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– A esclerose lateral amiotrófica é caracterizada por uma progressiva degeneração e perda dos neurônios motores na medula espinhal, no tronco encefálico e no córtex motor. Conforme os motoneurônios se degeneram, não podem mais controlar as fibras musculares que inervam. Os axônios circundantes que estiverem sadios e intactos podem crescer e reinervar o musculo que está parcialmente sem inervação, assumindo o papel do motoneurônio degenerado. MANIFESTAÇÕES CLINICAS: A fraqueza pode começar nos MMII, mãos, segmentos proximais dos brações ou nos músculos bulbares (com disartria e disfagia); Em geral as mãos são afetadas primeiro com padrão assimétrico e atrofia; Fraqueza indolor progressiva; Marcha; Cãibras musculares (atribuídas a hipersensibilidade do musculo desnervado); Emagrecimento (resultante da atrofia muscular e disfagia); A respiração é afetada pela fraqueza do diafragma e paresia dos MM intercostais e a disfagia pode causar aspiração e pneumonite; Em casos típicos, a função vesical é preservada; Músculos oculares são afetados em casos excepcionais; A dor não é um sintoma inicial, mas pode ocorrer mais tarde, quando os membros ficam imóveis em razão da espasticidade e da contratura articular graves; As fasciculações podem ser detectadas na língua, mesmo que não haja disartria; Quando há fraqueza e atrofia nos músculos dos membros, as fasciculações quase sempre são perceptíveis; Os reflexos tendíneos podem estar exacerbados ou reduzidos; A combinação de reflexos hiperativos com sinais de Hoffmann nos braços e músculos fracos, atrofiados e fasciculantes é praticamente patognomônica da ELA; Os sinais inequívocos da doença do neurônio motor superior são espasticidade, sinais de Hoffmann ou Babinski e clônus. Os núcleos motores dos nervos cranianos estão implicados na disartria, atrofia e fasciculaçoes linguais e mobilidade reduzida da úvula; A disartria e a disfagia causadas pela doença do NMS são evidenciadas pelos movimentos da úvula que são mais vigorosos na inervação reflexa que na atividade voluntária, ou seja, a úvula não se movimenta bem com a fonação, mas mostra resposta vigorosa quando é estimulada pelo reflexo faríngeo ou de engasgo; Uma manifestação comum da paralisia pseudobulbar é a labilidade emocional; A evolução da doença é inexorável e progressiva, recidivas ou mesmo fases de estabilização. O óbito é resultante de insuficiência respiratória, pneumonite de aspiração ou embolia pulmonar depois de imobilidade prolongada. Depois de realizar uma traqueostomia, o paciente pode ser mantido vivo por muitos anos, embora totalmente paralisado e incapaz de mover qualquer parte do corpo além dos olhos. Comprometimentos relacionados à patologia bulbar: À medida que os NMS e NMI dos músculos bulbares se degeneram, há o desenvolvimento da paralisia bulbar espástica ou paralisia bulbar flácida. A disartria pode ocorrer tanto na paralisia espástica quanto na flácida, por causa da fraqueza da língua e dos músculos dos lábios, mandíbula, laringe e faringe. A disfagia pode ocorrer em uma das duas. Com a paralisia flácida, líquidos podem ser regurgitados dentro do nariz, por causa do enfraquecimento da faringe, e o reflexo de tossir pode estar enfraquecido ou ausente, aumentando o risco de aspiração. Os com paralisia espástica apresentam fechamento descoordenado da epiglote, que pode permitir a passagem de líquidos ou sólidos para a laringe. Sofrem com sialorréia (excesso de saliva). Comprometimentos respiratórios: Estão relacionados à perda de força dos músculos respiratórios e a diminuição da capacidade vital. Comprometimentos cognitivos: Varia de déficits leves à demência frontotemporal. Prognnóstico: A idade está associada ao prognóstico; Pacientes com menos de 35-40 anos apresentam melhores taxas de sobrevida se comparados a indivíduos mais velhos; Pacientes com ELA de início em membros apresentam melhor prognóstico do que aqueles com ELA bulbar; O bem-estar psicológico interfere no tempo de sobrevida. Tratamento: Apesar da doença não ser tratável, é possível melhorar a qualidade de vida do paciente com medicamentos com prescrição de agentes contra cãibras e espasmos, agentes secativos para sialorreia e antidepressivos, recomendações e orientações para intubação de gastrostomia endoscópica percutânea e ventilação de suporte (não invasiva, traqueostomia). Tratamento da sialorreia: medicações anticolinérgicas que diminuem a produção de saliva. O tratamento não medicamentoso é constituído por técnicas de provocação da tosse manualmente auxiliada e pelo uso de um aparelho de sucção. Tratamento da disfagia: a disfagia precoce é tratada por um nutricionista ou médico juntamente com um fonoaudiólogo. O tratamento inicial é dirigido a modificações dietéticas, como adaptação de alimentos e líquidos para conceder deglutição mais segura; educação do paciente em relação a estratégias de dieta para maximizar calorias e nutrientes e manter uma hidratação adequada; e adaptações para promoção da deglutição, como mover o queixo para baixo ou dar uma tossida de limpeza depois de cada deglutição. Tratamento dos comprometimentos