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Resenha Crítica - Relações de Consumo - Copia

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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU – FURB
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
DIREITO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO
PROFESSORA: 
 
resenha CRÍTICA
relações de consumo e sua sustentabilidade
Acadêmica: 
A obra “Consumidores e Cidadãos” do antropólogo argentino contemporâneo Néstor García Canclini, tem por objetivo relacionar o aspecto da cidadania com o consumo no cenário da globalização dos tempos modernos. As mudanças culturais que estão ocorrendo consequentemente pela mudança no comportamento do consumo da sociedade, alterando o exercício da cidadania e as identidades pessoais.
Para o autor dentro da sua obra, quando menciona a “Teoria Multidisciplinar”:
O consumo é o conjunto de processos socioculturais em que se realizam a apropriação e os usos dos produtos. Esta caracterização ajuda a enxergar os atos pelos quais consumimos como algo mais do que simples exercícios de gostos, caprichos e compras irrefletidas, segundo os julgamentos moralistas, ou atitudes individuais, tal como costumam ser explorados pelas pesquisas de mercado. (CANGLINI, 2005, p. 60)
A sociedade atual em meio ao processo de globalização está diante a uma gama gigantesca de produtos das mais diversas culturas, provenientes de todos os lugares do mundo, o conceito de cultura passados e preservados pelas gerações antigas, vem perdendo sua força por conta das enormes influências internacionais sobre a nacional no cenário contemporâneo.
Dentro da sociedade os indivíduos segundo Canglini, buscam um reconhecimento e um pertencimento a um grupo social, uma cultura, nação ou realidade, por meio e influência da mídia, que apresenta os diversos tipos de identidades ideais para a sociedade. A partir dos produtos que são consumidos pelos indivíduos ocorre a segregação ou agrupamento.
Os valores sociais já não estão ligados a própria Nação, mas sim a determinados grupos presentes em determinado espaço geográfico urbano, pelo consumo o sentimento de pertencimento é originado. Os maiores responsáveis pela propagação em massa são atuais meios de comunicação, com a globalização se tornou algo fácil e ampliou-se o alcance delas.
Passando por um processo de reorganização de hábitos culturais dos indivíduos, ocorrendo a presença da universalidade dos conteúdos consumidos pelos cidadãos. O autor menciona que os produtos internacionais sofrem modificações para atender as vontades regionais e locais.
O ato de consumir reflete em um status social, modelando a racionalidade e a comunicação da sociedade. Na visão de Canglini, ainda que as transformações neste processo de globalização são regidas pelo capitalismo, as tradições devem ser mantidas, mesmo que estas sejam um pouco flexibilizadas. 
Diante da mídia escolhida fica demonstrada a presença do enorme consumismo desenfreado e incentivado pelo capitalismo, fazendo com que os valores tradicionais como a preservação da natureza e o consumo responsável estejam se perdendo, em face da globalização agressiva que as sociedades estão passando. A mídia é a grande responsável por fomentar o consumo excessivo, para que os indivíduos de forma irracional tenham a sensação de pertencimento a determinada classe ou grupo.
Na visão do filósofo Zygmunt Bauman, a ideia de consumismo contemporâneo está relacionada a modernidade líquida, que tem como característica principal a fluidez como o próprio nome dá a entender, esta brevidade das coisas e desejos definem o consumo presente na atual sociedade. Perde-se a solidez do processo.
Para o autor a sociedade está abandonando os ideais religiosos e apelando para um consumo enorme de bens materiais, não sendo por real necessidade, mas para ostentar perante os demais indivíduos uma identidade virtual, demonstrando a posse de bens, de forma ilusória e fugaz.
Segundo o filósofo Bauman, o mundo moderno, denominado por ele mundo líquido é predominantemente caracterizado por constantes mudanças rápidas e instáveis:
Para resumir a história: esse mundo líquido moderno, sempre nos surpreende; o que hoje parece correto e apropriado amanhã pode muito bem se tornar fútil, fantasioso ou lamentavelmente equivocado. Suspeitamos que isso possa acontecer e pensamos que, tal como o mundo que é nosso lar, nós, seus moradores, planejadores, atores, usuários e vítimas, devemos estar sempre prontos a mudar: todos precisam ser, como diz a palavra da moda, flexíveis. (BAUMAN, 2011, p. 8).
Este consumo exacerbado leva as pessoas a não perceberem os motivos por trás das atitudes que estão tendo, buscando uma ideia de liberdade, porém em contrapartida ficando cada vez mais presas ao capitalismo. Inconscientemente, os indivíduos utilizam o desejo de consumo para preencher a falta de algo que nunca será suprido, pois nesta modernidade líquida, a busca de suprir o vazio existencial, por meio de um consumo instantâneo, levará à um ciclo sem fim.
