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SEGURANÇA DO TRABALHO 1 Apresentação ................................................................................................................................ 6 Aula 1: Segurança do trabalho ...................................................................................................... 7 ............................................................................................................................. 7 Introdução ................................................................................................................................ 8 Conteúdo Dados sobre acidentes do trabalho no Brasil ............................................................... 8 Responsabilidade do profissional da área de saúde ................................................... 9 Segurança do Trabalho: origem ..................................................................................... 9 A estratégia prevencionista e sua evolução ............................................................... 10 Segunda Grande Guerra Mundial ................................................................................. 11 Acontecimentos históricos da Segurança do Trabalho ........................................... 12 Segurança do trabalho: conceito ................................................................................. 14 Ações preventivas para segurança no trabalho......................................................... 14 Equipe relacionada à segurança no trabalho ............................................................. 15 Legislação .......................................................................................................................... 16 Atividade proposta .......................................................................................................... 20 ........................................................................................................................... 20 Referências ......................................................................................................... 21 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 23 ..................................................................................................................................... 23 Aula 1 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 23 Aula 2: Acidente de trabalho ....................................................................................................... 25 ........................................................................................................................... 25 Introdução .............................................................................................................................. 27 Conteúdo Dados do Ministério da Previdência Social ................................................................. 27 Judiciário e setor da saúde ............................................................................................ 27 Acidente do trabalho ...................................................................................................... 28 Normas Regulamentadoras ........................................................................................... 28 Acidente do trabalho – conceito legal ........................................................................ 30 Acidente do trabalho – conceito prevencionista ...................................................... 30 Causas do acidente de trabalho ................................................................................... 34 Acidente de trabalho e suas consequências .............................................................. 35 Comunicação do acidente de trabalho ....................................................................... 36 Responsáveis pelo preenchimento e encaminhamento da CAT ........................... 37 SEGURANÇA DO TRABALHO 2 Ocorrências às quais as CATs devem se referir ......................................................... 37 Destinação das vias preenchidas da CAT ................................................................... 38 Atividade proposta .......................................................................................................... 38 ........................................................................................................................... 39 Referências ......................................................................................................... 39 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 44 ..................................................................................................................................... 44 Aula 2 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 44 Aula 3: SESMT .............................................................................................................................. 48 ........................................................................................................................... 48 Introdução .............................................................................................................................. 49 Conteúdo Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho 49 Aspectos legais da organização dos SESMT ............................................................... 50 Dimensionamento dos SESMT ...................................................................................... 53 Atribuições dos membros dos SESMT ......................................................................... 54 Atividade proposta .......................................................................................................... 56 ........................................................................................................................... 57 Referências ......................................................................................................... 58 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 63 ..................................................................................................................................... 63 Aula 3 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 63 Aula 4: Prevenção de riscos ambientais ...................................................................................... 66 ........................................................................................................................... 66 Introdução .............................................................................................................................. 68 Conteúdo A Norma Regulamentadora - NR 9 .............................................................................. 68 Dos riscos ambientais ..................................................................................................... 68 O PPRA propriamente dito ............................................................................................. 69 Das responsabilidades do PPRA .................................................................................... 70 Da documentação do PPRA .......................................................................................... 71 Características Gerais do PPRA ..................................................................................... 71 Atividade proposta ..........................................................................................................75 ........................................................................................................................... 76 Referências ......................................................................................................... 76 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 80 ..................................................................................................................................... 80 Aula 4 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 80 SEGURANÇA DO TRABALHO 3 Aula 5: CIPA ................................................................................................................................. 83 ........................................................................................................................... 83 Introdução .............................................................................................................................. 