respiratórios: são considerações importantes do tratamento as vacinações contra pneumococo e influenza precoce; prevenção da aspiração; e tratamento eficaz de secreção oral e pulmonar. Suplementos de oxigênio devem ser utilizados com cautela porque podem suprimir a condução da respiração, exacerbar a hipoventilação e levar a hipercarbia e a interrupção da respiração. Geralmente esses suplementos são indicados para indivíduos que apresentem uma doença pulmonar concomitante ou como medida de conforto para pacientes que dispensaram a ventilação de suporte. Quando a CV cai 50% do previsto, é recomendado a ventilação de pressão positiva não invasiva (VNI). Tratamento da disartria: supervisionados por fonoaudiólogo. Tratamento de cãibras, espasmos, fasciculações e dores musculares: medicações anticonvulsivantes podem ser prescritas para cãibras, caso não sejam avaliadas por meio de um programa de alongamento muscular e hidratação e nutrição adequadas. Pacientes com fasciculações rápidas e disseminadas são instruídos a evitar ou minimizar o consumo de cafeína e nicotina. Avaliação da fisioterapia: Cognitivo: não existe um teste cognitivo especifico para a ELA. O mini exame do estado mental tem sido usado em estudos. Dor: deve ser feito um exame utilizando uma escala visual análoga, por exemplo. A dor não é um sintoma direto da ELA, mas sim indireto (diminuição da ADM, capsulite adesiva, desalinhamento articular por causa da espasticidade). Quadro de reabilitação: No estágio inicial da doença, sinais e sintomas são ditos anormais pelos pacientes. Os comprometimentos podem ou não causar limitações funcionais menores e não há nenhuma deficiência. No estágio intermediário, o paciente passa por uma intensificação dos sinais e sintomas e desenvolve um aumento do número do grau de gravidade dos comprometimentos. No estágio tardio, a progressão da doença leva inúmeros comprometimentos que se tornam cada vez mais graves. O paciente passa a ser dependente em todos os aspectos que envolvem mobilidade, autocuidado, podendo necessitar de ventilação mecânica para tratar do comprometimento respiratório. Avaliação da fisioterapia: Integridade articular, ADM e comprometimento muscular: a ADM funcional, ativa, ativa assistida e passiva, o comprimento muscular e a flexibilidade e extensibilidade devem ser examinadas por meio de métodos padrão. Desempenho muscular: deve ser feita a determinação dos déficits específicos de força, potência e resistência muscular e de desemprenho dos músculos durante a realização de atividades funcionais. Os déficits específicos podem ser medidoscom o teste muscular manual (TMM), teste de força muscular. O CIVM (contração muscular isométrica voluntária máxima) é considerado a técnica mais direta de investigação da perda de unidades motoras. Função motora: comprometimentos na destreza, coordenação e padrões de movimentação ampla, como também no controle motor fino e grosso, podem se tornar evidentes com espasticidade e o enfraquecimento muscular. O funcionamento das mãos e a iniciação, modificação e controle dos padrões de movimentos devem ser examinados. Tônus e reflexos: o tônus pode ser examinado por meio da escala de Ashworth. Os reflexos tendinosos profundos e patológicos devem ser testados para fazer a distinção entre o envolvimento dos NMS e NMI. Integridade dos nervos cranianos: os NC afetados pela ELA são: V, VII, IX, X e XII. Devem ser testados para determinar a extensão do envolvimento bulbar. Sensação: deve ser realizado um teste sensorial. Alinhamento postural, controle e equilíbrio: não existem testes de medidas especificas para pacientes com ELA. Algumas escalas podem ser usadas como: AMOD, escala de Berg, teste timed up and go e teste de alcance funcional. Marcha: deve ser feito um exame de estabilidade, segurança e resistência ao caminhar. Função respiratória: exames de sintomas respiratórios e da função muscular, padrão de respiração, expansão torácica, ruídos respiratórios, eficácia do ato de tossir a da capacidade vital, ou capacidade vital forçada com utilização de um espirômetro portátil. As capacidades aeróbias e resistência cardiovascular-pulmonar devem ser testadas no estágio inicial da ELA. Estado funcional: as habilidades de mobilidade funcional, segurança e gasto de energia são considerações importantes. AVDs básicas e instrumentais e a necessidade de um equipamento adaptativo deveriam ser examinadas. A escala de Schwab e England de Atividades da Vida Diária é uma medida global do funcionamento com 11 pontos, que pede que o avaliador relate atividades funcionais diárias. Barreiras ambientais; EXERCÍCIOS E ELA: A fraqueza por excesso de uso não ocorre em músculos que possuam grau 3 (satisfatório) ou maior até 5 (normal) no teste muscular manual; Exercícios de resistência moderada podem aumentar a força em músculos que possuam grau 3 ou maior até 5 no TMM; Ganhos de força são proporcionais à força muscular inicial; Exercícios pesados excêntricos devem ser evitados; Exercícios podem produzir benefícios funcionais; Benefícios psicológicos ainda precisam ser determinados. Questões para revisão:
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