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Psicanálise Gestalt e Humanista

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Psicanálise 
 
 Sigmund Freud (pai da Psicanálise) a Fundação da Psicanálise está 
intrinsecamente ligada à buscar pela origem da histeria, ou seja: pessoas acometidas 
por problemas nos nervos, que a medicina convencional não conseguia resolver. 
 Inicialmente, acreditava-se que poderia encontrar uma parte no cérebro 
responsável pelos sintomas histéricos. A fisiologia se empenhou durante décadas para 
encontrar o que mais tarde seria nomeado por Sigmund Freud, o criador da 
Psicanálise, de inconsciente. Entretanto, antes de chegar a Freud, precisamos entender 
Jean-Martin Charcot, o Hospital de Salpêtrière, o método indutivo e o longo 
caminho percorrido pela Psicanálise, até sua formação como conhecemos, 
atualmente. 
Charcot, La Salpêtrière e a Hipnose 
 La Salpêtrière foi um hospital projetado em Paris, França, para alojar 
marginais, pobres, pessoas em situação de rua e qualquer um que pudesse 
atrapalhar a ordem da alta sociedade parisiense. Entretanto, pouco a pouco foi se 
tornando também o lar de qualquer um que padecesse de alguma doença mental, 
sendo aproximadamente três mil acometidos por esses transtornos e cinco mil o 
número total de internos. Construído no século XVII, atualmente é centro 
hospitalar universitário, que engloba a maioria das especialidades médicas. 
Histeria 
 Inicialmente, acreditava-se que a histeria era uma condição exclusiva de 
mulheres, pois o termo hystérie, em francês, advém do grego ὑστέρα, útero. 
Entretanto, ao descobrir-se que a histeria vinha do cérebro e não do útero feminino, 
uma nova gama de contribuições médicas pôde ser dada ao tratamento dessa tão 
controversa doença dos nervos. 
 Para os conceitos da época, o termo englobava uma série de doenças e 
transtornos, tais como: epilepsia, paralisia de membros, fobias, distúrbios de 
linguagem, amnésia e afins. 
 Basicamente, tudo que fugisse à saúde normal do ser humano e que não tivesse 
explicação médica/fisiológica acabava entrando no espectro da histeria. 
Principalmente, se a pessoa fosse uma mulher, claro. Isso causava uma grande 
indagação sobre qual a etiologia de tais doenças, pois não se encontravam em lugar 
corpóreo nenhum. O termo tornou-se até pejorativo, pois passaram a acreditar que 
tudo não passava de atuação para àquelas pessoas receberem atenção. 
 Após estudar inúmeros casos de histeria, Charcot concluiu que a histeria era 
proveniente de um trauma. Não necessariamente lembrado em detalhes pela pessoa, 
pois poderia ter passado por um extenso período de latência, às vezes, remontando à 
infância. O médico passou a usar o recurso da hipnose, para tentar fazer com que, 
nesse estado indutivo, a pessoa lembrasse o que a teria afligido a ponto de ocasionar 
um sintoma em seu corpo. 
 
 
 
 
 Jean-Martin Charcot foi olhar humanamente para seus pacientes, em vez de 
só observar fisiologicamente e ignorar o sofrimento de todos aqueles internados de 
Salpêtrière. Sua técnica foi muito desacreditada por seus colegas de trabalho, pois 
para muitos aquilo não passava de encenação. 
 
 Sigmund Freud, médico formado na Universidade de Viena em 1881, 
especializou-se em Psiquiatria e conseguiu uma bolsa de estudos em Paris, onde 
trabalhou e aprendeu com Charcot. A temperada em Paris foi fundamental para 
consolidar sua carreira no tratamento dos transtornos mentais. Em 1886, ao retornar 
a Viena, começou a clinicar em sua cidade natal e seu principal método até então era 
a sugestão hipnótica. 
 Grande parte do advento da Psicanálise é devida à trajetória pessoal de Freud. 
Sua história de vida está indubitavelmente mesclada com os conceitos psicanalíticos. 
Se não fossem suas experiências, muito provavelmente sua reflexão teórica não seria 
tão precisa. E era necessário um olhar aguçado e crítico para enxergar as 
comprovações de suas teses até mesmo nas expressões humanas mais sutis. 
Josef Breuer 
 Em Viena, Freud fez a parceria que mudaria para sempre a história dos 
transtornos mentais e, sobretudo, da histeria. Josef Breuer, médico e cientista, 
aliou-se a Freud e suas investigações, ainda sobre a etiologia da histeria. No 
tratamento da paciente Anna O., que era atendida por Breuer, ambos descobriram 
que os sintomas histéricos de sua doença tratavam de questões mal resolvidas e de 
repressões sofridas ao longo de sua vida. 
 
Jean-Martin Charcot (1825-1893) 
Foi um médico psiquiatra e neurologista francês, que realizou grandes pesquisas e pode ser 
considerado o fundador da moderna neurologia. Mais conhecido como Charcot (ou Dr. 
Charcot), esse médico realizou diversas investigações sobre a histeria e sobre o tratamento dos 
sintomas por meio do método hipnótico. 
 
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O caso de Anna O. 
 Em tal caso, especificamente, a paciente possuía um conjunto de sintomas: 
• Paralisia com contrações musculares 
• Inibições 
• Dificuldade de pensamento 
 Entretanto, em seu estado de vigília, a paciente não conseguia se lembrar da 
origem desses sintomas. 
 Já no estado hipnótico, porém, ela relatava a origem deles e o conteúdo 
reprimido era expressado; tudo começara com a doença e morte de seu pai. Durante 
o período da enfermidade dele, no qual ela era responsável por todos os cuidados, às 
vezes, pensamentos para que ele morresse vinham em sua mente, pois os cuidados 
eram um fardo difícil de sustentar. Esses pensamentos foram reprimidos e 
transformados em sintoma. 
 Entretanto, em seu estado de vigília, a paciente não conseguia se lembrar da 
origem desses sintomas. 
 Já no estado hipnótico, porém, ela relatava a origem deles e o conteúdo 
reprimido era expressado; tudo começara com a doença e morte de seu pai. Durante 
o período da enfermidade dele, no qual ela era responsável por todos os cuidados, às 
vezes, pensamentos para que ele morresse vinham em sua mente, pois os cuidados 
eram um fardo difícil de sustentar. Esses pensamentos foram reprimidos e 
transformados em sintoma. 
 
