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Guilherme Matheus Henryque Giovanna Gabriela Heitor DIABETESDIABETESDIABETES STEP 1 Altos níveis ne HbA1c (>7%) estão diretamente relacionados as complicações microvasculares do DM. STEP 2 Produtos finais de glicosilação avançada podem se ligar ao colágeno dos vasos e contribuir para a lesão endotelial. STEP 3 Resultando na fragilidade capilar e a obstrução microvascular. STEP 4 Espessamento da membrana basal capilar Proliferação endotelial, etc. Outros efeitos deletérios: STEP 1 A retinopatia diabética é uma das principais causas de cegueira em indivíduos entre 20-74 anos STEP 2 Ocorre em quase 100% dos diabéticos tipo 1 após 20 anos, tratados com a terapia convencional. STEP 3 Ocorre em 60% dos pacientes diabéticos tipo 2 após o mesmo período. STEP 4 No DM tipo 1, a retinopatia já pode aparecer após três a cinco anos de doença, porém raramente surge antes da puberdade STEP 5 Alguns diabéticos tipo 2 já apresentam retinopatia quando do seu diagnóstico, devido ao atraso no reconhecimento do DM tipo 2, que pode variar em média de 4-7 anos (estima-se que ocorra após 5 a 8 anos de hiperglicemia). Classificação e diagnóstico da RD RD não proliferativa RD proliferativa Maculopatia diabética RD não proliferativa é subdividida em formas muito leve, leve, moderada e grave (RD pré-proliferativa) Um exame fundoscópico cuidadoso, feito por um oftalmologista, deve ser obtido em todo diabético tipo 1 após cinco anos de doença. No caso do DM tipo 2, como não existe precisão na determinação do início da doença, recomenda-se o exame fundoscópico em todos os pacientes quando do diagnóstico do DM. A partir do primeiro exame, a triagem deve ser repetida anualmente para aqueles sem retinopatia e semestralmente, no mínimo, para aqueles com retinopatia. Triagem STEP 1 A RD não proliferativa, sem comprometimento macular, geralmente não requer tratamento específico. STEP 2 Edema de mácula indica o uso de anti-VEGF intraocular. STEP 3 A fotocoagulação a laser localizada fica como opção em pacientes refratários ou não aderentes à terapia. STEP 4 Previnir que a lesão atinja o centro macular (fóvea), responsável pela acuidade visual. STEP 5 Anticorpos monoclonais anti-VEGF (ex.: bevacizumab, ranibizumab – de administração intravítrea), que podem ser usados isoladamente ou em associação à fotocoagulação a laser para o tratamento do edema macular diabético. STEP 1 Retinopatia diabética proliferativa sempre indica o tratamento específico, que deve ser feito com fotocoagulação com laser panretiniana. STEP 2 Necrose de uma extensa área retiniana reduz a produção local de fatores de crescimento. STEP 3 Pode ocorrer é uma visão atunelada (perda da visão periférica). STEP 4 A vitrectomia está indicada para os pacientes com hemorragia vítrea e/ou descolamento de retina. Fator de Risco para doenças do aparelho circulatório Incidência: 20 - 40% na DM1 e DM2 Principal causa de IRC 1/3 dos pacientes em diálise ou transplante Glomeruloesclerose difusa ou focal, associada à expansão do mesângio e ao espessamento da membrana basal Fatores Metabólicos, Hemodinâmicos e Genéticos Deposição de proteínas da MEC nos glomérulos mediada por fatores como TGF-beta. Participação dos AGE, via dos polióis e SRAA. Fase I (Pré-Nefropatia) Fase II (Nefropatia Diabética Insipiente) Fase III (Nefropatia Diabética Declarada) Fase IV (Azotêmica) Hipertrofia e Hiperfiltração Glomerular Espessamento da membrana glomerular Expansão mesangial 20 - 40% evolui para Fase