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Histórico da Administração de Recursos Humanos Gestão Integrada de Recursos Humanos | 9 Objetivos Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de: • Reconhecer a evolução histórica da área de Recursos Humanos; • Ordenar as mudanças e transformações no cenário mundial e as transformações na função de Recursos Humanos; • Analisar a importância da Administração de Talentos Humanos e do Capital Intelectual para o alcance dos objetivos organizacionais e para o sucesso dos negócios. Gestão Integrada de Recursos Humanos | 11 1. Histórico da Administração de Recursos Humanos O departamento de Recursos Humanos passou por várias modificações ao longo dos anos. Existem diversos marcos históricos e, para que você tenha um panorama dessa trajetória, selecionamos alguns. Século XVIII - Revolução Industrial A Revolução Industrial (iniciada na Inglaterra por volta do ano de 1730) foi um dos marcos da história, com consequências drásticas às vidas dos operários na época. A invenção e o uso das máquinas aumentaram a produtividade e reduziram os preços, aumentando, consequentemente, o consumo e os lucros industriais. As pessoas migraram dos campos para as cidades para trabalhar nas fábricas, onde ficavam em total dependência dos patrões, sem conseguirem se adaptar à disciplina imposta. O ambiente era desumano. Era proibido se juntar a sindicatos ou fazer greve. Ocorriam muitos acidentes nas fábricas, com ferimentos, mutilações e até mortes. Os trabalhos eram insalubres e perigosos; muitos dos operários não chegavam aos 50 anos de idade. Mulheres e crianças eram exploradas, e as queixas mais sérias dos operários eram as 12 | Gestão Integrada de Recursos Humanos horas excessivas de trabalho; os salários baixos; as multas que recebiam por atrasos no trabalho ou pelo trabalho defeituoso e ao sistema de permuta, em que os patrões pagavam em vales, que eram trocados nas lojas do próprio patrão. Século XX – Organização Racional do Trabalho No início do século XX surge a Abordagem Clássica da Administração. Frederick Taylor (1911) desenvolve a Teoria da Organização Racional do Trabalho (ORT), que consistia em aspectos como: Análise do trabalho e Estudo de tempos e movimentos; Estudo da fadiga humana; Divisão do trabalho e Especialização do operário; Desenho de cargos e tarefas; Incentivos salariais e Prêmios de produção; Condições de trabalho; Padronização e Supervisão funcional. A ORT é criticada até por Charlie Chaplin em seu filme “Tempos Modernos”, demonstrando, ali, a alienação do operário por meio dos trabalhos repetitivos. 1916 – Os 14 Princípios da Administração Enquanto Taylor desenvolvia a Administração Científica nos EUA, Henri Fayol (1916), na França, adotava os 14 Princípios da Administração: Divisão do trabalho; Autoridade e responsabilidade; Disciplina; Unidade de comando; Unidade de direção; Subordinação dos interesses individuais aos gerais; Remuneração do pessoal; Centralização; Cadeia escalar; Ordem; Equidade; Estabilidade do pessoal; Iniciativa e Espírito de equipe. Taylor e Fayol, chamados de autores clássicos, receberam muitas críticas e suas abordagens receberam o nome de Teoria da Máquina, pois o homem era visto como uma extensão da máquina ou como robô. Suas teorias eram vistas Gestão Integrada de Recursos Humanos | 13 como algo que só servia para aumentar o lucro e a produtividade das organizações, mas que não favorecia a vida dos empregados. 1929 – Escola das Relações Humanas A Escola das Relações Humanas surgiu nos EUA, originária da crise de 1929, e resultou em pesquisas realizadas em Hawthorne por Elton Mayo e concluídas em 1932. Além disso, ela proporcionou o delineamento dos princípios básicos da integração e do comportamento social dos empregados. Na conclusão de todas as pesquisas, percebe-se a importância da cooperação humana nos objetivos organizacionais. Tal experiência demonstrou que o homem não é motivado apenas por recompensas econômicas, mas, também, por recompensas sociais, e que a integração social é um fator de motivação. 1950 – Escola Estruturalista A Escola Estruturalista, em 1950, fundamenta-se no homem organizacional, em que os conflitos são inevitáveis, os incentivos são mistos, bem como na diversidade das organizações. Os estruturalistas dão ênfase aos ambientes interno e externo das organizações, logo, a organização é um sistema aberto, influenciado por esses ambientes. Então, há a valorização do homem como agente de mudanças. 