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HISTOPLASMOSE PULMONAR

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Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
1) Citar as principais hipóteses diagnosticas para o caso. 
2) Descrever a etiologia e os principais aspectos epidemiológicos da histoplasmose 
3) Discutir a fisiopatologia da histoplasmose 
4) Descrever as principais apresentações clinicas da doença em especial a histoplasmose 
pulmonar 
5) Discutir o diagnostico e tratamento da histoplasmose 
 
Objetivo 1: Citar as principais hipóteses diagnosticas para o caso. 
➔ forma pulmonar aguda deve ser diferenciada de outras infecções pulmonares atípicas: 
o pneumonias causadas por Mycoplasma, Chlamydia e Legionella; 
o pneumonias virais comuns; 
o síndrome pulmonar por hantavírus (formas graves), entre outras. 
➔ histoplasmose pulmonar crônica: 
o frequentemente é confundida com a tuberculose pulmonar fibrocavitária e muitas vezes 
o tratamento com tuberculostáticos é instituído a estes casos de forma empírica; 
o outras micoses, como a paracoccidioidomicose, também devem ser lembradas no 
diagnóstico diferencial da forma pulmonar crônica. 
➔ Nos pacientes com AIDS, a histoplasmose disseminada mostra sinais e sintomas comumente 
vistos em outras doenças que acometem estes indivíduos, tais como tuberculose miliar, 
leishmaniose visceral, criptococose disseminada, paracoccidioidomicose e linfomas, com 
extenso envolvimento intra-abdominal. Lesões cutâneo-mucosas podem também trazer à 
lembrança numerosas condições, infecciosas ou não, que incluem a leishmaniose tegumentar, a 
esporotricose, a sífilis, a paracoccidioidomicose, a tuberculose e o carcinoma espinocelular 
 
Objetivo 2: Descrever a etiologia e os principais aspectos epidemiológicos da histoplasmose 
DEFINIÇÃO: 
➔ Infecção micótica causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum var. capsulatum, que 
apresenta especial afinidade patogênica ao Sistema Retículo Endotelial (S.R.E.) 
➔ Sequelas: calcificações residuais nodulares no pulmão, semelhante ao que ocorre na 
tuberculose. 
➔ Forma disseminada da infecção: 
o Quem tem mais tendencia? 
▪ pessoas com idades extremas (<1 ano e > 60 anos de idade); 
▪ imunocomprometidos (pacientes em tratamento com corticóides, leucêmicos, 
transplantados, pacientes que estão fazendo quimioterapia ou pacientes com SIDA 
(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)). 
o Fatores que influenciam na preservação e evolução da doença  quantidade de esporos 
inalados e o estado imune do hospedeiro. 
➔ O desenvolvimento de infecção assintomática ou sintomática na histoplasmose é diretamente 
dependente do estado de competência imunológica do hospedeiro, da virulência da cepa 
infectante e da carga parasitária adquirida. 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
 
