Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cirurgia Cardiovascular História -Theodor Billroth: “qualquer homem que tentar uma cirurgia sobre o coração deverá merecer o desprezo de seus colegas”. -James Paget - 1986: “ o coração, de todas as vísceras, alcançou limites impostos pela natureza à cirurgia; nenhum método novo, ou nenhuma técnica nova sobrepujarão os obstáculos naturais que circundam um ferimento do coração”. -Rehn - 1986: sutura com sucesso de um ferimento perfurante no coração. -John Gibbon - 1953: primeira cirurgia com circulação extracorpórea (correção de CIA) e ao realizar mais duas cirurgias não obteve sucesso. -Vineberg - 1950: revascularização miocárdica com ATIE intramiocárdica. -Walton Lillehei - 1954: circulação cruzada → abandonou em 1957. -Outubro de 1955: estenose de infundíbulo pulmonar → 1º bypass parcial. -1956: 1ª cirurgia com CEC no Brasil. 03/12/1967 - transplante de coração na África do Sul. -E. J. Zerbini - 26/05/1968: primeiro transplante cardíaco no Brasil. Circulação Extra Corpórea -Desvio do sangue do coração para um circuito fora do corpo, onde há um dispositivo de oxigenação e outro que bombeia o sangue de volta para a circulação sistêmica. -É necessário colocar uma cânula venosa, geralmente nas veias Cava inferior e Cava superior. -Também pode ser colocada uma cânula direto no átrio direito, em um orifício lateral, porém se for necessário abrir tal átrio, além dele sangrar muito, pode propiciar a entrada de ar no sistema de CEC. -A devolução do sangue oxigenado pode ocorrer pela artéria aorta ascendente, artéria axilar, artéria femoral ou até pela carótida. -Oxigenadores: -Oxigenação direta: o oxigênio fornecido tem contato direto com o sangue que está passando pelo oxigenador. -Oxigenador de bolhas: borbulhar de oxigênio por onde passa o sangue → contato direto. -Oxigenador de Membrana: grau de hemólise menor. OBS: no mecanismo de oxigenação por contato direto há mais chance de hemólise. -Definição: -Conjunto de máquinas, aparelhos, circuitos e técnicas, mediante as quais se substituem temporariamente as funções do coração e dos pulmões, enquanto aqueles órgãos ficam excluídos da circulação. -CEC em Cirurgia Cardiovascular: -Cirurgia em recém-nascidos a idosos. -Doenças da artéria coronária. -Valvopatias. -Doenças da artéria aorta. -Cardiopatias congênitas. -Cirurgias de grande porte + suporte -Transplantes cardíacos e Cardiopulmonares. -Equipamentos: -CÂNULAS: Arteriais: Canulação da artéria aorta: Canulação da artéria Femoral: Venosas: -CIRCUITOS: Conjuntos de tubos e conectores que fazem a interligação entre o oxigenador, as bombas propulsoras e o paciente. -RESERVATÓRIO VENOSO: -Drenam por gravidade. -Gravidade ou vácuo 40 a 50 mmHg. -Drenagem adequada: 40 a 60 cm abaixo do nível do átrio direito. -Capacidade de acordo com a volemia. -Aspiradores drenam para este reservatório. -BOMBA ROLETES: -BOMBA CENTRÍFUGA: -Bomba cinética: propulsão do sangue feita pela adição de energia Cinética produzida pela rotação de um elemento motor. -Conjunto de cones concêntricos com um orifício central de entrada e um orifício de saída. -Cone mais interno: acoplamento magnético com rotor externo. -Giro do cone interno faz girar os demais cones. -Fluxo de sangue → força centrífuga. -O fluxo depende diretamente do nº de rpm do cone interno e varia conforme a resistência vascular periférica contra a qual a bomba impulsiona o sangue. -OXIGENADORES -Aparelhos usados em CEC para realizar troca gasosa. -5 a 6 L de