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Histoplasmose

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Guilherme Rios – Módulo III – p5 
HISTOPLASMOSE 
 
 
 
1. CITAR AS PRINCIPAIS HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS PARA O CASO: 
→ Tuberculose: 
 ○ A clínica e o aspecto radiográfico são sugestivos de tuberculose pulmonar, que é o principal 
diagnóstico diferencial e pode estar associada com histoplasmose. 
→ Outras causas de pneumonia atípica também entram como diagnóstico diferencial. 
→ Blastomicose pulmonar aguda é a mais complicada de diferenciar da histoplasmose por conta das 
áreas endêmicas serem semelhantes. 
→ Tumores no pulmão (devido ao histoplasmoma). 
→ Sarcoidose. 
→ CAUSAS INFECCIOSAS DE LESÕES PULMONARES CAVITÁRIAS: 
 ○ ORGANISMOS AERÓBIOS: Burkholderia pseudomallei, Klebsiella pneumonia, Nocardia, 
Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Streptococcus milleri entre outros estreptococos. 
 ○ ORGANISMOS ANAERÓBIOS: Actinomyces, Bacteroides, Clostridium, Fusobacterium, 
Peptostreptococcus e Prevotella. 
 ○ FUNGOS: Aspergillus (aspergilose), Blastomyces dermatitidis (blastomicose), Coccidioides 
immitis (coccidioidomicose), Cryptococcus neoformans (criptococose), Pneumocystis jirovecii (pneumonia 
por P. jirovecii ), Rhizomucor (mucormicose), Rhizopus (mucormicose), Sporothrix 
schenckii (esporotricose). 
 ○ MICOBACTÉRIAS: Mycobacterium avium-cellulare, Mycobacterium kansasii e Mycobacterium 
tuberculosis (tuberculose). 
OBJETIVOS: 
1. Citar as principais hipóteses diagnósticas para o caso. 
2. Descrever a etiologia e os principais aspectos epidemiológicos da histoplasmose. 
3. Definir a fisiopatologia da histoplasmose. 
4. Descrever as principais apresentações clínicas da doença, em especial a 
histoplasmose pulmonar. 
5. Discutir o diagnóstico e os tratamentos da histoplasmose. 
 
 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/aspergilose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/blastomicose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/coccidioidomicose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/criptococose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/pneumonia/pneumonia-por-pneumocystis-jirovecii
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/pneumonia/pneumonia-por-pneumocystis-jirovecii
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/mucormicose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/mucormicose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/esporotricose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/micobact%C3%A9rias/tuberculose-tb
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
 ○ PARASITOS: Entamoeba histolytica (amebiase), Echinococcus granulosus (equinococose), 
Echinococcus multilocularis (equinococose) e Paragonimus westermani (paragonimiase). 
 
 
 
2. DESCREVER A ETIOLOGIA E OS PRINCIPAIS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA 
HISTOPLASMOSE: 
DEFINIÇÃO: 
→ A histoplasmose é uma doença endêmica ou oportunista causada pelo fungo Histoplasma capsulatum. 
→ É uma micose sistêmica. 
 
