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CONTABILIDADE COMERCIAL

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CONTABILIDADE COMERCIAL 
Me. Alexandro Farias de Carvalho 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2020 
 
 
1 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. TRIBUTOS: NOÇÕES BÁSICAS E CONTABILIZAÇÃO 
 
Objetivo: 
Compreender o conceito de tributo e suas espécies, competência tributária, fontes, 
regras de aplicação, retenção na fonte, interpretação e integração das normas de incidência 
tributária, bem como o registro e contabilização dos impostos sobre vendas. 
 
Introdução: 
Todo o cidadão paga tributo, direta ou indiretamente. A principal função dos tributos 
é garantir recursos para que o Governo possa investir em serviços e atividades sociais, 
como saúde, educação, habitação e infraestrutura para melhorar a qualidade de vida da 
população. 
1.1. Noções de Tributos 
Encontramos o conceito de Tributo no art. 3° do CTN – Lei nº 5.172/66 (Código 
Tributário Nacional), vejamos: 
 
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” 
 
Neste sentido, verificamos que Tributo é “Gênero” dividido em “Espécies de 
Tributos”. 
 
O artigo 5º do CTN menciona como espécies de tributos: impostos taxas e 
contribuições de melhoria, no entanto, sob a inteligência dos artigos 148 e 149 do Sistema 
Tributário Nacional, consubstanciado na Constituição Federal, evidencia-se que há mais 
duas espécies tributárias, a saber: o empréstimo compulsório e as contribuições especiais 
ou parafiscais. 
 
Assim, em termos gerais classificam-se cinco espécies de tributos: impostos, taxas, 
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais ou 
parafiscais, as quais se identificam como segue: 
 
 
 
2 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
a) Impostos: incidem, por exemplo, sobre a propriedade de imóvel urbano (IPTU), 
a disponibilidade de renda (Imposto sobre a Renda), a propriedade de veículo 
automotor (IPVA), entre outros. 
 
b) Taxas: as taxas decorrem de atividades estatais, tais como os serviços públicos 
ou do exercício do poder de polícia. Exemplos: custas judiciais e a taxa 
de licenciamento de veículos. 
 
c) Contribuições de Melhoria: as contribuições de melhoria se originam da 
realização de obra pública que implique valorização de imóvel do contribuinte. 
Por exemplo: benfeitorias no entorno do imóvel residencial. 
 
d) Empréstimos compulsórios: têm por finalidade buscar receitas para o Estado 
visando promover o financiamento de despesas extraordinárias ou urgentes, 
quando o interesse nacional esteja presente e; 
 
e) Contribuições Especiais, Parafiscais ou Sociais: são tributos instituídos para 
promover o financiamento de atividades públicas. São, portanto, tributos 
finalísticos, ou seja, a sua essência pode ser encontrada no destino dado, pela 
lei, ao que foi arrecadado. 
 
Todo tributo nasce de um “Fato Gerador”, que é uma expressão jurídico-contábil, 
que representa um fato ou conjunto de fatos a que o legislador vincula o nascimento da 
obrigação jurídica de pagar um tributo determinado. Como por exemplo, podemos citar a 
compra de um imóvel urbano que dá nascimento ao IPTU (Imposto Predial Territorial 
Urbano). Nesse sentido, quem não tem posse de imóvel, não deve o IPTU, pois não incidiu 
este fato gerador. 
 
 
 
Assista o Vídeo “A origem dos Tributos”, disponível no Link abaixo: 
https://www.youtube.com/watch?v=AKgMsf5yLDM 
Acesso em: 12 jun. 2020. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=AKgMsf5yLDM
 
 
3 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Os tributos têm funções próprias que podem ser fiscal, extrafiscal ou parafiscal. 
Portanto, as três classificações das funções mencionadas são definidas pelo insigne jurista 
Hugo de Brito Machado1, com seu peculiar saber em: 
1ª) Função Fiscal: quando seu objetivo principal é a arrecadação de recursos 
financeiros para o Estado; 
2ª) Função Extrafiscal: quando seu objetivo principal é a interferência no domínio 
econômico, buscando um efeito diverso da simples arrecadação de recursos financeiros; 
3ª) Função Parafiscal: quando seu objetivo é a arrecadação de recursos para o 
custeio de atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas que 
este as desenvolve através de entidades específicas. 
A título de exemplo, pode-se citar o imposto de renda exercendo função fiscal, pois 
visa a manutenção dos serviços da máquina pública; as alterações do IPI, como função 
extrafiscal, pelo fato de interferir na economia do país e por fim temos a função parafiscal, 
com as contribuições anuais pagas pelos profissionais à órgãos como OAB, CREA, CFC, 
etc., que não apresentam arrecadação propriamente para o Estado. 
Os impostos podem ser Federais, Estaduais e Municipais se estabelecendo assim a 
Competência Tributária, no qual, segundo a Constituição Federal, os entes federativos 
(União, Estados, Municípios e Distrito Federal) têm a prerrogativa de instituir os tributos. 
Em resumo, Competência Tributária é o poder de criar tributos, sendo este poder 
conferido pela Constituição Federal aos entes federativos. 
Cabe ressaltar que o poder de criação de tributos dispõe de prerrogativas e limites 
legais a seguir: 
1) Constituição Federal; 
2) Emenda Constitucional; 
3) Leis Complementares; 
4) Medidas Provisórias, aprovadas pelo Congresso; 
5) Resoluções do Senado Federal; 
 
1 Hugo de Brito Machado - contabilista, advogado, mestre, especialista, doutor. Possui título de notório saber em Direito Tributário, 
conferencista, consultor tributário e parecerista é autor de diversas obras na área tributária. Reúne notórios conhecimentos do Direito 
Tributário, consolidados com sua experiência valiosa na judicatura federal, onde por 23 anos pontificou enfrentando as mais diversas 
questões dessa área da Ciência Jurídica como Juiz Federal em 1ª Instância e como Juiz do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. É 
Professor de Direito Tributário nos cursos de especialização, mestrado e doutorado da Faculdade de Direito da Universidade Federal do 
Ceará (UFC). 
 
 
4 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6) Tratados e Convenções Internacionais; 
7) Convênios Firmados; 
8) Atos Normativos. 
Por Competência Tributária os impostos são: 
 
Impostos Federais 
• Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados – IE; 
• Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros – II; 
• Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou 
Valores Mobiliários – IOF; 
• Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; 
• Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza – IR; 
• Imposto Territorial Rural – ITR. 
 
Impostos Estaduais 
• Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e prestação de 
Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS; 
• Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA; 
• Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou 
Direito – ITCMD; 
 
Impostos Municipais 
• Imposto sobre a Propriedade predial e Territorial Urbana - IPTU; 
• Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS; 
• Imposto sobre Transmissão intervivos de Bens e Imóveis e de direitos reais a 
eles relativos – ITBI. 
 
Há também o Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF que, apesar de previsto na 
Constituição, está ocioso, aguardando lei complementar que o regule. 
 
O sujeito do tributo, ou seja, aquele que recebe ou paga, pode ser determinado de 
duas maneiras: 
 
Sujeito Ativo: Quem recebe (União, Estado, Distrito Federal e Municípios); 
 
 
5 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Sujeito Passivo: Quem paga (pessoa físicaou jurídica). 
 
Assim, definido o sujeito resta saber a Alíquota, que é o percentual aplicado, e a 
Base de Cálculo, que são os valores nos quais será aplicada a alíquota, respeitando a 
devida metodologia de apuração do tributo. 
 
 
 
Pesquise na WEB: 
• Consulte site da Fazenda de seu Estado e busque a Legislação do ICMS, após 
compare a mesma com a Legislação do ICMS de outro Estado a sua escolha, 
procurando identificar dissonâncias e aproximações entre as legislações. 
• Consulte o site da Prefeitura de seu Município e busque a Legislação do ISS 
e a compare com a Legislação do ISS de outro Município de sua escolha, 
procurando identificar dissonâncias e aproximações entre as legislações. 
 
 
1.2. Obrigação Tributária 
Denomina-se "obrigação tributária" o dever de fazer de um contribuinte, responsável 
ou terceiro em função da lei. De acordo com o artigo 113 do CTN — Código Tributário 
Nacional a obrigação tributária divide-se em: 
1) Principal. 
2) Acessória. 
 
A obrigação é principal quando o contribuinte tem por prestação (por dever) o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (multa em dinheiro). 
 
A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e extingue-
se juntamente com o crédito tributário dela decorrente (artigo 113, § 1, do CTN). 
Exemplo: fato gerador - circulação de mercadorias, sujeita ao ICMS. Portanto, a obrigação 
principal somente se extingue com o pagamento (recolhimento) do valor integral devido. Se 
for recolhido parcialmente, não se considera extinto. 
 
A obrigação é acessória quando, por força de lei, a prestação a ser cumprida é a de 
fazer ou não fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo Fisco, tudo no interesse 
da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (artigo 113, § 2, do CTN). Como exemplo de 
obrigação acessória se pode citar a escrituração das operações de circulação de 
 
 
6 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
mercadoria (notas fiscais), sujeitas ao ICMS, e apuração do respectivo saldo devedor (ou 
credor) nos livros fiscais. 
 
Ressalve-se que, independentemente de ser exigido ou não o cumprimento de 
obrigação principal, o contribuinte é sempre obrigado a cumprir a obrigação acessória, 
como é o caso, por exemplo, de uma venda estar isenta do ICMS, mas de esse fato não 
desobrigar o comerciante a emissão da respectiva Nota Fiscal, acobertando a operação. 
Ou de se apurar saldo credor do ICMS (saldo a favor do contribuinte, onde não haverá 
recolhimento do imposto). 
 