II ao longo de 10 anos Microalbuminúria Fixa (30 - 300 mg/24h ou 30 - 300 mg/g de creatinina) Repetido em 2 ou 3 amostras, em período de 3 a 6 meses Macroalbuminúria Proteinúria pode atingir faixa nefrótica (>3,5 g/24h) Redução da TFG em 12ml/min/ano Aumento da Hipertensão Arterial Surgimento de Edema Periférico (>300mg/24h em 2 dosagens) TFG < 40ml/min com elevação da creatinina sérica Evolução para síndrome urêmica e rins em estado terminal Paciente com DM1 acima de 12 anos, 5 anos após diagnóstico Paciente com DM2 já no momento do diagnóstico Triagem ANUAL para presença de microalbuminúria (Relação albumina/creatinina) Controle Glicêmico Rígido Especialmente para Fase I e II Manter HbAc1 < 7% Controle da PA com uso de IECA e BRA Diminui progressão para Insuficiência Renal Atenção para estenose bilateral de artéria renal e creatinina > 2,5 a 3 mg/dl Dosar ureia, creatinina e potássio sérico Para hipertensos associar segunda classe para atingir PA alvo ADA (<140x90) VII Diretriz Brasileira de HAS (<130x80) Restrição proteica (0,8 g/kg de peso/dia) Controle da Dislipidemia LDL < 100 mg/dl TG < 150 mg/dl Insuficiência Renal (creatinina plasmática > 1,5 mg/dl) Diálise (TFG < 15 ml/min ou ClCr < 20 ml/min) Transplante pâncreas-rim A presença de sintomas e/ou de sinais de disfunção dos nervosperiféricos em pessoas com diabetes melito, após exclusão de outras causas É a complicação mais comum no DM2 Pode estar presente em mais de 50% dos diabéticos Mais de 80% dos pcts com úlceras tem NA --> amputação Diagnóstico tardio (difícil) (50-75% dos casos são subdiagnosticados) Os sintomas nem sempre refletem a gravidade da doença --> Muitos assintomáticos Lesões neurais tendem a ser progressivas Principal fator de risco é a diabetes crônica mal controlada atrofia e degeneração de axônios e suas bainhas de mielina fraca resposta regenerativa (quando lesado, não se regenera como em um paciente não-diabético) lentificação da condução nervosa (hiporreflexia, perda de sensibilidade) Quando detectado precocemente, um dano agudo pode ser revertido e os nervos voltam ao normal Se diagnóstico tardio, as alterações podem ser irreversíveis ou regredirem apenas parcialmente Estudos anatomopatológicos de nervos acometidos em pacientes diabéticos revelaram que há: glicotoxicidade: hiperglicemia + glicação não enzimática + estresse oxidativo + acúmulo de sorbitol nos nervos lipotoxicidade: nível elevado de triglicérides + obesidade + tabagismo, isquemia do nervo (epineuro e endoneuro): redução do fluxo sanguíneo regional, aumento da resistência vascular, diminuição da tensão de oxigênio, duplicação da membrana basal, aumento do número de células musculares lisas perda de neurotrofismo (fatores de crescimento) Classificação de acordo com o mecanismo patológico Um mesmo paciente pode apresentar vários tipos de neuropatias concomitanteme nte Início insidioso Dormência e formigamento ou queimação O principal tipo é a Polineuropatia no diabético (+50%) Começa afetando os dedos dos pés como um todo, panturrilhas e pernas, e depois costuma acometer as mãos, formando o clássico padrão de luvas e botas hipoestesia plantar ou em pododáctilos para diversos tipos de sensibilidade (vibração, tato, picada de agulha, frio) e a perda do reflexo do Aquileu. Anidrose * A perda da sensibilidade facilita a ocorrência de lesões e pé diabético ** Ausência de sintomas não significa ausência de doença As fibras sensitivas são as mais acometidas Pode haver acometimento de nervos motores Cursa com deformidades (dedos em martelo, dedos em garra) dor lancinante, hiperalgesia, choques, agulhadas e alodínea, edema de membros alterações autonômicas: disfunção sexual, tontura postural, hipotensão ortostática, taquicardia sintomas do TGI sem causa aparente: náuseas, vômitos e plenitude estomacal, sudorese, constipação e diarréia alternadas Suspeitar é o principal! fraqueza e atrofia muscular adequada inspeção dos pés anualmente Exame clínico é o padrão ouro para diagnosticar neuropatias diabéticas eletroneuromiografia avaliação quantitativa da sensibilidade (vibratória ou térmica) avaliação cardiovascular (taquicardias, arritimias, alterações de condução Exercícios de fortalecimento muscular para pacientes com acometimento motor O melhor tratamento é a prevenção e o controle da evolução da lesão neural, com o controle da glicemia! Inibidores dealdose redutase, Ácido gama-linolênico para diminuir o avanço das lesões neuronais Controle adequado da dor: capsaicina, clonidina, analgésicos, opióides, carbamazepina, uso de inibidores da recaptação de 5HT e NA (amtriptilina, duloxetina, desvenla) Controle da pressão arterial e índices lipídicos Cessar uso de álcool e tabaco Atendimento multiprofissional para lidar com a dor Cada sintoma tem um tratamento específico Estudo de Caso Anamnese A.C.S., m, 63 anos, comparece ao ambulatório do CEADAS para consulta de acompanhamento do diabetes. Última consulta há 2 anos. Queixa-se de piora do controle do diabetes no último ano e relata piora da acuidade visual e sensação de formigamento nos pés. Última consulta em oftalmologista há 5 anos, sem alterações ao exame de retina (sic). Nega polis e perda de peso. Consome bebidas açúcaradas de 3 a 4 vezes por semana. Nega tabagismo, cerveja aos fins de semana, sedentário Glifage XR 500mg 2cp no almoço e 2 no jantar; Glimepirida 4mg 1cp no café e 1 no jantar; Losartan 50mg 2x ao dia; HCTZ 25mg 1x ao dia; Sinvastatina 40mg 1x ao dia; Medicações: Histórico: nega internações ou cirurgias prévias. Anamnese Exame Físico Altura 1,68m; Peso 99kg; PA 140x90mmHg Hidratado; Corado; Sem edemas; Tireoide normopalpável; Ectoscopia FC 90bmp RCR2T Eupneico, MVUA sem RA; Globoso; CA 116cm ACV: AP: Abdome: Panturrilhas livres; Creatinina 1,4 Ureia 39 mg/dL Ácido Úrico 7 mg/dL TSH 2,5 ug/mL TGO 50 TGP 44 Exames Laboratoriais Hb 14mg/dL HBa1C 8,7% GJ 176mg/dL CT 310mg/dL LDL 210 mg/dL HDL 38 mg/dL TGC 280 mg/dL Discussão 1- Que perguntas você faria para melhor caracterização e diagnóstico da queixa de desconforto nos pés apresentada pelo paciente? Discussão 2- Como seria o exame físico para o rastreio de neuropatia deste paciente? Discussão 3- Que exames solicitaria para o rastreio das possíveis complicações microvasculares; Discussão 4- Quais os ajustes farmacológicos necessários? -Glifage XR? -Glimepirida? -Losartan? -HCTZ? -Sinvastatina? Discussão 5- Quais orientações para cuidado e alívio dos sintomas das complicações microvasculares devem ser feitos? Vista do Neuropatia diabética: fisiopatologia, clínica e eletroneuromiografia. Revistas.usp.br. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/102254/100636>. Acesso em: 6 Oct. 2021. VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. GAGLIARDI, Antonio. Neuropatia diabética periférica Peripheral diabetic neuropathy. J Vasc Br, v. 2, n. 1, p. 67–74, 2003. Disponível em: <https://app.periodikos.com.br/article/5e220d1d0e882507026d0102/pdf/jv b-2-1-67.pdf>. Acesso em: 7 Oct. 2021. REFERÊNCIAS
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