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Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
1 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
2 
 
2ª FASE OAB | CIVIL | 39º EXAME 
Treino de Peças 
Prof. Leonardo Fetter 
Prof.ª Tatiane Kipper 
 
 
 
Sumário 
Peça 01 | XX Exame (reap. Porto Velho) ............................................................. 4 
Peça 02 | XXVI Exame ......................................................................................12 
Peça 03 | XXX Exame .......................................................................................20 
Peça 04 | XXXI Exame ......................................................................................28 
Peça 05 | XXV Exame (reap. POA) ....................................................................37 
Peça 06 | XXVIII Exame ....................................................................................45 
Peça 07 | 35º Exame .........................................................................................54 
Peça 08 | XXIX Exame ......................................................................................63 
Peça 09 | XXVII Exame .....................................................................................72 
Peça 10 | XXXII Exame .....................................................................................79 
Peça 11 | XXII Exame .......................................................................................88 
Peça 12 | XXV Exame .......................................................................................97 
Peça 13 | XXXIV Exame .................................................................................. 106 
Peça 14 | 36º Exame ....................................................................................... 115 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, 
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em novembro de 2023. 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
3 
Olá! Boas-Vindas! 
 
Este material trata-se de um complemento fundamental aos seus 
estudos. Ele consta 14 peças de provas anteriores para você simular 
e avaliar os seus conhecimentos. 
Realize as peças utilizando apenas o Vade-mécum, como se no 
dia da prova fosse e claro, cronometre seu tempo para, desde já, ter 
gestão dele. 
Para elaboração da sua peça, sugerimos que utilize as folhas 
pautadas, padrão FGV; que serão as mesmas que terá no dia da 
prova. Quer acessá-las? Clique aqui ou consulte a pasta Materiais de 
Apoio, no EaD. 
Havendo dúvidas, envie seu questionamento no Pergunte ao 
Professor, para o responsável da matéria específica. 
Desejamos ótimos estudos e sucesso na identificação e 
elaboração de peças. 
Com carinho, 
Equipe Ceisc. ♥ 
https://ceisc.com.br/ceisc_arquivos/npbSFdwdrHf3z1L9LzWKzgsgUZbrI66Fv5qAfY5r.pdf/Folhas%20Pautadas%20Padr%C3%A3o%20FGV
Ceisc OAB 
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4 
Peça 01 | XX Exame (reap. Porto Velho) 
Enunciado 
 
Ulisses, domiciliado no Rio de Janeiro, solicitou empréstimo de R$ 35.000,00 de Tertuliano, 
também domiciliado no Rio de Janeiro. Tertuliano não titubeou em conceder o empréstimo, já 
que sabia que Ulisses estava empregado em renomada empresa hoteleira como gerente, 
possuindo conta corrente regular. Pactuaram que o valor seria devolvido no prazo de trinta dias. 
No último dia do prazo estipulado, Tertuliano notificou extrajudicialmente Ulisses para que este 
realizasse o pagamento. Contudo, devidamente notificado, Ulisses afirmou que não poderia 
efetuá-lo por não possuir os recursos necessários. Tertuliano sabe que Ulisses não possui 
quaisquer bens em seu nome e não possui recursos em sua conta corrente. 
Uma semana após a notificação, Tertuliano teve conhecimento de que, naquela mesma semana, 
Ulisses perdoou dívidas de R$ 36.000,00 de Marius, seu credor, que, em conluio com Ulisses, 
aceitou a remissão para fins de auxiliá-lo maliciosamente em seu intuito de esvaziar seu 
patrimônio e fugir ao compromisso assumido com Tertuliano. 
 
Na qualidade de advogado(a) de Tertuliano, redija a peça processual cabível, 
mencionando, ao final, a providência a ser requerida. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera 
citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
5 
Gabarito Comentado 
 
A peça cabível será uma Ação Pauliana, direcionada ao Juízo de uma das Varas Cíveis da 
Comarca do Rio de Janeiro (Art. 46 do CPC/15 c/c o Art. 259, inciso V, do CC). 
➢ Obs: Houve um equívoco por parte da FGV ao mencionar o Art. 259, inciso V, do CC, visto 
que ele não está previsto no Código Civil. 
O examinando deve destacar que se trata de hipótese de fraude contra credores com todos os 
seus requisitos, nos termos do Art. 159 do CC. 
A legitimidade ativa para a ação é de Tertuliano, posto que já era credor antes da remissão de 
dívida, nos termos do Art. 158, § 2º, do CC. 
A legitimidade passiva deve ser de Ulisses e Marius, já que ambos celebraram a estipulação 
considerada fraudulenta, nos termos do Art. 161 do CC, em litisconsórcio passivo necessário 
(Art. 114 do CPC/15). Caso contrário, o provimento jurisdicional se tornaria ineficaz, já que o 
processo como regra só faz coisa julgada entre as partes (Art. 506 do CPC/15) e o valor que se 
visa obter está em poder de Marius. 
Deve destacar ainda que o débito era pré-existente à remissão operada e que a fraude quando 
proveniente de remissão de dívida é presumida, pois resta inequivocamente caracterizada a má-
fé, não havendo que se falar em conluio fraudulento, tendo em vista o exposto no Art. 158, caput, 
do CC. 
Por fim, deve pugnar pela anulação do negócio celebrado, nos termos do Art. 171, inciso II, do 
CC. 
 
 
 
Ceisc OAB 
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6 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento ao juízo correto: 
Juízo de uma das Varas Cíveis da Comarca do Rio de Janeiro 0,00 / 0,10 
Identificação da ação (Ação Pauliana) 0,00 / 0,40 
Indicação correta dos polos ativo (Tertuliano) (0,10), nos termos do Art. 158, §2º, 
do CC (0,10) e passivo (Marius e Ulisses) (0,20), nos termos do Art. 161 do CC 
(0,10), com qualificação do polo ativo (0,10) e do polo passivo (0,20). 
0,00 / 0,10 / 0,20 / 0,30 / 
0,40 / 0,50 / 0,60 / 0,70 / 
0,80 
Indicação de litisconsórcio necessário (0,40), nos termos do Art. 114 do CPC 
(0,10). 
0,00 /0,40 / 0,50 
Fundamentação Jurídica Legal: 
1) Fraude contra credores (0,40), nos termos do Art. 159 do CC (0,10); 0,00 / 0,40 / 0,50 
2) Débito era pré-existente à remissão de dívidas, por isso pode ocorrer o pleito 
(0,40), nos termos do Art. 158, §2º, do CC (0,10). 
 
0,00/ 0,40 / 0,50 
3) Quando ocorre fraude proveniente de remissão de dívidas é presumida a máfé 
do devedor (0,40), sendo que, no caso, há conluio fraudulento entre Marius e 
Ulisses (0,30), nos termos do Art. 158 do CC (0,10) 
0,00 / 0,30 / 0,40 / 
0,50 / 0,70 
 
Formular corretamente os pedidos: 
a) Indicar a opção pela realização ou não da audiência de conciliação ou mediação 
(0,20). 
0,00 / 0,20 
b) anulação do negócio celebrado (0,30), nos termos do Art. 171, inciso II, do CC 
(0,10); 
0,00 / 0,30 / 0,40 
 
c) condenação em custas e honorários (0,10). 0,00 / 0,10 
Estruturar a peça corretamente: fatos/fundamentos/pedidos (0,50); 0,00 / 0,50 
Protesto pela produção de provas (0,10). 0,00 / 0,10 
Valor da causa (0,10). 0,00 / 0,10 
Fechamento da peça (indicar a inserção de data e assinatura) (0,10). 0,00 / 0,10 
 
 
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7 
Estrutura da Peça | Ação Pauliana 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVIL DA 
COMARCA DO RIO DE JANEIRO 
 (Art. 46 do CPC/15) 
 
TERTULIANO, (qualificaçãona forma do art. 319, II), vem, por seu procurador 
(instrumento do mandato incluso), propor a presente 
AÇÃO PAULIANA 
contra ULISSES, (qualificação na forma do art. 319, II), e MARIUS, (qualificação na 
forma do art. 319, II), expondo e requerendo: 
 
FATOS 
 O demandado Ulisses solicitou empréstimo de R$ 35.000,00 ao autor, o que 
prontamente foi atendido (até porque tinha conhecimento de que o réu estava 
empregado em renomada empresa hoteleira como gerente, possuindo conta 
corrente regular). 
Pactuaram que o valor seria devolvido no prazo de trinta dias. 
 No último dia do prazo estipulado, o autor notificou extrajudicialmente o réu 
Ulisses para que este realizasse o pagamento. 
 Contudo, devidamente notificado, o réu Ulisses afirmou que não poderia efetuar 
o pagamento, pois não possuía os recursos necessários. 
 O autor soube que o réu Ulisses não tinha quaisquer bens em seu nome e não 
possuía recursos em sua conta corrente. 
 Todavia, uma semana após a notificação, o autor teve conhecimento de que, 
naquela mesma semana, o réu Ulisses perdoou dívidas no valor de R$ 36.000,00 do 
co-réu Marius, seu credor, o qual, em conluio com o demandado Ulisses, aceitou a 
remissão para fins de auxiliá-lo maliciosamente em seu intuito de esvaziar seu 
patrimônio e fugir ao compromisso assumido com o autor. 
 Diante dessa situação, emerge para o autor a possibilidade da presente ação, de 
forma a ver reconhecidos os pedidos ao final articulados. 
 
Ceisc OAB 
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8 
FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 Trata-se, o caso em tela, de fraude contra credores com todos os seus requisitos, 
nos termos do Art. 159 do CC. 
 O autor, o qual já era credor antes da remissão de dívida, emerge como parte 
legítima para propositura da ação nos termos do Art. 158, §2º, do CC. 
 Por outro lado, dúvidas também não podem emergir quanto a legitimidade 
passiva de Ulisses e Marius – note-se: Ambos celebraram a estipulação fraudulenta, 
nos termos do Art. 161 do CC, aparecendo, então, o litisconsórcio passivo necessário 
(Art. 114 do CPC). 
 E tal litisconsórcio é evidentemente necessário pois, pensando diferente, o 
provimento jurisdicional se tornaria ineficaz, já que o processo como regra só faz 
coisa julgada entre as partes (Art. 506 do CPC) e o valor que se visa obter está em 
poder de Marius. 
 Importante referir, também, que o débito era pré-existente à remissão operada e 
que a fraude quando proveniente de remissão de dívida é presumida, pois resta 
inequivocamente caracterizada a má-fé, não havendo que se falar em conluio 
fraudulento, tendo em vista o exposto no Art. 158, caput, do CC. 
 Diante do exposto, emerge necessária, justa e legal a anulação do negócio 
celebrado entre os réus, nos termos do Art. 171, inciso II, do CC. 
 
PEDIDOS 
Requer o autor: 
1. O recebimento da inicial (acompanhada do respectivo pagamento das custas 
processuais); 
2. Informa o autor que tem interesse na realização da audiência prevista no art. 334 
do CPC; 
3. Pede a produção de toda a prova em direito admitida; 
4. Quanto ao mérito, pede a total procedência da ação, reconhecendo o magistrado 
a fraude contra credores e anulando o negócio jurídico entabulado pelos réus, nos 
termos do Art. 171, inciso II, do CC. 
 
Ceisc OAB 
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9 
5. Por fim, pede a condenação dos réus ao pagamento das custas processuais (art. 
82, parágrafo segundo do CPC), bem como aos honorários advocatícios (art. 85, 
parágrafo segundo do CPC). 
 
PEDE DEFERIMENTO. 
Valor da causa: R$ 35.000,00 
Local..., data... 
Advogado...OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ceisc OAB 
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Peça 02 | XXVI Exame 
Enunciado 
 
Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, residindo no imóvel 
há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes 
de iniciar obras no imóvel, Aline precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de 
Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava gravemente doente, com previsão de 
retornar dois meses depois a São Paulo. Aline comentou a viagem com vários vizinhos, dentre 
os quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que “olhassem” o imóvel no período. 
Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que nele 
ingressaram para fixar moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo. No período, 
João Paulo e Nice danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a 
cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou graves infiltrações no 
imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Além disso, os ocupantes 
vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo 
estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 dias após tomar 
ciência do ocorrido, procura você, como advogado. 
Na qualidade de advogado(a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a permitir 
a retomada do imóvel e a composição dos danos sofridos no bem. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
Ceisc OAB 
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13 
Gabarito Comentado 
 
A peça processual cabível na espécie é uma Petição Inicial. Considerando que ocorreu esbulho 
possessório, na forma do Art. 1.210 do CC, deve ser proposta Ação de Reintegração de Posse. 
Como o esbulho ocorreu há menos de ano e dia da propositura da demanda (Art. 558 do CPC), 
pois Aline tomou conhecimento do esbulho dentro deste prazo, deve ser requerida a adoção do 
procedimento previsto no Art. 560 e seguintes do CPC. 
A peça deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo, considerando a 
competência absoluta do foro de situação do imóvel para a ação possessória imobiliária (Art. 47, 
§ 2º, do CPC). 
No mérito, deve ser afirmada a existência de esbulho possessório, bem como a caracterização 
da posse de João Paulo e Nice como posse de má-fé, nos termos do Art. 1.201 do CC, 
considerando sua clandestinidade. Também deve ser demonstrada a extensão dos danos 
sofridos no imóvel. 
Deve ser formulado requerimento de concessão de liminar em ação possessória, na forma do 
Art. 562 do CPC, eis que preenchidos os requisitos do Art. 561 do CPC. 
Deve ser requerida, além da reintegração de posse, a condenação dos réus ao pagamento de 
indenização por perdas e danos e pelos frutos colhidos, na forma do Art. 1.216 e do Art. 1.218, 
ambos do CC, considerando a caracterização da posse como posse de má-fé. Tal cumulação 
objetiva é possível com fulcro no Art. 555, caput, incisos I e II, do CPC/15. 
Quanto às provas, deve ser requerida a produção de prova testemunhal, a fim de demonstrar a 
clandestinidade da posse. Da mesma forma, deve ser requerida a produção de prova pericial, 
para comprovação da ocorrência dos danos sofridos no imóvel, e em razão da coleta e alienação 
dos frutos naturais do imóvel. 
O valor da causa deve corresponder a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos do Art. 
292, inciso VI, do CPC. 
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB. 
 
 
 
 
Ceisc OAB 
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14 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. A petição deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo 
(0,10). 
0,00/0,10 
Nome e qualificação das partes: autora Aline (0,10); réusJoão Paulo e Nice (0,10) 0,00/0,10/0,20 
Cabimento da ação possessória 
2. Indicar que é uma ação de reintegração de posse (0,30), com base no Art. 560 
do CPC OU no Art. 1210 do CC (0,10). 
0,00/0,30/0,40 
3. Adoção do procedimento especial para a tutela da posse, pois o esbulho ocorreu 
há menos de ano e dia (0,30), segundo o artigo 558 do CPC (0,10), 
0,00/0,30/0,40 
Fundamentação Jurídica/Legal 
4. Afirmação de esbulho possessório OU perda da posse OU que Aline era 
possuidora do bem anteriormente (0,40), cumprindo-se o disposto no Art. 561 do 
CPC (0,10). 
0,00/0,40/0,50 
5. Direito à reintegração na posse (0,20) em razão da posse de má-fé dos réus 
(0,40), nos termos do Art. 1201 do CC (0,10) OU injusta (0,40), nos termos do Art. 
1200 do CC (0,10). 
0,00/0,20/0,40/0,50/ 
0,60/0,70 
 
6. Direito à indenização pela ocorrência dos danos ao imóvel e sua indicação 
(0,30), na forma do Art. 1218 do CC (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
7. Direito à indenização pela perda dos frutos (0,30), por força do Art. 1216 do CC 
(0,10). 
0,00/0,30/0,40 
8. Direito à reintegração provisória liminar na posse (0,40), com base no Art. 562 
do CPC (0,10). 
0,00/0,40/0,50 
Formular corretamente os pedidos: 
9. Pedido de concessão de liminar em ação possessória, determinando a 
reintegração provisória de Aline na posse do imóvel (0,30). 
0,00/0,30 
 
10. Pedido de produção de prova testemunhal (0,10). 0,00/0,10 
11. Pedido de produção de prova pericial (0,10). 0,00/0,10 
12. Pedido de reintegração definitiva na posse do imóvel (0,30). 0,00/0,30 
13. Pedido de condenação dos réus ao pagamento de indenização de R$ 6.000,00 
em razão dos danos materiais ocasionados ao telhado do imóvel (0,20). 
0,00/0,20 
 
14. Pedido de condenação dos réus ao pagamento de indenização de 
R$19.000,00, pelos frutos colhidos e percebidos (0,20). 
0,00/0,20 
15. Dar à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) (0,10). 0,00/0,10 
Fechamento 
16. Local, data, assinatura e OAB (0,10) 0,00/0,10 
 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
15 
Estrutura da Peça | Ação de Reintegração de Posse 
 
DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO 
 
 
 ALINE..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de 
identidade número..., inscrita no CPF número..., com endereço eletrônico..., residente 
e domiciliada na Rua..., número..., Bairro..., Cidade de São Paulo, Estado..., CEP..., 
por intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo), OAB..., 
endereço eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., número..., Bairro...., 
Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem à presença de Vossa 
Excelência, com fundamento no artigo 560 do Código de Processo Civil e art. 1.210 
do Código Civil, propor pelo procedimento especial, a presente 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO LIMINAR, em face de 
JOÃO PAULO..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de 
identidade número..., inscrito no CPF número.., com endereço eletrônico..., residente 
e domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade de São Paulo, Estado..., CEP..., 
e NICE, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de identidade 
número..., inscrita no CPF número..., com endereço eletrônico..., residente e 
domiciliada na Rua..., número..., Bairro..., Cidade de São Paulo, Estado..., CEP..., 
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
I - DOS FATOS: 
 A autora é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, 
local onde reside há cerca de 05 anos em um terreno constituído por acessão e por 
um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, a Autora precisou fazer 
uma viagem de emergência com previsão de duração de dois meses para o interior 
de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava gravemente doente. 
 A viagem foi comunicada a vários vizinhos da Autora, dentre os quais os Réus e, 
também, Marcos e Alexandre, solicitando que olhassem o imóvel durante o período 
da viagem. Contudo, ao retornar de viagem, a Autora encontrou o imóvel ocupado 
pelos Réus João Paulo e Nice, que nele ingressaram para fixar moradia acreditando 
 
Ceisc OAB 
Ebook Treino de Peças 
 
16 
 
que a Autora não retornaria a São Paulo. 
 Ocorre, Excelência, que a permanência dos Réus na residência da Autora 
causaram prejuízos no montante de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), advindos 
do fato de os Réus terem danificado o telhado da casa da Autora ao instalarem uma 
antena pirata de televisão, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, 
provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano no valor de R$ 6.000,00 
(seis mil reais) e, ainda, os Réus vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de 
laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil 
reais). 
 Diante de tudo o que foi exposto, a Autora deve ser reintegrada na posse do imóvel 
e indenizada pelos prejuízos sofridos, conforme exposto a seguir. 
II - DO CABIMENTO DA AÇÃO POSSESSÓRIA 
 A ação de reintegração de posse é cabível quando ocorrido o esbulho possessório, 
neste caso, evidenciado pela perda da posse do imóvel da Autora diante da ocupação 
de seus vizinhos enquanto a Autora realizava uma viagem de emergência para auxiliar 
sua mãe que padece de uma doença grave. 
 O artigo 1.210 do Código Civil prevê que o possuidor tem direito de ser restituído 
em posse em caso de esbulho e, por sua vez, o artigo 560 do Código de Processo 
Civil prevê que o possuidor tem direito de ser reintegrado na posse em caso de 
esbulho. Portanto, adequada a propositura da presente demanda. 
III - DA ADOÇÃO DO PROCEDIMENTO ESPECIAL 
 Conforme se verifica dos fatos, a perda da posse ocorreu há no máximo 2 meses, 
período em que a Autora esteve em viagem, tendo o esbulho ocorrido nesse prazo, 
estando caracterizada, desta forma, a ação por força nova. 
 Assim sendo, tendo em vista que a presente demanda foi proposta dentro de ano 
e dia da data do esbulho, pois Aline tomou conhecimento do esbulho dentro deste 
prazo, requer a adoção do procedimento especial previsto nos artigos 560 e seguintes 
do Código de Processo Civil, consoante previsão do art. 558 do Código de Processo 
Civil. 
 
 
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17 
IV - FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
a) COMPROVAÇÃO DA POSSE E DO ESBULHO POSSESSÓRIO 
 Conforme narrado anteriormente, a Autora é proprietária de um imóvel onde 
reside há cerca de cinco anos. Devido ao estado de saúde de sua genitora, precisou 
realizar uma viagem de emergência com duração prevista de dois meses para o 
estado de Minas Gerais, comunicando o fato aos seus vizinhos e requerendo, 
inclusive, que esses olhassem o imóvel durante o período da viagem. 
 Contudo, ao retornar de sua viagem, a Autora deparou-se com seu imóvel ocupado 
pelos vizinhos João Paulo e Nice, ora Réus, que acreditando que a Autora não 
retornaria de sua viagem, resolveram ocupar indevidamente o imóvel com intuito de 
fixar moradia. 
 Destaca-se que a ocupação do imóvel pelos Réus foi totalmente de má-fé visto que 
tinham ciência da viagem emergencial da Autora e da data de seu retorno, de modo 
que ocuparam o imóvel de forma injusta, caracterizado pela clandestinidade, na forma 
dos artigos 1.200 e 1.201 do Código Civil. A Clandestinidade justamente ocorreu pelo 
fato dos Réus ingressarem de forma escondida no imóvel, sem autorização da Autora. 
 Assim, resta demonstrado os requisitos previstos no artigo 561 do Código de 
Processo Civil, quais sejam: a posse da autora; o esbulho praticado pelo réu; a data 
do esbulho; perda da posse da autora. 
b) DO DIREITO À REINTEGRAÇÃO DA POSSE: 
 Deste modo, comprovado a posse anterior da Autora bem como o esbulho 
possessório, requer a reintegração da autora na posse do imóvel. 
 Isso, porque,o artigo 1.210 do Código Civil estabelece que é direito do possuidor 
a reintegração da posse quando houver esbulho caracterizado pela posse injusta ou 
de má-fé como se deu no caso dos Réus, consoante previsto nos artigos 1.200 e 1.201 
do Código Civil, uma vez que obtida mediante clandestinidade. 
c) DO DIREITO A INDENIZAÇÃO PELOS DANOS AO IMÓVEL: 
 Além de ser reintegrada, a Autora faz jus à indenização pelos danos que os Réus 
causaram no imóvel. Isso, porque, no período em que os Réus permaneceram 
no imóvel fizeram a instalação de uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que, 
 
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18 
devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou infiltrações no imóvel, 
gerando um dano à Autora no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais). 
 Tendo em vista a posse de má-fé dos ocupantes, esses devem responder pela 
deterioração do imóvel, ainda que acidentais, na forma do artigo 1.218 do Código Civil. 
d) DO DIREITO À INDENIZAÇÃO PELA PERDA DOS FRUTOS: 
 A Autora faz jus também à indenização pela perda dos frutos. Ou seja, os Réus vêm 
colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um 
prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove) mil reais. 
 Assim sendo, conforme preconiza o artigo 1.216 do Código Civil, a Autora faz jus à 
indenização pelos frutos colhidos pelos Réus, visto que o possuidor de má-fé 
responde por todos os frutos colhidos e percebidos. 
 Diante disso, requer a condenação dos demandados ao pagamento do total de 
R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais) a título de indenização pelos danos causados. 
Verifica-se que a cumulação da reintegração de posse com indenização pelos danos 
e pelos frutos é cumulativa, consoante previsão do artigo 555, incisos I e II do Código 
de Processo Civil. 
V - DA LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE 
 Com a comprovação da posse anterior da Autora e do esbulho possessório sem 
oitiva dos Réus a fim de possibilitar que a Autora seja reintegrada na posse do imóvel, 
na forma do art. 562 do Código de Processo Civil, eis que o esbulho se deu menos de 
ano e dia da propositura da presente ação. 
VI - DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer a Autora: 
a) O recebimento da presente ação de reintegração de posse pelo procedimento 
especial; 
b) A concessão de liminar em ação possessória, na forma do artigo 562 do CPC, 
determinando a reintegração provisória da autora na posse do imóvel, eis que o 
esbulho se deu menos de ano e dia; 
 c) A total procedência da ação, com a reintegração definitiva da Autora na posse do 
imóvel, confirmando-se a liminar concedida, na forma do artigo 562 do CPC; 
 
 
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d) A total procedência da ação para condenar ainda os Réus ao pagamento de 
indenização no valor de R$ 6.000,00 em razão dos danos materiais cumulado com a 
condenação na indenização no valor de R$ 19.000,00 pelos frutos colhidos e percebidos 
(ambos na forma do art. 555, I e II do CPC); 
e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas, em especial a prova 
testemunhal e pericial, na forma do art. 319, VI, do CPC; 
e) Requer a concessão do benefício da justiça gratuita a autora, na forma do art. 98 e 
99 do Código de Processo Civil; 
f) Condenação dos Requeridos nas custas processuais e honorários advocatícios, 
consoante previsão do art. 85 do Código de Processo Civil. 
 