 ETIOLOGIA: 
→ Fungo Histoplasma capsulatum. 
→ As variedades desse agente são responsáveis por três tipos de doenças, sendo que duas delas 
acometem a espécie humana. 
○ Histoplasmose clássica: 
• Mais prevalente. 
• Causa lesão pulmonar ou disseminada. 
• Tem como agente etiológico o H. capsulatum variedade capsulatum. 
• É um fungo dimórfico da família Onygenaceae, classe Ascomycetes. 
• Apresenta-se nos tecidos parasitados como levedura ovalada com 2 a 5 μm de diâmetro, 
com um único brotamento na extremidade. 
• Em vida saprofítica (vive na matéria orgânica em decomposição) ou cultivado à temperatura 
ambiente desenvolve-se como micélio esbranquiçado composto de filamentos finos e septados. 
OBS: O micélio é nome que se dá ao conjunto de hifas de fungos multicelulares. Cada hifa é um filamento 
microscópico. 
• Na parede lateral e na extremidade do filamento formam-se os conídios (esporo assexual) 
que propagam o fungo: Macroconídios tuberculados (8 a 15 μm) e microconídios (2 a 5 μm), estes 
últimos mais infectantes para a espécie humana. 
OBS: São termodimórficos (mudam a forma conforme a temperatura). 
 ○ Histoplasmose africana: 
 • Causada por H. capsulatum variedade duboisii. 
 • Acomete homens e macacos. 
 • As lesões acometem a pele, subcutâneo, linfonodos e ossos, principalmente. 
 ○ Linfangite epizoótica: 
 • Causada por H. capsulatum variedade farciminosum. 
 • Atinge equinos. 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
→ O diagnóstico de histoplasmose era incomum até meados do século 20. 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-e-microspor%C3%ADdios-intestinais/ameb%C3%ADase
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cest%C3%B3deos-vermes-em-fita/equinococose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cest%C3%B3deos-vermes-em-fita/equinococose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B3deos-vermes/paragonim%C3%ADase
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
→ Apesar de presente em todos os continentes do mundo, a maior prevalência da histoplasmose 
clássica está nas Américas do Norte e Sul. 
→ No Brasil, casos dessa doença fúngica foram descritos em todas as grandes regiões, espacialmente Sul 
e Sudeste. 
 ○ Testes realizados em pessoas saudáveis em todo território nacional evidenciaram um alto 
percentual de reatores à histoplasmina aplicada por via intradérmica, o que reforça que a presença de H. 
capsulatum no território brasileiro é elevada. 
OBS: Histoplasmina é o extrato antigénico do Histoplasma capsulatum, utilizado em testes imunológicos 
de diagnóstico da histoplasmose. 
→ Nas últimas décadas houve grande aumento na incidência dessa doença fúngica motivado pelo 
aumento do número de pacientes imunossuprimidos, principalmente aqueles com síndrome de 
imunodeficiência adquirida (AIDS). 
 ○ As formas disseminadas progressivas geralmente ocorrem em indivíduos com deficiência da 
imunidade (p. ex., HIV+, transplantados, usuários de corticoesteroides, extremos de idade e etc). 
 
→ Ocorrência em ambos os sexos, com prevalência de desenvolvimento da doença no sexo masculino. 
→ Geralmente, afetam os extremos de idade. 
 
CONDIÇÕES E GRUPOS DE RISCO: 
→ Profissões como agricultores (que manipulam fertilizantes orgânicos), bombeiros, espeleólogos e 
arqueólogos são as categorias mais expostas a H. capsulatum. 
→ Trabalhos que exijam contato direto com o solo (p. ex., jardineiros, mineradores), especialmente sem uso 
de EPI ou utilizando-os de forma incorreta. 
→ Passeios em grutas e cavernas. 
→ Varredura e limpeza de galinheiros. 
→ Passeios em áreas arborizadas e habitadas por pássaros. 
→ Construções abandonadas. 
→ Limpeza de sótãos e forros. 
→ Pacientes imunossuprimidos (p. ex., AIDS, quimioterapia, linfoma, transplantados e etc). 
→ Manipulação de H. capsulatum em laboratório. 
→ Relaciona-se, também, com uma pesada ou repetida aspiração de microconídios, tabagismo, doença 
pulmonar prévia ou etilismo. 
 