Em resumo, obrigação principal é a obrigação de pagar e a obrigação acessória 
é a obrigação de declarar. 
 
 
1.3. Retenção na Fonte 
 
 
 
Retenção é ato ou ação de Reter, ou seja, conservar algo ou alguma coisa em 
seu poder. 
Fonte é o início de algo, ou seja, o começo, o local onde ocorreu o fato gerador. 
 
 
 
Retenção na Fonte ocorre quando uma obrigação tributária principal em que a 
pessoa jurídica ou equiparada está obrigada a reter do beneficiário, o valor do tributo 
correspondente, nos termos estabelecidos na Lei. Portanto se a sua empresa presta algum 
tipo de serviço para terceiros existe a possibilidade de imposto a ser retido. 
Nada mais é, do que garantir o pagamento do imposto pela empresa que contrata o 
serviço. Por exemplo, podemos citar uma tomadora de serviços, a qual retém na Nota Fiscal 
o valor do INSS da prestadora, ou seja, ela toma para si a obrigação principal de pagar. 
A retenção do tributo na fonte sem o correspondente recolhimento aos cofres 
públicos caracteriza crime tributário conforme o art. 2º da Lei 8.137/90, adiante reproduzido: 
 
 
 
 
7 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Art.2°– Constitui crime da mesma natureza: 
I – ... 
II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, 
descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria 
recolher aos cofres públicos; 
 
Assim, quando a empresa retém o valor do tributo ela toma para si a 
responsabilidade de recolhê-lo e o ato contrário poderá incorrer em sanção para a mesma. 
 
 
 
ALMEIDA, Amador Paes de. Manual das sociedades comerciais. 14. Ed. Ver. 
atual. E ampl. De acordo com o novo Código Civil e a Lei n. 10.303/2001 (S/A). 
São Paulo: Saraiva, 2004. 
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Manual Prático de Interpretação Contábil da 
Lei Societária. 1ª Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2010. 
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema 
Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à 
União, Estados e Municípios. Denominado Código Tributário Nacional pelo art. 
7º do Ato Complementar nº 36, de 13.3.1967. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm>. Acesso em: 12 jun. 
2020. 
BRASIL, LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990. Define crimes contra a 
ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras 
providências. Disponível em: 
<http://www.portaltributario.com.br/legislacao/lei8137.htm>. Acesso em: 12 
jun. 2020. 
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial – Teoria e Prática. Ed. 
Atlas. São Paulo, 1998. 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 11ª Ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 7. Ed. São 
Paulo: Atlas, 2007. 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de 
Contabilidade das Sociedades Por Ações. Ed. Atlas Sexta Edição. São Paulo, 
2003. 
LUZ, Érico Eleutério da. Contabilidade Comercial. Curitiba. Ed. Intersaberes, 
2015. 
MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. Ed. Atlas Sexta Edição. 
São Paulo, 2003. 
PADOVANE, Luiz Clóvis. Introdução à Contabilidade. Ed. Thomson. São Paulo, 
2006. 
 
 
 
8 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
2. CONTABILIZAÇÃO DE TRIBUTOS SOBRE COMPRAS E VENDAS 
 
Objetivo: 
Verificar os tributos incidentes sobre as compras e as vendas. Entender o que é a 
não cumulatividade, que permite a recuperação de parte de alguns impostos, que tem como 
prerrogativa a substituição tributária, bem como aprender a realizar o registro e a 
contabilização destes impostos. 
 
Introdução: 
Ao se tratar de impostos sobre compra e vendas, podemos afirmar que se destacam 
entre eles o ICMS e o IPI. O ICMS é um imposto de competência estadual, incidente sobre 
a circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços, como o fornecimento de 
energia elétrica, os transportes e comunicações. É considerado imposto por dentro, pois 
seu valor está incluído no valor da mercadoria ou dos serviços constantes da Nota Fiscal. 
Já o IPI é um imposto de competência federal, exigido principalmente nas empresas 
industriais. É considerado imposto por fora, pois seu cálculo é feito sobre o valor dos 
produtos e a ele é adicionado. 
 
2.1. Tributos incidentes sobre compras e vendas 
São considerados impostos incidentes sobre as vendas aqueles que são 
proporcionais ao preço da venda, mesmo que integrem a base de cálculo do tributo. Esses 
tributos, como o ICMS, o IPI, o ISS, a COFINS e o PIS, devem ser registrados em contas 
próprias de resultado, cujos saldos, na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), 
aparecem como parcelas redutoras da receita bruta, para a determinação da receita líquida, 
sendo que a contabilização dos referidos tributos deve ser feita simultaneamente ao registro 
do faturamento, tendo como contrapartida contas próprias de impostos a recolher, no 
Passivo Circulante. 
Destaque-se que os impostos e contribuições incidentes sobre a receita de 
faturamento devem ser contabilizados pelo regime de competência, ou seja, deverá ser 
registrado, independente de seu pagamento. 
 
 
 
 
 
9 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
Alguns impostossão recuperáveis, por este motivo são conhecidos como não-
cumulativos, ou seja, aqueles em que se abatem, em cada operação, o 
montante dos impostos cobrados nas operações anteriores. 
 
 
Estes impostos recuperáveis pelas empresas na atividade industrial são: IPI 
(Imposto sobre produtos industrializados) e o ICMS (imposto sobre operações relativas a 
circulação de mercadorias e sobre prestação de serviço de transportes interestadual e 
intermunicipal e de comunicação). 
 
Cabe ressaltar que todo imposto é recuperável somente quando se paga o mesmo 
na entrada, abatendo-o o mesmo na saída, em uma conta própria denominada “Impostos 
a Recuperar”. 
 
 
Exemplificando: A empresa comprou uma TV por R$ 1.000,00 para revenda, 
com ICMS de 12% na Nota Fiscal de Entrada (ICMS a Recuperar). Revendeu-se 
ao consumidor final por R$ 1.500,00, com ICMS de 18% (ICMS a Recolher). Esta 
ação dá direito a Substituição Tributária. 
Fato 01 – Compra de uma TV por R$ 1.000,00 
ICMS a Recuperar (12% de R$ 1.000,00) .................................. R$ 120,00; 
 
Fato 02 – Venda da TV por R$ 1.500,00 
ICMS a Recolher (18% de R$ 1.500,00) .................................. R$ 270,00; 
 
Ocorre que do valor a recolher de R$ 270,00, temos a recuperar o valor de R$ 
120,00, pago na compra. Assim, pela Substituição Tributária recolheremos 
somente a diferença de R$ 150,00 (R$ 270,00 – R$ 120,00). 
 
 
A emissão da nota fiscal é que determina, em relação aos impostos recuperáveis, 
duas posições fiscais: débitos e créditos. 
 
 
10 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2.2. Conhecendo melhor o ICMS 
O ICMS é o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e comunicação, ainda 
que as operações e as prestações se iniciem no exterior (CF/88, art. 155, inciso II). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assista o Vídeo “Guerra Fiscal”, disponível no Link abaixo: 
https://www.youtube.com/watch?v=oQ-iCIkOLew 
Acesso em: 12 jun. 2020. 
 
 
 
É um tributo de competência Estadual, não cumulativo, compensando-se em cada 
operação. Também chamado de “imposto por dentro”, por integrar o valor final da Nota 
Fiscal, ou seja, um produto que custou R$ 10.000,00, com incidência de 18% de ICMS, terá 
valor final da Nota de R$ 11.800,00. 
De acordo com o art. 13 da Lei Complementar 87/96, a base de cálculo do ICMS é 
composta pela seguinte forma: 
(=) VALOR DA MERCADORIA. 
(+) FRETE. 
(+) SEGURO. 
(+) JUROS FINANCEIROS. 
(+) QUALQUER IMPORTÂNCIA PAGA, RECEBIDA OU DEBITADA. 
(+) DESCONTOS CONCEDIDOS SOB CONDIÇÃO. 
(+) MONTAGEM E INSTALAÇÃO VINCULADAS AO CONTRATO DE 
FORNECIMENTO. 
(-) DESCONTOS INCONDICIONAIS. 
(+) SE TIVER IPI E FOR DESTINADA A ATIVO OU CONSUMO. 
ICMS 
 
 Não 
Cumulativo 
 
Estadual 
 Compensando-se 
em cada operação 
 Imposto por 
dentro 
https://www.youtube.com/watch?v=oQ-iCIkOLew
 
 
11 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
A alíquota do ICMS tende a respeitar o Princípio da Seletividade (CF, art. 155, § 
2º, III), ou seja, quanto mais essencial o produto, menor será sua alíquota, quanto menos 
essencial o produto, maior será sua alíquota. Portanto, as alíquotas podem variar seus 
percentuais. 
As operações dentro de um mesmo Estado são consideradas “internas” e as 
alíquotas variam entre 17% a 19%. Já as operações realizadas de um Estado para outro 
são consideradas “interestaduais” e as alíquotas podem variar entre 7% a 12%. (vide 
Quadro 01) 
Quadro 01 – Tabela de incidência de Estado para Estado. 
 
