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1 Sanndy Emannuelly – 4° Período Tutorial 2 OBJETIVO 1: EXPLICAR A ETIOLOGIA E A FISIOPATOLOGIA DA SÍNDROME DE ADDISON. Clínica médica, quinta edição, Milton Arruda Martis – Usp Fisiopatologia da doença, uma introdução à medicina clínica – Stephen Mc Pee ETIOLOGIA - A insuficiência adrenal ou adrenocortical é uma síndrome clínica decorrente da deficiência da produção de cortisol. De acordo com a sua origem, pode ser classificada em primária e secundária. A insuficiência adrenal primária, também conhecida como doença de Addison, resulta em deficiência de glicocorticóide, mineralocorticóide e andrógenos, e é decorrente de doenças que promovem destruição do córtex adrenal, que alteram o seu desenvolvimento ou que interferem na síntese de esteróides adrenais. Na insuficiência adrenal secundária, a deficiência é apenas de glicocorticóide e decorre da produção reduzida do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que pode ser resultante de doença hipofisária ou hipotalâmica. - A doença de Addison é uma condição rara e tem uma incidência anual estimada de 0,8 casos por 100.000 habitantes, e uma prevalência de 4 a 11 casos por 100.000 habitantes. Existe uma predominância no sexo feminino, sendo habitualmente diagnosticada na quarta década de vida. - As causas de insuficiência adrenal primária podem ser subdivididas em adquiridas ou genéticas. Dentre as possíveis etiologias adquiridas podem ser citadas doenças autoimunes, infecções por tuberculose, fungos ou vírus, infiltração por neoplasias primárias ou metastáticas, hemorragias ou trombose de adrenais, doenças granulomatosas e agentes que diminuem a esteroidogênese adrenal. - Mundialmente, a causa mais frequente (68 a 94%) de doença de Addison em adultos é a adrenalite autoimune, que pode se apresentar de forma isolada ou, em cerca de metade dos casos, associada a outros distúrbios auto- imunes endócrinos e não-endócrinos, caracterizando as síndromes poliglandulares auto-imunes. Em nosso meio, a adrenalite auto-imune também representa o principal fator etiológico, seguida por infecção por tuberculose e paracoccidioidomicose. - Geralmente, para que ocorra sintomatologia de insuficiência adrenal, deve haver acometimento das duas adrenais, levando a uma diminuição da reserva adrenal para menos de 10%. - As causas genéticas incluem hiperplasia adrenal congênita (HAC), adrenoleucodistrofias, hipoplasia adrenal congênita (mutações nos genes DAX-1eSF-1), deficiência familiar de glicocorticoide, síndrome de Kearns-Sayrees síndrome de Smith-Lemli-Optiz7. A HAC é a principal causa de insuficiência adrenal primária na infância. - Na maioria dos casos (cerca de 80% dos casos), a insuficiência adrenocortical primária (doença de Addison) é causada pela destruição auto-imune do córtex supra-renal. No passado, a tuberculose das supra-renais era a causa mais frequente, porém hoje em dia representa cerca de 20% dos casos. Entre as causas menos comuns, estão as doenças granulomatosas, como a histoplasmose, hemorragia ou infarto da supra-renal, carcinomas metastáticos e adrenalite relacionada com a AIDS (citomegalovírus). Adrenalite Autoimune - A destruição das adrenais por mecan ismo autoimune resulta em adrenais atróficas, com perda da maior parte das células do córtex,usualmente com a camada medular mantida intacta. - Nas síndromes poliglandulares autoimunes, as doenças autoimunes mais comumente associadas a doença de Addison são, em ordem de frequência: tireoidite de Hashimoto, doença de Graves, gastrite crônica atrófica, diabetes mellitus do tipo 1, hipoparatireoidismo, hipogonadismo hipogonadotrófico, vitiligo, alopecia, doença celíaca e anemia perniciosa. - A síndrome poliglandular auto-imune do tipo 1, também denominada APECED ( poliendocrinopatia auto-imune- candidíase-distrofia ectodérmica),consiste em entidade extremamente rara. Resulta de mutações no gene AIRE (Autoimmune Regulator)eéherdada