sangue venoso por minutos com SatO2 entre 95 e 100%; -Remoção adequada de CO2. -Capacidade gasosa adequada de trocas gasosas. -Deve ser seguro. -Fácil e rápido de montar e manusear. -Mínima ou nula tendência à formação de microêmbolos. -Materiais atóxicos, inertes quimicamente, biocompatíveis e resistentes a choques e alterações de temperatura. Contato Direto: -Oxigenadores de películas (telas, cilindros e discos) e de bolhas. De membrana: -Membranas “expandidas” ou microporosas. -PTFE ou Polipropileno -Difusão mais rápida e eficiente. -ECMO (polimetilpenteno). -Membranas capilares: -Fibras capilares ocas microporosas; -Poros dos capilares: 0.03u -Sangue flui no interior das fibras capilares. -Sangue flui externamente ao feixe de fibras. -BOMBAS PARA CIRCULAÇÃO DA ÁGUA: -Módulo isolado das bombas de rolete ou centrífuga. -Reservatório único de água / gelo. -Circula água a diferentes temperaturas. -Servo-controle: temperatura máxima em 42°C. -FILTROS: -Mecanismo de formação e agregação de micro-embolias (bolhas de ar, agregados de leucócitos e plaquetas, proteínas plasmáticas desnaturadas, etc). -Trauma sanguíneo. -Uso de sangue estocado (100 agregados/ml → 20 a 200 micro de diâmetro). -Anticoagulação: -Inibição da coagulação sanguínea em CEC. Heparina -Existe um antídoto específico disponível → protamina. -Doses habituais: 3 é 4 mg / kg de peso -Monitorização do efeito anticoagulante: teste de coagulação ativado (TCA). -Valor normal 80 a 120 segundos -CEC: TCA > 480 segundos -Hipotermia: -Diminuição das necessidades metabólicas → diminuição do consumo de O2. Modos de Indução: ❖ Hipotermia de superfície: pele. ❖ Hipotermia central: sangue. Graus de Hipotermia: ❖ Leve: 36,5 a 31,0°C ❖ Moderada: 30,0 a 21,0°C -Cardioplegias: -1955 Melrose. -Cessação eletromecânica do coração preservando os estoques de ATP reduzindo a lesão de reperfusão. -Mecanismos de ação: intracelular X extracelular. -Composição: cristalóide X sanguínea. -Via infusão: anterógrada X retrógrada X combinada. -Temperatura: fria X normotérmica -Single dose x múltiplas doses. Anterógrada: aorta ascendente ou óstios coronarianos. Combinada: anterógrada mais retrógrada (canulação seio coronariano) → geralmente miocárdios muito hipertróficos e muito isquêmicos. -Respostas do Organismo à CEC: -Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica. -Ativação dos sistemas humorais -Distúrbios de coagulação -Depressão das funções: -Cardíaca -Hepática -Renal -Pulmonar -Complicações: -Tempo de CEC. -Tempo de anóxia miocárdica. -Outras Aplicações: -Perfusão isolada de membro: -Para tratamento de metástase local de melanoma. -Perfusão hipertérmica com quimioterapia em doses altas. -Cuidados para o quimioterápico não cair na circulação sistêmica. -Perfusão isolada do Fígado: -Para tratamento oncológico com quimioterápicos em altas doses. -CEC em Cirurgia Neurológica: -Aneurisma em artéria cerebral interna. -Certos tipos de tumores cerebrais. -Aneurismas múltiplos. -Estratégia da CEC: hipotermia profunda parada circulatória -Cirurgia Renal: -Tumor renal com invasão da cava inferior. -Tumor invade cava e pode subir até átrio direito. -CEC com hipotermia moderada ou profunda. -Cirurgia Pulmonar e Torácica: -Tumores bilaterais -Tumores de traquéia -Tumores de mediastino -Defeito da cartilagem Carina -Transplante pulmonar -CEC normotérmica com canulação periférica. -Transplante Hepático: -CEC veno-venosa (bypass venoso) -Não usa membrana. -Técnica moderna de transplante hepático é sem CEC.
Compartilhar