D E S T I N O 
 AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PR PE PI RN RS RJ RO RR SC SP SE TO 
 
O 
 
R 
 
I 
 
G 
 
E 
 
M 
AC 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
AL 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
AM 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
AP 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
BA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
CE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
DF 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
ES 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
GO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
MA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
MT 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
MS 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
MG 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 7 12 12 7 7 12 12 7 7 
PA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
PB 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
PR 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 7 7 7 12 12 7 7 12 12 7 7 
PE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
PI 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
RN 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
RS 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 12 7 7 7 12 7 7 12 12 7 7 
RJ 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 12 7 7 7 12 7 7 12 12 7 7 
RO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
RR 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
SC 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 12 7 7 7 12 12 7 7 12 7 7 
SP 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 12 7 7 7 12 12 7 7 12 7 7 
SE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
TO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 
Fonte: Resolução do Senado Federal n. 22/89 
 
Para aplicação da tabela nas operações interestaduais se deverá tomar o seguinte 
ponto de partida: 
1 – Coluna vertical: Estados de origem das operações; 
 
 
12 Contabilidade Comercial 
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2 – Coluna horizontal: Estados de destino das operações de comercialização, dos 
produtos, das mercadorias, dos serviços prestados; 
3 – Quadros em preto refere-se às operações internas. 
 
2.2.1. Contabilizando o ICMS 
Fato 01 
A Comercial Oliveira compra a vista mercadorias, para revenda, no valor de R$ 
5.000,00, conforme Nota Fiscal nº 001, com ICMS de R$ 900,00. (Alíquota do ICMS: 18%) 
Contabilização: 
Se realizássemos a contabilização sem impostos, ela ficaria assim: 
D – Estoque de Mercadorias R$ 5.000,00 
C - Caixa R$ 5.000,00 
 
Contudo o ICMS é considerado um imposto por dentro ele será destacado na 
Nota Fiscal, ficando assim o lançamento do imposto destacado. 
D – Estoque de Mercadorias R$ 4.100,00 
D – ICMS a Recuperar R$ 900,00 
C – Caixa R$ 5.000,00 
 
Fato 02 
A Comercial Oliveira vende a prazo mercadorias, pelo valor total de R$ 8.500,00, 
conforme Nota Fiscal de Venda nº 001, com incidência de ICMS no valor de R$ 1.530,00. 
(Alíquota do ICMS: 18%) 
Contabilização: 
Pela venda da mercadoria, 
D – Contas a Receber R$ 8.500,00 
C – Receita de Vendas R$ 8.500,00 
 
Pelo reconhecimento do ICMS, 
 
 
13 Contabilidade Comercial 
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D – ICMS sobre Vendas R$ 1.530,00 
C – ICMS a Recolher R$ 1.530,00 
 
Pelo Custo da Mercadoria Vendida, 
D – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) R$ 4.100,00 
C – Estoque de Mercadorias R$ 4.100,00 
 
Pela substituição Tributária, 
D – ICMS a Recolher R$ 900,00 
C – ICMS a Recuperar R$ 900,00 
 
Razonetes: 
 
D ICMS a Recuperar C 
900,00 900,00 
 
 
D ICMS a Recolher C 
900,00 1.530,00 
 630,00 
 
D ICMS sobre Vendas C 
1.530,00 
 1.530,00 
 
 
Considerandoque a empresa possuía o ICMS a recuperar no valor de R$ 900,00, 
ela pode abater este valor no momento em que recolher o ICMS sobre a venda. 
 
 
14 Contabilidade Comercial 
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2.3. Conhecendo melhor o IPI 
O IPI é o imposto sobre produtos industrializados e quando incidente sobre vendas 
deve ser deduzido da receita bruta, para a determinação da receita líquida de faturamento. 
Vale destacar que as alíquotas do IPI são várias e estão presentes na Tabela de Incidência 
do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). 
 
A legislação do Imposto de Renda, não incluiu o valor do IPI na receita bruta de 
vendas, assim é conveniente adotar procedimentos contábeis que facilitem a demonstração 
dos valores para produzir efeitos fiscais. 
 
Na prática, não se registra o IPI em conta de Resultado. Portanto, uma venda de 
mercadorias por R$ 5.000,00 mais 10% de IPI seria contabilizada de forma alternativa, 
registrando a receita pelo valor total cobrado numa conta denominada “Faturamento Bruto”, 
e em seguida debita-se o IPI em conta de resultado, sob o título de “IPI Faturado”. Assim, 
a qualquer momento pode ser demonstrado contabilmente o valor da receita bruta segundo 
o conceito fiscal, que corresponde à diferença entre o saldo credor da conta “Faturamento 
Bruto” e o saldo devedor da conta “IPI Faturado”. 
 
Utilizando-se essa alternativa a contabilização da hipotética operação mencionada 
seria efetuada da seguinte forma: 
 
D – Clientes R$ 5.500,00 
C - Faturamento Bruto R$ 5.500,00 
 
D - IPI Faturado R$ 500,00 
C - IPI a Recolher R$ 500,00 
 
Caso seja adotado este procedimento para o registro das vendas com incidência do 
IPI, para fins do Imposto de Renda (na Declaração de Rendimentos), a receita bruta deve 
ser considerada sem o IPI e o valor desse imposto não deve constar da conta de Resultado. 
 
 
 
15 Contabilidade Comercial 
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2.3.1. Contabilizando o IPI na compra e venda de mercadoria 
O IPI a exemplo do ICMS, também incide na compra de mercadorias. Uma forma de 
contabilizar os impostos recuperáveis pagos na aquisição de mercadorias e insumos da 
produção é o registro, por ocasião da aquisição desses bens, em contas próprias, 
classificáveis no ativo circulante, intituladas “IPI a Recuperar” e "ICMS a Recuperar”. 
 
Fato 01 
Aquisição de R$ 110.000,00 de materiais para a produção, sendo recuperáveis R$ 
10.000,00 de IPI e R$ 12.000,00 de ICMS: 
 
D – Estoque de Mercadoria R$ 88.000,00 
D – IPI a recuperar R$ 10.000,00 
D – ICMS a recuperar R$ 12.000,00 
C – Fornecedores R$ 110,000,00 
 
Lançamento por ocasião do término do período de apuração do IPI e do ICMS, 
transferindo-se o saldo das contas respectivas para a conta do passivo. 
 
Fato 02 
Venda a vista da produção, pelo valor total de R$ 130.000,00, conforme Nota Fiscal 
de Venda nº 001, com incidência de ICMS no valor de R$ 23.400,00 (Alíquota do ICMS: 
18%) e IPI no valor de R$ 13.000,00 (Alíquota do IPI: 10%) 
 
Contabilização: 
Pela venda da mercadoria, 
D – Caixa R$ 130.000,00 
C – Receita de Vendas R$ 130.000,00 
 
Pelo reconhecimento do ICMS, 
D – ICMS sobre Vendas R$ 23.400,00 
C – ICMS a Recolher R$ 23.400,00 
 
 
 
16 Contabilidade Comercial 
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Pelo reconhecimento do IPI, 
D – IPI sobre Vendas R$ 13.000,00 
C – IPI a Recolher R$ 13.000,00 
 
Pela substituição tributária do ICMS 
D – ICMS a recolher R$12.000,00 
C – ICMS a recuperar R$12.000,00 
 
Pela substituição tributária do IPI 
D – IPI a recolher R$10.000,00 
C – IPI a recuperar R$10.000,00 
 
Razonetes 
D ICMS a Recuperar C 
12.000,00 12.000,00 
 
 
D ICMS a Recolher C 
12.000,00 23.400,00 
 11.400,00 
 
D ICMS sobre Vendas C 
23.430,00 
 23.430,00 
 
D IPI a Recuperar C 
 10.000,00 10.000,00 
 
 
D IPI a Recolher C 
10.000,00 13.000,00 
 3.000,00 
 
 
 
17 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
D IPI sobre Vendas C 
13.000,00 
 13.000,00 
 
 
 
 
ALMEIDA, Amador Paes de. Manual das sociedades comerciais. 14. Ed. Ver. 
Atual. E ampl. De acordo com o novo Código Civil e a Lei n. 10.303/2001 (S/A). 
São Paulo: Saraiva, 2004. 
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Manual Prático de Interpretação Contábil da 
Lei Societária. 1ª Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2010. 
BRASIL. Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010. Regulamenta a cobrança, 
fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre Produtos 
Industrializados - IPI. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/decreto/d7212.htm>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial – Teoria e Prática. Ed. 
Atlas. São Paulo, 1998. 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 11ª Ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 7. Ed. São 
Paulo: Atlas, 2007. 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de 
Contabilidade das Sociedades Por Ações. Ed. Atlas Sexta Edição. São Paulo, 
2003. 
LUZ, Érico Eleutério da. Contabilidade Comercial. Curitiba. Ed. Intersaberes, 
2015. 
PADOVANE, Luiz Clóvis. Introdução à Contabilidade. Ed. Thomson. São Paulo, 
2006. 
 
 
 
 
18 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 
 
Objetivo: 
Compreender que as Operações com mercadorias é o objetivo das sociedades 
tratadas na contabilidade comercial, considerando que tal atividade deve estar estruturada 
para que se possa adequadamente apurar o resultado dessas operações através do 
Resultado com Mercadorias (RCM), que é obtido pela diferença entre o valor da Receita 
Líquida de Vendas e o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). 
 