O caso Emmy Von N. e a associação livre 
 O caso Emmy é um interessante episódio na história da Psicanálise. A paciente 
se recusava a comer e beber nem que fosse água mineral, evocando dores gástricas. 
Sendo forçada a se alimentar, ela acabava rejeitando a hipnose. Sendo forçada a se 
alimentar, ela acabava rejeitando a hipnose. Tendo desistindo de hipnotiza-la, Freud 
anunciou que daria 24 horas para que ela se convencesse de que suas dores decorriam 
apenas dos seus temores. 
 Emmy diz sim à interpretação freudiana, confirmando o seu valor 
de verdade (no sentido quase lógico), mas no seu assentimento é como se ela se 
colocasse à margem de si mesma. 
 Em um segundo momento (ASSOUN, 1993), tendo Freud perguntado de 
quando datavam os sintomas gástricos, Emmy respondeu que não sabia. Freud tentou 
novamente a estratégia da intimidação e deu até o dia seguinte para ela responder. 
 Foi nesse momento que Emmy, em um tom ríspido, respondeu que ele não 
deveria ficar perguntando de onde provinha isso ou aquilo, mas sim que a deixasse 
falar ou contar o que tinha a dizer. 
 Essa réplica de Emmy permitiu que Freud elaborasse a regra de ouro da 
psicanálise, ou seja: a associação livre. O analista, consequentemente, deve servir de 
quadro em branco para que o analisando possa pintar o setting como bem entender, 
falando sobre o que lhe vem à mente e sem o risco das repressões que ocorrem na 
vida em sociedade. 
 
As fases do desenvolvimento e a evolução da libido 
 
 Outra concepção importante posta à tona por Freud foi a descrição dos 
estágios da evolução da libido. A formação clássica das fases do desenvolvimento 
psicossexual (oral, anal, fálica, latência e genital) causou revolta na comunidade 
científica, que se mostrou inflexível e incapaz de associar que as pulsões humanas 
existem desde a mais tenra infância.Freud usava uma analogia do mito de Édipo-Rei, para explicar a relação 
forçada de renúncia da criança ao seu objeto de desejo, os pais. Com essa ocorrência, 
a criança passa a deixar tal lado pulsional em segundo plano e a pertencer aos 
parâmetros da ordem social. A publicação, em 1913, de Totem e Tabu mostrou que 
o conceito de horror ao incesto influencia o inconsciente do indivíduo por toda sua 
vida. Podemos considerar, assim, a adequação ao parâmetro social como um forte 
exemplo de repressão que acaba por marcar o psíquico do indivíduo até mesmo 
décadas depois, quando este já é adulto. 
 A Antropologia também trata de seus estudos em relação à moral sexual, o 
tabu e o desejo pelo amor dos progenitores. Freud analisa diversas sociedades e como 
a lei moral do horror ao incesto está presente em todas as civilizações, mesmo que a 
barreira nem sempre inclua o triângulo sujeito-mãe-pai, podendo ser transferida para 
sujeito-primo e afins. Em sequência, Freud diz que até mesmo algumas sociedades 
mais instintivas, que nunca conheceram os valores morais do Ocidente, fazem jus à 
sua teoria – como alguns povos da Oceania e da África, por exemplo. 
 Podemos concluir que a entrada do indivíduo em uma cultura pressupõe 
renúncias impactantes; porém, é o que permite a vida em sociedade e a própria 
existência de uma sociedade humana. 
 
Estádio Idade Zona Erógena Conflito 
Oral 0 -18 meses Boca Desmame 
Anal 18 meses – 
3 anos 
Ânus Controle da defecção 
Fálico 3 anos – 6 
anos 
Órgãos genitais Complexo de Édipo 
Letência 6 anos – 
11anos 
Centra-se no mundo físico e social e 
não no corpo 
A interação com o 
mundo que o cerca e 
aprendizado com as 
frustações 
Genital Após a 
puberdade 
Órgãos genitais Preocupação com 
o bem-estar sexual 
 
As duas Tópicas Freudianas 
 Tópica é um termo derivado do grego topos (lugar). Freud utilizou o termo 
para definir o aparelho psíquico em duas etapas essenciais de sua elaboração teórica. 
Confira abaixo: 
Primeira Tópica 
 Na primeira concepção tópica, chamada de primeira tópica freudiana (1900-
1920), Freud distingui o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. 
Inconsciente 
 
Para Freud, o inconsciente é constituído por conteúdos recalcados aos quais foi 
recusado o acesso aos sistemas pré-consciente e consciente. É indissoluvelmente uma 
noção tópica e dinâmica que brotou da experiência do tratamento. Este mostrou que 
o psiquismo não é redutível ao consciente e que certos conteúdos só se tornam 
acessíveis à consciência depois de superadas certas resistências. O que Freud percebeu 
(LAPLANCHE; PONTALIS, 1983) é que a vida psíquica estava cheia de 
pensamentos eficientes, embora inconscientes, e que era destes que emanavam 
os sintomas. 
 
Pré-Consciente 
 
Em A Interpretação dos Sonhos (LAPLANCHE; PONTALIS, 1983), Freud 
nomeia de pré-consciente o sistema que está entre o inconsciente e a consciência, 
separado pela censura que procura barrar aos conteúdos inconscientes o caminho 
para o pré-consciente. Há uma segunda censura que deforma menos do que seleciona 
os conteúdos que chegam à consciência. A função do pré-consciente é evitar que 
preocupações perturbadoras cheguem à consciência. 
 
Consciente 
 
Para Freud, a consciência é um dado da experiência individual que se oferece à 
intuição imediata. A consciência fornece para a psicanálise não mais do que uma 
versão lacunar dos nossos processos psíquicos, pois são na maioria inconscientes. 
 
Segunda Tópica 
Já na segunda tópica (1920-1939), Freud fez intervir três instâncias ou três 
lugares: id (isso), ego (eu) e superego (supereu). 
 
ID (Isso) 
 
 A expressão Es (id) Freud foi buscar em Nietzsche e Groddeck, e passou a ocupar um 
lugar equivalente ao sistema inconsciente na primeira tópica. A principal diferença é que na 
segunda tópica, o ego e suas operações defensivas são inconscientes, sendo o id o que abrange os 
conteúdos precedentes abrangidos pelo inconsciente, mas não o conjunto do psiquismo 
inconsciente. 
 
Superego (Supereu) 
 
 O termo Über-Ich (superego) põe em evidência uma instância que se separou do ego e 
parece dominá-lo. É uma parte do ego que se opõe a ele e o julga de maneira crítica. Essa noção 
(LAPLANCHE; PONTALIS, 1983) aparece na segunda tópica como uma instância que encarna 
uma lei e proíbe a sua transgressão. 
 
