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licenciamento ambiental

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Introdução 
Licenciar significa dar permissão, autorização. Por ser o meio ambiente um bem de uso comum do povo e compete ao poder público protege-lo, qualquer uso incomum ou atípico deve ser feito por meio de um pedido de licença.
Licença e licenciamento ambiental
A licença é o ato resultante do processo de licenciamento.
Existe uma sequência de atos que devem ser seguidos para chegar no ato final, que é a concessão ou denegação do pedido de licença. Esse ato final é a licença ambiental, já o processo é o licenciamento.
Licença ambiental e estudos ambientais 
A licença ambiental é um ato administrativo que se consegue após um procedimento administrativo (licenciamento), no qual são realizados estudos ambientais justamente para embasar a concessão ou a denegação do pedido.
Os estudos ambientais não se limitam ao licenciamento, podendo ser utilizado em outros procedimentos, como as avaliações de impacto, fixação de padrões de qualidade ambiental.
Licenciamento ambiental: processo ou procedimento administrativo?
Operacionalmente, não se muda nada saber qual a forma correta de falar, só tem importância acadêmica.
A sequência de atos deve se pautar pelo devido processo legal e pelos princípios constitucionais regentes da atuação da administração pública.
O autor do livro entende como sendo um processo administrativo informado por princípios constitucionais.
Atividades sujeitas à licença ambiental
A existência da licença ambiental está condicionada a dois fatores:
1) Não se pode dar uso incomum a um bem que pertence ao povo e cuja destinação constitui um direito fundamental da coletividade, sem que se peça autorização para tanto.
2) Trata-se de uma ferramenta de gestão ambiental para que o Estado atue no controle do uso atípico e na prevenção e precaução dos impactos que possam ser causados ao meio ambiente. 
Para saber se precisa de licença, basta verificar se em tal empreendimento será dado algum uso incomum a um recurso ambiental.
Ao trazer a palavra “defesa” a Constituição presumiu que toda atividade econômica faz uso dos bens ambientais. Por isso, até que se prove o contrário, nas atividades econômicas cabe ao empreendedor requerer a licença ambiental ao Poder Público, em procedimento específico para este fim.
Usuário-pagador e poluidor-pagador
Por meio da licença, pode tanto ser fixado o custo de internalização da degradação ambiental que virá a ser causada pela obra ou atividade, como ser estabelecido um preço pelo uso incomum do bem.
Se o usuário causa a degradação da qualidade do ambiente, deve a empresa arcar com os custos da internalização da referida degradação, caso o órgão público entenda por dar a concessão da licença.
Aquele, poluidor e usuário, deve arcar duplamente com o custo do uso incomum do bem ambiental. Este, apenas usuário, deve arcar apenas com o custo do empréstimo do bem do povo.
A licença ambiental e a discricionariedade administrativa
Existia uma grande discussão sobre se era uma licença ou uma autorização. Mas a licença é um ato vinculado e a autorização é ato discricionário. Uma autorização pode ser revogada pela Administração Pública, o cancelamento de uma licença gera direito a indenização.
Por ser um ato vinculado, preenche as exigências legais para conseguir a concessão. A discussão ocorre porque, mesmo sendo uma licença, possui grande carga de discricionariedade.
Competência para licenciar 
É comum ocorrerem conflitos de competência envolvendo União, Estados e Municípios. 
A competência implementadora em matéria ambiental é comum.
Por ser matéria de competência comum, o critério para identificar o ente político competente é o de predominância do interesse. Ou seja, estabelecer se o empreendimento é de interesse nacional, regional ou local, para, então, determinar a competência da União, Estado ou Município.
O conflito sobre a competência é comum de ocorrer porque não é fácil determinar a amplitude do impacto ambiental. Por isso, determinou-se que os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência.
Porém, isso pode causar problemas por o impacto ambiental não respeitar qualquer limite geográfico, podendo trazer interesse nos três níveis de competência federativa. Já se tem jurisprudência do STJ permitindo a duplicidade de licenciamento, porque o meio ambiente não respeita fronteiras criadas pelo ser humano.
Em um entendimento posterior, entendeu o STJ que quando houver obra e serviço em mais de um estado somente o IBAMA (Federal) é competente para expedir a licença.
Licenciamento e estudo prévio de impacto ambiental 
Exige-se o estudo prévio do impacto ambiental (EIA/RIMA) nos licenciamentos de atividades que causem significativa impactação ao meio ambiente.
Quando o impacto for menor, será feito outro tipo de estudo de menor porte.
Os três estágios da licença ambiental
Em alguns casos, pode ser que não seja possível conceder a licença ambiental, pois nenhuma medida que seja tomada poderá ser suficiente para compensar os danos ambientais. Por esse motivo, o legislador classificou a licença em três espécies.
Licença Prévia (LP) — concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.
Licença de Instalação (LI) — autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.
Licença de Operação (LO) — autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
Mesmo antes da licença prévia, todos os estudos ambientais já devem estar prontos e constar do processo de licenciamento.
Prazo de validade da licença ambiental 
Como para cada etapa (prévia, instalação e operação) podem ser exigidas diversas condicionantes que devem ser cumpridas pelo empreendedor, entendeu o legislador por traçar prazos de validade distintos para cada uma das licenças (que são genéricos e podem ser eventualmente alterados em razão de peculiaridades do empreendimento).
O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.
O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos.
A renovação da licença ambiental
O processo de renovação de uma licença ambiental é igual ao processo de licenciamento.
O órgão ambiental pode aumentar ou diminuir o prazo de validade. A renovação da LO deve ser requerida com antecedência de no mínimo 120 dias.
Equipe multidisciplinar
Por impactar diversas áreas da vida, o meio ambiente tem um caráter interdisciplinar. Justamente por isso é que, quando se fala em licenciamento ambiental — e, portanto, num procedimento administrativo com contraditório e diálogo entre poder público, sociedade civil e empreendedor, — é preciso identificar todas as nuances — inclusive a social — dos possíveis impactos a serem gerados pelo empreendimento ou atividade que se pretende implementar.
Há uma série de variantes que devem ser apreciadas e investigadas sob os mais diferentes matizes e diversas perspectivas. Por isso, todo esse trabalho técnico deve ser feito por profissionais dos mais variados conhecimentos e competências.
Por esse motivo, no processo de licenciamento, deve ter uma equipe multidisciplinar.
Modificação, suspensão e cancelamento da licençaambiental 
A licença não é para sempre, ainda que o empreendedor cumpra rigorosamente todos os requisitos e condicionantes nela previstos.
Não se pode esquecer que o equilíbrio ecológico é um bem altamente instável, e, por isso mesmo, as eventuais condicionantes exigidas na licença podem ser a qualquer tempo alteradas.
Se houve erro de informações prestadas no processo de licenciamento e, com base nesse erro — proposital ou não —, assentaram-se certas condicionantes e medidas de controle, a licença poderá ser anulada, suspensa ou até modificada.
Se, com base em fatos e provas novas, obteve-se informação de que a licença não mais atende às exigências ambientais, será possível adequá-la à nova realidade ou revogar o referido ato.
No caso de revogar, será discutida a possibilidade de indenização ao empreendedor.

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