Valor da causa: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). 
 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
Local..., Data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
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20 
Peça 03 | XXX Exame 
 
Enunciado 
 
Priscila comprou um carro de Wagner por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para tanto Priscila 
pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante dividido em nove 
parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. As parcelas foram pagas 
regularmente até a sétima, quando Priscila, por ter sido dispensada de seu emprego, não 
conseguiu arcar com o valor das duas prestações restantes. Priscila entrou em contato com 
Wagner, diretamente, explicando a situação e informando que iria tentar conseguir o valor 
restante para quitar o débito, tendo Wagner mencionado que a mesma não se preocupasse e 
que aguardaria o pagamento das parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi 
transmitida pelo vendedor à compradora por mensagem de texto. Apesar disso, cinco dias antes 
do vencimento da nona parcela, quando Priscila conseguiu um empréstimo com um amigo para 
quitar as parcelas, ela não conseguiu encontrar Wagner nos endereços onde comumente dava-
se a quitação das prestações, a residência ou o local de trabalho de Wagner, ambos na cidade 
de São Paulo. Priscila soube, no mesmo dia em que não encontrou Wagner, que estava 
impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor incluíra seu nome no 
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da ausência de pagamento das últimas 
parcelas. Esperando ver-se livre da restrição, quitando seu débito, Priscila efetuou o depósito de 
R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela, em uma agência bancária 
de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, Wagner, no quinto 
dia após a ciência, recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento 
bancário. 
Como advogado(a) de Priscila, redija a medida processual mais adequada para que a 
compradora obtenha a quitação do seu débito e tenha, de imediato, retirado seu nome do 
cadastro do SPC. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
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21 
Gabarito Comentado 
 
Priscila deverá ajuizar uma ação de consignação em pagamento, conforme o Art. 539 e seguintes 
do CPC. 
A petição inicial deverá obedecer aos requisitos gerais do Art. 319 do CPC, sendo dirigida a uma 
das Varas Cíveis da Comarca de São Paulo, de acordo com o Art. 540 do CPC, indicando, no 
polo ativo, Priscila, e, no polo passivo, Wagner, com a qualificação completa de ambas as partes. 
Deve ser arguida a tempestividade da presente ação, proposta dentro do prazo de um mês da 
recusa de recebimento do valor depositado, conforme Art. 539, § 3º, do CPC. 
O examinando deve mencionar que a inviabilidade do pagamento das duas parcelas decorreu 
da impossibilidade de localização do réu, no mesmo modus operandi que foi utilizado para a 
realização de todos os pagamentos desde o início. 
Em seguida, deve o examinando ressaltar o prazo de favor obtido por Priscila, que efetuou o 
pagamento integral das parcelas remanescentes na data acordada com Wagner. 
Deve o examinando informar que a autora realizou o depósito bancário, em instituição oficial, 
tendo o réu além de recusado o pagamento, inserido o nome da autora nos cadastros restritivos 
de crédito, o que a impossibilitou de conseguir um novo emprego. 
Deve ser requerida a antecipação dos efeitos da tutela para exclusão do nome de Priscila dos 
cadastros restritivos de crédito, eis que o valor do débito já se encontra depositado, bem como a 
negativação está impedindo que Priscila consiga um novo emprego, estando presentes o fumus 
boni iuris e o periculum in mora. 
Nos pedidos, deverá o examinando requerer a citação do réu para levantar o depósito ou 
contestar, conforme Art. 542, inciso II, do CPC, e a confirmação da quitação do débito, uma vez 
que o valor já se encontra depositado, com a consequente extinção da obrigação e a confirmação 
da tutela antecipada. 
Deve ser mencionada a juntada dos seguintes documentos: contrato de compra e venda, 
documento do veículo, comprovante do depósito e manifestação por escrito da recusa de 
recebimento do valor depositado assinadapor Wagner. 
O valor da causa será de R$ 4.000,00, considerando que faltam duas prestações de R$ 2.000,00 
cada. 
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB. 
 
 
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22 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. Vara Cível de São Paulo (0,10) 0,00/0,10 
2. Nome e qualificação das partes: Priscila (autora) (0,10) e Wagner (réu) (0,10) 0,00/0,10/0,20 
Tempestividade 
3. A ação foi ajuizada dentro do prazo de um mês da recusa do levantamento do 
depósito pelo réu (0,20), conforme o Art. 539, § 3º, do CPC (0,10) 
0,00/0,20/0,30 
Fundamentos de mérito 
4. Cabimento da consignação em pagamento em razão da impossibilidade de 
realizar o pagamento (0,40), de acordo com o Art. 539, caput, do CPC (0,10) E Art. 
335, inciso I OU inciso III, do CC (0,10) 
0,00/0,40/0,50/0,60 
 
5. A caracterização do prazo de favor (0,40) 0,00/0,40 
6. O depósito bancário do valor integral restante em instituição oficial (0,35), no 
vencimento da última parcela (0,15), de acordo com o Art. 539, § 1º, do CPC OU 
Art. 334 do CC (0,10). 
0,00/0,35/0,45/0,50/0,60 
 
7. A notificação do credor (0,20) e a recusa imotivada do réu em levantar o depósito 
(0,30) 
0,00/0,20/0,30/0,50 
Fundamentos da tutela antecipada 
8. Fumus boni iuris consistente na ilegalidade da inclusão do nome da autora em 
cadastro restritivo de crédito (0,30) 
0,00/0,30 
9. Periculum in mora consistente na dificuldade de a autora conseguir emprego 
(0,30) 
0,00/0,30 
 
Pedidos 
10. Concessão da tutela antecipada para a exclusão do nome da autora dos 
cadastros restritivos de crédito (0,20) 
0,00/0,20 
11. Citação do réu para levantar o depósito ou contestar a ação (0,20) 0,00/0,20 
12. Confirmação da tutela concedida (0,20) 0,00/0,20 
13. Extinção da obrigação (0,30), de acordo com o Art. 546 do CPC (0,10). 0,00/0,30/0,40 
14. Condenação em custas (0,10) e honorários advocatícios (0,10) OU ônus da 
sucumbência (0,20) 
0,00/0,10/0,20 
15. Indicação do Valor da Causa: R$ 4.000,00 (0,20) 0,00/0,20 
16. Juntada dos documentos (0,10) e protesto pela produção de outras provas 
(0,10) 
0,00/0,10/0,20 
Fechamento 
17. Local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
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Estrutura da Peça | Ação de Consignação em Pagamento 
 
DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO 
 
 
PRISCILA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de 
Identidade número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador 
constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com escritório 
profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe 
intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência com fundamento 
legal nos artigos 335, I e III do Código Civil e 539 e seguintes do Código de Processo 
Civil, ajuizar a presente 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, em face de 
WAGNER, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade 
número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., número..., 
Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
I - DA TEMPESTIVIDADE: 
 A presente ação é tempestiva, pois ajuizada dentro do prazo legal de 01 mês a contar 
da recusa do recebimento do valor depositado, conforme o artigo 539, §3º do Código de 
Processo Civil, haja vista ter a Autora devedora depositado a quantia de R$ 4.000,00 
(quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela em uma agência bancária de 
estabelecimento oficial na Cidade de São Paulo, mas o Credor, ora Réu, recusou de 
forma imotivada no quinto dia após a ciência. 
II - DOS FATOS: 
 A Autora adquiriu do Réu um carro por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para tanto, 
a Autora pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante 
dividido em nove parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. 
Ocorre, que as parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando a Autora em 
razão de ter sido dispensada de seu emprego, não conseguiu arcar com o valor das duas 
prestações restantes. 
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 Diante disso, a Autora entrou em contato com o Réu, explicando a situação e 
informando que iria tentar conseguir o valor restante para quitar o débito. Por sua vez, o 
Réu mencionou que a Autora não se preocupasse e que aguardaria o pagamento das 
parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi transmitida pelo vendedor, ora Réu, 
à compradora Autora por mensagem de texto. 
 Ocorre que, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, quando a Autora 
conseguiu um empréstimo com um amigo para quitar as parcelas, ela não conseguiu 
encontrar o Réu nos endereços onde comumente dava-se a quitação das prestações, 
quais sejam, a residência ou o local de trabalho do Réu, ambos localizados na cidade de 
São Paulo. 
 Além disso, a Autora soube, no mesmo dia em que não encontrou o Réu, que estava 
impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor, ora Réu, teria 
incluído o nome da Autora no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da 
ausência de pagamento das últimas parcelas. 
 Em razão dessa situação, objetando ver-se livre da restrição, através da quitação do 
seu débito, a Autora efetuou o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do 
vencimento da última parcela, em uma agência bancária de estabelecimento oficial na 
cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, o credor, ora Réu, recusou-o, no quinto dia 
após a ciência, de forma imotivada, mediante carta endereçada ao estabelecimento 
bancário. 
 Do exposto, não restou outra alternativa à Autora se não a de ingressar com a presente 
ação de consignação em pagamento. 
III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
1. DO CABIMENTO DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: 
 A ação de consignação em pagamento, conforme preceitua o artigo 539, caput do 
Código de Processo Civil, tem cabimento nos casos previstos em lei, em que o devedor 
poderá requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia devida, como no 
caso, o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), em que a Autora Priscila pretende quitar o 
valor do carro adquirido com o Réu Wagner. 
 As situações que autorizam o pagamento em consignação estão disciplinadas no 
 
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25 
artigo 335 do Código Civil. Considerando que a Autora não obteve êxito nas tentativas de 
efetuar o pagamento nos endereços onde comumente dava-se a quitação das prestações, 
a residência ou o local de trabalho de Wagner, os incisos I e III do referido artigo autorizam 
o pagamento em consignação, pois desconhece a Autora se o réu mudou-se para lugar 
incerto, conforme inciso III, ou está impossibilitado de receber o pagamento ou recusando-
se, conforme inciso I, do mesmo artigo. 
 Evidenciada a presença de razão que autoriza a consignação, conforme artigo 335 do 
Código Civil. Ademais, apesar de a Autora ter realizado o depósito da quantia devida em 
agência bancária de estabelecimento oficial no local do pagamento, o credor, ora Réu, 
recusou de forma imotivada, o que também é hipótese legal de cabimento da ação de 
consignação em pagamento, na forma do inciso I do artigo 335 do Código Civil. 
2. DA DILAÇÃO DO PRAZO PARA PAGAMENTO: 
 A Autora, ao perceber que não conseguiria pagar as duas últimas parcelas, em razão 
de ter sido dispensada de seu emprego, entrou em contato com o Réu, informando a 
situação. O réu, nessa oportunidade e através de mensagem de texto, consensualmente, 
prorrogou a data de vencimento de ambas as parcelas para a data do vencimento da 
última parcela. Essadilação configura o chamado prazo de favor. 
 Dessa forma, ao efetuar o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do 
vencimento da última parcela, a Autora efetuou o pagamento na data de vencimento 
acordado entre as partes, não incorrendo em mora. 
3. DO DEPÓSITO EXTRAJUDICIAL E NOTIFICAÇÃO DO CREDOR: 
 Verifica-se no caso, que a Autora realizou o depósito extrajudicial em estabelecimento 
bancário oficial no local de pagamento, ou seja, tratando-se de obrigação em dinheiro, 
depositou a quantia integral pendente de R$ 4.000,00 (quatro 
mil reais) em agência bancária em estabelecimento oficial na cidade de São Paulo, na 
data de vencimento da última parcela, consoante prevê o §1º do artigo 539 do Código de 
Processo Civil, que estabelece essa hipótese de depósito extrajudicial, bem como com 
previsão no artigo 334 do Código Civil. Isto é, tanto o artigo 539 do Código de Processo 
Civil, quanto o artigo 334 do Código civil, preconizam que extingue a 
 
 
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26 
 obrigação o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da quantia devida, como 
no caso, o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). 
 Por sua vez, também conforme o artigo 539, §1º do Código de Processo Civil, o Credor, 
ora Réu, foi cientificado por meio de carta com aviso de recebimento, e, ainda, consoante 
disposição do aludido artigo assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de 
recusa. 
 No entanto, depois de cientificado do depósito, o Credor, ora Réu, no quinto dia após 
a ciência, recusou de forma imotivada o depósito feito pela Autora, de forma expressa, 
mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário. 
IV - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA: 
 A postura do réu, ao registrar abusivamente o nome da autora nos Cadastros 
Restritivos de Crédito deve, também, ser avaliada pelo magistrado. E com urgência. 
 Perceba-se que o valor do débito já se encontra devidamente depositado; com tal 
depósito, a manutenção do nome da autora se torna abusiva. Nesse sentido, presente a 
probabilidade do direito (ou fumus boni juris), na forma do art. 300 do Código de Processo 
Civil. Na mesma linha, também demonstrado que a manutenção do nome da autora no 
cadastro restritivo está lhe acarretando danos, consistentes na dificuldade de conseguir 
emprego. 
 Ou seja, emerge aqui a urgência da decisão judicial, a fim de evitar sofra a autora mais 
prejuízos (o periculum in mora) – também fundamentado no art. 300 do Código de 
Processo Civil. 
 Presentes os requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil, impositiva emerja 
decisão judicial no sentido de deferir a tutela provisória de urgência antecipada, com a 
pretensão de excluir, retirar o nome da autora dos cadastros restritivos de crédito, já que 
a inclusão é abusiva e está acarretando prejuízos. 
V - DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer a Autora: 
a) O recebimento da presente ação de consignação em pagamento, pois tempestiva, 
ajuizada dentro do prazo legal de 01 mês a contar da recusa do Réu do depósito efetuado 
pela Autora em estabelecimento bancário oficial no local do pagamento; 
 
 
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b) A concessão da tutela provisória de urgência antecipada para o fim de determinar o 
Réu a retirar o nome da Autora do cadastro de inadimplentes em razão do depósito 
efetuado, com fundamento nos artigos 294 e 300 do Código de Processo Civil; 
c) A citação do Réu para levantar a quantia depositada ou contestar a ação, na forma do 
artigo 542, inciso II do Código de Processo Civil; 
d) A total procedência da ação, declarando extinta a obrigação de R$ 4.000,00 (quatro 
mil reais), na forma do artigo 546 do Código de Processo Civil, e, a confirmação da tutela 
provisória de urgência antecipada retirando de forma definitiva o nome da Autora dos 
cadastros de restrição do crédito; 
e) A condenação do Réu em custas e honorários de advogado, consoante artigos 82, 85 
e 546, ambos do Código de Processo Civil; 
f) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos; 
g) A juntada do comprovante de depósito e da recusa do Credor mediante 
correspondência enviada ao estabelecimento bancário oficial no local do pagamento, tal 
qual previsão dos artigos 542, I e 539, §3º do Código de Processo Civil e a juntada do 
comprovante do carro e contrato de compra e venda; 
h) A juntada do comprovante de recolhimento das custas iniciais, na forma do artigo 82 
do Código de Processo Civil. 
 
Valor da causa: Atribui-se à causa o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
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28 
Peça 04 | XXXI Exame 
 
Enunciado 
 
Carla, domiciliada em Porto Alegre, firmou, em sua cidade, com o Banco Só Descontos S/A, 
sediado no Rio de Janeiro, um contrato de empréstimo, de adesão, subscrito por duas 
testemunhas, com cláusula de eleição de foro também no Rio de Janeiro, por meio do qual 
obteve R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para pagar seus estudos na faculdade. O vencimento 
das parcelas do empréstimo ocorreria em 05/01/2018, 05/05/2018 e 05/09/2018. No primeiro 
vencimento, tudo correu conforme o programado, e Carla pagou o valor devido ao Banco Só 
Descontos S/A. Não obstante, na segunda data de vencimento, devido a dificuldades financeiras, 
Carla não conseguiu realizar o pagamento. O Banco Só Descontos S/A, então, notificou Carla, 
em junho de 2018, sobre o vencimento antecipado da dívida. Indicou, na referida notificação, 
que, considerando os encargos remuneratórios e moratórios e outras tarifas, o valor da dívida 
totalizava R$ 250.000,00, já descontada a parcela paga por Carla. Esta, assustada com o valor 
e sem condições financeiras, não realizou o pagamento da dívida. Em novembro de 2018, o 
Banco Só Descontos S/A ajuizou ação de execução em face de Carla, na Comarca do Rio de 
Janeiro, indicada no contrato de empréstimo como foro de eleição, distribuída para a 1ª Vara 
Cível e autuada sob o nº 0000-0000XXXX, pelo valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta 
mil reais), e indicou à penhora o único imóvel de Carla, no qual reside com seu marido, José. 
Houve decisão, determinando a citação de Carla e postergando a análise sobre o pedido de 
penhora e constrição de bens para momento futuro. Carla foi citada e o mandado cumprido foi 
juntado aos autos em 01/08/2019, uma quinta-feira. Carla procurou seu advogado a fim de 
analisar qual seria a melhor medida processual para, a um só tempo, afastar a penhora de seu 
único imóvel, em que reside com seu marido, questionar a tramitação da ação na Comarca do 
Rio de Janeiro, vez que tem domicílio em Porto Alegre, e questionar o valor do crédito, que, em 
sua visão, é excessivo. Relatou Carla que, embora reconheça a existência do contrato de 
empréstimo, não concorda com o valor indicado pelo Banco Só Descontos S/A, que incluiu no 
cálculo diversas tarifas não previstas no contrato, além de não terem aplicado na atualização 
monetária os parâmetros contratados, e sim taxas mais elevadas e abusivas, o que estaria claro 
na planilha de débito. Após consultar um contador, Carla constatou que a dívida seria equivalente 
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29 
a R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), valor muito inferior ao indicado pelo Banco Só 
Descontos S/A, e que seria comprovado mediante dilação probatória. Ainda quer impedir os atos 
de bloqueio de seus bens, de modo que pretende contratar seguro garantia para a referida 
execução. 
Na qualidade de advogado de Carla, elabore a peça processual cabível para a defesa dos 
interesses de sua cliente, indicando seus requisitos e fundamentos, assim como a data-
limite para o ajuizamento, nos termos da legislação vigente. Considere que não há feriados 
ou suspensão de expediente forense. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentosde Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gabarito Comentado 
 
A peça processual cabível é a de embargos à execução (Art. 914 do CPC), que independe de 
penhora e deve ser dirigida ao Juízo em que tramita a execução, por dependência. 
O prazo é de 15 (quinze) dias úteis (Art. 915 e Art. 219, ambos do CPC), a partir da juntada aos 
autos do mandado cumprido. Considerando que na contagem dos prazos se exclui o dia do 
começo (Art. 224), verifica-se que o prazo se encerraria em 22/08/2019. 
Nos embargos, que devem ser apresentados, seguindo os requisitos do Art. 319 do CPC, Carla 
pode alegar: 
(i) incompetência do juízo da execução, invocando a aplicação do Código de Defesa do 
Consumidor, em razão da abusividade da cláusula de eleição de foro inserta em contrato de 
adesão (Art. 917, inciso V, do CPC c/c. o Art. 54 do CDC). 
(ii) impenhorabilidade de seu imóvel, que é bem de família, nos termos do Art. 917, inciso II, c/c. 
o Art. 833 do CPC e o Art. 1º da Lei nº 8.009/90; 
(iii) excesso de execução (Art. 917, § 2º, inciso I, do CPC), indicando o motivo do excesso, ou 
seja, cobrança de tarifas não previstas no contrato, e aplicação de atualização monetária fora 
dos parâmetros contratados, e taxas abusivas (Art. 6º, incisos IV e V e Art. 51, inciso IV, ambos 
do CDC), e apontando o valor devido (Art. 917, inciso III, § 3º, do CPC), qual seja, de R$ 
180.000,00. 
Deve pedir, portanto, o reconhecimento da incompetência do juízo e a remessa dos autos ao 
juízo de Porto Alegre, onde reside, a impenhorabilidade de seu imóvel, e, ainda, o excesso de 
execução, para que a execução prossiga apenas pela quantia de R$ 180.000,00. 
Considerando que Carla pretende contratar seguro garantia, deve-se formular pedido de 
concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução (Art. 919 c/c. o Art. 845 e o Art. 848, 
todos do CPC), indicando os requisitos da tutela provisória e apresentando o seguro-garantia. 
Por fim, o fechamento da peça. 
 
