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Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA Introdução Definição Série de alterações no quadril da criança que podem surgir ao nascimento ou ao longo do desenvolvimento. Conceitos Iniciais Displasia acetabular ♦ Perda total da relação articular entre a cabeça femoral e o acetábulo. Subluxação do quadril ♦ A cabeça femoral está deslocada de sua posição anatômica normal, mas ainda mantém contato com a cavidade acetabular. Luxação do quadril ♦ Não há contato entre a cabeça femoral e a cavidade acetabular. Epidemiologia Quadril Subluxado 10 em 1.000 recém-nascidos. Quadril Luxado 1 em 1.000 recém-nascidos. Fatores de Risco ♦ Sexo feminino. ♦ Raça branca. ♦ Italianos e descendentes. ♦ Primiparidade. ♦ Mãe jovem. ♦ Apresentação pélvica ao nascimento. ♦ História familiar. ♦ Oligohidrâmnio. ♦ Recém-nascido com maiores peso e altura. ♦ Recém-nascidos nascidos com deformidades nos pés ou na coluna vertebral. Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA Etiologia Geral ♦ Frouxidão ligamentar. ♦ Posicionamento pré-natal. ♦ Posicionamento pós-natal – bebês “embalados” com as pernas em extensão. Condições Associadas ♦ Torcicolo congênito. ♦ Metatarsus adductus. ♦ Oligodrâmnio nas primíparas. ♦ Artogripose. Fisiopatologia Quadril Embriologia Articulação do quadril ♦ Forma-se a partir de células mesenquimatosas primitivas. 7ª semana de gestação ♦ Aparece uma fenda entre as células pré-cartilaginosas que divide a cabeça femoral do acetábulo. ♦ A cabeça do fêmur estimula o desenvolvimento acetabular correto. ♦ O desenvolvimento acetabular estimula o formato esférico da cabeça femoral. Cartilagens que influenciam no desenvolvimento da região proximal do fêmur ♦ Placa epifisária da cabeça femoral. ♦ Placa do istmo do colo femoral. ♦ Placa do trocânter maior. Lesão das cartilagens ♦ Provoca alterações anatômicas na região. Barreiras Secundárias Hipertrofia do Lábrum ♦ Principal causa da DDQ. ♦ Continuidade do acetábulo, que atua como estabilizador. ♦ A hipertrofia causa inversão, ocupando o lugar da cabeça do fêmur no acetábulo. ♦ Lábrum fica bastante espesso, ocupando o lugar no acetábulo quando ocorre a luxação (cabeça do fêmur “sai”). Alterações da cabeça femoral e acetábulo Normal • Côncavo Displásico • Plano Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA ♦ Perda da concavidade acetabular, tornando-se + plano, pois o acetábulo necessita da cabeça do fêmur o empurrando para que tenha o formato côncavo. ♦ Espessamento do acetábulo. ♦ Cabeça femoral adquire um formato + oval e achatado medialmente. ♦ Cartilagem atrofiada ou ausente – a partir do momento em que se tem uma luxação, a cartilagem perde o suprimento do líquido sinovial, tornando-se atrofiada ou inexistente. ♦ Esclerose subcondral. ♦ Formação de cistos e osteófitos, ou seja, inicia-se um processo de artrose. História Clínica Nascimento aos 6 Meses Assimetria de pregas nas coxas e poplíteas ♦ Costuma acontecer no recém- nascido pela obliquidade pélvica, com contratura no quadril em abdução de um lado e em adução do outro, o que poderá estar comprometido. Sinal de Galeazzi positivo ♦ Encurtamento aparente do fêmur. ♦ Achado em casos de deslocamento pré-natal ou teratológico. Assimetria das pregas inguinais ♦ A prega inguinal se estende posterior e lateralmente em relação à abertura anal. Teste de Ortolani ♦ Demonstra quadril luxado. Teste de Barlow ♦ Demonstra quadril instável. A. Assimetria das pregas nas coxas e na região poplítea. B. Encurtamento aparente do fêmur, sinal de Galeazzi positivo. C. Pregas inguinais normais. D. Assimétricas, positivo à esquerda, estendendo- se posterior e lateralmente à abertura anal. E. Positivo à direita. F. Bilateral, sugerindo luxação posterior bilateral dos quadris. Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA 6 aos 12 Meses Contratura em adução do quadril ♦ A abdução do quadril luxado é limitada. Encurtamento aparente da coxa ♦ Sinal de Galeazzi positivo. Postura em rotação externa do membro inferior ♦ Com o quadril e o joelho em extensão, o membro inferior fica posicionado em rotação externa. Assimetria das pregas glúteas ♦ As pregas ficam assimétricas e mais acentuadas na luxação unilateral. Após a Marcha Marcha ♦ Criança anda com claudicação por conta da fraqueza do glúteo médio e do encurtamento aparente do membro afetado. Posição ortostática ♦ Lordose lombar excessiva. ♦ Rotação externa do membro inferior. ♦ Trocânter maior proeminente. ♦ Sinal de Trendelenburg positivo. Classificação Teratológica Luxação do quadril que ocorre antes do nascimento e envolve deformidades do acetábulo, da cápsula e do fêmur proximal, associada a outras malformações. Neurológica Luxação do quadril que ocorre em decorrência dos desequilíbrios musculares pós-natais. Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA Típica Luxação do quadril que ocorre em crianças atípicas. Diagnóstico Ultrassonografia Graf ♦ Método estático. ♦ Análise do fêmur proximal e o contorno da pelve. ♦ Mede a displasia cartilagínea. Harcke ♦ Método dinâmico. ♦ Ultrassonografia em tempo real do quadril em movimento. ♦ Durante a manobra de Barlow e Ortolani. ♦ Mede a estabilidade do quadril. Luxação superior e lateral Radiografia Recém-nascido ♦ Difícil execução e interpretação. ♦ Cabeça femoral não está calcificada e o acetábulo é cartilagíneo nessa idade. 2 ou 3 meses de vida ♦ Avalia o sinal da lágrima e a inclinação acetabular. ♦ Sinal da lágrima distorcido na Subluxação. ♦ Sinal da lágrima ausente na luxação completa. ♦ Quando ocorre luxação da cabeça do fêmur, o arco de Shenton irá do colo do fêmur até o acetábulo, gerando a displasia do desenvolvimento do quadril. Raio X mostrando quadril luxado, displasia com aumento do ângulo acetabular, neoacetábulo e cabeça, colo e fêmur menos desenvolvidos que o lado oposto, que também é displásico. Linhas ♦ Linha de Hilgenreiner – primeira linha traçada, cruzando as 2 cartilagens trirradiadas. ♦ Linha de Perkin – perpendicular (90º) à linha de Hilgenreiner. Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA ♦ Linha/Arco de Shenton – linha curva que contorna o trocanter menor, o colo do fêmur e a margem púbica. Índice acetabular ♦ Ângulo entre a linha de Hilgenreiner e a superfície acetabular. ♦ Valor normal neonato = 27, 5º. ♦ Valor normal 6 meses = 23, 5º. ♦ Valor normal 2 anos = 20º. ♦ Limite = 30º. ♦ DDQ = > 30º. Conduta Terapêutica Neonatos até 6 Meses Suspensório ou colete de Pavlik ♦ Suspensório que passa pela linha axilar e apresenta 2 faixas. ♦ Faixa anterior – realiza flexão do quadril. ♦ Faixa posterior – realiza abdução do quadril. ♦ Realizar acompanhamento com USG e Raio-x (quando possível). Crianças de 6 Meses a 2 Anos Objetivos ♦ Obter e manter a redução – manter a articulação no local. ♦ Poupar a cabeça femoral – evita- se que ocorra necrose ou que se desenvolva artrose. Redução fechada ♦ Faz-se sob anestesia. ♦ Flexão > 90º e abdução gradual. ♦ Levantamento gradual do trocanter. ♦ Redução palpável. ♦ Posteriormente, coloca-se um gesso pélvico podalico. Redução aberta ♦ Indicado quando o quadril se mantém instável após redução fechada. Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA ♦ O acesso cirúrgico é medial ou anterior (+ seguro). ♦ Realiza-se um corte no fêmur da criança, encurtando-se o osso para a redução (osteotomia). Crianças > 2 Anos Osteotomia ♦ Encurtamento do fêmur. Osteotomia pélvica ♦ Osteotomia de Salter é a + utilizada. ♦ Indicada quando a cobertura acetabularé insuficiente.
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