com padrão autossômico recessivo. - A síndrome poliglandular auto-imune do tipo 2 ou síndrome de Schmidt é bem mais frequente do que a tipo 1, resulta de herança autossômica dominante e predomina em pessoas do sexo feminino, de 20 a 40 anos. As três manifestações clínicas mais comuns na síndrome de Schmidt 2 Sanndy Emannuelly – 4° Período são doença de Addison (presente em 100% dos casos), doença autoimune da tireóide (69 a 82%) e diabetes mellitus do tipo 1 (30 a 52%). Adrenalite infecciosa Uma variedade de infecções pode levar a insuficiência adrenal,e as principais são: tuberculose, infecções fúngicas como paracoccidiodomicose, histoplasmose, coccidioidomicose e criptococose, além de infecção por citomegalovírus. - Em estudo recente realizado pela Universidade Federal de São Paulo e pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, a adrenalite auto-imune (39%),a paracoccidioidomicose (28%) e a tuberculose (11%) foram as causas mais freqüentes de insuficiência adrenal primária em ordem decrescente. Isso se deve provavelmente ao fato de as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste serem endêmicas para paracoccidioidomicose. - A tuberculose acomete as adrenais por disseminação hematogênica. Inicialmente, as adrenais estão aumentadas e apresentam extensa calcificação; posteriormente, evoluem para fibrose, atrofia e podem apresentar calcificações em aproximadamente 50% dos casos. - A infecção pelo fungo Paracoccidioides brasilienses ocorre predominantemente em homens com mais de 30 anos, habitantes de zona rural .A hipofunção do córtex adrenal ocorre em até 44% dos casos de paracoccidiodomicose disseminada. - As neoplasias de mama e pulmão são as que mais freqüentemente metastizam para as adrenais (em até 70% dos casos); porém, linfomas, melanomas, neoplasias de estômago, cólon e rim também podem acometer as adrenais e causar insuficiência adrenal primária quando o comprometimento é extenso e bilateral. Doenças Genéticas: Adrenoleucodistrofia - A adrenoleucodistrofia é uma doença de herança recessiva ligada ao X, causada por mutações no gene ALD. Acomete 1:20.000 habitantes e é uma causa frequente de insuficiência adrenal primária no sexo masculino. Apenas o sexo masculino tem a expressão completa da doença, sendo as mulheres usualmente portadoras assintomáticas. - A fisiopatologia dessa condição está relacionada ao acúmulo de ácidos graxos de cadeia muito longa (AGCML) em razão de um defeito na sua oxidação, levando ao seu acúmulo na substância branca cerebral e no córtex adrenal, causando disfunção neurológica progressiva e insuficiência adrenal primária. - Existem duas formas clínicas principais: adrenoleucodistrofia cerebral e a adrenomieloneuropatia. No primeiro quadro, os sintomas surgem frequentemente na infância, e a insuficiência adrenal pode preceder o quadro neurológico em até 30% dos casos. Os sintomas compreendem labilidade emocional, disfunção cognitiva, distúrbios visuais e de marcha, com progressão para cegueira e tetraplegia espástica. - A adrenomieloneuropatia ocorre entre a segunda e a quarta décadas de vida e se caracteriza por um quadro mais brando de paralisia espástica, neuropatia periférica e falência gonadal. Hipoplasia adrenal congênita - É caracterizada pelo desenvolvimento insuficiente ou pela atrofia das adrenais em razão da expressão deficiente de genes envolvidos na diferenciação adrenal e/ou gonadal. Deficiência familiar de glicocorticoide - É uma doença rara, de herança autossômica recessiva, quecausa insuficiência adrenal usualmente na infância. Em cerca de 40% dos casos, foram descritas mutações no gene do receptor de ACTH. Os pacientes se apresentam com hipoglicemia neonatal e/ou hiperpigmentação, níveis muito elevados de ACTH e produção normal de mineralocorticóides FISIOPATOLOGIA - A destruição progressiva do córtex supra-renal, como ocorre nas doenças auto-imunes, na tuberculose e em outros processos infiltrativos, causa