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Treino de Peças - Prof Tatiane Kipper e Prof Leonardo Fetter

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Prévia do material em texto

Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
1 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
2 
 
2ª FASE OAB | CIVIL | 39º EXAME 
Treino de Peças 
Prof. Leonardo Fetter 
Prof.ª Tatiane Kipper 
 
 
 
Sumário 
Peça 01 | XX Exame (reap. Porto Velho) ............................................................. 4 
Peça 02 | XXVI Exame ......................................................................................12 
Peça 03 | XXX Exame .......................................................................................20 
Peça 04 | XXXI Exame ......................................................................................28 
Peça 05 | XXV Exame (reap. POA) ....................................................................37 
Peça 06 | XXVIII Exame ....................................................................................45 
Peça 07 | 35º Exame .........................................................................................54 
Peça 08 | XXIX Exame ......................................................................................63 
Peça 09 | XXVII Exame .....................................................................................72 
Peça 10 | XXXII Exame .....................................................................................79 
Peça 11 | XXII Exame .......................................................................................88 
Peça 12 | XXV Exame .......................................................................................97 
Peça 13 | XXXIV Exame .................................................................................. 106 
Peça 14 | 36º Exame ....................................................................................... 115 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, 
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em novembro de 2023. 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
3 
Olá! Boas-Vindas! 
 
Este material trata-se de um complemento fundamental aos seus 
estudos. Ele consta 14 peças de provas anteriores para você simular 
e avaliar os seus conhecimentos. 
Realize as peças utilizando apenas o Vade-mécum, como se no 
dia da prova fosse e claro, cronometre seu tempo para, desde já, ter 
gestão dele. 
Para elaboração da sua peça, sugerimos que utilize as folhas 
pautadas, padrão FGV; que serão as mesmas que terá no dia da 
prova. Quer acessá-las? Clique aqui ou consulte a pasta Materiais de 
Apoio, no EaD. 
Havendo dúvidas, envie seu questionamento no Pergunte ao 
Professor, para o responsável da matéria específica. 
Desejamos ótimos estudos e sucesso na identificação e 
elaboração de peças. 
Com carinho, 
Equipe Ceisc. ♥ 
https://ceisc.com.br/ceisc_arquivos/npbSFdwdrHf3z1L9LzWKzgsgUZbrI66Fv5qAfY5r.pdf/Folhas%20Pautadas%20Padr%C3%A3o%20FGV
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
4 
Peça 01 | XX Exame (reap. Porto Velho) 
Enunciado 
 
Ulisses, domiciliado no Rio de Janeiro, solicitou empréstimo de R$ 35.000,00 de Tertuliano, 
também domiciliado no Rio de Janeiro. Tertuliano não titubeou em conceder o empréstimo, já 
que sabia que Ulisses estava empregado em renomada empresa hoteleira como gerente, 
possuindo conta corrente regular. Pactuaram que o valor seria devolvido no prazo de trinta dias. 
No último dia do prazo estipulado, Tertuliano notificou extrajudicialmente Ulisses para que este 
realizasse o pagamento. Contudo, devidamente notificado, Ulisses afirmou que não poderia 
efetuá-lo por não possuir os recursos necessários. Tertuliano sabe que Ulisses não possui 
quaisquer bens em seu nome e não possui recursos em sua conta corrente. 
Uma semana após a notificação, Tertuliano teve conhecimento de que, naquela mesma semana, 
Ulisses perdoou dívidas de R$ 36.000,00 de Marius, seu credor, que, em conluio com Ulisses, 
aceitou a remissão para fins de auxiliá-lo maliciosamente em seu intuito de esvaziar seu 
patrimônio e fugir ao compromisso assumido com Tertuliano. 
 
Na qualidade de advogado(a) de Tertuliano, redija a peça processual cabível, 
mencionando, ao final, a providência a ser requerida. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera 
citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
5 
Gabarito Comentado 
 
A peça cabível será uma Ação Pauliana, direcionada ao Juízo de uma das Varas Cíveis da 
Comarca do Rio de Janeiro (Art. 46 do CPC/15 c/c o Art. 259, inciso V, do CC). 
➢ Obs: Houve um equívoco por parte da FGV ao mencionar o Art. 259, inciso V, do CC, visto 
que ele não está previsto no Código Civil. 
O examinando deve destacar que se trata de hipótese de fraude contra credores com todos os 
seus requisitos, nos termos do Art. 159 do CC. 
A legitimidade ativa para a ação é de Tertuliano, posto que já era credor antes da remissão de 
dívida, nos termos do Art. 158, § 2º, do CC. 
A legitimidade passiva deve ser de Ulisses e Marius, já que ambos celebraram a estipulação 
considerada fraudulenta, nos termos do Art. 161 do CC, em litisconsórcio passivo necessário 
(Art. 114 do CPC/15). Caso contrário, o provimento jurisdicional se tornaria ineficaz, já que o 
processo como regra só faz coisa julgada entre as partes (Art. 506 do CPC/15) e o valor que se 
visa obter está em poder de Marius. 
Deve destacar ainda que o débito era pré-existente à remissão operada e que a fraude quando 
proveniente de remissão de dívida é presumida, pois resta inequivocamente caracterizada a má-
fé, não havendo que se falar em conluio fraudulento, tendo em vista o exposto no Art. 158, caput, 
do CC. 
Por fim, deve pugnar pela anulação do negócio celebrado, nos termos do Art. 171, inciso II, do 
CC. 
 
 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
6 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento ao juízo correto: 
Juízo de uma das Varas Cíveis da Comarca do Rio de Janeiro 0,00 / 0,10 
Identificação da ação (Ação Pauliana) 0,00 / 0,40 
Indicação correta dos polos ativo (Tertuliano) (0,10), nos termos do Art. 158, §2º, 
do CC (0,10) e passivo (Marius e Ulisses) (0,20), nos termos do Art. 161 do CC 
(0,10), com qualificação do polo ativo (0,10) e do polo passivo (0,20). 
0,00 / 0,10 / 0,20 / 0,30 / 
0,40 / 0,50 / 0,60 / 0,70 / 
0,80 
Indicação de litisconsórcio necessário (0,40), nos termos do Art. 114 do CPC 
(0,10). 
0,00 /0,40 / 0,50 
Fundamentação Jurídica Legal: 
1) Fraude contra credores (0,40), nos termos do Art. 159 do CC (0,10); 0,00 / 0,40 / 0,50 
2) Débito era pré-existente à remissão de dívidas, por isso pode ocorrer o pleito 
(0,40), nos termos do Art. 158, §2º, do CC (0,10). 
 
0,00/ 0,40 / 0,50 
3) Quando ocorre fraude proveniente de remissão de dívidas é presumida a máfé 
do devedor (0,40), sendo que, no caso, há conluio fraudulento entre Marius e 
Ulisses (0,30), nos termos do Art. 158 do CC (0,10) 
0,00 / 0,30 / 0,40 / 
0,50 / 0,70 
 
Formular corretamente os pedidos: 
a) Indicar a opção pela realização ou não da audiência de conciliação ou mediação 
(0,20). 
0,00 / 0,20 
b) anulação do negócio celebrado (0,30), nos termos do Art. 171, inciso II, do CC 
(0,10); 
0,00 / 0,30 / 0,40 
 
c) condenação em custas e honorários (0,10). 0,00 / 0,10 
Estruturar a peça corretamente: fatos/fundamentos/pedidos (0,50); 0,00 / 0,50 
Protesto pela produção de provas (0,10). 0,00 / 0,10 
Valor da causa (0,10). 0,00 / 0,10 
Fechamento da peça (indicar a inserção de data e assinatura) (0,10). 0,00 / 0,10 
 
 
Ceisc OAB 
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7 
Estrutura da Peça | Ação Pauliana 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVIL DA 
COMARCA DO RIO DE JANEIRO 
 (Art. 46 do CPC/15) 
 
TERTULIANO, (qualificaçãona forma do art. 319, II), vem, por seu procurador 
(instrumento do mandato incluso), propor a presente 
AÇÃO PAULIANA 
contra ULISSES, (qualificação na forma do art. 319, II), e MARIUS, (qualificação na 
forma do art. 319, II), expondo e requerendo: 
 
FATOS 
 O demandado Ulisses solicitou empréstimo de R$ 35.000,00 ao autor, o que 
prontamente foi atendido (até porque tinha conhecimento de que o réu estava 
empregado em renomada empresa hoteleira como gerente, possuindo conta 
corrente regular). 
Pactuaram que o valor seria devolvido no prazo de trinta dias. 
 No último dia do prazo estipulado, o autor notificou extrajudicialmente o réu 
Ulisses para que este realizasse o pagamento. 
 Contudo, devidamente notificado, o réu Ulisses afirmou que não poderia efetuar 
o pagamento, pois não possuía os recursos necessários. 
 O autor soube que o réu Ulisses não tinha quaisquer bens em seu nome e não 
possuía recursos em sua conta corrente. 
 Todavia, uma semana após a notificação, o autor teve conhecimento de que, 
naquela mesma semana, o réu Ulisses perdoou dívidas no valor de R$ 36.000,00 do 
co-réu Marius, seu credor, o qual, em conluio com o demandado Ulisses, aceitou a 
remissão para fins de auxiliá-lo maliciosamente em seu intuito de esvaziar seu 
patrimônio e fugir ao compromisso assumido com o autor. 
 Diante dessa situação, emerge para o autor a possibilidade da presente ação, de 
forma a ver reconhecidos os pedidos ao final articulados. 
 