Ego (Eu) 
 
 O ego representa o polo defensivo da personalidade no conflito neurótico; ele expõe 
mecanismos de defesa motivados pela percepção de afetos desagradáveis (sinais de angústia). Do 
ponto de vista da economia da libido, o ego surge como um fator de ligação dos processos 
psíquicos. 
 Para a teoria psicanalítica, o ego aparece de duas maneiras diferentes: como aparelho que 
surge do contato do id com a realidade externa e como produto de identificações na formação, no 
âmago da pessoa, como objeto de amor investido pelo id. É o que percebemos no quadro a seguir: 
 
Id Ego Superego 
Pulsional Formado a partir do Id Herdeiro do 
complexo de Édipo 
Regido pelo 
principio do 
prazer 
Regido pelo princípio da realidade Regido pelo 
princípio do dever 
Amaral Moral, pragmático Hipermoral 
 
 
 
 
 
 
 
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 Em 1907, Jung visitou Sigmund Freud em Viena e a aliança entre os dois 
começou incluindo uma viagem aos Estados Unidos em 1909 para levar a Psicanálise 
às Américas e para fundar a Associação Psicanalítica Internacional, da qual Jung foi 
presidente. Entretanto, após diversos anos de parceria, a colaboração de ambos 
começou a romper por divergências extremas quanto ao caráter da libido: 
 
Freud ligava a libido à sexualidade humana 
 
Jung enxergava na libido a energia corpóreo como um todo 
 
 A ruptura definitiva entre os dois ocorreu em 1912, quando Jung publicou seus 
livros Psicologia do Inconsciente e Transformações e Símbolos da Libido. Com essa dissidência, 
Jung criou sua própria abordagem: a Psicologia Analítica. 
 Vamos conhecer alguns dos principais conceitos dessa teoria. Para Jung, uma concepção 
plena da personalidade humana fornece respostas para três séries de questões: 
 
Questões estrutural: 
Quais os constituintes que compõem a estrutura da personalidade e de que modos 
esses componentes interagem uns com os outros? 
Questões dinâmica: 
Quais as fontes de energia que ativam a personalidade e de que modo essa energia se 
distribui pelos diversos componentes? 
Questões desenvolvimentista: 
Como se origina a personalidade e que mudança nela ocorrem ao longo da existência 
do indivíduo? 
 
 
 
 
Carl Gustav Jung (1875-1961) foi um psiquiatra e terapeuta suíço, inicialmente 
conhecido como o mais promissor discípulo de Freud e a quem o Pai da 
Psicanálise desejava deixar seu legado em mãos. 
Personalidade e sua estrutura na Psicologia Analítica 
 
A psique 
 De acordo com Jung, a Psicologia não é Biologia nem Fisiologia, mas um 
conhecimento da psique. A psique é a personalidade como um todo; e, como um 
todo, é composta de sistemas e níveis interatuantes. São eles: a consciência, 
o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. Veja abaixo cada um deles: 
 A consciência aparece cedo na vida e cresce diariamente por força da aplicação 
das quatro funções mentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição. Fora essas 
quatro funções, existem as atitudes que orientam a mente consciente em relação ao 
mundo externo ou interno: atitude extrovertida e atitude introvertida. Existe também 
o processo por meio do qual o indivíduo busca conhecer tão completamente quanto 
possível a si mesmo. Jung denomina esse processo de individuação. 
 
Quando falamos em individualização, é importante destacar o ego. Veja abaixo: 
 
É denominado de ego a organização da mente consciente composta de percepções 
conscientes, recordações, pensamentos e sentimentos. O ego é seletivo e filtra as 
experiências que temos: a maioria não setorna consciente. 
O ego fornece identidade de continuidade em vista de seleção e de eliminação do 
material psíquico. Nesse sentido, a individuação e o ego estão intimamente 
interligados. Fora isso, pelo caráter seletivo do ego, lembranças e percepções que 
provoquem angústia estão sujeitas a não se tornar conscientes. 
 
Inconsciente pessoal 
 Nada do que foi experimentado desaparece da psique; fica armazenado no que 
Jung denominou de inconsciente pessoal. Um nível da psique contíguo ao ego. Nesse 
receptáculo, ficam todas as atividades ou conteúdos que não se harmonizam com a 
individuação ou função consciente. Os conteúdos do inconsciente pessoal têm fácil 
acesso à consciência, quando surge tal necessidade. 
 Sobre inconsciente pessoal, é importante entender sobre complexos. Confira: 
 
Jung denominou de complexos a reunião dos conteúdos para formar um aglomerado 
ou constelação. Ele chegou à primeira comprovação da existência dos complexos com 
o teste de associação das palavras. Eles formam quase uma personalidade separadana 
personalidade total; são autônomos e possuem uma força propulsora própria. Certos 
complexos podem ser compreendidos em um jargão atual como manias. A maioria 
dos complexos tem a ver de modo acentuado com a condição neurótica do paciente. 
Influenciado por Freud, Jung considerava que os complexos têm origem nas 
experiências traumáticas da primeira infância. 
 
Inconsciente coletivo 
 
 O conceito de inconsciente coletivo foi a parte da pesquisa de Jung que mais 
o projetou no mundo científico. Desde 1860, a Psicologia científica havia surgido 
como disciplina independente da Filosofia e da Fisiologia e os estudos sobre o 
inconsciente, em Psicologia, já haviam sido iniciados por Freud na década de 1890. 
A consciência e o inconsciente eram tidos como originados da experiência. Por 
outro lado, Jung, rompendo com os determinismos relativos à mente demostrou 
que a evolução e a hereditariedade dão linhas de ação para a psique. Nesse sentido, 
a descoberta do inconsciente coletivo foi um marco decisivo para a história da 
Psicologia. Para Jung, a psique deve ser pensada dentro do processo evolutivo: a 
mente do homem é prefigurada pela evolução da espécie. 
 Por isso, nos últimos 40 anos, Jung se dedicou ao estudo dos arquétipos, 
escrevendo sobre eles. Veja: 
 
Arquétipos 
 Existem tantos arquétipos quanto situações típicas na vida. Uma repetição 
infinita gravou essas experiências em nossa constituição psíquica, não sob a forma de 
imagens saturadas de conteúdos, mas somente como formas sem conteúdo. Alguns 
arquétipos têm enorme importância na formação de nossa personalidade e de nosso 
comportamento, são eles: persona, sombra anima e animus, e o self. Os arquétipos 
são universais; todos herdamos as imagens arquetípicas básicas. 
 
Persona 
 
Refere-se ao que é esperado socialmente do indivíduo e como este deseja ser visto 
pelo outro. É a máscara social utilizada em público para impor uma imagem agradável 
de nós mesmos. Ainda que o sujeito diga que não possui nenhuma máscara ou 
persona, somos obrigados a adotá-las nas diferentes esferas da vida, seja na vida 
profissional ou até mesmo familiar, representando diferentes papéis. O resultado de 
uma persona inflada é a sobreposição de uma vida pautada no parecer em vez de ser. 
 
Sombra 
 
É o arquétipo que se desenvolve em oposição à persona, nós o escondemos em relação 
aos outros, mas também a nós mesmo. É também tudo que se encontra no 
inconsciente, manifestando-se, muitas vezes, de forma instintiva e emocional, no qual 
atribuímos ao outro nossos defeitos como mecanismo de defesa para, assim, não 
encarar as falhas que residem em nossa sombra. 
 
