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RESUMO FORMAÇÃO SOCIO HISTORICA DO BRASIL

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Resumo: Formação Sócio-histórica do Brasil 
 
Conforme Tratado de Tordesilhas (1494), já havia divisão de terras pelo papa entre 
portugueses e espanhóis. Houve redistribuição, porém entre os donos apenas. 
Assim, todas as terras pertenciam a Portugal. Foram dadas pelo rei a outros donos, 
num processo que tornou toda a terra brasileira privada. 
Mesmo depois da Proclamação da República (1889), apenas as terras que estavam 
abandonadas foram entregues ao Brasil. 
Esse “costume” advém de Portugal, onde as terras eram distribuídas pelo rei soberano 
através de escrituras aos destinatários, porém poderiam ser retomadas pelo mesmo 
assim que lhe conviesse. 
 
Escravidão no Brasil: 1530 a 1888 
 
Revolução Pernambucana (1817): além da reclamação relacionada à fome e à miséria, 
questionavam o número de portugueses ocupando cargos públicos e o contribuinte 
sentia que o imposto não era uma aplicação em benefício geral, mas um pagamento 
forçado feito à pessoa do soberano, que dele dispunha sem prestar contas. 
 
Independência do Brasil: 1822 
 
Guerra do Paraguai (1864-1870): luta por território, iniciada pelo Paraguai. O prejuízo 
financeiro para o Brasil, com os gastos de guerra, foi extremamente elevado e acabou 
por prejudicar a economia brasileira. Brasil Império. 
Houve promessa oferecer moradias aos soldados que tinham lutado, porém após 
retorno não houve nenhum reconhecimento (financeiro). Os soldados, então, 
ocuparam o Morro da Providência (RJ) e construíram habitações precárias. Como 
ninguém tinha coragem de enfrentá-los, iniciou-se então uma das aglomerações 
urbanas (favela/comunidade). 
 
Ciclo da Borracha (1879-1918): alta atividade do ciclo da borracha. Os nordestinos 
buscaram uma nova vida na Amazônia, mas encontraram lá um estado de miséria 
semelhança àquele do qual estavam fugindo. Para a economia da borracha, a terra e a 
mata ao tinham valor. Esses dois elementos precisavam ser transpostos para permitir a 
exploração. 
 
A partir da Lei Áurea (1888) essas aglomerações de habitações precárias aumentaram. 
 
Guerra de Canudos (1896-1897): guerra por receio do poder da população suscitado 
nos latifundiários da região. O povo era guiado por Antonio Conselheiro. Culminou na 
destruição total da região. 
 
Entre 1950 e 1970, a população do Brasil vivia, em sua maior parte, no interior. 
Até hoje a maior parte das riquezas do país advém da produção agrícola seguida pela 
extração de minérios. 
A produção industrial está majoritariamente para atender a demanda interna. 
 
A marca maior de formação histórica do Brasil é a violência, comportamento advindo 
de Portugal após Reconquista frente aos muçulmanos. O rei de Portugal era 
comandante supremo do exército e convinha a todos obedecer, pois o temiam. 
 
Capitalismo comercial = navegações. Lucros nas viagens (comprar barato e vender 
caro). Início do capitalismo, que precedeu a Revolução Industrial. 
Vemos os nomes das empresas estrangeiras, porém com o nome do Brasil. Ou seja, 
você pode vender aqui, porém deve ter um sócio brasileiro. 
 
Gilberto Freyre (Casa Grande e Senzala). Ele assume a premissa de senhor. Diz que o 
povo português já é miscigenado. Por esse motivo há um preconceito menor com a 
miscigenação brasileira. Ou seja, menos racista – porém trata-se de mito. 
Vai-se aceitando construção de novas famílias feitas pelos aventureiros também para 
aumentar a população de determinada região. 
As reações de poder, a vida doméstica e sexual, os negócios e a religiosidade 
desenvolveram a base da sociedade brasileira. 
A terra era usada para cultivo da cana em detrimento da pecuária e da cultura de 
alimentos. Isso criava uma situação de fome iminente e a incapacidade para o 
trabalho. O ciclo da cana-de-açúcar foi um período da história do Brasil Colônia 
compreendido entre meados do século XVI e meados do século XVIII. O açúcar 
representou a primeira grande riqueza agrícola e industrial do Brasil e, durante muito 
tempo, foi a base da economia colonial. 
Começa a raiz de entendimento do Brasil pelo engenho de açúcar, com a relação entre 
negros, brancos e índios. 
Freyre menciona certa harmonia existente na época, porém trata-se de mito, pois 
havia histórico de maus tratos e imposições por parte do senhor de engenho. 
 