ETIOLOGIA: 
➔ Histoplasma capsulatum var. capsulatum: 
o fungo saprófita do solo,ph acido, que cresce na forma miceliar a temperatura de 25°C, em 
associação com solos úmidos contendo elevados teores de nitrogênio. 
o Infecção oportunista – imunodeprimidos; 
o encontrado em dejetos de aves e morcegos, cavernas, árvores ocas, construções antigas e 
sótãos - fontes importantes de infecção; própria movimentação do solo → transporte de 
esporos pelo ar.; não acontece a transmissão horizontal e com o contato direto com o animal; 
o Contágio - inalação de esporos ➔ primoinfecção no pulmão. 
o Período de incubação: 1 a 3 semanas; 
o Forma clínica é benigna – maioria dos indivíduos – despercebido ou sintomas semelhantes 
à uma infecção viral (ex: resfriado comum) – imunocompetentes e com pouca exposição. 
➔ Fatores de virulência: 
o favorecem a adesão fúngica, colonização, disseminação e habilidade para sobreviver a 
ambientes desfavoráveis driblando os mecanismos de defesa do sistema imunológico do 
hospedeiro 
o dimorfismo, um aspecto considerável na patogênese da doença, visto que a forma 
filamentosa é a que garante a infecção e a forma leveduriforme a que parasita o homem 
causando a doença 
o expressão de vários genes específicos da fase leveduriforme de H. capsulatum -resposta a 
altas temperaturas e outras condições adversas; 
▪ genes relacionados à transição de fases do desenvolvimento e a presença de uma 
estrutura polissacarídica na parede celular; 
• A fase de transição do fungo estimulada pela temperatura pode alterar a biossíntese 
de glucanos, ou seja, a síntese do α-1,3 glucano - interfere na ativação das células 
do sistema imune (permanência dentro dos fagolisossomos) 
• β -1,3 glucano (fase filamentosa) - organização de mediadores inflamatórios (TNF-α) 
e no recrutamento de leucócitos 
• galactomanano (parte externa da parede celular) - polissacarídeo antigênico desse 
fungo; 
• melanina aderidas a parede celular - proteção do fungo contra fatores ambientas 
como intensas temperaturas, mecanismos de defesa do sistema imune do hospedeiro 
e tratamento com antimicrobianos. 
o interfere na ação de antifúngicos, reduzindo a sensibilidade de H. 
capsulatum a drogas como a anfotericina B e a caspofungina. 
▪ capacidade de tolerar a espécies reativas de oxigênio (ROS) e nitrogênio (RNS). Isso 
ocorre devido a uma enzima chamada catalase que decompõem H2O2 (peróxido de 
hidrogênio) em H2O e O2,que é encontrada em todos os organismos aeróbicos e 
funciona como uma proteção a mecanismos oxidativos do hospedeiro 
▪ gene yps-3 é encontrado especialmente na fase leveduriforme de H. capsulatum - 
silenciamento deste gene diminui a virulência in vitro e durante a infecção murina. 
EPIDEMIOLOGIA: 
➔ doença subestimada; 
➔ confundido com leishmaniose visceral; 
➔ Primeira metade do século XX: 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
o casos de histoplasmose foram relatados de modo esporádico, principalmente nos EUA - 
regiões dos Grandes Lagos e no vale do Mississipi. 
▪ > 80% dos indivíduos são infectados aos 20 anos de idade. 
o Final de 1960 - outros continentes; 
o Atualmente: 
▪ distribuição mundial - descrita em mais de 50 países, com maior prevalência nas zonas 
tropicais e temperadas. 
▪ A delimitação das áreas endêmicas é verificada através da reação intradérmica com 
histoplasmina e do estudo em animais. 
▪ Brasil: 
• casos esporádicos, tendo relatos de surtos no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e 
Minas Gerais. 
• No Rio Grande do Sul, um estudo feito por Zembrzuski e colaboradores no ano de 
1992, que foi realizado com 161 soldados, na faixa etária dos 17 aos 19 anos, onde 
contataram a prevalência de histoplasmose através da reação cutânea positiva para 
histoplasmina. A partir disto, concluiuse que 48% da população estudada apresentava 
positividade para esta reação, caracterizando este local como foco ambiental do 
fungo. 
▪ Outros países, com regiões endêmicas, na América do Sul são Argentina, Venezuela, 
Colômbia e Peru. 
➔ Infecção pulmonar - não confere imunidade protetora; por conseguinte, pode ocorrer reinfecção. 
➔ Apesar de a idade, o sexo e a raça não afetarem, significativamente, a suscetibilidade à infecção, 
os homens brancos de meia idade com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) pré-
existente parecem correr o maior risco de desenvolver a forma pulmonar crônica. 
➔ Nos últimos anos o Histoplasma capsulatum var. capsulatum surgiu como patógeno 
oportunista, sobretudo em hospedeiros com imunidade celular alterada, principalmente em 
pacientes com SIDA. 
o Em áreas endêmicas da micose, esta doença pode representar a primeira manifestação da 
SIDA. 
o histoplasmose representa, muito provavelmente, uma reativação de focos latentes de 
infecção pregressa ou, mais raramente, aquisição exógena, por ocasião da imunodepressão. 
➔ No Brasil, as epidemias de histoplasmose ocorrem em áreas endêmicas e não-endêmicas de 
acordo com a exposição a locais contaminadoscom H. capsulatum. As microepidemias no país 
estão relacionadas a grupos de indivíduos que foram infectados após visitas a grutas habitadas 
por morcegos, galinheiros ou pombais. Em oito estados brasileiros já foram registradas 26 
microepidemias em um curto espaço de tempo, são eles: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, 
Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. 
➔ As áreas em que o índice de histoplasmose é endêmico estão localizadas entre as regiões 
centro-oeste e sudeste e isto se deve pelo fato dessas regiões apresentarem condições 
favoráveis para o crescimento fúngico associadas ao clima moderado com umidade constante 
Objetivo 3: Discutir a fisiopatologia da histoplasmose 
inalação de esporos (conídios – reprodução assexuada de alguns fungos) do fungo (via respiratória) 
→ alvéolos pulmonares → estimulação da resposta inflamatória no hospedeiro → fagocitado por 
macrófagos e células reticuloendoteliais locais → forma de levedura (temperatura corporal [37]) → 
multiplicação nos fagolisossomos [pneumonite e ....] → lise do macrófago. 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
Infecções controladas por células T auxiliares - reconhecem os antígenos da parede celular fúngica 
e proteínas do choque térmico e secretam interferon-gama que ativa os macrófagos para destruírem 
as leveduras intracelulares. 
O Histoplasma capsulatum var. capsulatum induz os macrófagos a secretarem Fator de Necrose 
Tumoral-alfa (FNT-), IL-12, ING-gama, que estimula outros macrófagos a destruírem o fungo. 
Respostas de Th1 – necrose caseosa e células gigantes; 
Resposta do sistema imune é adequada: intensa reação granulomatosa → cicatrização, fibrose e 
calcificação. 
Não for controlada: infecção pode alcançar os gânglios mediastínicos e hilares, para hiliares (as 
leveduras dentro dos macrófagos se deslocam), corrente sanguínea e outros órgãos ricos em 
sistema monocítico – histiocitário como o fígado e baço. 
 