1990 – Nova Abordagem da Administração A partir da década de 1990, uma nova abordagem da administração fixa os conceitos de que tudo é mutável e que a tecnologia chegou para ficar. Sendo assim, a Gestão Estratégica das Organizações se alinha à Gestão Estratégica de RH, e, para que elas sejam competitivas, as organizações têm que aprender a aprender; e as organizações só aprendem através das pessoas. 14 | Gestão Integrada de Recursos Humanos 1.1 Evolução Histórica no Brasil 1. Século XIX – Da escravidão para o trabalho assalariado A classe operária no Brasil teve a sua origem nos últimos anos do século XIX com a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado e transferência do lucro do café para a indústria. Com o advento das indústrias nas cidades, havia falta de mão de obra e, assim, os imigrantes se instalaram entre Rio de Janeiro e São Paulo. Os operários no Brasil enfrentavam os mesmos problemas apontados no cenário externo: jornadas de 14 horas, de segunda a segunda, ambientes mal iluminados, sujos e barulhentos, entre outros fatores. 2. 1902 – Partido Socialista Brasileiro Diante desses problemas, os operários começaram a se organizar e, em 1902, é fundado o Partido Socialista Brasileiro. A presença dos anarquistas era muito forte no movimento operário, o que deu origem aos sindicatos. A indústria brasileira copia o paradigma norte-americano em tudo, inclusive o modelo de gestão taylorista-fordista. A função básica dos departamentos pessoais é cumprir a legislação trabalhista. 3. 1990 – Abertura econômica Já na década de 1990, a abertura econômica coloca o empresariado brasileiro diante dos concorrentes do mundo todo, fazendo com que pensassem nas melhores formas de poder acompanhar as mudanças. Assim, a pressão da concorrência e os exemplos Gestão Integrada de Recursos Humanos | 15 estrangeiros impulsionam a área de RH no país. Além disso, cresce a importância do papel estratégico dos Recursos Humanos, mas, infelizmente, pesquisas mostram que a filosofia moderna ainda está muito restrita ao discurso. 4. Hoje Em 1995, o Senac-SP conduziu um estudo entre 100 empresas da Grande São Paulo, e os pesquisadores classificaram a estrutura de RH nas empresas em dois tipos: Estrutura de Departamento Pessoal (DP): Tarefas rotineiras voltadas ao cumprimento da legislação trabalhista. Estrutura de Recursos Humanos (RH): Funções e estruturas mais complexas, abrangendo e transcendendo a estrutura de departamento pessoal. Resultado: 61% das empresas apresentavam estrutura de DP e apenas 39% estrutura de RH. Hoje, a estrutura de RH vem se adaptando aos processos de RH para que se torne mais estratégico, dinâmico e participativo no alcance dos objetivos organizacionais. 2. As Mudanças e Transformações no Cenário Mundial A preocupação em coordenar a capacidade de trabalho das pessoas nasce naturalmente em qualquer grupo social. Nos últimos 100 anos, essa atividade ganhou 16 | Gestão Integrada de Recursos Humanos estudos e teorias específicas. À medida que a economia foi se tornando mais complexa (empresas maiores, mais numerosas e diversificadas), a administração de Recursos Humanos tornou-se um campo específico de atuação e pesquisa. Suas descobertas interessam tanto ao profissional de RH quanto aos líderes e gestores em geral. Uma pesquisa realizada em 1997 pela professora Tose, da Faculdade de Administração daPontifícia Universidade Católica de São Paulo, baseada em bibliografia, principalmente acadêmica, e utilizada na construção de sua dissertação de mestrado, mostra que é possível destacar cinco fases na evolução do perfil profissional de Recursos Humanos (RH) e suas respectivas épocas, conforme podemos observar a Figura 1: Contábil Legal Tecnicista Administrativa Estratégica Antes de 1930 1930 a 1950 1950 a 1965 1965 a 1985 1985 a Atual Figura 1: As cinco fases evolutivas da gestão de pessoas. Fonte: Marras (2000, p.26). Segundo Tose, as fases possuíam as seguintes características: 1. A fase contábil, pioneira da “gestão de pessoal”, também chamada de “pré-histórica” por alguns autores, caracterizava-se pela preocupação existente com os custos da organização. Os trabalhadores eram vistos, exclusivamente, sob o enfoque contábil: comprava-se a mão de obra e, portanto, as entradas e saídas provenientes dessa conta deveriam ser registradas contabilmente. Gestão Integrada de Recursos Humanos | 17 2. A fase legal registrou o aparecimento da função de chefe de pessoal, profissional cuja preocupação estava centrada no acompanhamento e na manutenção das recém-criadas leis trabalhistas da Era Getulista. Tose aponta uma característica interessante desta fase: o poder, até então unicamente centrado na figura dos feitores (chefes de produção) sobre os empregados, passou para as mãos do