Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
É uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue, podendo ocorrer divido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina que é produzido no pâncreas pelas células beta (ilhotas de Langherans). A diabetes em cães e gatos podem serem divididas em: Diabetes tipo 1: hipoinsulinemia absoluta dependente de insulina, acomete principalmente cães e possui causa na quando o animal ainda é bem jovem. Diabetes tipo 2 ou juvenil: resistência à insulina e hipoinsulinemia relativa, acomete gatos principalmente, caracterizada pela produção insuficiente de insulina pelo pâncreas ou incapacidade do organismo utilizar a insulina produzida devido à ausência das células beta, aplasia ou hipoplasia de ilhotas pancreáticas. Nos cães a diabetes acomete duas vezes mais as femeas não castradas (intactas) devido a fase de diestro no qual a progesterona tem predomínio e isso gera uma resistência à insulina, sendo comum encontrar animais entre 4 a 14 anos e com maior incidência entre os 7 e 9 anos e quanto mais novo diagnosticado pior o prognostico. Já nos gatos ocorre mais em machos idosos, castrados e obesos devido a falta de afinidade da insulina com a gordura., pode apresentar em qualquer idade ou raça, mas a maioria apresenta com 6 anos ou mais. A etiologia da doença pode possuir diversas origens como: destruição pancreática (40-70%), predisposição genética (modificação genéticas nas células beta), autoimunidade (anticorpos anti-insulina), drogas (glicocorticoides, progestágenos e diuréticos) e resistência insulínica (uremia, Cushing, obesidade, estresse). A diabetes mellitus insulina dependente (DMID – Tipo 1) é a mais comum na rotina sendo hipoinsulinêmica, podendo possuir como origem predisposição genética, doenças e drogas antagonistas da insulina, pancreatite e perda da função das células beta (irreversível e torna-se necessária a terapia com insulina). A hiperlipidemia também é um fator indutor de resistência insulínica periférica, e aceita como um importante fator de risco para pancreatite. A ativação de enzimas pancreáticas dentro dos ácinos (pâncreas exócrino) e sistema dos ductos pancreáticos iniciam a pancreatite, e o envolvimento das ilhotas pode ocorrer por extensão da necrose e inflamação pelos tecidos ao redor. Cerca de 30% dos pacientes diabéticos caninos apresentam pancreatite crônica como causa potencial da DM. A diabete mellitus não insulina dependente (DMNID – Tipo 2) é rara em cães, as células beta mantem um pouco da função secretora da insulina gerando hiperglicemia suave (devido a prejuízo da secreção e resistência da insulina e aceleração na produção de glicose hepatica), cetoacidose incomum, necessidade da insulinoterapia variável, desconhece-se a etiopatogênese da DMNID felina. Os diabéticos são predispostos a @vettstudy.g infecções (cistite, piodermite, pneumonia, pancreatite, prostatite, piometra) particularmente são causadas por estafilococos coagulase + cândida spp., talvez devido a anormalidades na quimiotaxia neutrofílica, fagocitose, morte intracelular e respostas imunes afetadas por células T. Os sinais clínicos clássicos são: poliuria, polidipsia compensatória, polifagia (incapacidade da glicose penetrar nas células cerebrais hipotalâmicas no centro da saciedade, não inibindo o centro da fome ), perda de peso, letargia, hepatomegalia (lipidose hepática/lipólise devido a redução da atividade da lipase lipoproteica), hiperglicemia em jejum e glicosúria. A polidipsia compensatória ocorre pois o centro da sede, localizado no hipotálamo, é ativado quando detecta aumento na osmolaridade do líquido cefalorraquidiano e/ou quando recebe estímulos aferentes dos barorreceptores pulmonares, atriais, aórticos, carotídeos e renais em situações de hipovolemia, desencadeando a procura por líquidos por correção do estado hídrico corporal e levando a polidipsia compensatória à poliuria. Sem insulina, a glicose não penetra nas células do centro da saciedade, localizado no hipotálamo, o que levará à polifagia. A glicosúria, associada à queda do metabolismo da glicose pelos tecidos periféricos, ocasiona perda calórica, levando à perda de peso, que nem sempre está no diagnostico inicial. Apesar da hiperglicemia, a reduzida utilização de glicose (hipoinsulinemia) pelos tecidos periféricos (adiposo, muscular e hepático) leva o organismo a ativar as vias catabólicas, como se estivesse em jejum prolongado. Ocorre, assim, catabolismo de proteínas como fonte de aminoácidos para gliconeogênese que leva a liposes e proteólises intensas, associadas à perda de perda calórica pela glicosúria. A diabetes mellitus pode acarretar alterações oftalmológicas como catarata bilateral, retinopatia, cegueira súbita. A catarata originária do excesso de glicose ocorre pois a as enzimas glicolíticas saturadas sofrem metabolização através do Sorbitol (aldose redutase) que gera frutose (Sorbitol desidrogenase), e a lente ocular é permeável à glicose e não permeável ao Sorbitol e frutose que então gera a ruptura das fibras levando a opacidade do cristalino. O desenvolvimento da catarata ocorre conforme as fibras (camadas simples ou em linhas de células cuboidais) do cristalino recebem energia e oxigênio através do humor