3. DEFINIR A FISIOPATOLOGIA DA HISTOPLASMOSE: 
 
CARACTERÍSTICAS DA INFECÇÃO: 
→ A infecção fúngica acontece pela aspiração de conídios (microconídios) de H. capsulatum, que tem 
vida saprofítica abaixo da superfície do solo. 
○ O fungo é identificado principalmente em locais com grande concentração de fezes de pombos e 
morcegos, como cavernas, construções abandonadas e madeiras em decomposição. 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
→ O crescimento do fungo é favorecido quando há umidade e alto conteúdo de nitrogênio (proporcionado 
principalmente pela decomposição de dejetos de aves e de morcego). 
 → Os microconídios do fungo são facilmente destacados do micélio e podem ser transportados a 
longas distâncias. 
→ Não há transmissão inter-humana da histoplasmose.PATOGÊNESE E PATOLOGIA: 
→ Após aspiração dos microconídios de H. capsulatum, eles são fagocitados por macrófagos e neutrófilos 
(imunidade inata). 
→ Após esse primeiro contato, novas células são recrutadas, formando-se um ou mais focos inflamatórios 
inespecíficos no pulmão. 
→ Os conídios transformam-se em leveduras e, protegidos por componentes de sua parede, sobrevivem 
à fagocitose e começam o processo de multiplicação no interior das células fagocíticas. 
→ As células fagocíticas contendo os fungos, por via linfática e hematogênica, transportam o H. 
capsulatum para várias cadeias linfáticas, como os linfonodos mediastinais, e eventualmente para o 
baço, fígado e outros tecidos distantes. 
→ Após esses eventos, a IMUNIDADE ESPECÍFICA É ATIVADA, desenvolvendo-se: 
○ Anticorpos anti-H. capsulatum. 
○ Resposta mediada por linfócitos T (principalmente Th1). 
 • Componente do sistema imunológico mais importante para conter o microrganismo. 
 • Depende da liberação de citocinas (IL-12, TNF- α e INF-γ), as quais ativarão macrófagos 
que serão habilitados a MATAR LEVEDURAS INTRACELULARES. 
→ A inflamação deixa de ser inespecífica e formam-se GRANULOMAS, tendo, no centro, os macrófagos 
que contêm o microrganismo. 
○ Os focos inflamatórios no pulmão e nos linfonodos hilares constituem o complexo primário 
fúngico. 
○ Os granulomas podem apresentar necrose caseosa ou não, evoluindo para fibrose e 
calcificação. 
OBS: Os granulomas irão conter os agentes em seu interior, bloqueando a contaminação. (Apesar de não 
terem enzimas específicas para eliminar o fungo inicialmente, os macrófagos mantêm eles aprisionados em 
granulomas, entretanto, possuem chance de reativação se houver imunodepressão). 
→ A hipersensibilidade retardada, que sinaliza o surgimento da resposta imune celular adequada, tipo 
Th1 (contra agentes intracelulares), é percebida depois de 3 a 6 semanas pela positividade do teste 
intradérmico com antígeno de H. capsulatum. 
OBS: A maioria das pessoas infectadas desenvolve uma resposta imunológica eficiente e não progride 
para a doença, pois a imunidade específica se estabelece em 2 a 4 semanas e impede a progressão do 
quadro. 
OBS: Em pacientes que aspiram grandes quantidades de microconídios, a infecção primária por H. 
capsulatum pode ter outra evolução, pois o processo inflamatório é mais intenso, surgindo DOENÇA 
PULMONAR ou DISSEMINADA. 
 
→ ALGUNS PERFIS DE PACIENTES: 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
 ○ Existe uma tendência a uma progressão disseminada em CRIANÇAS e IMUNODEPRIMIDOS 
devido à uma dificuldade em organizar uma resposta celular do tipo Th1 (advém das células T CD4, 
comprometidas na imunodepressão). 
• Nesses pacientes, os granulomas são formados incompletamente e há grande 
quantidade de macrófagos e de leveduras nas lesões teciduais. 
OBS: Os macrófagos parasitados acumulam-se em baço, fígado, linfonodos e medula 
óssea, relacionando-se com visceromegalias e com prejuízo na formação de hemácias, 
leucócitos e plaquetas. 
 ○ Pacientes TABAGISTAS e PNEUMOPATAS CRÔNICOS expostos ao H. capsulatum, podem 
desenvolver doença pulmonar crônica progressiva, com destruição do parênquima, cavitação e fibrose. 
• Aparentemente, as alterações anteriores da estrutura do tecido pulmonar dificultam o 
controle da infecção local, persistindo as leveduras de H. capsulatum que estimulam a continuidade 
do processo inflamatório granulomatoso. 
OBS: A inflamação crônica nas suprarrenais também pode levar a destruição e fibrose da glândula, 
comprometendo a produção de hormônios. 
OBS: Em casos raros, o excesso de inflamação e fibrose mediastinal é uma complicação grave da 
histoplasmose. 
→ Devido ao fato de as leveduras persistirem no interior de lesões cicatriciais nos pulmões e em 
outros tecidos, as manifestações clínicas da histoplasmose podem surgir muito tempo após a 
infecção primária assintomática. 
○ Se a imunidade celular é reduzida por doença ou por terapia imunossupressora, o foco 
infeccioso é reativado, podendo ocorrer histoplasmose focal ou disseminada. 
OBS: A reativação tardia de lesões cicatriciais deixadas pela infecção primária é aceita como principal 
mecanismo patogênico da histoplasmose em pacientes com AIDS, neoplasias e os submetidos à 
imunossupressão medicamentosa, incluindo corticosteroides, substâncias citotóxicas ou terapia anti-
TNF-α. 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
4. DESCREVER AS PRINCIPAIS APRESENTAÇÕES CLÍNICAS DA DOENÇA, EM 
ESPECIAL A HISTOPLASMOSE PULMONAR: 
 