85 Conteúdo Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA ............................................ 85 Atribuições da CIPA ......................................................................................................... 87 Funções dos membros CIPA ......................................................................................... 88 Reuniões ............................................................................................................................ 88 Treinamento ..................................................................................................................... 89 Generalidades importantes ............................................................................................ 90 Riscos ambientais ............................................................................................................ 92 Mapas de riscos ................................................................................................................ 92 Origem do mapa de riscos ............................................................................................. 93 A construção de mapas de riscos ................................................................................. 93 Etapas de elaboração do mapa de riscos .................................................................... 95 Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos ................................. 95 Atividade proposta .......................................................................................................... 96 ........................................................................................................................... 97 Referências ......................................................................................................... 97 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 101 ................................................................................................................................... 101 Aula 5 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 101 Aula 6: Condições insalubres..................................................................................................... 104 ......................................................................................................................... 104 Introdução ............................................................................................................................ 106 Conteúdo Das atividades insalubres ............................................................................................. 106 Das atividades insalubres ............................................................................................. 107 Tipos de insalubridade para riscos biológicos ......................................................... 109 A insalubridade propriamente dita ............................................................................. 110 Quanto às perícias técnicas de insalubridade .......................................................... 111 Atividade proposta ........................................................................................................ 112 ......................................................................................................................... 113 Referências ....................................................................................................... 113 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 116 ................................................................................................................................... 116 Aula 6 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 116 Aula 7: Proteção contra incêndios ............................................................................................ 119 SEGURANÇA DO TRABALHO 4 ......................................................................................................................... 119 Introdução ............................................................................................................................ 120 Conteúdo Norma Regulamentadora 23 ....................................................................................... 120 Princípios básicos do fogo ........................................................................................... 121 Triângulo do fogo .......................................................................................................... 122 Classificação de incêndios ........................................................................................... 122 As principais formas de extinção do fogo................................................................. 123 Métodos de extinção ..................................................................................................... 123 Tipos de agentes extintores ......................................................................................... 125 Selo da Associação Brasileira de Normas Técnicas ................................................ 127 Distribuição e instalação de extintores ...................................................................... 127 Sinalização de equipamentos de combate a incêndio .......................................... 128 Brigada contra incêndio ............................................................................................... 128 Providências a serem tomadas em caso de incêndio ............................................ 128 Treinamento de todos os funcionários da empresa ............................................... 129 Atividade proposta ........................................................................................................ 129 ......................................................................................................................... 130 Referências ....................................................................................................... 130 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 134 ................................................................................................................................... 134 Aula 7 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 134 Aula8: PCMSO........................................................................................................................... 136 ......................................................................................................................... 136 Introdução ............................................................................................................................ 138 Conteúdo A Norma Regulamentadora 07 (NR-07) .................................................................... 138 Das particularidades da NR-07 .................................................................................... 138 Dos tipos de exames médicos ..................................................................................... 139 O Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) ....................... 143 Dos tipos de risco .......................................................................................................... 143 Das atribuições do médico do trabalho .................................................................... 144 Atividade proposta ........................................................................................................ 145 ......................................................................................................................... 146 Referências ....................................................................................................... 146 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 150 ................................................................................................................................... 150 Aula 8 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 150 SEGURANÇA DO TRABALHO 5 Conteudista ............................................................................................................................... 