Ceisc OAB 
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8 
FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 Trata-se, o caso em tela, de fraude contra credores com todos os seus requisitos, 
nos termos do Art. 159 do CC. 
 O autor, o qual já era credor antes da remissão de dívida, emerge como parte 
legítima para propositura da ação nos termos do Art. 158, §2º, do CC. 
 Por outro lado, dúvidas também não podem emergir quanto a legitimidade 
passiva de Ulisses e Marius – note-se: Ambos celebraram a estipulação fraudulenta, 
nos termos do Art. 161 do CC, aparecendo, então, o litisconsórcio passivo necessário 
(Art. 114 do CPC). 
 E tal litisconsórcio é evidentemente necessário pois, pensando diferente, o 
provimento jurisdicional se tornaria ineficaz, já que o processo como regra só faz 
coisa julgada entre as partes (Art. 506 do CPC) e o valor que se visa obter está em 
poder de Marius. 
 Importante referir, também, que o débito era pré-existente à remissão operada e 
que a fraude quando proveniente de remissão de dívida é presumida, pois resta 
inequivocamente caracterizada a má-fé, não havendo que se falar em conluio 
fraudulento, tendo em vista o exposto no Art. 158, caput, do CC. 
 Diante do exposto, emerge necessária, justa e legal a anulação do negócio 
celebrado entre os réus, nos termos do Art. 171, inciso II, do CC. 
 
PEDIDOS 
Requer o autor: 
1. O recebimento da inicial (acompanhada do respectivo pagamento das custas 
processuais); 
2. Informa o autor que tem interesse na realização da audiência prevista no art. 334 
do CPC; 
3. Pede a produção de toda a prova em direito admitida; 
4. Quanto ao mérito, pede a total procedência da ação, reconhecendo o magistrado 
a fraude contra credores e anulando o negócio jurídico entabulado pelos réus, nos 
termos do Art. 171, inciso II, do CC. 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
9 
5. Por fim, pede a condenação dos réus ao pagamento das custas processuais (art. 
82, parágrafo segundo do CPC), bem como aos honorários advocatícios (art. 85, 
parágrafo segundo do CPC). 
 
PEDE DEFERIMENTO. 
Valor da causa: R$ 35.000,00 
Local..., data... 
Advogado...OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ceisc OAB 
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Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
12 
Peça 02 | XXVI Exame 
Enunciado 
 
Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, residindo no imóvel 
há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes 
de iniciar obras no imóvel, Aline precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de 
Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava gravemente doente, com previsão de 
retornar dois meses depois a São Paulo. Aline comentou a viagem com vários vizinhos, dentre 
os quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que “olhassem” o imóvel no período. 
Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que nele 
ingressaram para fixar moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo. No período, 
João Paulo e Nice danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a 
cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou graves infiltrações no 
imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Além disso, os ocupantes 
vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo 
estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 dias após tomar 
ciência do ocorrido, procura você, como advogado. 
Na qualidade de advogado(a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a permitir 
a retomada do imóvel e a composição dos danos sofridos no bem. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
13 
Gabarito Comentado 
 
A peça processual cabível na espécie é uma Petição Inicial. Considerando que ocorreu esbulho 
possessório, na forma do Art. 1.210 do CC, deve ser proposta Ação de Reintegração de Posse. 
Como o esbulho ocorreu há menos de ano e dia da propositura da demanda (Art. 558 do CPC), 
pois Aline tomou conhecimento do esbulho dentro deste prazo, deve ser requerida a adoção do 
procedimento previsto no Art. 560 e seguintes do CPC. 
A peça deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo, considerando a 
competência absoluta do foro de situação do imóvel para a ação possessória imobiliária (Art. 47, 
§ 2º, do CPC). 
No mérito, deve ser afirmada a existência de esbulho possessório, bem como a caracterização 
da posse de João Paulo e Nice como posse de má-fé, nos termos do Art. 1.201 do CC, 
considerando sua clandestinidade. Também deve ser demonstrada a extensão dos danos 
sofridos no imóvel. 
Deve ser formulado requerimento de concessão de liminar em ação possessória, na forma do 
Art. 562 do CPC, eis que preenchidos os requisitos do Art. 561 do CPC. 
Deve ser requerida, além da reintegração de posse, a condenação dos réus ao pagamento de 
indenização por perdas e danos e pelos frutos colhidos, na forma do Art. 1.216 e do Art. 1.218, 
ambos do CC, considerando a caracterização da posse como posse de má-fé. Tal cumulação 
objetiva é possível com fulcro no Art. 555, caput, incisos I e II, do CPC/15. 
Quanto às provas, deve ser requerida a produção de prova testemunhal, a fim de demonstrar a 
clandestinidade da posse. Da mesma forma, deve ser requerida a produção de prova pericial, 
para comprovação da ocorrência dos danos sofridos no imóvel, e em razão da coleta e alienação 
dos frutos naturais do imóvel. 
O valor da causa deve corresponder a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos do Art. 
292, inciso VI, do CPC. 
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB. 
 
 
 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
14 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. A petição deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo 
(0,10). 
0,00/0,10 
Nome e qualificação das partes: autora Aline (0,10); réusJoão Paulo e Nice (0,10) 0,00/0,10/0,20 
Cabimento da ação possessória 
2. Indicar que é uma ação de reintegração de posse (0,30), com base no Art. 560 
do CPC OU no Art. 1210 do CC (0,10). 
0,00/0,30/0,40 
3. Adoção do procedimento especial para a tutela da posse, pois o esbulho ocorreu 
há menos de ano e dia (0,30), segundo o artigo 558 do CPC (0,10), 
0,00/0,30/0,40 
Fundamentação Jurídica/Legal 
4. Afirmação de esbulho possessório OU perda da posse OU que Aline era 
possuidora do bem anteriormente (0,40), cumprindo-se o disposto no Art. 561 do 
CPC (0,10). 
0,00/0,40/0,50 
5. Direito à reintegração na posse (0,20) em razão da posse de má-fé dos réus 
(0,40), nos termos do Art. 1201 do CC (0,10) OU injusta (0,40), nos termos do Art. 
1200 do CC (0,10). 
0,00/0,20/0,40/0,50/ 
0,60/0,70 
 
6. Direito à indenização pela ocorrência dos danos ao imóvel e sua indicação 
(0,30), na forma do Art. 1218 do CC (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
7. Direito à indenização pela perda dos frutos (0,30), por força do Art. 1216 do CC 
(0,10). 
0,00/0,30/0,40 
8. Direito à reintegração provisória liminar na posse (0,40), com base no Art. 562 
do CPC (0,10). 
0,00/0,40/0,50 
Formular corretamente os pedidos: 
9. Pedido de concessão de liminar em ação possessória, determinando a 
reintegração provisória de Aline na posse do imóvel (0,30). 
0,00/0,30 
 
10. Pedido de produção de prova testemunhal (0,10). 0,00/0,10 
11. Pedido de produção de prova pericial (0,10). 0,00/0,10 
12. Pedido de reintegração definitiva na posse do imóvel (0,30). 0,00/0,30 
13. Pedido de condenação dos réus ao pagamento de indenização de R$ 6.000,00 
em razão dos danos materiais ocasionados ao telhado do imóvel (0,20). 
0,00/0,20 
 
14. Pedido de condenação dos réus ao pagamento de indenização de 
R$19.000,00, pelos frutos colhidos e percebidos (0,20). 
0,00/0,20 
15. Dar à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) (0,10). 0,00/0,10 
Fechamento 
16. Local, data, assinatura e OAB (0,10) 0,00/0,10 
 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
15 
Estrutura da Peça | Ação de Reintegração de Posse 
 
DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO 
 
 
 ALINE..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de 
identidade número..., inscrita no CPF número..., com endereço eletrônico..., residente 
e domiciliada na Rua..., número..., Bairro..., Cidade de São Paulo, Estado..., CEP..., 
por intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo), OAB..., 
endereço eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., número..., Bairro...., 
Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem à presença de Vossa 
Excelência, com fundamento no artigo 560 do Código de Processo Civil e art. 1.210 
do Código Civil, propor pelo procedimento especial, a presente 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO LIMINAR, em face de 
JOÃO PAULO..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de 
identidade número..., inscrito no CPF número.., com endereço eletrônico..., residente 
e domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade de São Paulo, Estado..., CEP..., 
e NICE, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de identidade 
número..., inscrita no CPF número..., com endereço eletrônico..., residente e 
domiciliada na Rua..., número..., Bairro..., Cidade de São Paulo, Estado..., CEP..., 
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
I - DOS FATOS: 
 A autora é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, 
local onde reside há cerca de 05 anos em um terreno constituído por acessão e por 
um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, a Autora precisou fazer 
uma viagem de emergência com previsão de duração de dois meses para o interior 
de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava gravemente doente. 
 A viagem foi comunicada a vários vizinhos da Autora, dentre os quais os Réus e, 
também, Marcos e Alexandre, solicitando que olhassem o imóvel durante o período 
da viagem. Contudo, ao retornar de viagem, a Autora encontrou o imóvel ocupado 
pelos Réus João Paulo e Nice, que nele ingressaram para fixar moradia acreditando 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
16 
 