 
 
Anima/Animus 
 
Para Jung, temos uma minoria de características do sexo oposto que habita nosso 
psiquismo, mesmo que seja na forma de um ideal ao qual desejamos. Ou seja: em 
toda mulher há a imagem de um homem ideal e em todo homem há a imagem de 
uma mulher ideal. Tais arquétipos vão se reproduzindo ao longo da vida em 
diferentes objetos e mutas vezes podem ser fonte de decepção, tendo em vista que 
são meras projeções e não necessariamente a realidade concreta. 
 
Self 
 
É o principal arquétipo descrito pelo teórico; é o símbolo da ordem. Segundo Jung, 
o self é a soma de tudo que somos agora, de tudo que já fomos e de tudo que 
poderemos ser. É o ponto de nossa personalidade da direção da autorrealização e da 
totalidade. Ao sermos honestos conosco e ao propor a mudar nossas realidades, o 
ego pode encontra a força interior necessária para se unir ao self e consequentemente 
atingir a consciência plena de tudo aquilo que estava nas sombras. 
 
Dinâmica da personalidade 
 
Na abordagem analítica, a personalidade (tratado por Jung como psique) é como um 
sistema unitário em si mesmo, relativamente fechado, com uma energia mais ou 
menos autocomandada, distinta de qualquer outro sistema de energia. 
 
 
 
 
 Consiste em vários sistemas isolados, mas que atuam uns sobre os outros de 
forma dinâmica. Enquanto afetado por energias externas e internas, o sistema 
psíquico se mantém em estado de mudança contínua e nunca pode atingir um estado 
perfeito de equilíbrio; apenas lhe é dado uma estabilidade relativa. Quanto aos 
estímulos recebidos, o que importa são os resultados que podem provocar. 
 
Energia psíquica 
 
 A energia graças a qual se efetiva o trabalho da personalidade é chamada de 
energia psíquica. Jung também a denominou de libido, mas não reduz a libido à 
energia sexual. 
 São as experiências consumidas pelo indivíduo que se transformam em energia 
psíquica. 
A psique abrange todos os pensamentos, sentimento e comportamentos, tanto os 
conscientes como os inconscientes, o que possibilita a adaptação do sujeito ao 
ambiente social e físico. 
 Jung considerava impossível estabelecer uma equivalência precisa entre energia 
física e energia psíquica, mas acreditava em uma espécie de ação recíproca entre esses 
dois sistemas. 
 
 
“A expressão energia psíquica vem sendo usada já desde muito tempo. A 
diferenciação entre energia e força é conceitualmente necessária, pois a energia é, 
propriamente falando, um conceito que não existe objetivamente no fenômeno como 
tal, mas se acha presente no fundamento da experiência específica. Em outras palavras: 
na experiência, a energia é sempre específica, manifestada no momento como 
movimento e força; virtualmente é situação, é condição. Quando em ato, a energia 
psíquica se manifesta nos fenômenos dinâmicos da alma, tais como as tendências, os 
desvios, o querer, os afetos, a atuação, a produção de trabalho etc. (que são justamente 
forças psíquicas).” Jung 
 
Valores psíquicos 
 
 O valor é uma medida da quantidade de energia consagrada a um elemento 
psíquico particular, ou seja, são avaliações de quantidade energética (energia 
psíquica). Como exemplo, podemos citar a beleza e o poder, enquanto elementos 
psíquicos. Determinada pessoa pode atribuir alto (ou baixo) valor em relação a esses 
elementos, sendo possível comparar nossos valores psíquicos com os outros. 
Importante destacar que, como elemento na dinâmica da personalidade, envolve tanto 
aspectos conscientes quanto inconscientes. 
 A psicodinâmica diz respeito ao estudo da distribuição da energia pelas 
estruturas da psique e à transferência da energia de uma estrutura para outra. Em 
termos junguianos, a psicodinâmica vale-se de dois princípios extraídos da Física: o 
princípio de equivalência e o princípio de entropia. 
 
Princípio de equivalência 
 De acordo com o princípio de equivalência, não há perda de energia na psique. 
Segundo a primeira lei da termodinâmica, ou lei da conservação de energia, Jung 
afirma que se uma quantidade de energia desaparecer de um determinado elemento 
psíquico, igual quantidade de energia aparecerá em outro elemento psíquico. 
Princípio de entropia 
De acordo com Jung, o princípio deequivalência descreve o intercâmbio de energia 
no interior de um sistema, mas não explica a direção em que a energia flui. Na Física, 
a direção para qual a energia flui é explicada pela segunda lei da termodinâmica, ou 
princípio de entropia. Em termos da psique, a distribuição da energia visa a obtenção 
de equilíbrio em todas as estruturas. 
Desenvolvimento da personalidade 
Tendo como alicerce a sua vasta experiência clínica, Jung apresentou conceitos 
básicos referentes ao desenvolvimento da personalidade. Vejamos um pouco sobre 
isso: 
Individuação 
 No início da vida, o indivíduo começa em um estado de totalidade 
indiferenciada. O desenvolvimento conduz a uma personalidade diferenciada, 
unificada e equilibrada, embora essas metas raramente sejam atingidas por completo. 
De qualquer modo, a meta é sempre atingir maior individuação que se diferencie dos 
outros e se diferencie dentro de si mesmo, indo de uma estrutura mais simples em 
direção a uma estrutura cada vez mais complexa. Plenamente individualizado, o ego 
passa a captar de modo mais tênue e mais profundo o significado dos fenômenos 
objetivos. 
Transcendência e integração 
 A integração da personalidade é um dos temas dominantes na Psicologia 
Junguiana. A integração é a individuação de todos os aspectos da personalidade. 
Porém, não pode ser pensada sem levarmos em consideração a função transcendente. 
Esta é dotada da capacidade de unir todas as tendências contrárias da personalidade 
e de trabalhar para que se atinja a meta da totalidade. Sendo assim, a função 
transcendente é um instrumento da realização da unidade ou arquétipo do self. Ela é 
a produção e desdobramento da totalidade potencial original. 
Karen Horney 
 Karen Horney (1885-1952) foi uma psicanalista prussiana que questionou 
diversas das perspectivas tradicionais freudianas. Inicialmente, Horney e suas ideias 
se alinhavam à perspectiva psicanalista ortodoxa; entretanto, a teórica levava em 
consideração os fatores sociais, que considerava tão importantes quanto as 
experiências infantis. 
 Segundo Karen, a Psicanálise deveria ir além das fases do desenvolvimento e 
considerar as influências culturais na formação da personalidade. Em sua teoria, o ser 
humano não é orientado apenas pelo princípio do prazer, mas também por dois 
outros princípios: a segurança e a satisfação. 
 Para ela, as neuroses resultam das tentativas de nos encontrar em meio à 
sociedade. E a soma de todas as primeiras experiências do ser humano faz emergir 
sua personalidade. No início da vida, portanto, todos temos potenciais, mas 
precisamos de um ambiente adequado para desenvolvê-los. A base primária do 
desenvolvimento pode ser saudável ou neurótica, depende da influência cultural e 
ambiental. 
 