-Células de Kupeff do fígado e macrófagos residuais. 
 
- Surfactantes SP-A, SP-B = defesa do fungo; quantidade de fungos; 
 
- INF-alfa – disseminada ➔ TNF ➔ IL-12 
 Diminui a resposta Th1 
 IL-4, IL-5, IL-10 – Responde por Th2; granulomas não são formados; 
 
Objetivo 4: Descrever as principais apresentações clinicas da doença em especial a histoplasmose 
pulmonar. 
1) INFECÇÃO ASSINTOMATICA: 
a. 90-95% dos casos de histoplasmose; 
b. Sem sintomatologia clínica; 
c. conversão para positiva da reação intradérmica a histoplasmina e por reações sorológicas da 
infecção micótica. 
d. Pode-se ainda observar nesses pacientes evidências radiológicas, com presença de nódulos 
pulmonares calcificados, infiltrados pulmonares ou linfoadenomegalias hiliares ou 
mediastínicas, nos quais se demonstra a presença de Histoplasma capsulatum var. 
capsulatum 
2) INFECÇÃO PULMONAR AGUDA: 
a. Infecção primária → infecção pulmonar aguda; 
b. Período de 14 dias - febre, calafrios, cefaléia, tosse improdutiva, dor torácica pleurítica 
ou subesternal, mal-estar e mialgia, podendo ser confundida com uma doença gripal. 
i. 10% dos pacientes desenvolvem artrite ou artralgias associadas a quadros de eritema 
nodoso 
ii. Pericardite com derrame e efusão pleural ocasionalmente acompanham o quadro da 
histoplasmose aguda. Em raras ocasiões, a inflamação pericárdica pode ter evolução 
crônica, semelhante àquela ocasionada pela tuberculose, podendo levar, inclusive, à 
pericardite constritiva. 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
c. Manifestações gastrointestinais – diarreia – e conjuntivite; 
d. A cicatrização de um infiltrado localizado pode levar ao desenvolvimento de um nódulo 
residual, que aumenta progressivamente à medida que material fibrótico vai se depositando 
ao seu redor; esta lesão é denominada histoplasmoma e sua descoberta ocasional em uma 
radiografia de tórax pode levar ao diagnóstico errôneo de neoplasia pulmonar, 
particularmente quando não há calcificações no interior da lesão. 
e. Regride, frequentemente, de modo espontâneo no decorrer de 3 a 6 semanas, mas pode 
provocar complicações precoces e tardias. 
f. Período de incubação: 10 a 18 dias ou mais em pessoas com primo-infecção; 
i. Período mais curto (3 a 7 dias) em pessoas com reinfecção; 
g. Sintomas desaparecem em 2 semanas sem tratamento e em poucas vezes, duram até 6 
semanas. 
i. Raramente mortal – imunocompetentes; 
h. Complexo de goon 
i. Radiológico: 
i. pequenas áreas de pneumonite em meio a infiltrado intersticial difuso – opacidades bilaterais 
difusas com hilar visível. 
ii. Linfoadenomegalia hiliar e mediastinal (diferenciando a histoplasmose das pneumonias 
bacterianas e virais). 
 
