Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRIBUTAÇÃO NA PECUÁRIA Prof. Jucelaine Bitarello Atualizado por Prof. Gabriela de Bem Fonseca https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Nesta unidade temática, você vai aprender Quais as opções de tributação para atividade pecuária, Quais os impostos incidentes para o pecuarista PF; Quais os métodos de apuração de Imposto de Renda para a PJ. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Introdução A questão tributária tem sido uma das maiores preocupações para a finalidade da existência da Contabilidade, pois ainda, em boa medida, ela é tida como “o fiscal dos governos”. No entanto, esse não deve ser o entendimento que os profissionais da área devem ter, e tão pouco os gestores dos negócios agropecuários. Assim, neste capítulo busca-se dar aprofundamento sobre os tributos sobre a venda e o resultado, considerando os diferentes enquadramentos tributários existentes no ordenamento brasileiro. O pecuarista, como tem um ciclo operacional "mais lento" do que a agricultura, deve ficar muito atento à forma de apuração dos seus tributos, sejam eles pessoa física ou pessoa jurídica. Para isso, deve conhecer alguns meandros que o legislador deixou ao confeccionar as normas tributárias, como quais tributos incidem sobre a opção de pessoa física ou limites para o Simples Nacional são dessas escolhas que tornam a Pecuária um dos motores da economia nacional. Bons estudos. Tributação na Pecuária A atividade pecuarista tal como qualquer outra está sujeita à tributação da renda, entretanto, tal como na atividade agrícola, existe a realidade do produtor ter seu imposto de renda atrelado à pessoa física ou jurídica. O Imposto de Renda é de competência federal, o fato gerador deste tributo é a renda auferida por pessoas jurídicas e físicas, sendo que em cada sistema existe o percentual fixado pelo Governo. A Receita Federal é a responsável por arrecadar os valores e também manter os registros e a fiscalização de pessoas físicas e jurídicas. O Artigo 1º do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do imposto sobre a renda. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Tributação Pessoa Física O Imposto de Renda Pessoa Física incide sobre a renda de brasileiros residentes ou não no país, cujas fontes de renda sejam originadas no Brasil. A Receita Federal apresenta alíquotas diferenciadas que variam de acordo com a renda dos contribuintes. A obrigação é anual e consiste em explicar a evolução patrimonial obtida ao longo do período. Com relação à atividade rural, são tributáveis os resultados positivos provenientes da atividade rural exercida pelas pessoas físicas. Mais especificamente, o artigo 5º da Lei nº 8.023/90 dispõe acerca da “opção” do contribuinte, pessoa física, na composição da base de cálculo, o resultado da atividade rural. O Artigo 58 do Decreto nº 3.000/99 aponta as atividades rurais que podem ser exploradas pela pessoa física, são elas: a agricultura, a pecuária, a extração e a exploração vegetal e animal, exploração de diversas culturas animais, transformação de produtos decorrentes da atividade rural – desde que as características naturais não sejam alteradas – e cultivo de florestas. O artigo exclui as atividades que fazem a intermediação de animais e produtos agrícolas. A Tributação do imposto de renda pelo sistema pessoa física de acordo com a legislação vigente permite diversas deduções com os gastos com educação, despesas médicas e com dependentes, pensão alimentícia, contribuição à previdência social e contribuição à previdência do empregado doméstico. É possível, ainda, o produtor rural compensar prejuízos e considerar os investimentos como despesas do período. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Fique de olho! Aqui também cabe destacar que existem outros tributos que incidem sobre o pecuarista pessoa física, e que não é apenas o IRPF. https://drive.google.com/file/d/1yhRyq9yukpLJCCSOXNDYCWcn3k-uNn7G/view?usp=sharing https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 https://drive.google.com/file/d/1yhRyq9yukpLJCCSOXNDYCWcn3k-uNn7G/view?usp=sharing https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Infográ�co Tributação Pessoa Jurídica No Brasil, existem três regimes de tributação, são eles: o Simples Nacional, o Lucro Real, o Lucro Presumido e o Lucro Arbitrado. Cada um desses regimes possuem suas características, vantagens e desvantagens. Entender a particularidade de cada um deles pode auxiliar a gestão