inicialmente redução das reservas dos glicocorticóides supra-renais. A secreção basal desses hormônios permanece normal, mas não aumenta em resposta ao estresse e às intervenções cirúrgicas; traumatismo ou infecção podem desencadear uma crise supra-renal aguda. - Com a perda adicional dos tecidos corticais, mesmo as secreções basais dos glicocorticóides e mineralocorticóides tornam-se insuficientes, e o paciente apresenta manifestações clínicas da insuficiência supra-renal crônica. - A redução do cortisol plasmático atenua a inibição da secreção hipofisária do ACTH por feedback, e o nível plasmático deste último hormônio aumenta. A rápida destruição do córtex supra-renal, que ocorre na septicemia ou hemorragia supra-renal, causa a perda repentina das secreções dos glicocorticóides e mineralocorticóides, bem como provoca uma crise supra-renal aguda. - A redução da gliconeogênse predispõe à hipoglicemia. A hipoglicemia grave pode ocorrer espontaneamente nas crianças. Nos adultos, o nível da glicose sanguínea permanece normal, contanto que a ingestão calórica seja suficiente, mas o jejum causa hipoglicemia grave (e potencialmente fatal). - Na insuficiência supra-renal primária, o nível plasmático persistente baixo ou indetectável de cortisol causa 3 Sanndy Emannuelly – 4° Período hipersecreção acentuada de ACTH pela hipófise. Como o ACTH possui atividade MSH intrínseca, podem ocorrer várias anormalidades da pigmentação, o que inclui hiperpigmentação generalizada (escurecimento difuso da pele); intensificação da pigmentação das dobras cutâneas, dos leitos ungueais, dos mamilos e das aréolas, das áreas submetidas à pressão (como as articulações dos dedos das mãos e dos pés, cotovelos e joelhos) e das cicatrizes formadas depois do início dos níveis altos de ACTH; - Tais alterações não ocorrem na insuficiência supra-renal secundária porque, nesse distúrbio, a secreção de ACTH está baixa em vez de alta. Na insuficiência supra-renal primária, a deficiência de aldosterona acarreta perda renal de Na+ e retenção de K+, que causam hipovolemia e hiperpotassemia. A hipovolemia causa azotemia pré-renal e hipotensão. Cerca de 20% dos pacientes com insuficiência supra-renal referem desejo intenso de ingerir sal. Alguns pacientes também não conseguem excretar uma sobrecarga de água e podem desenvolver hiponatremia, que reflete a retenção de mais água do que Na+. - Deficiência de mineralocorticoides Como os mineralocorticoides estimulam a reabsorção de sódio e a excreção de potássio, a deficiência resulta em aumento da excreção de sódio e diminuição da excreção de potássio, principalmente na urina, mas também no suor, na saliva e no trato gastrointestinal. O resultado é a concentração sérica baixa de sódio e elevada de potássio. Perda de sal e água na urina causa desidratação grave, hipertonicidade plasmática, acidose, diminuição do volume circulatório, hipotensão e, com o tempo, colapso circulatório. Entretanto, quando a insuficiência adrenal é causada por produção inadequada de ACTH (insuficiência adrenal secundária), as concentrações de eletrólitos costumam estar normais ou com discreta alteração, e os problemas circulatórios são menos graves. - Deficiência de glicocorticoides Contribui para hipotensão e causa sensibilidade intensa à insulina, além de distúrbios no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. Na ausência de cortisol, há formação insuficiente de carboidratos a partir de proteínas, resultando em hipoglicemia e diminuição do glicogênio hepático. A seguir, ocorre fraqueza, decorrente, em parte, da disfunção neuromuscular. Diminui a resistência a infecções, traumas e outros estresses. A fraqueza do miocárdio e a desidratação reduzem o débito cardíaco, podendo ocorrer insuficiência circulatória. A diminuição do cortisol no sangue resulta em aumento da produção de ACTH pela hipófise e aumento da betalipotrofina no sangue, que possui atividade estimulante de melanócitos e, juntamente com o ACTH, produz hiperpigmentação de pele e mucosas, característica da doença de Addison. Assim, a insuficiência adrenal secundária à insuficiência da hipófise não causa hiperpigmentação. 