Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Liana Ribeiro Diabete� Mellitu� e� cãe� � gat� ● Diabetes: sifão de água - poliúria e polidipsia; ● Antigamente, médicos provavam a urina dos pacientes, e as urinas doces eram colocadas num grupo (diabetes mellitus = urina doce como mel); ● Doença crônica; Localização do pâncreas: ● Glândula EXÓCRINA e ENDÓCRINA, composto pelo corpo pancreático e pelos lobos direito e esquerdo; ● Localizado junto ao duodeno e adjacente ao piloro - forma de V; ● 95% ácinos = produção de enzimas digestivas (exócrina); ● 5% ilhotas de langerhans = produção de hormônios (endócrina) Síntese da insulina: ilhotas de langerhans: ● Células alfa: sintetizam glucagon; ● Células delta: sintetizam somatostatina; ● Células beta: sintetizam amilina (função desconhecida) e insulina; Estrutura da insulina: ● Formada pela cadeia Alfa (21 a.a) e cadeia Beta (30 a.a) = 51 aminoácidos, se diferindo de uma espécie para outra; ● Se une por pontes de sulfeto, que são MUITO sensíveis, e podem se romper facilmente na manipulação; ● Insulina do cão: similar à suína e humana; ● Insulina do gato: similar à bovina (3 a.a distintos em comparação com a do humano); Ação da insulina: ● Se inicia com a ingestão de macronutrientes (cho, ptn e lipídeos) → entrada no ciclo de krebs para formação de ENERGIA; ● Quando há excesso = a.a são utilizados para a síntese de proteínas tissulares (enzimas, anticorpos…); ● Gliose é armazenada na forma de glicogênio no músculo e fígado; ● Ácidos graxos são armazenados na forma de triglicerídeos; Controle da glicemia: ● INSULINA: hormônio do aproveitamento alimentar, promove o influxo intracelular de glicose, ácidos graxos e a.a - anabolismo, jogando glicose para dentro da célula para ser estocada; ● É formado energia, porém NÃO ARMAZENA/NÃO ESTOCA; Ações opostas à insulina: a partir do momento que a insulina NÃO ATUA MAIS: ● Diminui síntese de glicogênio; ● Glicogenólise; ● Gliconeogênese; Liana Ribeiro ● Degradação proteica; ● Lipólise - perda de peso; ● CATABOLISMO; Hormônios contra regulatórios - atuam contra a insulina não está atuando ● GLUCAGON; ● CATECOLAMINAS; ● GLICOCORTICÓIDES; ● GH; ● Hormônios contra regulatórios aumentam a glicemia, aminoacidemia e lipemia; ● Secreção deficiente de insulina pelas beta pancreática, leva a uma menor captação celular de glicose, levando a uma HIPERGLICEMIA = DIABETES MELLITUS; Diabetes Mellitus: ● Endocrinopatia crônica, caracterizada pela hiperglicemia persistente, devido ao excesso de hormônios contra regulatórios, levando ao CATABOLISMO LIPÍDICO E PROTEICO; Etiologia: ● Problema de síntese, ação ou por fármacos; 1. DM1: destruição autoimune das células beta, com perda irreversível da função das células beta - 90% dos cães; 2. DM2: disfunção das células BETA (AMILOIDOSE) + OBESIDADE; ● AMILOIDOSE: deficiência relativa ou absoluta da secreção da insulina - 90% em gatos; ● OBESIDADE: resistência insulínica (perda da sensibilidade celular à insulina); 3. Outros tipos de diabetes mellitus: 10% em cães e 20% em gatos; ● Medicamentos: glicocorticóides, progestágenos; ● Doenças que causam resistência à insulina: HAC, acromegalia, glucagonoma; ● Doenças que causam destruição das células beta: pancreatite, neoplasia pancreática; ● Deficiência genética nas células Beta; 4. Diabetes gestacional: sem relatos na veterinária; Liana Ribeiro ● Resistência insulínica por > secreção de progesterona e GH (secretado pelas mamas) + disfunção das células ß; Dados epidemiológicos: ● Cães: média de 7 anos - poodle, dachshund, pinscher, beagle, labrador; ● Gatos: média de 9 anos - sagrado da birmânia e siamês e mestiços no BR; Sexo