que a Autora não retornaria a São Paulo. 
 Ocorre, Excelência, que a permanência dos Réus na residência da Autora 
causaram prejuízos no montante de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), advindos 
do fato de os Réus terem danificado o telhado da casa da Autora ao instalarem uma 
antena pirata de televisão, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, 
provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano no valor de R$ 6.000,00 
(seis mil reais) e, ainda, os Réus vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de 
laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil 
reais). 
 Diante de tudo o que foi exposto, a Autora deve ser reintegrada na posse do imóvel 
e indenizada pelos prejuízos sofridos, conforme exposto a seguir. 
II - DO CABIMENTO DA AÇÃO POSSESSÓRIA 
 A ação de reintegração de posse é cabível quando ocorrido o esbulho possessório, 
neste caso, evidenciado pela perda da posse do imóvel da Autora diante da ocupação 
de seus vizinhos enquanto a Autora realizava uma viagem de emergência para auxiliar 
sua mãe que padece de uma doença grave. 
 O artigo 1.210 do Código Civil prevê que o possuidor tem direito de ser restituído 
em posse em caso de esbulho e, por sua vez, o artigo 560 do Código de Processo 
Civil prevê que o possuidor tem direito de ser reintegrado na posse em caso de 
esbulho. Portanto, adequada a propositura da presente demanda. 
III - DA ADOÇÃO DO PROCEDIMENTO ESPECIAL 
 Conforme se verifica dos fatos, a perda da posse ocorreu há no máximo 2 meses, 
período em que a Autora esteve em viagem, tendo o esbulho ocorrido nesse prazo, 
estando caracterizada, desta forma, a ação por força nova. 
 Assim sendo, tendo em vista que a presente demanda foi proposta dentro de ano 
e dia da data do esbulho, pois Aline tomou conhecimento do esbulho dentro deste 
prazo, requer a adoção do procedimento especial previsto nos artigos 560 e seguintes 
do Código de Processo Civil, consoante previsão do art. 558 do Código de Processo 
Civil. 
 
 
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17 
IV - FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
a) COMPROVAÇÃO DA POSSE E DO ESBULHO POSSESSÓRIO 
 Conforme narrado anteriormente, a Autora é proprietária de um imóvel onde 
reside há cerca de cinco anos. Devido ao estado de saúde de sua genitora, precisou 
realizar uma viagem de emergência com duração prevista de dois meses para o 
estado de Minas Gerais, comunicando o fato aos seus vizinhos e requerendo, 
inclusive, que esses olhassem o imóvel durante o período da viagem. 
 Contudo, ao retornar de sua viagem, a Autora deparou-se com seu imóvel ocupado 
pelos vizinhos João Paulo e Nice, ora Réus, que acreditando que a Autora não 
retornaria de sua viagem, resolveram ocupar indevidamente o imóvel com intuito de 
fixar moradia. 
 Destaca-se que a ocupação do imóvel pelos Réus foi totalmente de má-fé visto que 
tinham ciência da viagem emergencial da Autora e da data de seu retorno, de modo 
que ocuparam o imóvel de forma injusta, caracterizado pela clandestinidade, na forma 
dos artigos 1.200 e 1.201 do Código Civil. A Clandestinidade justamente ocorreu pelo 
fato dos Réus ingressarem de forma escondida no imóvel, sem autorização da Autora. 
 Assim, resta demonstrado os requisitos previstos no artigo 561 do Código de 
Processo Civil, quais sejam: a posse da autora; o esbulho praticado pelo réu; a data 
do esbulho; perda da posse da autora. 
b) DO DIREITO À REINTEGRAÇÃO DA POSSE: 
 Deste modo, comprovado a posse anterior da Autora bem como o esbulho 
possessório, requer a reintegração da autora na posse do imóvel. 
 Isso, porque,o artigo 1.210 do Código Civil estabelece que é direito do possuidor 
a reintegração da posse quando houver esbulho caracterizado pela posse injusta ou 
de má-fé como se deu no caso dos Réus, consoante previsto nos artigos 1.200 e 1.201 
do Código Civil, uma vez que obtida mediante clandestinidade. 
c) DO DIREITO A INDENIZAÇÃO PELOS DANOS AO IMÓVEL: 
 Além de ser reintegrada, a Autora faz jus à indenização pelos danos que os Réus 
causaram no imóvel. Isso, porque, no período em que os Réus permaneceram 
no imóvel fizeram a instalação de uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que, 
 
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18 
devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou infiltrações no imóvel, 
gerando um dano à Autora no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais). 
 Tendo em vista a posse de má-fé dos ocupantes, esses devem responder pela 
deterioração do imóvel, ainda que acidentais, na forma do artigo 1.218 do Código Civil. 
d) DO DIREITO À INDENIZAÇÃO PELA PERDA DOS FRUTOS: 
 A Autora faz jus também à indenização pela perda dos frutos. Ou seja, os Réus vêm 
colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um 
prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove) mil reais. 
 Assim sendo, conforme preconiza o artigo 1.216 do Código Civil, a Autora faz jus à 
indenização pelos frutos colhidos pelos Réus, visto que o possuidor de má-fé 
responde por todos os frutos colhidos e percebidos. 
 Diante disso, requer a condenação dos demandados ao pagamento do total de 
R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais) a título de indenização pelos danos causados. 
Verifica-se que a cumulação da reintegração de posse com indenização pelos danos 
e pelos frutos é cumulativa, consoante previsão do artigo 555, incisos I e II do Código 
de Processo Civil. 
V - DA LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE 
 Com a comprovação da posse anterior da Autora e do esbulho possessório sem 
oitiva dos Réus a fim de possibilitar que a Autora seja reintegrada na posse do imóvel, 
na forma do art. 562 do Código de Processo Civil, eis que o esbulho se deu menos de 
ano e dia da propositura da presente ação. 
VI - DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer a Autora: 
a) O recebimento da presente ação de reintegração de posse pelo procedimento 
especial; 
b) A concessão de liminar em ação possessória, na forma do artigo 562 do CPC, 
determinando a reintegração provisória da autora na posse do imóvel, eis que o 
esbulho se deu menos de ano e dia; 
 c) A total procedência da ação, com a reintegração definitiva da Autora na posse do 
imóvel, confirmando-se a liminar concedida, na forma do artigo 562 do CPC; 
 
 
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19 
d) A total procedência da ação para condenar ainda os Réus ao pagamento de 
indenização no valor de R$ 6.000,00 em razão dos danos materiais cumulado com a 
condenação na indenização no valor de R$ 19.000,00 pelos frutos colhidos e percebidos 
(ambos na forma do art. 555, I e II do CPC); 
e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas, em especial a prova 
testemunhal e pericial, na forma do art. 319, VI, do CPC; 
e) Requer a concessão do benefício da justiça gratuita a autora, na forma do art. 98 e 
99 do Código de Processo Civil; 
f) Condenação dos Requeridos nas custas processuais e honorários advocatícios, 
consoante previsão do art. 85 do Código de Processo Civil. 
 
Valor da causa: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). 
 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
Local..., Data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
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20 
Peça 03 | XXX Exame 
 
Enunciado 
 
Priscila comprou um carro de Wagner por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para tanto Priscila 
pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante dividido em nove 
parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. As parcelas foram pagas 
regularmente até a sétima, quando Priscila, por ter sido dispensada de seu emprego, não 
conseguiu arcar com o valor das duas prestações restantes. Priscila entrou em contato com 
Wagner, diretamente, explicando a situação e informando que iria tentar conseguir o valor 
restante para quitar o débito, tendo Wagner mencionado que a mesma não se preocupasse e 
que aguardaria o pagamento das parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi 
transmitida pelo vendedor à compradora por mensagem de texto. Apesar disso, cinco dias antes 
do vencimento da nona parcela, quando Priscila conseguiu um empréstimo com um amigo para 
quitar as parcelas, ela não conseguiu encontrar Wagner nos endereços onde comumente dava-
se a quitação das prestações, a residência ou o local de trabalho de Wagner, ambos na cidade 
de São Paulo. Priscila soube, no mesmo dia em que não encontrou Wagner, que estava 
impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor incluíra seu nome no 
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da ausência de pagamento das últimas 
parcelas. Esperando ver-se livre da restrição, quitando seu débito, Priscila efetuou o depósito de 
R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela, em uma agência bancária 
de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, Wagner, no quinto 
dia após a ciência, recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento 
bancário. 
Como advogado(a) de Priscila, redija a medida processual mais adequada para que a 
compradora obtenha a quitação do seu débito e tenha, de imediato, retirado seu nome do 
cadastro do SPC. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
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21 
Gabarito Comentado 
 
Priscila deverá ajuizar uma ação de consignação em pagamento, conforme o Art. 539 e seguintes 
do CPC. 
A petição inicial deverá obedecer aos requisitos gerais do Art. 319 do CPC, sendo dirigida a uma 
das Varas Cíveis da Comarca de São Paulo, de acordo com o Art. 540 do CPC, indicando, no 
polo ativo, Priscila, e, no polo passivo, Wagner, com a qualificação completa de ambas as partes. 
Deve ser arguida a tempestividade da presente ação, proposta dentro do prazo de um mês da 
recusa de recebimento do valor depositado, conforme Art. 539, § 3º, do CPC. 
O examinando deve mencionar que a inviabilidade do pagamento das duas parcelas decorreu 
da impossibilidade de localização do réu, no mesmo modus operandi que foi utilizado para a 
realização de todos os pagamentos desde o início. 
Em seguida, deve o examinando ressaltar o prazo de favor obtido por Priscila, que efetuou o 
pagamento integral das parcelas remanescentes na data acordada com Wagner. 
Deve o examinando informar que a autora realizou o depósito bancário, em instituição oficial, 
tendo o réu além de recusado o pagamento, inserido o nome da autora nos cadastros restritivos 
de crédito, o que a impossibilitou de conseguir um novo emprego. 
Deve ser requerida a antecipação dos efeitos da tutela para exclusão do nome de Priscila dos 
cadastros restritivos de crédito, eis que o valor do débito já se encontra depositado, bem como a 
negativação está impedindo que Priscila consiga um novo emprego, estando presentes o fumus 
boni iuris e o periculum in mora. 
Nos pedidos, deverá o examinando requerer a citação do réu para levantar o depósito ou 
contestar, conforme Art. 542, inciso II, do CPC, e a confirmação da quitação do débito, uma vez 
que o valor já se encontra depositado, com a consequente extinção da obrigação e a confirmação 
da tutela antecipada. 
Deve ser mencionada a juntada dos seguintes documentos: contrato de compra e venda, 
documento do veículo, comprovante do depósito e manifestação por escrito da recusa de 
recebimento do valor depositado assinadapor Wagner. 
O valor da causa será de R$ 4.000,00, considerando que faltam duas prestações de R$ 2.000,00 
cada. 
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB. 
 