→ Estudos mostram que a infecção assintomática por H. capsulatum é muito mais frequente do que a 
progressão para a doença. 
→ Menos que 1% das pessoas infectadas evoluem para doença sintomática. 
→ As manifestações clínicas dependem da quantidade do inóculo, da história de infecção prévia pelo 
fungo (se presente, reduz-se a gravidade da doença após uma reexposição), da imunidade do indivíduo 
e da virulência do fungo. 
→ As apresentações no indivíduo imunocompetente sem exposição prévia variam desde formas 
assintomáticas até quadros rapidamente progressivos, com insuficiência respiratória. 
→ PRINCIPAIS FORMAS CLÍNICAS: 
 ○ Forma pulmonar (aguda e crônica). 
 ○ Forma disseminada (aguda, subaguda e crônica). 
 • Essa forma é caracterizada por qualquer lesão extratorácica. 
 • Pode apresentar desde lesões focais a generalizadas. 
OBS: Ainda existem algumas apresentações clínicas menos comuns. 
 
HISTOPLASMOSE ASSINTOMÁTICA: 
→ Observação de alterações na radiografia e/ou TC de tórax (p.ex., linfonodomegalias e nódulos 
pulmonares, com bordas regulares, com ou sem calcificação central ou laminar ou cavitação). 
→ Maior parte das infecções primárias. 
→ Histoplasmina detecta. 
 
HISTOPLASMOSE PULMONAR AGUDA: 
→ Os sintomas respiratórios (p. ex, tosse seca*, dor torácica, taquipneia ou dispneia) surgem cerca de 2 
semanas após o contato de indivíduos sem imunidade prévia com o H. capsulatum. 
 • A ausculta pulmonar pode detectar alguns estertores. 
→ Junto a esses sintomas, o paciente cursa com febre, calafrios, astenia, cefaleia, mal-estar e ↓ peso. 
→ Alguns casos, podem desenvolver, artrite, artralgia e até eritema nodoso. 
→ A radiografia de tórax geralmente mostra infiltrado focal associado com linfadenomegalia hilar e/ou 
mediastinal. 
OBS: Pacientes que foram intensamente expostos ao H. capsulatum 
• Podem evoluir para dispneia progressiva e hipoxemia. 
• A radiografia de tórax, nesses pacientes, mostra infiltrado pulmonar difuso e bilateral, 
micronodular ou reticulonodular (inclusive padrão miliar), além de linfadenomegalia mediastinal. 
 
→ MANIFESTAÇÕES EXTRAPULMONARES: 
○ Nesses casos, estão presentes em cerca de 5 a 10% dos pacientes. 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
○ Podem surgir tanto pela disseminação fúngica no corpo, quanto pela reação imunológica a 
seus antígenos. 
○ Podem ser encontrados linfadenomegalia cervical ou generalizada, discreta 
hepatoesplenomegalia, artrite e artralgia, eritema nodoso e eritema multiforme. 
○ A pericardite aguda ocorre em 5 a 10% dos casos e parece estar associada à inflamação nas 
estruturas mediastinais próximas. 
→ As manifestações da histoplasmose pulmonar aguda regridem em 2 a 3 semanas, entretanto, certos 
casos podem se prolongar por mais de 10 semanas. 
 