152 SEGURANÇA DO TRABALHO 6 O trabalho ocupa um espaço muito importante na vida de todos os indivíduos e, portanto, desenvolvê-lo com segurança é fundamental. Na sociedade moderna, diante da exigência cada vez maior do mercado de trabalho, muitas pessoas adoecem e sofrem acidentes que poderiam ser evitados. Diante disso, a segurança do trabalho e no trabalho é fundamental. Esta é a ciência que atua na prevenção da ocorrência de acidentes de trabalho, pois abrange fatores essenciais que objetivam garantir condições propícias para o desenvolvimento seguro da atividade laboral. Nesta disciplina, você aprenderá a importância da formação em saúde do trabalhador, ao examinarmos as principais Normas Regulamentadoras que dimensionam ações para evitar a ocorrência de acidentes trabalho, atos e condições inseguras. Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 1. Distinguir as principais Normas Regulamentadoras relacionadas à prevenção de acidente de trabalho; 2. Descrever acidente de trabalho, seus tipos e suas causas; 3. Explicar as formas de prevenção dos acidentes de trabalho. SEGURANÇA DO TRABALHO 7 Introdução Esta aula apresentará a origem e a evolução da Segurança do Trabalho no Brasil e no mundo. Demonstrará que, apesar de o trabalhado existir desde os primórdios, é na Revolução Industrial que a temática da Segurança do Trabalho toma força. Nesta aula também serão abordadas as principais legislações que tratam desse tema em nosso território, assim como as principais instituições ou entidades relacionadas ao assunto em questão. Objetivo: 1. Apresentar a Segurança do Trabalho como disciplina fundamental para a preservação da saúde do trabalhador; 2. Identificar o panorama de saúde dos trabalhadores brasileiros e definir o conceito de Segurança do Trabalho. SEGURANÇA DO TRABALHO 8 Conteúdo Dados sobre acidentes do trabalho no Brasil A quantidade de acidentes do trabalho ocorridos no Brasil nos últimos anos é alarmante. Os dados do Ministério da Previdência Social, em 2012, evidenciaram mais de 700.000 acidentes de trabalho no País. A análise dos dados permitiu identificar, ao comparar dados mais recentes com os anteriores, que a quantidade de acidentes de trabalho com vítimas fatais aumentou consideravelmente. Pela tabela do Ministério da Previdência Social, pode-se perceber que, com o aumento do número de mulheres inseridas no mercado de trabalho ao longo dos anos, houve um aumento considerável da quantidade de acidentes sofridos pelas mulheres. As razões que contribuem para esse aumento dos casos de acidente de trabalho no Brasil são diversas. Podemos citar a gestão inadequada do trabalho, a falta de educação e cultura de segurança nas empresas, a fiscalização insuficiente dos ambientes de trabalho, além disso, a imposição do lucro a todo custo favorece a ocorrência de muitas tragédias humanas que atingem trabalhadores todos os dias no Brasil. SEGURANÇA DO TRABALHO 9 As mortes, mutilações e doenças ocupacionais provocadas por ambientes do trabalho inseguros acometem os profissionais. Isso acontece todos os dias. Isso está acontecendo agora. É preciso refletir. Além da dor e de todos os transtornos causados por um acidente de trabalho, os afastamentos das pessoas do trabalho agravam a pobreza, pois muitas são as dificuldades de sobrevivência dos trabalhadores acidentados no Brasil. Responsabilidade do profissional da área de saúde É necessário entender porque o ambiente de trabalho pode proporcionar a ocorrência de tantos acidentes em nosso território. E nesse sentido, há de se considerar a realidade brasileira. A falta de acesso à educação, a falta de boas e seguras oportunidades de trabalho contribuem para a ocorrência de riscos de doença e morte no trabalho. Todos os profissionais envolvidos com a promoção da saúde do trabalhador – médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, técnico de segurança do trabalho e técnico de enfermagem do trabalho – não devem medir esforços para garantir um ambiente laboral mais seguro e com isso reduzir os acidentes e as desigualdades que atingem os milhões de trabalhadores do nosso país. Nesse sentido, a segurança do trabalho constitui uma ferramenta fundamental para a promoção da saúde do trabalhador. Segurança do Trabalho: origem O trabalho organizado no mundo civilizado surgiu há muito tempo, entretanto verifica-se ao longo da história que parece não ter havido grande preocupação com a segurança dos trabalhadores envolvidos. O ocorrido na construção do mundo civilizado possui reflexo na realidade dos dias hoje. Apesar de haver registros históricos apontando que Aristóteles cuidou da enfermidade de mineiros e que Hipócrates relacionou a origem de enfermidades SEGURANÇA DO TRABALHO 10 com a atividade laboral, foi na Revolução Industrial que a Segurança do Trabalho ganhou força. Nos séculos XVIII e XIX a transformação do modo de produção e consequentemente, da organização do trabalho foi muito intensa. Nesta época a Revolução Industrial trouxe o advento de novas tecnologias – novas máquinas, novos motores – desencadeou a aceleração do desenvolvimento tecnológico em nossa civilização, modernizando e modificando todo o mundo. Entretanto, todo esse desenvolvimento tecnológico não foi acompanhado pelo desenvolvimento social e, por isso, muitos trabalhadores moveram-se do trabalho no campo para o trabalho nas diversas indústrias, sem preparo para operar as máquinas de modo seguro. Dessa forma, os registros nos mostram que as condições de trabalho tornaram-se em larga escala bastante inseguras e precárias. Apesar de não faltarem exemplos das deploráveis condições de trabalhoque existiam nas épocas passadas, como também as que ainda ocorrem hoje, há uma maior conscientização de empregadores e empregados quanto ao benefício da adoção de medidas de proteção ao trabalhador. Mesmo com os avanços tecnológicos e sociais alcançados, continuam a ocorrer casos de displicência, abusos e situações ilegais relativas ao trabalho. Mas, como provam as estatísticas de acidentes do trabalho, há uma conscientização crescente quanto ao benefício da adoção de medidas de proteção ao trabalhador. A estratégia prevencionista e sua evolução Foi com o surgimento das primeiras indústrias que os acidentes de trabalho e as doenças laborais aumentaram, tomando proporções assustadoras. O início da Revolução Industrial permitiu a organização e modernização das primeiras fábricas, possibilitando a extinção das fábricas artesanais e o fim da SEGURANÇA DO TRABALHO 11 escravatura. Isso significou uma revolução econômica, social e moral. Porém, o reflexo na saúde do trabalhador não nos possibilitou tantas comemorações. Os acidentes de trabalho e as doenças eram provocados por substâncias e ambientes inadequados, dadas as condições inadequadas em que as atividades laborais se desenvolviam, e grande era o número de doentes e mutilados. Apesar de apresentar algumas melhoras com o surgimento dos trabalhadores especializados e mais treinados para manusear equipamentos complexos, que necessitavam cuidados especiais para garantir maior proteção e melhor qualidade, a situação desfavorável ainda perdurou até a Primeira Guerra Mundial. Até essa data apenas algumas tentativas isoladas para controlar os acidentes e doenças ocupacionais haviam sido feitas. Naquela oportunidade, com as primeiras constatações de que os ambientes faziam os trabalhadores adoecerem, é que surgiram as primeiras tentativas científicas de proteção ao trabalhador, com esforços voltados ao estudo das doenças, das condições ambientais, do layout de máquinas, equipamentos e instalações, bem como das proteções necessárias para evitar a ocorrência de acidentes e incapacidades. Segunda Grande Guerra Mundial Durante a Segunda Grande Guerra Mundial o movimento prevencionista realmente toma forma, pois foi quando pôde-se perceber que a capacidade industrial dos países em luta seria o ponto crucial para determinar o vencedor, capacidade esta mais facilmente adquirida com um maior número de trabalhadores em produção ativa. A partir de então, a Segurança do Trabalho transforma-se, definitivamente, numa função importante nos processos produtivos e, enquanto nos países desenvolvidos esse conceito já era popularizado, os países em desenvolvimento lutavam e ainda lutam para implantá-lo. SEGURANÇA DO TRABALHO 12 Nos países da América Latina, a exemplo da Revolução Industrial, a preocupação com os acidentes do trabalho e doenças ocupacionais ocorreu mais tardiamente, sendo que, no Brasil, os primeiros passos surgem somente no início da década de 1930 sem grandes resultados, tendo sido inclusive apontado na década de 1970 como o campeão em acidentes do trabalho. Apesar disso, pode-se dizer que atualmente nós, latino-americanos, evoluímos muito nesse campo. Acontecimentos históricos da Segurança do Trabalho Destacam-se os seguintes acontecimentos na esfera da Segurança do Trabalho: 1911 a 1919 1911: Implementação com maior amplitude do tratamento médico-industrial. 