Introdução: 
As empresas que trabalham com compra e venda de mercadorias, sem nada 
acrescentar às mercadorias compradas, para sua venda, são denominadas empresas 
comerciais. Nas empresas comerciais, as operações de compra e venda de mercadorias 
constituem o seu principal objetivo operacional. 
3.1. Resultado Bruto com Mercadorias (RCM) 
O resultado bruto com mercadorias, ou simplesmente resultado com mercadorias, é 
obtido aritmeticamente pelas empresas comerciais, subtraindo-se da receita total das 
vendas de mercadorias o custo pelo qual essas mercadorias foram vendidas, ou seja: 
 
Ou 
 
A importância de se apurar o resultado com mercadorias se dá para as empresas 
comerciais, pelo fato que, partindo-se dele, somam-se todas as demais receitas existentes 
no período e subtraem-se todas as demais despesas incorridas no período, obtendo-se o 
resultado líquido do exercício, ou seja: 
 
 
 
 
 
 
Resultado com mercadorias = Vendas - Custo das mercadorias vendidas 
RCM = V - CMV 
 
Resultado líquido do período = RCM + Demais receitas - Demais despesas 
 
 
 
19 Contabilidade Comercial 
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Exemplificando: A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), tem como 
foco principal demonstrar a situação financeira da empresa divulgando assim 
lucro ou prejuízo acumulado. 
Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2. Apuração dos Custos das Vendas 
A apuração dos custos das vendas é essencial para a análise de liquidez da 
empresa. Liquidez é um conceito econômico que considera a facilidade com que um bem 
pode ser convertido no meio de troca da economia, ou seja, é a facilidade com que um ativo 
pode ser convertido em dinheiro. O grau de agilidade desta conversão de um investimento 
sem perda significativa de seu valor depende, dentre outros fatores, de se conhecer o custo 
das vendas, seja ela de serviços ou de mercadorias. 
 
3.2.1. Custo dos Serviços Vendidos (CSV) 
Numaempresa de prestação de serviços, a sistemática para apuração do custo do 
serviço vendido se dará pela fórmula: 
 
 
 
Onde: 
CSV = Custo dos Serviços Vendidos; 
Sin = Saldo Inicial dos Serviços em Andamento; 
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos serviços vendidos; 
(=) Vendas R$ 190.000,00 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas R$ 130.000,00 
(=) RCM ou Lucro Bruto R$ 60.000,00 
(+) Receita de Comissões R$ 30.000,00 
(-) Despesas com Salários R$ 19.000,00 
(-) Despesas com Vendas R$ 21.000,00 
(-) Despesas Administrativas R$ 15.000,00 
(=) Resultado do Exercício R$ 35.000,00 
CSV = Sin + (MO + GDS + GIS) – Sfi 
 
 
 
20 Contabilidade Comercial 
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GDS = Gastos Diretos (locação de equipamentos, subcontratações, etc.) aplicados 
nos serviços vendidos; 
GIS = Gastos Indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações de equipamentos, 
etc.) aplicados nos serviços vendidos; 
Sfi = Saldo Final dos Serviços em Andamento. 
 
 
 
Exemplificando: Calcular o Custo dos Produtos Vendidos de 01 de janeiro a 31 
de dezembro de determinada indústria que apurou os seguintes dados: 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Demonstração dos Custos dos Vendidos ficará como segue: 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2.2. Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 
A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos 
estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por 
vendas realizadas no período. 
O custo das mercadorias vendidas pode ser apurado através da equação: 
Estoque Inicial (01 de janeiro) R$ 110.000,00 
 Compras de Insumos R$ 1.750.000,00 
 ICMS sobre Compras R$ 210.000,00 
 Fretes sobre Compras R$ 70.000,00 
 Mão de Obra Direta R$ 597.000,00 
 Gastos Gerais de Fabricação R$ 790.000,00 
 Estoque inventariado (31 de dezembro) R$ 185.000,00 
Estoque Inicial (01 de janeiro) R$ 110.000,00 
 (+) Compras de Insumos R$ 1.750.000,00 
 (+) Fretes sobre Compras R$ 70.000,00 
 (-) ICMS sobre Compras R$ (210.000,00) 
 (+) Mão de Obra Direta R$ 597.000,00 
 (+) Gastos Gerais de Fabricação R$ 790.000,00 
 (-) Estoque inventariado (31 de dezembro) R$ (185.000,00) 
 (=) Custo dos Produtos Vendidos R$ 2.922.000,00 
 
 
21 Contabilidade Comercial 
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Onde: 
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas; 
EI = Estoque Inicial; 
C = Compras; 
EF = Estoque Final (inventário final). 
 
Contudo resta saber sobre a forma de apuração, ou de que maneira pode-se calcular 
o valor do CMV e, em resposta a esse questionamento, podemos afirmar que existem dois 
sistemas que permitem a apuração do CMV: 
1. Inventário permanente: esse sistema permite o controle de forma contínua do 
estoque da mercadoria, registrando as compras e as vendas de forma imediata, 
no momento da ocorrência física desses fatos. Assim, a empresa tem, a todo 
instante, o valor das compras (entradas) do período, o valor das vendas (saídas) 
do custo de mercadorias vendidas, bem como o valor dos estoques inicial e final. 
 
2. Inventário periódico: é um sistema mais simples, em que é feita a contagem 
física do estoque de mercadorias e é atribuído um valor ao mesmo (estoque 
final), no encerramento de cada período contábil, que pode ser mensal, 
semestral ou anual. 
 
Em suma enquanto o Inventário Permanente é realizado a cada movimentação do 
estoque, o Inventário periódico é realizado a cada período como, por exemplo, a trimestre. 
 
3.3. Inventário Permanente 
O sistema de inventário permanente é utilizado principalmente nas médias e grandes 
empresas comerciais, em função da necessidade do controle contínuo do estoque de 
mercadorias, possibilitando a obtenção de informações gerenciais para a empresa, tais 
como: 
• O conhecimento do custo do estoque existente, após cada operação, 
possibilitando o estabelecimento do preço de venda de forma segura; 
CMV = EI + C - EF 
 
 
 
22 Contabilidade Comercial 
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• O conhecimento do valor e da quantidade do estoque de mercadoria existente, 
após cada operação, possibilitando o controle de pedidos de compras, bem 
como o conhecimento do giro de cada mercadoria. 
3.3.1. Contabilização de Inventário Permanente 
O sistema de inventário permanente utiliza o registro de todas as compras 
diretamente na conta mercadoria e estabelece a utilização de três contas básicas: 
 
✓ Mercadoria: é uma conta patrimonial que representa o estoque. É debitada nas 
compras e creditada nas vendas. Seu saldo mostrará o valor dos estoques de 
mercadorias no momento; 
 
✓ Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): é uma conta de resultado, debitada 
pelo valor do custo de cada venda; 
 
✓ Vendas: é uma conta de resultado; é creditada pelo valor bruto da venda. 
 
Os saldos das contas CMV e Vendas, no final do período, serão transferidos para 
a conta Resultado com Mercadorias (RCM), e esta última mostrará o resultado bruto da 
empresa. 
 
O registro contábil do sistema de inventário permanente será demonstrado a seguir. 
 
Na compra de mercadorias: 
D – Mercadoria 
C – Caixa ou Bancos ou Fornecedores 
 
Na venda de mercadorias: 
 
No sistema de inventário permanente, devemos proceder a dois registros quando 
tratamos das vendas das mercadorias. 
 
O primeiro registro, para registrarmos as vendas propriamente ditas, as receitas, 
 
 
23 Contabilidade Comercial 
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E o segundo para registrar o custo das mercadorias vendidas. 
D – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 
C – Mercadorias 
 
 
 
 
Exemplificando: A empresa Delta possui saldo inicial (SI) de estoque de 
mercadorias no valor de 150.000; vende um terço dele por 80.000, sendo a 
venda à vista. 
 
A contabilização será feita da seguinte maneira: 
1. No Diário: 
A) Contabilização da receita: 
D – Caixa R$ 80.000,00 
C – Vendas R$ 80.000,00 
 
B) Contabilização do custo 
D – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) R$ 50.000,00 
C – Mercadorias R$ 50.000,00 
 
 
 
 
D – Caixa ou Clientes 
C – Vendas 
 
 
24 Contabilidade Comercial 
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2. No Razão: 
D Mercadorias C 
 150.000,00 (SI) 50.000,00 
 100.000,00 
 
D Vendas C 
 80.000,00 
 80.000,00 
 
D CMV C 
50.000,00 
 50.000,00 
 
D Caixa C 
80.000,00 
 80.000,00 
 
Continuando nesse exemplo, vamos supor que a empresa, após a realização dessas 
transações, comprasse mercadorias a prazo por 30.000 e apurasse o resultado do período. 
A contabilização será feita da seguinte maneira: 
1. No Diário: 
A) Contabilização da receita: 
D – Mercadorias R$ 30.000,00 
C – Fornecedores R$ 30.000,00 
 
B) Contabilização do resultado: 
D – Vendas R$ 80.000,00 
C – Resultado R$ 80.000,00 
 
 
 
 
25 Contabilidade Comercial 
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C) Contabilização do CMV: 
D – Resultado R$ 50.000,00 
C – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) R$ 50.000,00 
 
2. No Razão: 
D Mercadorias C 
 150.000,00 (SI) 50.000,00 
 30.000,00 
 130.000,00 
 
D Vendas C 
 80.000,00 80.000,00 
 
 
D CMV C 
50.000,00 50.000,00 
 
 
D Fornecedores C 
 30.000,00 
 30.000,00 
 
D Resultado C 
50.000,00 80.000,00 
 30.000,00 
 
Ao ser desenvolvido esse exemplo, um fato importante deve ser observado o CMV 
foi dado, ou seja, um terço do estoque de mercadorias. Caso ele não fosse dado, como 
poderíamos obtê-lo? 
 
 
26 Contabilidade Comercial 
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Por outro lado, as empresas que utilizam o sistema de inventário permanentenecessitam de um controle, pela contabilidade, de qualquer movimentação ocorrida nos 
estoques de mercadorias, pois estes são contabilizados sempre que houver uma compra 
de mercadorias. 
Quanto às compras, sabemos que diversos motivos (concorrência, índice de preços 
– inflação ou deflação) influenciam o custo das mercadorias vendidas. Assim, problemas 
de atribuição de valor ao CMV e ao estoque final quando compramos mercadorias a preços 
diferentes podem ser solucionados quando avaliamos os estoques segundo os seguintes 
principais métodos: 
• Preço específico; 
• PEPS (FIFO); 
• UEPS (LIFO); 
• Custo Médio ou Média Ponderada Móvel. 
 