 
HISTOPLASMOSE PULMONAR CRÔNICA: 
→ A doença pulmonar progressiva ocasionada pelo H. capsulatum durante meses a anos ocorre 
principalmente em pessoas com enfisema prévio, tipicamente homens tabagistas com idade > 50 anos. 
→ Assemelha-se à tuberculose reativa. 
→ A sintomatologia consiste em tosse seca ou produtiva, eventual hemoptise, dispneia crescente, febre 
moderada, inapetência, astenia, sudorese, dor retroesternal e emagrecimento. 
→ Pode aparecer suores noturnos. 
→ ACHADOS RADIOGRÁFICOS: 
○ A radiografia de tórax mostra lesão intersticial densa localizada no terço SUPERIOR de um 
dos pulmões,em muitos casos associada com lesões menos pronunciadas em outras regiões pulmonares. 
○ Traves fibrosas e cavitação no lobo superior são observadas na maioria dos pacientes. 
○ Consolidações alveolares também podem estar presentes. 
→ Redução volumétrica dos lobos superiores e linfonodomegalias hilares e mediastinais, com ou sem 
calcificação, são outras alterações possíveis. 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
→ A lesão pulmonar aumenta com o tempo, pode se tornar bilateral e o paciente evoluir para óbito por 
insuficiência respiratória e complicações tais como pneumotórax e infecções bacterianas secundárias. 
 
HISTOPLASMOSE DISSEMINADA AGUDA: 
→ É a forma mais grave da doença, podendo o indivíduo evoluir para óbito em poucas semanas ou meses. 
→ Ocorre mais em crianças pequenas e em imunossuprimidos. 
→ Nesses casos, o paciente tende a apresentar febre elevada, adinamia, perda de peso, 
linfadenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia. 
→ Em pacientes imunossuprimidos, especialmente aqueles com HIV/AIDS, as lesões cutâneas são 
comuns e múltiplas. 
 ○ Pápulas → nódulos com umbilicação central → úlceras. 
→ Nos exames radiográficos é possível a visualização de infiltrado pulmonar difuso, micronodular ou 
reticulonodular. 
 ○ Tais achados imaginológicos justificam a tosse e a dispneia que são frequentes nesses pacientes. 
→Também são achados relativamente comuns as lesões na mucosa oral, em tubo digestivo e em outros 
órgãos. 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
→ Os pacientes podem ir à óbito, também, devido a complicações como a vasculite, coagulação 
intravascular disseminada (CIVD), disfunção hepática e renal e septicemia bacteriana. 
 
 HISTOPLASMOSE DISSEMINADA SUBAGUDA: 
→ Em geral, a sintomatologia tende a ser mais branda e lenta do que na fase aguda, entretanto, a febre 
e hepatoesplenomegalia estão presentes em parte dos pacientes. 
→ A característica desta forma de doença consiste na concomitância de lesões focais em outros 
órgãos. 
 
→ SINTOMATOLOGIA: 
○ As lesões intestinais, principalmente úlceras na região ileocecal, são frequentes, causando dor 
abdominal e diarreia e complicações como perfuração ou suboclusão intestinal e sangramento 
digestivo. 
○ A doença de Addison (insuficiência adrenocortical crônica), endocrinopatia rara e potencialmente 
fatal, é uma sequela funcional em parte dos pacientes. 
○ A lesão do SNC é pouco comum e manifesta-se como meningite linfocitária crônica, mielite ou 
como lesão expansiva cerebral. 
○ Endocardite, particularmente nos pacientes com lesão valvular prévia, e infecção do endotélio de 
vasos, associada com aneurisma e prótese vascular, também são lesões observadas. 
○ Podem também estar associadas às lesões viscerais da histoplasmose disseminada subaguda 
as úlceras na mucosa da orofaringe. 
 