1919: Fundação da Organização Internacional do Trabalho – OIT, em Genebra, na Suíça. Nessa época o Comitê da OIT, estabelecido em Genebra, na Suíça, estudava as condições de trabalho e vida dos trabalhadores no mundo, tornou obrigatória a constituição de Comissões, compostas de representantes do empregador e dos empregados, com o objetivo de zelar pela prevenção dos acidentes do trabalho, quando as empresas tivessem 25 ou mais empregados. Por falar em OIT, devemos lembrar: No mesmo período, foi firmado o tratado de Versalhes, que objetivava a uniformizar as questões dos trabalhistas, a superação das condições subumanas do trabalho, desenvolvimento econômico e ainda, a limitação da jornada de trabalho – proteção a maternidade, trabalho noturno para mulheres – idade mínima para admissão de crianças e o trabalho noturno para menores. No Brasil, simultaneamente, surge a primeira Lei sobre Acidentes do Trabalho, a de nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919. 1921 a 1934 SEGURANÇA DO TRABALHO 13 1921: A Organização Internacional do Trabalho – OIT – organizou um Comitê para o Estudo de Assuntos referentes à Segurança e Higiene no Trabalho. 1934: Tempos depois, em 10 de julho de 1934, foi promulgada a segunda Lei de Acidentes do Trabalho através do Decreto nº 24.637. 1943 a 1944 1943: Criação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. 1944: Instituída no Brasil a criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): Getúlio Vargas, 21 anos após a recomendação feita pela OIT, promulgou em 10.01.1944, o Decreto-Lei nº 7.036, fixando a obrigatoriedade da criação de Comitês de Segurança em Empresas que tivessem 100 ou mais empregados. O Decreto acima ficou conhecido como Nova Lei de Prevenção de Acidentes. 1953 a 1967 1953: Em 27.01.1953 a Portaria nº 155 oficializa a sigla CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. 1967: Em 26.02.1967, no Governo do Presidente Costa e Silva, o Decreto-Lei nº 229 modificou o texto do Capítulo V, Título I, da CLT, o qual dispunha de assuntos de Segurança e de Higiene no Trabalho. Com essa modificação, o Artigo 164 da CLT, que tratava de assuntos referentes a CIPA, foi alterado. Artigo 164 – As empresas que, a critério da autoridade competente em matéria de Segurança e Higiene no Trabalho, estiverem enquadradas em condições estabelecidas nas normas expedidas pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, deverão manter, obrigatoriamente, o Serviço Especializado em Segurança e em Higiene do Trabalho e constituir Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPA’s. SEGURANÇA DO TRABALHO 14 Segurança do trabalho: conceito Segurança do Trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas adotadas para minimizar ou evitar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. Assim, dentre as principais ações da segurança do trabalho, podemos citar: prevenção de acidentes, promoção da saúde e proteção contra incêndios. Ações preventivas para segurança no trabalho As ações ou medidas preventivas incluídas na área de Segurança do trabalho podem ser de caráter técnico, administrativas, educativas, organizacionais, ambientais, dentre outras. A responsabilidade pela adoção e aplicação dessas medidas é de todos os envolvidos e depende da efetiva participação da empresa, do envolvimento de todas as chefias ou lideranças e da cooperação de cada trabalhador. A Segurança do trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a legislação de Segurança do trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Rurais, outras leis complementares, como portarias e decretos, e também as convenções internacionais do trabalho, ratificadas pelo Brasil. Os acidentes que provocam ou não lesão no trabalhador influenciam negativamente nas linhas de produção, pois provocam perda de tempo e outras consequências, como: eventuais perdas materiais; diminuição da eficiência do trabalhador acidentado ao retornar ao trabalho e de seus companheiros, devido ao impacto provocado pelo acidente; aumento da renovação de mão de obra; elevação dos prêmios de seguro de acidente; moral dos trabalhadores afetada; qualidade dos produtos sacrificada. Por isso, a importância de se buscar estratégias que preservem a saúde dos trabalhadores. SEGURANÇA DO TRABALHO 15 Equipe relacionada à segurançano trabalho O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar composta por: Técnico de Segurança do Trabalho; Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico do Trabalho; Técnico em enfermagem do Trabalho; Enfermerio do Trabalho. Esses profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, previsto pela NR4. Além disso, temos empregados da empresa que constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, prevista pela NR5. Esta tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho, com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. SEGURANÇA DO TRABALHO 16 Atenção A Segurança do Trabalho propõe-se combater os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas. Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem o fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos profissionais e contribuem, na empresa, para o aumento da competitividade com diminuição da sinistralidade. Legislação Situação atual em termos das Leis, Normas, Portarias e Regulamentações: No Brasil, os princípios básicos da Segurança do Trabalho são ditados e orientados pelas Normas Regulamentadoras – NR. A partir das NR podemos nos guiar e verificar as situações de risco de um determinado ambiente laboral. Por sua vez, essas Normas Regulamentadoras apoiam-se e relacionam-se com Normas Técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes, inclusive Normas Técnicas Internacionais. A regulamentação referente à Segurança e Medicina do Trabalho atualmente é regida pelas seguintes Leis, Normas e Portarias abaixo colocadas, entre outras: • Constituição Federal de 1988: Abaixo, alguns exemplos que, direta ou indiretamente, influenciam a saúde dos trabalhadores: duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários (inciso XIII); SEGURANÇA DO TRABALHO 17 jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva (inciso XIV); repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos (inciso XV); gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal (inciso XVII); redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (inciso XXII); seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (inciso XXVIII); proibição de trabalho noturno, perigoso, ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos (inciso XXXIII). Além disso, o Artigo 196 estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos (...)”. E isso inclui a garantia de ambientes de trabalho mais saudáveis, como obrigação dos empregadores. • Consolidação das Leis do Trabalho – CLT Capítulo V - Segurança e Medicina do Trabalho, (Decreto Lei nº 5.452, de 01.05.1943, atualizado pela Lei nº 6.514, de 02 de janeiro de 1977). • Normas Regulamentadoras (NR), aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978; • Normas Regulamentadoras Rurais (NRR) , aprovadas pela Portaria nº 3.067, de 12 de abril de 1988. SEGURANÇA DO TRABALHO 18 • Decreto nº 4.085, de 15 de janeiro de 2002, o qual promulgou a Convenção nº 174 da OIT , bem como a Recomendação nº 181 sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores. A seguir, estão descritas algumas instituições governamentais e não governamentais que atuam nas questões relacionadas à Segurança do Trabalho, além das demais entidades ligadas a Segurança e Medicina do Trabalho no Brasil. • Ministério do Trabalho e Emprego – MTE e seus Órgãos Regionais do MT; Segundo a CLT, é de competência: Art. 155. Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho: I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho. • Previdência Social; • Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST órgão de âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho; SEGURANÇA DO TRABALHO 19 • Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho. Segundo a CLT, é de competência da DRT: Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas. • Órgãos Federais, Estaduais e Municipais: - Podem ainda ser delegadas a outros Órgãos Federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. • Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho; • FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho; • ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; • ABHO - Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais; • OMS/OPAS - Organização Mundial da Saúde; SEGURANÇA DO TRABALHO 20 • OIT – Organização Internacional do Trabalho. A OIT é uma agência multilateral ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) e especializada nas questões do trabalho. Tem, entre os seus objetivos, a melhoria das condições de vida e a proteção adequada à vida e à saúde de todos os trabalhadores, nas suas mais diversas ocupações. Atividade proposta Acesse http://www.previdencia.gov.br/arquivos/office/3_081014-104627- 116.pdf e leia um texto extraído do Informe da Previdência Social, publicado em outubro de 2001. Mais de dez anos depois, a realidade brasileira não é muito diferente. Comente, numa dissertação que contenha de 15 a 25 linhas, como a segurança do trabalho pode contribuir para modificar esse cenário. Utilize as legislações vigentes para enriquecer seu texto. Chave de resposta: sua dissertação deve abordar as Normas Regulamentadoras, os artigos da Constituição Federal Brasileira e da Consolidação das Leis do Trabalho que tratam da Segurança Laboral. Referências ATLAS. Segurança e medicina no trabalho: Portaria 3.214/78, 48 ed. São Paulo: Atlas, 2006. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Segurança e Saúde no Trabalho. Disponível em: http://www.mte.gov.br/seg_sau/default.asp. CAMILLOJÚNIOR, A. B. Manual de prevenção e combate a incêndios. São Paulo: SENAC, 2004. CAMPOS, A. CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma nova abordagem. São Paulo: SENAC, 2004. SARAIVA. Segurança e medicina do trabalho. São Paulo: Saraiva, 2008. TAVARES, J. C. Tópicos de administração aplicada à segurança do trabalho. São Paulo: SENAC, 2004. http://www.previdencia.gov.br/arquivos/office/3_081014-104627-116.pdf http://www.previdencia.gov.br/arquivos/office/3_081014-104627-116.pdf SEGURANÇA DO TRABALHO 21 Exercícios de fixação Questão 1 O significado de OIT é: a) Organização Internacional do Trabalho b) Organização Interativa do Trabalho c) Organograma Intencional do Trabalhador d) Organização Interna do Trabalho e) Nenhuma das alternativas Questão 2 A Segurança do Trabalho pode ser definida como: a) A ciência que propõe a cura das doenças trabalhistas b) A ciência que propõe a prevenção em saúde do trabalhador, prevenir ou eliminar acidentes de trabalho c) Aquela que propõe segurança d) Ciência que estuda os riscos do ambiente de trabalho e) Nenhuma das alternativas Questão 3 A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – teve sua criação em: a) 1941 b) 1942 c) 1943 d) 1944 e) 1945 Questão 4 A Segurança do Trabalho não envolve: a) A identificação de riscos no ambiente laboral b) A prevenção de agravos de saúde do trabalhador c) A elaboração isolada de Normas Regulamentadoras d) A promoção de saúde do trabalhador SEGURANÇA DO TRABALHO 22 Questão 5 O SESMT – Serviço Especializado de Engenharia e Segurança – é uma das ferramentas utilizadas pela Segurança do Trabalho para garantir a integridade dos trabalhadores. Tal ferramenta é prevista pela: a) NR 2 b) NR 4 c) NR 5 d) NR 3 Questão 6 O Artigo 196 estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos”. A saúde dos trabalhadores está incluída neste artigo e constitui uma obrigação do empregador. Observando o que diz a Consolidação das Leis do Trabalho em seu Artigo 157, marque a alternativa que não constitui uma obrigação do empregador em matéria de Segurança do Trabalho: a) Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho. b) Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. c) Elaborar medidas de segurança do trabalho que possam se estender a outras empresas, empregados e empregadores. d) Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Questão 7 Compete ao Ministério do Trabalho e do Emprego: a) Coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho. b) Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho. SEGURANÇA DO TRABALHO 23 c) Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar, no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. Questão 8 Segundo o Artigo 158 da CLT, os empregados também possuem atribuições legais para a garantia da segurança no ambiente de trabalho. Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que não constitui uma obrigação do empregado: a) Observar as normas de segurança e medicina do trabalho. b) Colaborar com a empresa na aplicação das regras e normas relativas à segurança do trabalho. c) Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 - A Justificativa: OIT é definida como Organização Internacional do Trabalho. Questão 2 - B Questão 3 - C Justificativa: A CLT foi criada em 1943. Questão 4 - C Justificativa: A elaboração de Normas Regulamentadoras é de competência do TEM – Ministério do Trabalho e do Emprego. Questão 5 - B Justificativa: A NR 4 regulamenta os Serviços Especializados de Engenharia e Segurança do Trabalho. SEGURANÇA DO TRABALHO 24 Questão 6 - C Justificativa: Esta atividade é de competência, segundo a CLT, do Ministério do Trabalho e do Emprego. Questão 7 - A Justificativa: Esta competência está prevista no Artigo 155 da CLT. Questão 8 - C Justificativa: Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente constitui uma obrigação do empregador. SEGURANÇA DO TRABALHO 25 Introdução A preocupação com acidentes de trabalho é antiga, pois, desde antes da era cristã, as doenças e mortes no trabalho eram comuns. Entretanto, tornaram-se frequentes na Idade Média e no Mercantilismo, dada a expansão dos negócios – situação que se agravou com a Revolução Industrial Burguesa, a partir de 1870, com a exploração do homem no/e pelo trabalho. Dessa forma, pode-se perceber como a saúde do trabalhador é atingida desde tempos antigos. No Brasil, a primeira lei contra acidentes de trabalho foi promulgada apenas em 15 de janeiro de 1919. E, desde então, a legislação trabalhista brasileira acerca dos acidentes de trabalho tem observado períodos de avanços e retrocessos. A situação é muito grave e merece reflexão por parte de todos os envolvidos: empregados e empregadores; sindicatos; Ministério do Trabalho e do Emprego e Ministério da Saúde etc. O trabalho ocupa um espaço muito importante na vida de todos os indivíduos, e, na sociedade moderna, as pessoas se orgulham ao dizer o que fazem e onde trabalham. Entretanto, diante da exigência cada vez maior relacionada à execução das tarefas, muitas pessoas adoecem em função do trabalho e sofrem acidentes que poderiam ser evitados se houvesse o seguimento de normas de proteção de acidentes no ambiente laboral, por exemplo. Nesta aula, discutiremos e apresentaremos os conceitos de acidente de trabalho, entenderemos as causas que possibilitam o seu acontecimento e apresentaremos a legislação específica dessa temática. Objetivo: 1. Apresentar os conceitos de acidente de trabalho e suas causas; SEGURANÇA DO TRABALHO 26 2. Apresentar a legislação específica relacionada ao acidente de trabalho. SEGURANÇA DO TRABALHO 27 Conteúdo Dados do Ministério da Previdência Social 2012 705.239 acidentes 2.731 óbitos 7 pessoas Dados do Ministério da Previdência Social evidenciam que, em 2012, aconteceram 705.239 acidentes, e desses, 2.731 resultaram em óbito. A cada dia, sete pessoas, em média, perdem a vida em acidentes de trabalho no Brasil. Essa realidade é ainda mais grave: ainda existem os casos não notificados. A Previdência registra apenas os casos de trabalhadores com carteira assinada, que representam 50% da população economicamente ativa. O que acontece no mercado informal, ou até mesmo com autônomos, não é contabilizado. Nas relações precárias de trabalho, o índice de acidentes deve ser ainda maior. Judiciário e setor da saúde Além da Previdência, outros setores são diretamente impactados pelos agravos ocorridos no ambiente de trabalho; dentre eles podemos citar o Judiciário e o setor da saúde. Com tantos setores e pessoas diretamente impactadas pela ocorrência dos acidentes de trabalho, é necessário refletir sobre a ocorrência deles. É preciso acabar com o hábito de atribuir os acidentes à fatalidade ou ao infortúnio. O Brasil precisa de uma cultura de prevenção forte por parte das empresas