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Infecção Bacteriana do TU As infecções bacterianas do trato urinário (TU) ocorrem com maior frequência em cães que em gatos. Tendo como as principais bactérias E. coli (47%), Staphylococcus spp. (16%) e Proteus spp. (15%). Acomete principalmente fêmeas castradas devido ao sedentarismo e uretra mais curta. As características clinicas da cistite são: polaciúria (necessidade frequente de urinar), estranguria (dor durante o ato de urinar), disúria (dificuldade ao urinar) e hematúria. O diagnóstico é realizado através de urinálise investigando hematúria, bacteriúria, piuria, aumento do número de células epiteliais de transição, urina alcalina, aumento de proteínas, também pode ser realizado ultrassom, hemograma, bioquímico (creatinina e ureia). O tratamento é realizado com antibióticos (oxiciclina com pluvanato), analgésico (pyridium) e manejo. Quando se torna frequente realizar diagnostico diferencial para diabetes e caso seja encontrado hematúria realizar diagnostico para hemoparasitose, TVT e neoplasia na bexiga. Urolitiase Canina A urina dos cães é uma solução complexa, na qual sais podem permanecer em solução sob condições de supersaturação. A maioria dos urólitos são encontrados na bexiga ou uretra, somente 5 a 10% estão localizados nos rins ou ureteres. Os urólitos possuem uma nomenclatura de acordo com a localização anatômica: nefrólitos, ureterólitos, urocistólito, uretrólito. A teoria da precipitação/cristalização diz que a urina mais concentrada favorece a cristalização e agregação dos sais e a teoria da matriz/nucleação diz que a presença de substancias anormais na urina como células epiteliais em grande quantidade, bactérias e corpo estranho favorece a formação dos cálculos e enquanto isso a teoria da deficiência de inibidores de cristalização/agregação diz que a deficiência de inibidores como citrato, magnésio e pirofosfato facilitam a formação dos urólitos. Os animais obesos possuem o maior risco de urolitíase, pois esse animal pode ser “mais preguiçoso” e urinar com menos frequência. O cálculo retirado deve ser analisado para definir uma profilaxia futura com a dieta. Sendo classificados em: - Simples: >70% de um único mineral. - Misto: uma camada com mais de um componente, nenhum >70% - Composto: mais de uma camada, composições diferentes com pelo menos 70% composto mineral em uma camada. Urólitos de estruvita são consequência de infecção de trato urinário (cistite recorrente), ocorre quando há presença de bactérias produtoras de urease (urease positiva) Staphylococcus spp. e Proteus spp., maior ocorrência em femeas. Urólitos de oxalato de cálcio é observado @vettstudy.g em qualquer porção do trato urinário, são caracterizados por bordas irregulares espiculados. Possui como fatores de risco uma urina concentrada, ácida e altas concentrações urinárias de oxalato e cálcio. Normalmente vem acompanhado de alguma doença que causa hipercalcemia como hiperparatiroidismo primário, hipercalcemia idiopática felina, hiperadrenocorticismo e síndrome paraneoplasica. Urólitos de amônio ocorrem dálmatas machos devido ao defeito genético do pH urinário (ácido) e devido a hepatopatias (baixa conversão de amônia em ureia e baixa conversão de ácido úrico em alantoína), desvio portossistêmico e acomete animais jovens (menos de 1 ano de idade). Urólitos de cistina são cerca de 0,3 a1% do total de casos de urolitíase em cães. As características clínicas dependem do número, do tipo e da localização no trato urinário. O tratamento é somente cirúrgico realizando a remoção do cálculo. O diagnóstico é realizado através de ultrassonografia observando a localização, número, localização, tamanho e formas através da sombra acústica formada. Pode utilizar o RX observando a radiopacidade mais radiopacos oxalatos e estruvita (só se observa no US) mais radiotransparentes urato e cistina, as vezes necessitando a realização de RX contrastado. A conduta uro-hidropropulsão retrógrada é utilizada quando se tem cálculos na bexiga e uretra, empurrando o urólitos para bexiga para realizar apenas um procedimento invasivo. Doenças do Trato Urinário Inferior dos Felinos (DTUIF) – Síndrome de Pandora – Cistite Idiopática Felina (CIF) É uma doença inflamatória que compreendem várias desordens, tendo como principais sinais clínicos: hematúria, disuria, polaciuria e presença ou não de obstrução uretral. Ocorre principalmente em gatos machos devido a formação de tampão tendo causas como castração, estresse, pH da urina. Os fatores de risco são: restilo confinado de vida, ração seca e pouca água, sedentarismo, castração, dois a sete anos de idade, obesidade. Os métodos de diagnostico se complementam com o histórico, exame clínico (palpação), urinálise, cultura e antibiograma, imagem (diagnóstico @vettstudy.g diferencial para cistite intersticial), hemograma, bioquímico (creatinina), sorologia retroviral (infecções recorrentes FiV e FelV) e T4 total (hipertireoidismo). A doença pode ser autolimitante (de até 10 dias) em um período para o gato acostumar a nova rotina. O tratamento é realizado com enriquecimento ambiental para o felino ingerir mais água e se locomover mais, utilizar medicamentos para redução do espasmo uretral como acepromazina 0,05 – 0,2 mg/Kg/IV ou IM ou SC, prazosina 0,25 – 1 mg/gato/VO/BID ou TID durante 7 dias ambos fármacos, utilizar antidepressivos como amitriptilina 2,5 – 12,5 mg/gato/SID/VO por 30 dias com posterior redução gradual, analgésicos como Fentanil, buprenorfina e meloxican (0,25 mg/Kg), fração F3 do feromônio facial felino, acupuntura. O fármaco mais recomendado para o tratamento é a gabapentina devido a sua diminuição do espasmo uretral, calmante, antidepressiva, ansiolítica. A terapia dietética é indicada principalmente a úmida que incentiva o animal a beber mais água. Obstrução Uretral em Gatos Machos As causas mais comuns é a formação de urólitos e tampões uretrais. Os sinais clínicos mais comuns disúria, polaciúria. O diagnostico é realizado pelo histórico, anamnese completa e exames complementares. O tratamento é realizado com correção da azotemia pós-renal, contenção do paciente, restauração da permeabilidade do lúmen uretral (massagem suave da uretra peniana, compressão manual da bexiga, cistocentese, desobstrução do lúmen uretral por propulsão hídrica). O esvaziamento da bexiga pode ser realizado por massagem suave da uretra peniana, compressão manual da bexiga, cistocentese e por propulsão hídrica. A prevenção deve ser realizada com o enriquecimento ambiental. @vettstudy.g
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