chefe de pessoal, pelo domínio exercido sobre as regras e normas jurídicas impostas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 3. A fase tecnicista foi a que implantou no Brasil o modelo americano de gestão de pessoal e alavancou a função de RH ao status orgânico de gerência. Foi nessa oportunidade que o presidente Juscelino Kubitschek implementou a indústria automobilística no nosso país, momento em que os empresários tiveram que aceitar, em seus organogramas, a figura do Gerente de Relações Industriais - GRI. Obviamente, algumas modificações tiveram de ser realizadas em razão das características locais do gerenciamento e da cultura organizacional ainda em fase embrionária; contudo, há que se ressaltar que isso representou, para a organização e para os trabalhadores, um grande avanço na qualidade das relações entre capital e trabalho. Foi nesta fase que a área de RH passou a operacionalizar serviços como os de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios e outros. 4. A fase administrativa (ou sindicalista, segundo Tose) criou um marco histórico nas relações 18 | Gestão Integrada de Recursos Humanos entre capital e trabalho, à medida que é berço de uma verdadeira revolução que, movida pelas bases trabalhadoras, implementou o movimento sindical denominado “novo sindicalismo”. Nesta fase, registrou-se nova mudança – significativa – na denominação e na responsabilidade do até então gerente de relações industriais: o cargo passou a se chamar gerente de Recursos Humanos. Pretendia-se, com essa mudança, transferir a ênfase em procedimentos burocráticos e puramente operacionais para as responsabilidades de ordem mais humanísticas, voltadas para os indivíduos e suas relações (com os sindicatos, a sociedade etc.). 5. A fase estratégica foi demarcada operacionalmente, segundo Albuquerque (1988), pela introdução dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados ao planejamento estratégico central das organizações. Foi assim, nessa fase, que se registraram as primeiras preocupações de longo prazo, por parte do board das empresas, com os seus trabalhadores. Iniciou-se nova alavancagem organizacional do cargo de GRH, que, de posição gerencial, de terceiro escalão, em nível ainda tático, passou a ser reconhecido como diretoria, em nível estratégico nas organizações. 3. As Mudanças e Transformações na Função de RH No século XX, as organizações passaram por três grandes fases, conforme nos mostra Chiavenato (2000, p.32): Gestão Integrada de Recursos Humanos | 19 1 - A Era da Industrialização Clássica - Cobriu o período de 1900 a 1950, iniciando-se na Revolução Industrial. A cultura organizacional predominante era voltada para o passado e para a conservação das tradições e de seus valores ao longo do tempo. As pessoas eram consideradas recursos da produção, juntamente com outros recursos organizacionais, como equipamentos, capital, máquinas etc. A Administração de Pessoas era tradicionalmente denominada de Relações Industriais. O homem era considerado um apêndice da máquina e as mudanças aconteciam lentamente. 2 - Era da Industrialização Neoclássica - Teve seu início no final da Segunda Guerra Mundial e durou de 1950 a 1990. As mudanças passaram a ser mais rápidas e intensas. A competição entre as empresas ficou cada vez mais acentuada. As transações comerciais passaram da amplitude local para regional, da regional para internacional e tornaram-se gradativamente mais intensas. A velha concepção de Relações Industriais foi substituída por uma nova visão de administração de Recursos Humanos. As pessoas começaram a ser vistas como recursos vivos e não mais como fatores inertes de produção. A tecnologia passou por um intenso desenvolvimento e começou a influenciar a vida das organizações e das pessoas. 3 - Era da Informação - Iniciou ao redor do ano de 1990 e segue até os tempos atuais. Sua característica principal diz respeito às mudanças que se tornaram rápidas, imprevistas e inesperadas. A tecnologia trouxe desdobramentos imprevistos e transformou o mundo em uma aldeia global. Então, surge a globalização da economia, transformando a economia internacional em mundial e global. A competitividade tornou-se intensa. O recurso mais importante deixou de ser o capital financeiro e passou a ser o conhecimento, inclusive o conhecimento de como usá-lo e aplicá-lo rentavelmente. O emprego migrou intensamente do setor industrial para o setor de serviços e o trabalho manual foi substituído pelo trabalho mental. 