HISTOPLASMOSE DISSEMINADA CRÔNICA: 
→ Os pacientes são adultos NÃO imunossuprimidos. 
→ O quadro clínico caracteriza-se por lesões geralmente restritas à mucosa de lábios, boca e laringe. 
→ Ocasionalmente, lesões viscerais compõem o quadro clínico ou manifestam-se isoladamente, como por 
exemplo meningite, lesões de suprarrenais, osso, articulações, fígado e endocárdio. 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
→ Não há comprometimento do estado geral e o curso da doença pode se estender por vários meses a 
anos. 
 
MANIFESTAÇÕES ASSOCIADAS À HIPER-REATIVIDADE DO HOSPEDEIRO: 
→ A histoplasmose, em pacientes hiper-reativos, pode culminar em grande processo inflamatório 
necrosante nos linfonodos mediastinais. 
○ Essa linfonodomegalia pode resultar em compressão da traqueia, esôfago e grandes vasos, 
culminando em uma condição grave chamada de granulomatose mediastinal. 
→ Mais raramente, a inflamação crônica no mediastino pode evoluir para uma condição grave chamada de 
mediastinite fibrosante, a qual acomete vias respiratórias e digestivas e vasos pulmonares com aderências 
e retrações. 
→ É possível o desenvolvimento do histoplasmona (nódulo pulmonar benigno) que aumenta lentamente 
de tamanho em torno de sucessivas camadas de fibrose ao redor de um antigo granuloma com fungo. 
→ A síndrome de histoplasmose ocular consiste em uveíte (inflamação da camada mediana do globo 
ocular) ou coroidite posterior de evolução crônica é também atribuída a uma reação imunocelular 
desproporcionalmente intensa contra antígenos de H. capsulatum. 
 
5. DISCUTIR O DIAGNÓSTICO E OS TRATAMENTOS DA HISTOPLASMOSE: 
 
DIAGNÓSTICO: 
→ O examinador deve se atentar caso o paciente relate contato prévio com microambiente propício à 
transmissão do fungo, a existência de outras pessoas com sintomas respiratórios e expostas ao mesmo 
local e a presença de linfadenomegalia hilar na radiografia de tórax. 
 
→ A histoplasmose disseminada aguda, em especial, pode apresentar algumas alterações laboratoriais 
inespecíficas, destacando-se anemia, leucopenia e/ou plaquetopenia. 
→ São frequentes as elevações discretas de enzimas hepáticas e canaliculares (AST, ALT, FA e gGT) e 
da desidrogenase láctica (LDH). 
→ O diagnóstico laboratorial específico da histoplasmose é feito com exames micológicos, histológico 
e sorológico, dependendo do caso e da disponibilidade dos testes. 
 
→ MICROSCOPIA: 
○ O EXAME MICROSCÓPICO CONVENCIONAL de fluidos, secreções e raspados de úlceras é 
pouco sensível, em razão do pequeno tamanho e do reduzido número de leveduras nesses materiais. 
○ A positividade desse teste aumenta quando se efetua um esfregaço do material e as lâminas 
são coradas com Giemsa ou pelo método de Gomori/Grocott. 
 
→ CULTURA MICOLÓGICA: 
○ A cultura micológica da expectoração e de amostras biológicas, em geral, é feita em ágar-
sabouraud, contendo ou não antibióticos como o cloranfenicol e cicloheximida para inibir o crescimento de 
outros microrganismos. 
○ H. capsulatum leva 2 a 6 semanas em temperatura ambiente para crescer como micélio, sendo 
identificado pelos macroconídios tuberculados e pela transformação em levedura a 37°C, em meios de 
cultura enriquecidos com sangue ou cisteína. 
 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
→ HEMOCULTURA: 
○ É realizada em pacientes com histoplasmose disseminada aguda e subaguda, particularmente 
em imunossuprimidos. 
○ O H. capsulatum pode ser isolado em frascos de hemocultura para bactérias desde que incubados 
por 4 semanas, mas a sensibilidade da hemocultura aumenta se for adotado o procedimento de lise-
centrifugação antes da cultura. 
 