 
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22 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. Vara Cível de São Paulo (0,10) 0,00/0,10 
2. Nome e qualificação das partes: Priscila (autora) (0,10) e Wagner (réu) (0,10) 0,00/0,10/0,20 
Tempestividade 
3. A ação foi ajuizada dentro do prazo de um mês da recusa do levantamento do 
depósito pelo réu (0,20), conforme o Art. 539, § 3º, do CPC (0,10) 
0,00/0,20/0,30 
Fundamentos de mérito 
4. Cabimento da consignação em pagamento em razão da impossibilidade de 
realizar o pagamento (0,40), de acordo com o Art. 539, caput, do CPC (0,10) E Art. 
335, inciso I OU inciso III, do CC (0,10) 
0,00/0,40/0,50/0,60 
 
5. A caracterização do prazo de favor (0,40) 0,00/0,40 
6. O depósito bancário do valor integral restante em instituição oficial (0,35), no 
vencimento da última parcela (0,15), de acordo com o Art. 539, § 1º, do CPC OU 
Art. 334 do CC (0,10). 
0,00/0,35/0,45/0,50/0,60 
 
7. A notificação do credor (0,20) e a recusa imotivada do réu em levantar o depósito 
(0,30) 
0,00/0,20/0,30/0,50 
Fundamentos da tutela antecipada 
8. Fumus boni iuris consistente na ilegalidade da inclusão do nome da autora em 
cadastro restritivo de crédito (0,30) 
0,00/0,30 
9. Periculum in mora consistente na dificuldade de a autora conseguir emprego 
(0,30) 
0,00/0,30 
 
Pedidos 
10. Concessão da tutela antecipada para a exclusão do nome da autora dos 
cadastros restritivos de crédito (0,20) 
0,00/0,20 
11. Citação do réu para levantar o depósito ou contestar a ação (0,20) 0,00/0,20 
12. Confirmação da tutela concedida (0,20) 0,00/0,20 
13. Extinção da obrigação (0,30), de acordo com o Art. 546 do CPC (0,10). 0,00/0,30/0,40 
14. Condenação em custas (0,10) e honorários advocatícios (0,10) OU ônus da 
sucumbência (0,20) 
0,00/0,10/0,20 
15. Indicação do Valor da Causa: R$ 4.000,00 (0,20) 0,00/0,20 
16. Juntada dos documentos (0,10) e protesto pela produção de outras provas 
(0,10) 
0,00/0,10/0,20 
Fechamento 
17. Local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
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Estrutura da Peça | Ação de Consignação em Pagamento 
 
DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO 
 
 
PRISCILA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de 
Identidade número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador 
constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com escritório 
profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe 
intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência com fundamento 
legal nos artigos 335, I e III do Código Civil e 539 e seguintes do Código de Processo 
Civil, ajuizar a presente 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, em face de 
WAGNER, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade 
número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., número..., 
Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
I - DA TEMPESTIVIDADE: 
 A presente ação é tempestiva, pois ajuizada dentro do prazo legal de 01 mês a contar 
da recusa do recebimento do valor depositado, conforme o artigo 539, §3º do Código de 
Processo Civil, haja vista ter a Autora devedora depositado a quantia de R$ 4.000,00 
(quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela em uma agência bancária de 
estabelecimento oficial na Cidade de São Paulo, mas o Credor, ora Réu, recusou de 
forma imotivada no quinto dia após a ciência. 
II - DOS FATOS: 
 A Autora adquiriu do Réu um carro por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para tanto, 
a Autora pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante 
dividido em nove parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. 
Ocorre, que as parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando a Autora em 
razão de ter sido dispensada de seu emprego, não conseguiu arcar com o valor das duas 
prestações restantes. 
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24 
 Diante disso, a Autora entrou em contato com o Réu, explicando a situação e 
informando que iria tentar conseguir o valor restante para quitar o débito. Por sua vez, o 
Réu mencionou que a Autora não se preocupasse e que aguardaria o pagamento das 
parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi transmitida pelo vendedor, ora Réu, 
à compradora Autora por mensagem de texto. 
 Ocorre que, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, quando a Autora 
conseguiu um empréstimo com um amigo para quitar as parcelas, ela não conseguiu 
encontrar o Réu nos endereços onde comumente dava-se a quitação das prestações, 
quais sejam, a residência ou o local de trabalho do Réu, ambos localizados na cidade de 
São Paulo. 
 Além disso, a Autora soube, no mesmo dia em que não encontrou o Réu, que estava 
impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor, ora Réu, teria 
incluído o nome da Autora no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da 
ausência de pagamento das últimas parcelas. 
 Em razão dessa situação, objetando ver-se livre da restrição, através da quitação do 
seu débito, a Autora efetuou o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do 
vencimento da última parcela, em uma agência bancária de estabelecimento oficial na 
cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, o credor, ora Réu, recusou-o, no quinto dia 
após a ciência, de forma imotivada, mediante carta endereçada ao estabelecimento 
bancário. 
 Do exposto, não restou outra alternativa à Autora se não a de ingressar com a presente 
ação de consignação em pagamento. 
III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
1. DO CABIMENTO DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: 
 A ação de consignação em pagamento, conforme preceitua o artigo 539, caput do 
Código de Processo Civil, tem cabimento nos casos previstos em lei, em que o devedor 
poderá requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia devida, como no 
caso, o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), em que a Autora Priscila pretende quitar o 
valor do carro adquirido com o Réu Wagner. 
 As situações que autorizam o pagamento em consignação estão disciplinadas no 
 
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25 
artigo 335 do Código Civil. Considerando que a Autora não obteve êxito nas tentativas de 
efetuar o pagamento nos endereços onde comumente dava-se a quitação das prestações, 
a residência ou o local de trabalho de Wagner, os incisos I e III do referido artigo autorizam 
o pagamento em consignação, pois desconhece a Autora se o réu mudou-se para lugar 
incerto, conforme inciso III, ou está impossibilitado de receber o pagamento ou recusando-
se, conforme inciso I, do mesmo artigo. 
 Evidenciada a presença de razão que autoriza a consignação, conforme artigo 335 do 
Código Civil. Ademais, apesar de a Autora ter realizado o depósito da quantia devida em 
agência bancária de estabelecimento oficial no local do pagamento, o credor, ora Réu, 
recusou de forma imotivada, o que também é hipótese legal de cabimento da ação de 
consignação em pagamento, na forma do inciso I do artigo 335 do Código Civil. 
2. DA DILAÇÃO DO PRAZO PARA PAGAMENTO: 
 A Autora, ao perceber que não conseguiria pagar as duas últimas parcelas, em razão 
de ter sido dispensada de seu emprego, entrou em contato com o Réu, informando a 
situação. O réu, nessa oportunidade e através de mensagem de texto, consensualmente, 
prorrogou a data de vencimento de ambas as parcelas para a data do vencimento da 
última parcela. Essadilação configura o chamado prazo de favor. 
 Dessa forma, ao efetuar o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do 
vencimento da última parcela, a Autora efetuou o pagamento na data de vencimento 
acordado entre as partes, não incorrendo em mora. 
3. DO DEPÓSITO EXTRAJUDICIAL E NOTIFICAÇÃO DO CREDOR: 
 Verifica-se no caso, que a Autora realizou o depósito extrajudicial em estabelecimento 
bancário oficial no local de pagamento, ou seja, tratando-se de obrigação em dinheiro, 
depositou a quantia integral pendente de R$ 4.000,00 (quatro 
mil reais) em agência bancária em estabelecimento oficial na cidade de São Paulo, na 
data de vencimento da última parcela, consoante prevê o §1º do artigo 539 do Código de 
Processo Civil, que estabelece essa hipótese de depósito extrajudicial, bem como com 
previsão no artigo 334 do Código Civil. Isto é, tanto o artigo 539 do Código de Processo 
Civil, quanto o artigo 334 do Código civil, preconizam que extingue a 
 