 
 
 
 
 
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Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento e Tempestividade 
1. A peça deve ser encaminhada à 1ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro 
(0,10) 
0,00/0,10 
2. Distribuição por dependência à execução (0,10). 0,00/0,10 
3. Preâmbulo – nomes e qualificação: autor (0,10) e réu (0,10). 0,00/0,10/0,20 
4. Tempestividade: oferta em 15 dias (0,10), por força do Art. 915 do CPC (0,10). 0,00/0,10/0,20 
Fundamentos jurídicos 
5. Cabimento dos Embargos à Execução, na forma do Art. 914 do CPC (0,10). 0,00/0,10 
6. Alegar a incidência do CDC na relação de consumo (0,20) conforme Art. 2º, 
caput, ou Art. 3º, caput, do CDC (0,10). 
0,00/0,20/0,30 
7. Incompetência do juízo da execução (0,25) na forma do Art. 917, inciso V, do 
CPC (0,10). 
0,00/0,25/0,35 
8. Alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro inserta em contrato de 
adesão (0,15), na forma do Art. 54 do CDC (0,10). 
0,00/0,15/0,25 
9. Impenhorabilidade do bem de família (0,40), nos termos do Art. 832 do CPC, ou 
Art. 1º da Lei nº 8.009/90 (0,10). 
0,00/0,40/0,50 
10. Excesso de execução (0,25), na forma do Art. 917, caput, inciso III (0,10), bem 
como os motivos do excesso (0,15), na forma do Art. 917, § 2º, inciso I, do CPC 
(0,10). 
0,00/0,25/0,35/ 
0,40/0,50/0,60 
11. Indicação do valor devido (0,20). (Art. 917, § 3º, do CPC) (0,10). 0,00/0,20/0,30 
Pedidos 
12. Pedido de concessão de efeito suspensivo aos embargos, sujeito à 
apresentação de seguro garantia (0,20), haja vista a demonstração dos requisitos 
da tutela provisória (0,30), na forma do Art. 919, § 1º, do CPC (0,10). 
0,00/0,20/0,30/ 
0,40/0,50/0,60 
13. Pedido para que haja o reconhecimento da incompetência do juízo da Comarca 
do Rio de Janeiro (0,15) e a remessa dos autos ao juízo da Comarca de Porto 
Alegre (0,25). 
0,00/0,15/0,25/0,40 
14. Pedido de reconhecimento da impenhorabilidade de seu imóvel (0,30). 0,00/0,30 
15. Pedido de reconhecimento do excesso de execução no que ultrapassar a 
quantia de R$ 180.000,00 (0,30). 
0,00/0,30 
16. Pedido de produção de provas (0,10). 0,00/0,10 
17. Condenação do embargado ao pagamento de verbas de sucumbência (0,10). 0,00/0,10 
18. Valor da causa: equivalente ao valor controvertido, ou seja, R$ 170.000,00 
(0,10). 
0,00/0,10 
Fechamento 
19. Local, data, assinatura e inscrição OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
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Estrutura da Peça | Embargos à Execução 
 
 
 DOUTO JUIZ DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO 
 
Distribuição por dependência ao processo de execução número nº 0000-0000XXXX 
 
CARLA, nacionalidade..., estado civil...., profissão..., portador da cédula de 
identidade..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador 
constituído (procuração em anexo), vem, à presença de Vossa Excelência, com 
fundamento legal no artigo 914 e seguintes do Código de Processo Civil opor os 
presentes 
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
Em face da execução de título executivo extrajudicial ajuizada por BANCO SÓ 
DESCONTOS S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no Cadastro Nacional 
de Pessoa Jurídica..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., número..., 
Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito a seguir 
expostas: 
 
 I - DA TEMPESTIVIDADE: 
A Embargante fora citada por mandado e este foi cumprido e juntado aos 
autos em 01/08/2019. Considerando que na contagem dos prazos se exclui o dia 
do começo e inclui-se o dia do vencimento, na forma dos artigos 219 e 224, ambos 
do Código de Processo Civil, verifica-se que o prazo se encerraria na data de 
22/08/2019. 
Assim, os embargos à execução são tempestivos pois propostos dentro do 
prazo legal de 15 dias, na forma do artigo 915 do Código de Processo Civil. 
 
II - DOS FATOS: 
A Embargante, residente na cidade de Porto Alegre, celebrou com o 
Embargado, um contrato de empréstimo no valor de R$200.000,00 (duzentos mil 
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reais), com cláusula de eleição de foro no Rio de Janeiro, apesar da Embargante 
residir em Porto Alegre-RS. As parcelas do empréstimo tinham vencimento previsto 
para o dia 05/01/2018, 05/05/2018 e 05/09/2018, respectivamente. No entanto, a 
Embargada conseguiu realizar apenas o pagamento da primeira parcela, em 
decorrência de dificuldades financeiras. Em face disso, o Embargado notificou a 
Embargante sobre o vencimento antecipado da dívida em junho de 2018 e 
comunicou que o valor atualizado da dívida totalizava R$250.000,00. 
O Embargado ajuizou ação de execução em face da Embargante em 
novembro de 2018, na Comarca do Rio de Janeiro, no valor de R$350.000,00 
(trezentos e cinquenta mil reais), e indicou à penhora o único imóvel da 
Embargante, onde ela reside com seu marido. Ocorre que, conforme documentos 
anexados aos autos, a Embargante realizou uma consulta com um contador, onde 
foi constatado que a dívida seria equivalente a R$180.000,00 (cento e oitenta mil 
reais), pois o Embargado incluiu no cálculo diversas dívidas que não estavam 
previstas no contrato, configurando, assim, taxas extremamente abusivas. 
Diante da vulnerabilidade econômica da Embargante, não resta outra 
alternativa à Embargante se não buscar a redução do valor executado, bem como 
a incompetência do juízo da execução e a aplicação de atualização monetária fora 
dos parâmetros contratados. 
 
III - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
a) Do cabimento dos embargos à execução: 
Verifica-se que no caso, os Embargos à Execução encontram fundamento legal 
no artigo 914 do Código de Processo Civil, umavez que a Embargante busca opor-
se à maneira como a execução foi proposta pelo Embargado, fundada no contrato 
de empréstimo realizado entre as partes. Ademais, deverá ser observada a 
incidência do Código de Defesa do Consumir, pois trata-se de uma relação de 
 consumo, nos termos do caput do artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor. 
 
b) Da incompetência do juízo da execução: 
 
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 O Embargado incluiu uma cláusula de eleição de foro no Rio de Janeiro (cidade 
sede da empresa), inserida em contrato de adesão, apesar da Embargante residir 
na cidade de Porto Alegre – RS, razão pela qual resta configurado a abusividade 
da referida cláusula, conforme o artigo 917, inciso V do Código de Processo Civil 
c/c o artigo 54 do Código de Defesa do Consumidor. 
 
 c) Da impenhorabilidade do bem de família: 
 O Embargado indicou o único imóvel da família da Embargante a penhora, 
no entanto, é de saber notório que o bem de família é impenhorável, conforme o 
artigo 917, inciso II c/c o artigo 833 do Código de Processo Civil e o artigo 1º da Lei 
nº 8.009/90. 
 
 d) Do excesso de execução: 
 Conforme demonstrativos de cálculos realizado pelo contador contratado 
pela Embargante, verificou-se que o Embargado incluiu juros e taxas extremamente 
abusivas, tarifas que não estavam previstas no contrato, e aplicação de atualização 
monetária fora dos parâmetros contratados, a Embargante encontra respaldo legal 
no artigo 6º, incisos IV e V e artigo 51, inciso IV, ambos do Código de Defesa do 
Consumidor. Assim, é necessário a readequação dos valores que estão sendo 
executados, para que o débito seja revisto e acertado no valor de R$180.000,00 
(cento e oitenta mil reais), uma vez que o Embargado está pleiteando quantia 
superior à estabelecida no título, conforme o inciso I do §2º do artigo 917 do Código 
de Processo Civil. 
 
 Desse modo, requer, o reconhecimento da incompetência do juízo e a 
remessa dos autos ao juízo de Porto Alegre, onde reside, a impenhorabilidade de 
seu imóvel, e, ainda, o excesso de execução, nos moldes do inciso III do artigo 917 
 do Código de Processo Civil, para que a execução prossiga apenas na quantia de 
R$180.000,00 (cento e oitenta mil reais). 
 
 
 
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 IV - DO EFEITO SUSPENSIVO: 
 Trata-se de execução de título executivo extrajudicial onde o Embargado 
pleiteia o pagamento da quantia de R$350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais) 
por parte da Embargante. 
 Ocorre que, conforme documentos anexados aos autos, esta quantia é 
muito superior ao valor inicial do débito, além de estar atualizada considerando 
taxas, juros e tarifas abusivas que não foram previstas no momento de celebração 
do contrato. Motivo este que evidencia o risco que a Embargante está sofrendo, 
considerando que o seu único imóvel (bem de família) pode vir a ser penhorado a 
 qualquer momento, bem como seus valores bancários podem vir a ser bloqueados. 
 Em vista disso, a Embargante requer a contratação de seguro garantia, 
com fulcro no artigo 919 do Código de Processo Civil. 
 
 V - DOS PEDIDOS: 
 Diante do exposto, requer a Embargante: 
 a) O recebimento dos presentes embargos à execução com a distribuição por 
dependência à ação de execução de título executivo extrajudicial de número 0000-
0000XXXX; 
 b) A concessão do benefício da gratuidade da justiça, nos termos dos artigos 98 e 
99 do Código de Processo Civil; 
 c) A concessão do efeito suspensivo, sujeito à apresentação de seguro garantia, 
haja vista a demonstração dos requisitos da tutela provisória, na forma do artigo 
919, §1º do Código de Processo Civil; 
 d) A intimação do Exequente Embargado para que se manifeste no prazo legal de 
15 dias, conforme previsão do artigo 920, I do Código de Processo Civil; 
 e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos; 
 f) A total procedência dos presentes embargos à execução para o fim de 
reconhecer a incompetencia do juízo da Comarca do Rio de Janeiro, e a remessa 
dos autos ao juízo da Comarca de Porto Alegre, a impenhorabilidade de seu imóvel 
e o excesso de execução no que ultrapassar a quantia de R$180.000,00 (cento e 
 
 
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 oitenta mil reais); 
 g) A condenação do Embargado ao pagame em custas e honorários de 
sucumbência, na forma do artigo 85, §2º do Código de Processo Civil; 
 h) A juntada da cópia das peças processuais relevantes do processo de execução, 
conforme o art. 914, §1º do Código de Processo Civil. 
 
 Valor da causa: Dá à causa do valor de R$170.000,00 (cento e setenta mil reais). 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Peça 05 | XXV Exame (reap. POA) 
 
Enunciado 
 
Luísa dos Santos Bastos, nascida em 01/01/2010, domiciliada na cidade Alfa, é filha de Maria 
dos Santos e de Paulo Bastos. A avó paterna, Alice Bastos, goza de confortável situação 
patrimonial e mora na cidade Delta. Todos os demais avós faleceram antes de Luísa nascer. 
Maria dos Santos e Paulo Bastos se divorciaram em 04/07/2013, e ficou ajustado que o pai 
pagaria pensão alimentícia a Luísa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), o que fez até o dia 
da sua morte, em 25/08/2015. Paulo Bastos não deixou bens a partilhar, de modo que Luísa 
nada recebeu de herança. Sem condições de arcar sozinha com a manutenção e educação da 
filha, já que recebe apenas um salário-mínimo nacional de remuneração por mês – valor 
absolutamente insuficiente para arcar com as necessidades da menor –, Maria dos Santos 
procura você, como advogado(a), e pergunta o que pode ser feito em relação ao sustento da 
criança. 
Na qualidade de advogado(a) de Maria dos Santos, elabore a peça processual cabível para 
a tutela dos interesses da filha desta, que pretende haver R$ 1.500,00 (mil e quinhentos 
reais) a título de alimentos. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
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Gabarito Comentado 
 
Cuida-se de petição inicial de Ação de Alimentos, com pedido de fixação de alimentos 
provisórios, a ser ajuizada em face da avó paterna, Alice Bastos. 
O examinando deve identificar que o juízo competente é o juizo da comarca da cidade Alfa, nos 
termos do Art. 53, inciso II, do CPC/15. Ademais, na qualificação da parte autora, deve apontar 
que ela está, no ato, representada por sua mãe. 
Impõe-se seja requerida a gratuidade de justiça, com base nos artigos 98 e 99 do CPC/15 e no 
Art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei nº 5.478, já que a autora, menor que depende de pensionamento, não 
possui condições financeiras para suportar as custas processuais e honorários advocatícios da 
presente ação. 
Deve, ainda, discorrer sobre o histórico familiar, explicar a admissibilidade de fixação de 
alimentos avoengos, nos termos do Art. 1.698 do CC, e destacar a presença do binômio 
necessidade/possibilidade dos alimentos, bem com o caráter subsidiário da obrigação. 
Os pedidos devem ser formulados da seguinte forma: 
I) deferimento de gratuidade de justiça; 
II) fixação, em sede liminar, de alimentos provisórios no valor de R$ 1.500,00; 
III) procedência final do pedido com a condenação da ré no pagamento mensal de alimentos 
definitivos no valor de R$ 1.500,00; e 
IV) produção de todas as provas em direito admitidas, em especial de prova oral com oitiva de 
testemunhas, depoimento pessoal da ré e prova documental suplementar. 
O examinando deve dar à causa o valor de R$ 18.000,00 (12 vezes R$ 1.500,00), nos termos do 
Art. 292, inciso III, do CPC/15. 
Porfim, o fechamento da peça (local, data, assinatura e inscrição OAB). 
 
 
 
 
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Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
Ao juízo da comarca da cidade Alfa (0,10). 0,00/0,10 
Partes 
Autora: Luísa dos Santos Bastos e sua qualificação completa (0,10) representada 
no ato por sua mãe Maria dos Santos e sua qualificação completa (0,10); 
Ré: Alice Bastos e sua qualificação completa (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30 
 
Fundamentos da gratuidade de Justiça 
Sustentar o direito à gratuidade de justiça, já que a autora, menor que depende de 
pensionamento, não possui condições financeiras para suportar as custas 
processuais e honorários advocatícios da presente ação (0,20), com base nos 
artigos 98 e 99 do CPC/15 OU no Art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei nº 5.478 (0,10). 
0,00/0,20/0,30 
Fundamentação fática e jurídica/legal 
Explicar a necessidade da autora (0,30), já que sempre dependeu da pensão 
alimentícia do pai para seu sustento (0,30). 
0,00/0,30/0,60 
Argumentar que a mãe não tem condições de, sozinha, manter Luísa (0,40) 0,00/0,40 
Indicar a possibilidade dos alimentos pela avó paterna, que goza de confortável 
situação patrimonial (0,40). 
0,00/0,40 
 
Tratar da admissibilidade dos alimentos avoengos (0,70), previstos no Art. 1.698 
do CC (0,10). 
0,00/0,70/0,80 
 
Abordar o caráter subsidiário da obrigação (0,40). 0,00/0,40 
Indicar o cabimento da concessão de alimentos provisórios (0,50), na forma do Art. 
4º da Lei n. 5.478 (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
Formular corretamente os pedidos 
I) deferimento de gratuidade de justiça (0,10). 0,00/0,10 
II) fixação, em sede liminar, de alimentos provisórios no valor de R$ 1.500,00 
(0,20). 
0,00/0,20 
III) procedência final do pedido com a condenação da ré no pagamento mensal de 
alimentos definitivos no valor de R$ 1.500,00 (0,30). 
0,00/0,30 
 
IV) a produção de todas as provas em direito admitidas (0,10), em especial de 
prova oral com oitiva de testemunhas, depoimento pessoal da ré e prova 
documental suplementar (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
 
Dar à causa o valor de R$ 18.000,00 (12 vezes R$ 1.500,00) (0,20). 0,00/0,20 
Fechamento 
indicar local, data, assinatura e inscrição OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
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Estrutura da Peça | Ação de Alimentos 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVIL 
COMARCA DA CIDADE ALFA 
(Art. 53, inciso II, do CPC) 
 
 Luísa dos Santos Bastos, menor impúbere (nascida em 01/01/2020), 
representada por sua mãe Maria do Santos, (qualificação na forma do art. 319, II), 
ambas residentes e domiciliadas na cidade Alfa, vem, por seu procurador 
(instrumento do mandado incluso), com fundamento na Lei de Alimentos, oferecer a 
presente 
AÇÃO DE ALIMENTOS 
contra Alice Bastos, (qualificação na forma do art. 319, II), residente e domiciliada na 
cidade Delta, articulando os seguintes fatos e fundamentos: 
 
FATOS 
A autora é filha de Maria dos Santos e de Paulo Bastos. 
Os pais da demandante, Maria dos Santos e Paulo Bastos, se divorciaram em 
04/07/2020, ficando ajustado que o pai pagaria pensão alimentícia a autora no valor 
de R$ 2.000,00 (dois mil reais), o que fez até o dia da sua morte, em 25/12/2020. 
Ressalte-se que o pai da autora não deixou bens a partilhar, de modo que a 
demandante nada recebeu de herança. 
A avó paterna, Alice Bastos, goza de confortável situação patrimonial e mora na 
cidade Delta., sendo que todos os demais avós faleceram antes da autora nascer. 
Já a mãe da autora não tem condições de arcar sozinha com a manutenção e 
educação da filha, já que recebe apenas um salário-mínimo nacional de 
remuneração por mês – valor absolutamente insuficiente para arcar com as 
necessidades da menor. 
Diante da situação narrada, necessário emerja decisão judicial reconhecendo a 
obrigação alimentar avoenga. 
 Nesse sentido: 
 
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FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 Conforme referido, diante das circunstâncias familiares, necessita a autora que 
a ré contribua no seu sustento. 
 Nesse sentido, perfeitamente possível e admitido na legislação a fixação de 
alimentos avoengos, nos termos do Art. 1.698 do CC. 
 Recorde-se, ainda, a respeito da obrigação alimentar, está presente no caso em 
tela a NECESSIDADE da autora, bem como a POSSIBILIDADE da demandada. 
 Como se não bastasse, não existindo possiblidade do pai arcar com esta 
obrigação (pois falecido) e, da mesma forma, os demais avós também não terem 
condições (pois também falecidos), tem a demandada, ainda que subsidiariamente, 
a obrigação de sustento da neta. 
 
JUSTIÇA GRATUITA 
 Impõe-se seja deferida a gratuidade de justiça, com base nos artigos 98 e 99 do 
CPC, já que a autora, absolutamente incapaz, depende da obrigação alimentar para 
sobreviver, não possuindo condições financeiras para suportar as custas 
processuais e honorários advocatícios da presente ação. 
 
PEDIDOS 
1. O recebimento da petição inicial, com o deferimento do benefício da justiça 
gratuita; 
2. Seja, na forma da Lei de Alimentos, fixados alimentos provisórios no valor de R$ 
1.500,00; 
3. A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial de prova oral 
com oitiva de testemunhas, depoimento pessoal da ré e prova documental; 
4. Ao final, a total procedência da ação, com a condenação da ré no pagamento 
mensal de alimentos definitivos no valor de R$ 1.500,00. 
 
Valor da causa: R$ 18.000,00 (12 vezes R$ 1.500,00), nos termos do Art. 292, inciso 
III, do CPC. 
 
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Local..., data... 
Advogado...OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Peça 06 | XXVIII Exame 
 
Enunciado 
 
Julia dirigia seu veículo na Rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando sofreu uma batida, na 
qual também se envolveu o veículo de Marcos. O acidente lhe gerou danos materiais estimados 
em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), equivalentes ao conserto de seu automóvel. Marcos, por 
sua vez, também teve parte de seu carro destruído, gastando R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para 
o conserto. Diante do ocorrido, Julia pagou as custas pertinentes e ajuizou ação condenatória 
em face de Marcos, autuada sob o nº 11111111111 e distribuída para a 8ª Vara Cível da 
Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de obter indenização pelo valor 
equivalente ao conserto de seu automóvel, alegando que Marcos teria sido responsável pelo 
acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. Julia informou, em sua petição inicial, que 
não tinha interesse na designação de audiência de conciliação, inclusive porque já havia feito 
contato extrajudicial com Marcos, sem obter êxito nas negociações. Julia deu à causa o valor de 
R$ 1.000,00 (hum mil reais). Marcos recebeu a carta de citação do processo pelo correio, no 
qual fora dispensada a audiência inicial de conciliação, e procurou um advogado para representar 
seus interesses, dado que entende que a responsabilidade pelo acidente foi de Julia, que estava 
dirigindo embriagada, como atestou o boletim de ocorrência, e que ultrapassou o sinal vermelho. 
Entende que, no pior cenário, ambos concorreram para o acidente, porque, apesar de estar 5% 
acima do limite de velocidade, Julia teve maior responsabilidade, pelos motivos expostos. 
Aproveitando a oportunidade, Marcos pretende obter de Julia indenização em valor equivalente 
ao que dispendeu pelo conserto do veículo. Marcos não tem interesse na realização de 
conciliação. 
Na qualidade de advogado(a) de Marcos, elaborea peça processual cabível para defender 
seus interesses, indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da legislação 
vigente. Considere que o aviso de recebimento da carta de citação de Marcos foi juntado 
aos autos no dia 04/02/2019 (segunda-feira), e que não há feriados no mês de fevereiro. 
(Valor: 5,00) 
 
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46 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
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47 
Gabarito Comentado 
 
A peça processual cabível é uma contestação (Art. 335 do CPC), com reconvenção (Art. 343 do 
CPC), apresentada no prazo de 15 dias úteis (Art. 219 do CPC) a partir da juntada do AR relativo 
à carta de citação (Art. 335 e Art. 231, inciso I, ambos do CPC) ou seja, até 25/02/2019. 
O examinando deverá apresentar a contestação dirigida ao processo nº 11111111111, para a 8ª 
Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. 
Na contestação, deverá alegar, em preliminar, incorreção do valor da causa, que deve 
corresponder ao proveito econômico pretendido por Julia, nos termos do Art. 292, inciso V, do 
CPC (ou seja, R$ 40.000,00). 
No mérito da contestação, deverá indicar como os fatos ocorreram, defendendo a ausência de 
responsabilidade pelo acidente, porque não praticou ilícito (Art. 927 e Art. 186 do Código Civil), 
imputando à Julia a responsabilidade exclusiva pelo acidente. Subsidiariamente, deve defender 
a responsabilidade concorrente de Julia (Art. 945 do CC). 
Na reconvenção, deverá reiterar a responsabilidade de Julia, e demonstrar os prejuízos sofridos 
com o conserto de seu veículo, comprovando-o com notas fiscais e comprovantes de pagamento 
dos R$ 30.000,00, para comprovar a extensão do dano (Art. 944 do Código Civil). 
Ao final, deve requerer a improcedência do pedido de Julia, ou subsidiariamente, o 
reconhecimento de culpa concorrente, reduzindo-se o valor da indenização. Deve requerer 
também a procedência do pedido reconvencional. 
 