e estado reprodutivo: ● Cães: fêmeas inteiras; ● Gatos: machos castrados; Dieta: ● Cães: rica em gordura; ● Gatos: rica em carboidratos; Condição corporal: ● Cães: obesidade; ● Gatos: obesidade e sedentarismo; Fisiopatologia e manifestações clínicas: ● Menor síntese e secreção de insulina / ou menor ação, consequentemente, diminui a captação de glicose pelo fígado, músculo e gordura, fazendo com que haja um aumento da gliconeogênese e glicogenólise hepática e acúmulo de glicose plasmática, levando a hiperglicemia. Quando a glicose ultrapassa o limiar renal, o animal começa a ter diurese osmótica, com glicosúria e diurese osmótica = poliúria pela hiperglicemia que ultrapassa o limiar renal e polidipsia compensatória; ● Animal começa a fazer catabolismo proteico, levando a perda de peso; ● A deficiente ativação do centro da saciedade no hipotálamo leva a uma POLIFAGIA; ● 4 Ps: poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso; ● Catarata bilateral: muita absorção de glicose pelo cristalino - enzima aldose redutase do cristalino transforma a glicose em sorbitol e frutose, e o influxo de água aumentado rompe as fibras do cristalino causando sua degeneração - cães; ● Alterações de neuropatia periférica secundária a hiperglicemia crônica posição plantígrada - gatos; ● Pelagem descuidada; ● Piodermitis recidivante; ● Cistite (glicose como meio de cultura); Liana Ribeiro ● Uveíte; Diagnóstico: ● Manifestações clínicas compatíveis + exames laboratoriais; ● Glicose sérica com hiperglicemia persistente; ● Urinálise com glicosúria persistente; Achados laboratoriais: ● Hipercolesterolemia; ● Hipertrigliceridemia; ● Aumento de FA e ALT; ● Bacteriúria, piúria, proteinúria; ● Bilirrubinemia (gatos com lipidose); Tratamento: ● Em cães, o tratamento pode não curar, já em gatos, pode ser curativo após 3 meses de tratamento com insulina; ● Eliminar manifestações clínicas; ● Medicamentos, hipoglicemiantes orais ou insulinoterapia, dieta e exercício; 1. Hipoglicemiantes orais: estimula a síntese de insulina - em gatos; ● Glipizida (minidiab 5mg) na dose de 2,5 mg/kg BID; ● Associados com menor remissão da DM2; ● Uso: tutores que não aceitam insulinoterapia; 2. Insulinoterapia: ● Ação curta ou rápida: age por no máximo 6 horas - IV ou IM com uso hospitalar: regular, lispro, aspart; ● Ação intermediária: NPH, caninsulin; ● Ação prolongada: PZI, glargina, detemir; ● Origem humana, bovina + suína, suína; Terapêutica a longo prazo: ● Cão: insulinas de escolha - NPH 0,5 a 1,0 U/kg/BID SC; ● Gatos: glargina ou detemir - liberação lenta - 0,25 a 1,0/U/kg BID SC - gato não tem horários fixos de alimentação; Formas de aplicação e manejo da insulina: ● Seringa ou caneta; ● Local: lateral do tórax ou abdômen; ● Fazer rodízio do local de aplicação; ● Aplicar rigorosamente no horário; ● Conservação - manter refrigerada; ● Manipulação - homogeneizar antes da aplicação CUIDADOSAMENTE; ● Validade após frasco aberto - 1 mês caninsulin e 3 meses recombinantes. Variações aceitáveis de glicemia em insulinoterapia: ● 80 a 252 mg/dL - mais que isso, ultrapassa o limiar renal, voltando os sinais clínicos; 3. Dieta: minimizar flutuações pós prandial da glicemia; ● Corrigir e prevenir a obesidade; ● Manter constante conteúdo calórico das refeições; Liana Ribeiro ● Cães: insulina em horário da alimentação - rica em fibras e carboidratos, e pobre em gorduras; ● Gatos: insulina a cada 12 horas com alimentação rica em proteínas; 4. Exercício físico: ● Entrada da glicose na célula da musculatura ocorre na ausência de insulina, quando o animal faz atividades físicas, ocorre a liberação de mediadores intracelulares que promove a