 
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26 
 obrigação o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da quantia devida, como 
no caso, o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). 
 Por sua vez, também conforme o artigo 539, §1º do Código de Processo Civil, o Credor, 
ora Réu, foi cientificado por meio de carta com aviso de recebimento, e, ainda, consoante 
disposição do aludido artigo assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de 
recusa. 
 No entanto, depois de cientificado do depósito, o Credor, ora Réu, no quinto dia após 
a ciência, recusou de forma imotivada o depósito feito pela Autora, de forma expressa, 
mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário. 
IV - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA: 
 A postura do réu, ao registrar abusivamente o nome da autora nos Cadastros 
Restritivos de Crédito deve, também, ser avaliada pelo magistrado. E com urgência. 
 Perceba-se que o valor do débito já se encontra devidamente depositado; com tal 
depósito, a manutenção do nome da autora se torna abusiva. Nesse sentido, presente a 
probabilidade do direito (ou fumus boni juris), na forma do art. 300 do Código de Processo 
Civil. Na mesma linha, também demonstrado que a manutenção do nome da autora no 
cadastro restritivo está lhe acarretando danos, consistentes na dificuldade de conseguir 
emprego. 
 Ou seja, emerge aqui a urgência da decisão judicial, a fim de evitar sofra a autora mais 
prejuízos (o periculum in mora) – também fundamentado no art. 300 do Código de 
Processo Civil. 
 Presentes os requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil, impositiva emerja 
decisão judicial no sentido de deferir a tutela provisória de urgência antecipada, com a 
pretensão de excluir, retirar o nome da autora dos cadastros restritivos de crédito, já que 
a inclusão é abusiva e está acarretando prejuízos. 
V - DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer a Autora: 
a) O recebimento da presente ação de consignação em pagamento, pois tempestiva, 
ajuizada dentro do prazo legal de 01 mês a contar da recusa do Réu do depósito efetuado 
pela Autora em estabelecimento bancário oficial no local do pagamento; 
 
 
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b) A concessão da tutela provisória de urgência antecipada para o fim de determinar o 
Réu a retirar o nome da Autora do cadastro de inadimplentes em razão do depósito 
efetuado, com fundamento nos artigos 294 e 300 do Código de Processo Civil; 
c) A citação do Réu para levantar a quantia depositada ou contestar a ação, na forma do 
artigo 542, inciso II do Código de Processo Civil; 
d) A total procedência da ação, declarando extinta a obrigação de R$ 4.000,00 (quatro 
mil reais), na forma do artigo 546 do Código de Processo Civil, e, a confirmação da tutela 
provisória de urgência antecipada retirando de forma definitiva o nome da Autora dos 
cadastros de restrição do crédito; 
e) A condenação do Réu em custas e honorários de advogado, consoante artigos 82, 85 
e 546, ambos do Código de Processo Civil; 
f) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos; 
g) A juntada do comprovante de depósito e da recusa do Credor mediante 
correspondência enviada ao estabelecimento bancário oficial no local do pagamento, tal 
qual previsão dos artigos 542, I e 539, §3º do Código de Processo Civil e a juntada do 
comprovante do carro e contrato de compra e venda; 
h) A juntada do comprovante de recolhimento das custas iniciais, na forma do artigo 82 
do Código de Processo Civil. 
 
Valor da causa: Atribui-se à causa o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
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28 
Peça 04 | XXXI Exame 
 
Enunciado 
 
Carla, domiciliada em Porto Alegre, firmou, em sua cidade, com o Banco Só Descontos S/A, 
sediado no Rio de Janeiro, um contrato de empréstimo, de adesão, subscrito por duas 
testemunhas, com cláusula de eleição de foro também no Rio de Janeiro, por meio do qual 
obteve R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para pagar seus estudos na faculdade. O vencimento 
das parcelas do empréstimo ocorreria em 05/01/2018, 05/05/2018 e 05/09/2018. No primeiro 
vencimento, tudo correu conforme o programado, e Carla pagou o valor devido ao Banco Só 
Descontos S/A. Não obstante, na segunda data de vencimento, devido a dificuldades financeiras, 
Carla não conseguiu realizar o pagamento. O Banco Só Descontos S/A, então, notificou Carla, 
em junho de 2018, sobre o vencimento antecipado da dívida. Indicou, na referida notificação, 
que, considerando os encargos remuneratórios e moratórios e outras tarifas, o valor da dívida 
totalizava R$ 250.000,00, já descontada a parcela paga por Carla. Esta, assustada com o valor 
e sem condições financeiras, não realizou o pagamento da dívida. Em novembro de 2018, o 
Banco Só Descontos S/A ajuizou ação de execução em face de Carla, na Comarca do Rio de 
Janeiro, indicada no contrato de empréstimo como foro de eleição, distribuída para a 1ª Vara 
Cível e autuada sob o nº 0000-0000XXXX, pelo valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta 
mil reais), e indicou à penhora o único imóvel de Carla, no qual reside com seu marido, José. 
Houve decisão, determinando a citação de Carla e postergando a análise sobre o pedido de 
penhora e constrição de bens para momento futuro. Carla foi citada e o mandado cumprido foi 
juntado aos autos em 01/08/2019, uma quinta-feira. Carla procurou seu advogado a fim de 
analisar qual seria a melhor medida processual para, a um só tempo, afastar a penhora de seu 
único imóvel, em que reside com seu marido, questionar a tramitação da ação na Comarca do 
Rio de Janeiro, vez que tem domicílio em Porto Alegre, e questionar o valor do crédito, que, em 
sua visão, é excessivo. Relatou Carla que, embora reconheça a existência do contrato de 
empréstimo, não concorda com o valor indicado pelo Banco Só Descontos S/A, que incluiu no 
cálculo diversas tarifas não previstas no contrato, além de não terem aplicado na atualização 
monetária os parâmetros contratados, e sim taxas mais elevadas e abusivas, o que estaria claro 
na planilha de débito. Após consultar um contador, Carla constatou que a dívida seria equivalente 
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29 
a R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), valor muito inferior ao indicado pelo Banco Só 
Descontos S/A, e que seria comprovado mediante dilação probatória. Ainda quer impedir os atos 
de bloqueio de seus bens, de modo que pretende contratar seguro garantia para a referida 
execução. 
Na qualidade de advogado de Carla, elabore a peça processual cabível para a defesa dos 
interesses de sua cliente, indicando seus requisitos e fundamentos, assim como a data-
limite para o ajuizamento, nos termos da legislação vigente. Considere que não há feriados 
ou suspensão de expediente forense. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentosde Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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30 
Gabarito Comentado 
 
A peça processual cabível é a de embargos à execução (Art. 914 do CPC), que independe de 
penhora e deve ser dirigida ao Juízo em que tramita a execução, por dependência. 
O prazo é de 15 (quinze) dias úteis (Art. 915 e Art. 219, ambos do CPC), a partir da juntada aos 
autos do mandado cumprido. Considerando que na contagem dos prazos se exclui o dia do 
começo (Art. 224), verifica-se que o prazo se encerraria em 22/08/2019. 
Nos embargos, que devem ser apresentados, seguindo os requisitos do Art. 319 do CPC, Carla 
pode alegar: 
(i) incompetência do juízo da execução, invocando a aplicação do Código de Defesa do 
Consumidor, em razão da abusividade da cláusula de eleição de foro inserta em contrato de 
adesão (Art. 917, inciso V, do CPC c/c. o Art. 54 do CDC). 
(ii) impenhorabilidade de seu imóvel, que é bem de família, nos termos do Art. 917, inciso II, c/c. 
o Art. 833 do CPC e o Art. 1º da Lei nº 8.009/90; 
(iii) excesso de execução (Art. 917, § 2º, inciso I, do CPC), indicando o motivo do excesso, ou 
seja, cobrança de tarifas não previstas no contrato, e aplicação de atualização monetária fora 
dos parâmetros contratados, e taxas abusivas (Art. 6º, incisos IV e V e Art. 51, inciso IV, ambos 
do CDC), e apontando o valor devido (Art. 917, inciso III, § 3º, do CPC), qual seja, de R$ 
180.000,00. 
Deve pedir, portanto, o reconhecimento da incompetência do juízo e a remessa dos autos ao 
juízo de Porto Alegre, onde reside, a impenhorabilidade de seu imóvel, e, ainda, o excesso de 
execução, para que a execução prossiga apenas pela quantia de R$ 180.000,00. 
Considerando que Carla pretende contratar seguro garantia, deve-se formular pedido de 
concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução (Art. 919 c/c. o Art. 845 e o Art. 848, 
todos do CPC), indicando os requisitos da tutela provisória e apresentando o seguro-garantia. 
Por fim, o fechamento da peça. 
 