3) HISTOPLASMOSE DISSEMINADA: 
a. presença de foco extrapulmonar e extraganglionar mediastínicos de curso progressivo 
b. forma menos comum de histoplasmose (10% dos casos) 
i. indivíduos com imunidade deficiente - lactentes com sistema imune imaturo; hospedeiros 
imunocomprometidos, como receptores de órgãos tratados com corticóides e indivíduos 
infectados pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida). 
1. Em doentes com AIDS, a histoplasmose é grave, frequentemente fatal e ocorre quando o 
nível de linfócitos TCD4 está abaixo de 200 céluls/mm3 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
a. Outras alterações laboratoriais, tais como, elevação das enzimas hepáticas (em 
particular da fosfatase alcalina e da gama-glutamiltranspeptidase), da desidrogenase 
láctica e da ferritina sérica, além de hipoalbuminemia, são comumente observadas 
nesses pacientes. 
b. febre elevada, anorexia intensa, mal-estar, perda de peso, linfadenopatia 
generalizada, lesões cutâneas e mucosas localizadas ou disseminadas e 
hepatoesplenomegalia. O envolvimento da medula óssea é comum e manifesta-se 
através de pancitopenia periférica 
ii. As manifestações clínicas desta forma de infecção são ocasionadas pela destruição focal 
granulomatosa que ocorre em múltiplos órgãos de nossa economia. Curiosamente, o 
envolvimento pulmonar na histoplasmose sistêmica não é freqüente, embora em casos mais 
graves da moléstia um padrão intersticial ou miliar possa ser observado nas radiografias do 
tórax. A doença pode ter um curso agudo, potencialmente fatal em poucas semanas se não 
tratada, ou uma evolução mais indolente, subaguda. 
c. Lesões cutâneas: 
i. casos de histoplasmose diagnosticados na América Latina podendo ocorrer em até metade 
dos casos diagnosticados. 
ii. São polimorfas e se apresentam sob a forma de pápulas, nódulos, ulcerações e lesões 
moluscóides localizadas ou ulceradas. 
1. Lesões mucosas ulceradas podem ocorrer em até 1/3 dos casos 
d. Cerca de 20% deles podem desenvolver meningoencefalite com pleocitose linfomononuclear 
e hiperproteinorraquia; os doentes relatam cefaléia, confusão mental, vertigens, convulsões, 
síndrome meníngea e paralisia de pares cranianos 
e. Alguns pacientes com formas disseminadas graves podem exibir uma síndrome sepsis-like 
com hipotensão, choque, coagulação intravascular disseminada e síndrome da angústia 
respiratória do adulto com elevada letalidade. 
f. Comprometimento do tubo digestivo não é incomum manifestando-se através da presença 
de lesões ulceradas em esôfago, estômago, intestino delgado e cólons. Envolvimento ósseo 
também pode ser documentado em algumas situações. 
g. Em crianças pequenas, em geral com menos de um ano de idade (quando o sistema imune 
ainda é imaturo), a histoplasmose pode se manifestar na forma disseminada, com rápida 
evolução para o óbito, se não diagnosticada precocemente 
h. 4 subtipos: 
i. histoplasmose disseminada aguda (tipo infantil): 
1. crianças < 2 anos de idade 
2. início súbito e gradual, sendo geralmenteprecedida pela histoplasmose aguda 
3. sintomas iniciais: Febre, irritabilidade, fadiga progressiva, perda de peso e tosse. 
4. Depois: diarréia, vômitos e aumento do volume abdominal (hepatoesplenomegalia) e 
presença de linfoadenomegalias superficiais. 
5. manifestações hematológicas: anemia, leucopenia e trombocitopenia. 
6. Radiológia: lesões sugestivas de infecção primária ou quadro de pneumonia intersticial. 
7. Não diagnosticada e não tratada corretamente, essa forma evolui para o óbito em cerca 
