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S4P1 Hipopituitarismo Hipopituitarismo Introdução O pan-hipopituitarismo é uma síndrome que resulta da perda completa de todos os hormônios secretados pela hipófise. O termo hipopituitarismo refere-se à perda de um ou mais hormônios hipofisários. As causas do hipopituitarismo: Quando o hipopituitarismo é acompanhado de diabetes insípido ou de hiperprolactinemia, devem-se considerar as etiologias hipotalâmicas. Etiologia O pan-hipopituitarismo de início súbito é geralmente causado pela: Ruptura traumática do pedículo hipofisário; Por infarto e hemorragia dentro de um tumor hipofisário; Destruição isquêmica da glândula após hipotensão sistêmica (p. Ex., síndrome de sheehan ou hipopituitarismo puerperal após a ocorrência de perda maciça de sangue durante o parto). O hipopituitarismo adquirido de modo gradual é mais frequentemente causado pela: Expansão de tumores hipofisários; Complicação da radioterapia para tumores cerebrais. Hipopituitarismo S4P1 Causas Genéticas: Displasia Hipofisária: pode resultar em desenvolvimento aplásico, hipoplásico ou ectópico da hipófise. A insuficiência hipofisária no RN pode ser por traumatismo do parto, parto pélvico. Mutações dos fatores tecido- específicos: mutações nos fatores de transcrição das células hipofisárias, como o PIT-1 e Prop-1 comprometem a função da glândula e leva a deficiência de GH, PRL e TSH. Esses pacientes apresentam habitualmente retardo do crescimento e graus variáveis de hipotireoidismo. Disfunção hipotalâmica de desenvolvimento SINDROME DE KALLMANN: A síndrome de Kallmann resulta de um defeito na síntese do hormônio GnRH hipotalâmico e está associada a anosmia ou hiposmia em função da agenesia ou hipoplasia do bulbo olfatório. A deficiência de GnRH impede a progressão até a puberdade. Os homens se apresentam com micropênis, resultantes dos baixos níveis de testosterona durante a infância. As mulheres se apresentam com amenorreia primária e falha do desenvolvimento sexual secundário. SÍNDROME DE BARDET-BIEDL: as características são deficiência intelectual, anomalias renais, obesidade e hexadactilia, braquidactilia ou sindactilia. A degeneração retiniana começa no início da infância, e a maioria dos pacientes estará cega por volta dos 30 anos de idade. SÍNDROME DE PRADER-WILLI: está associada a hipogonadismo hipogonadotrófico, hiperfagia- obesidade, hipotonia muscular crônica, deficiência intelectual e diabetes melito de início no adulto. Múltiplos defeitos somáticos acometem também o crânio, os olhos, as orelhas, as mãos e os pés. S4P1 Causas adquiridas: Distúrbios infiltrativos hipotalâmicos: incluindo sarcoidose, histiocitose X, amiloidose e hemocromatose – acometem com frequência os tratos neuronais e neuroquímicos tanto hipotalâmicos quanto hipofisários. Consequentemente, o diabetes insípido ocorre em 50% dos pacientes com esses distúrbios. Lesões inflamatórias: o dano à hipófise e a subsequente disfunção secretora podem ser observados em infecções crônicas, como tuberculose, infecções por fungos oportunistas associadas à síndrome da imunodeficiência humana (Aids) e na sífilis terciária. Irradiação Craniana: a irradiação craniana pode resultar em disfunção hipotalâmica e hipofisária de longo prazo, sobretudo em crianças e adolescentes, pois são mais suscetíveis à lesão após irradiação terapêutica de todo o cérebro, ou da cabeça e pescoço. O surgimento de hipopituitarismo ocorre ao longo de 5 a 15 anos e costuma refletir muito mais um dano hipotalâmico do que a destruição primária das células hipofisárias. A deficiência de GH é a mais comum, acompanhada da deficiência de gonadotrofinas e ACTH. Hipofisite Linfocítica: Ocorre com mais frequência em mulheres pós-parto; manifesta-se em geral com hiperprolactinemia e evidências pela RM de massa hipofisária proeminente, que costuma ser semelhante a um adenoma, com níveis ligeiramente elevados de PRL.. Apoplexia Hipofisária: A apoplexia é uma emergência endócrina que pode resultar em hipoglicemia grave, S4P1 hipotensão e choque, hemorragia no sistema nervoso central (SNC) e morte. Os sintomas agudos podem incluir cefaleia intensa com sinais de irritação meníngea, alterações visuais bilaterais, oftalmoplegia e, nos casos mais graves, colapso cardiovascular e perda da consciência. Sela vazia: Esses pacientes costumam apresentar função hipofisária normal, o que implica que a margem circundante de tecido hipofisário é plenamente