e dos empregados. As entidades de classe, como sindicatos e federações, devem investir nisso. SEGURANÇA DO TRABALHO 28 Acidente do trabalho Segundo a OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT), em média, todos os dias morrem 5 mil pessoas devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho. São cerca de 270 milhões de acidentes todos os anos. No Brasil, os dados mostram mais de 700 mil acidentes de trabalho anualmente. Apesar de evidenciarmos um discreto declínio ao compararmos os dados atuais com os mais antigos disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os números brasileiros são alarmantes. Para minimizar essa ocorrência, inúmeras estratégias são adotadas, dentre elas as que são desenvolvidas pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), como: normatização e fiscalização desenvolvidas pelo Departamento de Segurança do Trabalho, pesquisa e difusão de conhecimentos por parte da Fundacentro, e criação e atualização de Normas Regulamentadoras (NRs) que tratam da segurança do trabalho. Normas Regulamentadoras As Normas Regulamentadoras relativas a segurança e medicina do trabalho são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarreta ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. As normas são resultados de um processo de consulta pública e negociação tripartite envolvendo governo, trabalhadores e empregadores. Atualmente temos mais de 30 Normas Regulamentadoras que são: NR 01 - Disposições Gerais. SEGURANÇA DO TRABALHO 29 NR 02 - Inspeção Prévia. NR 03 - Embargo ou Interdição. NR 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI. NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional. NR 08 - Edificações. NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais. NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. NR 12 - Máquinas e Equipamentos. NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão. NR 14 - Fornos. NR 15 - Atividades e Operações Insalubres. NR 16 - Atividades e Operações Perigosas. NR 17 - Ergonomia. NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. NR 19 - Explosivos. NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis. NR 21 - Trabalho a Céu Aberto. NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. NR 23 - Proteção Contra Incêndios. NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho. NR 25 - Resíduos Industriais. NR 26 - Sinalização de Segurança. NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revogada pela Portaria GM nº 262/2008). NR 28 - Fiscalização e Penalidades. NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. SEGURANÇA DO TRABALHO 30 NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde. NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados. NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval. NR 35 - Trabalho em Altura. NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. Acidente do trabalho – conceito legal A Lei nº 8.213/91 da Previdência Social define em seu artigo 19 que: “acidente de trabalho é o que acontece pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos assegurados previdenciários, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária para o trabalho”. Acidente do trabalho – conceito prevencionista Considera-se acidente de trabalho toda ocorrência não programada ou estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possam resultar danos físicos e/ou funcionais, morte do trabalhador e/ou danos materiais econômicos à empresa. Do ponto de vista prevencionista, a definição apontada pelo conceito legal não é satisfatória, pois o acidente é definido em função de suas consequências sobre o homem, ou seja, perturbações ou lesões. Existe uma diferença fundamental entre as duas definições: Conceito legal: Na definição legal, o legislador se interessou em definir o acidente com a finalidade de proteger o trabalhador acidentado. SEGURANÇA DO TRABALHO 31 Conceito prevencionista: Nessa definição, o acidente só ocorre se dele resultar um ferimento, mas devemos lembrar que o ferimento é apenas uma das consequências do acidente. A definição técnica nos alerta que o acidente pode ocorrer sem provocar lesões. No entanto, em todos os casos haverá prejuízo à produção. Sob o aspecto de proteção ao homem, todos os acidentes (com ou sem lesão) são importantes, em virtude de não se poder prever quando um acidente vai resultar, ou não, em lesão ao trabalhador. Portanto, devemos buscar evitar todo e qualquer acidente. A Lei nº 8.213, de 24/07/91, da Previdência Social, versa que: Art. 20 - Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. SEGURANÇA DO TRABALHO 32 § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. Art. 21 - Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; SEGURANÇA DO TRABALHO 33 b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) emviagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior. De uma forma geral, podemos classificar o acidente de trabalho da seguinte forma: a) Acidente típico – é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa. b) Doença profissional ou do trabalho – é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Nesses casos, a data do início da incapacidade será: - o dia do acidente, ou - o dia do afastamento do trabalho, ou O QUE OCORRER PRIMEIRO. - o dia da realização do diagnóstico. SEGURANÇA DO TRABALHO 34 c) Acidente de trajeto – aquele que ocorre no percurso do local de residência para o trabalho, do trabalho para a residência, ou de um para outro local de trabalho habitual, considerando a distância e o tempo de deslocamento compatíveis com o percurso do referido trajeto. Essas informações são retiradas do questionário do empregador, formulário indispensável ao requerer auxílio-doença decorrente desse tipo de acidente, e do cartão ponto, além do registro policial da ocorrência do acidente, quando houver. Observação: não se caracteriza como acidente de trabalho o acidente de trajeto sofrido pelo segurado que, por interesse pessoal, tiver interrompido ou alterado o percurso habitual. Causas do acidente de trabalho A causa de acidente é qualquer fator que se removido a tempo teria evitado o acidente. Lembre-se: os acidentes não são inevitáveis, não surgem por acaso – eles podem ser prevenidos desde que eliminemos suas causas. Fatores de acidentes - Os acidentes possuem como fatores causais o agente da lesão, a condição insegura, o tipo de acidente, o ato inseguro e o fator pessoal inseguro. Agente da lesão - É o que, em contato com a pessoa, determina a lesão. Uma ferramenta, a ponta de uma máquina, um ácido ou produto químico, a corrente elétrica e um canivete são exemplos de agentes de lesão. Condição insegura - Falha física que compromete a segurança do trabalhador. Exemplos: condição defeituosa do equipamento e projetos/construções inseguros, dentre outros. Ato inseguro - É a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou inconscientemente, aos riscos de acidentes. É o comportamento que leva ao acidente. Exemplos: uso de ferramentas inadequadas e operação sem equipamentos de proteção. SEGURANÇA DO TRABALHO 35 Tipo de acidente - É a maneira como as pessoas sofrem a lesão ou como se dá o contato entre a pessoa e o agente lesivo. Fator pessoal inseguro Fator pessoal inseguro - É a característica mental ou física que ocasiona o ato inseguro. São fatores pessoais predominantes: atitude imprópria (desrespeito às instruções, má interpretação das normas, nervosismo, excesso de confiança), falta de conhecimento das práticas seguras e incapacidade física para o trabalho. Acidente de trabalho e suas consequências Será concedido o benefício de auxílio-doença, decorrente de acidente de trabalho, ao segurado empregado (exceto o doméstico), trabalhador avulso e segurado especial. O segurado especial e o trabalhador avulso que sofreram acidente de trabalho com incapacidade para a sua atividade habitual serão encaminhados à perícia médica para avaliação do grau de incapacidade e estabelecimento do nexo ACIDENTE DE TRABALHO ACIDENTE SEM AFASTAMENTO DO TRABALHO ACIDENTE COM AFASTAMENTO DO TRABALHO INCAPACIDADE PERMANENTE OU TEMPORÁRIA MORTE SEGURANÇA DO TRABALHO 36 técnico, logo após o acidente, sem necessidade de aguardar os quinze dias consecutivos de afastamento. Para o empregado, o nexo técnico só será estabelecido se a previsão de afastamento for superior a quinze dias consecutivos de afastamento. Comunicação do acidente de trabalho A comunicação do acidente