de 2 a 5 semanas 
ii. histoplasmose disseminada subaguda (tipo juvenil): 
1. febre moderada e intermitente, mal-estar, astenia e emagrecimento progressivo 
2. Lesões: 
a. Número variável; 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
b. Surgem em sequência indeterminada, conforme a localização: 
i. doença ulcerativa intestinal 
ii. insuficiência supra-renal 
iii. meningoencefalite 
iv. síndrome de compressão medular 
v. lesões osteolíticas, lesões cutâneas ou subcutâneas; 
vi. ulcerações da orofaringe (menos frequente). 
c. Hepato e esplenomegalia são muito comuns 
iii. histoplasmose disseminada crônica (tipo adulto): 
1. adultos > 40 anos; 
2. apresenta lesões de orofaringe ou laringe (70% dos casos). 
a. Muitas vezes, nas áreas endêmicas, pode ser a única manifestação. 
3. Febre baixa e intermitente, astenia e emagrecimento acompanham a evolução muito 
lenta das lesões, que podem regredir espontaneamente e reaparecer no mesmo sítio 
orgânico ou em outro sítio. Esses episódios podem ocorrer durante 10 anos ou mais; 
iv. histoplasmose oportunística: 
1. micose oportunística associada à doença de Hodgkin, linfossarcoma, leucemia, lúpus 
eritematoso sistêmico, AIDS, transplantados, usuários de corticóides e pacientes em 
quimioterapia. 
2. Pode originar-se de um reinfecção endógena ou exógena. 
3. A febre presente, tosse pouco produtiva ou não-produtiva, dispnéia, infiltrado 
intersticial difuso, linfoadenomegalias hiliares e hepatoesplenomegalia. 
4. A maior dificuldade neste processo é a diferenciação entre as manifestações da doença 
de base e da micose e, às vezes, seu tratamento pode ser agressivo para o paciente. 
Quando não diagnosticada corretamente evolui para o óbito 
4) HISTOPLASMOSE PULMONAR CRONICA: 
a. relacionada à presença de enfisema centrolobular ou bolhoso ou defeito anatômico 
estrutural (pacientes que possuem doença pulmonar adjacente – tabagistas > 50 anos 
de idade) que favorece à instalação do foco inicial da doença; 
i. a histoplasmose pulmonar pode progredir lentamente para uma forma fibrocavitária crônica que acomete 
principalmente os lobos superiores dos pulmões; 
b. Com freqüência, assemelha-se a tuberculose quanto à sintomatologia e manifestações 
radiográficas, embora a evolução desse tipo de histoplasmose seja mais leve e indolente que 
a tuberculose. 
c. colonização dos espaços aéreos → produção local de material líquido rico em elementos 
fúngicos que, por disseminação, causam focos de pneumonite segmentar, ocasionando 
fibrose pulmonar progressiva. 
d. Incide geralmente em homens, a partir da terceira década de vida, residentes em áreas 
endêmicas. 
e. Sintomas comuns: febre BAIXA (VESPERTINA), tosse produtiva hemoptoica (o mais 
comum), dor retroesternal, suores noturnos, perda de peso, mas normalmente se repetem 
em crises de exacerbação, acompanhadas de agravamento radiográfico. 
f. Essa forma clínica evolui para a insuficiência respiratória ou à caquexia, é fatal em 80% dos 
casos e mostra pouca tendência para evoluir para fora dos pulmões 
g. Radiografias de tórax: infiltrados irregulares, na maioria das vezes nos lobos superiores que 
eventualmente consolidam progresso a áreas que se assemelham a cavitação representando 
a inflamação circundante bolhas pré-existentes. De muitas maneiras, a síndrome se 
assemelha a uma tuberculose pulmonar. 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
i. Infiltrados intersticiais, lobo direito e esquerdo (menor frequência) ou dois ao mesmo 
tempo; 
ii. Espessamento da pleura; 
 