 
ALMEIDA, Amador Paes de. Manual das sociedades comerciais. 14. Ed. Ver. 
atual. E ampl. De acordo com o novo Código Civil e a Lei n. 10.303/2001 (S/A). 
São Paulo: Saraiva, 2004. 
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Manual Prático de Interpretação Contábil da 
Lei Societária. 1ª Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2010. 
BRASIL, Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Lex: Legislação Federal. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Lex: Legislação Federal. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Lex: Legislação Federal. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 11.941 de 27 de maio de 2009. Lex: Legislação Federal. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 12.249 de 11 de junho de 2010. Lex: Legislação Federal. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, M. Normas Brasileiras de Contabilidade. Resolução CFC n° 750, de 
29 de dezembro de 1993. Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade. 
FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 7. Ed. São 
Paulo: Atlas, 2007. 
 
 
27 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de Contabilidade das Sociedades Por Ações. Ed. Atlas Sexta Edição. São 
Paulo, 2003. 
IUDÍCIBUS, Sérgio de (Coord.). Contabilidade Introdutória. São Paulo, Atlas, 
2010. 
LUZ, Érico Eleutério da. Contabilidade Comercial. Curitiba. Ed. Intersaberes, 
2015. 
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. São Paulo, Atlas, 2009. 
SANTOS, José Luiz dos et al. Introdução à Contabilidade. São Paulo, Atlas, 
2011. 
 
 
 
28 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. CONTROLE E AVALIAÇÃO DE ESTOQUE 
 
Objetivo: 
Compreender o que é controle e avaliação de estoques e como os métodos de 
avaliação podem auxiliar na formação de preços visando que a empresa conheça o custo 
de seu produto, podendo assim maximizar seu lucro. 
 
Introdução: 
Os estoques de uma empresa são abastecidos por compras realizadas em diferentes 
épocas, podendo ocorrer, especialmente em regimes inflacionários (ou deflacionários), que 
o custo de aquisição de uma mesma mercadoria sofra variações ao longo do tempo. Dessas 
variações deriva a necessidade de se determinar o custo unitário de cada mercadoria, 
através de registros contábeis pertinentes. Este valor será considerado para determinação 
do lucro da empresa pela revenda dessas mesmas mercadorias. Naturalmente, para fins 
tributários, é de grande importância que essa determinação seja feita da maneira mais 
realista possível. Existem, para tal, métodos para a avaliação de estoques, com vantagens 
e desvantagens que podem ser notadas em cada situação de aplicação. É preciso lembrar 
que os procedimentos devem ser adotados para cada tipo de mercadoria ou produto com 
que a empresa opera. São eles: Preço específico; PEPS (FIFO); UEPS (LIFO) e Custo 
Médio ou Média Ponderada. 
4.1. Ficha de Controle de Estoque 
A ficha de controle de estoque tem como objetivos principais controlar esse 
importante elemento do ativo que é o estoque, facilitar a valoração de cada entrada e saída 
de itens no estoque, e de prover os usuários internos de informações tempestivas quanto 
ao saldo físico e financeiro de cada item em estoque. 
A ficha de controle de estoques deve possuir as seguintes colunas: 
 Colunas de entradas: Nessas colunas, são preenchidos as quantidades e os 
respectivos custos de aquisição das mercadorias quando de sua entrada em 
estoque e, consequentemente, o custo unitário desses itens. As devoluções de 
compras devem ser lançadas nessa coluna com sinal invertido, de forma a 
diferenciar do registro das saídas de mercadorias por vendas, que devem ser 
lançadas nas colunas de saída; 
 
 
29 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Colunas de saídas: Nessas colunas, são preenchidos as quantidades e os 
respectivos custos de saída das mercadorias quando de sua baixa do estoque 
e, consequentemente, o custo unitário desses itens. As devoluções de vendas 
devem ser lançadas nessa coluna com sinal invertido, de forma a diferenciar do 
registro das entradas de mercadorias por compras, que devem ser lançadas nas 
colunas de entrada; 
 Colunas de saldo: Nessas colunas, são preenchidos o saldo físico (em 
unidades) e o saldo financeiro das mercadorias em estoque e, 
consequentemente, o custo unitário desses itens. 
Modelo de ficha de controle de estoque 
ENTRADAS SAÍDAS SALDO 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
 
 
 
4.2. Preço específico 
Esse método é utilizado por empresas que comercializam mercadorias de valor 
significativo. Ele relaciona cada venda a seu custo respectivo. É usado quando for possível 
identificar claramente a mercadoria e o seu custo, sendo comum sua utilização por 
empresas que comercializam veículos, imóveis, obras de arte etc. 
Segundo esse critério, o custo específico de entrada ou de produção de cada item 
será aquele utilizado quando de sua saída do estoque. Assim, a saída de cada unidade de 
estoque será valorada pelos custos efetivamente incorridos em sua aquisição ou 
fabricação. 
 
 
 
 
 
 
 
30 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Exemplificando: A empresa X S/A é revendedora de veículos para frotistas. No 
início de março de 2017, tinha um saldo inicial (SI) de 100.000 em caixa e dois 
veículos do tipo X em estoque a um custo de 30.000 cada, e um veículo do tipo 
Y em estoque a um custo de 15.000 cada. Durante o mês, ocorreram as 
seguintes operações, todas à vista: 
• 02/03/2017 – compra de um veículo tipo Y pelo valor de 25.000. 
• 07/03/2017 – venda de um veículo tipo X por 45.000. 
• 20/03/2017 – venda do veículo Y por 30.000. 
• 25/03/2017 – compra de um veículo W por 40.000. 
• 30/03/2017 – encerramento do período com o resultado bruto com 
mercadorias. 
 
 
1. No Diário: 
A) 02/03/2017 – Contabilização da compra de veículo: 
D – Mercadorias R$ 25.000,00 
C – Caixa R$ 25.000,00 
 
B) 07/03/2017 – Contabilização da venda do veículo X: 
D – Caixa R$ 45.000,00 
C – Vendas R$ 45.000,00 
 
C) 07/03/2017 – Contabilização do CMV do veículo X: 
D – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) R$ 30.000,00 
C – Mercadorias R$ 30.000,00 
 
D) 20/03/2017 – Contabilização da venda do veículo Y: 
D – Caixa R$ 30.000,00 
C – Vendas R$ 30.000,00 
 
 
 
31 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
E) 20/03/2017 – Contabilização do CMV do veículo Y: 
D – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) R$ 15.000,00 
C – Mercadorias R$ 15.000,00 
 
F) 25/03/2017 – Contabilização da compra do veículo W: 
D – Mercadorias R$ 40.000,00 
C – Caixa R$ 40.000,00 
 
G) 30/03/2017 – Contabilização do Resultado bruto com mercadorias: 
D – Resultado Bruto com Mercadorias (RCM) R$ 45.000,00 
C – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) R$ 45.000,00 
 
 
D – Vendas R$ 75.000,00C – Resultado Bruto com Mercadorias (RCM) R$ 75.000,00 
 
2. No Razão: 
D Mercadorias C 
 75.000,00 (SI) 30.000,00 
 25.000,00 15.000,00 
 40.000,00 
 95.000,00 
 
D Caixa C 
 100.000,00 (SI) 25.000,00 
 45.000,00 40.000,00 
 30.000,00 
 110.000,00 
 
 
 
 
 
32 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
D Vendas C 
75.000,00 45.000,00 
 30.000,00 
 
 
D CMV C 
30.000,00 
15.000,00 
 45.000,00 
 
D RCM C 
45.000,00 75.000,00 
 30.000,00 
 
Após a apuração do resultado no final da competência, observa-se que a empresa 
X S/A obteve pelo método do preço específico (um preço para cada item vendido) um custo 
das mercadorias vendidas (CMV) no valor de 45.000, um lucro bruto de 30.000 e um 
estoque final de 95.000, composto por um veículo tipo X (30.000), um veículo tipo Y (25.000) 
e um veículo do tipo W (40.000), que não foram vendidos. 
Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS ou FIFO) 
Segundo esse critério, a saída de um item de estoque será valorada pelo custo de 
aquisição ou de fabricação do primeiro item que entrou em estoque. 
Exemplo: 
 
Informações: 
Dia 01/jan – Compra de 200 unidades de mercadoria pelo valor total de $4.000,00 
Dia 10/jan – Compra de 400 unidades de mercadoria pelo valor total de $12.000,00 
Dia 15/jan – Compra de 300 unidades de mercadoria pelo valor total de $12.000,00 
Dia 20/jan – Venda de 700 unidades de mercadoria pelo valor total de $ 30.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Data 
ENTRADAS SAÍDAS SALDO 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
01/jan. 200 20,00 4.000,00 200 20,00 4.000,00 
10/jan. 400 30,00 12.000,00 
200 20,00 4.000,00 
400 30,00 12.000,00 
15/jan. 300 40,00 12.000,00 
200 20,00 4.000,00 
400 30,00 12.000,00 
300 40,00 12.000,00 
20/jan. 
200 20,00 4.000,00 
200 40,00 8.000,00 
400 30,00 12.000,00 
100 40,00 4.000,00 
700 20.000,00 
 