 
 
 
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48 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. Petição endereçada à 8ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de 
Janeiro (0,10), indicando o número da ação de origem (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
 
Partes 
2. Nomes de Marcos (0,10) e Julia (0,10) e qualificação, ou indicação de que as 
partes já estão qualificadas. 
0,00/0,10/0,20 
 
Preliminar da contestação 
3. Alegar a incorreção do valor da causa (0,20), nos termos do Art. 337, III, do CPC 
(0,10). 
0,00/0,20/0,30 
 
4. Indicar que o valor da causa deve ser o proveito econômico pretendido (0,20), 
conforme o Art. 292, inciso V, do CPC (0,10) 
0,00/0,20/0,30 
Mérito da contestação/reconvenção 
5. Exposição dos fatos – explorar a dinâmica do acidente, indicando que Julia 
estava embriagada (0,10) e ultrapassou o sinal vermelho (0,10) 
0,00/0,10/0,20 
 
6. Defender a ausência de responsabilidade pelo acidente, porque não praticou 
ilícito (0,50), segundo o Art. 927 OU o Art. 186, ambos do Código Civil (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
 
7. Imputar a Julia a responsabilidade exclusiva pelo acidente (0,50). 0,00/0,50 
8. Subsidiariamente, deve defender a responsabilidade concorrente de Julia (0,50), 
segundo o Art. 945 do Código Civil (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
 
9. Na reconvenção, diante da responsabilidade de Julia, demonstrar os prejuízos 
sofridos com o conserto de seu veículo (0,50), nos termos do Art. 944 do Código 
Civil. (0,10) 
0,00/0,50/0,60 
Pedidos 
10. Requerer o acolhimento da preliminar (0,10) e a improcedência dos pedidos 
formulados por Julia (0,20) 
0,00/0,10/0,20/0,30 
11. Subsidiariamente, requerer a procedência parcial em razão da 
responsabilidade concorrente (0,20) 
0,00/0,20 
12. Requerer a procedência do pedido reconvencional, para condenação da 
autora-reconvinda ao pagamento da indenização no valor de R$30.000,00 (0,20) 
0,00/0,20 
 
13. Condenação em custas (0,10) e honorários advocatícios (0,10) OU condenação 
nos ônus da sucumbência (0,20) 
0,00/0,10/0,20 
Provas 
14. Juntada das notas fiscais e comprovantes de pagamento dos R$30.000,00 
(0,10) 
0,00/0,10 
15. Juntada do boletim de ocorrência (0,10) 0,00/0,10 
16. Protesto pela produção das provas em direito admitidas (0,10) 0,00/0,10 
Tempestividade 
17. Indicação de data dentro do prazo de 15 dias úteis a partir da juntada do AR 
relativo à carta de citação, ou seja, até 25/02/2019 (0,10) 
0,00/0,10 
Fechamento 
18. Indicação de valor da causa para a reconvenção (R$30.000,00) (0,10) 0,00/0,10 
19. Local, data (até 25/2/2019), assinatura do advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 
 
 
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49 
Estrutura da Peça | Contestação com Reconvenção 
 
DOUTO JUÍZO DA 8ª VARA CIVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO 
 
Processo nº 11111111111 
 
MARCOS, nacionalidade..., estado civil..., profissão.... Bairro.... portador da Cédula 
de Identidade... CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., 
Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador constituído 
(procuração em anexo), vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento legal 
nos artigos 335 e 343, ambos do Código de Processo Civil apresentar 
CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO 
Nos autos da ação movida por JULIA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., 
portadora da Cédula de Identidade..., CPF.... endereço eletrônico..., residente e 
domiciliada na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP.... pelas razões a 
seguir expostas: 
 
I - DA TEMPESTIVIDADE: 
 
A presente contestação com reconvenção é tempestiva, eis que apresentada dentro 
do prazo legal de 15 dias, consoante dispõe o caput do artigo 335 do CPC, tendo 
como termo inicial a juntada do Aviso de Recebimento da carta de citação aos autos, 
como preceituam os artigos 335, inciso Ill e 231, inciso I, ambos do CPC, o que 
ocorreu no dia 04/02/2019 (segunda-feira). Assim sendo, considerando que 
computam-se somente os dias úteis, na forma do artigo 219 do CPC, excluindo o dia 
do início e incluindo o dia do vencimento, consoante artigo 224, caput também do 
CPC, a presente poderá ser apresentada até o dia 25/02/2019. 
 
II - SINTESE DA INICIAL: 
 
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50 
A Autora Julia ingressou com a ação em face do Réu alegando que dirigia seu veículo 
na Rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando sofreu uma batida, na qual também 
se envolveu o veículo do contestante. 
Segundo a Autora, o referido acidente lhe gerou danos materiais estimados em R$ 
40.000,00 (quarenta mil reais), equivalentes ao conserto do seu automóvel. No 
entanto, apesar de postular a condenação do Réu ao pagamento de danos materiais 
no valor de R$ 40.000,00, a Autora atribuiu ao valor da causa apenas a quantia de 
R$ 1.000,00 (hum mil reais). 
Ademais, a pretensão da Autora não deve prevalecer, eis que a mesma estava 
dirigindo embriagada conforme atestou o boletim de ocorrência, sendo que ainda a 
Autora ultrapassou o sinal vermelho. Em razão disso, o Réu teve prejuízo no valor 
de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), pois também teve parte do seu carro destruído. 
 
III - DAS PRELIMINARES: 
a) Da incorreção do Valor da Causa: 
Verifica-se que no presente caso a preliminar de incorreção do valor da causa 
prevista no inciso III do artigo 337 do CPC, pois a Autora atribuiu à causa apenas o 
valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), sendo que o valor correto seria o de R$ 
40.000,00 (quarenta mil reais), pois é o proveito econômico pretendido pela Autora, 
consoante determina o inciso V do artigo 292 do CPC. 
 
IV - QUANTO AO MÉRITO: 
O fato gerador da presente ação foi um acidente de trânsito entre pessoas naturais, 
consequentemente, trata-se de responsabilidadecivil subjetiva - aquela que se dá 
mediante a prova de culpa. 
Ao contrário do alegado na petição inicial, o acidente ocorreu por culpa exclusiva da 
autora que, conforme comprova o boletim de ocorrência, estava dirigindo 
embriagada e ultrapassou o sinal vermelho, dando causa à colisão. 
O Réu não cometeu ato ilícito culposo, nos termos do artigo 186 do Código Civil e, 
por isso, não tem a obrigação de reparar os danos sofridos pela Autora, conforme 
 
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51 
artigo 927. também do Código Civil. A responsabilidade pelo acidente é exclusiva 
da autora. 
Entendendo Vossa Excelência que o Réu contribuiu minimamente para o evento 
danoso, o que se admite apenas para possibilitar a argumentação defensiva, requer, 
subsidiariamente, que a indenização seja fixada tendo-se em conta a gravidade de 
sua culpa em confronto com a da autora, nos termos do artigo 945 do Código Civil. 
 
V - DA RECONVENÇÃO: 
a) Dos Fatos da Reconvenção: 
O Réu Reconvinte vem oferecer Reconvenção em face da Autora Reconvinda vez 
que, conforme já narrado foi a Autoral Reconvinda que foi a culpada pelo acidente, 
pois a mesma dirigia embriagada consoante boletim de ocorrência, e, ainda, 
ultrapassou o sinal vermelho, o que causou ao Réu Reconvinte o prejuízo de R$ 
30.000,00 (trinta mil reais), pois teve parte do seu veículo destruído. Dessa forma, o 
Réu Reconvinte tem direito à ser ressarcido pelos prejuízos em razão da culpa da 
Autora Reconvinda. 
 
b) Dos Fundamentos Jurídicos da Reconvenção: 
Conforme mencionado, foi a autora que deu causa, por sua culpa, aos danos sofridos 
pelo Réu-Reconvinte. O prejuízo soma a quantia de R$30.000,00 que corresponde 
ao valor do conserto do veículo. 
Impositivo, assim, nos termos do artigo 944, do Código Civil, a condenação da 
Autora-Reconvinda a indenizar os prejuízos sofridos pelo Réu-Reconvinte na exata 
extensão do dano. 
 
VI - DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer o Réu: 
a) O recebimento da presente Contestação com Reconvenção, eis que tempestiva 
(custas ou justiça gratuita); 
 
 
 
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52 
 b) O acolhimento da preliminar de incorreção do valor da causa, conforme previsão 
do artigo 337, inciso III do CPC, determinando a intimação da Autora para 
complementar as custas, sendo que a não complementação deverá acarretar o 
cancelamento da distribuição; 
 
c) A produção de toda prova em direito admitida, em especial, a juntada das notas 
fiscais e comprovante de pagamento dos R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e do boletim 
de ocorrência; 
 
d) Quanto ao mérito, a total improcedência dos pedidos formulados pela Autora Julia; 
Subsidiariamente, caso Vossa Excelência entenda que não seja o caso de total 
improcedência dos pedidos da Autora, requer o Réu a procedência parcial 
responsabilidade concorrente; 
 
e) Quanto a reconvenção, pede a total procedência dos pedidos, condenando-se a 
Autora Reconvinda ao pagamento da indenização no valor de R$ 30.000,00 (trinta 
mil reais) ao Réu Reconvinte; 
 
f) A condenação da Autora em custas e honorários advocatícios, conforme previsão 
do artigo 85 do CPC; 
 
Valor da Causa: Dá à Reconvenção o valor da causa de R$ 30.000,00 (trinta mil 
reais) 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local... 25/02/2019 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
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53 
 
 
 
 
 
 
 
 
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54 
Peça 07 | 35º Exame 
Enunciado 
Jorge, empresário, decide delegar a gestão de seus bens imóveis a Miguel. Assim o faz, por via 
de contrato, no qual outorga poderes gerais a Miguel, de modo a extrair os melhores resultados 
financeiros na administração dos bens. Estipulou-se que, a cada operação de gestão que 
resultasse lucrativa, o outorgado teria direito à remuneração de 5% (cinco por cento) sobre a 
receita gerada. Miguel, então, decide vender um apartamento de Jorge, em nome deste, porque 
Maria fez uma oferta para pagamento de preço apenas 10% abaixo do mercado, colocando-se 
à disposição para o pagamento à vista, no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). 
Miguel, então, em nome de Jorge, firmou, com Maria, instrumento particular de compromisso de 
compra e venda, recebendo um sinal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Ato contínuo, comunicou 
a Jorge acerca da transação finalizada, informando que irá transferir o valor da venda, com a 
dedução de sua remuneração, compensando os valores. 
Revoltado, Jorge esbraveja com Miguel, acusando-o de prometer a venda de um imóvel que não 
era para ser alienado, ressaltando que os poderes que lhe foram outorgados não abrangiam o 
direito de alienar imóveis. Pediu-lhe que desfizesse o negócio, deixando claro que ele não tem 
poder para vender seus imóveis, uma vez que não tem interesse em se desfazer deles. 
Miguel aceita a crítica, comunicando que conseguiu desfazer a operação contratual com Maria, 
mas informou que lhe é devido o valor de 5% da venda (R$ 50.000,00), pelo esforço despendido, 
fazendo incidir a cláusula de remuneração. Afirma, ainda, que teve de devolver o sinal, em dobro, 
para Maria, totalizando R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Solicita, assim, o depósito de R$ 
90.000,00 (noventa mil reais) em sua conta. 
Indignado, Jorge não efetua o pagamento, revogando os poderes concedidos a Miguel. Dias 
depois, recebe mandado de citação da 1ª Vara Cível da Comarca de Curitiba, para integrar o 
polo passivo da Ação de Cobrança movida por Miguel. 
Na qualidade de advogado(a) de Jorge, elabore a peça processual cabível para tutelar os 
interesses de seu cliente, indicando requisitos e fundamentos nos termos da legislação 
vigente. (Valor:5,00) 
 
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55 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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56 
Gabarito Comentado 
 
Cabe a Jorge, na forma do Art. 335 do CPC, oferecer contestação, tempestiva e no prazo de 15 
dias, com os seguintes fundamentos: 
O contrato firmado entre Jorge e Miguel é qualificado como contrato de mandato, regulado pelo 
Art. 653 e seguintes do Código Civil. 
Na hipótese vertente, como Jorge (mandante) outorgou apenas poderes gerais para Miguel 
(mandatário) gerir seus imóveis, sua representação se limitava aos poderes de administração, 
como delimita o Art. 661, caput, do Código Civil. A propósito, o Art. 661, § 1º, esclarece que para 
alienar (...) depende a procuração de poderes especiais e expressos, razão pela qual a ausência 
de tais poderes – especiais e expressos – importa exercício exorbitante do mandato. 
O Art. 662 do Código Civil prevê que os atos praticados por quem não tenha poderes suficientes 
são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se os ratificar. Como 
Jorge não emitiu ratificação, expressa ou tácita, trata-se de negócio jurídico ineficaz perante o 
mandante, proprietário do imóvel. 
Por outro lado, o mandante só tem o dever de pagar a remuneração ao mandatário na 
conformidade do mandato conferido, segundo o Art. 675 ou 676 ambos do CC. 
Finalmente, incabível o pedido de reembolso do prejuízo que o mandatário teve com a restituição 
das arras, em dobro, à promitente compradora, na medida em que é do mandatário a obrigação 
de indenizar qualquer prejuízo causado por sua culpa, como preceitua o Art. 667, caput, do 
Código Civil. 
Portanto, a ação deve ter seus pedidos julgados improcedentes. 
 
 
 
 
 
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57 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. A peça de defesa deve ser apresentada perante o juízo onde a ação foi 
distribuída, 1ª Vara Cível da Comarca de Curitiba (0,10). 
0.00;0.10 
2. Qualificação do réu, Jorge(0,10), e do autor, Miguel (0,10). 0.00;0.10;0.20 
Tempestividade 
3. Demonstrar a tempestividade da peça, oferecida dentro do prazo de 15 dias 
úteis (0,10), na forma do Art. 335 do CPC (0,10). 
0.00;0.10;0.20 
Fundamentação Jurídica/Legal 
4. Qualificar o contrato de mandato (0,50), na forma do Art. 653 do CC (0,10). 0.00;0.50;0.60 
5. Demonstrar que os poderes gerais outorgados implicam apenas poderes de 
administração (0,50), nos termos do Art. 661, caput, do CC (0,10). 
0.00;0.50;0.60 
6. Destacar que para alienar os imóveis dependeria de procuração com poderes 
especiais e expressos (0,50), nos moldes do Art. 661, § 1º, do CC (0,10). 
0.00;0.50;0.60 
7. Apontar que o exercício exorbitante do mandato gera a ineficácia do ato em 
relação àquele em cujo nome foi praticado (0,40), na medida que não houve 
ratificação do ato praticado (0,20) na forma do Art. 662 do CC (0,10). 
0.00;0.20;0.30 
0.40;0.50;0.60;0.70 
8. Asseverar que o mandante só tem o dever de pagar a remuneração ao 
mandatário nos limites do mandato conferido (0,50), como determina o Art. 675 ou 
o Art.676, ambos do CC (0,10). 
0.00;0.50;0.60 
9. Indicar que não tem o dever de restituir o prejuízo pelo pagamento das arras em 
dobro (0,20), porque é do mandatário a obrigação de indenizar qualquer prejuízo 
causado por culpa sua (0,30), como preceitua o Art. 667, caput, do CC (0,10). 
0.00;0.20;0.30; 
0.40;0.50;0.60 
Pedidos 
10. Improcedência dos pedidos fixados na inicial (0,30), na forma do Art. 487, inciso 
I, do CPC (0,10). 
0.00;0.30;0.40 
11. Condenação em custas e/ou despesas processuais (0,10). 0.00;0.10 
12. Condenação em honorários de sucumbência (0,10). 0.00;0.10 
13. Protesto pela produção de provas (0,10). 0.00;0.10 
Fechamento 
14. Local, data, nome e OAB (0,10). 0.00;0.10 
 
 
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58 
Estrutura da Peça | Contestação 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO 1ª VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE CURITIBA 
 
Autos do Processo número: ... 
 
Jorge, estado civil..., empresário, inscrito no CPF sob o nº..., com endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., por 
seu procurador (procuração em anexo), vem à presença de Vossa Excelência, com 
fundamento no artigo 335 do Código de Processo Civil, oferecer 
 
CONTESTAÇÃO 
 
nos autos da ação de cobrança movida por Miguel, estado civil... profissão..., inscrito 
no CPF sob o nº..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
I - DA TEMPESTIVIDADE 
A contestação é tempestiva, pois apresentada no prazo de 15 dias úteis, conforme 
o art. 335 do CPC. 
 
II - DA SÍNTESE DA INICIAL 
Fazer um resumo do que o autor está pedindo na inicial. 
 
III - DO MÉRITO 
O contrato celebrado entre Jorge e Miguel é o contrato de mandato, conforme Art. 
653 do CC. 
Jorge concedeu apenas poderes gerais para Miguel, conferindo para este, portanto, 
somente poderes de administração, segundo Art. 661, caput, do CC. Para alienar, 
hipotecar, etc., seria necessário a concessão de poderes especiais e expressos, 
conforme Art. 661, parágrafo único do CC, o que não ocorreu. 
 
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59 
Desta forma, os atos praticados por Miguel, não trazem efeitos para Jorge, já que 
conforme Art. 662 do CC, os atos praticados por quem não tenha mandato ou o tenha 
sem poderes suficientes, são ineficazes, na medida que não houve ratificação do ato 
praticado. 
Além disso, o mandante Jorge não possui obrigação de pagar remuneração para 
Miguel, além dos limites do que foi estipulado no contrato de mandato, como 
determina o Art. 675 ou o Art.676, ambos do CC. 
Jorge não possui obrigação alguma de restituir o prejuízo pelo pagamento das arras 
em dobro, porque é do mandatário a obrigação de indenizar qualquer prejuízo 
causado por culpa sua, como preceitua o Art. 667, caput, do CC. 
 
IV - DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer o Réu: 
a) Requerer a improcedência do pedido fixados na inicial, na forma do art. 487, inciso 
I do CPC; 
c) Condenação em custas OU condenação das despesas processuais. 
d) Condenação em honorários de sucumbência 
e) Protesto pela produção das provas em direito admitidas. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
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60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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63 
Peça 08 | XXIX Exame 
 
Enunciado 
 
Joana adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em uma das concessionárias 
da sociedade empresária Carros S.A., com pagamento parcelado, e a sociedade empresária 
passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado para cada parcela, o que ficou 
comprovado pela simples análise dos contratos e dos seus extratos bancários, com o débito dos 
valores em triplo. 
Joana tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, mas o funcionário da 
concessionária apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no sistema, sem dar qualquer 
justificativa razoável, e afirmou que não havia o que fazer para corrigir a cobrança. 
Joana então procurou você, como advogado(a), para ajuizar ação em face da sociedade 
empresária Carros S.A. com pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse 
de realizar as cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores 
cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para indenização por danos 
morais pelos transtornos causados a Joana. 
Distribuída a ação para uma das varas cíveis da Comarca de São Paulo, houve contestação pela 
Carros S.A. apenas informando que havia agido corretamente, e o pedido foi julgado 
improcedente. Não houve recurso, e o trânsito em julgado da sentença ocorreu em 19/02/2019. 
Algumas semanas depois, você e Joana tomaram conhecimento de que o juiz, que prolatou a 
sentença, era casado com a advogada que assinou a contestação e única advogada constituída 
pela Carros S.A. no referido processo. Agora, pretendem novamente discutir a questão em juízo, 
para que haja reanálise dos mesmos pedidos formulados e julgados improcedentes, porque as 
cobranças ainda estão sendo realizadas, em excesso. 
Na condição de advogado(a) de Joana, elabore a peça processual cabível para a defesa 
dos interesses de sua cliente, indicando seus requisitos e fundamentos, assim como a 
data limite para o ajuizamento, nos termos da legislação vigente. (Valor: 5,00) 
 
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64 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
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65 
Gabarito Comentado 
 
A peça processual cabível é a petição inicial de Ação Rescisória (Arts. 966 e seguintes do CPC), 
fundada no Art. 966, inciso II, do CPC, considerando que restou configurado o impedimento do 
magistrado, por força da previsão constante do Art. 144, inciso III, do CPC. 
A peça deve ser dirigida ao Tribunal de Justiça de São Paulo, no prazo máximo de dois anos 
contados do trânsito em julgado, ou seja, até 19/02/2021. 
Na petição, que deve conter os requisitos do Art. 319 do CPC, Joana deve: 
(i) alegar impedimento do magistrado, nos termos do Art. 144, inciso III, do CPC, e, por 
consequência, ser hipótese de ajuizamento de Ação Rescisória (Art. 966, inciso II, do CPC), 
requerendo a rescisão do julgado; 
(ii) cumular ao pedido de rescisão o de novo julgamento dos pedidosantes formulados, expondo 
que: 
a. É consumidora, nos termos do Art. 2º do CDC. 
b. A cobrança em triplo está em excesso, considerando o próprio valor pactuado no contrato, de 
modo que a prática deve ser coibida e os valores cobrados em excesso devolvidos em dobro, 
com correção monetária e juros legais, na forma do Art. 42, parágrafo único, do CDC; 
c. Por fim, deve pedir a condenação a indenizar Joana por danos morais (Art. 6º, inciso VI, do 
CDC, OU Art. 186 e Art. 927, ambos do CC). 
Joana também deve depositar ou requerer o depósito da importância de 5% do valor da causa 
(Art. 968, inciso II, do CPC). 
Deve requerer a condenação, ao final, do pagamento dos ônus sucumbenciais pela ré. 
Por fim, deve-se apontar o valor da causa, fechando-se a peça com a indicação do local, da data 
(até 19/02/2021), da assinatura e da inscrição OAB. 
 
 
 
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66 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. A peça deve ser encaminhada ao Tribunal de Justiça de São Paulo (0,10). 0,00/0,10 
Partes 
2. Nome e qualificação de Joana (autora) (0,10) e Carros S.A. (ré) (0,10). 0,00/0,10/0,20 
Tempestividade 
3. Indicar a data limite para o ajuizamento (19/02/2021) OU respeito ao prazo 
decadencial de 2 anos do trânsito em julgado (0,40), conforme o Art. 975 do CPC 
(0,10). 
0,00/0,40/0,50 
Fundamentos Jurídicos 
4. Cabimento da ação rescisória em razão do impedimento do magistrado (0,40), 
na forma do Art. 966, inciso II, do CPC (0,10) 
0,00/0,40/0,50 
5. Impedimento em razão do casamento do magistrado com a advogada da parte 
(0,20), nos termos do Art. 144, inciso III, do CPC (0,10); 
0,00/0,20/0,30 
6. Afirmar que Joana é consumidora (0,50), nos termos do Art. 2º do CDC (0,10); 0,00/0,50/0,60 
7. Os valores cobrados em excesso devem ser devolvidos em dobro (0,50), na 
forma do Art. 42, parágrafo único, do CDC (0,10); 
0,00/0,50/0,60 
8. É devida a indenização por danos morais pelos transtornos causados (0,50), 
com base no Art. 6º, inciso VI, do CDC, OU no Art. 927 do CC (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
Pedidos 
9. Rescisão do julgado (0,40). 0,00/0,40 
10. Novo julgamento, com a procedência de todos os pedidos antes formulados 
(0,40) (obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse de realizar as 
cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores 
cobrados em excesso e para indenização por danos morais). 
0,00/0,40 
 
11. Depósito do valor de 5% do valor da causa (0,20), segundo o Art. 968, inciso 
II, do CPC (0,10) OU benefício da gratuidade da justiça (0,20), nos termos do Art. 
968, §1º, do CPC (0,10) 
0,00/0,20/0,30 
 
12. Condenação da ré ao pagamento dos ônus sucumbenciais (0,20) OU 
condenação da ré ao ressarcimento das custa (0,10) e ao pagamento dos 
honorários advocatícios (0,10) 
0,00/0,10/0,20 
 
13. Requerimento de produção de provas (0,10). 0,00/0,10 
14. Valor da causa (0,10). 0,00/0,10 
Fechamento 
15. Local, data, assinatura e inscrição OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
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Estrutura da Peça | Ação Rescisória 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
JOANA, (qualificação do art. 319, II), por seu procurador (procuração inclusa), vem, 
com fundamento legal no artigo 966, Il do Código de Processo Civil ajuizar a presente 
AÇÃO RESCISÓRIA, em face de 
CARROS S.A., pessoa jurídica de direito privado, (qualificação do 319, II) pelas razões 
a seguir expostas: 
 
DA TEMPESTIVIDADE: 
A presente ação rescisória é tempestiva, eis que ajuizada dentro do prazo de 02 
anos do trânsito em julgado da sentença de primeiro grau, o qual ocorreu em 
19/02/2019, podendo então ter sido ajuizada até 19/02/2021. Isso conforme previsão 
do artigo 975 do Código de Processo Civil, que estabelece que a rescisória deve ser 
proposta dentro de 02 anos contados do trânsito em julgado da última decisão 
proferida no processo. 
 