 
 
 
 
 
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31 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento e Tempestividade 
1. A peça deve ser encaminhada à 1ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro 
(0,10) 
0,00/0,10 
2. Distribuição por dependência à execução (0,10). 0,00/0,10 
3. Preâmbulo – nomes e qualificação: autor (0,10) e réu (0,10). 0,00/0,10/0,20 
4. Tempestividade: oferta em 15 dias (0,10), por força do Art. 915 do CPC (0,10). 0,00/0,10/0,20 
Fundamentos jurídicos 
5. Cabimento dos Embargos à Execução, na forma do Art. 914 do CPC (0,10). 0,00/0,10 
6. Alegar a incidência do CDC na relação de consumo (0,20) conforme Art. 2º, 
caput, ou Art. 3º, caput, do CDC (0,10). 
0,00/0,20/0,30 
7. Incompetência do juízo da execução (0,25) na forma do Art. 917, inciso V, do 
CPC (0,10). 
0,00/0,25/0,35 
8. Alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro inserta em contrato de 
adesão (0,15), na forma do Art. 54 do CDC (0,10). 
0,00/0,15/0,25 
9. Impenhorabilidade do bem de família (0,40), nos termos do Art. 832 do CPC, ou 
Art. 1º da Lei nº 8.009/90 (0,10). 
0,00/0,40/0,50 
10. Excesso de execução (0,25), na forma do Art. 917, caput, inciso III (0,10), bem 
como os motivos do excesso (0,15), na forma do Art. 917, § 2º, inciso I, do CPC 
(0,10). 
0,00/0,25/0,35/ 
0,40/0,50/0,60 
11. Indicação do valor devido (0,20). (Art. 917, § 3º, do CPC) (0,10). 0,00/0,20/0,30 
Pedidos 
12. Pedido de concessão de efeito suspensivo aos embargos, sujeito à 
apresentação de seguro garantia (0,20), haja vista a demonstração dos requisitos 
da tutela provisória (0,30), na forma do Art. 919, § 1º, do CPC (0,10). 
0,00/0,20/0,30/ 
0,40/0,50/0,60 
13. Pedido para que haja o reconhecimento da incompetência do juízo da Comarca 
do Rio de Janeiro (0,15) e a remessa dos autos ao juízo da Comarca de Porto 
Alegre (0,25). 
0,00/0,15/0,25/0,40 
14. Pedido de reconhecimento da impenhorabilidade de seu imóvel (0,30). 0,00/0,30 
15. Pedido de reconhecimento do excesso de execução no que ultrapassar a 
quantia de R$ 180.000,00 (0,30). 
0,00/0,30 
16. Pedido de produção de provas (0,10). 0,00/0,10 
17. Condenação do embargado ao pagamento de verbas de sucumbência (0,10). 0,00/0,10 
18. Valor da causa: equivalente ao valor controvertido, ou seja, R$ 170.000,00 
(0,10). 
0,00/0,10 
Fechamento 
19. Local, data, assinatura e inscrição OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
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Estrutura da Peça | Embargos à Execução 
 
 
 DOUTO JUIZ DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO 
 
Distribuição por dependência ao processo de execução número nº 0000-0000XXXX 
 
CARLA, nacionalidade..., estado civil...., profissão..., portador da cédula de 
identidade..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador 
constituído (procuração em anexo), vem, à presença de Vossa Excelência, com 
fundamento legal no artigo 914 e seguintes do Código de Processo Civil opor os 
presentes 
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
Em face da execução de título executivo extrajudicial ajuizada por BANCO SÓ 
DESCONTOS S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no Cadastro Nacional 
de Pessoa Jurídica..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., número..., 
Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito a seguir 
expostas: 
 
 I - DA TEMPESTIVIDADE: 
A Embargante fora citada por mandado e este foi cumprido e juntado aos 
autos em 01/08/2019. Considerando que na contagem dos prazos se exclui o dia 
do começo e inclui-se o dia do vencimento, na forma dos artigos 219 e 224, ambos 
do Código de Processo Civil, verifica-se que o prazo se encerraria na data de 
22/08/2019. 
Assim, os embargos à execução são tempestivos pois propostos dentro do 
prazo legal de 15 dias, na forma do artigo 915 do Código de Processo Civil. 
 
II - DOS FATOS: 
A Embargante, residente na cidade de Porto Alegre, celebrou com o 
Embargado, um contrato de empréstimo no valor de R$200.000,00 (duzentos mil 
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33 
reais), com cláusula de eleição de foro no Rio de Janeiro, apesar da Embargante 
residir em Porto Alegre-RS. As parcelas do empréstimo tinham vencimento previsto 
para o dia 05/01/2018, 05/05/2018 e 05/09/2018, respectivamente. No entanto, a 
Embargada conseguiu realizar apenas o pagamento da primeira parcela, em 
decorrência de dificuldades financeiras. Em face disso, o Embargado notificou a 
Embargante sobre o vencimento antecipado da dívida em junho de 2018 e 
comunicou que o valor atualizado da dívida totalizava R$250.000,00. 
O Embargado ajuizou ação de execução em face da Embargante em 
novembro de 2018, na Comarca do Rio de Janeiro, no valor de R$350.000,00 
(trezentos e cinquenta mil reais), e indicou à penhora o único imóvel da 
Embargante, onde ela reside com seu marido. Ocorre que, conforme documentos 
anexados aos autos, a Embargante realizou uma consulta com um contador, onde 
foi constatado que a dívida seria equivalente a R$180.000,00 (cento e oitenta mil 
reais), pois o Embargado incluiu no cálculo diversas dívidas que não estavam 
previstas no contrato, configurando, assim, taxas extremamente abusivas. 
Diante da vulnerabilidade econômica da Embargante, não resta outra 
alternativa à Embargante se não buscar a redução do valor executado, bem como 
a incompetência do juízo da execução e a aplicação de atualização monetária fora 
dos parâmetros contratados. 
 
III - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
a) Do cabimento dos embargos à execução: 
Verifica-se que no caso, os Embargos à Execução encontram fundamento legal 
no artigo 914 do Código de Processo Civil, umavez que a Embargante busca opor-
se à maneira como a execução foi proposta pelo Embargado, fundada no contrato 
de empréstimo realizado entre as partes. Ademais, deverá ser observada a 
incidência do Código de Defesa do Consumir, pois trata-se de uma relação de 
 consumo, nos termos do caput do artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor. 
 
b) Da incompetência do juízo da execução: 
 
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34 
 O Embargado incluiu uma cláusula de eleição de foro no Rio de Janeiro (cidade 
sede da empresa), inserida em contrato de adesão, apesar da Embargante residir 
na cidade de Porto Alegre – RS, razão pela qual resta configurado a abusividade 
da referida cláusula, conforme o artigo 917, inciso V do Código de Processo Civil 
c/c o artigo 54 do Código de Defesa do Consumidor. 
 
 c) Da impenhorabilidade do bem de família: 
 O Embargado indicou o único imóvel da família da Embargante a penhora, 
no entanto, é de saber notório que o bem de família é impenhorável, conforme o 
artigo 917, inciso II c/c o artigo 833 do Código de Processo Civil e o artigo 1º da Lei 
nº 8.009/90. 
 
 d) Do excesso de execução: 
 Conforme demonstrativos de cálculos realizado pelo contador contratado 
pela Embargante, verificou-se que o Embargado incluiu juros e taxas extremamente 
abusivas, tarifas que não estavam previstas no contrato, e aplicação de atualização 
monetária fora dos parâmetros contratados, a Embargante encontra respaldo legal 
no artigo 6º, incisos IV e V e artigo 51, inciso IV, ambos do Código de Defesa do 
Consumidor. Assim, é necessário a readequação dos valores que estão sendo 
executados, para que o débito seja revisto e acertado no valor de R$180.000,00 
(cento e oitenta mil reais), uma vez que o Embargado está pleiteando quantia 
superior à estabelecida no título, conforme o inciso I do §2º do artigo 917 do Código 
de Processo Civil. 
 
 Desse modo, requer, o reconhecimento da incompetência do juízo e a 
remessa dos autos ao juízo de Porto Alegre, onde reside, a impenhorabilidade de 
seu imóvel, e, ainda, o excesso de execução, nos moldes do inciso III do artigo 917 
 do Código de Processo Civil, para que a execução prossiga apenas na quantia de 
R$180.000,00 (cento e oitenta mil reais). 
 
 
 
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 IV - DO EFEITO SUSPENSIVO: 
 Trata-se de execução de título executivo extrajudicial onde o Embargado 
pleiteia o pagamento da quantia de R$350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais) 
por parte da Embargante. 
 Ocorre que, conforme documentos anexados aos autos, esta quantia é 
muito superior ao valor inicial do débito, além de estar atualizada considerando 
taxas, juros e tarifas abusivas que não foram previstas no momento de celebração 
do contrato. Motivo este que evidencia o risco que a Embargante está sofrendo, 
considerando que o seu único imóvel (bem de família) pode vir a ser penhorado a 
 qualquer momento, bem como seus valores bancários podem vir a ser bloqueados. 
 Em vista disso, a Embargante requer a contratação de seguro garantia, 
com fulcro no artigo 919 do Código de Processo Civil. 
 
 V - DOS PEDIDOS: 
 Diante do exposto, requer a Embargante: 
 a) O recebimento dos presentes embargos à execução com a distribuição por 
dependência à ação de execução de título executivo extrajudicial de número 0000-
0000XXXX; 
 b) A concessão do benefício da gratuidade da justiça, nos termos dos artigos 98 e 
99 do Código de Processo Civil; 
 c) A concessão do efeito suspensivo, sujeito à apresentação de seguro garantia, 
haja vista a demonstração dos requisitos da tutela provisória, na forma do artigo 
919, §1º do Código de Processo Civil; 
 d) A intimação do Exequente Embargado para que se manifeste no prazo legal de 
15 dias, conforme previsão do artigo 920, I do Código de Processo Civil; 
 e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos; 
 f) A total procedência dos presentes embargos à execução para o fim de 
reconhecer a incompetencia do juízo da Comarca do Rio de Janeiro, e a remessa 
dos autos ao juízo da Comarca de Porto Alegre, a impenhorabilidade de seu imóvel 
e o excesso de execução no que ultrapassar a quantia de R$180.000,00 (cento e 
 
 
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 oitenta mil reais); 
 g) A condenação do Embargado ao pagame em custas e honorários de 
sucumbência, na forma do artigo 85, §2º do Código de Processo Civil; 
 h) A juntada da cópia das peças processuais relevantes do processo de execução, 
conforme o art. 914, §1º do Código de Processo Civil. 
 