Como demonstrado no exemplo pelo método Primeiro que entra Primeiro que sai, na 
venda das 700 unidades, esgotou-se primeiro o estoque de 200 unidades a R$ 20,00, 
adquirida em 01 de janeiro; depois as 400 unidades de R$ 30,00, adquirida em 10 de janeiro 
e por fim 100 unidades de 40,00, adquirida em 15 de janeiro; completando assim o montante 
da venda, deixando como saldo remanescente desta última aquisição, 200 unidades a R$ 
40,00. 
4.3. Último que Entra é o Primeiro que Sai (UEPS ou LIFO) 
Segundo esse critério, a saída de um item de estoque será valorada pelo custo de 
aquisição ou de fabricação do último item que entrou em estoque. 
Exemplo: 
 
Informações: 
Dia 01/jan – Compra de 200 unidades de mercadoria pelo valor total de $4.000,00 
Dia 10/jan – Compra de 400 unidades de mercadoria pelo valor total de $12.000,00 
Dia 15/jan – Compra de 300 unidades de mercadoria pelo valor total de $12.000,00 
Dia 20/jan – Venda de 700 unidades de mercadoria pelo valor total de $ 30.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Data 
ENTRADAS SAÍDAS SALDO 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
01/jan. 200 20,00 4.000,00 200 20,00 4.000,00 
10/jan. 400 30,00 12.000,00 
200 20,00 4.000,00 
400 30,00 12.000,00 
15/jan. 300 40,00 12.000,00 
200 20,00 4.000,00 
400 30,00 12.000,00 
300 40,00 12.000,00 
20/jan. 
300 40,00 12.000,00 
200 20,00 4.000,00 400 30,00 12.000,00 
700 24.000,00 
 
Como demonstrado no exemplo pelo método Último que entra Primeiro que sai, 
na venda das 700 unidades, esgotou-se primeiro o estoque de 300 unidades a R$ 40,00, 
adquirida em 15 de janeiro e depois as 400 unidades de R$ 30,00, adquirida em 10 de 
janeiro completando assim o montante da venda, deixando como saldo remanescente 200 
unidades a R$ 20,00 adquirida em 01 de janeiro. 
 
4.4. Custo Médio ou Média Ponderada Móvel (MPM) 
Segundo esse critério, a saída de um item de estoque será valorada pelo custo médio 
ponderado das entradas de todos os itens em estoque. O valor do custo médio utilizado 
para valorar o custo de saída de cada item de estoque é alterado pelo custo de entrada 
(compra). Esse critério também é conhecido como preço médio ou custo médio, e é o mais 
adotado pelas empresas no Brasil. 
Exemplo: 
 
Informações: 
Dia 01/jan – Compra de 200 unidades de mercadoria pelo valor total de $4.000,00 
Dia 10/jan – Compra de 400 unidades de mercadoria pelo valor total de $12.000,00 
Dia 15/jan – Compra de 300 unidades de mercadoria pelo valor total de $12.000,00 
Dia 20/jan – Venda de 700 unidades de mercadoria pelo valor total de $ 30.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Data 
ENTRADAS SAÍDAS SALDO 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
Quant. 
Custo 
Unit. 
Custo 
Total 
01/jan. 200 20,00 4.000,00 200 20,00 4.000,00 
10/jan. 400 30,00 12.000,00 
200 20,00 4.000,00 
400 20,00 12.000,00 
600 26,67 16.000,00 
15/jan. 300 40,00 12.000,00 
600 26,67 16.000,00 
300 40,00 12.000,00 
900 31,11 28.000,00 
20/jan. 
700 31,11 21.777,78 
200 31,11 6.222,22 
700 21.777,78 
 
Como demonstrado no exemplo pelo método Custo Médio ou Média Ponderada 
Móvel, a cada compra soma-se as unidades e soma-se os preços, dividindo-se o total dos 
preços pelo total das unidades chegando a um custo unitário médio. Assim, em 10 de 
janeiro tínhamos um estoque de 200 unidades a R$ 20,00 cujo montante é de R$4.000,00 
e foi adquirido 400 unidades a R$ 30,00 cujo montante é de R$12.000,00, então, somando-
se as unidades e os montantes, teremos 600 unidades e um montante de R$.16.000,00. 
Dividindo-se o montante de R$ 16.000,00 pelo pelas 600 unidades chegamos ao custo 
médio de aproximadamente R$ 26,67. 
No Brasil a legislação do imposto de renda permite apenas o PEPS e a Média 
Ponderada Móvel para fins de contabilidade de custos. 
4.5. Comparativo dos critérios: Análise dos efeitos no patrimônio 
Com base nas informações constantes das fichas de controle de estoques dos 
critérios PEPS, UEPS e da Média Ponderada Móvel, podemos elaborar a seguinte DRE: 
 PEPS UEPS Custo Médio 
Receita bruta de vendas 30.000,00 30.000,00 30.000,00 
(-) CMV (20.000,00) (24.000,00) (21.777,78) 
Lucro bruto 10.000,00 6.000,00 8.222,22 
Estoque final 8.000,00 4.000,00 6.222,22 
 
Consequentemente, considerando um ambiente de economia hiper inflacionária 
(na qual as últimas compras têm os preços superiores aos das primeiras), como o retratado 
nos exemplos anteriores, podemos elaborar o seguinte quadro comparativo: 
 
 
36 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Descrição PEPS UEPS Custo médio 
Valor do CMV Menor Maior Médio 
Valor do lucro bruto (margem 
bruta) 
Maior Menor Médio 
Valor do estoque final 
Maior (valor das 
últimas entradas) 
Menor (valor das 
primeiras entradas) 
Médio 
Critério aceito pelo fisco - 
(empresas optantes do lucro real) 
Sim Não Sim 
 
 
 
 
 
Leia o Artigo apresentado na Revista Gestão Indústrial (ISSN 1808-0448): 
Planejamento e Controle de Estoque nas Organizações, apresentado por 
Dandaro e Marteli disponível em: 
http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2013/downloads/
2013/3/67.pdfAcesso em: 12 jun. 2020. 
• Identifique os principais pontos apontados pelo Autor e faça uma reflexão 
sobre a conclusão apresentada pelo autor. 
 
 
 
 
 
ALMEIDA, Amador Paes de. Manual das sociedades comerciais. 14. Ed. Ver. 
Atual. E ampl. De acordo com o novo Código Civil e a Lei n. 10.303/2001 (S/A). São 
Paulo: Saraiva, 2004. 
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Manual Prático de Interpretação Contábil da Lei 
Societária. 1ª Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2010. 
BRASIL, Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Lex: Legislação Federal. Disponível 
em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Lex: Legislação Federal. Disponível 
em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Lex: Legislação Federal. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 11.941 de 27 de maio de 2009. Lex: Legislação Federal. Disponível em: 
<www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 12.249 de 11 de junho de 2010. Lex: Legislação Federal. Disponível 
em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, M. Normas Brasileiras de Contabilidade. Resolução CFC n° 750, de 29 de 
dezembro de 1993. Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2013/downloads/2013/3/67.pdf
http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2013/downloads/2013/3/67.pdf
 
 
37 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 7. Ed. São Paulo: 
Atlas, 2007. 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de 
Contabilidade das Sociedades Por Ações. Ed. Atlas Sexta Edição. São Paulo, 2003. 
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de (Coord.). Contabilidade Introdutória. São Paulo, Atlas, 
2010. 
LUZ, Érico Eleutério da. Contabilidade Comercial. Curitiba. Ed. Intersaberes, 2015. 
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. São Paulo, Atlas, 2009. 
SANTOS, José Luiz dos et al. Introdução à Contabilidade. São Paulo, Atlas, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5. OPERAÇÕES MERCANTIS 
 
Objetivo: 
Veremos no presente o Roteiro de Procedimentos de tratamento contábil aplicável 
às operações de consignação mercantil, tanto na empresa consignante quanto na empresa 
consignatária. Analisaremos tanto a contabilização da operação em si, feita normalmente 
via contas de compensação, bem como a dos impostos incidentes na remessa (retorno) e 
na venda. 
 
Introdução: 
Objetivando diversificar suas vendas, muitas empresas vêm utilizando-se da 
operação denominada consignação mercantil. Nessa operação, uma empresa 
(consignatário) recebe de terceiros (consignante) as mercadorias ou produtos para futura 
comercialização, mas somente às adquire efetivamente de seu fornecedor caso a venda se 
realize. Caso a operação de venda não se realize, o consignatário poderá devolver à 
mercadoria ao consignante sem pagar ou receber qualquer vantagem. Contudo, se houver 
a venda, naturalmente, não será preciso efetuar a devolução física da mercadoria. 
 
5.1. Consignação Mercantil 
A operação de consignação mercantil está tipificada no artigo 534 do Código Civil 
(CC/2002), que assim dispõe: 
 
Art. 534. Pelo contrato estimatório2, o consignante entrega bens móveis ao 
consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, 
salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. 
 
Consignação mercantil é o contrato pelo qual uma empresa (consignante) entrega 
mercadorias à outra pessoa (consignatária) para futura comercialização por conta própria 
e em seu nome. O faturamento dessas mercadorias ocorrerá somente quando o 
estabelecimento consignatário promover a venda dessas mercadorias recebidas em 
consignação. Portanto, na consignação mercantil, ocorrendo à venda pelo consignatário, 
ocorrerá, instantânea e simultaneamente, a venda pelo consignante, quando o negócio 
estará concluído, ou seja, na consignação, 2 (duas) operações de venda transcorrem 
quando se completa a operação. 
 
2 O que a legislação civilista denomina de contrato estimatório, a legislação tributária denomina de consignação. 
 
 
39 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Para que se estabeleça a Consignação mercantil se faz necessário a presença de 
duas figuras: 
 
1. Consignante: é aquele que remete e confia mercadorias ou produtos de sua 
propriedade a terceiro (em regra um comerciante) para que este as comercialize 
no mercado. Interessante observar que, o consignante permanece com o 
domínio das mercadorias ou produtos, bem como o privilégio de reivindicá-los 
do consignatário caso este não promova a venda no prazo estipulado em 
contrato. 
 