DOS FATOS: 
A Autora adquiriu, na condição de destinatária final, um o automóvel em uma das 
concessionárias da sociedade Ré, mediante pagamento parcelado. Porém, a 
sociedade empresária Ré passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor o pactuado 
para cada parcela, o que ficou comprovado pela simples análise dos contratos e dos 
seus extratos bancários, com o débito dos valores em triplo. 
A Autora tentou resolver a questão diretamente com a sociedade Ré, mas o 
funcionário da concessionária apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no 
sistema, sem dar qualquer justificativa razoável, e afirmou que não havia o que fazer 
para corrigir a cobrança. 
Em razão disso, a Autora ajuizou ação judicial em face da Ré com pedidos de 
obrigação de fazer, com o fim de que a Empresa Ré parasse de realizar as cobranças 
em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores cobrados em 
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68 
excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para indenização por danos 
morais pelos transtornos causados à Autora. 
Em contestação, a Empresa Ré apenas informou que havia agido corretamente, 
sendo o pedido julgado improcedente. Não foi interposto recurso, sendo que a 
sentença transitou em julgado no dia 19/02/2019. 
Ocorre, que, semanas após o trânsito em julgado foi tomado conhecimento de que 
o juiz que proferiu a sentença era casado com a advogada que assinou a contestação 
e única advogada constituída pela Empresa Ré, no referido processo. 
Diante disso, não resta outra alternativa à Autora senão buscar a rescisão da 
referida sentença transitada em julgado. 
 
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
A) Do cabimento da ação rescisória: 
Verifica-se que no caso, a ação Rescisória encontra fundamento legal no artigo 
966, II do Código de Processo Civil, uma vez que o Autor busca rescindir sentença 
transitada em julgada proferida por juiz impedido, pois ocorreu hipótese prevista no 
artigo 144, inciso III do Código de Processo Civil, já que no processo a advogada que 
assinou a contestação e única advogada constituída pela Empresa Ré Carros S.A., é 
casada com o magistrado que proferiu a sentença. 
Nesse sentido, o artigo 144, inciso III do Código de Processo Civil estabelece que 
o juiz estará impedido de atuar no processo, quando nele estiver postulando como 
advogado seu cônjuge, sendo que isso foi o que ocorreu no caso do processo 
envolvendo a Autora e a Empresa Ré. 
B) Da relação de Consumo: 
À presente ação deve ser aplicado o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, 
uma vez estabelecida a relação de consumo, pois a autora, ao adquirir o veículo como 
destinatária final, se enquadra no conceito do artigo 2º; e a ré, ao desenvolver 
atividade na condição de concessionária de veículos, se enquadra no conceito de 
fornecedora, na condição de comerciante, conforme art. 3º. 
C) Da devolução em dobro dos valores: 
 
 
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Conforme exposto, a Ré passou a debitar mês a mês o triplo do valor pactuado 
para cada parcela, o que configura cobrança indevida. 
Conforme determina o art. 42, parágrafo único, da Lei 8.078/1990, o consumidor 
cobrado em quantia indevida tem direito a restituição igual ao dobro do que pagou em 
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais. 
Ao tentar resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, o 
funcionário da ré não forneceu qualquer justificativa razoável, capaz de justificar o 
engano e afastar o dever de repetição do indébito em dobro. 
D) Da indenização por dano moral: 
A cobrança indevida em valor igual ao triplo do que foi contrato causou diversos 
transtornos à autora, razão pela qual faz jus à indenização por dano moral, direito 
básico do consumidor, conforme previsão do artigo 6º, inciso VI do Código de Defesa 
do Consumidor. 
Considerando o disposto no artigo 7º do CDC, a aplicação da lei específica não 
afasta a possibilidade de aplicação deoutras normas, desde que não conflitantes com 
o diploma consumerista. Dessa forma, o artigo 927 do Código Civil também assegura 
o direito à reparação dos danos causados por ato ilícito. Considerando, portanto, que 
a Sociedade Ré cobrou de forma indevida e excessiva a Autora, o que lhe causou 
danos morais, deve aquela ser condenada ao dever de reparar. 
 
DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer a Autora: 
a) O recebimento da presente ação rescisória por este Egrégio Tribunal de Justiça do 
Estado de São Paulo, pois preenchidos os requisitos legais e é apresentada 
tempestivamente; 
b) A juntada da guia de recolhimento do depósito no equivalente a 5% do valor da 
causa, conforme determina o artigo 968, Il do Código de Processo Civil; 
c) A citação da Sociedade Ré, nos termos do artigo 970 do Código de Processo Civil, 
para, querendo, no prazo de 15 a 30 dias, conforme designado pelo relator, apresentar 
contestação; 
 
 
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70 
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos. 
e) Quanto ao mérito, pede a total procedência da ação rescisória, com o fim de 
rescindir a sentença transitada em julgado, uma vez que o juiz que proferiu a decisão 
estava impedido de atuar no processo, conforme previsão dos artigos 966, II e artigo 
144, III, ambos do Código de Processo Civil; 
f) Com a rescisão, requer que seja proferido novo julgamento julgando procedente 
todos os pedidos anteriormente formulados pela Autora, no sentido de a Sociedade 
Ré cessar a cobrança excessiva e condenar a Ré na devolução em dobro dos valores 
cobrados em excesso e em indenização por dano moral; 
g) A condenação da Ré ao pagamento de custas e honorários advocatícios 
 
Valor da causa: Dá à causa o valor de ... 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado...OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Peça 09 | XXVII Exame 
 
Enunciado 
 
Paulo e Kátia se conheceram em 2010, quando trabalhavam para a sociedade empresária Voz, 
e se tornaram amigos desde então. Na época, Paulo era casado com Beatriz e tinha um filho, 
Glauco, de um ano; Kátia estava noiva de Fábio. 
Passado certo tempo, Kátia terminou o noivado com Fábio e se aproximou ainda mais de Paulo, 
que acabou se separando de sua esposa, Beatriz. Em 2015, Paulo e Kátia casaram-se no regime 
da comunhão universal de bens e, em 2017, Paulo se desfez dos imóveis que possuía para 
adquirir um novo imóvel para residirem. 
Com a crise que se instalou no país, em 2018, Paulo ficou desempregado e começou a ter 
dificuldades para pagar a pensão alimentícia de seu filho, Glauco, menor impúbere, tendo, por 
fim, deixado de quitá-la. Em razão de tais fatos, Beatriz, ex-esposa de Paulo, ajuíza uma 
demanda de execução de alimentos para garantir os direitos de seu filho. 
Durante o trâmite da execução de alimentos, que tramita perante a 15ª Vara Cível da Cidade do 
Rio de Janeiro, o imóvel adquirido por Kátia e Paulo é penhorado. Kátia fica muito apreensiva 
com a situação, pois se trata do único imóvel do casal. 
Na qualidade de advogado(a) de Kátia, elabore a defesa cabível voltada a impugnar a 
execução que foi ajuizada. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação 
 
 
 
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Gabarito Comentado 
 
Tendo em vista estar instaurado o processo executivo e que se busca impugnar a penhora do 
imóvel, a medida cabível são os Embargos de Terceiro, regulamentados no Art. 674 e seguintes 
do CPC/15. 
A petição deve ser endereçada ao mesmo juízo competente para a execução (15ª Vara Cível da 
Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro), conforme o Art. 61 do CPC/15, identificando 
Kátia como embargante e Beatriz como embargada. 
Deve ser declarada a tempestividade dos embargos, informando que os mesmos foram 
interpostos antes da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação. 
Os embargos devem pleitear a desconstituição da penhora, tendo em vista que Kátia e Paulo 
estão casados no regime de comunhão universal de bens, ditado pelo Art. 1.667 do CC e 
seguintes. Daí decorre o fato de que todos os bens presentes e futuros são comunicados entre 
os cônjuges, tal qual o imóvel que Paulo adquiriu para residirem. 
Ainda, deve ser frisado que a nova redação do Art. 3º, inciso III, da Lei nº 8.009/90 afirma que, 
apesar de a dívida decorrente de pensão alimentícia ser exceção aos casos de 
impenhorabilidade, devem ser resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, 
com o devedor, integre união estável ou conjugal. 
Importante ressaltar que Katia é parte legítima para ajuizar a medida em razão da sua condição 
de terceira, na forma do Art. 674, parágrafo 2º, I, do CPC e da Súmula 134 do STJ. 
Deve ser pleiteada a ineficácia da penhora em relação à meação, em razão da prova da 
propriedade e da posse, bem como da qualidade de terceiro, por Kátia, na forma do Art. 678 do 
CPC. 
Deve ser requerida a juntada do comprovante de recolhimento de custas ou pedido de gratuidade 
de justiça, bem como a juntada da prova sumária da posse ou do domínio, e da qualidade de 
terceira, nos termos do Art. 677 do CPC. 
Deve ser atribuído valor à causa. 
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB 
 
 
 
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Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
15ª Vara Cível do Rio de Janeiro (0,10). 0,00/0,10 
Distribuição por dependência (0,10). 0,00/0,10 
Nome e qualificação das partes: Katia (embargante) (0,10) e Beatriz (embargada) 
OU Glauco, representado por Beatriz (embargado) (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
Tempestividade 
Indicar que a ação foi proposta antes da adjudicação, da alienação por iniciativa 
particular ou da arrematação (0,30), nos termos do Art. 675 do CPC (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
Fundamentos 
I. Legitimidade para interpor os embargos por se tratar de terceira (0,50), na forma 
do Art. 674, parágrafo 2º, I, do CPC OU da Súmula 134 do STJ (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
 
II. Demonstrar que a embargante é meeira do imóvel objeto da execução (0,50), 
em razão do regime de comunhão universal de bens (0,20), conforme o Art. 1.667 
do CC (0,10). 
0,00/0,50/0,60/0,70/0,80 
III. Caracterização do imóvel como bem de família (0,50), nos termos do Art. 1º da 
Lei n º 8.009/90 (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
 
IV. Os direitos do cônjuge devem ser resguardados quando da penhora do imóvel 
(0,70), de acordo com o Art. 3º, inciso III, da Lei nº 8.009/90 (0,10). 
0,00/0,70/0,80 
Pedidos 
Demonstração do recolhimento de custas OU indicação de dispensa legal do seu 
recolhimento OU pedido de gratuidade de Justiça (0,10). 
0,00/0,10 
Juntada da prova sumária da posse ou do domínio e da qualidade de terceira OU 
Juntada de documentos, nos termos do Art. 677 do CPC (0,30) 
0,00/0,30 
Produção de todos os meios de prova cabíveis (0,10) 0,00/0,10 
Procedência dos embargos de terceiro para, em relação à meação da embargante, 
declarar a ineficácia da penhora OU para desconstituir a penhora OU para 
resguardar os direitos da embargante enquanto cônjuge (0,50) 
0,00/0,50 
Condenação em custas (0,10) e honorários advocatícios (0,10) OU condenação 
nos ônus da sucumbência (0,20) 
0,00/0,10/0,20 
Indicação do Valor da Causa (0,10). 0,00/0,10 
Fechamento 
Local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
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Estrutura da Peça | Embargos de Terceiro 
 
DOUTO JUÍZO DA 15ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIO DE JANEIRO 
 
Distribuição por dependência ao processo de execução número... 
 
 KÁTIA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de 
Identidade..., CPF..., endereço eletrônico...,residente e domiciliada na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador 
constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com endereço 
profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe 
intimações, vem, respeitosamente, com fundamento legal no artigo 674, §2º, inciso I 
do Código de Processo Civil ajuizar a presente ação, pelo procedimento especial, de 
EMBARGOS DE TERCEIRO 
Em face de GLAUCO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., Cédula de 
Identidade..., CPF..., menor impúbere..., neste ato representado por sua genitora 
BEATRIZ, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de 
Identidade..., CPF..., endereço eletrônico..., ambos residentes e domiciliados na 
Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de 
direito a seguir expostas: 
 
I - DA TEMPESTIVIDADE: 
Os presentes embargos de terceiro são tempestivos, eis que a referida ação foi 
proposta antes da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da 
arrematação, pois em se tratando de processo de execução de alimentos, conforme 
o artigo 675 do Código de Processo Civil, os embargos podem ser opostos até 5 
(cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da 
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. 
II - DOS FATOS: 
 A Embargante Kátia conheceu Paulo em 2010, quando trabalhavam para 
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76 
a sociedade empresária Voz, tornando-se amigos desde então. Na referida época, 
Paulo era casado com Beatriz e tinha um filho, Glauco, de um ano, sendo que a 
Embargante estava noiva de Fábio. 
 Ocorre que, passado certo tempo, a Embargante terminou o noivado com Fábio, 
tendo se aproximado mais de Paulo, que, por sua vez, acabou se separando de sua 
esposa, Beatriz. 
 A Embargante e Paulo se casaram em 2015 pelo regime da comunhão universal 
de bens e, em 2017, Paulo se desfez dos imóveis que possuía para adquirir um novo 
imóvel para residirem. 
 Em 2018 com a crise que se instalou no país, Paulo genitor do Embargado ficou 
desempregado e começou a ter dificuldades para pagar a pensão alimentícia, tendo, 
por fim, deixado de quitá-la. Diante disso, foi ajuizada ação de execução de alimentos 
pela genitora Beatriz, com o fim de garantir os direitos de seu filho. 
 Porém, durante o trâmite da execução de alimentos, que tramita perante a 15ª Vara 
Cível da Cidade do Rio de Janeiro, é penhorado justamente o imóvel adquirido pela 
Embargante Kátia e Paulo, o qual constitui o único imóvel do casal. 
 
III - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
a) Da legitimidade da Embargante: A embargante Kátia possui legitimidade para 
ajuizar embargos de terceiro, por tratar-se de terceira, sendo na forma do artigo 674, 
§2º, inciso I do Código de Processo Civil, pois conforme o referido artigo considera-se 
terceiro, para ajuizamento dos embargos, o cônjuge ou companheiro, quando defende 
a posse de bens próprios ou de sua meação, sendo que no caso a Embargante 
defende sua meação do imóvel adquirido com Paulo. 
 Da mesma forma, a legitimidade da Embargante encontra respaldo na Súmula 134 
do STJ, que refere que o cônjuge do Executado, no caso a Embargante, embora 
intimada da penhora em imóvel do casal, pode opor os embargos de terceiro para 
defesa de sua meação. 
 
 
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b) A embargante é meeira do imóvel objeto de execução: Deve haver a 
desconstituição da penhora, pois a Embargante possui meação do imóvel penhorado 
na execução de alimentos movida em face do executado Paulo. Isso porque, conforme 
narrado, a Embargante e o executado casaram-se pelo regime de comunhão universal 
de bens em 2015, sendo que em 2017 o Executado Paulo se desfez dos bens que 
possuíam para adquirirem um novo imóvel onde residem. 
Dessa forma, considerando o regime de bens de Comunhão universal de bens 
e a previsão do artigo 1.667 do Código Civil, tal regime importa a comunicação de 
todos os bens presentes e futuros dos cônjuges, o que inclui o bem imóvel adquirido, 
logo sendo a Embargante meeira do imóvel objeto da execução. 
 
c) Da impenhorabilidade do bem de família: 
Além disso, é de se considerar que o imóvel objeto da execução deve ser 
considerado impenhorável, por ser bem de família, com base no artigo 1º da Lei 
8009/90, pois o imóvel objeto da execução é imóvel residencial. Assim sendo, o imóvel 
residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável não respondendo 
por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, 
contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele 
residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. 
Por fim, com base no artigo 3º, inciso III da Lei 8.009/90, os direitos da 
Embargante, ou seja, cônjuge do executado Paulo devem ser resguardados sobre o 
bem. 
 
IV - DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer a Embargante: 
a) O recebimento dos presentes embargos de terceiro, pelo procedimento especial; 
b) A juntada da prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de 
terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas, na forma do artigo 677 do 
Código de Processo Civil; 
c) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos; 
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d) A total procedência dos presentes embargos de terceiro para o fim de em relação 
à meação da embargante, para desconstituir a penhora OU para resguardar os 
direitos da embargante enquanto cônjuge; 
e) A concessão do benefício da gratuidade da justiça nos termos dos artigos 98 e 
99 do Código de Processo Civil; 
f) A condenação do Embargado em custas e honorários de advogado; 
 
Valor da causa: atribui-se à causa o valor de R$ ... 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Peça 10 | XXXII Exame 
Enunciado 
 
Acácia celebrou com o Banco XXG contrato de empréstimo, no valor de R$ 480.000,00 
(quatrocentos e oitenta mil reais), a ser quitado em 48 parcelas mensais de R$ 10.000,00 (dez 
mil reais), para aquisição de um apartamento situado na cidade de Vitória, Espírito Santo, 
concedendo em garantia, mediante alienação fiduciária, o referido apartamento, avaliado em R$ 
420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais). 
Após o pagamento das primeiras 12 parcelas mensais, totalizando R$ 120.000,00 (cento e vinte 
mil reais), Acácia parou de realizar os pagamentos ao Banco XXG, que iniciou o procedimento 
de execução extrajudicial da garantia fiduciária, conforme previsto na Lei nº 9.514/97. 
Acácia foi intimada e não purgou a mora, e o imóvel foi a leilão em duas ocasiões, não havendo 
propostas para sua aquisição, de modo que houve a consolidação da propriedade do imóvel ao 
Banco XXG, com a quitação do contrato de financiamento. Acácia ajuizou, em seguida, ação 
condenatória em face do Banco XXG, distribuída para a 1ª Vara Cível de Vitória e autuada sob 
o nº 001234, sob a alegação de que, somados os valores do imóvel e das parcelas pagas, o 
Banco XXG teria recebido R$ 540.000,00 (quinhentos e quarenta mil reais), mais do que o valor 
concedido a título de empréstimo. Acácia formulou pedido condenatório pretendendo o 
recebimento da diferença, ou seja, R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), assim como postulou a 
concessão dos benefícios da justiça gratuita, alegando não possuir condições financeiras para 
arcar com as custas processuais e os honorários sucumbenciais. 
O Banco XXG, citado, apresentou sua contestação, afirmando que a pretensão não encontraria 
respaldo jurídico, à luz do regime previsto na Lei nº 9.514/97, requerendo a improcedência da 
pretensão. Demonstrou queAcácia possuiria 4 (quatro) imóveis, além de participação societária 
em 3 (três) empresas, e condição financeira apta ao pagamento das custas e dos honorários, 
requerendo o indeferimento da justiça gratuita à Acácia. 
O juiz concedeu o benefício da justiça gratuita que havia sido postulado na inicial em decisão 
interlocutória e, após, julgou procedentes os pedidos, condenando o Banco XXG a restituir o 
valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e a arcar com as custas processuais e os honorários 
sucumbenciais em 10% do valor da condenação. A sentença foi publicada em 03/05/2021, 
segunda-feira, sendo certo que não possui omissão, obscuridade ou contradição. 
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80 
Considerando apenas as informações expostas, elabore, na qualidade de advogado(a) do 
Banco XXG, a peça processual cabível para defesa dos interesses de seu cliente, que leve 
o tema à instância superior, indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da 
legislação vigente. O recurso deverá ser datado no último dia do prazo para apresentação. 
Desconsidere a existência de feriados nacionais ou locais. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser 
utilizados para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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81 
Gabarito Comentado 
 
A peça processual cabível é o recurso de apelação (Art. 1.009 do CPC), interposto no prazo de 
15 dias úteis, ou seja, em 24/05/2021. 
O examinando deverá interpor o recurso em petição dirigida ao juízo de primeiro grau (Art. 1.010), 
contendo o nome e a qualificação das partes, além de requerer a intimação para apresentação 
de contrarrazões e a remessa ao tribunal independentemente do juízo de admissibilidade. 
Nas razões recursais, deverá indicar os fatos ocorridos, bem como fundamentar juridicamente 
seu pleito. 
Inicialmente, caberá formular pedido de revogação do benefício da justiça gratuita (Art. 1.009, 
§1º), porque não sujeita a recurso de Agravo (Art. 1.015). Deverá indicar que Acácia possui 4 
imóveis e participação societária em 3 empresas, possuindo condições de arcar com custas e 
honorários, não sendo hipótese de incidência do Art. 98 do CPC. 
No mérito, o examinando deverá alegar que o Banco XXG seguiu estritamente o procedimento 
previsto no Art. 26 e no Art. 27, ambos da Lei nº 9.514/97, que prevê expressamente o “perdão 
legal” no Art. 27, §§ 5º e 6º, in verbis: § 5º Se, no segundo leilão, o maior lance oferecido não for 
igual ou superior ao valor referido no § 2º, considerar-se-á extinta a dívida e exonerado o credor 
da obrigação de que trata o § 4º. § 6º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, o credor, no 
prazo de cinco dias a contar da data do segundo leilão, dará ao devedor quitação da dívida, 
mediante termo próprio. 
O examinando deverá formular o pedido de reforma da decisão que concedeu a justiça gratuita 
e da sentença, para julgar improcedente o pedido, com a condenação de Acácia ao pagamento 
integral das custas e honorários, majorados para fase recursal (Art. 85 do CPC). 
Deve, a seguir, proceder ao encerramento da peça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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82 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. Interposição da apelação por petição dirigida ao juízo da 1ª. Vara Cível de Vitória 
(0,10). 
0,00/0,10 
2. Endereçamento das razões recursais ao Tribunal de Justiça (0,10). 0,00/0,10 
3. Apelante: Banco XXG. (0,10); Apelada: Acácia (0,10), número do processo 
(001234) (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30 
4. Cabimento: recurso cabível para reforma de sentença é a apelação (0,10), nos 
termos do Art. 1009, do CPC (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
5. Tempestividade: apelação interposta tempestivamente, a saber, no dia 
24/05/2021, último dia do prazo para recurso (0,20) 
0,00/0,20 
6. Recolhimento do devido preparo recursal (0,10) conforme Art. 1007 do CPC 
(0,10) 
0,00/0,10/0,20 
7. Intimação da Apelada, para, querendo, apresentar contrarrazões (0,10), nos 
termos do Art. 1.010, § 1º, do CPC (0,10); 
0,00/0,10/0,20 
8. Exposição dos Fatos (0,10) 0,00/0,10 
Razões Recursais 
9. Revogação da justiça gratuita, considerando a situação financeira de Acácia 
(0,80), não se enquadrando no benefício da gratuidade, constante do Art. 98 do 
CPC ou do Art. 5º, inciso LXXIV, da CRFB (0,10). 
0,00/0,80/0,90 
 
10. Requerimento de intimação da parte autora para pagamento das custas em 
virtude da revogação da gratuidade (0,40), sob pena de extinção do processo sem 
análise do mérito (0,20), na forma do Art. 102, do CPC (0,10). 
0,00/0,40/0,50/0,60/0,70 
 
11. Fundamentação da improcedência do pedido formulado por Acácia, 
considerando a ocorrência da extinção da obrigação (0,80), conforme o Art. 27, § 
5º, da Lei nº 9.514/97 (0,10). 
0,00/0,80/0,90 
 
Pedidos 
12. Pedido de reforma da decisão interlocutória que deferiu a justiça gratuita (0,30). 0,00/0,30 
13. Pedido de reforma da sentença (0,10), para julgar improcedente o pedido 
(0,40). 
0,00/0,10/0,40/0,50 
14. Condenação da recorrida ao pagamento integral das custas processuais (0,10) 
e honorários de sucumbência (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
Fechamento 
15. Local, data (24/05/2021) e assinatura por advogado (0,10) 0,00/0,10 
 
 
 
 
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Estrutura da Peça | Apelação 
 
DOUTO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA DO ESTADO DE 
ESPÍRITO SANTO 
 
Processo número 001234 
 
 BANCO XXG, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o 
número..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., 
Estado..., CEP..., neste ato representado nos termos do artigo 75, inciso VIII do 
Código de Processo Civil pelo... por intermédio de seu procurador constituído 
(procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., com endereço profissional na 
Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, 
vem. respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento legal nos 
artigos 994, inciso I e 1.009, caput e seguintes do Código de Processo Civil, interpor 
o presente 
RECURSO DE APELAÇÃO 
em razão da sentença de procedência na ação condenatória ajuizada por ACÁCIA, 
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de Identidade 
número..., CPF..., com endereço eletrônico.... residente e domiciliada na Rua.... 
número.... Bairro..., Cidade.... Estado.... CEP..., pelas razões anexas. 
 Requer a intimação da Apelada para oferecer contrarrazões no prazo de 15 dias, 
conforme artigos 1.010, §1º e 1.003, §5º, ambos do Código de Processo Civil. 
 Requer, ainda, a remessa dos autos ao respectivo Egrégio Tribunal de Justiça 
do Estado de Espírito Santo para sua admissão, processamento e julgamento. 
 Por fim, requer a juntada do comprovante de recolhimento do preparo recursal, 
inclusive porte de remessa e de retorno, conforme previsão do artigo 1.007 do 
Código de Processo Civil. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., data 24/05/2021 
Advogado... OAB… 
 
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84 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO 
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Processo número 001234 
Apelante: BANCO XXG 
Apelado: Acácia 
 Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Nobres julgadores, 
I - DO CABIMENTO: 
 O recurso de apelação é o recurso adequado, pois conforme o caput do artigo 
1.009 do Código de Processo Civil, da sentença cabe apelação, sendo tal recurso 
previsto no artigo 994, inciso I do Código de Processo Civil. A decisão recorrida tem 
natureza de sentença na forma do artigo 203, §1º do Código de Processo Civil, pois 
proferida pelo juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Vitória, sendo decisão que 
colocou fim à fasede conhecimento do procedimento comum, com resolução de 
mérito, consoante previsão do artigo 487, inciso I e 490, ambos do Código de 
Processo Civil, julgando procedente a ação condenatória ajuizada pela Apelante. 
II - DA TEMPESTIVIDADE: 
 O presente recurso é tempestivo, eis que interposto dentro do prazo legal de 15 
dias, conforme previsão do art. 1.003, §5º do Código de Processo Civil, computados 
somente os dias úteis, tal qual preceitua o artigo 219 do Código de Processo Civil, 
cujo termo inicial é a data do dia 03 de maio de 2021, uma segunda-feira, sendo que 
excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento, conforme preceitua o caput 
do artigo 224 do Código de Processo Civil, tal recurso pode ser interposto até o último 
dia do prazo, qual seja, dia 24/05/2021. 
III - DA SÍNTESE DA DEMANDA: 
 A Apelada celebrou com o Apelante contrato de empréstimo, no valor de R$ 
480.000.00 (quatrocentos e oitenta mil reais), a ser quitado em 48 parcelas mensais 
de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para aquisição de um apartamento situado na cidade 
de Vitória, Espírito Santo, concedendo em garantia, mediante alienação fiduciária, o 
referido apartamento, avaliado em R$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais). 
 