 Valor da causa: Dá à causa do valor de R$170.000,00 (cento e setenta mil reais). 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Peça 05 | XXV Exame (reap. POA) 
 
Enunciado 
 
Luísa dos Santos Bastos, nascida em 01/01/2010, domiciliada na cidade Alfa, é filha de Maria 
dos Santos e de Paulo Bastos. A avó paterna, Alice Bastos, goza de confortável situação 
patrimonial e mora na cidade Delta. Todos os demais avós faleceram antes de Luísa nascer. 
Maria dos Santos e Paulo Bastos se divorciaram em 04/07/2013, e ficou ajustado que o pai 
pagaria pensão alimentícia a Luísa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), o que fez até o dia 
da sua morte, em 25/08/2015. Paulo Bastos não deixou bens a partilhar, de modo que Luísa 
nada recebeu de herança. Sem condições de arcar sozinha com a manutenção e educação da 
filha, já que recebe apenas um salário-mínimo nacional de remuneração por mês – valor 
absolutamente insuficiente para arcar com as necessidades da menor –, Maria dos Santos 
procura você, como advogado(a), e pergunta o que pode ser feito em relação ao sustento da 
criança. 
Na qualidade de advogado(a) de Maria dos Santos, elabore a peça processual cabível para 
a tutela dos interesses da filha desta, que pretende haver R$ 1.500,00 (mil e quinhentos 
reais) a título de alimentos. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
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Gabarito Comentado 
 
Cuida-se de petição inicial de Ação de Alimentos, com pedido de fixação de alimentos 
provisórios, a ser ajuizada em face da avó paterna, Alice Bastos. 
O examinando deve identificar que o juízo competente é o juizo da comarca da cidade Alfa, nos 
termos do Art. 53, inciso II, do CPC/15. Ademais, na qualificação da parte autora, deve apontar 
que ela está, no ato, representada por sua mãe. 
Impõe-se seja requerida a gratuidade de justiça, com base nos artigos 98 e 99 do CPC/15 e no 
Art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei nº 5.478, já que a autora, menor que depende de pensionamento, não 
possui condições financeiras para suportar as custas processuais e honorários advocatícios da 
presente ação. 
Deve, ainda, discorrer sobre o histórico familiar, explicar a admissibilidade de fixação de 
alimentos avoengos, nos termos do Art. 1.698 do CC, e destacar a presença do binômio 
necessidade/possibilidade dos alimentos, bem com o caráter subsidiário da obrigação. 
Os pedidos devem ser formulados da seguinte forma: 
I) deferimento de gratuidade de justiça; 
II) fixação, em sede liminar, de alimentos provisórios no valor de R$ 1.500,00; 
III) procedência final do pedido com a condenação da ré no pagamento mensal de alimentos 
definitivos no valor de R$ 1.500,00; e 
IV) produção de todas as provas em direito admitidas, em especial de prova oral com oitiva de 
testemunhas, depoimento pessoal da ré e prova documental suplementar. 
O examinando deve dar à causa o valor de R$ 18.000,00 (12 vezes R$ 1.500,00), nos termos do 
Art. 292, inciso III, do CPC/15. 
Porfim, o fechamento da peça (local, data, assinatura e inscrição OAB). 
 
 
 
 
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Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
Ao juízo da comarca da cidade Alfa (0,10). 0,00/0,10 
Partes 
Autora: Luísa dos Santos Bastos e sua qualificação completa (0,10) representada 
no ato por sua mãe Maria dos Santos e sua qualificação completa (0,10); 
Ré: Alice Bastos e sua qualificação completa (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30 
 
Fundamentos da gratuidade de Justiça 
Sustentar o direito à gratuidade de justiça, já que a autora, menor que depende de 
pensionamento, não possui condições financeiras para suportar as custas 
processuais e honorários advocatícios da presente ação (0,20), com base nos 
artigos 98 e 99 do CPC/15 OU no Art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei nº 5.478 (0,10). 
0,00/0,20/0,30 
Fundamentação fática e jurídica/legal 
Explicar a necessidade da autora (0,30), já que sempre dependeu da pensão 
alimentícia do pai para seu sustento (0,30). 
0,00/0,30/0,60 
Argumentar que a mãe não tem condições de, sozinha, manter Luísa (0,40) 0,00/0,40 
Indicar a possibilidade dos alimentos pela avó paterna, que goza de confortável 
situação patrimonial (0,40). 
0,00/0,40 
 
Tratar da admissibilidade dos alimentos avoengos (0,70), previstos no Art. 1.698 
do CC (0,10). 
0,00/0,70/0,80 
 
Abordar o caráter subsidiário da obrigação (0,40). 0,00/0,40 
Indicar o cabimento da concessão de alimentos provisórios (0,50), na forma do Art. 
4º da Lei n. 5.478 (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
Formular corretamente os pedidos 
I) deferimento de gratuidade de justiça (0,10). 0,00/0,10 
II) fixação, em sede liminar, de alimentos provisórios no valor de R$ 1.500,00 
(0,20). 
0,00/0,20 
III) procedência final do pedido com a condenação da ré no pagamento mensal de 
alimentos definitivos no valor de R$ 1.500,00 (0,30). 
0,00/0,30 
 
IV) a produção de todas as provas em direito admitidas (0,10), em especial de 
prova oral com oitiva de testemunhas, depoimento pessoal da ré e prova 
documental suplementar (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
 
Dar à causa o valor de R$ 18.000,00 (12 vezes R$ 1.500,00) (0,20). 0,00/0,20 
Fechamento 
indicar local, data, assinatura e inscrição OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
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Estrutura da Peça | Ação de Alimentos 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVIL 
COMARCA DA CIDADE ALFA 
(Art. 53, inciso II, do CPC) 
 
 Luísa dos Santos Bastos, menor impúbere (nascida em 01/01/2020), 
representada por sua mãe Maria do Santos, (qualificação na forma do art. 319, II), 
ambas residentes e domiciliadas na cidade Alfa, vem, por seu procurador 
(instrumento do mandado incluso), com fundamento na Lei de Alimentos, oferecer a 
presente 
AÇÃO DE ALIMENTOS 
contra Alice Bastos, (qualificação na forma do art. 319, II), residente e domiciliada na 
cidade Delta, articulando os seguintes fatos e fundamentos: 
 
FATOS 
A autora é filha de Maria dos Santos e de Paulo Bastos. 
Os pais da demandante, Maria dos Santos e Paulo Bastos, se divorciaram em 
04/07/2020, ficando ajustado que o pai pagaria pensão alimentícia a autora no valor 
de R$ 2.000,00 (dois mil reais), o que fez até o dia da sua morte, em 25/12/2020. 
Ressalte-se que o pai da autora não deixou bens a partilhar, de modo que a 
demandante nada recebeu de herança. 
A avó paterna, Alice Bastos, goza de confortável situação patrimonial e mora na 
cidade Delta., sendo que todos os demais avós faleceram antes da autora nascer. 
Já a mãe da autora não tem condições de arcar sozinha com a manutenção e 
educação da filha, já que recebe apenas um salário-mínimo nacional de 
remuneração por mês – valor absolutamente insuficiente para arcar com as 
necessidades da menor. 
Diante da situação narrada, necessário emerja decisão judicial reconhecendo a 
obrigação alimentar avoenga. 
 Nesse sentido: 
 
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FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 Conforme referido, diante das circunstâncias familiares, necessita a autora que 
a ré contribua no seu sustento. 
 Nesse sentido, perfeitamente possível e admitido na legislação a fixação de 
alimentos avoengos, nos termos do Art. 1.698 do CC. 
 Recorde-se, ainda, a respeito da obrigação alimentar, está presente no caso em 
tela a NECESSIDADE da autora, bem como a POSSIBILIDADE da demandada. 
 Como se não bastasse, não existindo possiblidade do pai arcar com esta 
obrigação (pois falecido) e, da mesma forma, os demais avós também não terem 
condições (pois também falecidos), tem a demandada, ainda que subsidiariamente, 
a obrigação de sustento da neta. 
 
JUSTIÇA GRATUITA 
 Impõe-se seja deferida a gratuidade de justiça, com base nos artigos 98 e 99 do 
CPC, já que a autora, absolutamente incapaz, depende da obrigação alimentar para 
sobreviver, não possuindo condições financeiras para suportar as custas 
processuais e honorários advocatícios da presente ação. 
 
PEDIDOS 
1. O recebimento da petição inicial, com o deferimento do benefício da justiça 
gratuita; 
2. Seja, na forma da Lei de Alimentos, fixados alimentos provisórios no valor de R$ 
1.500,00; 
3. A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial de prova oral 
com oitiva de testemunhas, depoimento pessoal da ré e prova documental; 
4. Ao final, a total procedência da ação, com a condenação da ré no pagamento 
mensal de alimentos definitivos no valor de R$ 1.500,00. 
 
Valor da causa: R$ 18.000,00 (12 vezes R$ 1.500,00), nos termos do Art. 292, inciso 
III, do CPC. 
 