“Uma mudança de ênfase teve lugar no conceito psicanalítico de neurose. 
Originalmente, o interesse centralizava-se no quadro sintomático dramático, 
atualmente dá-se conta cada vez mais de que a real fonte dessas desordens psíquicas 
repousa em distúrbios do caráter [...]. Às mentes abertas à importância de implicações 
culturais, elas apontam para a questão sobre “se” e “em que medida” as neuroses são 
moldadas por processos culturais, essencialmente da mesma maneira que a formação 
do caráter “normal” é determinada por essas influências. E, caso isso seja verdadeiro, 
o quanto tal conceito necessitaria de certas modificações na visão freudiana sobre a 
relação entre cultura e neurose.” 
 Horney 
 Sendo assim, caso não se tenha tal ambiente de potencialidades, as influências 
adversas e externas podem admitir neuroses. 
 
 Duas das mais primitivas dessas influências são a inabilidade e a má 
vontade dos pais de oferecer amor às crianças, por causa de suas próprias neuroses. 
Um ambiente com pais autoritários, negligentes, superprotetores e afins, faz com que 
os filhos desenvolvam um sentimento de hostilidade básica. Entretanto, tal 
hostilidade não é expressa pela raiva, mas sim pela repressão de seus sentimentos, 
levando em consideração uma insegurança que se manifesta ao longo da vida. 
 
Uma psicanálise feminista 
 
 Outro aspecto importante de sua carreira, é que por vezes ela é incluída como 
parte de um movimento neopsicanalítico, que questiona a importância que Freud 
atribui ao pênis e discorda sobre as diferenças entre o sexo biológico da forma como 
Sigmund propôs. 
 A partir de uma perspectiva da Psicologia feminista, a autora enfatiza que as 
diferenças entre homens e mulheres são culturais e não meramente biológicas. 
 Na contramão do enaltecimento fálico, Horney afirma que os homens, com a 
incapacidade de engravidar e dar à luz, tentam, como forma de compensação, se voltar 
para avanços em trabalhos externos. 
 Na obra Gender and Envy (Gênero e Inveja), da autora Nancy Burke, Horney 
fala sobre a obviedade do enaltecimento fálico que ocorre no meio psicanalítico, 
dizendo que isso se deve à sua criação ter sido feita por um homem. Pois, mesmo que 
Sigmund Freud fosse um gênio, ele ainda assim continuava sendo homem; e seu 
trabalho foi perpetuado, na época, majoritariamente por outros homens, detentores 
da erudição. 
 
 
Alfred Adler 
 
 Adler, psicanalista austríaco, fez parte do primeiro círculo psicanalítico da 
história, tendo sido convidado pelo próprio Freud para fazer parte, mesmo sendo 14 
anos mais jovem do que o Pai da Psicanálise. Tais reuniões começaram em 1902 e 
serviram posteriormente para delinear todas as diversas sociedades psicanalíticas que 
surgiriam ao redor do mundo. 
 No entanto, em 1911, o teórico deixou a Sociedade Psicanalítica Vienense 
por divergências sobre concepções teóricas; Adler não aceitava a importância do papel 
do recalque e da libido no funcionamento psíquico. Sua ruptura com Freud não 
ocorreu de maneira amigável, sobretudo, por Adler acrescentar novas ideias ao meio 
psicanalítico e criar sua própria teoria, chamada Psicologia Individual. Tal separação 
foi a primeira cisão importante do movimento psicanalítico; fundou um grupo 
chamado Sociedade para a Pesquisa Psicanalítica Livre. 
 Sua teoria conciliava a influência do ambiente social com o consciente. Um 
dos pilares de sua pesquisa era sobre autoestima e como está se desenvolve perante o 
mundo. 
 
 
 
 
 Segundo o autor, crianças sempre se sentem inferiores por estarem rodeadas 
de pessoas mais fortes e que obtêm poder sobre elas. Esse sentimento pode 
acompanhar o sujeito pelo resto da vida. 
 Como estudo de caso, Adler utilizou a história de Theodore Roosevelt, que 
era um jovem acanhado e doente até a adolescência e que, depois, passando por 
intensas transformações, chegou a ser o presidente mais jovem dos Estados Unidos, 
em 1901. 
O self criativo e a psicoterapia 
 Adler desenvolve o conceito de poder criativo do self. O teórico austríaco 
propôs que, apesar da hereditariedade e da experiência, o ser humano faz sua própria 
personalidade lapidando o material bruto que lhe foi dado biologicamente e 
ambientalmente, em um processo de criação de si. 
 
 
 
 
 
 Por fim, um aspecto revolucionário do método de Adler é que a relação entre 
terapeuta e paciente passou a ser igualitária, face a face e empática. Esse fator 
influenciou uma série de teóricos, como por exemplo Karen Horney, Abraham 
Maslow, Carl Rogers e muitos outros. 
 
Para ele, sentir-se inferior é uma experiência humana universal, pois relaciona-se 
com a infância. 
Tal criação ocorre dentro e fora do setting terapêutico, onde o terapeuta, deve 
conduzir o paciente a perceber seu estilo de vida e a orientá-lo e reeduca-lo para 
uma melhor situação na vida real, sem conflitar dolorosamente qualquer aspecto 
inconsciente. 
Gestalt 
IMAGENS GESTÁLTICAS 
 Você já deve ter se deparado com imagens que desafiam nossapercepção. 
Neste módulo, vamos compreender as diferentes percepções com as quais a nossa 
mente é capaz de lidar. 
 Para entender melhor, confira as imagens abaixo. 
 
 
Vaso de Rubin é um dos mais conhecidos exemplos de 
Gestalt. Nele, pode-se ver tanto uma taça quanto dois rostos 
de perfil se encarando. 
 
 
 
 
 
Cubo de Necker demonstra as diferentes formas com as 
quais tais linhas formam um cubo, tanto com proeminência 
para o lado esquerdo e abaixo quanto para o direito e acima. 
 
 
 
 
 
 
Elefante da Gestalt nesta ilustração, é possível ver o elefante 
formando por cabeças humanas. 
 