Darcy Ribeiro puxa a história para maior realismo. 
Os próprios jesuítas espanhóis estranham o envolvimento dos portugueses com os 
índios. O cunhadismo era praticado pelos índios (filhas entregues aos guerreiros de 
outra tribo). Os índios, aproveitando disso, praticaram com os portugueses para evitar 
maiores conflitos. 
As lutas antiescravagistas e o medo de que o povo se rebelasse continuou como fator 
presente no cotidiano da sociedade, pois esta se desenvolveu de forma a sustentar a 
desigualdade e o classismo, criando uma minoria apática e perversa com privilégios de 
todos os tipos, incluindo o de explorar indefinidamente o povo. 
O Estado brasileiro foi consolidado pela cultura européia branca, que buscava utiliza-lo 
como centro de opressão e manutenção de poder. 
Esse processo que rompe as ilhas arcaicas está relacionado com a fácil aceitação que a 
população tem de novos modos de vida, uma vez que ela acredita que os sinais de 
mudança são opções de libertação social. 
Em São Paulo, tínhamos população mestiça vivendo à revelia do rei. Esses indivíduos 
saíram desbravando o território brasileiro descobrindo minas entre outros serviços. 
O conhecimento da terra pelos paulistas é um Brasil, enquanto o outro conhecido pela 
coroa é diferente. 
Quando os jesuítas são expulsos, os índios acabam tomando conta do gado deles 
(Mato Grosso). 
Havia os banqueiros dos portos que intermediavam o que era produzido no Brasil com 
a exportação fora do país, assim como o que advinha do exterior. 
 
Brasil Crioulo: Pernambuco a Bahia – produção do açúcar. Quando conseguem ocupar 
o espaço urbano, são amparados pela igreja e os abusos diminuem. O engenho foi a 
primeira agroindústria portuguesa e viabilizou toda a ocupação colonial inicial. A 
autoridade do senhor de engenho nas terras brasileiras era superior à da nobreza em 
Portugal. Somente com a Revolução Industrial o senhor de engenho perdeu força. 
 
Brasil Caboclo (índios - Amazonas): supria Portugal com especiarias. População 
neobrasileira produto de mestiçagem. Com a expulsão dos jesuítas, essa população 
passou a administrar as cabeças de gado. Em nenhuma outra região brasileira a 
população enfrenta tão duras condições de miserabilidade quanto os núcleos caboclos 
dispersos pela floresta. O trabalho do índio havia sido direcionado ao ciclo da 
borracha, porém eles acabavam fugindo, pois eram melhores conhecedores do 
território do que os portugueses. Essas fugas acabavam em conflitos e mortes, que 
geravam grande prejuízo. 
 
Brasil Sertanejo (interior do nordeste a Minas Gerais - espalha entre a caatinga e o 
cerrado): portugueses relacionados com as índias. Vegetação pobre e clima hostil. 
Especialização do pastoreio. A desigualdade entre patrões e subjugados era menor e as 
pessoas até toleravam a situação. Religiosidade pautada pelo messianismo. A estrutura 
da fazenda de gado era formada pela família do vaqueiro e seus ajudantes. A comida 
era farta e melhor que em todos os outros núcleos rurais do país. 
 
Brasil Caipira (Minas Gerais ao sul do Brasil): indígenas mestiçados. Aventureiros que 
enfrentavam o desbravamento territorial. Basicamente rural, antes da descoberta do 
ouro. Com a urbanização, os caipiras formam uma grande classe pobre; o mercado 
paulista era essencialmente de gado, cuja necessidade de trabalhadores é muito 
pequena. Quando o café toma essa região, copiam a administração de casa 
grande/senzala). 
 
Brasil Gaúcho (Sul): meio de campo com os portugueses e espanhóis. Com o início do 
ciclo do ouro, iniciam a criação de gado adquirindo novas fazendas. Trata-se de um 
novo Brasil, porém também pobre. As propriedadesrurais ofereciam condições de vida 
miseráveis, mas tornaram-se extremamente populosas, uma vez que eram a única 
alternativa de subsistência da maioria do povo. 
 
