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Relativismo cultural e etnocentrismo

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RELATIVISMO CULTURAL E ETNOCENTRISMO
A espécie humana é dependente da cultura para garantir sua sobrevivência. Por não se caracterizar por um número de instintos fixos e inatos suficiente que lhe garanta a sobrevivência, a cultura se faz necessária para tal intento. Compreendo a cultura como um conjunto de símbolos organizado por um povo em determinado tempo e lugar, percebemos que cada configuração cultural apresenta especificidades que devem ser respeitadas. Este trabalho tem como foco aguçar a capacidade de reflexão do estudando sobre a sociedade contemporânea e o que engloba as relações culturais. 
“Etnocentrismo é uma visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência; No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc.”
Desenvolva uma reflexão, sob a forma de um relatório, acerca das seguintes questões:
1) Em que medida a perseguição aos judeus e a suposta superioridade da “raça ariana”, pregada pelo nazismo, revelam o fenômeno do etnocentrismo?
O termo etnocentrismo remete ao julgamento de valor de determinada sociedade, de suas práticas e de suas ideias, do ponto de vista da sociedade à qual o observador pertence. Trata-se de julgar os outros a partir de nós. Nesse sentido, o etnocentrismo é uma atitude extremamente presente na relação entre as diferenças humanas, diante das quais, pode surgir uma série de representações e ações como preconceitos, incompreensões, e, no limite, conflitos violentos.
Esse termo tem um duplo aspecto: (1) cognitivo, ligado à forma como as diferentes sociedades, ou grupos sociais, se relacionam; (2) político, ligado à fundamentação de uma série de representações negativas das diferenças.
Segundo Oliveira (2018), a história das relações entre as sociedades humanas é uma história do etnocentrismo. Quando os gregos classificaram os povos que não falavam sua língua, como bárbaros, havia nisso um componente etnocêntrico. O ponto de vista central nesse julgamento era a própria cultura grega. Nessa perspectiva, bárbaros eram os outros.
Da mesma forma, quando os europeus, no século XVI, chegaram às Américas e julgaram as práticas de muitas sociedades americanas como bestiais e selvagens ou, ainda, negaram o estatuto de humanidade aos indígenas, seus posicionamentos foram marcados por um caráter etnocêntrico.
De acordo com Guterman (2020), Holocausto foi o massacre dos judeus europeus na Segunda Guerra. É o nome mais conhecido daquele terrível evento. Holocausto significa aceitar um viés religioso acerca do massacre, já que holocausto é um termo grego “holokauston”, derivado do hebraico “olah”, que se refere a oferta de sacrifício a Deus pelo fogo.
Assim, aceitar o termo Holocausto como uma espécie de nome oficial do crime nazista contra os judeus é, de certa forma, relegar esse acontecimento ao terreno do misticismo. Compreende-se o holocausto como uma exceção, fruto de loucura, de transe coletivo, ou simplesmente da maldade diabólica de um punhado de nazistas, e não como produto direto da modernidade.
Para Guterman (2020) o Holocausto não teria acontecido se não fossem os dois principais símbolos da modernidade: o progresso científico, que possibilitou a técnica da morte em escala industrial, e a sociedade de massas, que transformou multidões de homens, mulheres e crianças em seres descartáveis. Foi no coração de uma civilização que se orgulhava de seus feitos técnicos, científicos e culturais que se engendrou a própria negação da humanidade.
Enquadrar esse processo e seu resultado trágico em uma narrativa semelhante à das catástrofes bíblicas, é para alguns, a única maneira de resolver um problema crucial da História do Holocausto, isto é, que o extermínio dos judeus é algo que de certa forma está além da capacidade humana de compreensão.
2) Qual seria a melhor possibilidade de impedir manifestações etnocêntricas? Comente, em poucas palavras, a importância de medidas sociais que poderiam impossibilitar o advento de fenômenos como o Holocausto.
Mudança cultural e contato entre culturas, no decorrer de sua existência, a antropologia não apenas refinou o conceito de cultura, dando-lhe novos significados, a partir de seu estudo, mas também analisou os processos de transformação das diferentes culturas, sua dinâmica interna e os efeitos dos contatos entre elas. 
É importante ressaltar como a antropologia contribuiu para um debate que é, no fundo político, pois se trata de maneira como coletivos e grupos humanos definem a si próprios e os outros grupos. O surgimento do moderno conceito de cultura teve na ideia alemã de kultur em elemento central. Essa palavra estava ligada à emergência do pensamento romântico, na passagem do século XVIII para o XIX, e a ideia de que os povos, as sociedades têm um “espírito”, algo que os singulariza perante os outros.
No século XIX, eram muito comuns, discussões sobre o destino dos povos ou a vocação de determinado povo, expressões que nos dias atuais, ainda ecoam no senso comum. A palavra Kultur, nesse sentido, incorporou esta ideia: cada povo, cada nação e cada sociedade teria sua cultura, como se fosse um atributo específico, uma marca que o (a) diferencia de outros povos, nações e sociedades. 
A partir daí, reflexões sobre culturas nacionais, ganharam relevo e serviram de fundamentos para debates sobre identidades nacionais em um momento no qual o nacionalismo se tornou uma questão extremamente importante. O englobamento dos debates sobre cultura pelo nacionalismo teve tons diferenciados de acordo com a situação política de cada país. 
É comum ouvir na imprensa, por exemplo, expressões como vocação agrícola do Brasil e índole pacífica do povo brasileiro, as quais ecoam representações românticas do século XIX. (OLIVEIRA, 2018)
REFERÊNCIAS
GUTERMAN, Marcos. Holocausto e memória. São Paulo. Contexto, 2020.
OLIVEIRA, A. P. Antropologia: Questões, conceitos e histórias. Curitiba. Intersaberes, 2018.

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