 
 
 
Gestaltismo 
 
 O conceito de Gestalt surgiu como uma reação Associacionismo. Para 
compreender melhor, entretanto, é importante que antes saibamos o significado do 
termo. A famosa frase que define os gestálticos é: 
 
O todo é mais que a soma das partes 
 
 
 
 
 Gestalt é um termo alemão que não tem uma exata tradução em português. O 
correspondente mais próximo em nossa língua seria forma ou configuração. Essa 
teoria defende que as experiências devem ser consideradas mais em sua totalidade do 
que em acontecimentos separados. A Gestalt-Terapia, entretanto, é diferente da 
Gestalt. Veja: 
 
 
 
 
 
 
 
 Surgida na sociedade alemã e tendo Fritz Perls como principal teórico, a 
Gestalt-terapia tem como foco o aqui e agora, sobrepondo-se a abordagens que 
focavam no passado e destacando a responsabilidade de si mesmo na atual experiência 
individual. É um modo de psicoterapia que não se concentra na doença, mas em gerar 
mais saúde mental a partir das potencialidades que todo indivíduo possui. Tem 
grande diálogo com teorias humanistas, que exploram as potências individuais como 
o meio de atingir a autorrealização. Além disso, a abordagem foca no conceito de 
percepção como chave para a compreensão da atual experiência individual. 
 Outro dos principais conceitos dessa abordagem é o de insight, ou seja: o 
indivíduo obtém uma reestruturação súbita em seu campo perceptual e, a partir disso, 
pode se compreender melhor e, consequentemente, mudar o que não se encontra em 
ressonância com o resto de sua vida. É a apreensão verdadeira de uma coisa, livre dos 
conteúdos que podem deturpar as percepções do ser sobre as coisas em sua volta e 
sobre si mesmo. 
A percepção e a boa forma 
 Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais eram os processos psicológicos 
envolvidos na percepção. Ou, como cada sujeito tem uma forma diferente de perceber a realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
“Nem o paciente nem o terapeuta estão limitados pelo que o paciente diz e pensa: 
ambos podem agora levar em consideração o que ele faz. O que ele faz fornece 
indícios para o que pensa, assim como o que ele pensa fornece indícios para o que 
faz ou gostaria de fazer. Ele próprio saberá o que significa seus atos, suas fantasias, 
suas representações, se nos limitarmos a chamar sua atenção. Ele mesmo fornecerá 
suas próprias interpretações.” 
 Perls 
 
Gestalt Terapia 
Utiliza as artes como recurso 
terapêutico. 
Gestalt 
Utilizado em diversas áreas 
como as artes visuais. 
A percepção, portanto, é o ponto da partida e um dos temas centrais dessa teoria. 
Isso fez com que houvesse um embate com o movimento comportamentalista, 
pois para a Gestalt existe um processo entre o estímulo e a resposta do indivíduo. 
Esse processo é a própria percepção, que se mostra única para cada ser humano. 
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 Outro fator importante do movimento gestáltico é a concepção de pregnância 
das formas (ou lei da boa forma). Tal aspecto diz que sempre enxergamos a 
composição visual geral das coisas antes de nos aprofundarmos nos detalhes. O ser 
humano, em sua busca por autorrealização, está sempre procurando encontrar a boa 
forma em seu psiquismo e trajetória pessoal; esse é um dos motivos que nos mantém 
em uma incessante busca por nós mesmos. 
 Usando como analogia um exemplo de obras de arte, quando observamos 
inicialmente um quadro, não vemos linhas, pontos ou pinceladas isoladas, mas um 
conjunto completo. E é disso que se trata a experiência gestáltica. 
 
Para entender melhor esse 
método terapêutico ao qual 
chamamos de Gestalt-Terapia, é 
necessário conhecer suas origens 
filosóficas. Discorreremos a 
seguir sobre todo o contexto 
que mesclou a Filosofia 
gestáltica com a Psicologia. 
 
 
 
 
As origens filosóficas 
 
 Tendo uma origem que remete de forma contrária aos estudos de Hume, no 
século XVIII, o Associacionismo pretendia encontrar “elementos constituintes”. 
Uma conduta, por exemplo, pode ser considerada como composta por elementos 
existentes em si mesmos que se associam, formando os conjuntos aditivos que 
caracterizam a experiência. 
 O confronto com esse modo de pensar teve início com o filósofo Locke, mas 
em 1890, com Ehrenfels, com um trabalho sobre a qualidade das formas 
(Gestaltqualitäten), ganhou uma nova configuração. Com esse trabalho, Ehrenfels 
pretendia mostrar que existem características da experiência que não podem ser 
explicadas pelas propriedades das sensações consideradas como elementos 
constituintes. 
 O que Ehrenfels procura mostrar (GARCIA-ROZA, 1974) é que tanto o 
ponto de vista fisiológico quanto o ponto de vista psicológico não podem ser 
explicados pela associação dos elementos constituintes. 
 
Exemplo: 
 
Uma melodia pode ser transposta para outro tom e tocada por outro instrumento e 
contínua sendo a mesma melodia. 
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 A conclusão a partir de Ehrenfels é que as melodias são formas. Isso serviu de 
base para os estudos de Wertheimer, Köhler e Koffka. Estava nascendo a Psicologia 
da forma, ou Gestalt. 
 A questão de Köhler e Koffka, em termos de estrutura, é que existem no 
mundo físico “todos” cujas propriedades não ocorrem por adição, por soma de suas 
partes. Para eles, existem diferentes formas de subordinação parte/todo. Entretanto, 
é importante mencionar que o gestaltismo não pretende de modo algum que toda 
realidade seja gestáltica. 
 
 
 
 Uma possível resposta (GARCIA-ROZA, 1974) considera a estrutura ou a 
forma não como parte da realidade empírica, mas como modelo construído em 
relação a ela. No caso do gestaltismo, a estrutura é uma característica da própria 
realidade. Uma outra possiblidade de estruturalismo afirma que para o 
estruturalismo a estrutura é um modelo como um sistema de diferenças que pode 
ser transposto de fenômeno para fenômeno. 
 Os exemplos da Gestalt como estrutura são retirados da realidade física: 
 
 
 
 
 