Faoro traz a idéia de que ainda vivemos (pensamento brasileiro) o mundo como 
portugueses. Nossas ideais ainda estão ligadas às raízes portuguesas. 
 
Estamento: 
- o rei decidia as distribuições de verbas; 
- classe de nobres ao redor do rei, que ocupavam cargos políticos e não trabalhavam; 
- a garantia jurídica era política (de acordo com o humor do rei) 
Esses hábitos ainda estão no Brasil. A conseqüência dessa estruturação autônoma que 
evita manter contato com as categorias sociais da base da pirâmide, é que os 
funcionários mantêm um caráter escolástico, acadêmico, no sentido de viverem 
afastados dos problemas concretos da vida e da sociedade. Seu pensamento político 
tem sempre um caráter abstrato, voltado para as doutrinas universais e sufocado no 
idealismo das fórmulas. 
 
Muitas das bases do direito promulgadas em Portugal em 1595 permaneceram no 
Brasil até 1916. 
Para que você fosse respeitado, deveria ter porte nobre. 
Nada precisava de merecimento, porque a conquista do emprego, do posto, e da 
dignidade se fazia à custa da intriga bem tecida e da conversa doce. 
Para Faoro, tudo acabou com grossa corrupção. 
Em uma monarquia patrimonial, o rei está acima de todos os súditos. 
Enorme burocracia foi gerada pelo rei, para controlar o que era feito e para estar a par 
de tudo. A maldade acompanhava o funcionário responsável por fiscalizar, porém este 
mesmo furtava e gerava intrigas para manter o cargo e cada vez lucrar mais. 
 
As pensões havia se tornado pesadas ao rei, que mantinha grande parte da nobreza e 
outros cargos de caráter nobre. 
Os nobres e o rei tratavam o povo como incapazes. Isso gerou a culpabilidade do 
governo: pela miséria, pelas doenças, etc. exige-se somente a responsabilidade do 
Estado, pois a população acha que o que faz não atinge a maioridade. Trata-se de um 
problema centralizado e da responsabilidade daquele que está no poder (dependência 
do rei). 
Isso é mantido até hoje no país – elite beneficiada pelo poder, formada por aqueles 
que roubam. 
Ao amigo do rei tudo, aos outros nada. Nada precisava de merecimento, porque a 
conquista do emprego, do ouro e da dignidade se fazia à custa de intriga bem tecida e 
da conversa doce. 
 
No Brasil não houve interesse na formação de indústrias. Até hoje, mesmo que 
tenhamos algumas indústrias, temos falta da matéria prima para formação das 
mesmas. Por exemplo, montamos computadores, porém as peças vem de outro país. 
Por isso, as melhores indústrias nacionais estão nas mãos dos estrangeiros, que com 
elas se enriquecem. Havia um preconceito com atividades manuais. Faoro percebe 
que, apesar de o trabalho permitir a democracia em todo o mundo, e enriquecer as 
nações, nós preferimos ser uma aristocracia de pobres ociosos do que ser uma 
democracia próspera de trabalhadores. 
Contudo, em todas as tentativas de definir o mal que acometeu Portugal, há o 
reconhecimento de que a nação foi sufocada pela falta de modernização de um 
sistema social, que há dois séculos tinha sido responsável por sua grandeza. 
 
Ainda houve a casta militar, privilegiada com poderes para fugir da justiça comum, pois 
foi confiada aos militares a tarefa de exigir o pagamento de tributos, quintos e 
contribuições. 
 
Segundo Furtado, o funcionário deveria receber um salário com certo valor que daria 
ao mesmo a capacidade de comprar ao menos o produto que ele produz, para retornar 
o dinheiro à economia. 
 
Neoliberalismo: O neoliberalismo defende a pouca intervenção do governo no 
mercado de trabalho, a política de privatização de empresas estatais, a livre circulação 
de capitais internacionais e ênfase na globalização, a abertura da economia para a 
entrada de multinacionais, a adoção de medidas contra o protecionismo econômico, a 
diminuição dos impostos e tributos excessivos etc. 
O capitalismo sabe que um dia o povo se revoltará, porém no Brasil nunca há uma 
resposta de revolução. 
O sindicato solicita revisão de salário (aumento), porém não há uma crítica direta ao 
sistema. A exploração continua. Apenas amenidades são oferecidas aos trabalhadores, 
não há uma mudança de base. Existem somente adaptações. 
 