→ HISTOPATOLÓGICO: 
○ Possui boa resolutividade diagnóstica para histoplasmose. 
○ É interessante solicitá-lo quando for possível biopsiar tecido lesado, tal como a pele e 
linfonodos. 
○ É possível identificar H. capsulatum pelo formato ovalado, brotamento único na extremidade e 
localização no interior de fagócitos, com a coloração HE ou, mais facilmente, com Gomori/Grocott. 
→ SOROLOGIA: 
 ○ Na triagem de casos suspeitos de histoplasmose, os testes sorológicos para pesquisa de 
anticorpos anti-H. capsulatum tem grande relevância. 
 ○ A técnica mais utilizada é a IMUNODIFUSÃO DUPLA EM GEL, na qual podem ser detectadas as 
bandas de precipitinas M (indica infecção passada ou doença presente) e H (indica doença ativa pelo fungo). 
 ○ São também sugestivos de histoplasmose-doença: 
• Títulos ≥ 1:32 na reação de fixação de complemento. 
• Títulos ≥ 1:8 na contraimunoeletroforese 
• Títulos elevados de anticorpos IgG e eventual presença de IgM anti-H. capsulatum nos 
testes ELISA e Western blot. 
OBS: Ainda que não seja muito disponível no Brasil, os antígenos do fungo podem ser detectados na 
urina e indicam doença ativa (método Elisa). 
OBS: Limitações da sorologia 
 • A resposta sorológica só se torna aparente depois de 4 ou 6 semanas da exposição ao fungo. 
• Os anticorpos anti-H. capsulatum NÃO são detectados em cerca de 40% dos pacientes 
coinfectados com HIV e AIDS, verificando-se testes falso-negativos também em outrostipos de 
imunossuprimidos. 
OBS: A positividade da antigenúria, assim como dos exames micológicos e histopatológico, é maior 
nos casos de forma disseminada aguda da histoplasmose, alcançando valores superiores a 90% em 
pacientes com AIDS. 
→ DIAGNÓSTICO POR APRESENTAÇÃO CLÍNICA: 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
 ○ ASSINTOMÁTICO: 
• O diagnóstico é baseado na avaliação histológica e/ou micológica de amostra tecidual 
obtida por biópsia ou excisão cirúrgica de lesão pulmonar ou extrapulmonar, com identificação de 
granulomas não-caseosos, estruturas leveduriformes não-encapsuladas e/ou cultura para o fungo 
positiva. 
• A sorologia é negativa ou fracamente positiva. 
○ FORMA PULMONAR AGUDA: 
• Avaliação histológica de amostra pulmonar obtida por biópsia ou excisão cirúrgica 
raramente evidencia granuloma, mas é possível detectar o fungo por pesquisa direta ou 
cultura. 
• Pesquisa antigênica é positiva em 75% dos casos. A sorologia só se torna positiva a partir 
do 2º mês da infecção, sendo diagnóstica quando ocorre elevação dos títulos em pelo menos 4 
vezes. 
○ FORMA PULMONAR CRÔNICA: 
• O diagnóstico geralmente é confirmado a partir da avaliação do escarro e do lavado 
broncoalveolar (pesquisa direta e cultura do fungo) e, se necessário, pela pesquisa micológica em 
amostra de parênquima pulmonar obtida por biópsia. 
• A pesquisa antigênica tende a ser negativa e a sorologia tem alta positividade. 
○ FORMA DISSEMINADA: 
• Estão indicadas a pesquisa antigênica, a pesquisa direta e a cultura do fungo em sangue 
e em amostras de locais atingidos (como pele, mucosa, fígado e baço). 
• Se houver acometimento pulmonar, a avaliação é baseada no lavado broncoalveolar e em 
material obtido por biópsia transbrôquica ou a céu aberto. 
 
