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1www.biologiatotal.com.br LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL ACELERAÇÃO GRAVITACIONAL Para encontrar a expressão da aceleração gravitacional, utilizamos as equações da força gravitacional e do peso (2ª Lei de Newton). Um objeto na superfície terrestre está sujeito à ação da força gravitacional, que provoca o seu peso. O peso é determinado pela massa do corpo e a aceleração local: P = mg A força gravitacional age quando existem no mínimo dois corpos. O planeta Terra e um determinado objeto em sua superfície, por exemplo. O que provoca essa força é o fato de ambos possuírem massa. A massa da Terra atrai a massa de um corpo na sua superfície. A distância entre eles também é um fator determinante na intensidade da força gravitacional. A expressão fica: De acordo com a equação, a força é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre os corpos. Isso significa que quanto mais distante um corpo estiver da superfície da Terra, menor será a intensidade da força gravitacional atuando sobre ele; e quanto mais próximo, maior será a intensidade dessa força. Além disso, a força gravitacional é diretamente proporcional ao produto das massas dos corpos envolvidos. A constante G é conhecida como constante gravitacional e vale 6,67x10-11 N.m2/kg2. Igualando o peso e a força gravitacional, encontramos o valor de g: FG = G Mm d2 mg = G Mm d2 P = FG g = G M d2 2 Le i d a G ra vi ta çã o U ni ve rs al Com esta equação, você pode calcular a aceleração gravitacional da superfície de qualquer planeta, lua ou estrela: basta saber a massa (M) desse corpo, o valor de seu raio (d) e utilizar o valor da constante gravitacional G. Quer fazer um teste? Vamos calcular o valor da aceleração gravitacional no planeta Terra e depois do planeta Júpiter! Dados: Massa da Terra (M) = 5,98 x 1024 kg Raio da Terra (d) = 6,37 x 106 m G = 6,67x 10-11 N . m2/kg2 Resolução: Utilizamos a equação e substituímos os valores: g = 6,67x10-11 N.m2/kg2 Muito cuidado nessa hora! Vamos analisar cada unidade separadamente. As unidades das grandezas físicas se agrupam para formar novas unidades. Para descobrirmos a unidade de g, fazemos da seguinte forma: N.m2/kg2 Observação: f newton (N) é a unidade de força. A definição de força é massa multiplicada pela aceleração. Logo, essa equivale ao produto das unidades de massa (kg) e aceleração (m/s²): kg.m/s². Ao fazer o cálculo, obtemos o valor numérico de g como: 9,82 m/s² aproximadamente. O valor de g na superfície de Júpiter fica: Dados: Massa de Júpiter (M) = 1,90 x 1027 kg Raio de Júpiter (d) = 7,14 x 107 m g = G M d2 5,98 x 1024kg (6,37 x 106 m) kg (m)2 kg (m)2 kg.m/s².m2/kg2 ⇒ m/s² ⇒ m/s²m 2 kg2 kg2 m2 3www.biologiatotal.com.br Le i d a G ra vi ta çã o U ni ve rs alResolução: Utilizamos a equação e substituímos os valores:g = G M d2 Você também pode calcular o valor de g na Lua, no Sol, ou em qualquer outro corpo massivo, utilizando seus respectivos valores de massa e raio. CALCULANDO O SEU PESO Com os valores encontrados para a aceleração gravitacional, você também pode calcular como seria o seu peso no planeta em questão. Para ter noção do que significa esse valor, o peso encontrado seria a força com que você sentiria o planeta te puxando para baixo. Vamos calcular o peso de uma pessoa no planeta Júpiter. Supondo que esta pessoa possua uma massa de 60 kg, e a aceleração gravitacional no planeta é de 24,85 m/s², o peso fica: P = mg ⇒ P = 60 x 24,85 ⇒ P = 1.491 N Você pode comparar esse peso com o peso que ela teria na Terra, esse vale aproximadamente 589,2 N. A diferença é bem grande e, certamente, seria muito mais difícil para essa pessoa caminhar no planeta Júpiter, pois teria que realizar um trabalho muito maior para deslocar o seu próprio peso! Agora é com você! Encontre os valores das acelerações gravitacionais dos outros planetas do Sistema Solar. Utilize a tabela de dados abaixo. Planeta Massa (kg) Raio (m) Mercúrio 3,28x1023 2,44x106 Vênus 4,86x1024 6,05x106 Terra 5,98x1024 6,37x106 Marte 6,41x1023 3,39x106 Júpiter 1,90x1027 7,14x107 Saturno 5,68x1026 5,82x107 Urano 8,68x1025 2,53x107 Netuno 1,02x1026 2,46x107 Com esses valores, você pode calcular o seu peso em cada planeta. E aí, qual deles você teria coragem de visitar? 