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Local..., data... 
Advogado...OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Peça 06 | XXVIII Exame 
 
Enunciado 
 
Julia dirigia seu veículo na Rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando sofreu uma batida, na 
qual também se envolveu o veículo de Marcos. O acidente lhe gerou danos materiais estimados 
em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), equivalentes ao conserto de seu automóvel. Marcos, por 
sua vez, também teve parte de seu carro destruído, gastando R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para 
o conserto. Diante do ocorrido, Julia pagou as custas pertinentes e ajuizou ação condenatória 
em face de Marcos, autuada sob o nº 11111111111 e distribuída para a 8ª Vara Cível da 
Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de obter indenização pelo valor 
equivalente ao conserto de seu automóvel, alegando que Marcos teria sido responsável pelo 
acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. Julia informou, em sua petição inicial, que 
não tinha interesse na designação de audiência de conciliação, inclusive porque já havia feito 
contato extrajudicial com Marcos, sem obter êxito nas negociações. Julia deu à causa o valor de 
R$ 1.000,00 (hum mil reais). Marcos recebeu a carta de citação do processo pelo correio, no 
qual fora dispensada a audiência inicial de conciliação, e procurou um advogado para representar 
seus interesses, dado que entende que a responsabilidade pelo acidente foi de Julia, que estava 
dirigindo embriagada, como atestou o boletim de ocorrência, e que ultrapassou o sinal vermelho. 
Entende que, no pior cenário, ambos concorreram para o acidente, porque, apesar de estar 5% 
acima do limite de velocidade, Julia teve maior responsabilidade, pelos motivos expostos. 
Aproveitando a oportunidade, Marcos pretende obter de Julia indenização em valor equivalente 
ao que dispendeu pelo conserto do veículo. Marcos não tem interesse na realização de 
conciliação. 
Na qualidade de advogado(a) de Marcos, elaborea peça processual cabível para defender 
seus interesses, indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da legislação 
vigente. Considere que o aviso de recebimento da carta de citação de Marcos foi juntado 
aos autos no dia 04/02/2019 (segunda-feira), e que não há feriados no mês de fevereiro. 
(Valor: 5,00) 
 
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Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
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Gabarito Comentado 
 
A peça processual cabível é uma contestação (Art. 335 do CPC), com reconvenção (Art. 343 do 
CPC), apresentada no prazo de 15 dias úteis (Art. 219 do CPC) a partir da juntada do AR relativo 
à carta de citação (Art. 335 e Art. 231, inciso I, ambos do CPC) ou seja, até 25/02/2019. 
O examinando deverá apresentar a contestação dirigida ao processo nº 11111111111, para a 8ª 
Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. 
Na contestação, deverá alegar, em preliminar, incorreção do valor da causa, que deve 
corresponder ao proveito econômico pretendido por Julia, nos termos do Art. 292, inciso V, do 
CPC (ou seja, R$ 40.000,00). 
No mérito da contestação, deverá indicar como os fatos ocorreram, defendendo a ausência de 
responsabilidade pelo acidente, porque não praticou ilícito (Art. 927 e Art. 186 do Código Civil), 
imputando à Julia a responsabilidade exclusiva pelo acidente. Subsidiariamente, deve defender 
a responsabilidade concorrente de Julia (Art. 945 do CC). 
Na reconvenção, deverá reiterar a responsabilidade de Julia, e demonstrar os prejuízos sofridos 
com o conserto de seu veículo, comprovando-o com notas fiscais e comprovantes de pagamento 
dos R$ 30.000,00, para comprovar a extensão do dano (Art. 944 do Código Civil). 
Ao final, deve requerer a improcedência do pedido de Julia, ou subsidiariamente, o 
reconhecimento de culpa concorrente, reduzindo-se o valor da indenização. Deve requerer 
também a procedência do pedido reconvencional. 
 
 
 
 
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Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. Petição endereçada à 8ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de 
Janeiro (0,10), indicando o número da ação de origem (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
 
Partes 
2. Nomes de Marcos (0,10) e Julia (0,10) e qualificação, ou indicação de que as 
partes já estão qualificadas. 
0,00/0,10/0,20 
 
Preliminar da contestação 
3. Alegar a incorreção do valor da causa (0,20), nos termos do Art. 337, III, do CPC 
(0,10). 
0,00/0,20/0,30 
 
4. Indicar que o valor da causa deve ser o proveito econômico pretendido (0,20), 
conforme o Art. 292, inciso V, do CPC (0,10) 
0,00/0,20/0,30 
Mérito da contestação/reconvenção 
5. Exposição dos fatos – explorar a dinâmica do acidente, indicando que Julia 
estava embriagada (0,10) e ultrapassou o sinal vermelho (0,10) 
0,00/0,10/0,20 
 
6. Defender a ausência de responsabilidade pelo acidente, porque não praticou 
ilícito (0,50), segundo o Art. 927 OU o Art. 186, ambos do Código Civil (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
 
7. Imputar a Julia a responsabilidade exclusiva pelo acidente (0,50). 0,00/0,50 
8. Subsidiariamente, deve defender a responsabilidade concorrente de Julia (0,50), 
segundo o Art. 945 do Código Civil (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
 
9. Na reconvenção, diante da responsabilidade de Julia, demonstrar os prejuízos 
sofridos com o conserto de seu veículo (0,50), nos termos do Art. 944 do Código 
Civil. (0,10) 
0,00/0,50/0,60 
Pedidos 
10. Requerer o acolhimento da preliminar (0,10) e a improcedência dos pedidos 
formulados por Julia (0,20) 
0,00/0,10/0,20/0,30 
11. Subsidiariamente, requerer a procedência parcial em razão da 
responsabilidade concorrente (0,20) 
0,00/0,20 
12. Requerer a procedência do pedido reconvencional, para condenação da 
autora-reconvinda ao pagamento da indenização no valor de R$30.000,00 (0,20) 
0,00/0,20 
 
13. Condenação em custas (0,10) e honorários advocatícios (0,10) OU condenação 
nos ônus da sucumbência (0,20) 
0,00/0,10/0,20 
Provas 
14. Juntada das notas fiscais e comprovantes de pagamento dos R$30.000,00 
(0,10) 
0,00/0,10 
15. Juntada do boletim de ocorrência (0,10) 0,00/0,10 
16. Protesto pela produção das provas em direito admitidas (0,10) 0,00/0,10 
Tempestividade 
17. Indicação de data dentro do prazo de 15 dias úteis a partir da juntada do AR 
relativo à carta de citação, ou seja, até 25/02/2019 (0,10) 
0,00/0,10 
Fechamento 
18. Indicação de valor da causa para a reconvenção (R$30.000,00) (0,10) 0,00/0,10 
19. Local, data (até 25/2/2019), assinatura do advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 
 
 
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Estrutura da Peça | Contestação com Reconvenção 
 
DOUTO JUÍZO DA 8ª VARA CIVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO 
 
Processo nº 11111111111 
 
MARCOS, nacionalidade..., estado civil..., profissão.... Bairro.... portador da Cédula 
de Identidade... CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., 
Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador constituído 
(procuração em anexo), vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento legal 
nos artigos 335 e 343, ambos do Código de Processo Civil apresentar 
CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO 
Nos autos da ação movida por JULIA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., 
portadora da Cédula de Identidade..., CPF.... endereço eletrônico..., residente e 
domiciliada na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP.... pelas razões a 
seguir expostas: 
 
I - DA TEMPESTIVIDADE: 
 
A presente contestação com reconvenção é tempestiva, eis que apresentada dentro 
do prazo legal de 15 dias, consoante dispõe o caput do artigo 335 do CPC, tendo 
como termo inicial a juntada do Aviso de Recebimento da carta de citação aos autos, 
como preceituam os artigos 335, inciso Ill e 231, inciso I, ambos do CPC, o que 
ocorreu no dia 04/02/2019 (segunda-feira). Assim sendo, considerando que 
computam-se somente os dias úteis, na forma do artigo 219 do CPC, excluindo o dia 
do início e incluindo o dia do vencimento, consoante artigo 224, caput também do 
CPC, a presente poderá ser apresentada até o dia 25/02/2019. 
 
II - SINTESE DA INICIAL: 
 
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A Autora Julia ingressou com a ação em face do Réu alegando que dirigia seu veículo 
na Rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando sofreu uma batida, na qual também 
se envolveu o veículo do contestante. 
Segundo a Autora, o referido acidente lhe gerou danos materiais estimados em R$ 
40.000,00 (quarenta mil reais), equivalentes ao conserto do seu automóvel. No 
entanto, apesar de postular a condenação do Réu ao pagamento de danos materiais 
no valor de R$ 40.000,00, a Autora atribuiu ao valor da causa apenas a quantia de 
R$ 1.000,00 (hum mil reais). 
Ademais, a pretensão da Autora não deve prevalecer, eis que a mesma estava 
dirigindo embriagada conforme atestou o boletim de ocorrência, sendo que ainda a 
Autora ultrapassou o sinal vermelho. Em razão disso, o Réu teve prejuízo no valor 
de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), pois também teve parte do seu carro destruído. 
 
III - DAS PRELIMINARES: 
a) Da incorreção do Valor da Causa: 
Verifica-se que no presente caso a preliminar de incorreção do valor da causa 
prevista no inciso III do artigo 337 do CPC, pois a Autora atribuiu à causa apenas o 
valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), sendo que o valor correto seria o de R$ 
40.000,00 (quarenta mil reais), pois é o proveito econômico pretendido pela Autora, 
consoante determina o inciso V do artigo 292 do CPC. 
 
IV - QUANTO AO MÉRITO: 
O fato gerador da presente ação foi um acidente de trânsito entre pessoas naturais, 
consequentemente, trata-se de responsabilidade

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