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Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA Introdução Definição Distúrbio neurológico caracterizado pela recorrência de crises epiléticas espontâneas. Crise Epiléptica Ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devido a uma atividade neuronal síncrona ou excessiva no cérebro. Crise Convulsiva Tipo de crise epiléptica caracterizada por episódios de contração muscular excessiva ou anormal, bilateral, que pode ser sustentada ou interrompida. Crises Parciais Focais Definição Crises com início restrito a uma parte do hemisfério cerebral, posteriormente pode distribuir bilateralmente. Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA Crises Parciais Simples Definição Crises sem comprometimento do nível de consciência. Comprometimento A descarga ictal afeta uma área limitada e geralmente circunscrita do córtex (foco epileptogênico). Primeiro Com sinais motores (inclusive crises jacksonianas, versivas e posturais). Segundo Com sintomas sensoriais (inclusive visuais, somatossensitivos, auditivos, olfatórios, gustativos e vertiginosos). Terceiro Com sintomas psíquicos (inclusive disfasia ou alterações dismnésicas, alucinatórias e afetivas). Quarto Com sintomas autonômicos (inclusive sensação epigástrica, palidez, rubor e alterações papilares). Crises Parciais Complexas Definição Crises com comprometimento do nível de consciência. Comprometimento Afeta o nível de consciência implicando propagação bilateral das descargas epilépticas, no mínimo ao prosencéfalo basal e áreas límbicas. Primeiro Início como uma crise parcial simples, seguida de comprometimento da consciência. Segundo Com comprometimento da consciência desde o início. Terceiro Com automatismos. Crises Parciais que Evoluem para Crises Generalizadas Secundárias Toda crise parcial simples pode se transformar em crise parcial complexa e ambas podem evoluir para crises generalizadas secundárias. Crises Generalizadas Definição Crises que afetam difusamente o cérebro desde o início. Crises de Ausência ou de Pequeno Mal Definição Lapsos transitórios de consciência, que se acompanham de uma postura estática e da interrupção de qualquer atividade que o indivíduo fazia, começando e terminando abruptamente, sem período premonitório. Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA Primeiro Apenas com comprometimento do nível de consciência. Segundo Com 1 ou + dos sinais ou sintomas, entre eles: componentes atônicos ou tônicos, automatismos, componentes autonômicos. Crises Mioclônicas Abalos mioclônicos (isolados ou múltiplos), ou seja, abalos musculares rápidos e breves, que podem ser bilaterais, sincrônicos ou assincrônicos, ou unilaterais. Crises Tônico-Clônicas ou de Grande Mal Caracterizam-se pela fase tônica, grito epilético e fase clônica. Crises Tônicas Fase caracterizada por perda repentina da consciência com extensão tônica bilateral do tronco e dos membros. Crises Atônicas ou Ataques de Queda Caracterizam-se por perda subida do tônus muscular, que pode ser fragmentária (queda da cabeça, por exemplo) ou generalizada, quando provoca uma queda. Etiologia Genética Resultante de uma anormalidade herdada no sistema nervoso central. Estrutural ou Metabólica Uso de fármacos ilícitos, tumores, traumatismo encefálico, hipoglicemia, infecção meníngea e retirada rápida do álcool em indivíduo alcoólatra. Fisiopatologia Sistema Nervoso Central Há um desequilíbrio entre os mecanismos de excitação (glutamato) e inibição (GABA), devido à perda seletiva de neurônios gabaérgicos (inibitórios). Resultado A epilepsia é resultante dessas descargas neuronais excessivas. Diagnóstico Geralmente História clínica + exame físico. Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA Importante Testemunha ocular. História Clinica ♦ Existência ou não de aura. ♦ Idade de início. ♦ Frequência de ocorrência. ♦ Eventos pré e perinatais. ♦ Crises febris. ♦ História familiar. ♦ Infecções ou traumas. Critérios Diagnósticos ♦ 2 crises não provocadas, em um intervalo > 24h. ♦ Paciente com alta chance de recorrência. ♦ Síndrome epiléptica. Exames Complementares Eletroencefalograma Obrigatório Realizar o exame na vigília e no sono. Resultado normal Não exclui a possibilidade de epilepsia. RM/TC Solicitar se suspeita de lesão estrutural. Refratário (paciente não responde ao tratamento) ♦ Rm do encéfalo. ♦ Diário das crises. ♦ Relatório com descrição detalhada da medicação prévia. ♦ Teste psicométrico para os casos com efeitos cognitivos negativos associados ao tratamento. Exames Laboratoriais ♦ Glicemia. ♦ Rastreio infeccioso. ♦ Infecção do SNC, realizar coleta de líquor. ♦ Distúrbios eletrolíticos. ♦ Perfil toxicológico. Eletrocardiograma Exclusão de DD (síncope). Diagnóstico Diferencial Principais ♦ Síncope. ♦ Ataque isquêmico transitório. ♦ Ataque de pânico. ♦ Crise não epiléptica psicogênica. ♦ Arritmias cardíacas. ♦ Migrânea. ♦ Distúrbios metabólicos. Beatriz Tianeze de Castro | SOI V | P5 - MEDICINA Tratamento Fármacos ♦ Clobazam. ♦ Eslicarbazepina. ♦ Ezogabina. ♦ Felbamato. ♦ Fosfenitoína. ♦ Gabapentina. ♦ Lacosamida. ♦ Lamotrigina. ♦ Levetiracetam. ♦ Oxcarbazepina. ♦ Perampanel. ♦ Pregabalina. ♦ Rufinamida. ♦ Tiagabina. ♦ Topiramato. ♦ Vigabatrina. ♦ Zonisamida. Mecanismo de Ação Os fármacos reduzem as crises por meio de mecanismos como bloqueio dos canais de voltagem dependentes (Na+ ou Ca2+), potencializando impulsos inibitórios gabaérgicos e interferindo na transmissão excitatória do glutamato. Epilepsia Parcial ♦ Lamotrigina. ♦ Levetiracetam. ♦ Topiramato. Paciente idoso ♦ Lamotrigina. Epilepsia Generalizada Ausência ♦ Divalproex. ♦ Lamotrigina. Mioclônica ♦ Divalproex. ♦ Levetiracetam. Tônico-clônica ♦ Lamotrigina. ♦ Levetiracetam ♦ Topiramato. Estado epilético ♦ Benzodiazepínicos. ♦ Fosfenitoína. Referências D., L. E.; A., M. S.; P., R. L. Merritt - Tratado de Neurologia, 13ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. Whalen, K.; Finkell, R.; Panavelil, T. A. Farmacologia Ilustrada. Porto Alegre: Grupo A, 2016.
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