 
 
Objetivo 5: Discutir o diagnóstico e tratamento da histoplasmose 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 
➔ Anamnese: 
o Estado de saúde do paciente; 
o Histórico de permanência em país endêmico. 
➔ obtenção de uma amostra adequada, principalmente respiratórias; 
➔ punção ou aspiração de medula óssea. 
 
➔ A abordagem diagnóstica varia, em parte, com a síndrome clínica em consideração. 
o Diagnóstico definitivo: exames laboratoriais pelo encontro do agente em esfregaços de 
espécimes clínicos ou em cortes histológicos de tecidos biopsiados e pelo isolamento em 
cultivo e identificação do fungo. 
➔ Para o diagnóstico da histoplasmose diversos materiais biológicos podem ser utilizados, como: 
escarro, urina, raspados ou exsudatos da lesão, aspirado de medula óssea ou leucócitos para 
cultura; biópsias de medula óssea, da pele ou de linfonodos para estudo histológico; e sangue 
para provas sorológicas. 
 
DIAGNÓSTICO MICOLÓGICO: 
➔ diagnóstico micológico da histoplasmose: encontro do seu agente casual, Histoplasma 
capsulatum var. capsulatum, em materiais biológicos. 
o Concomitante, duas metodologias: exame direto e cultura. 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
1) Exame Microscópico Direto 
a. material a fresco tratados com hidróxido de potássio (KOH) a 10%: 
i. Pouco valor porque se trata de parasito com pequenas dimensões, aproximadamente 3 
micras de diâmetro, difícil de ser diferenciado. 
b. Esfregaços corados por Giemsa: 
i. Histoplasma capsulatum var. capsulatum  elementos arredondados ou ovalados, dentro 
de macrófagos. 
ii. Citoplasma - azul claro; núcleo (em um dos pólos) - se cora mais intensamente. 
1. halo claro ao redor do fungo. 
 
