel que adquiriu sem cláusula resolutiva ou qualquer condição para receber o imóvel, senão a de pagar a primeira parcela. 
Vale dizer que Eugênio ainda cobra as cotas condominiais desde a época da celebração da compra e venda que, segundo ele, são devidas, consoante notificação anexa.
Assim, não existindo outra forma, baldos os esforços da autora, não lhe restou alternativa senão socorrer-se do Poder Judiciário, para obter sentença de adjudicação substitutiva da vontade do réu, apta a transmitir a propriedade do imóvel objeto do compromisso de compra e venda.
II. DO DIREITO
Não resta dúvida, quando ao direito do Autor, em obter a Escritura Pública Definitiva do Imóvel, assinada, eis que pagou uma boa parte e pretende continuar pagando o requerido. 
Então, tendo em vista a negativa da outorga do título translativo da propriedade do Requerente, se faz necessário a invocação da tutela jurisdicional para adjudicar-lhe o imóvel, como determinam os artigos 497 e 536 do Código de Processo Civil.
O Código Civil é claro quanto à responsabilidade do réu, que se nega a cumprir sua obrigação de outorgar a escritura: 
“Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
Nestes casos, prevê o Código de Processo Civil:
 “Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. 
Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida. 
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exeqüente. 
§1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras, e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. 
§2º O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no art. 846, && 1 º a 4 º, se houver necessidade de arrombamento. 
§3 º O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência. 
§4 º No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o artigo 525, no que couber. 
§5 º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional.”
III. Depósito do valor contratado dada a mora accipiendi
Em razão da notificação, é curial concluir a mora do réu que se nega, injustificadamente, a cumprir a obrigação assumida, utilizando, para tanto, o artifício de não receber a quantia contratada, referente à última parcela do preço. Em consonância com o acatado, o autor oferece, desde já a continuidade do pagamento das parcelas faltantes, correspondente ao valor atualizado devido pelas últimas parcelas. 
IV. DOS PEDIDOS 
Isto posto, requer a autora a procedência da presente ação com: 
a) a declaração de quitação da última parcela injustamente recusada pelo réu, objeto de depósito nos presentes autos. 
b) a procedência da presente ação de adjudicação compulsória, com o consequente suprimento da declaração de vontade não emitida voluntariamente, valendo a sentença como título translativo, expedindo o competente mandado ao XXº Ofício de Registro de Imóveis da Capital para que proceda ao registro; 
c) a condenação do réu ao pagamento de custas, despesas e verba honorária, fixada esta entre os limites legais. 
d) a condenação do réu nas perdas e danos consubstanciadas no valor dos honorários despendidos pelo autor, independentemente dos honorários sucumbenciais, para postular seu direito nos termos dos arts. 389, 395 e 404 do Código Civil, acrescido de juros legais. 
V. CITAÇÃO 
Requer que a citação do réu seja efetuada pelo correio, nos termos dos arts. 246, I; 247 e 248 do Código de Processo Civil, para responder no prazo de 15 (quinze) dias (art. 335, do Código de Processo Civil), sob pena de serem tidos por verdadeiros todos os fatos aqui alegados (art. 344 do Código de Processo Civil), devendo o respectivo mandado conter as finalidades da citação, as respectivas determinações e cominações, bem como a cópia do despacho do (a) MM. Juiz (a), comunicando, ainda, o prazo para resposta, o juízo e o cartório, com o respectivo endereço.
VI. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando espírito conciliador, a par das inúmeras tentativas de resolver amigavelmente a questão, a autora desde já, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil, manifesta interesse em auto composição, aguardando a designação de audiência de conciliação.VII. PROVAS
Requer-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, incluindo perícia, produção de prova documental, testemunhal, inspeção judicial, depoimento pessoal sob pena de confissão caso o réu (ou seu representante) não compareça, ou, comparecendo, se negue a depor (art. 385, & 1º, do Código de Processo Civil). 
VIII. VALOR DA CAUSA
 Dá-se à presente o valor de R$ XXX. 
Termos em que, 
Pede deferimento.
Local, Data 
Advogado (a) 
OAB/XX N º

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