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85 
 Ocorre que houve o pagamento por parte da apelada das primeiras 12 parcelas 
mensais, totalizando R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), sendo que a Apelada 
parou de realizar os pagamentos ao Apelante, o qual, por sua vez, iniciou o 
procedimento de execução extrajudicial da garantia fiduciária, conforme previsto na 
Lei nº 9.514/97. 
 Intimada, a apelada Acácia não purgou a mora, e o imóvel foi a leilão em duas 
ocasiões, e não havendo propostas para sua aquisição, ocorreu a consolidação da 
propriedade do imóvel ao Banco Apelante, com a quitação do contrato de 
financiamento. A Apelada, por sua vez, ajuizou, em seguida, ação condenatória em 
face do Banco Apelante, a qual foi distribuída para a 1ª Vara Cível de Vitória e 
autuada sob o nº 001234. Na referida ação, a Apelada alegou que, somados os 
valores do imóvel e das parcelas pagas, o Apelante teria recebido R$ 540.000,00 
(quinhentos e quarenta mil reais), mais do que o valor concedido a título de 
empréstimo. A Apelada formulou pedido condenatório pretendendo o recebimento 
da diferença, ou seja, R$60.000,00 (sessenta mil reais), e postulou a concessão dos 
benefícios da justiça gratuita, sob a alegação de que não possuía condições 
financeiras para arcar com as custas processuais e os honorários sucumbenciais. 
 O Apelante na condição de Réu foi citado e apresentou sua contestação, 
afirmando que a pretensão não encontraria respaldo jurídico, à luz do e previsto na 
Lei nº 9.514/97, requerendo a improcedência da pretensão. Ainda, demonstrou o 
Apelante que a Apelada possuiria 4 (quatro) imóveis, além de participação societária 
em 3 (três) empresas, e condição financeira apta ao pagamento das custas e dos 
honorários, requerendo o indeferimento da justiça gratuita à Acácia. 
 O juiz concedeu o benefício da justiça gratuita postulado na inicial em decisão 
interlocutória e, após, julgou procedentes os pedidos, condenando o Apelante a 
restituir o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e a arcar com as custas 
processuais e os honorários sucumbenciais em 10% do valor da condenação. A 
referida sentença, no entanto, deve ser reformada pelas razões que seguem. 
IV - PRELIMINARMENTE: 
 a) Da concessão do benefício da gratuidade da justiça à Autora, ora Apelada: 
 
 
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86 
 A decisão interlocutória que concedeu o benefício à gratuidade da justiça à 
Apelada, deve ser reformada. De início, é de se destacar que, conforme previsão do 
§1º do artigo 1.009 do Código de Processo Civil justifica-se a impugnação da referida 
decisão interlocutória em sede de preliminar de apelação, pois as questões 
resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar 
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em 
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final. 
 Dessa forma, a decisão que concede o benefício da gratuidade da justiça 
mediante decisão interlocutória proferida na fase de conhecimento não cabe agravo 
de instrumento, pois somente cabe agravo de instrumento da que rejeita o pedido de 
gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação, tal qual previsão 
do inciso V do artigo 1.015 do Código de Processo Civil. 
 Assim sendo, o benefício da gratuidade da justiça deferido à Autora, ora 
Apelada, deve ser revogado vez que foi concedido de forma indevida, haja vista que 
a Apelada não é pessoa com insuficiência de recursos para pagar as custas, as 
despesas processuais e os honorários de advogado, não possuindo assim direito à 
gratuidade da justiça, na forma da lei, tal qual exigido pelo artigo 98 do Código de 
Processo Civil e artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal. Portanto, requer-se 
a revogação da concessão do benefício da gratuidade da Justiça e a intimação da 
Apelada para recolher as custas sob pena de extinção do processo sem resolução 
de mérito, forte no artigo 102 do Código de Processo Civil. 
V - DAS RAZÕES PARA REFORMA DA DECISÃO: 
 A decisão merecer ser reformada, conforme demonstra a seguir. Isso porque 
a apelada Acácia está inadimplente, não tendo realizado os pagamentos devidos ao 
Banco XXG, ora apelante, mesmo tendo sido notificada e constituída em mora. 
 A apelada havia concedido garantia da dívida, mediante alienação fiduciária de 
imóvel, o qual, nos termos previstos no art. 26 da lei 9.514/97, em face da não 
purgação da mora, consolidou a propriedade nas mãos do credor fiduciário, o Banco 
XXG, ora apelante. Diante disto, o Banco apelante cumpriu integralmente a previsão 
legislativa, nos termos do art. 27 da lei 9.514/97, promovendo leilão do imóvel 
 
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87 
referido, por duas oportunidades, sem que, contudo, houvesse qualquer proposta 
para aquisição do imóvel. 
 Com isto, o procedimento do art. 27, §5º, da lei 9.514/97 foi adotado, ou seja, não 
tendo havido lance no segundo leilão, considera-se extinta a dívida e exonerado o 
credor da obrigação de que trata o §4º, que seria a devolução ao devedor dos valores 
que restarem após a dedução dos valores da dívida, despesas e encargos. 
 Desta forma, verifica-se a total observância ao procedimento previsto na lei 
9.514/97, de forma que o apelante não tem obrigação de devolver a diferença 
postulada pela apelada, devendo a decisão ser reformada, a fim de julgar totalmente 
improcedente a demanda. 
VI - DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer o Apelante: 
a) A admissibilidade e conhecimento do presente recurso de apelação, eis que 
preenchidos todos os pressupostos recursais; 
b) Preliminarmente, o acolhimento da preliminar de apelação para reformar a decisão 
interlocutória e revogar a concessão do benefício da gratuidade da justiça à Autora; 
c) A intimação da Autora, ora Apelada, para recolher as custas no prazo fixado sob 
pena de extinção do processo sem resolução de mérito, em razão da revogação do 
benefício da gratuidade da justiça, consoante artigo 102 do Código de Processo Civil; 
d) O total provimento do recurso de Apelação para o fim de reformar a sentença de 
procedência e assim julgar totalmente improcedente os pedidos formulados pela 
Apelada na Inicial; 
e) A inversão do ônus de sucumbência e majoração dos honorários advocatícios em 
sede recursal condenando a Apelada no pagamento das custas e honorários de 
sucumbência. 
Termos em que, 
pede deferimento. 
Local.... Data 24/05/2021, 
Advogado... 
OAB... 
 
 
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88 
Peça 11 | XXII Exame 
 
Enunciado 
 
A editora Cruzeiro lançou uma biografiada cantora Jaqueline, que fez grande sucesso nas 
décadas de 1980 e 1990, e, por conta do consumo exagerado de drogas, dentre outros excessos, 
acabou por se afastar da vida artística, vivendo reclusa em uma chácara no interior de Minas 
Gerais, há quase vinte anos. 
Poucos dias após o início da venda dos livros, e alguns dias antes de um evento nacional 
organizado para sua divulgação, por meio de oficial de justiça, a editora foi citada para responder 
a uma ação de indenização por danos morais cumulada com obrigação de fazer, ajuizada por 
Jaqueline. No mesmo mandado, a editora foi intimada a cumprir decisão do Juízo da 1ª Vara 
Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, que deferiu a antecipação de tutela para 
condenar a ré a não mais vender exemplares da biografia, bem a recolher todos aqueles que já 
tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não tivessem sido comprados, no prazo de 
setenta e duas horas, sob pena de multa diária de cinquenta mil reais. 
A decisão acolheu os fundamentos da petição inicial, no sentido de que a obra revela fatos da 
imagem e da vida privada da cantora sem que tenha havido sua autorização prévia, o que gera 
lesão à sua personalidade e dano moral, nos termos dos artigos 20 e 21 do Código Civil, e que, 
sem a imediata interrupção da divulgação da biografia, essa lesão se ampliaria e se consumaria 
de forma definitiva, revelando o perigo de dano irreparável e o risco ao resultado útil do processo. 
A editora procura você como advogado(a), informando que foi intimada da decisão há três dias 
(mas o mandado somente foi juntado aos autos no dia de hoje) e que pretende dela recorrer, 
pois entende que não se justifica a censura à sua atividade, por tratar-se de informações 
verdadeiras sobre a vida de uma celebridade, e afirma que o recolhimento dos livros lhe causará 
significativos prejuízos, especialmente com o cancelamento do evento de divulgação 
programado para ser realizado em trinta dias. 
Na qualidade de advogado(a) da editora Cruzeiro, elabore o recurso cabível voltado a 
impugnar a decisão que deferiu a antecipação da tutela descrita no enunciado, afastados 
embargos de declaração. (Valor: 5,00) 
 
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89 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
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90 
Gabarito Comentado 
 
A decisão impugnada é uma decisão interlocutória que concedeu tutela provisória, razão pela 
qual o recurso cabível para sua impugnação é o agravo de instrumento (Art. 1.015, inciso I, do 
CPC/15), cuja interposição deve ocorrer dentro dos próximos quinze dias úteis (Art. 1.003, § 5º, 
do CPC/15), já que se contam da data da juntada aos autos do mandado de intimação (Art. 231, 
inciso II, do CPC/15). 
No mérito, deve ser impugnada a probabilidade do direito, de acordo com a interpretação 
conforme à Constituição dada aos artigos 20 e 21 do CC pela jurisprudência superior, no sentido 
de ser inexigível autorização de pessoa biografada. A ponderação, nesta hipóste, deve privilegiar 
a liberdade de expressão, assegurada pelo Art. 5º, IX, da Constituição da República, 
especialmente em se tratando de pessoa notória, cabível somente, em caso de abuso, a 
responsabilização posterior, mas não a censura prévia. 
Deve ser deduzido pedido de concessão de efeito suspensivo ao agravo, de forma a evitar risco 
de dano grave, na forma do Art. 995, parágrafo único e/ou Art. 1.019, inciso I, ambos do CPC/15. 
 
 
 
 
Ceisc OAB 
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91 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento: A petição deve ser endereçada ao Tribunal de Justiça do Estado 
de São Paulo (0,10) 
0,00/0,10 
Nome e qualificação das partes: agravante: Editora Cruzeiro (0,10); agravada 
Jaqueline (0,10) 
0,00/0,10/0,20 
Indicação dos nomes e endereços dos Advogados (Art. 1.016, IV, do CPC/15) 
(0,10) 
0,00/0,10 
Cabimento: indicar que a decisão agravada é interlocutória e concessiva de tutela 
provisória (0,40), segundo o Art. 1.015, inciso I, do CPC/15 (0,10) 
0,00/0,40/0,50 
Tempestividade: indicar que o recurso foi interposto em até quinze dias (0,20) 
úteis, conforme o Art. 1.003, § 5º, do CPC/15 (0,10), contados da data da juntada 
aos autos do mandado de intimação (0,20), conforme o Art. 231, inciso II, do 
CPC/15 (0,10). 
0,00/0,20/0,30/ 
0,40/0,50/0,60 
Fundamentação Jurídica/Legal: 
A - Afirmar a ausência de probabilidade do direito (0,30): 0,00/0,30 
A.1 - por ser desnecessária a autorização prévia do biografado (0,40), em razão de 
interpretação conforme a Constituição dada aos artigos 20 e 21 do CC (0,20) 
0,00/0,20/0,40/0,60 
A.2 - em razão do exercício regular da liberdade de expressão (0,40), conforme o 
Art. 5º, IX, da Constituição da República (0,10). 
0,00/0,40/0,50 
A.3 - por se tratar de fatos verdadeiros (0,30) e pessoa notória ou pública (0,20) 0,00/0,20/0,30/0,50 
Fundamentação do efeito suspensivo: 
Demonstrar os danos graves ou de difícil reparação que a manutenção da decisão 
ocasionará (0,30) e a probabilidade de provimento do recurso (0,30), na forma do 
Art. 995, parágrafo único, OU Art. 1.019, I do CPC/15 (0,10) 
0,00/0,30/0,40/0,60/0,70 
 
Pedidos: 
Pedido de atribuição de efeito suspensivo ao recurso (0,30) 0,00/0,30 
Pedido de provimento do recurso (0,10) para reformar da decisão OU indeferir a 
tutela provisória (0,30). 
0,00/0,10/0,30/0,40 
Juntada do comprovante de recolhimento de custas ou pedido de gratuidade de 
justiça (0,10). 
0,00/0,10 
Fechamento da peça: local, data e assinatura (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
 
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92 
Estrutura da Peça | Agravo de Instrumento 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
Processo número... 
 
 EDITORA CRUZEIRO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob 
número…, com endereço eletrônico…, sede na Rua…, número…, Bairro…, Cidade…, 
Estado…, CEP..., na pessoa de seu representante legal, conforme previsão do art. 75, 
VIII do Código de Processo Civil, por intermédio de seu procurador constituído 
(procuração em anexo) OAB…, endereço eletrônico…, com endereço profissional na 
Rua…, número…, Bairro…, Cidade…, Estado…, CEP... onde recebe intimações, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 994, 
inciso II e 1.015, inciso I e seguintes do Código de Processo Civil, interpor o presente 
RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO 
SUSPENSIVO 
Em razão da decisão interlocutória proferida nas fls... nos autos da Ação de indenização 
por danos morais cumulada com obrigação de fazer ajuizada pela Agravada 
JAQUELINE..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de 
Identidade número..., inscrita no CPF..., com endereço eletrônico...., residente e 
domiciliada na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado...., CEP..., que deferiu a 
antecipação de tutela, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
I – DO CABIMENTO: 
 Justifica-se a interposição do Agravo de Instrumento, eis que a decisão impugnada 
refere-se à decisão interlocutória, conforme preceitua o §2º do artigo 203 do Código de 
Processo Civil e que concedeu tutela provisória de urgência antecipada, na forma do 
inciso I do artigo 1.015, condenando o Agravante a não mais vender exemplares da 
biografia, bem como a recolher todos aqueles que já tivessem sido comprados, no 
prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária de cinquenta mil reais. 
II - DA TEMPESTIVIDADE DO AGRAVO: 
 O presente recurso é tempestivo, eis que interposto no prazo de 15 dias, 
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conforme previsão do §5º do artigo 1.003 do Código de Processo Civil,tendo como 
termo inicial a juntada do mandado de Citação aos autos, consoante determina o inciso 
II do artigo 231 também do Código de Processo Civil, já que se trata de decisão 
proferida antes da citação do Réu, ora Agravante. 
III - DO NOME E ENDEREÇO DOS ADVOGADOS DO AGRAVANTE E DO 
AGRAVADO: 
 Em atenção ao artigo 1.016, IV do CPC, informa o agravante o nome e endereço 
completo dos advogados constantes no processo: 
Pelo agravante: Advogado..., OAB..., endereço eletrônico..., com endereço profissional 
na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP... 
Pelo agravado: Advogado..., OAB..., endereço eletrônico..., com endereço profissional 
na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP... 
IV - DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS: 
 Cumprindo o disposto no artigo 1.017, I e III do CPC, vem o Agravante indicar as 
peças obrigatórias que instruem o recurso. 
Das peças obrigatórias: conforme o artigo 1.017, inciso I do Código de Processo Civil 
junta o agravante cópia das seguintes peças obrigatórias: cópia da Petição inicial, da 
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da decisão agravada, do 
documento que comprova a tempestividade; da procuração outorgada ao advogado da 
Agravante; da Procuração outorgada ao advogado do Agravado; 
Das peças facultativas... 
V - DA SÍNTESE DA DEMANDA: 
 A Agravada ajuizou ação de indenização de danos morais cumulada com obrigação 
de fazer em face da Agravante pelo fato desta última na condição de Editora ter lançado 
biografia daquela, por se tratar de cantora que fez grande sucesso nos anos 80 e 90. 
 Em sede de tutela provisória de urgência antecipada o juiz da 1ª Vara Cível da 
Comarca da Capital do Estado de São Paulo, com fundamento nos artigos 20 e 21 do 
Código Civil, condenou a Agravante a não mais vender exemplares da biografia da 
Agravada, bem como a recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos 
de venda e ainda não tivessem sido comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob 
 
 
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pena de multa diária de cinquenta mil reais. 
No entanto, tal decisão não deve prevalecer, pelas seguintes razões. 
VI - DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA E NULIDADE DA DECISÃO 
ATACADA: 
a) Da ausência da probabilidade do direito: 
 A decisão de primeiro grau que ora se impugna acolheu os fundamentos da petição 
inicial, com fundamento nos artigos 20 e 21 do Código Civil, no sentido de que a obra 
revela fatos da imagem e da vida privada da Agravada sem que tenha havido sua 
autorização prévia, o que gera lesão à sua personalidade e dano moral, sendo que se 
não houvesse imediata interrupção da divulgação da biografia pela Editora Agravante, 
essa lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, revelando o perigo de dano 
irreparável e o risco ao resultado útil do processo. 
 No entanto, conforme previsão do artigo 300 do Código de Processo Civil para 
concessão da tutela provisória de urgência antecipada é necessário que estejam 
presentes os elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano 
ou o risco ao resultado útil do processo. No caso da Agravada ausente o requisito da 
probabilidade, pelas seguintes razões: 
a) Da desnecessidade de prévia autorização e da interpretação conforme à 
Constituição: 
 No caso da Agravada, a decisão de Primeiro Grau não deve prosperar, eis que 
ausente a probabilidade do direito, em razão da desnecessidade de prévia autorização 
por parte da Agravada e interpretação conforme à Constituição dada aos artigos 20 e 
21 do Código Civil pela jurisprudência superior, de forma que não se torna mais 
necessária a autorização da pessoa biografada. 
b) Do exercício regular da liberdade de expressão: 
 Considerando a previsão do inciso IX do artigo 5º da Constituição Federal é livre a 
liberdade de expressão. Sendo assim, eventual responsabilização somente poderia 
ocorrer em caso de abuso, porém, não a censura prévia, consoante decisão que 
determinou o recolhimento das obras e o cancelamento do evento já agendado, 
devendo, portanto, tal decisão ser reformada. 
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c) A agravada é pessoa pública e notória: 
 Falta ainda o requisito de probabilidade para manutenção da tutela antecipada 
concedida, eis que os fatos narrados pela Editora Agravante são verídicos, bem como 
pela razão da Agravada ser cantora de grande sucesso nos anos 80 e 90, devendo, 
assim, conforme narrado prevalecer nessa situação, a liberdade de expressão, conforme 
previsão do artigo 5º, IX da Constituição Federal. 
VII - DO EFEITO SUSPENSIVO: 
 A agravante requer a concessão do efeito suspensivo consoante previsão do artigo 
995, parágrafo único do Código de Processo Civil e artigo 1.019, inciso I do Código de 
Processo Civil. 
 No caso, a decisão interlocutória proferida pelo juiz da 1ª Vara Cível da Comarca da 
Capital de São Paulo é capaz de gerar à Agravante dano grave, de difícil ou impossível 
reparação, vez que determinou que a Agravante a não mais vender exemplares da 
biografia da Agravada, sendo que a Agravante já possui evento agendado, bem como 
no prazo de 72 horas recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de 
venda e ainda não tivessem sido comprados, sob pena de multa diária de cinquenta mil 
reais. Não obstante, evidente a probabilidade de provimento do recurso, eis que o 
Agravante demonstrou a ausência de requisito para a concessão de tutela antecipada, 
haja vista o entendimento conforme à Constituição dado aos artigos 20 e 21 do Código 
Civil e o artigo 5, IX da Constituição Federal que assegura a liberdade de expressão, o 
que afasta a fundamentação dada pelo Juiz de Primeiro Grau na decisão interlocutória. 
 VIII - DOS PEDIDOS: 
a) Requer que o recurso seja admitido e conhecido e imediatamente concedido efeito 
suspensivo com o fim de suspender a eficácia da decisão que determinou o Agravante 
a não mais vender os exemplares da biografia, bem como a recolher todos aqueles que 
já tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não tivessem sido comprados, no 
prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária de cinquenta mil reais, conforme 
previsão dos artigos 1.019, inciso I e parágrafo único do artigo 995, ambos do Código de 
Processo Civil; 
b) Ao final seja o Agravo totalmente provido para reformar a decisão agravada revogando 
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 a tutela antecipada concedida; 
 c) A Juntada do comprovante de recolhimento do preparo recursal, consoante previsão 
 do artigo 1.007 do CPC/2015; 
d) A intimação do Agravado para, querendo, e no prazo legal responder ao presente 
Agravo no prazo de 15 dias, conforme previsão do artigo 1.003, §5º e 1.019, II, ambos 
do Código de Processo Civil; 
e) A juntada de peças obrigatórias e facultativas nos termos do artigo 1.017, inciso I e 
III do Código de Processo Civil; 
f) Informa o agravante que no prazo de 03 dias a contar da interposição do recurso 
juntará aos autos do processo de primeiro grau cópia da petição do recurso, do 
comprovante de interposição e do rol de documentos, consoante previsão do artigo 
1.018 do Código de Processo Civil. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
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97 
Peça 12 | XXV Exame 
Enunciado 
 