2. Consignatário: é o comerciante que recebe mercadorias ou produtos de terceiro 
para que as comercialize no mercado em seu próprio estabelecimento. 
5.2. Tratamento Tributário: 
5.2.1. Quanto ao ICMS (São Paulo): 
O ICMS possui legislação própria para cada Estado, assim tomaremos por base São 
Paulo. Este tributo tem como fato gerador, entre outras hipóteses, a saída de mercadoria 
de estabelecimento de contribuinte, a qualquer título, ainda que para outro estabelecimento 
do mesmo titular, sendo irrelevante o fato de haver ou não a transferência da titularidade. 
Portanto, como na consignação mercantil a circulação (saída) física de mercadoria, o Fisco 
entende que ocorre o fato gerador do ICMS. 
5.1.1. Quanto ao IPI: 
Quanto à Base de Cálculo (BC) do IPI, o valor tributável nas saídas de produtos a 
título de consignação mercantil será o preço de venda do consignatário, estabelecido pelo 
consignante. Contudo, essa regra somente será aplicável no caso de o consignante fixar o 
valor da venda do produto pelo consignatário. Nesse sentido manifestou-se a Receita 
Federal do Brasil (RFB), através da Decisão nº 9/1999, a seguir reproduzida 
MINISTÉRIO DA FAZENDA 
SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL 
DECISÃO Nº 9 de 14 de Setembro de 1999 
ASSUNTO: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI 
EMENTA: CONSIGNAÇÃO MERCANTIL. OPERAÇÕES. VALOR TRIBUTÁVEL. DOCUMENTÁRIO FISCAL. 
Somente na hipótese de venda de produtos a título de consignação mercantil em que haja estabelecimento 
de preço pelo consignante é que deverá ser observado o valor tributável previsto no § 4º do artigo 118 do 
 
 
40 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
RIPI/983. A base de cálculo de produto de procedência estrangeira, no caso de operação de venda em 
consignação, em que o preço de venda do consignatário não seja previamente estabelecido pelo consignante, 
é o valor total de que decorrer a saída do consignante, conforme previsto no art. 118, I, “b” do RIPI/1998. Os 
procedimentos relativos a documentário fiscal e à complementação do valor cobrado no caso de reajuste de 
preço contratado, previstos nos artigos 399 a 402, todos do RIPI/1998, aplicam-se a todas as modalidades 
de consignação mercantil. 
 
 
 
Os procedimentos fiscais aplicáveis às operações de consignação mercantil 
estão previstos nos artigos 501 a 504 do RIPI/2010. Assim, busque 
aprofundamento nesse assunto com a leitura completa desses dispositivos 
normativos. 
 
Assim, se determinado consignante remeter produto para o consignatário por R$ 
550,00, admitindo-se que o preço final de venda (do consignatário para o adquirente final) 
seja de R$ 590,00, preço este estabelecido pelo consignante, o valor tributável do IPI será 
equivalente ao mencionado valor R$ 590,00 e não os R$ 550,00, que é o valor acertado 
entre consignante e consignatário. 
 
5.3. Tratamento Contábil: 
No momento da realização da operação de consignação mercantil não ocorre 
efetivamente àtransferência da propriedade das mercadorias ou produtos remetidos, o que 
ocorre é a transferência da posse. Assim, a forma mais comum de registrar a operação, 
tanto para o consignante como para o consignatário, é através de contas de compensação. 
 
Cabe observar que, as contas de compensação podem ser substituídas por um 
controle extra-contábil, no sentido de manter o controle e evitar agregar valores ao Balanço 
Patrimonial (BP) que não se refiram efetivamente à operação, atividade ou resultado da 
empresa. 
 
Destaque-se que, nessa operação não contabilizamos apenas o valores das 
mercadorias ou produtos. Ocorrendo a remessa de mercadorias ou produtos pelo 
consignante, haverá normalmente a incidência do ICMS e do IPI, conforme o caso. Do 
 
3 O artigo 118, § 4º do RIPI/1998 corresponde ao artigo, § 4º 190 do RIPI/2010, Regulamento em vigor. 
 
 
41 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
mesmo modo, na empresa consignatária a operação gerará direito ao crédito dos referidos 
impostos, se for o caso. 
 
Assim, a consignação mercantil (na remessa ou recebimento de mercadorias ou 
produtos) propriamente dita é registrada em contas de compensação, mas os impostos 
incidentes deverão ser registrados de imediato em contas patrimoniais, transitórias, 
aguardando a conclusão da operação, ou seja, a venda ou retorno das mercadorias 
remetidas em consignação, para serem encerradas. 
 
5.4. Contas de Compensação: 
A atual Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) não proíbe o uso das 
contas de compensação, no entanto, ao tratar das demonstrações e demais informações 
publicáveis para essas sociedades, não citou tais contas. 
 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por intermédio da Resolução CFC nº 
1.330/2011, aprovou a ITG 2000 – Escrituração Contábil, que dispõe sobre as contas de 
compensação, nos seguintes termos: 
 
Contas de compensação 
29. Contas de compensação constituem sistema próprio para controle e registro dos 
fatos relevantes que resultam em assunção de direitos e obrigações da entidade 
cujos efeitos materializar-se-ão no futuro e que possam se traduzir em modificações 
no patrimônio da entidade. 
30. Exceto quando de uso mandatório por ato de órgão regulador, a escrituração 
das contas de compensação não é obrigatória. Nos casos em que não forem 
utilizadas, a entidade deve assegurar-se que possui outros mecanismos que 
permitam acumular as informações que de outra maneira estariam controladas nas 
contas de compensação. 
 
Portanto, apesar de não obrigatórias, as contas de compensação possibilitam às 
empresas maior controle das suas operações e permitem o registro de possíveis futuras 
alterações do patrimônio e, além disso, servem como fonte de dados para a elaboração das 
notas explicativas. 
 
Assim sendo, essas contas podem ser utilizadas para registro, entre outras, das 
seguintes operações: 
a) Contratos de arrendamento mercantil; 
b) Contratos de aluguel; 
c) Contratos de avais, hipotecas, alienações fiduciárias; 
 
 
42 Contabilidade Comercial 
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d) Bens dados como garantia; 
e) Subcontratações; 
f) Contratos de seguros; 
g) Contratos de financiamentos/empréstimos não liberados; 
h) Consignação de mercadorias; 
i) Remessa de títulos para caução. 
Por fim, cabe nos registrar que as contas de compensação devem ser apresentadas 
com títulos bem elucidativos e com base em valores fixados em contratos ou documentação 
específica. Quando do término do contrato ou da operação que originou o registro contábil 
nas contas de compensação, as mesmas serão encerradas mediante lançamento inverso 
entre as contas que registram a operação. 
 
 
Neste exemplo consideramos a hipótese em que a mercadoria é vendida em 
nome do consignatário. Este extrairá a duplicata contra o comprador, e o 
consignante, por sua vez, extrairá a duplicata contra o consignatário: 
I – Remessa de mercadoria em consignação da empresa “A” para a empresa 
“B”; 
II – Valor da remessa: 10 peças no valor de R$ 10.000,00, com ICMS de 18% e 
IPI de 10%; 
III – A consignatária vende 6 peças, no valor de R$ 1.200,00 cada (ICMS 18%), 
retornando à consignante o saldo pelo mesmo valor da remessa; 
IV – A consignante recebe em retorno de remessa em consignação 4 peças não 
vendidas pela consignatária; 
V – A consignante registra a venda efetiva com emissão de Nota Fiscal própria. 
 
Com base nos dados propostos acima, os registros contábeis na “consignante” 
poderão ser efetuados do seguinte modo: 
a) pela remessa em consignação: 
D – Mercadorias Remetidas em Consignação R$ 11.000,00 
C – Remessa de Mercadorias em Consignação R$ 11.000,00 
 
 
 
43 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
b) pelo registro do ICMS na remessa em consignação: 
D – ICMS s/ Consignação R$ 1.800,00 
C – ICMS a Recolher R$ 1.800,00 
 
c) pelo registro do IPI na remessa em consignação: 
D – IPI s/ Consignação R$ 1.000,00 
C – IPI a Recolher R$ 1.000,00 
 
d) pelo registro da venda das seis peças à consignatária e da compensação da 
parte correspondente ao IPI incidente na operação de consignação: 
D – Clientes R$ 6.600,00 
C – Receita com Vendas R$ 6.000,00 
C – IPI s/ Consignação R$ 600,00 
 
e) pela reclassificação do ICMS incidente na operação de consignação 
mercantil como dedução da receita bruta de vendas: 
D – ICMS s/ Vendas R$ 1.080,00 
C – ICMS s/ Consignação R$ 1.080,00 
 
f) pelo registro da baixa parcial nas contas de compensação das mercadorias 
remetidas em consignação e negociadas: 
D – Remessa de Mercadorias em Consignação R$ 6.600,00 
C – Mercadorias Remetidas em Consignação R$ 6.600,00 
 
g) pelo retorno das quatro peças não vendidas pela consignatária: 
D – Remessa de Mercadorias em Consignação R$ 4.400,00 
C – Mercadorias Remetidas em Consignação R$ 4.400,00 
 
 
 
44 Contabilidade Comercial 
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h) pelo registro do ICMS no retorno das mercadorias remetidas em 
consignação não vendidas: 
D – ICMS a Recolher R$ 720,00 
C – ICMS s/ Consignação R$ 720,00 
 
i) pelo registro do IPI no retorno das mercadorias não vendidas: 
D – IPI a Recolher R$ 400,00 
C – IPI s/ Consignação R$ 400,00 
 