4 Le i d a G ra vi ta çã o U ni ve rs al GRAVIDADE: LATITUDE E LONGITUDE O valor de g não é o mesmo em todos os pontos da superfície da Terra. Existem diferenças em determinadas latitudes e longitudes. O valor de g está associado ao raio da Terra: Sabemos que a Terra não é uma esfera perfeita e, portanto, não possui um raio constante para todos os pontos de sua superfície. Seu raio é maior à medida em que a latitude diminui. Quanto menor for o valor da latitude, mais próximos estamos da linha do Equador e mais distante estamos do centro da Terra. Dessa forma, o valor de g será menor do que em um local em que o valor da latitude é mais alta. A altitude também influencia o valor da gravidade. Por exemplo, no topo das montanhas mais altas o valor de g é menor, pois esse ponto está mais distante do centro da Terra. Considerando a altura em que um objeto está situado, pode-se calcular g como: Qual o local mais apropriado da superfície da Terra para lançar um foguete para o espaço? As bases de lançamento de foguetes ficam em lugares estratégicos na superfície terrestre. Próximo à linha do Equador é o local ideal, pois o valor de g é o menor possível. E o fato de o valor de g ser menor facilita muito a saída do foguete da Terra, pois ele precisará vencer uma gravidade menor e, consequentemente, economizará mais combustível. No Brasil, temos o Centro de Lançamento de Alcântara, localizado em Alcântara, no estado do Maranhão. A cidade fica localizada bem próxima à linha do Equador. 5www.biologiatotal.com.br Le i d a G ra vi ta çã o U ni ve rs alIMPONDERABILIDADE A noção intuitiva que temos do nosso peso está relacionada à sensação que temos de sermos pressionados contra uma superfície - e não à aceleração gravitacional em si. Se você subir em uma balança (considerando que ela esteja em um plano horizontal), você estará exercendo sobre ela uma força e, de acordo com a terceira lei de Newton, a balança exercerá sobre você uma força normal de reação. Tome cuidado para não considerar que a força normal da balança e o seu peso formam um par ação e reação! A reação do peso é exercida por nós sobre o centro da Terra. A força normal que a balança exerce sobre nós é uma reação da força de contato que exercemos sobre a balança. Quando não somos sustentados por uma superfície, estamos em um movimento de queda livre. Todo corpo sobre o qual está sendo exercida apenas a aceleração gravitacional experimenta de uma sensação denominada imponderabilidade. É essa a sensação que os astronautas experimentam dentro de uma estação espacial em órbita. Sem uma sustentação, eles estão em queda livre constante e têm uma sensação de “peso zero”. Nesse estado de imponderabilidade, eles não conseguem usufruir da sensação agradável de seus corpos pressionados contra um colchão após um dia exaustivo. Essa sensação que temos ao descansar é proporcionada pela sustentação de uma cama em decorrência da atração gravitacional que sofremos. LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL Newton, brilhantemente, reconheceu que a força que faz os objetos caírem possui a mesma natureza da força que faz com que os planetas do Sistema Solar orbitem o Sol. Sua Lei da Gravitação Universal nos diz que todos os corpos massivos que existem se atraem e a força gravitacional entre dois corpos é diretamente proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Como vimos anteriormente, essa força é dada pela equação: Ela nos diz que quanto maiores forem as massas dos corpos e menor for a distância entre eles, maior será aforça gravitacional que um exerce sobre o outro. A força gravitacional é uma das quatro interações fundamentais da natureza, sendo as outras três: eletromagnética, nuclear forte e nuclear fraca. Das quatro, a força gravitacional é a mais fraca. Escultura de Isaac Newton na Biblioteca Britânica, em Londres. Mm 6 Le i d a G ra vi ta çã o U ni ve rs al Mesmo que dois corpos estejam a uma distância extremamente longa um do outro, ainda existirá, por menor que seja, uma atração gravitacional entre eles. Por exemplo: não sentimos os efeitos da atração gravitacional de Netuno, mas ainda assim somos atraídos (mesmo que muuuito fracamente) pelo planeta, da mesma forma com que nós o atraímos. Todo corpo que possui massa exerce atração (e é atraído) pelos outros. A Gravitação Universal explica por que a Terra - e outros planetas - apresentam um formato arredondado. Isso acontece porque as próprias partes da Terra se atraem entre si - cada parte de sua superfície está praticamente equidistante do centro de gravidade do planeta devido ao fato de as partes externas da Terra serem atraídas “para dentro” do planeta. Corpos muito massivos exercem sobre suas camadas mais externas uma força gravitacional suficientemente grande para manter uma distribuição quase regular de massa ao longo da superfície. A consequência disso é o formato esférico de grandes corpos celestes (uma esfera perfeita possui todos os pontos de sua superfície a uma mesma distância do centro). CAMPOS GRAVITACIONAIS O campo gravitacional de um corpo é um exemplo de campo de força, onde um corpo que esteja situado dentro dele acaba sentindo uma força sendo exercida sobre ele. Dessa forma, o Sol consegue atrair a Terra e a Terra consegue atrair a Lua, de maneira que não é necessário haver um contato direto entre os corpos para que exista uma força entre eles. Outro exemplo de campo de força, conforme você irá estudar posteriormente, é o campo magnético de um ímã. A intensidade do campo gravitacional de um corpo se comporta de maneira semelhante à da força gravitacional desse corpo sobre um outro corpo: vai diminuindo à medida em que a distância aumenta. O campo gravitacional de um corpo, como o da Terra, é representado por linhas de campo, como na figura abaixo: O sentido das setas indica o sentido do campo gravitacional. 