de trabalho (CAT) deve ser feita pelo empregador; ele deve comunicar à Previdência Social o acidente ocorrido com o segurado empregado, exceto se o envolvido for empregado doméstico ou trabalhador avulso, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de morte, a comunicação deve ser realizada de imediato à autoridade competente, sob pena de multa. A comunicação do acidente de trabalho entregue fora do prazo estabelecido e que anteceda o início de qualquer procedimento administrativo ou de medida de fiscalização caracteriza-se como denúncia espontânea. As comunicações de acidentes de trabalho relativas ao acidente do trabalho ou à doença do trabalho ou à doença profissional ocorridos com o aposentado que permaneceu na atividade como empregado ou a ela retornou deverão ser registradas e encerradas, devendo o aposentado ser cientificado do encerramento da CAT e orientado quanto ao direito à reabilitação profissional, desde que atendidos os requisitos legais. Atenção O Artigo 118 da Lei nº 8.213/91 dá garantia provisória de emprego ao trabalhador vítima de acidente de trabalho. Após cessação do auxílio acidentário, a manutenção do contrato deve ser mantida por no mínimo 12 meses. SEGURANÇA DO TRABALHO 37 Responsáveis pelo preenchimento e encaminhamento da CAT Serão responsáveis pelo preenchimento e encaminhamento da CAT: No caso de segurado empregado > a empresa empregadora; No caso de segurado especial > o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical da categoria, o médico assistente ou qualquer autoridade pública; No caso do trabalhador avulso > a empresa tomadora de serviço e, na falta dela, o sindicato da categoria ou o órgão gestor de mão de obra. Ocorrências às quais as CATs devem se referir As comunicações de acidente do trabalho feitas perante o Instituto Nacional de Seguridade Social devem se referir às seguintes ocorrências: CAT inicial Acidente do trabalho típico, trajeto, doença ocupacional ou óbito imediato; CAT reabertura Afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho; CAT comunicação de óbito Falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, após o registro da CAT inicial. SEGURANÇA DO TRABALHO 38 Destinação das vias preenchidas da CAT A CAT será preenchida com todos os dados informados nos seus respectivos campos, em quatro vias, com a seguinte destinação: • 1ª via – ao INSS; • 2ª via – ao segurado ou dependente; • 3ª via – ao sindicato dos trabalhadores; • 4ª via – à empresa; • 5ª via – ao SUS; • 6ª via – à Delegacia Regional do Trabalho. Atividade proposta Analise e disserte sobre as seguintes afirmações acerca dos acidentes do trabalho, legislação previdenciária, benefícios e serviços da Previdência Social e aposentadoria especial. I. A aposentadoria especial depende de comprovação, pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física durante o período mínimo fixado. II. O auxílio-acidente é devido aos trabalhadores acidentados,após afastamento superior a quinze dias, desde que permaneçam incapacitados para o trabalho. III. O auxílio-doença é devido aos trabalhadores acidentados que, após a alta previdenciária, ainda permaneçam com restrições parciais para o cargo ou função que desempenhavam à época do acidente. Chave de resposta: Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais pelo período exigido para a concessão do benefício (15, 20 ou 25 anos). SEGURANÇA DO TRABALHO 39 É um benefício pago ao trabalhador que sofreu um acidente e ficou com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho. É concedido ao segurado que recebia auxílio-doença acidentário ou previdenciário. Têm direito ao auxílio- acidente o trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não possuem direito ao benefício. Para concessão do auxílio acidente não é exigido tempo mínimo de contribuição, mas o trabalhador deve ter qualidade de segurado e comprovar a impossibilidade de continuar desempenhando as mesmas atividades, por meio de exame da perícia médica da Previdência Social. O auxílio doença é o benefício a que tem direito o segurado que, após cumprir a carência, quando for o caso, ficar incapaz para o trabalho. Referências ATLAS. Segurança e Medicina no Trabalho: portaria 3.214/78. 48ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. CAMILLO JÚNIOR, A. B. Manual de Prevenção e Combate a Incêndios. São Paulo: SENAC, 2004. CAMPOS, A. CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma nova abordagem. São Paulo: SENAC, 2004. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portal do Trabalho e Emprego. Inspeção do Trabalho: Segurança e Saúde no Trabalho. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/seg_sau/seguranca-e-saude-no-trabalho.htm. Acesso em: 28 jan. 2015. SARAIVA. Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2008. TAVARES, J. C. Tópicos de Administração aplicada à Segurança do Trabalho. São Paulo: SENAC, 2004. Exercícios de fixação Questão 1 Acidente de trabalho é conceituado como “o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação SEGURANÇA DO TRABALHO 40 funcional que cause morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporária” (INSS, 1991.). De acordo com a classificação dos acidentes, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) Acidentes típicos – são aqueles decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado. ( ) Acidentes de trajeto – são aqueles que ocorrem no trajeto entre a residência e o local de trabalho e vice-versa. ( ) Doenças adquiridas antes da entrada na empresa – de acordo com a Lei nº 8.213/91, são estabelecidas cotas para a contratação de portadores de deficiência física. ( ) Doenças profissionais – aquelas desencadeadas pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. A sequência está correta em: a) V, V, F, V b) V, F, F, V c) V, V, F, F d) F, V, F, V Questão 2 A Norma Regulamentadora nº 1 (NR 1) estabelece as disposições gerais e a aplicabilidade das demais normas que regulamentam a saúde do trabalhador. Sobre a NR 1, é correto afirmar: a) Aplica-se à atividade rural. b) Trata de uma regulamentação a ser seguida apenas pelas instituições privadas. c) Regulamenta unicamente iniciativas voltadas para a qualidade de vida no trabalho. d) É de observância obrigatória por parte de todas as empresas com empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT. e) Estabelece, detalhadamente, as funções do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. SEGURANÇA DO TRABALHO 41 Questão 3 Sobre o benefício auxílio-doença da previdência social, é correto afirmar: a) Inicia-se no 14º dia de afastamento consecutivo do empregado. b) Corresponde a 100 % do salário de benefício. c) É devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho por mais de 15 dias consecutivos. d) Permite que os dependentes do segurado acidentado no trabalho sejam também beneficiários. e) Tem como condição básica o afastamento do trabalho do segurado por incapacidade laborativa permanente. Questão 4 Os acidentes de trabalho podem ser causados por condições e atos inseguros e fatores pessoais de insegurança. Para a avaliação e identificação da causa específica do acidente é utilizada a Árvore de Causas, por ser considerada: a) Um mapa de causas específicas com todos os riscos a que o trabalhador está exposto, em todos os locais de trabalho, no trajeto e em domicílio. b) Um instrumento que permite avaliar a falha humana de maneira mais fidedigna, ao estudar de forma aprofundada a causa do acidente. c) Uma modalidade de análise das condições de trabalho e empregabilidade do trabalhador. d) Uma coletânea geral de todos os eventos ocorridos no local de trabalho, colaborando no estabelecimento das medidas preventivas. e) Uma reprodução do fato ocorrido, favorecendo a análise do ambiente de trabalho, a classificação dos acidentes e a definição de medidas punitivas. Questão 5 A Legislação em Saúde e Segurança do Trabalho considera acidentes de trabalho todos os sofridos pelo empregado no local e/ou durante o trabalho, inclusive em: SEGURANÇA DO TRABALHO 42 a) Viagem a serviço da empresa, apenas quando o veículo utilizado pertencer à empresa. b) Desabamento, inundação, incêndio e acidentes provocados intencionalmente. c) Ato de imprudência de terceiros em viagem a serviço da empresa. d) Situações de lesão corporal ocasionados na residência, até três horas da volta do trabalho. e) Desobediência à ordem expressa do empregador e durante o intervalo do trabalho. Questão 