Em uma determinada ação indenizatória que tramita na capital do Rio de Janeiro, o promitente 
comprador de um imóvel, Serafim, pleiteia da promitente vendedora, Incorporadora X, sua 
condenação ao pagamento de quantias indenizatórias a título de (i) lucros cessantes em razão 
da demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária e (ii) danos morais. Todas as provas 
pertinentes e relevantes dos fatos constitutivos do direito do autor foram carreadas nos autos. 
Na contestação, a ré suscitou preliminarde ilegitimidade passiva, apontando como devedora de 
eventual indenização a sociedade Construtora Y contratada para a execução da obra. Alegou, 
no mérito, o descabimento de danos morais por mero inadimplemento contratual e, ainda, aduziu 
que a situação casuística não demonstrou a ocorrência dos lucros cessantes alegados pelo 
autor. 
O juízo de primeira instância, transcorridos regularmente os atos processuais sob o rito comum, 
acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva. 
Da sentença proferida já à luz da vigência do CPC/15, o autor interpôs recurso de apelação, mas 
o acórdão no Tribunal de Justiça correspondente manteve integralmente a decisão pelos seus 
próprios fundamentos, sem motivar específica e casuisticamente a decisão. 
O autor, diante disso, opôs embargos de declaração por entender que havia omissão no Acórdão, 
para préquestionar a violação de norma federal aplicável ao caso em tela. No julgamento dos 
embargos declaratórios, embora tenha enfrentado os dispositivos legais aplicáveis à espécie, o 
Tribunal negou provimento ao recurso e também aplicou a multa prevista na lei para a hipótese 
de embargos meramente protelatórios. 
Na qualidade de advogado(a) de Serafim, indique o meio processual adequado para a 
tutela integral do seu direito em face do acórdão do Tribunal, elaborando a peça 
processual cabível no caso, excluindo-se a hipótese de novos embargos de declaração, 
indicando os seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. (Valor: 
5,00) 
 
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98 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
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99 
Gabarito Comentado 
 
A medida cabível para Serafim, em seu processo, é a interposição do Recurso Especial para o 
STJ, cujas razões recursais devem rechaçar a ilegitimidade passiva da incorporadora imobiliária, 
visto que é ela responsável solidária pelos danos ocasionados, na forma do Art. 25, § 1º, do 
Código de Defesa do Consumidor, do Art. 942 do Código Civil ou do Art. 30 da Lei nº 4.591/64. 
Além disso, o examinando deve abordar a prática do ilícito contratual e os danos sofridos. Ao 
final, o pedido recursal deve ser no sentido de obter a anulação do acórdão em razão da falta de 
fundamentação específica e, caso o STJ entenda que a invalidação será excessivamente 
prejudicial ao recorrente, deve ser pedida reforma integral do julgado, com base no Art. 282, § 
2º, do CPC. 
Em relação à multa aplicada em razão do entendimento do Tribunal (embargos protelatórios), 
esta também deve ser rechaçada pelo examinando, por se tratar de recurso com finalidade de 
pré-questionamento, o que resulta na inaplicabilidade do Art. 1026, § 2º, do CPC/15 e na violação 
ao enunciado de Súmula de Jurisprudência predominante do STJ (Súmula 98) 
 
 
 
 
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100 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
O recurso deverá ser interposto perante o presidente ou o vice-presidente do 
tribunal recorrido (Rio de Janeiro) (0,10). 
0,00/0,10 
 
Indicação do recorrente (0,10) e do recorrido (0,10). 0,00/0,10/0,20 
Interposição no prazo de 15 dias (0,10), na forma do Art. 1003, § 5º, do CPC/15 
(0,10). 
0,00/0,10/0,20 
 
Preparo ou gratuidade de Justiça (0,10). 0,00/0,10 
Cabimento 
1. Decisão advinda de Tribunal (0,20) e decisão proferida em última instância (0,20) 0,00/0,20/0,40 
2. Requisito específico de violação à Lei Federal (0,40) 0,00/0,40 
3. Fundamento legal: Art. 105, inciso III, alínea a, da CRFB/88 OU art. 1029 do 
CPC/15 (0,10). 
Obs.: A pontuação do fundamento legal somente será considerada se mencionado 
qualquer dos itens acima que tratam do cabimento. 
0,00/0,10 
Fundamentação 
Prequestionamento realizado pela via dos Embargos de Declaração (0,50), nos 
termos do Art. 1.025 do CPC/15 (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
Ausência de fundamentação específica do acórdão recorrido (0,20), violando o 
disposto no art. 489, §1º, do CPC/15 (0,10). 
0,00/0,20/0,30 
Legitimidade passiva da Incorporadora porque não observada a responsabilidade 
solidária prevista (0,60). 
0,00/0,60 
Indicação de violação do disposto no Art. 7, parágrafo único, OU Art. 25, § 1º, do 
CDC OU Art. 942 do CC OU do Art. 30 da Lei nº 4.591/64 (0,10) 
Obs.: A pontuação do fundamento legal somente será considerada se mencionado 
o item anterior que trata da fundamentação. 
0,00/0,10 
 
Alegação da prática do ilícito contratual (0,20) 0,00/0,20 
Identificação dos danos sofridos: lucros cessantes (0,20) e dano moral (0,20) 0,00/0,20/0,40 
Aplicação de multa indevida nos Embargos declaratórios por se tratar de recurso 
com finalidade de prequestionamento (0,50), o que resulta na inaplicabilidade do 
Art. 1026, § 2º, do CPC/15 (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
 
Pedidos 
1. de admissão do recurso (0,10). 0,00/0,10 
2. de provimento para anular o acórdão do Tribunal local (0,20). 0,00/0,20 
3. eventual, para a reforma integral da decisão recorrida (0,10). 0,00/0,10 
4. eventual, provimento parcial para afastar a aplicação da multa (0,20). 0,00/0,20 
Fechamento 
Local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
Ceisc OAB 
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101 
Estrutura da Peça | Recurso Especial 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RIO DE JANEIRO 
 
Processo número... 
 
 SERAFIM, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de 
Identidade número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador 
constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com endereço 
profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe 
intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento 
nos artigos 105, III, alínea a da Constituição Federal de 1988 e 1.029 do Código de 
Processo Civil de 2015, interpor o presente 
RECURSO ESPECIAL 
 Em razão do acórdão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Rio 
de Janeiro no recurso de apelação interposto em face de INCORPORADORA X, 
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., com endereço na 
Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões que seguem em 
anexo. 
 Requer a intimação da parte contrária para oferecer contrarrazões no prazo de 
15 dias, conforme previsão dos artigos 1.003, §5º e 1.030, ambos do Código de 
Processo Civil. 
 Requer, também, que o presente recurso seja admitido, remetendo os autos ao 
Colendo Superior Tribunal de Justiça. 
 Por fim, requer a juntada do comprovante de recolhimento do preparo recursal, 
inclusive porte de remessa e de retorno, na forma do artigo 1.007 do CPC. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., Data... 
Advogado... OAB... 
 
Ceisc OAB 
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102 
 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL 
Processo número... 
Recorrente: SERAFIM 
Recorrido: INCORPORADORA X 
Origem: Tribunal de Justiça do Estado de Rio de Janeiro 
Egrégio Tribunal, Colenda Turma, Nobre julgadores. 
I - DO CABIMENTO: 
 O presente recurso tem cabimento, eis que ataca decisão proferida no recurso de 
Apelação que possui natureza de acórdão, conforme previsão do artigo 204 do Código 
de Processo Civil, decisão esta advinda de Tribunal de Justiça, qual seja, o Tribunal 
de Justiça do Estado de Rio de Janeiro. Sendo assim, a referida decisão foi proferida 
em última instancia, esgotando-se a possibilidade de se interpor qualquer outro 
recurso, conforme previsão do artigo 105, III da Constituição Federal. 
 Ademais, tal decisão emanada no recursode Apelação interposto pelo Recorrente 
veio violar norma federal, o que enseja a propositura de recurso especial, consoante 
determina a alínea a do artigo 105, III da Constituição Federal, encontrando este 
recurso especial previsão também no artigo 1.029 do CPC. 
II – DA TEMPESTIVIDADE: 
 O presente recurso é tempestivo, eis que interposto dentro do prazo legal de 15 
dias, conforme determina o artigo 1.003, §5º do CPC, cujo termo inicial é a intimação 
do advogado da decisão, na forma do 1.003, caput do CPC, computando-se somente 
os dias úteis, nos termos do artigo 219 do CPC, excluindo o dia do início e incluindo o 
dia do vencimento, tal qual preconiza o artigo 224, também do CPC. 
III – DO PRÉQUESTIONAMENTO: 
 Houve no Tribunal recorrido o pré-questionamento via Embargos de Declaração, 
conforme prevê o artigo 1.025 do CPC, ou seja, a lei federal violada foi objeto de 
apreciação pela decisão ora recorrida, tendo sido enfrentados os dispositivos legais 
aplicáveis. 
IV – DA SÍNTESE DA DEMANDA: 
 
Ceisc OAB 
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103 
 
 O Recorrente, promitente comprador de um imóvel, ajuizou ação indenizatória que 
tramitou na capital do Rio de Janeiro, em face da promitente vendedora, Incorporadora 
X, postulando sua condenação ao pagamento de quantias indenizatórias a título de 
lucros cessantes em razão da demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária, 
bem como danos morais, sendo que todas as provas pertinentes e relevantes dos fatos 
constitutivos do direito do autor foram trazidas aos autos. 
 No entanto, em sede de contestação, a Recorrida suscitou preliminar de ilegitimidade 
passiva, apontando como devedora de eventual indenização a sociedade Construtora 
Y contratada para a execução da obra, o que restou acolhido pelo juízo de primeira 
instância. 
 Em razão da referida sentença que acolheu a ilegitimidade da Recorrida, o 
Recorrente interpôs recurso de apelação, mas o acórdão no Tribunal de Justiça 
manteve integralmente a decisão pelos seus próprios fundamentos, sem motivar a 
decisão. Em razão dessa omissão no acórdão, o Recorrente opôs embargos de 
declaração para préquestionar a violação de norma federal aplicável ao caso em tela. 
Porém, no julgamento dos embargos declaratórios, embora tenha enfrentado os 
dispositivos legais aplicáveis à espécie, o Tribunal recorrido negou provimento ao 
recurso e também aplicou a multa prevista na lei para a hipótese de embargos 
meramente protelatórios. Diante disso, não restou outra alternativa ao Recorrente, 
senão a de interpor o presente Recurso Especial. 
 V- DA VIOLAÇÃO À LEI FEDERAL: 
 Verifica-se no caso violação à lei federal, quais sejam, o disposto no artigo 7º, 
parágrafo único, ou artigo 25, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor e ainda o Art. 
942 do Código Civil e artigo 30 da Lei nº 4.591/64 o que enseja, assim, a interposição 
do presente recurso, conforme previsão do artigo 105, III, alínea a da Constituição 
Federal. 
 VI - DAS RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL: 
 O presente recurso se justifica, primeiro, porque houve o devido prequestionamento 
da lei federal violada através dos embargos de declaração, conforme previsão do artigo 
1.025 do CPC. 
 
Ceisc OAB 
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104 
 Ademais, tal acórdão exarado pelo Tribunal do Estado de Rio de Janeiro não restou 
fundamentado de forma específica, ocorrendo, dessa forma, violação ao artigo 489, 
§1º do CPC, devendo, inclusive, ser declarada nula tal decisão, em razão da ausência 
de fundamentação. 
 Além disso, a decisão de primeiro grau, confirmada pelo Tribunal Recorrido, 
encontra-se equivocada ao reconhecer a ilegitimidade da Recorrida Incorporadora 
X. A recorrida, na condição de promitente vendedora, responde pelos danos 
decorrentes do inadimplemento contratual e não pode eximir-se desta 
responsabilidade alegando que quem deu causa ao atraso foi empresa por ela 
contratada. 
 A promitente vendedora responde solidariamente por atos de seus prepostos e 
representantes, nos termos do art. 942 do Código Civil, pois a ofensa, no caso, tem 
mais de um autor. Observe-se, ainda, que a relação entre incorporadora 
(fornecedora) e consumidor (destinatário final) é de consumo e a qual deve ser 
aplicado o Código de Defesa do Consumidor. Segundo o artigo 7º, parágrafo único, 
do CDC, todos os envolvidos na causação do dano respondem solidariamente por 
ele. 
 A demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária deu causa à pretensão 
indenizatória, devendo a recorrida compor os prejuízos advindos do ilícito contratual, 
que decorre da falta de adimplemento ou da mora no cumprimento da obrigação. 
Conforme articulado e devidamente provado (todas as provas foram carreadas aos 
autos) o recorrente sofreu danos materiais (lucros cessantes) e danos morais em 
decorrência da mora no cumprimento da obrigação. Uma vez evidenciada a 
legitimidade da recorrida é possível que este Egrégio Tribunal reforme integralmente 
a decisão e julgue o seu mérito, condenando a Incorporado X à indenizar os danos 
suportados pelo recorrente. 
 Por fim, o acórdão deve ser reformado também no que tange à aplicação da multa 
por ter considerado os embargos de declaração opostos com o fim protelatório. Tal 
entendimento deve ser afastado, vez que, conforme a Súmula 98 do STJ e artigo 
1.025 do CPC, os embargos de declaração podem ser opostos para fins de 
 
Ceisc OAB 
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105 
prequestionamento, o que ocorreu no caso. Sendo assim, a multa aplicada não se 
justifica, devendo, portanto, ser afastada. 
 VII - DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer o Recorrente: 
a) Que o presente Recurso Especial seja admitido, eis que presentes os requisitos de 
admissibilidade; 
b) O total provimento do Recurso Especial com o fim de anular o acórdão proferido 
pelo Tribunal recorrido no julgamento da apelação; 
c) Caso, não anulado o acórdão recorrido, o que se admite apenas por hipótese, 
requer, eventualmente, a reforma integral da decisão que confirmou a ilegitimidade da 
Recorrida; 
d) Ainda, caso não anulado o acórdão recorrido, requer-se também o provimento 
parcial a fim de afastar a aplicação da multa por considerar os embargos declaratórios 
opostos como protelatórios; 
e) A inversão do ônus de sucumbência, condenando a Recorrida em custas e 
honorários de sucumbência. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
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106 
Peça 13 | XXXIV Exame 
Enunciado 
 
Para adquirir um carro de luxo da marca Tenz, Alexandre aceitou o contrato de compra e venda 
imposto pela Concessionária Alfa, no qual havia cláusula estipulando que eventual conflito entre 
as partes seria solucionado por arbitragem. 
Duas semanas após a aquisição, Alexandre sofreu um acidente decorrente de uma falha no 
sistema de airbag do veículo, que, por sorte, não lhe custou a vida. Fato é que, três meses após 
o acidente, a Concessionária Alfa realizou o recall de alguns veículos da marca Tenz, dentre os 
quais estava o veículo adquirido por Alexandre. 
Assim que soube desse recall, Alexandre ajuizou uma ação pelo procedimento comum contra 
a Concessionária Alfa, visando reaver o valor pago na compra do veículo e uma indenização 
pelos prejuízos decorrentes do acidente de carro. 
A Concessionária Alfa apresentou uma contestação genérica, na qual não impugnou os 
argumentos apresentados por Alexandre, gerando presunção de veracidade sobre esses, e 
tampouco mencionou a existência de cláusula compromissória no contrato de compra e venda. 
Após a apresentação de réplica, o MM. Juízo da 5ª Vara Cível de Maceió intimou as partes, de 
ofício e com fundamento no Art. 10 do CPC, para se manifestarem sobre a eventual ausência 
de jurisdição do Poder Judiciário em virtude da existência de cláusula compromissória existente 
no contrato de comprae venda. 
Alexandre não apresentou manifestação, enquanto a Concessionária Alfa defendeu que 
somente um tribunal arbitral escolhido pelas partes possuiria competência para solucionar a 
controvérsia sub judice. 
Em seguida, o MM. Juízo da 5ª Vara Cível de Maceió acolheu a preliminar de convenção de 
arbitragem e extinguiu o processo, sem resolução de mérito, na forma do Art. 485, inciso VII, do 
CPC. 
A sentença foi publicada em 01/07/2021, quinta-feira, sendo certo que não possui omissão, 
obscuridade ou contradição. 
Considerando apenas as informações expostas, elabore, na qualidade de advogado(a) de 
Alexandre, a peça processual cabível para defesa dos interesses de seu cliente, que leve o tema 
à instância superior, indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da legislação vigente. 
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O recurso deverá ser datado no último dia do prazo para apresentação. Desconsidere a 
existência de feriados nacionais ou locais. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para 
dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
Ceisc OAB 
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108 
Gabarito Comentado 
 
A peça processual cabível é o recurso de apelação (Art. 1.009 do CPC), interposto no prazo de 
15 dias úteis, ou seja, 22/07/2021. 
O examinando deverá interpor o recurso em petição dirigida ao juízo de primeiro grau (Art. 1.010 
do CPC), contendo o nome e a qualificação das partes, além de requerer a intimação para 
apresentação de contrarrazões e a remessa ao tribunal, independentemente do juízo de 
admissibilidade. 
Nas razões recursais, deverá indicar os fatos ocorridos, bem como fundamentar juridicamente 
seu pleito. 
O examinando deverá alegar que o MM. Juízo da 5ª Vara Cível de Maceió não poderia ter 
extinguido o processo sem resolução de mérito, porque a ausência de alegação na contestação 
da Concessionária Alfa sobre a existência da convenção de arbitragem implica a aceitação da 
jurisdição estatal e renúncia do juízo arbitral, na forma do Art. 337, § 6º, do CPC. Além disso, o 
MM. Juízo da 5ª Vara Cível de Maceió não poderia ter extinguido o processo sem resolução de 
mérito em virtude da ineficácia da convenção de arbitragem uma vez que, por força do Art. 4º, § 
2º, da Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307/96), esse negócio jurídico celebrado em contrato de adesão 
somente seria eficaz se Alexandre iniciasse o procedimento arbitral ou concordasse com sua 
instituição. 
O examinando deverá invocar o Art. 1.013, § 3º, inciso I, do CPC, postulando o imediato 
julgamento do mérito pelo tribunal, alegando que o defeito no produto fornecido e a 
responsabilidade da Concessionária Alfa não foram especificamente impugnados. Aplica-se a 
responsabilidade objetiva da Concessionária Alfa por força do Art. 12 do CDC. 
O examinando deverá formular o pedido de reforma da decisão, inicialmente, com base no Art. 
1.013, § 3º, inciso I, do CPC, postulando o imediato julgamento do mérito pelo tribunal, na forma 
do citado dispositivo processual, e, ato contínuo, a procedência do pedido com a condenação da 
Ré à restituição do valor pago e à fixação de indenização pelos prejuízos decorrentes do 
acidente. 
Deve, a seguir, proceder ao encerramento da peça. 
 
 
 
Ceisc OAB 
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109 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. A apelação deve ser dirigida ao Juízo de Direito da 5ª Vara Cível da Comarca 
de Maceió (0,10). 
0,00/0,10 
 
2. Remessa das razões ao Tribunal de Justiça de Alagoas (0,10). 0,00/0,10 
 
3. Nome e qualificação de Alexandre (apelante) (0,10) e da Concessionária Alfa 
(apelado) (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
Tempestividade 
4. Interposição no prazo de 15 dias (0,10), ou seja, 22/07/21 (0,10), último dia do 
prazo, na forma do Art. 1.003, § 5º, do CPC (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30 
Regularidade Formal 
5. Preparo (0,20). 0,00/0,20 
6. Intimação do apelado para a oferta de contrarrazões (0,20), na forma do Art. 
1010, § 1º, do CPC (0,10) 
0,00/0,20/0,30 
7. Exposição dos fatos (0,20) 0,00/0,20 
Fundamentação 
8. A ausência de alegação na contestação sobre a existência de convenção de 
arbitragem (0,20) implica a aceitação da jurisdição estatal e renúncia do juízo 
arbitral (0,40), na forma do Art. 337, § 6º, do CPC (0,10). 
0,00/0,20/0,30/0,40/ 
0,50/0,60/0,70 
9. O negócio jurídico celebrado em contrato de adesão somente seria eficaz se 
Alexandre iniciasse o procedimento arbitral ou concordasse com sua instituição 
(0,50), conforme Art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96 (0,10) 
0,00/0,50/0,60 
10. Invocar o Art. 1.013, § 3º, inciso I, do CPC (0,10), postulando o imediato 
julgamento do mérito pelo tribunal (0,30), tendo em vista a apresentação de 
contestação genérica (0,20). 
0,00/0,30/ 
0,40/0,50/0,60 
11. Alegar que o defeito no produto fornecido e a responsabilidade da 
Concessionária Alfa não foram especificamente impugnados (0,20). 
0,00/0,20 
12. Aplica-se a responsabilidade objetiva da Concessionária Alfa (0,50) por força 
do Art. 12 do CDC (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
Pedidos 
13. Pedido de reforma da sentença com julgamento imediato do mérito pelo tribunal 
(0,20). 
0,00/0,20 
14. Procedência do pedido (0,20), para que a ré seja condenada à restituição do 
valor pago e à fixação de indenização pelos prejuízos decorrentes do acidente 
(0,20) 
0,00/0,20/0,40 
15. Inversão dos ônus de sucumbência (0,20). 
OU 
Condenação do recorrido ao pagamento das custas (0,10) e dos honorários 
advocatícios (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
Fechamento 
16. Local, data (22/07/21), assinatura e inscrição OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
Ceisc OAB 
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110 
Estrutura da Peça | Apelação 
 
DOUTO JUÍZO DA 5ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACEIÓ 
Processo número... 
 
ALEXANDRE, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de 
Identidade..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador 
constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com endereço 
profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe 
intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento 
legal no artigo 994, inciso I e 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil interpor 
o presente 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 Nos autos da ação pelo procedimento comum ajuizada em face da 
CONCESSIONÁRIA ALFA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ..., com endereço 
eletrônico..., com sede na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., 
pelas razões a seguir anexas. 
Requer a intimação da Apelada para oferecer contrarrazões no prazo de 15 dias, 
conforme artigos 1.003, §5º e 1.010, §1º, ambos do Código de Processo Civil. 
Outrossim, que após o prazo das contrarrazões, os autos sejam remetidos ao 
respectivo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, independente do juízo de 
admissibilidade, nos termos do §3º do artigo 1.010 do Código de Processo Civil. 
Por fim, requer o Apelante a juntada do recolhimento do preparo recursal, inclusive 
porte de remessa e de retorno, nos termos do artigo 1.007 do Código de Processo 
Civil. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., 22/07/2021 
Advogado... 
OAB... 
 