iii. Essas formas são difíceis de serem visualizadas no exame direto do escarro. 
c. O melhor rendimento é obtido com esfregaços submetidos à impregnação pela prata, 
embora persistam as dificuldades de interpretação. 
- outras colorações; 
2) Cultura 
a. Cultivadas a 37°C, podendo ser utilizados os ágares: 
i. Sabouraud dextrose sólido; Mycobiotic® ou o Mycosel® (ambos contendo cloranfenicol 
e cicloheximida); 
ii. o meio BHI (ágar infusão cérebro – coração) adicionado de cloranfenicol e de 
cicloheximida na proporção de 0,05g e 0,5 g/mL, respectivamente; 
iii. BHI - ágar sangue. 
b. O fungo é dimórfico - apresenta forma micelial (25°C) e forma leveduriforme (37°C). 
i. 22-28°C - cultivos brancos, algodonosos de desenvolvimento lento, com micélio aéreo 
que tendem a escurecer com o tempo. 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
1. Microscopicamente, observam-se hifas delicadas, septadas, microconídios lisos ou 
clamidoconídeos lisos e esquinulados, além de uma grande quantidade de 
macroconídios tuberculados (ou mamilonados) conhecidos como estalagmosporos. 
ii. Em meios ricos como o BHI, acrescidos ou não de sangue incubados a 37°C, o 
Histoplasma capsulatum var. capsulatum cresce na forma de levedura - colônias 
cremosas, úmidas, brilhantes e lisas. 
 
DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO: 
➔ Histoplasmose: 
o doença granulomatosa; 
o diagnóstico histopatológico - macrófagos parasitados com células leveduriformes são 
visualizados em cortes histológicos corados pela hematoxilina-eosina. 
o Levedura aparecerá como um corpúsculo levemente basofílico, esférico ou ovalado, 
rodeado por um halo claro delimitado por uma parede celular muito fina e hialina 
o Nas lesões pulmonares crônicas, a reação é a de granuloma com ou sem células gigantes 
de Langhans, tendo a parte central necrosada, calcificada e as margens fibrosadas .Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
 
➔ Corantes Técnica de Grocott utiliza a prata metenamina e PAS (ácido periódico + reativo de Schiff – vermelho) 
DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO: 
➔ Resposta imunológica celular e humoral em pacientes imunocompetentes ➔ provas sorológicas 
e cutâneas. 
➔ Provas sorológicas: 
o detecta anticorpos e antígenos do fungo que permitem monitorar a evolução e a resposta 
ao tratamento, 
o muito úteis para o diagnóstico de histoplasmose, tanto que resultam positivas em 80% das 
formas disseminadas, 90% das formas pulmonares agudas e 100% das formas pulmonares 
crônicas; 
o técnicas: 
▪ Reação de Fixação do Complemento (RFC): 
• pesquisa-se anticorpos contra o antígeno extraído da fase leveduriforme do 
Histoplasma capsulatum var. capsulatum, porque se mostra mais sensível. 
• Quanto mais grave a infecção, maior a titulação. 
▪ Imunodifusão Dupla (ID): 
• na pesquisa de anticorpos que são produzidos após reagirem com preciptinas 
específicas (H e M). 
• técnica mais utilizada para auxiliar no diagnóstico das micoses sistêmicas 
• tem sido mundialmente aceito como o principal método para detecção de anticorpos 
na histoplasmose, porque além de ser prova de fácil e rápida execução, é mais 
específica que outras provas sorológicas. 
▪ Radioimunoensaio (RIA) 
➔ provas cutâneas: servem para evidenciar a reação de hipersensibilidade tipo IV. 
o teste mais utilizado de reação cutâneas é o intradérmico pela histoplasmina. 
▪ O antígeno histoplasmina é um filtrado de culturas de Histoplasma capsulatum var. 
capsulatum. 
▪ Uma reação positiva tem valor diagnóstico quando, antes da manifestação sintomática da 
infecção, for constatada reação negativa. Também tem valor diagnóstico a reação positiva 
em crianças menores de 2 anos de idade. A reação negativa pode significar ausência de 
infecção, infecção muito recente ou fase terminal da doença. 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
o Teste cutâneo com histoplasmina: 
▪ técnica sensível, rápida e confiável, com resultado positivo em 50% dos pacientes. 
▪ Não resulta de tanta utilidade em áreas endêmicas onde é positivo em 80% das pessoas 
maiores de 16 anos. 
▪ A resposta celular manifesta-se habitualmente de 15-40 dias após o contato ou de 30-50 
dias após o início dos sintomas, mantendo-se positiva durante anos. 
▪ Pode apresentar falso-positivos por reações cruzadas com outros fungos (Blastomyces 
dermatitidis, Coccidioides immitis e Paracoccidioidis brasiliensis) e falso-negativos em 
pacientes imunossuprimidos. 
▪ O teste cutâneo com histoplasmina, apesar de importante nos estudos 
epidemiológicos, não é recomendado para fins de diagnóstico, devido a uma 
elevada taxa de positividade entre pessoas que residem em áreas endêmicas. Além 
disso, o teste cutâneo pode produzir uma falsa elevação nos títulos de anticorpos séricos. 
Baseando-se nas diferentes provas diagnósticas, em caso de doença autolimitada, devem-se 
fazer provas sorológicas. Para a forma pulmonar crônica e disseminada recomenda-se fazer 
o cultivo, biópsia e sorologia +; antígeno -. Nas formas disseminadas a forma mais rápida e 
útil é a determinação do antígeno. 
 