funcional. No entanto, o hipopituitarismo pode instalar-se insidiosamente. As massas hipofisárias também podem sofrer infarto clinicamente silencioso e involução, com desenvolvimento de uma sela parcial ou totalmente vazia, e com o líquido cerebrospinal (LCS) enchendo a herniação dural. Fisiopatologia A característica bioquímica fundamental do hipopituitarismo consiste em baixos níveis de hormônios hipofisários na presença de concentrações baixas dos produtos dos órgãos-alvo de um ou mais componentes dos eixos neuroendócrinos envolvendo a hipófise. Em contrapartida, a insuficiência primária dos órgãos-alvo resulta em elevação compensatória dos níveis dos hormônios hipofisários relevantes. Notavelmente, as lesões que rompem a conexão entre a hipófise e o hipotálamo resultam em deficiências da maioria dos hormônios adeno- hipofisários, com exceção da prolactina. S4P1 Com efeito, a secreção de prolactina é muitas vezes preservada ou está elevada, visto que é o único hormônio hipofisário regulado pela inibição tônica do hipotálamo. Manifestações clínicas As manifestações clínicas do hipopituitarismo dependem dos hormônios perdidos e da extensão da deficiência hormonal. A deficiência de GH causa distúrbios do crescimento em crianças e acarreta uma composição corporal anormal em adultos. A deficiência de gonadotrofina causa distúrbios menstruais e infertilidade nas mulheres, bem como função sexual reduzida, infertilidade e perda das características sexuais secundárias nos homens. A deficiência de TSH e ACTH manifesta-se habitualmente em um período mais tardio durante a evolução da insuficiência hipofisária. A deficiência de TSH causa retardo do crescimento em crianças e características de hipotireoidismo em crianças e adultos. A forma secundária da insuficiência suprarrenal causada por deficiência de ACTH evolui para o hipocortisolismo com relativa preservação na produção de mineralocorticoides. A deficiência de PRL acarreta ausência de lactação. Quando as lesões acometem a neurohipófise, a poliúria e polidipsia refletem a ausência de secreção da vasopressina. Outros sinais e sintomas atribuídos ao hipopituitarismo: Desenvolvimento sexual retardado; Desejo sexual reduzido; Diminuição de ereções espontâneas; Desconforto da mama ou ginecomastia; Perda de pelos axilares e púbicos; Redução de volume testicular (especialmente <5 ml; adulto normal volume testicular masculina 15 ml); Incapacidade de ter filhos, ou baixa ou nula contagem de esperma; Perda de altura, fraturas com baixo trauma, ou baixa densidade mineral óssea; Fogachos em mulheres. Outros sintomas e sinais menos específicos: Energia diminuída, pouca motivação e autoconfiança; Tristeza, humor deprimido, ou distimia; S4P1 Dificuldade de concentração e perda de memória; Alterações do sono, principalmente sonolência; Anemia leve (normocrômica, normocítica); Massa e força muscular reduzida; Aumento da gordura corporal ou de massa corporal; Desempenho físico ou em trabalho diminuído. Diagnóstico O diagnóstico de hipopituitarismose baseia em testes de estimulação. O diagnóstico bioquímico da insuficiência hipofisária é feito com a demonstração dos níveis baixos dos respectivos hormônios tróficos hipofisários em um quadro de níveis baixos de hormônios das glândulas-alvo S4P1 O GH e ACTH tendem a aumentar a glicemia do paciente hipoglicêmico – se não subir, o paciente é deficiente desses hormônios. Tratamento A terapia de reposição hormonal, consistindo em glicocorticoides, hormônio tireoidiano, esteroides sexuais, hormônio do crescimento e vasopressina, costuma ser segura e isenta de complicações. Depende do hormônio deficiente. Os esquemas de tratamento que simulam a produção hormonal fisiológica tornam possível a manutenção de uma homeostase clínica satisfatória. Deficiência de TSH – só se dosa o T4 livre. Distúrbios do crescimento e desenvolvimento Maturação esquelética e crescimento somático: A placa de crescimento ósseo depende de vários estímulos hormonais, incluindo GH, fator do crescimento semelhante à insulina (IGF) tipo I, esteroides sexuais, hormônios tireoidianos, fatores de crescimento parácrinos e citocinas. A baixa estatura pode ocorrer. Deficiência de GH: A deficiência isolada de GH caracteriza-se por baixa estatura, micropênis, maior quantidade de gordura, voz de alto timbre e certa propensão à hipoglicemia decorrente da ação da insulina relativamente sem qualquer oposição.
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