20 | Gestão Integrada de Recursos Humanos Na Figura 2, Marras (2000) mostra um outro lado sobre as áreas de responsabilidade da função de pessoal, com uma evolução que vai de 1950 até 1999. Áreas de Responsabilidade da Função de Pessoal Chefe de Pessoal Gerente de RI Gerente de RH Até 1950 De 1950 a 1970 De 1970 a 1999 Controles da Frequência Controles da Frequência Controles da Frequência Faltas ao Trabalho Faltas ao Trabalho Faltas ao Trabalho Pagamentos Pagamentos Pagamentos Admissões e Demissões Admissões e Demissões Admissões e Demissões Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Serviços Gerais Serviços Gerais Medicina e Higiene Medicina e Higiene Segurança Patrimonial Segurança Patrimonial Segurança Industrial Segurança Industrial Contencioso Trabalhista Contencioso Trabalhista Cargos e Salários Cargos e Salários Benefícios Benefícios Recrutamento e Seleção Recrutamento e Seleção Treinamento Treinamento Avaliação de Desempenho Qualidade de Vida Desenvolvimento Gerencial Relações Trabalhistas Sindicalismo Desenvolvimento Organizacional Estrutura Organizacional Figura 2: Áreas de responsabilidade da função de Pessoal. Fonte: Marras (2000, p.25). Gestão Integrada de Recursos Humanos | 21 Hoje, a área de Recursos Humanos tem se tornado tão estratégica que algumas empresas trabalham apenas com os processos de RH e não mais com as funções de DP. Nesse caso, as áreas se separam e há empresas que passaram a adotar as seguintes estruturas, conforme podemos observar na Figura 3: Presidência Presidência Presidência Diretoria Industrial Diretoria Industrial Diretoria Industrial Diretoria Comercial Diretoria Comercial Diretoria Comercial Diretoria Financeira Diretoria Financeira Diretoria Financeira Diretoria Administrativa Diretoria Administrativa Diretoria de Recursos Humanos Diretoria de Recursos Humanos Diretoria de Recursos Humanos (a) (b) (c) Figura3: Diferentes possibilidades para o posicionamento da Administração de RH na organização. Fonte: Chiavaneto (2008, p.119). 22 | Gestão Integrada de Recursos Humanos A estrutura C da Figura 3 demonstra uma administração de Recursos Humanos que cede lugar a uma nova abordagem: a gestão de pessoas. 4. Administração de Talentos Humanos e do Capital Intelectual Como dito antes, a área de Recursos Humanos vem mudando e se adaptando às novas exigências das organizações. As organizações, então, perceberam que, para que alcancem seus objetivos, irão precisar das pessoas. O modelo estratégico de Administração de Recursos Humanos, que surge na década de 1980, tem como espinha dorsal a Administração Estratégica de RH. A ideia é que o alinhamento da administração de pessoas à estratégia organizacional permita a adequação da organização às demandas do ambiente e, consequentemente, possa garantir a sua sobrevivência. E quais são esses objetivos organizacionais e individuais? Na Figura 4 temos um exemplo desses objetivos: Objetivos Organizacionais Objetivos Individuais Sobrevivência Melhores Salários Crescimento Sustentado Melhores Benefícios Lucratividade Estabilidade no Emprego Produtividade Segurança no Trabalho Qualidade nos Produtos/Serviços Qualidade de Vida no Trabalho Redução de Custos Satisfação no Trabalho Gestão Integrada de Recursos Humanos | 23 Participação no Mercado Consideração e Respeito Novos Mercados Oportunidades de Crescimento Novos Clientes Liberdade para Trabalhar Competitividade Liderança Liberal Imagem no Mercado Orgulho da Organização Figura 4: Os objetivos organizacionais e individuais das pessoas. Fonte: Chiavenato (2008, p.6). Então, percebendo que os objetivos organizacionais são atingidos quando a organização ajuda as pessoas nos seus objetivos individuais, entende-se que as pessoas são importantes para a organização. Na realidade, as pessoas são os “bens intangíveis” da organização, pois utilizam das suas competências (Conhecimento, Habilidades e Atitudes) para compô-las como o Capital Intelectual. Mas, como o Capital Intelectual nasce? Lembra quando falamos da Era da Informação? Alguns autores dizem que não vivemos mais na Era da Informação porque a informação tem em todo o lugar (rádio, TV, jornal, revistas, celular, tablet etc.) e as inovações tecnológicas não irão parar de evoluir. Sendo assim, qual é o diferencial que estamos vivendo hoje? O conhecimento! Veja: Era da Informação & Conhecimento Conjunto de Dados Informação Conhecimento Conhecimento Habilidades Atitudes Inovação/Criatividade Capital Intelectual Competências Há autores que defendem que não mais vivemos na Era da Informação, e sim na Era da Informação/ Conhecimento. Ainda há os que defendem que vivemos na Era do Conhecimento. Os trabalhadores do conhecimento são aqueles cujas responsabilidades vão além da execução física do trabalho para