Segundo o autor vive-se em tempos que, os indivíduos ficam presos em suas “microcavernas”, seus aparelhos celulares e seus computadores, preenchendo ali os desejos que lhes faltam, não são mais aproveitados os momentos de verdade, na modernidade líquida, o consumir para existir está se sobrepondo ao viver para existir.
Diante da mídia escolhida, conforme a visão de Bauman, fica demonstrado o elevado consumismo da modernidade líquida, que estão presas pelo capitalismo, este visando apenas o dinheiro pelos consumidores, que são incentivados ao consumo exagerado de bens e recursos, sem fazerem a reflexão daquilo que realmente é viver, buscando preencherem vazios que sentem, pelo consumo instantâneo e irracional que logo se esvanece do ter. 
Acerca dos aspectos legais sobre este assunto, em nosso país, o Código de Defesa do Consumidor, lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, foi criada objetivando a proteção daquele que venha adquirir um produto ou serviço, disciplinando as Relações Jurídicas de Consumo que devem ser respeitadas.
As atividades econômicas e sociais presentes no mercado de consumo, são pautadas por regras que visam garantir o relacionamento de Consumidores e Fornecedores. A relação de consumo é caracterizada pelo vínculo do consumidor com um fornecedor para a prestação de um serviço ou para o fornecimento de algum produto.
Sobre os sujeitos das relações de consumo o CDC prevê que:
“ Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. ”
A respeito dos objetos nas relações de consumo o CDC prevê que:
“ Art. 3°. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. ”
Dentro do aspecto legal, quando ocorrida a relação jurídica que vise a obtenção do fornecimento de um produto ou serviço sendo destinatário final, com aquele que juridicamente seja definido como fornecedor, ocorre a relação de consumo prevista e amparada pelo Código de Defesa do Consumidor Brasileiro.
 A mídia escolhida para retratar e representar uma crítica a sustentabilidade na relação de consumo, nos dias atuais foi esta abaixo:
A ilustração escolhida foi para trazer uma reflexão sobre o consumo irracional dos recursos naturais pelos seres humanos (seres racionais) que vem ocorrendo em nosso planeta, mesmo com todos os conhecimentos e acessos as informações que possuem nos dias atuais, continuam visando apenas ao interesse econômico momentâneo, sucumbindo ao futuro das próximas gerações. 
O mundo está enfrentando umaenorme crise ecológica jamais vista anteriormente em nossa história, devido à falta de avaliação das consequências e impactos das ações tomadas, podendo inviabilizar a preservação da vida humana no planeta.
Os estudos das sociedades atuais trazidos pelos autores Néstor García Canclini e Zygmunt Bauman, mesmo com ideais diferentes sobre o assunto são extremamente válidos e fundamentais para a reflexão humana.
De um lado Canclini, defendendo a ideia do atual consumo pelos indivíduos, como uma maneira de as pessoas se encaixarem em determinados grupos e perdendo cada vez mais as tradições e culturas de uma nação, em face da presença das mais diversas influências internacionais.
E do outro lado a visão de Bauman, que tende a uma modernidade líquida, caracterizada pela fluidez e rapidez nos desejos de consumo, levando aos indivíduos a buscarem pelo consumo exagerado e material, para suprir as vontades momentâneas.
Ambos os pensadores trazem ideias importantes e reais presentes no mundo e sociedade contemporânea, em meio a globalização. Deve haver uma maior conscientização dos indivíduos voltado ao consumo consciente.
O desenvolvimento sustentável deve ser tratado de maneira mais séria, para que as reais necessidades e demandas da sociedade atual sejam supridas, sem que se comprometa o futuro das próximas gerações, o capitalismo e o interesse econômico não pode sobrepor ao futuro, esgotando os recursos que temos disponíveis atualmente.
Somos seres racionais que estão parando de agir desta forma, apesar do grande desafio para se desenvolver de forma sustentável, temos o dever de rever nossos conceitos acerca do consumismo, pois ele está diretamente relacionado a demanda, como estamos em uma sociedade exageradamente consumista, logo a indústria e os demais fornecedores irão explorar os recursos visando apenas o fim econômico. A saída é mudar a cultura moderna do consumismo exagerado e não essencial, pois isso influenciará diretamente na produção dos produtos e serviços.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica técnica e/ou científica: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. 
BAUMAN, Z. 44 cartas do mundo líquido moderno. Tradução Vera Pereira. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Brasília, 1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm>. Acesso em: 4 out. 2020.
CANCLINI, Néstor Garcia. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização/ Néstor Garcia Canclini: tradução Maurício Santana Dias. 5ª ed. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2005.

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