 
Registros na Escrituração da Consignatária 
Consideramos, neste caso, que a consignatária não é empresa industrial. Dessa 
forma o IPI será incorporado ao custo das mercadorias adquiridas. Os registros contábeis 
poderão ser efetuados da seguinte forma: 
a) pela entrada de mercadorias em consignação: 
D – Mercadorias Consignadas R$ 11.000,00 
C – Mercadorias Recebidas em Consignação R$ 11.000,00 
 
 
b) pelo registro do ICMS na entrada das mercadorias: 
D – ICMS a Recuperar R$ 1.800,00 
C – ICMS s/ Consignação R$ 1.800,00 
 
c) pelo registro da aquisição parcial dos produtos recebidos em consignação 
e da compensação do ICMS na operação: 
D – Estoque R$ 5.520,00 
D – ICMS s/ Consignação R$ 1.080,00 
C – Fornecedores R$ 6.600,00 
 
 
 
45 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
d) pelo registro da venda das seis unidades para cliente: 
D – Clientes R$ 7.200,00 
C – Receita com Vendas R$ 7.200,00 
 
e) pelo valor do ICMS incidente sobre as vendas: 
D – ICMS s/ Vendas R$ 1.296,00 
C – ICMS a Recolher R$ 1.296,00 
 
f) pela baixa nas contas de compensação da aquisição parcial dos produtos 
em consignação dos negociados: 
D – Mercadorias Recebidas em Consignação R$ 6.600,00 
C – Mercadorias Consignadas R$ 6.600,00 
 
 
g) pelo registro nas contas de compensação do retorno das quatro unidades 
não vendidas ao consignante: 
D – Mercadorias Recebidas em Consignação R$ 4.400,00 
C – Mercadorias Consignadas R$ 4.400,00 
 
 
h) pelo registro do ICMS incidente sobre o retorno ao consignante: 
D – ICMS s/Consignação R$ 720,00 
C – ICMS a Recuperar R$ 720,00 
 
 
 
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Manual Prático de Interpretação Contábil da 
Lei Societária. 1ª Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2010. 
 
 
46 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
BRASIL, Código Civil. Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código 
Civil. Lex: Legislação Federal. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso 
em: 25 nov. 2019. 
BRASIL, Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010. Regulamenta a cobrança, 
fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre Produtos 
Industrializados - IPI. Lex: Legislação Federal. Disponível em: 
<www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Lex: Legislação Federal. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Lex: Legislação Federal. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Lex: Legislação Federal. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 11.941 de 27 de maio de 2009. Lex: Legislação Federal. Disponível 
em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, Lei 12.249 de 11 de junho de 2010. Lex: Legislação Federal. Disponível 
em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
BRASIL, M. Normas Brasileiras de Contabilidade. Resolução CFC n° 750, de 29 
de dezembro de 1993. Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade. 
FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 7. Ed. São 
Paulo: Atlas, 2007. 
IUDÍCIBUS, Sérgio de (Coord.). Contabilidade Introdutória. São Paulo, Atlas, 
2010. 
LUZ, Érico Eleutério da. Contabilidade Comercial. Curitiba. Ed. Intersaberes, 
2015. 
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. São Paulo, Atlas, 2009. 
RESOLUÇÃO CFC N.º 1.330/2011. O Conselho Federal de Contabilidade, no 
exercício de suas atribuições legais e regimentais, e com fundamento no 
disposto na alínea “f” do art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei 
n.º 12.249/10, RESOLVE: Art. 1º Aprovar a ITG 2000 – Escrituração Contábil. 
DOU de 22.03.2011 
SANTOS, José Luiz dos et al. Introdução à Contabilidade. São Paulo, Atlas, 
2011. 
SRF, Secretaria da Receita Federal. Decisão nº 9 de 14 de Setembro de 1999. 
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. Disponível em: 
<http://decisoes.fazenda.gov.br/netacgi/nph-brs?d=DECW&f=G&l=20&n=-
DTPE&p=31&r=619&s1=COSIT&s4=&u=/netahtml/decisoes/decw/pesquisaS
OL.htm>. Acesso em: 12 jun. 2020. 
 
 
 
47 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6. DEPRECIAÇÃO, EXAUSTÃO E AMORTIZAÇÃO 
 
Objetivo: 
Compreender os conceitos relativos à Depreciação, Exaustão e Amortização. 
Verificar os procedimentos e o tratamento contábil aplicável às operações envolvendo estas 
três formas. 
 
Introdução: 
Com exceção dos terrenos e de alguns outros bens, como obras de arte (que 
aumentam de valor com o tempo) ou prédios não-alugados nem utilizados pela empresa, 
os elementos do ativo imobilizado possuem um período de vida útil econômica limitado. 
Estes bens e direitos de natureza permanente, que têm vida útil (bens) ou prazo de 
exercício (direitos) superior a 1 (um) ano, se sujeitam a depreciação, amortização ou 
exaustão, conforme suas características. Estes procedimentos representam o sacrifício 
sofrido pelos bens ou direitos ao longo de sua vida útil. A contabilização dar-se-á pelo 
reconhecimento a débito de uma despesa ou custo em contrapartida com o crédito em uma 
conta retificadora do ativo permanente. Portanto, é a “desativação” do bem ou direito e o 
reconhecimento de despesa pelo seu uso. Pela legislação do imposto de renda poderão, à 
opção da entidade, ser debitados diretamente como despesa operacional ou custo, no 
resultado do exercício, o valor de aquisição dos elementos patrimoniais de vida útil ou prazo 
de exercício inferior a 1 (um) ano ou cujo valor unitário não supere o limite fixado na 
legislação tributária, mesmo que o prazo de vida útil seja superior a 1 (um) ano. 
6.1. Depreciação 
É a redução de valor dos bens corpóreos que integram o ativo permanente 
(geralmente o imobilizado), em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, 
ação da natureza ou obsolescência. 
O encargo de depreciação poderá ser computado, no resultado do exercício, como 
custo ou despesa operacional, conforme a utilização do bem que sofre o desgaste, seja em 
uma entidade industrial ou comercial. A depreciação dos bens utilizados na produção será 
registrada como custo na apuração do custo fabril. 
 
 
 
48 Contabilidade Comercial 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6.1.1. Contabilização 
O lançamento mais comum do fato relativo à depreciação é o seguinte: 
D – Despesas com Depreciação 
C – Depreciação Acumulada 
 
A conta devedora, despesa de depreciação, é conta de resultado e representa o 
encargo econômico suportado pela entidade, chamada também de encargo de 
depreciação. Assim, por se tratar de conta de resultado será contabilizada na 
Demonstração de Resultado do Exercício e não no Balanço Patrimonial. 
A conta credora depreciação acumulada é retificadora do bem sujeito à depreciação, 
possuindo saldo credor. Integra o balanço patrimonial, sendo demonstrada juntamente com 
a conta do bem que retifica, em subtração a seu saldo, ou seja, ela entra de forma 
negativa (-), chegando-se ao valor contábil (diferença entre o valor pelo qual o bem está 
registrado no balanço e a sua depreciação acumulada). 
A depreciação será deduzida, para fins do Imposto de Renda, pela empresa que 
suporta o encargo econômico do desgaste ou obsolescência, de acordo com as condições 
de propriedade, posse ou uso do bem. 
Para fins da legislação fiscal (Imposto de Renda), o encargo de depreciação somente 
poderá ser computado no resultado do exercício a partir do mês em que o bem for 
efetivamente instalado, posto em serviço ou em condições de produção. Porém, aos olhos 
da contabilidade, ele deve ser depreciado a partir do mês de aquisição, pois, pelo próprio 
conceito de depreciação, é desde esse momento que começa a obsolescência e 
desvalorização pela ação da natureza. 
A taxa de depreciação é determinada em função do período de vida útil do bem. 
Assim, um bem com 5 (cinco) anos de vida útil deverá ser depreciado em 20% ao ano, até 
que atinja 100% da depreciação. 
Alguns bens não estão sujeitos à depreciação, como por exemplo: terrenos, bens 
que normalmente aumentam de valor com o tempo, prédios ou construções não-alugados 
etc. 
 
 
49 Contabilidade Comercial 
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6.1.2. Métodos de depreciação 
Existem diversos métodos de depreciação, sendo que o mais largamente utilizado é 
o método da depreciação linear. 
 
6.1.3. Método da depreciação linear (linha reta) ou das quotas constantes 
Consiste em aplicar-se a taxa de depreciação sempre sobre o mesmo valor (taxa e 
base de cálculo fixas). Dessa forma, o valor do encargo de depreciação será o mesmo em 
todos os períodos. 
Portanto, ao saber o valor de um bem, você o divide pelo tempo de vida útil desse 
bem e obtém a chamada quota de depreciação anual, que constitui o valor que será lançado 
como despesa a cada exercício. O tempo de vida útil é definido pela Receita Federal. Veja 
só a vida útil dos bens na legislação tributária: 
Descrição Vida útil Taxa Anual 
Depreciação 
Edifícios, construções e benfeitorias 25 anos 4% 
Equipamentos, ferramentas, móveis, utensílios e 
instalações 
10 anos 10% 
Computadores e periféricos 5 anos 20% 
Semoventes (animais de tração) 5 anos 20% 
Veículos para até 10 pessoas e reboques 5 anos 20% 
Motocicletas 4 anos 25% 
Veículos de transporte de mercadorias e tratores 4 anos 25% 
Veículos especiais (socorros, betoneiras, 
guindastes, incêndio)

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