 
Ceisc OAB 
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111 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS 
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO 
Apelante: ALEXANDRE 
Apelado: CONCESSIONÁRIA ALFA 
Processo número... 
Egrégio Tribunal, 
Colenda Câmara, 
Nobres Julgadores 
 
I – DO CABIMENTO: 
 O presente recurso de apelação é o recurso adequado, pois ataca decisão que 
tem natureza de sentença, na forma do artigo 203, §1º do Código de Processo Civil, 
pois trata-se de decisão do juiz de primeiro grau da 5ªVara Cível da Comarca de 
Maceió que colocou fim à fase de conhecimento do procedimento comum sem 
resolução de mérito, com fundamento no artigo 485, inciso VII do Código de Processo 
Civil, pois reconheceu de ofício a existência de convenção de arbitragem. Assim, 
conforme o caput do artigo 1.009 do Código de Processo Civil da sentença cabe 
apelação. Recurso previsto no inciso I do artigo 994 do Código de Processo Civil. 
 
II – DA TEMPESTIVIDADE: 
 O presente recurso de apelação é tempestivo, eis que interposto dentro do prazo 
legal de 15 dias consoante artigo 1.003, §5º do Código de Processo Civil computados 
somente os dias úteis conforme o artigo 219 do Código de Processo Civil, cujo termo 
inicial é a intimação do advogado tal qual preceitua o caput do artigo 1.003 do Código 
de Processo Civil, excluindo o dia do início e incluindo a data do vencimento consoante 
caput do artigo 224 do Código de Processo Civil, cujo termo final é a data 22/07/2022. 
 
III – SÍNTESE DA DEMANDA: 
 O Apelante para adquirir um carro de luxo da marca Tenz, aceitou o contrato de 
compra e venda imposto pela Concessionária Alfa, ora Apelada, no qual havia 
 
Ceisc OAB 
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112 
cláusula estipulando que eventual conflito entre as partes seria solucionado por 
arbitragem. 
Ocorre que, duas semanas após a aquisição, o Apelante sofreu um acidente 
decorrente de uma falha no sistema de airbag do veículo, que, por sorte, não lhe 
custou a vida, sendo que, três meses após o acidente, a Apelada realizou o recall de 
alguns veículos da marca Tenz, dentre os quais estava o veículo adquirido pelo 
Apelante. 
Diante disso, o Apelante ajuizou uma ação pelo procedimento comum contra a 
Concessionária Apelada, com o objetivo de reaver o valor pago na compra do veículo 
e uma indenização pelos prejuízos decorrentes do acidente de carro. 
No processo, a Apelada apresentou uma contestação genérica, na qual não 
impugnou os argumentos apresentados pelo Autor, ora Apelante, gerando assim 
presunção de veracidade sobre esses, e tampouco mencionou a existência de 
cláusula compromissória no contrato de compra e venda. 
Ainda, após a apresentação de réplica, o juízo da 5ª Vara Cível de Maceió intimou 
as partes, de ofício e com fundamento no artigo 10 do CPC, para se manifestarem 
sobre a eventual ausência de jurisdição do Poder Judiciário em virtude da existência 
de cláusula compromissória existente no contrato de compra e venda. O Apelante não 
apresentou manifestação, enquanto que a Apelada defendeu que somente um tribunal 
arbitral escolhido pelas partes possuiria competência para solucionar a controvérsia 
sub judice. 
Por fim, o juízo de primeiro grau acolheu de ofício a preliminar de convenção de 
arbitragem e extinguiu o processo, sem resolução de mérito, na forma do artigo 485, 
inciso VII, do Código de Processo Civil. Porém, tal decisão não deve prosperar, pelas 
seguintes razões. 
 
 IV – DAS RAZÕES RECURSAIS: 
a) Da ausência da alegação de convenção de arbitragem pela Apelada: 
A sentença merece reforma eis que o juiz de primeiro grau da 5ª Vara Cível da 
Comarca de Maceió errou ao reconhecer de ofício a alegação de convenção de 
 
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113 
 arbitragem. Isso porque, conforme o artigo 337, inciso X do Código de Processo Civil, 
a alegação de convenção de arbitragem deve ser alegada pela ré, ora Apelada, em 
preliminar de contestação. Como a Apelada ofereceu contestação de forma genérica 
não trouxe nenhuma preliminar. Dessa forma, conforme o §5º do artigo 337 do Código 
de Processo Civil, com exceção da alegação de convenção de arbitragem e 
incompetência relativa, as demais matérias do artigo 337 não podem ser conhecidas 
de ofício pelo juiz. Ainda, o §6º do artigo 337 do Código de Processo Civil aduz que 
se o réu não alegar em preliminar de contestação a existência da convenção de 
arbitragem, implica aceitação da jurisdição estatal renúncia ao juízo arbitral e 
aceitação da jurisdição estatal. 
 
b) Da cláusula de arbitragem no negócio de adesão: 
O negócio jurídico celebrado em contrato de adesão somente seria eficaz se 
Alexandre iniciasse o procedimento arbitral ou concordasse com sua instituição, 
conforme Art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. Assim, em contrato de adesão, como é o 
da situação em tela, cláusula compromissória só teria eficácia se Alexandre tomasse 
a iniciativa de instituir a arbitragem ou então concordasse, expressamente, com a sua 
instituição. Desta forma, a convenção de arbitragem, da maneira como foi feita, é 
ineficaz. 
 
c) Do imediato julgamento pelo Tribunal quanto ao mérito: 
Ademais, considerando que se trata de sentença que extinguiu o processo sem 
resolução de mérito, fundamentada no artigo 485, inciso VII do Código de Processo 
Civil, e que o processo está apto a julgamento, considerando que houve contestação 
genérica pela Apelada, requer o Apelante que, na forma do artigo 1.013, §3º, inciso I 
do Código de Processo Civil, o imediato julgamento do mérito pelo Tribunal sem 
retorno dos autos ao processo de primeiro grau. 
Por força do art. 12 do CDC, a responsabilidade da recorrida, Concessionária Alfa, 
é do tipo objetiva, ou seja, haverá responsabilização, independe da demonstração de 
culpa da concessionária, uma vez que houve defeito do produto, causando danos ao 
 
 
Ceisc OAB 
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114 
 recorrente. 
 
 V – DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer o Apelante: 
a) A admissibilidade e conhecimento do presente recurso de apelação, eis que 
preenchidos os requisitos de admissibilidade; 
b) O recebimento da apelação em seu duplo efeito, suspensivo e devolutivo, conforme 
os artigos 1.012, caput e 1.013 do Código de Processo Civil; 
c) O total provimento do recurso de apelação para o fim de reformar a sentença que 
extinguiu o processo sem resolução de mérito e assim a procedência do pedido, para 
que a ré, ora Apelada, seja condenada à restituição do valor pago e à fixação de 
indenização pelos prejuízos decorrentes do acidente; 
d) O total provimento do recurso requerendo que com fundamento no artigo 1.013, 
§3º, inciso I o próprio Tribunal ao reformar a sentença que extinguiu o processo sem 
resolução de mérito já analise o mérito, sem retorno dos autos do processo ao primeiro 
grau, considerando que o processo está apto a julgamento; 
e) A inversão do ônus de sucumbência, com a condenação do Apelado em custas e 
honorários de sucumbência, majorando os honorários em sede recursal, conforme o 
artigo 85, §11º do Código de Processo Civil; 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data 22/07/2021 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
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115 
Peça 14 | 36º Exame 
Enunciado 
 
João ajuizou ação monitória em face de Daniel, instruída com instrumento particular de confissão 
de dívida, assinada por Daniel e sem assinatura de testemunhas, em que Daniel confessa ser 
devedor da quantia de R$ 200.000,00 em favor de João, resultante de contrato de mútuo 
anteriormente firmado entre as partes, e assumindo o compromisso de efetuar a quitação integral 
do débito em 30 dias, a contar da assinatura do instrumento particular de confissão de dívida. 
João recolheu devidamente as custas judiciais. 
Daniel, regularmente citado, opõe embargos monitórios, sustentando como tese defensiva e não 
instruindo sua defesa com qualquer documento, que o valor pleiteado por João é excessivo, sem 
indicar o montante que entende correto. Em acréscimo, aponta que João somente lhe 
disponibilizou R$ 100.000,00, razão pela qual o pagamento do montante de R$ 200.000,00, em 
seu entender, é indevido. 
Em resposta aos embargos, João, preliminarmente, pugnou pelo não conhecimento dos 
embargos monitórios, ante a falta de indicação do valor que entende correto. Quanto ao mérito, 
aponta que o valor de R$ 200.000,00, alegadamente excessivo, é resultante da somada quantia 
emprestada a Daniel, equivalente a R$ 180.000,00, e R$ 20.000,00 dizem respeito à cláusula 
penal e aos juros compensatórios que foram pactuados entre as partes na hipótese de 
descumprimento da avença. 
Além disso, João apontou que houve o empréstimo do valor de R$ 180.000,00, instruindo sua 
resposta com extratos bancários que comprovam a efetiva transferência desta soma para Daniel. 
O juízo da 2ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro, que não se manifestou na sentença 
acerca da preliminar levantada e da defesa apresentada por João, julgou procedentes os 
embargos monitórios, entendendo pela improcedência da pretensão de João, deixando de 
constituir o título executivo e o condenando ao pagamento das custas e honorários advocatícios. 
Após a prolação da sentença, foram rejeitados embargos de declaração por decisão publicada 
em 03/06/2021, quinta-feira. 
Na qualidade de advogado de João, elabore a peça processual cabível em defesa de seus 
interesses. O recurso deverá ser datado no último dia do prazo para sua apresentação. 
Desconsidere a existência de feriados nacionais ou locais. (Valor: 5,00) 
Ceisc OAB 
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116 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para 
dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ceisc OAB 
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117 
Gabarito Comentado 
 
A peça processual a ser elaborada é a apelação em embargos monitórios (Art. 702, § 9º c/c. o 
Art. 1.009, ambos do CPC). 
A apelação deve ser endereçada ao Juízo de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca do Rio de 
Janeiro. O apelante é João e o apelado é Daniel. Deve ser indicada a tempestividade da peça 
recursal, na forma do Art. 1003, § 5º, do CPC, e indicar ter efetuado o preparo do recurso, na 
forma do Art. 1007 do CPC. Tendo em vista que a publicação ocorreu no dia 03/06/2021, quinta-
feira, o termo final para apresentação da apelação é o dia 24/06/2021, considerando o prazo de 
15 dias. 
João, preliminarmente, deve sustentar que a sentença é nula ante a ausência de fundamentação, 
tendo descumprido o disposto no Art. 489, § 1º, inciso IV, do CPC ou Art. 11 do CPC ou Art. 93, 
inciso IX, da CF. Em acréscimo, deve-se apontar que Daniel não indicou o valor que entende 
correto, violando o Art. 702, § 2º, do CPC, tampouco, trouxe aos autos demonstrativo 
discriminado e atualizado da dívida. Tal omissão enseja o não conhecimento/rejeição da 
alegação de excesso nos embargos monitórios, na forma do Art. 702, § 3º, do CPC. 
Quanto ao mérito, João deve indicar que, nos termos do Art. 586 do CC, o mutuário é obrigado 
a restituir ao mutuante o que dele recebeu, acrescido dos juros compensatórios e cláusula penal 
pactuada (Art. 408 do CC). João deve requerer a nulidade da sentença. Além disso, em razão 
de o processo se encontrar em condições de imediato julgamento, João deve requerer que o 
Tribunal julgue improcedente o pedido dos embargos monitórios opostos por Daniel, com lastro 
no Art. 488 e no Art. 702, §§ 2º e 3º, ambos do CPC, e constitua o título executivo judicial. 
Deve-se requerer a inversão dos ônus da sucumbência. 
Por fim, local, data (24/06/2021), assinatura e inscrição OAB. 
 
 
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118 
Distribuição de Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento 
1. A apelação deve ser dirigida ao Juízo de Direito da 2ª Vara Cível da 
Comarca do Rio de Janeiro (0,10). 
0,00/0,10 
2. As razões devem ser dirigidas ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 
(0,10). 
0,00/0,10 
Partes 
3. Nome e qualificação de João (apelante) (0,10) e de Daniel (apelado) 
(0,10). 
0,00/0,10/0,20 
Tempestividade 
4. Interposição no prazo de 15 dias (0,10), ou seja, 24/06/21 (0,10), último 
dia do prazo, na forma do Art. 1.003, § 5º, do CPC (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30 
Regularidade Formal 
5. Preparo (0,10), na forma do Art. 1007 do CPC (0,10). 0,00/0,10/0,20 
6. Intimação do apelado para a oferta de contrarrazões (0,20), na forma do 
Art. 1010, § 1º, do CPC (0,10) 
0,00/0,20/0,30 
7. Exposição dos fatos (0,10) 0,00/0,10 
Fundamentação 
8. Nulidade da sentença ante a ausência de fundamentação (0,50), tendo 
descumprido o disposto no Art. 489, § 1º, inciso IV, do CPC ou no Art. 11 
do CPC ou no Art. 93, inciso IX, da CF (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
9. O apelado não declarou o valor que entende correto ou apresentou o 
demonstrativo da dívida (0,50), violando o Art. 702, § 2º, do CPC (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
10. A omissão de Daniel enseja o não conhecimento/rejeição da alegação 
de excesso nos embargos monitórios (0,50), na forma do Art. 702, § 3º, do 
CPC (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
11.a. O mutuário é obrigado a restituir o valor emprestado (0,50), nos 
termos do Art. 586 do CC (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
11.b. Acrescido dos juros compensatórios (0,10). 0,00/0,10 
11.c. Acrescido da cláusula penal pactuada (0,10), nos termos do Art. 408 
do CC (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
Pedidos 
12. Declaração de nulidade da sentença (0,25). 0,00/0,25 
13.a. Reforma da sentença (0,20). 0,00/0,20 
13.b. Julgamento de improcedência/rejeição do pedido dos embargos 
monitórios (0,15). 
0,00/0,15 
13.c. Constituição do título executivo judicial (0,10). 0,00/0,10 
14. Inversão dos ônus de sucumbência (0,20). ou Condenação do recorrido 
ao pagamento das custas (0,10) e dos honorários advocatícios (0,10). 
0,00/0,10/0,20 
Fechamento 
15. Local, data (24/06/2021), assinatura e inscrição OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
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119 
Estrutura da Peça | Recurso de Apelação 
 
DOUTO JUÍZO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIO DE JANEIRO 
Processo número... 
 JOÃO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de 
Identidade..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador 
constituído (procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., com endereço 
profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe 
intimações, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento 
legal nos artigos 994, inciso I e 1.009, caput, e 702, §º9, ambos do Código de Processo 
Civil interpor o presente 
RECURSO DE APELAÇÃO 
Em razão da sentença de total procedência proferida nos embargos monitórios 
opostos por DANIEL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula 
de Identidade..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito 
anexas. 
 Outrossim, requer a intimação do Apelado para oferecer contrarrazões no prazo 
de 15 dias, conforme previsão dos artigos 1.010, §1º e 1.003, §5º, ambos do Código 
de Processo Civil; 
 Requer, ainda, a remessa dos autos ao respectivo Egrégio Tribunal de Justiça do 
Estado do Rio de Janeiro para sua admissão, processamento e julgamento, 
independente do juízo de admissibilidade, conforme o artigo 1.010, §3º do Código de 
Processo Civil. 
 Por fim, requer a juntada do comprovante de recolhimento do preparo recursal, 
inclusive porte de remessa e de retorno, conforme previsão do artigo 1.007 do Código 
de Processo Civil. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., 24/06/2021 
Advogado... OAB... 
 
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120 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RIO DE JANEIRO 
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Apelantes: João 
Apelado: Daniel 
Processo número... 
Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Nobres Julgadores 
 
I – DO CABIMENTO: 
 O presente recurso de Apelação é o recurso adequado, pois a decisão 
impugnada tem natureza de sentença, na forma do artigo 203, §1ºdo Código de 
Processo Civil, já que proferida pelo juízo de primeiro grau da 2º Vara Cível da 
Comarca de Rio de Janeiro, sendo decisão que julga procedentes os embargos 
monitórios. 
 Assim, conforme o artigo 1.009, caput do Código de Processo Civil da sentença 
cabe apelação. Da mesma forma, conforme o §9º do artigo 702 do Código de 
Processo Civil, cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos 
monitórios. Destaca-se, ainda, que o recurso de apelação encontra-se previsto no 
artigo 994, inciso I do Código de Processo Civil. 
 
II – DA TEMPESTIVIDADE: 
 O presente recurso é tempestivo, eis que interposto dentro do prazo legal de 15 
dias, conforme determina o §5º do artigo 1.003 do Código de Processo Civil, cujo 
termo inicial é a intimação do advogado, consoante previsão do caput do artigo 1.003 
do Código de Processo Civil, sendo que foi publicada a sentença em 03/06/2021, 
quinta-feira, computando-se somente os dias úteis tal qual preceitua o artigo 219 do 
Código de Processo Civil, excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento, 
de acordo com o caput do artigo 224 do Código de Processo Civil, tem-se como termo 
final a data de 24/06/2021. 
 
 
 
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 III – SÍNTESE DA DEMANDA: 
 O Apelante João ajuizou ação monitória em face do Apelado Daniel, a qual foi 
instruída com instrumento particular de confissão de dívida, assinada por Daniel e sem 
assinatura de testemunhas, em que o Apelado Daniel confessa ser devedor da quantia 
de R$ 200.000,00 em favor do Apelante João, resultante de contrato de mútuo 
anteriormente firmado entre as partes, e assumindo o compromisso de efetuar a 
quitação integral do débito em 30 dias, a contar da assinatura do instrumento particular 
de confissão de dívida. Foram recolhidas as custas iniciais pelo autor ora Apelante. 
 Na condição de réu da monitória, Daniel, ora Apelado, foi regularmente citado, 
sendo que opôs embargos monitórios, alegando que o valor pleiteado pelo Apelante 
é excessivo, mas não instruiu sua defesa com qualquer documento, e ainda não 
indicou o montante que entende correto. Em acréscimo, apontou que João somente 
lhe disponibilizou R$ 100.000,00, razão pela qual o pagamento do montante de R$ 
200.000,00, em seu entender, era indevido. 
 Em resposta aos embargos monitórios, o Apelante pugnou preliminarmente, 
pelo não conhecimento dos embargos monitórios, ante a falta de indicação do valor 
que o Réu entende correto. Ainda, quanto ao mérito, apontou que o valor de R$ 
200.000,00, alegadamente excessivo, é resultante da soma da quantia emprestada 
ao Apelado Daniel, equivalente a R$ 180.000,00, e R$ 20.000,00 dizem respeito à 
cláusula penal e aos juros compensatórios que foram pactuados entre as partes na 
hipótese de descumprimento da avença. 
 Frisa-se que, o Apelante apontou que houve o empréstimo do valor de R$ 
180.000,00, instruindo sua resposta com extratos bancários que comprovam a efetiva 
transferência desta soma para o Apelado. 
 No entanto, o juízo da 2ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro, não se 
manifestou na sentença acerca da preliminar levantada e da defesa apresentada por 
João, e acabou julgando procedentes os embargos monitórios, entendendo pela 
improcedência da pretensão do Apelante, deixando, assim, de ser constituído o título 
executivo e o condenando o Apelante ao pagamento das custas e honorários 
advocatícios. Destaca-se, ainda, que após a prolação da sentença, foram rejeitados 
 
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 embargos de declaração por decisão publicada em 03/06/2021, quinta-feira. 
 Dessa forma, a referida sentença não deve prosperar pelas razões expostas. 
 
IV – DAS RAZÕES RECURSAIS: 
a) Da nulidade da sentença por falta de fundamentação: 
 De início, verifica-se que a sentença deve ser considerada nula vez que não 
houve fundamentação na decisão do juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio 
Janeiro, haja vista o descumprimento do disposto no Art. 489, § 1º, inciso IV, do 
Código de Processo Civil, pois o juiz de Primeiro Grau não enfrentou os argumentos 
deduzidos no processo, como a alegação do Apelante de violação ao artigo 702, §2º 
do Código de Processo Civil que era capaz de infirmar a conclusão adotada pelo 
julgador. Da mesma forma, podem ser apontados o artigo 11 do Código de Processo 
Civil no sentido de que as decisões devem ser fundamentadas sob pena de nulidade, 
e o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal que também refere que as decisões 
devem ser fundamentadas sob pena de nulidade. 
b) Da não indicação do valor que entende correto e da juntada do demonstrativo do 
débito pelo Apelado: 
 Aponta-se, ainda, que o Apelado Daniel, na condição de réu na ação monitória, 
não cumpriu o disposto no artigo 702, §2º do Código de Processo Civil, pois apenas 
alegou excesso de cobrança, mas não indicou o valor que entende correto, violando 
o Art. 702, § 2º, do CPC, tampouco, trouxe aos autos demonstrativo discriminado e 
atualizado da dívida. 
 Diante disso, a omissão por parte do Apelado em não indicar o montante que 
entende correto e nem juntar demonstrativo discriminado e atualizado do débito deve 
acarretar que a rejeição liminar dos embargos, considerando ser o único argumento 
de defesa, consoante o § 3º do artigo 702 do Código de Processo Civil. 
c) Do contrato de mútuo e da cláusula penal: 
 Entre as partes há um contrato de mútuo, já que João emprestou a quantia 
mencionada e, conforme Art. 586 do CC, o mutuário é obrigado a restituir ao mutuante 
o que dele recebeu, ou seja, o valor emprestado, acrescido dos juros compensatórios 
 
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e cláusula penal pactuada, conforme Art. 408 do CC. 
d) Da nulidade da sentença e do imediato julgamento do mérito pelo Tribunal: 
 Ainda, o Apelante requer que com fundamento legal no artigo 1.013, §3º, inciso IV 
do Código de Processo Civil seja decretada a nulidade de sentença por falta de 
fundamentação e como o processo se encontra em condições de imediato julgamento, 
postula o Apelante que o Tribunal julgue o mérito e de forma improcedente os embargos 
monitórios opostos pelo Apelado Daniel, sem necessidade de retorno aos autos do 
processo ao juízo de primeiro grau, com fundamento nos artigos 702, §2º e 3º do Código 
de Processo Civil, bem como com base no artigo 488 do Código de Processo Civil, 
constituindo, por consequência, o título executivo judicial. 
 
V – DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer o Apelante: 
a) O recebimento e conhecimento do presente Recurso de Apelação, determinando o 
seu devido processamento, eis que preenchidos os requisitos de admissibilidade; 
b) Que seja recebido em seu duplo efeito, devolutivo e suspensivo, conforme previsão 
dos artigos 1.013 e 1.012, ambos do CPC; 
c) Requerem o total provimento do presente recurso com o fim de ser declarada a 
nulidade da sentença; 
d) Requer o total provimento do presente recurso com o fim de que a sentença seja 
reformada, para o fim de serem julgados improcedentes/não conhecidos os embargos 
monitórios opostos pelo Apelado Daniel e assim a consequente formação do título 
executivo judicial; 
e) A inversão do ônus de sucumbência, com a condenação do Apelado em custas e 
honorários de sucumbência; 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., 24/06/2021, 
Advogado... 
OAB... 
 
 
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