TRATAMENTO: 
→ O tratamento não é necessário para os casos assintomáticos e para a maioria das formas agudas, já 
que muitas vezes há recuperação após 4 a 6 semanas, no momento em que se estabelece a memória 
específica. 
→ Os antifúngicos mais utilizados no tratamento de pacientes com histoplasmose são ANFOTERICINA B 
e SUBSTÂNCIAS AZÓLICAS (grupo de agentes fungistáticos sintéticos, com um amplo espectro de 
atividade antifúngica), p. ex., ITRACONAZOL. 
→ O esquema terapêutico varia com a forma de histoplasmose e pode incluir, além dos antifúngicos, 
corticosteroides quando o processo inflamatório for prejudicial ao paciente. 
 
→ FÁRMACOS MAIS UTILIZADOS: 
○ ANFOTERECINA B: 
• Desoxicolato da anfotericina B, utilizado de 0,7 a 1 mg/kg de peso/dia. 
• Complexo lipídico e lipossomal, utilizado de 3 a 5 mg/kg de peso/dia (é mais cara, entretanto, 
apresenta menos efeitos adversos e mais eficaz na histoplasmose disseminada aguda). 
 ○ ITRACONAZOL: 
• Adultos podem utilizar na dose de 600 mg/dia nos três primeiros dias, seguida de 200 a 400 
mg/dia ao longo do tratamento (usar doses de 400 a 600 mg/dia durante tempo mais longo em 
imunossuprimidos), sempre ingerido logo após as refeições. 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
 ○ FLUCONAZOL: 
• Opção secundária, sendo útil por sua formulação para uso intravenoso e pela atuação no 
sistema nervoso central. 
○ SULFAMETOXAZOL-TRIMETOPRIMA: 
• Foi utilizado com resultados satisfatórios em pacientes brasileiros e pode ser indicado, 
excepcionalmente, em determinados casos. 
OBS: Voriconazol e posoconazol têm sido utilizados com eficácia em alguns casos complicados e 
refratários a outros tratamentos. 
 
→ ESQUEMA DE TRATAMENTO DAS PRINCIPAIS FORMAS E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA 
HISTOPLASMOSE: 
 
 ○ O uso inicial de anfotericina B intravenosa e de corticoterapia é útil em casos graves e com 
insuficiência respiratória. 
○ Pericardite grave relacionada com a forma pulmonar aguda é também controlada com o uso de 
antifúngico mais anti-inflamatórios ou corticoterapia. 
 
○ A anfotericina B é reservada para pacientes que requerem hospitalização e para casos que não 
melhoram com o triazólico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
○ Para pacientes com as formas disseminada subaguda e crônica que apresentam doença menos 
grave recomenda-se o tratamento com o itraconazol, desde poucos meses para a lesão isolada em mucosa 
oral e vias respiratórias altas até 12 ou mais meses para lesões viscerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: O histoplasmoma e a fibrose mediastinal, em geral, não requerem terapia antifúngica. 
OBS: A suspensão da terapia antifúngica deve ser precedida da reavaliação do caso para constatar a 
cura. 
OBS: A cura da histoplasmose é verificada quando o paciente não tem mais lesões ativas, os testes 
sorológicos são negativos ou mostram títulos residuais de anticorpo anti-H. capsulatum e, quando aplicáveis, 
os exames de imagem revelam apenas lesões cicatriciais. 
Guilherme Rios – Módulo III – p5 
 
PROGNÓSTICO: 
→ A maioria dos pacientes com histoplasmose conseguem a cura, dependendo do diagnóstico precoce 
e de tratamento adequado em relação às doses e ao tempo de uso de antifúngicos e da aderência e 
capacidade de resposta imunológica dos pacientes. 
 
LETALIDADE E RECIDIVA 
→ A letalidade associa-se com casos graves e complicados, chegando a 20% na meningite. 
→ As recidivas da histoplasmose são observadas aproximadamente em 15% dos casos, meses ou anos 
após o final do tratamento antifúngico. 
→ Alguns pacientes têm sequelas ou incapacidade funcional, como, por exemplo, problemas neurológicos 
após meningite e mielite, insuficiência respiratória e doença de Addison.

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