aquoso que se sofre alterações na composição perde a transparência. @vettstudy.g Cetose diabética é similar a acidose metabólica e choque, possuindo sintomas de vômitos, diarreia, anorexia, depressão, fraqueza, taquipneia, respiração profunda, odor cetonico (cheiro de cetona), desidratação, colapso, coma e óbito. Os corpos cetonicos são usados para a produção de energia na maior parte dos tecidos corporais e se formam, normalmente, quando, ácidos graxos são liberados do tecido gorduroso e transportados para o fígado. Este, então, produz corpos cetônicos, a partir daqueles ácidos graxos. A produção excessiva de corpos cetônicos pode ocorrer na diabetes mellitus sem controle, e, enquanto as cetonas se acumulam, podem acontecer cetose e, eventualmente acidose. O diagnóstico da diabetes mellitus é realizado através de anamnese, sinais clínicos, hiperglicemia e glicosuria. Na patologia clínica é observado: - Hemograma: normal, leucocitose neutrofílica, policitemia leve. - Perfil bioquímico: hiperglicemia (>200 – 250 mg/dL), hipercolesterolemia, aumento de alanina aminotransferase e de fosfatase alcalina, hiperamilasemia e hiperlipemia (se comprometimento do pâncreas exócrino), imunorreatividade da lipase hepatica. O sangue deve ser coletado no tubo cinza contendo fluoreto de sódio que é utilizado para avaliar a glicemia. - Urinálise: observa densidade, glicosúria, cetonuria, proteinúria (infecções do trato urinário ou glomerulopatia hipertensiva), bacteriúria e hematúria. - Provas especiais: imunorreatividade da lipase, colesterol (lipemia/lipólise) e insulinemia. O diagnostico é realizado com a frutosamina e hemoglobina glicosilada. - Frutosamina: é uma proteína sérica glicada, resultante da ligação da glicose com proteínas séricas circulantes. - Hemoglobina glicosilada: ligação irreversível entre glicose e hemoglobina dos eritrócitos. O tratamento é feito com terapia dietética, insulinoterapia, ovarioisterectomia (fêmeas), cetoacidose (fluidoterapia, reposição de K+, P++ e HCO3), exercícios regulares, interação veterinário – tutor – animal, drogas hipoglicemicas orais (raras). - Drogas hipoglicêmicas orais para DMNID: glisipida (0,25 – 0,5 mg/Kg BID ou TID máximo 5mg para gatos), gliburida, glibenclamida (0,2 mg/Kg SID), clorpropamida, tolazamida, aceto-hexamida e tolbutamina. - Insulinoterapia: pode ser realizada com diferentes tipos de insulina sendo eles: Ultra rápidas Lispro, Aspart e Glulisina Intermediárias NPH Ultralentas ou basais Glargina, Determir e Degludeca Dose para cães: 0,5 – 1,0 UI/Kg SID – BID, podendo iniciarcom doses menores que 0,5 UI/Kg, em especial se usar Determir em cães com menos de 10 Kg usar 0,1 UI/Kg. Curta duração: regular quadros de cetoacidose Intermediária: NPH @vettstudy.g Longa duração/ultralentas: zíncicaprotamina, análogos lentos da insulina – Glargina, Determir e Degludeca. Dose em gatos: 1 a 3 UI (ultralenta): 0,25 – 0,5 UI/Kg (lenta). A insulina deve ser armazenada na gaveta da geladeira com troca de frasco a cada 28 dias, realizando homogeneização antes da aplicação e aplicar somente no horario correto. A seringa utilizada é própria de insulina U-100 (30 unidades = 0,3mL) ou U-40 (40 unidades = 1mL). A monitoração da glicose é realizada através do glicosímetro realizando a perfuração na mucosa labial ou na pina (ponta de orelha). Para eficácia do tratamento com insulina é necessário a avaliação da curva glicêmica a cada 1 – 2 horas por 12 – 24 horas (glicose sanguínea seriada), tratamento em casa, equilíbrio em 2 – 4 dias, alimentação (2 doses diárias insulina – fracionar as necessidades de alimento por dia em duas frações, sendo cada uma oferecida junto ou logo após a aplicação da insulina, cuidar para que o cão realmente se alimente após a refeição). A resistência à insulina pode ocorrer por problemas na administração da insulina, insulina inativa ou fora da validade, diestro, estro ou prenhez, hiperadrenocorticismo, infecção, administração de medicações diabetogênicas, anticorpos antiinsulínicos e prejuízo na absorção da insulina nos locais (SC). A terapia dietética tem como objetivo aproximar os níveis de glicose sanguínea ao fisiológico e minimizar a flutuação das concentrações séricas de glicose pós- prandial. - Água – de qualidade e à vontade - Carboidratos complexos = 50% - Fibra = 8 – 18% insolúvel e solúvel - Energia = 15 Kcal/lb - Ácidos graxos = 6 – 10% ou 10 – 20% - Proteína: 18 – 25%, proteína digestível > 85% - Micronutrientes (macronutrientes Mg, microminerais Zn, Se, Cu, Mn) - Vitaminas (betacaroteno, C, alfatocoferal). A dieta comercial é pobre em gordura e rica em fibras mais carboidratos complexos (amido, batata, mandioca, arroz integral). Ex: Royal Canin – Veterinary Diet Cães: Diabetic Special Low Carbohydrate – úmida e em lata Gatos: Diabetic Feline S/O 1,5 Kg Diabetic DS 46 – 400g e 1,5Kg Equilíbrio Veterinary Obsety & Diabetic Já a dieta caseira é permitido sal e é composta por cerca de 1/3 de fibras/legumes ou 30% All-Bran/Fibrel, 1/3 carboidratos e 1/3 de proteína magra. O controle e prognóstico é realizado com reavaliação mensal através de fitas urinarias, educação do proprietário, alimentação, insulinoterapia, peso corporal, existência de outra doença, idade. @vettstudy.g
Compartilhar