TRATAMENTO: 
A escolha do tratamento correto depende do estado imunológico do paciente e da gravidade em 
que se encontra a doença. O H. capsulatum é vulnerável a diversos antifúngicos, como a anfotericina 
B, itraconazol e fluconazol. Atualmente a anfotericina B é a droga mais eficaz no tratamento desta 
doença, principalmente nos casos disseminados. O fluconazol tem se apresentado menos eficaz no 
tratamento da histoplasmose em pacientes com AIDS e geralmente só é utilizado como terapia 
alternativa quando o paciente demonstra intolerância ao mesmo ou apresenta doença renal. 
A histoplasmose geralmente é uma infecção benigna e autolimitada. 
➔ Casos de regressão espontânea: não necessitam de tratamento específico - repouso e 
observação clínica; 
o Principais exceções: indivíduos saudáveis com exposição recente a um sítio contaminado 
com o organismo, em que o tratamento profilático com antifúngicos mais fracos como o 
fluconazol, também utilizado no tratamento geralmente é recomendado para encurtar a 
duração da doença e prevenir a ocorrência rara de histoplasmose disseminada. Por outro 
lado, a histoplasmose na maioria dos indivíduos imunodeprimidos é de forma progressiva e 
o tratamento sempre é recomendado 
➔ Infecção leve ou moderada – cetoconazol; 
➔ Doença disseminada - tratamento sistêmico com anfotericina B é quase sempre curativo, 
embora alguns pacientes possam necessitar de tratamento prolongado e de monitorização, 
devido à ocorrência de recidivas. 
➔ Tipicamente, os pacientes com SIDA sofrem recidiva apesar da terapia, que seria curativa em 
outros indivíduos. 
o Por conseqüência os pacientes com SIDA necessitam de terapia de manutenção com 
cetoconazol por via oral ou com anfotericina B semanalmente 
Maior parte dos pacientes com histoplasmose pulmonar aguda não necessita de tratamento 
antifúngico, uma vez que é uma infecção moderada e a recuperação ocorre no prazo de quatro a 
Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 
 
sete semanas após o início dos sintomas. Aqueles que manifestam sintomas por longo tempo devem 
ser tratados com itraconazol (200mg) uma ou duas vezes por dia, durante seis a doze semanas. 
O tratamento da forma pulmonar crônica é fundamental por ser uma doença de curso progressivo 
e fatal, onde se deve fazer o uso deitraconazol (200 mg) com acompanhamento cuidadoso para a 
detecção de recidivas. A anfotericina B só é administrada em pacientes que necessitam de 
internação ou são inaptos de absorver o itraconazol por via oral. 
2 fases: 
Indução 
manutenção

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