financeira da empresa. Portanto, entender o cenário macroeconômico pode contribuir na escolha do melhor regime tributário, lembrando que escolha a opção por um regime vale para todo ano-calendário. https://drive.google.com/file/d/1yhRyq9yukpLJCCSOXNDYCWcn3k-uNn7G/view?usp=sharing https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 É de competência dos contadores e administradores empresariais tomarem a decisão de enquadramento tributário anual, haja vista que há três regimes: Lucro Real, Presumido ou Simples. Sendo que, aos primeiros, os contadores, compete, na medida do conhecimento técnico e científico, informar aos segundos, os administradores, qual forma de enquadramento é mais benéfica para as empresas, ressalvadas as exigências legais que não permitem a liberdade de enquadramento, sen- do que, por essas razões, só e somente cabe o Regime Tributário pelo Lucro Real. De acordo com a Receita Federal, o arbitramento de lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizado pela autoridade tributária ou pelo contribuinte. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso. Outro aspecto interessante é que não é permitido mudança de enquadramento no exercício fiscal. Por isso, é relevante que se faça o planejamento tributário no início do exercício, principalmente levando em consideração o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobe o Lucro Líquido (CSLL), a qual é feita em três formas distintas: a) Lucro Real – apuração anual ou trimestral; b) Lucro Presumido; c) Simples Nacional – opção exclusiva para Microempresa (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). Ainda, para efeitos de conhecimento, a pessoa jurídica que explora atividade rural e tenha auferido receita bruta anual nos limites máximos citados pode se enquadrar como ME ou EPP. Para efeitos de receita bruta, é considerado o produto da venda de bens e serviços nas operações próprias e/ou prestadas a terceiros. Assim, atendidas as condições exigidas na legislação, essas empresas devem manter em boa ordem e guarda de todos os registros e documentos referente à movimentação financeira e econômica da manutenção do plantel. Relevante aspecto para a contabilidade rural é a permissão do reconhecimento das receitas pelo regime de caixa na atividade rural. Em outros termos, é o reconhecimento da receita à medida dos recebimentos. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 O Simples Nacional A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, criou o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional, com efeito a partir de 01 de julho de 2007. O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). Esse regime inclui a participação da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. De acordo com a mencionada lei, aplica-se em parte ao produtor rural limitado ao faturamento denominado no artigo 3º da Lei Complementar. Fique de olho! Além disso, é válido mencionar que a tributação efetuada de forma simplificadae alíquotas reduzidas incidentes sobre a receita bruta, previstas no Capítulo IV da Lei Complementar, não foram estendidas a essas pessoas físicas, ou seja, valem apenas para pessoa jurídica. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Lucro Presumido O Lucro Presumido é um regime optativo para a apuração do lucro e o imposto de renda pessoa jurídica (IRPJ), no qual a receita está baseada em valores globais para presumir o lucro. Conceitualmente, podemos afirmar que o Lucro Presumido é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do Lucro Real. Uma vantagem desse regime é para empresas que auferem um lucro acima de 32% da receita bruta. Depois de obtido o valor do Lucro Presumido, são calculados os impostos e as contribuições federais. Usualmente, a opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano calendário, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário. A renda da atividade rural poderá ser tributada pela opção do Lucro presumido, tendo em vista o art. 13 da Lei nº 9.718/98, que estabelece que a pessoa jurídica poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido, desde que respeitados os parâmetros apresentados pela mesma lei, em que a pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais). Lucro Real O Lucro Real pode ser definido como o resultado do período antes de computar a provisão para o imposto de renda, ajustando-se o valor calculado por meio das adições, exclusões ou compensações autorizadas pela legislação do imposto de renda. O lucro é apurado como