1.1- Consequência da falta dos hormônios adrenocorticais - O quadro clínico de insuficiência adrenal está diretamente relacionado à rapidez e à intensidade do comprometimento adrenal. Muitas vezes, a instalação é crônica, com sintomas inespecíficos, o que ocasiona retardo no seu diagnóstico. - Os sintomas geralmente ocorrem quando há destruição de mais de 90% da glândula. Inicialmente, ocorre uma resposta anormal às situações de estresse como na presença de infecção, trauma; em seguida, há uma a progressão da destruição do córtex, as manifestações aparecem mesmo fora de situações de estresse. - Os sintomas mais comuns são relacionados à deficiência de glicocorticóide: fadiga, fraqueza, anorexia, perda de peso, tontura, náusea e vômito. Nas mulheres, amenorréia pode estar presente entre as queixas, especialmente se houver perda de peso importante ou associação com ooforite auto- imune. Dentre as manifestações mais específicas de falência adrenal está a hiperpigmentação, ocasionada pelo aumento da concentração plasmática de ACTH e MSH, ambos derivados da molécula POMC (pró-opiomelanocortina), que possuem afinidade pelo receptor MC1 na pele e estimulam a produção de melanina. Tipicamente, ela é observada em áreas expostas ao sol, nos pontos de pressão, dobras cutâneas e mucosa oral. - A deficiência de mineralocoroticóide resulta em hipovolemia, desidratação, hipotensão postural, e avidez por sal. - Em mulheres, a deficiência de andrógenos ocasiona diminuição de pelos axilares e pubianos, além de perda de libido. - A insuficiência adrenal aguda ou crise addisoniana é bem mais comum na insuficiência adrenal primária do que na secundária e é considerada uma emergência médica. Pode ser resultado de situações de estresse em pacientes com insuficiência adrenal crônica na presença ou não de tratamento, ou ainda de acometimento agudo da função adrenal, como nos casos de hemorragia adrenal bilateral relacionada à septicemia, uso de anticoagulantes ou trauma. Caracteriza-se pelo agravamento dos sintomas inespecíficos como náuseas, vômitos, anorexia, fraqueza e dor abdominal podendo simular quadro de abdome agudo e frequentemente se acompanha de hipotensão, hipercalemia e colapso circulatório. - As manifestações clínicas da deficiência de glicocorticóides são inespecíficas: fraqueza, letargia, fadiga aos mínimos esforços, anorexia, náuseas e vômitos ocasionais. A hipoglicemia ocorre em alguns casos. Na insuficiência supra- https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/insufici%C3%AAncia-adrenal-secund%C3%A1ria https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/insufici%C3%AAncia-adrenal-secund%C3%A1ria https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/insufici%C3%AAncia-adrenal-secund%C3%A1ria https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/insufici%C3%AAncia-adrenal-secund%C3%A1ria4 Sanndy Emannuelly – 4° Período renal primária, também há hiperpigmentação da pele e das mucosas. Na insuficiência supra-renal secundária, não ocorre hiperpigmentação, mas o paciente pode referir artralgias e mialgias. 1.2- Manifestações cutâneas da síndrome - A hiperpigmentação caracteriza-se por bronzeamento difuso das áreas expostas do corpo e, em menor grau, das não expostas, em especial nos pontos de pressão (proeminências ósseas), pregas cutâneas, cicatrizes e superfícies extensoras. Sardas negras são comuns na testa, na face, no pescoço e nos ombros. Ocorre pigmentação preto-azulada das aréolas e mucosas dos lábios, da boca, do reto e da vagina. - O vitiligo ocorre em 4 a 17% dos pacientes com a forma auto-imune da insuficiência supra-renal, mas é rara na insuficiência causada por outros distúrbios. OBJETIVO 2: COMPREENDER O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DOENÇA DE