7www.biologiatotal.com.br Le i d a G ra vi ta çã o U ni ve rs alSATÉLITES Os satélites - naturais e artificiais - são exemplos de projéteis, aqueles corpos que vimos em cinemática e que tinham a característica de serem lançados e seguirem o movimento devido à sua própria inércia. São chamados de satélites os corpos que “caem ao redor” de um corpo maior, ao invés de para dentro dele. Um satélite que orbita a Terra está constantemente caindo, mas nunca atinge a superfície devido à sua enorme velocidade tangencial: sua distância de queda se adapta à curvatura da Terra. Pelo mesmo motivo, os planetas do Sistema Solar estão constantemente caindo ao redor do Sol, mas nunca o atingem devido às suas enormes velocidades tangenciais. Se você arremessasse uma pedra com certa velocidade, ela poderia muito bem se tornar um satélite. Essa ideia já havia sido argumentada por Newton em O Sistema do Mundo: “Quanto maior é a velocidade ... com a qual (uma pedra) é lançada, mais longe ela irá, antes de cair sobre a Terra. Podemos supor, portanto, que se a velocidade fosse tão aumentada que descrevesse um arco de 1, 2, 5, 10, 100, 1.000 milhas até alcançar a Terra, finalmente excederia os limites do planeta e passaria ao espaço sem tocá-lo.”. Isso foi representado pelo próprio Newton em uma ilustração, representada abaixo: Na órbita circular de um satélite ao redor da Terra, sua velocidade é sempre perpendicular à força gravitacional da Terra sobre o satélite. Dessa forma, o módulo da velocidade não é alterado, apenas a sua orientação. À medida em que aumenta a altitude de um satélite em relação à superfície da Terra, a velocidade orbital diminui e o período para completar uma volta aumenta. Um satélite que orbita a cerca de 5,5 vezes o raio da Terra acima da superfície, possui um período de 24 horas, que coincide com o próprio período de rotação da Terra. Já a Lua, que está ainda mais distante, apresenta um período de cerca de 27,3 dias. A velocidade v de um satélite em órbita circular é encontrada da seguinte forma: consideramos a força centrípeta (lembre-se do movimento circular, estudado na dinâmica!) e igualamos à força gravitacional: Note que o vetor velocidade é perpendicular ao vetor força gravitacional. d d 8 Le i d a G ra vi ta çã o U ni ve rs al E o período T do movimento do satélite é dado por: Nas equações apresentadas, d corresponde à distância do satélite ao centro da Terra (ou do corpo que o satélite orbita), m é a massa do satélite e M é a massa da Terra (ou do corpo orbitado). VELOCIDADE DE ESCAPE Como os foguetes e satélites conseguem sair do planeta Terra? A ideia de velocidade de escape está relacionada ao fato de um objeto conseguir sair do planeta, ou seja, conseguir escapar, vencendo a gravidade. E para isso, é necessário um determinado valor mínimo de velocidade. Não é com qualquer valor de velocidade que você conseguiria sair da Terra: se você dar um pulo, certamente retornará ao chão, pois a sua velocidade não será alta o suficiente para te fazer vencer a gravidade. Considere um projétil de massa m deixando a superfície do planeta. O projétil possui uma energia cinética EC = ½ mv² e uma energia potencial EP = mgh. A energia potencial precisa ser reorganizada, pois, se você se lembrar da discussão do início da apostila, temos que o valor g vale g = GM/d². Então, a energia potencial fica com uma cara nova: Em que: f Adotamos o sinal negativo pelo fato de o projétil estar se movendo no sentido contrário ao da gravidade, adotando-se o sistema de referência para baixo como sendo positivo; f A altura h se transformou em r, pois estamos considerando uma distância radial r do centro da Terra, e para simplificarmos a equação, ela ficará em sua forma final como: Podemos agora levar em consideração a conservação de energia e que a energia mecânica de um corpo lançado a uma “distância infinita” seria nula, para escrever a seguinte equação: em que v é a velocidade de escape. Perceba que a velocidade de escape para um determinado planeta não depende da massa do objeto a ser lançado. d = 0 9www.biologiatotal.com.br Le i d a G ra vi ta çã o U ni ve rs alPara a Terra, substituindo os valores na equação de v, podemos perceber que a velocidade de escape é de aproximadamente 11,3 km/s, ou 40.000 km/h. Objetos lançados com velocidades superiores a essa velocidade conseguirão escapar da Terra. ANOTAÇÕES
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