incluir o planejamento, as tomadas de decisão e a solução de problemas. Agora, as pessoas mudam de custos para bem intangível da organização. Solucionadores de problemas são o capital humano da organização e, de acordo com Chiavenato (2008, p.38), fazem parte do Capital Intelectual. Assim, as pessoas passam, também, a ser chamadas de Capital de Talentos ou apenas Talentos. Gestão Integrada de Recursos Humanos | 25 Capital Intelectual Capital externo Capital de clientes e de fornecedores Capital humano Capital de talentos Capital interno Capital de sistemas internos e conhecimento corporativo Talentos Pessoas dotadas de competências, habilidades e conhecimentos Estrutura organizacional Organização do trabalho Cultura organizacional Comportamento no trabalho Figura 5: Desdobramentos do Capital Intelectual. Fonte: Chiavenato (2008, p.38). Desafio do RH Administrar o talento não é fácil, até porque há uma escassez de talentos, principalmente no Brasil, além de ser uma das maiores preocupações da área de Recursos Humanos. Segundo a Pesquisa Anual de Talentos 2013, realizada pela ManpowerGroup, o Brasil é o segundo país com escassez de talentos, perdendo apenas para o Japão. Tal escassez nos impossibilita na contratação de pessoas com as competências necessárias para os cargos disponíveis na organização. Mas, e os talentos que a empresa já tem? É preciso mantê-los para que não os percam para os concorrentes. Dessa forma, o RH tem que ser estratégico para que ele possa elaborar bem os seus processos, como: 26 | Gestão Integrada de Recursos Humanos agregar pessoas (recrutar e selecionar); aplicar pessoas (desenho e avaliação dos cargos); recompensar pessoas (remuneração e benefícios); desenvolver e manter pessoas (treinamento e desenvolvimento, programas de mudanças e de comunicação) e monitorar pessoas (sistema de informação gerencial e banco de dados). Gestão Integrada de Recursos Humanos | 27 Síntese Nesta unidade, vimos a mudança da produção de bens durante a Revolução Industrial, com a saída do homem do campo para as cidades, a fim de trabalhar nas fábricas, que, por sua vez, eram vistas como lugares insalubres e perigosos. Quem mandava era o patrão e os empregados não podiam reclamar de sua situação desumana. Também vimos as teorias de Taylor e Fayol, que eram vistas como um meio de controlar as pessoas em prol da produtividade organizacional, com processos rígidos e repetitivos. Os críticos afirmavam ser uma forma de alienar os empregados no início do século XX. Aprendemos a respeito das Escolas das Relações Humanas e a Estruturalista, que aparecem com as pesquisas realizadas por Elton Mayo. Nessas escolas, o homem é um ser social e, portanto, é motivado não apenas por dinheiro. Foram mostradas as cinco fases evolutivas da gestão de pessoas: Contábil (antes de 1930), Legal (1930- 1950), Tecnicista (1950-1965), Administrativa (1965-1985) e Estratégica (1985 aos dias atuais). As transformações ocorridas nas organizações formam as três Eras do Século XX (Clássica, Neoclássica e da Informação), que também influenciaram na forma de gerir pessoas, tendo, hoje, uma nova abordagem de gestão, mais global e competitiva. E, por fim, vimos que a Administração de Talentos e do Capital Intelectual são bens intangíveis da organização e peças fundamentais para o alcance dos objetivos organizacionais relacionados aos objetivos individuais das pessoas. Gestão Integrada de Recursos Humanos | 29 Leitura Complementar A fim de complementar os conhecimentos adquiridos nesta unidade de aprendizagem, faça a seguinte leitura: ESPAÇO DO TRABALHADOR. Escassez de talentos é combatida com menos exigências para a contratação de trabalhadores, diz pesquisa. Disponível em: http://wp.clicrbs.com.br/trabalhador/2013/05/28/escassez- de-talentos-e-combatida-com-menos-exigencias-para-a- contratacao-de-trabalhadores-diz-pesquisa/?topo=39,,,,,39. Acesso em: 11 nov. 2016. Gestão Integrada de Recursos Humanos | 31 Referências Bibliográficas BOAS, Ana Alice Vilas; ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de. Gestão estratégica de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. CHIAVENATO, Idalberto. Administração dos novos tempos. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. ___________. Gestão de pessoas. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. ___________. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4 ed. São Paulo: Manole, 2014. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. 3 ed. São Paulo: Futura, 2000. PEARSON EDUCATION DO BRASIL. Administração de RH. São Paulo: Pearson, 2010.
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