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VIGAS Conceito De acordo com a ABNT NBR 6118 (2014) vigas são “elementos lineares em que a flexão é preponderante”, elementos lineares são aqueles em que o comprimento longitudinal supera a seção transversal, e são representados como barras. Apesar do momento fletor ser a solicitação preponderante ou mais importante, em geral, nas vigas temos a ação conjunta do momento fletor e do esforço cortante. Pré-dimensionamento das vigas O pré-dimensionamento das vigas é feito a partir da concepção estrutural elaborada pelo engenheiro tendo como base o projeto arquitetônico. De modo geral a largura da viga é definida em função da espessura das paredes acabadas, respeitando o conteúdo da ABNT NBR 6118 (2014) no item 13.2.2 onde a largura mínima das vigas é igual a 12 cm, respeitando-se um mínimo absoluto de 10 cm em casos excepcionais. Já a altura das vigas depende de alguns fatores dentre eles (resistência do concreto, deslocamento vertical também conhecido como flecha), uma maneira prática de efetuar o pré- dimensionamento da altura das vigas é observar os vãos vencidos pelos trechos das vigas, de maneira geral altura será igual a 10% do vão e nos casos de vigas em balanço a altura será igual a 20% do vão. A altura das vigas deve ser preferencialmente múltiplo de 5 e a altura mínima indicada de 25 cm. Para facilitar o cimbramento procura-se padronizar as alturas das vigas, em geral torna-se antieconômico adotar vigas com mais de 5 alturas em um mesmo projeto. Ao final da verificação do estado limite último (E.L.U) os trechos mais carregados e principalmente os maiores vãos devem ser verificados para o estado limite de serviço (E.L.S) principalmente em relação a deformação excessiva (flecha). Instabilidade lateral em vigas A ABNT NBR 6118 (2014) nos diz que a segurança à instabilidade lateral de vigas deve ser garantida através de procedimentos apropriados. Como procedimento aproximado pode-se adotar, para vigas de concreto, com armaduras passivas ou ativas, sujeitas à flambagem lateral, as seguintes condições: 𝑏𝑤 ≥ 𝑙𝑜 50 𝑏𝑤 ≥ 𝛽𝑓𝑙 ∗ ℎ Onde: 𝑏𝑤 = largura da zona comprimida; ℎ = altura total da viga; 𝑙𝑜 = comprimento do flange comprimido, medido entre suportes que garantam o contraventamento lateral; 𝛽𝑓𝑙 = coeficiente que depende da forma da viga, conforme apresentado na Tabela 1. Tabela 1 – Valores de fl Fonte: Adaptada da ABNT NBR 6118 (2014) Quando há laje apoiada na região superior da viga, na extensão onde ocorrem tensões normais de compressão provocadas pelo momento fletor positivo, a estabilidade lateral da viga está garantida pela laje. Na extensão dos momentos fletores negativos, onde a compressão ocorre na região inferior da viga, e não existe laje inferior travando a viga, não deverá ocorrer problema porque o banzo comprimido tem pequena extensão, no caso de vigas invertidas é importante verificar a questão da instabilidade lateral. Ações em vigas Em um projeto estrutural convencional, as cargas que atuam nas vigas são: peso próprio, peso das paredes e reações de apoio das lajes. Estas são cargas uniformes distribuídas. Entretanto, as vigas também podem receber cargas de outras vigas, quando estas se apóiam naquelas e também cargas de pilares no caso das vigas de transição. Estas são cargas concentradas. a) Peso próprio da viga 𝑃𝑝 = 𝑏𝑤 ∗ ℎ ∗ 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 Onde: 𝑏𝑤 = largura da viga ℎ = altura da viga 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 = 25 kN/m³ (peso específico do concreto armado) de acordo com a NBR 6120 (1980) b) Carga das paredes 𝑃𝑝𝑎𝑟 = 𝑒 ∗ ℎ ∗ 𝛾𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑑𝑒𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 Onde: 𝑒 = espessura da parede ℎ = altura da parede 𝛾𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑑𝑒𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 = 13 kN/m³ (peso específico do tijolo furado) de acordo com a NBR 6120 (1980) c) Reações das lajes As reações das lajes nas vigas podem ser calculadas através de tabelas como a tabela de Bares, Czerny ou Marcus, ou ainda pelo método das charneiras plásticas de acordo com o item 14.7.6.1 da ABNT NBR 6118 (2014). Vão livre e vão efetivo da viga Vão livre (lo) é a distância entre as faces dos apoios. O vão efetivo (lef), também conhecido como vão teórico (l), pode ser calculado por: 𝑙𝑒𝑓 = 𝑙𝑜 + 𝑎1 + 𝑎2 Onde: a1 é igual ao menor valor entre t1 / 2 e 0,3h e a2 é igual ao menor valor entre t2 / 2 e 0,3h. Figura 1 – Vão livre e efetivo da viga Fonte: Pinheiro (2007) Bibliografia ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 6118:2014. Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, ABNT, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 6120:1980. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, ABNT, 1980. BASTOS, P. S. S. Notas de aula – Vigas de concreto armado. Bauru: UNESP, 2017. Disponível em: < http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto2/Vigas.pdf>. Acesso em: 03 jun. 2018. CARVALHO, R. C.; FIGUEIREDO FILHO, J. R. Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado: Segundo a NBR 6118:2014. 4. ed. São Carlos: EdUFSCar, 2013. PINHEIRO, L. M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Carlos: USP, 2007. Disponível em: <http://coral.ufsm.br/decc/ECC1006/Downloads/Apost_EESC_USP_Libanio.pdf>. Acesso em: 25 mai. 2018.
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