ADDISON. DIAGNÓSTICO Fisiopatologia da doença, uma introdução à medicina clínica – Stephen Mc Pee - Para estabelecer o diagnóstico da insuficiência supra-renal primária plenamente desenvolvida, o médico precisa demonstrar que o nível plasmático do cortisol está baixo (< 3 µg/dl; 84 nmol/l) e que as glândulas supra-renais não conseguem responder normalmente à estimulação pelo ACTH. - Em geral, isso é conseguido por um teste de estimulação com ACTH. Para tanto, o médico dosa o cortisol plasmático às 8 h e, em seguida, administra 250 µg de ACTH sintético (cosintropina) IV ou IM. - Os níveis plasmáticos do cortisol são dosados novamente dentro de 60 e 120 min. Os indivíduos normais têm concentrações normais de cortisol plasmático às 8 h e geralmente apresentam aumentos de duas vezes ou mais no nível desse hormônio depois da administração da cosintropina. Os pacientes com a doença de Addison têm cortisol plasmático baixo pela manhã e praticamente não aumentam o nível desse hormônio depois da cosintropina. - Com especificidade de 95%, a sensibilidade do teste de estimulação com 250 µg de cosintropina é de 97% para a insuficiência supra-renal primária. - O diagnóstico é feito por meio do exame de estímulo da cosintropina (ACTH sintético). Um valor de cortisol menor do que 20µg/dL após 1 hora da administração de cosintropina (ACTH sintético) evidencia insuficiência suprarrenal. Observa-se hiperpotassemia, hiponatremia e acidose metabólica hiperclorêmica. Exames de imagem fornecem diagnóstico da etiologia (tumor, sangramento, infecções). TRATAMENTO DOENÇA DE ADDISON: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO- Maria Júlia Almeida Rostirolla e Sérgio Lerias de Almeida - O tratamento da insuficiência adrenal com a reposição hormonal de glico e mineralocorticoides é essencial para a manutenção da vida. A hidrocortisona, forma farmacológica genérica do cortisol, é a opção de escolha na reposição de glicocorticoides, por ser natural e ter atividade mineralocorticoide inerente. A dose preconizada, atualmente, é de 15-25 mg/dia, dividida em duas ou três administrações. Um regime inicial típico seria hidrocortisona 10mg ao acordar, 5mg ao meio- dia e 5mg no início da noite. No entanto, no Brasil não há disponibilidade de hidrocortisona oral e o tratamento é realizado com glicocorticoides sintéticos de ação intermediária, tipo prednisona e prednisolona, em dose de 5mg pela manhã e 2,5 mg à tarde. - Os glicocorticoides de ação prolongada, como dexametasona, devem ser evitados por implicarem em risco aumentado de desenvolver síndrome de Cushing iatrogênica. - O acompanhamento dos pacientes em tratamento é baseado na história e no exame clínico, pois não existem exames laboratoriais satisfatórios para o controle. Sinais como hipertensão, ganho de peso excessivo, pele fina e intolerância a glicose sugerem hiperdosagem, enquanto perda de peso, astenia, anorexia e hiperpigmentação ocorrem em uma dosagem insuficiente. 5 Sanndy Emannuelly – 4° Período - A reposição de mineralocorticoides é realizada com a fludrocortisona (Florinefe® - comprimidos de 0,1mg), com uma dose entre 0,05-0,2mg/dia. O ajuste é feito conforme resposta clínica: hipertensão e edema de tornozelo sugerem dosagem excessiva, enquanto avidez por sal, hipotensão postural e hipercalemia são sinais de reposição insuficiente. - Na ocorrência de situações de estresse, dobra-se ou triplica-se a dose do glicocorticoide, a fim de mimetizar a resposta fisiológica do organismo. O ideal, pela possibilidade de emergência médica, é possuir ampolas de hidrocortisona em domicílio. - Em crianças em fase de crescimento, é preferível o uso de glicocorticóide com meia-vida curta, a fim de se evitar diminuição da velocidade de crescimento, por supressão da liberação do GH. Em nosso serviço utilizamos o acetato de cortisona na dose de 10 mg/m2/dia dividida em dois terços pela manhã e um terço à tarde.
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