translocação de GLUT4 para a membrana (molécula transportadora de glicose), promovendo a glicólise; ● Moderados e regulares - pode gerar hipoglicemia; 5. Ovariohisterectomia: reduz efeito antagônico da progesterona e induz a produção de GH pelo tecido mamário; Monitoramento do animal diabétio: ● 7 a 10 dias para o organismo entender que está recebendo insulina; ● Avaliar: sinais clínicos, anamnese, exame físico + exames de rotina (glicemia e glicosúria), em um próximo retorno (21 dias), pode fazer dosagem de frutosamina e curva glicêmica, colesterol, triglicerídeos, ALT, FA, albumina; ● Frutosamina: monitoramento em cães e DIAGNÓSTICO EM GATOS! ○ Fornece perfil da [ ] da glicosede 3 semanas precedentes; ○ Meia vida de 21 dias; ○ Produto gerado a partir da ligação da glicose com albumina, quanto mais glicose, mais ligação com albumina - quanto mais glicose, + frutosamina (consegue ver se o animal está controlado ou não); ● Curva glicêmica: quando o animal está mal controlado - fazer em hipoglicemia crônica; ● Hemoglobina glicada: ligação da glicose com a hemoglobina - fornece perfil de glicose durante 1 mês - não usado em MV - falta padronização; ● Curva glicêmica: fazer apenas quando não se controla!! ○ Obter a primeira amostra de sangue com animal em jejum antes da administração da insulina; ○ Fornecer alimento e administrar insulina e obter amostras de sangue de 2 em 2 horas por 12 horas; ○ Administrar insulina no horário habitual; ○ Fornecer alimentação usual; Liana Ribeiro ○ Aferir glicemia das amostras no momento da colheita - em lab de referência (soro) ou com glicosímetro manual (plasma); ○ HI: acima de 400; ○ LOW: abaixo de 40; ○ Projeta valores em um gráfico, de acordo com o tempo = insulina é eficaz? o nadir (ponto mais baixo da curva) é seguro? quanto tempo dura o efeito da insulina? ● Glicemia entre 80 e 252 mg/dL: manter a dose ● NADIR ˃144 mg/dL e o pico glicemia ˃252 mg/dL: indica dose baixa de insulina OU problemas técnicos por parte dos tutores (aumentar dose / corrigir problemas); ● NADIR entre 80 e 144 mg/dL e pico glicemia ˃252 mg/dL: indica dose baixa de insulina OU problemas técnicos por parte dos tutores OU resistência insulínica (aumentar a dose / corrigir problema / trocar de insulina); ● NADIR ˂ 80 mg/dL: indica dose alta de insulina OU falta de ingestão de alimento OU exercícios excessivos (reduzir a dose em 25% / corrigir o problema); ● Duração ação ˃ 14h: aumentar o intervalo de administração da insulina; ● Duração ação ˂8-10h, NADIR ˂80 mg/dL, pico glicemia ˃252 mg/dL: efeito Somogyi Efeito Somogyi: ● Paciente parte de um ponto alto, baixando e aumentando rapidamente; ● Efeito rebote; ● Reduzir a dose de insulina! Prognóstico: ● Cães: sobrevida de 2 a 3 anos; ● Gatos: favorável à reservado (depende da resposta ao tratamento); Complicação: ● Cetoacidose diabética ou DM complicado; ● Caracteriza-se pelo excesso de corpos cetônicos circulantes, acidose metabólica, desidratação grave, choque e morte; ● Ocorrência: pacientes diabéticos ainda não diagnosticados, pacientes em tratamento com insulina; ● Tratamento inadequado; ● Resistência à insulina; ● Diestro, infecção/sepse, HAC, pancreatite, etc; Liana Ribeiro ● Quando não produz mais insulina!! ● Aumento da glicemia = diurese osmótica com perda de na e k na urina, levando a desidratação e hipovolemia, com hipoperfusão renal = IRA; ● Sinais clínicos: anorexia, vômito, diarréia, desidratação, letargia, taquipneia, hálito cetônico; ● Tratamento: fluidoterapia IV; ○ Bicarbonato se necessário; ○ Controlar vômito; ○ Insulina regular IM ou IV para suprimir lipólise e cetogênese; ○ Tratar fatores desencadeantes;
Compartilhar