extracontábil e escriturado no Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR, que é composto por duas partes: a parte A (destinada aos lançamentos de ajuste do lucro) e a parte B (dedicada ao controle dos valores que não constam na escrituração contábil, mas que influenciam no lucro real de períodos futuros). https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Fique de olho! O Lucro Real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas através de regulamentações emitidas pela Receita Federal. Cabe destacar que caso a pessoa jurídica explorar outras atividades, além da atividade rural, também denominada empresa com atividade mista, deverá segregar contabilmente as receitas, os custos e as despesas referentes à atividade rural das demais atividades, bem como demonstrar, no LALUR, separadamente, o resultado contábil dessas atividades. O Lucro real é a base de cálculo do imposto de renda pessoa jurídica e sua alíquota de 15%. Importa destacar, ainda, que há a incidência do adicional de 10% sobre a parcela do lucro real que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do período de apuração. Dentro das possibilidades que o Lado B do Livro de Apuração do Lucro Real possibilita, destaca-se, ainda, que a pessoa jurídica poderá diminuir do imposto devido: https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 O valor dos incentivos fiscais de dedução do imposto, observados os limites e prazos da legislação vigente; O valor dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro da exploração; Imposto de renda pago ou retido na fonte, incidentes sobre receitas computadas no lucro real; O imposto de renda pago indevidamente ou a maior em períodos anteriores. No caso de empresa com atividade mista e na impossibilidade de segregar as contas contabilmente, a pessoa jurídica deverá ratear os valores proporcionalmente às porcentagens que a receita líquida de cada atividade representa em relação à receita total. Não ocorrendo receita líquida no ano-calendário, a porcentagem será determinada com base nas despesas de cada atividade. Existe, ainda, a previsão legal que a pessoa jurídica sujeita à tributação pelo lucro real possa optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente. Para essa situação, a base de Cálculo da Receita Federal do Brasil é de 8%. A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ficará sujeita à incidência de adicional de 10% (dez por cento). Essas normas estão disciplinadas no RIR/99, artigos 185 a 206. A seguir, há um exemplo da apuração do imposto de renda por estimativa com adicional: https://drive.google.com/file/d/1uYL4vzLheca_QFOJOVd2yN5sNWeHlkP2/view?usp=sharing https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 https://drive.google.com/file/d/1uYL4vzLheca_QFOJOVd2yN5sNWeHlkP2/view?usp=sharing https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 https://drive.google.com/file/d/1uYL4vzLheca_QFOJOVd2yN5sNWeHlkP2/view?usp=sharing https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpixabay.com%2Fpt%2Fphotos%2Fvaca-ruminantes-gado-leiteiro-pasto-2782461%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFXim6w091p3la3RkArzu9Ff-BgKA https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpixabay.com%2Fpt%2Fphotos%2Fvaca-ruminantes-gado-leiteiro-pasto-2782461%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFXim6w091p3la3RkArzu9Ff-BgKA https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Fonte: Pixabay. https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpixabay.com%2Fpt%2Fphotos%2Fvaca-ruminantes-gado-leiteiro-pasto-2782461%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFXim6w091p3la3RkArzu9Ff-BgKA https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpixabay.com%2Fpt%2Fphotos%2Fvaca-ruminantes-gado-leiteiro-pasto-2782461%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFXim6w091p3la3RkArzu9Ff-BgKA https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso de Contabilidade Intermediária em IFRS e CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Rural – uma abordagem decisorial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2016. MARION, José Carlos et al. Contabilidade e Controladoria em Agribusiness. São Paulo: Atlas, 1996. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0 Créditos Produzido por Núcleo de Audiovisual e Tecnologias Educacionais (NATE) - ULBRA EAD Universidade Luterana do Brasil Todos os direitos reservados. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000219gs001/t001?authuser=0
Compartilhar