Se o capitalismo aplica tanta violência com o patronato, não há como reivindicar uma 
mudança de forma pacífica. Enquanto a precariedade for aceita, continuaremos sendo 
os pobres do país. 
A percepção da elite é que as manifestações do proletariado são perturbações da 
ordem pública. Os revoltados são chamados de arruaceiros. Não há diálogo entre 
classe dominante e proletariado. 
 
Ianni (pensamento marxista): 
Quanto mais rico um determinado grupo fica, uma determinada parcela da população 
fica mais pobre. A elite muda, mas o que não muda é que quem está lá em cima 
sempre explora quem está embaixo. 
Não existe diálogo fácil entre a classe dominante e os trabalhadores, quando a questão 
são as reivindicações sociais. O uso do aparelho repressor do Estado, legitimado por 
uma visão pejorativa do povo, acaba por solucionar permanentemente a falta de 
diálogo. A culpabilização do povo é um fenômeno antigo, travestido de análise social, 
que vê a causa da questão social na própria existência do povo miserável, e identifica a 
existência dos que sofrem como a causa do seu sofrer. 
O assistencialismo, por sua vez, não reforma nem revoluciona o sistema, apenas 
concede benfeitorias que não permitem às pessoas ascenderem socialmente ou 
modificarem estruturalmente as relações sociais que configuram suas vidas. 
As relações de trabalho formalizaram-se e a modernização dessas relações levou ao 
gradativo reconhecimento da questão social pelos governantes. O cerne dessa questão 
é o trabalho; enquanto instituição maior da sociedade, o trabalho impõe-se como 
necessário, mas dependendo das condições torna-se também um castigo. Contudo, na 
contramão dessa realidade, a exaltação do trabalho e a abominação do ócio e de tudo 
que se pode identificar com a preguiça criaram um processo de embelezamento do 
trabalho que gera o capital. Esse processo começou logo após a abolição, justamente 
para exaltar o livre trabalhador e reverter os estigmas deixados pela antiga forma de 
trabalho, a escravidão. 
O Brasil também tem um traço fundamental: o catolicismo, que atuou como doutrina 
intelectual conciliadora. Apresentou-se e permaneceu no entremeio das elites, do 
Estado e das relações de exercício de poder das classes dominantes em geral. 
Portanto, o catolicismo é peça chave para a integração nacional e a invenção da 
identidade nacional. 
 
Marilena Chauí: 
Existe um mito fundador no país, imposto nas escolas de forma a nos orgulharmos da 
pátria. Os alunos são assim emoldurados desde o século XX sobre isso. Esse mito tende 
a religar os indivíduos ao passado. 
Toda elite cria símbolo e simbologia para manter o poder: manter a visualização do 
poder (estereótipos). Como se comportar, o que vestir etc. 
O nacionalismo ganha força entre os períodos de 1880 e 1918, pois o patriotismo 
passa a ter um novo objeto de culto: o Estado. O nacionalismo resolveu tr~es questões 
simultâneas que colocavam em risco o projeto político estatal das elites: o socialismo, 
os resquícios tradicionalistas que recusavam a modernidade e a cooptação da pequena 
burguesia. 
Verde e Amarelo: o esporte amplia o orgulho da nação através do futebol. 
Sempre quando a elite quer se manifestar, detém a roupa verde e amarela – detentora 
que se apropria do símbolo da nação para demonstrar que aquilo lhe pertence. 
 
Na ideologia originária do “caráter brasileiro” está a idéia de que o povo brasileiro é 
composto de três raças: o branco, o negro e o índio, e a sociedade mestiça desconhece 
o preconceito. Desse ponto de vista, há a presença do paternalismo europeu branco, 
que se relacionacom o negro de forma carinhosa, como a literatura com freqüência 
retrata. Teria existido uma afeição entre os moradores da casa grande e os da senzala. 
Na ideologia da identidade nacional, o negro torna-se classe, portanto escravo, 
sofredor de uma violência secular e institucionalizada para garantir a produção 
econômica de bens, mas também a própria manutenção de seu status de propriedade 
dos brancos. 
Toda essa construção é mantida por instrumentos e dispositivos que buscam 
naturalizar as convivências com essa desigualdade de classes, pois as classes sociais 
são escondidas sob discursos nacionais, que enfatizam o país como uma nação 
indivisível.

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