6 A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social até: a) O 1º dia útil seguinte ao da ocorrência do fato e, em caso de morte, imediatamente. b) O 3º dia útil seguinte ao da ocorrência do fato e, em caso de morte, até o 1º dia subsequente. c) Os 5 dias úteis seguintes à ocorrência, inclusive em caso de morte. d) Os 30 dias seguintes à ocorrência, quando não houver afastamento do trabalho. e) Imediatamente, em todos os casos de acidente do trabalho. Questão 7 Em relação à abertura de CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho), assinale a incorreta. a) Pode ser feita até dois anos após o fato ocorrido, para fins previdenciários. b) Deve ser realizada mesmo se não houver afastamento do trabalho. c) Pode ser feita pelo médico do trabalho da empresa, por médico assistente e até pelo sindicato. d) Deve ser realizada se houver afastamento do trabalho, para mais de 15 dias. SEGURANÇA DO TRABALHO 43 Questão 8 O auxílio-acidente é o benefício pago ao trabalhador acidentado cujas sequelas reduzem sua capacidade de trabalho. Nem todos os trabalhadores têm direito a esse benefício. Faz jus a esse benefício o: a) Empregado doméstico b) Trabalhador avulso c) Contribuinte facultativo d) Contribuinte individual Questão 9 No que se refere à comunicação de acidente de trabalho (CAT), assinale a alternativa correta. a) A CAT deve ser emitida somente em acidentes ou doenças que resultem em afastamento do trabalho. b) Caso a empresa não emita a CAT no prazo previsto em lei, essa ação pode ser realizada pelo próprio empregado. c) Em caso de morte do trabalhador em consequência de acidente de trabalho, a empresa tem 72 horas para emitir a CAT. d) O médico poderá emitir a CAT somente se autorizado pela empresa. e) É privativo do médico ou enfermeiro do trabalho a emissão da CAT. Questão 10 Quanto à comunicação de acidente de trabalho (CAT), assinale a alternativa correta. a) Acomunicação será feita ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em formulário devidamente preenchido, em seis vias. b) No caso de trabalhador temporário, a obrigação da comunicação é do próprio trabalhador diretamente ao INSS. c) Não é obrigatória a emissão da CAT relativa a acidente, doença profissional ou trabalho ocorridos com o aposentado por tempo de serviço ou com idade que permaneça ou retorne à atividade após a aposentadoria. SEGURANÇA DO TRABALHO 44 d) Nem todos os casos com diagnóstico firmado de doença profissional ou do trabalho devem ser objeto de emissão de CAT pelo empregador. e) Quando se tratar de trabalhador marítimo, aeroviário, ferroviário, motorista ou outro trabalhador acidentado fora da sede da empresa, caberá ao funcionário comunicar o acidente. Aula 2 Exercícios de fixação Questão 1 - A Justificativa: Segundo a Lei nº 8.213/91, as doenças adquiridas antes da entrada na empresa não são consideradas como acidente de trabalho. Questão 2 - D Justificativa: A Norma Regulamentadora nº 1 versa sobre a obrigatoriedade de empresas que mantêm empregados sob o regime celetista quanto a observarem as normas. Questão 3 - C Justificativa: O auxílio-doença é um benefício concedido pela previdência ao trabalhador assegurado que fica impedido de trabalhar por mais de 15 dias em razão de uma doença ou acidente. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. No caso do contribuinte individual (empresário, profissionais liberais, trabalhadores por conta própria, entre outros), a Previdência paga todo o período da doença ou do acidente (desde que o trabalhador tenha solicitado o benefício). Questão 4 - B Justificativa: A Árvore de Causas é um método de análise baseado na teoria de sistemas utilizado para a análise de acidentes, uma vez que eles podem se SEGURANÇA DO TRABALHO 45 tratar de evento resultante de situações complexas, o qual, quase sempre, tem várias causas. Questão 5 - C Justificativa: Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos de lei: I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) Ato de pessoa privada do uso da razão; e) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. Questão 6 - A Justificativa: A comunicação do acidente de trabalho (CAT) deve ser feita pelo empregador, sendo que ele comunica à Previdência Social o acidente ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico e o trabalhador avulso, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de morte, tal comunicado deve ser feito de imediato à autoridade competente, sob pena de multa. Questão 7 - D Justificativa: A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. SEGURANÇA DO TRABALHO 46 Em caso de morte, a comunicação deve ser imediata. A empresa que não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal estará sujeita à aplicação de multa. Na omissão por parte da empresa na comunicação do acidente, o próprio trabalhador, o dependente, a entidade sindical, o médico e a autoridade (magistrados, membros do Ministério Público, serviços jurídicos da União, dos estados e do Distrito Federal e comandantes de unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar) poderão efetivar a qualquer tempo o registro desse instrumento junto à Previdência Social. Questão 8 - B Justificativa: O auxílio-acidente é um benefício pago ao trabalhador que sofreu um acidente e ficou com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho. É concedido ao segurado que recebia auxílio-doença acidentário ou previdenciário. Têm direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não possuem direito ao benefício. Questão 9 - B Justificativa: Atualmente, qualquer trabalhador que incorra em algum acidente de trabalho poderá se dirigir a um hospital devidamente credenciado junto ao INSS e registrar formalmente esse acidente, independentemente de a empresa fazê-lo ou não. Isso lhe dará todas as garantias advindas do acidente do trabalho estabelecidas pela legislação. Portanto, havendo acidente de trabalho sem o preenchimento da CAT pela empresa, podem formalizá-lo o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública (inclusive o próprio perito do INSS quando da realização da perícia). Questão 10 - A Justificativa: A CAT será preenchida com todos os dados informados nos seus respectivos campos, em quatro vias, com a seguinte destinação: SEGURANÇA DO TRABALHO 47 • 1ª via – ao INSS; • 2ª via – ao segurado ou dependente; • 3ª via – ao sindicato dos trabalhadores; • 4ª via – à empresa; • 5ª via – ao SUS; • 6ª via – à Delegacia Regional do Trabalho. SEGURANÇA DO TRABALHO 48 Introdução A busca pela melhoria das condições de saúde e segurança no meio ambiente de trabalho é tema atual que envolve a participação de vários profissionais que atuam na área de Segurança e Saúde do Trabalho. Mesmo com o aumento dos investimentos a garantir a melhoria das condições de saúde e segurança do trabalho, ainda é extremamente frequente e alarmante o número de trabalhadores que sofrem com condições inseguras no meio ambiente de trabalho – até pela falta de orientação correta acerca do cumprimento das normas de prevenção de acidentes. Esta aula abordará as perspectivas normativas que envolvem os SESMT nas empresas e como eles podem colaborar para a melhoria das condições do meio ambiente de trabalho. Objetivo: 1. Apresentar a finalidade e as características dos Serviços Especializados de Engenharia e Segurança do Trabalho; 2. Demonstrar a composição e o dimensionamento dos SESMT, assim como as atribuições de seus membros. SEGURANÇA DO TRABALHO 49 Conteúdo Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho SESMT é a sigla para Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Esse serviço é regulamentado, no Brasil, pela Norma Regulamentadora nº 4 (NR 4) do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), de acordo com a Lei nº 6.514/78 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. A principal finalidade dos SESMT é: Garantir a promoção da saúde e a proteção da integridade do trabalhador no seu ambiente de trabalho, orientando medidas de controle dos riscos ambientais. Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho é, por força de lei, mantido pelo empregador. Constitui um setor que faz parte do organograma interno das empresas, submetido às ordens da empresa contratante, bem como à constante fiscalização do MTE, pois a sua estrutura, os seus profissionais e as suas respectivas finalidades estão submetidos à legislação de
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