 
 Na perspectiva de Köhler, se o mundo físico apresenta características 
gestálticas, não há por que não as encontrar nos fenômenos fisiológicos. O autor, ao 
recusar o método introspectivo em Psicologia, mantém um contato com o 
comportamentismo, mas a sua Gestalttheorie (Teoria da Forma) apresenta aspectos 
muito específicos. 
 Para ele (BONOMI, 1974), a constituição do objeto parte da modalidade 
perceptiva “construída”. Em outras palavras, a Psicologia da Gestalt abandona a ideia 
do dado sensorial elementar, comum ao Associacionismo, e procura dar conta da 
“estrutura do campo”. 
 A organização do conjunto perceptivo é o dado primário para Köhler. A essa 
interpendência funcional das sensações, ele nomeará de Togetherness (união) dos 
estímulos. Nessas configurações globais, o problema central será o sentido (Sinn) 
inerente à experiência perceptiva. 
 O que caracteriza a Gestalt (BONOMI, 1974) é a “consideração imanente” 
do campo perceptivo como a determinação de uma estrutura que atua na percepção. 
Para a Gestalt, o campo sensorial não é um mosaico de estímulos, mas organizado 
desde o início, originalmente estruturado. O que Köhler considera como imanente 
são asformações perceptivas, tais como ocorrem na experiência concreta, por isso, 
não importa a decomposição analítica em “dados”. 
Mas qual a diferença a Gestalt, enquanto estrutura, e a ideia de estrutura para o 
pensamento estruturalista? 
Em um condutor de carga elétrica homogêneo, se exercemos uma modificação 
em uma das partes haverá uma alteração na totalidade dos pontos de 
distribuição. Assim é a base da terapia da Gestalt: se modificarmos um ponto 
específico, podemos, a partir deste, mudar o todo. 
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 Quanto à constituição do objeto, 
a Gestalt, por sua irredutibilidade à 
localização, tratará de conjuntos e 
subconjuntos a partir da ideia 
de figura e fundo. Apoiado na 
fenomenologia e se distanciando dela, 
Köhler propõe uma homologia entre as 
organizações do mundo perceptivo e os 
processos nervosos que o subentendem. 
 
Ao pensar os aspectos fisiológicos, 
Köhler abandona o mecanicismo, e 
procura pensar a autorregulação 
dinâmica própria de um “fisicalismo 
autêntico”. Logo, a proposta da Gestalt 
obedece a suposição de um paralelismo psicofísico. Para Köhler, o caminho da 
Psicologia tem como rumo esses aspectos: o abandono do modelo máquina – ou 
mecânico – e o direcionamento para uma física desapegada de todas as instâncias 
mecanicistas. Mas existem críticas a Köhler, pelo fato de se referir sempre a 
articulações extremamente simples do campo perceptivo. 
 
Kurt Lewin 
 
 Lewin (1890-1947), psicólogo e professor alemão, trabalhou durante dez 
anos com Kohler e Koffka na Universidade de Berlim. Dessa colaboração, o teórico 
alemão originou sua Teoria de Campo, talvez o método mais importante de seu 
legado. 
 Nas palavras do próprio Lewin: o campo deve ser representado tal como ele 
existe para o indivíduo em questão, em determinado momento, e não como ele é em 
si. Para a constituição desse campo, as amizades, os objetivos conscientes e 
inconscientes, os sonhos e os medos são tão essenciais como qualquer ambiente físico 
(GARCIA-ROZA, 1974, p.136). 
 Ou seja, o campo é uma realidade fenomênica, não necessariamente física. 
Transpondo para a fórmula gestáltica, a realidade fenomênica é a maneira particular 
como se interpreta determinada situação e, também, componentes emocionais ligados 
às próprias situações já vividas. 
 O campo psicológico é representado pelas linhas de força, o que atrai a 
percepção e lhe dá significado. As situações, muitas vezes, tendem a ser interpretadas 
pelos seus aspectos fenomenológicos e não pelo o que ocorre de fato. As experiências, 
a todo o momento, podem ganhar novos significados se sobrepostas e fatos 
anteriores. E o comportamento, para sua real compreensão, deve ser visto em sua 
totalidade, não por fragmentos incompletos. 
 
A Psicologia Humanista 
 
 A Psicologia humanista tem seus primórdios datados no final da década de 
1950 e início dos anos 1960. Entretanto, desde a década de 1940 já se pensavam 
novas formas de clinicar. Tal perspectiva filosófico-psicológica surge como uma 
resposta ao domínio que se tinha na Psicologia entre o Comportamentalismo e a 
Psicanálise, consideradas teorias rivais e que repercutiam a lógica estadunidense e a 
europeia, respectivamente. Neste módulo falaremos, além dos aspectos que permeiam 
essa abordagem, sobre dois de seus principais representantes: Carl Rogers e Abraham 
Maslow. 
 
Carl Rogers 
 
 Foi em 11 de dezembro de 1940 que Carl Rogers (1902-1987) deu sua 
famosa conferência e expôs pontos que trilham um caminho para além da lógica 
psicólogo (senhor do suposto saber) e paciente. Sua proposta terapêutica dava mais 
ênfase na situação atual do indivíduo e defendia a tendência à autorrealização que 
toda vida humana tem. 
 A terapia deixava de ser um lugar de tratar doenças e tornava-se um lugar de 
autocompreensão para os indivíduos perceberem os vastos recursos que possuem 
dentro de si para modificação de seus comportamentos e atitudes. Para tal mudança, 
entretanto, era necessário haver um clima facilitador de crescimento para o ser. 
 Sua forma de terapia foi se desenvolvendo cada vez mais ao longo das décadas, 
até ser nomeada como Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Nessa psicoterapia, 
por exemplo, o indivíduo que frequenta não é chamado de “paciente” (assim como 
em outras) mas sim de “cliente”, pois, entende-se que ele está passando por um 
aconselhamento não diretivo para explorar suas potencialidades. 
 Para que a modificação dos autoconceitos ocorra (ROGERS, 1983), deve 
haver três condições para que se crie um clima facilitador de crescimento pessoal: 
 
O primeiro elemento 
 
“Pode ser chamado de autenticidade, sinceridade ou congruência. Quanto mais o 
terapeuta for ele mesmo na relação com o outro e puder remover as barreiras da lógica 
profissional, mais isso significa que ele está vivendo a essência daquele momento. O 
terapeuta se faz transparente para o cliente. E, do mesmo modo, o que cliente vive 
pode se tornar consciente e ser vivido na ralação terapeuta-cliente, e assim 
comunicado se for de seu desejo. Tudo isso demonstra uma correspondência que se 
dá em um nível profundo, influenciando a consciência do cliente.” Roges, 1983, 
p.39). 
 
 
 
 
Aceitação incondicional 
 
“Isto ocorre quando o terapeuta tem uma atitude ‘positiva e aceitadora’ em relação 
ao que quer que o cliente seja naquele momento. Quando a postura terapêutica se 
demonstra dessa forma, a possibilidade de ocorrer uma mudança positiva é maior. 
Nesse aspecto, é importante que o cliente expresse qualquer sentimento que esteja 
sentido: ressentimento, raiva, medo, orgulho, amor etc. O terapeuta deve ter uma 
consideração integral e não condicional pelo cliente” (Rogers, 1983, p.39). 
 
 
Compreensão empática 
 
“Para que isto ocorra e necessário que o terapeuta tenha uma escuta sensível e ativa 
ao que chega até a ele. Quando está em sua melhor forma, o terapeuta pode entrar 
tão profundamente no mundo interno do paciente que se torna capaz de esclarece 
não só o significado daquilo que o cliente está consciente como também do que se 
encontra abaixo do nível de consciência” (Rogers, 1983, p.39). 
 
 Uma das questões mais interessantes na proposta de Rogers é que ela parece 
poder ser aplicada a relações humanas cotidianas – e não necessariamente terapêuticas 
– desde a relação entre as pessoas que convivem muito tempo em um mesmo espaço, 
como uma família, por exemplo; até estruturas mais tecnicamente elaboradas, como 
o Ensino Institucional. 
 
Abraham Maslow 
 Abraham Maslow (1908-1970), também conhecido como o Pai da Psicologia 
Humanista foi, sobretudo, um estudioso e observador aficionado pelo 
comportamento humano. Filho de pais imigrantes judeus, Maslow nasceuno 
Brooklyn e sofreu discriminação durante diversos momentos de sua vida. Isso o fez, 
talvez como uma força motriz, tentar entender o ser humano e devotar-se aos livros 
e às bibliotecas. Inicialmente, estudava Direito, mas posteriormente assumiu sua 
paixão pela Psicologia, até obter seu Ph.D em 1934 e começar a lecionar em 1937. 
 Mesmo Maslow sendo um pesquisador exímio e docente notável, a pouca 
afinidade com tais teorias vigentes tendiam a levá-lo a um isolamento profissional e 
intelectual. Seus artigos, por consequência, não encontravam ressonância para 
publicação na maior parte das revistas técnicas de Psicologia. Entretanto, foi no final 
da década de 1950 que Maslow decidiu fundar sua própria revista de Psicologia 
humanista. 
Afinal, o que seria o Humanismo? 
 
Indo na contramão dos saberes psicanalíticos (que coloca a satisfação das pulsões 
como aspecto central da teoria) e dos comportamentalistas (que procuram satisfazer 
as necessidades fisiológicas do ser humano), o Humanismo trata de descobrir os 
propósitos do indivíduo na busca de sua autorrealização. 
 Em suma, a filosofia humanista se expressa através da fidelidade consigo 
mesmo, para descobrir quem realmentesomos e para, a partir disso, trabalhar nossa 
psique. 
 Para melhor compreensão de como seria a autorrealização humana por essa 
perspectiva, é necessário observar a esquematização criada por Maslow, de uma 
pirâmide de necessidades humanas, também conhecida como Pirâmide de Maslow 
ou Hierarquia de necessidades de Maslow: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O homem criativo não é o homem comum ao qual se acrescentou algo; o homem 
criativo é o homem comum do qual nada se tirou”. 
 Maslow 
 
O Existencialismo é um Humanismo 
 
 Um dos aspectos mais importantes do Humanismo é a aliança dessa teoria à 
Filosofia Existencialista. Terapeuticamente, fez-se a junção das duas linhas teóricas e 
criou-se a Terapia Existencial-Humanista. Tal fato pode ser ilustrado pelo célebre 
livro do autor Jean-Paul Sartre, que, em 1946, publicou a obra O Existencialismo é 
um Humanismo. 
 Taís teorias se complementam em viés psicoterápico devido à forma como 
enxergam a ser humano, sempre digno de se autorrealizar por meio de suas 
possibilidades de liberdade. A clássica frase de Sartre: “O ser humano está condenado 
a ser livre”, dimensiona os aspectos que tal liberdade (sempre atrelada a uma 
responsabilidade de si) trazem ao indivíduo, que se depara com a angústia de ser livre 
perante as possibilidades que o permeiam. 
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 Para Sartre (FERREIRA, 2010, p.79), o homem é o que se faz por si próprio, 
ou seja: o homem nada mais é do que seus atos. O homem primeiro existe e se projeta 
conscientemente no futuro. Consequentemente, outro conceito chave para tal 
abordagem é que “a existência precede a essência”, portanto, quem molda a essência 
de nossas vidas somos nós, fato que se atrela ao conceito de caminhar sempre para a 
autorrealização defendida pelo Humanismo. Somos passíveis de encontrar a nós 
mesmos e só posteriormente de nos definir, pois somos e sempre seremos aquilo que 
fizermos de nós mesmos. 
 É necessário ir um pouco mais fundo nessa afirmação de Sartre e perceber seu 
impacto frente ao pensamento comumente aceito acerca da existência humana. 
 
 “O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente [que a visão teísta 
de mundo]. Afirma que, se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência 
precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer 
conceito: este ser é o homem, ou, como diz Heidegger, a realidade humana. O que 
significa, aqui, dizer que a existência precede a essência? Significa que, em primeira 
instância, o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente 
se define. O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passível de uma 
definição porque, de início, não é nada: só posteriormente será alguma coisa e será 
aquilo que ele fizer de si mesmo. Assim, não existe natureza humana, já que não existe 
um Deus para concebê-la. O homem é tão somente, não apenas como ele se concebe, 
mas também como ele se quer; como ele se concebe após a existência, como ele se 
quer após esse impulso para a existência. O homem nada mais é do que aquilo que 
ele faz de si mesmo: é esse o primeiro princípio do existencialismo.” 
(SARTRE, 1970, p. 10) 
 Assim, para o existencial-humanismo, ao afirmar que existência precede a 
essência, temos uma responsabilidade por nós mesmos e pelo outro, tendo em vista 
que o outro também se afeta de acordo com o que fazemos de nós. 
 Sartre diz que sua doutrina não é desesperadora ou pessimista, mas pelo 
contrário; devemos enxergar o destino em nossas próprias mãos como possibilidades 
e projetos. Além de que, isso nos traz uma exaltação do ser humano tal como no 
Humanismo, em que somos livres para criar um projeto de ser-no-mundo e nos 
reinventar todos os dias. 
 
Responsabilidade, escolha e angústia 
 
 No existencial-humanismo, há também três noções fundamentais: as de 
responsabilidade, escolha e angústia. Esses aspectos se relacionam entre si e são 
indissociáveis. 
“ Escolher algo é, ao mesmo tempo, escolher o valor daquilo que foi escolhido. Por 
isso, a responsabilidade abrange toda a humanidade. Dessa forma, o existencialismo 
humanista afirma que o homem está condicionado a uma persistente angústia. 
Fereira 
 Consequentemente, qualquer ato, por menor que seja, é uma renúncia. A 
responsabilidade mediante as ações humanas – ao fazer jus à lógica sartreana –, 
independe de um Deus ou de uma força superior. E, a respeito de tais escolhas, temos 
a inclusão de um valor moral particular de cada um. 
 Por fim, as ações de um ser humano repercutem em todos e não só a ele 
isoladamente. Como seres sociais, tudo que fazemos é norteado por uma conduta que 
mescla as escolhas, as angústias e as responsabilidades da humanidade. O ser humano 
se compromete com o que quer ser e também com o que quer que seja o seu meio.

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