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2 2 Jardins públicos_ paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental

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Jardins públicos: paisagismo de praça de 
escola materno-infantil e de ensino 
fundamental
APRESENTAÇÃO
O paisagismo é uma atividade que está relacionada ao projeto de ambiência e de melhoramento 
dos espaços externos, como por exemplo, os jardins e as praças. Esses projetos contam com 
elementos que podem delimitar espaços, criar diferentes atmosferas, permitir a apropriação do 
local, contribuir com odores e texturas, ou simplesmente formar áreas de contemplação. 
Portanto, para que os elementos sejam utilizados corretamente é necessário relacioná-los aos 
usuários que ocuparão a área aberta, permitindo que ela esteja de acordo com os objetivos e os 
anseios de todos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você poderá identificar diferentes funções dos jardins e dos 
espaços abertos nas edificações voltados ao ensino, podendo reconhecer exemplos de 
paisagismo tanto de escolas materno-infantis como de escolas de ensino fundamental.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as funções recreativas do jardim em estabelecimentos 
de ensino.
•
Reconhecer o paisagismo em escolas materno-infantis.•
Explicar como é o paisagismo em escolas de ensino fundamental.•
DESAFIO
Os jardins das escolas são áreas abertas que devem funcionar como extensão da edificação e, 
tendo essa conformação, podem possibilitar as mais diversas atividades, se tornando uma nova 
ferramenta para melhorar e contribuir no processo de ensino-aprendizagem. Esses espaços 
podem ser compostos por diversos elementos, vegetações, tipos de piso e iluminação, e 
precisam estar de acordo com o uso e seus usuários. 
No caso das escolas, é preciso compreender para que público estão voltadas, qual a fase desse 
público e como precisam absorver tudo aquilo que um espaço externo oferece, para então 
realizar um projeto paisagístico que esteja de acordo com essas premissas.
Imagine que você, arquiteto e urbanista, precisa propor algumas ideias para o jardim de uma 
escola de educação infantil de sua cidade. Essa escola atende crianças de 1 a 6 anos e precisa de 
três pontos principais, são eles:
1 – O jardim precisa ser dividido em 3 partes, limitando os espaços, mas permitindo a 
permeabilidade visual.
2 – Os alunos devem aprender nesses espaços sobre os cinco sentidos: visão, olfato, paladar, 
audição e tato.
3 – Devem existir áreas de sombra e de sol.
A partir desses requisitos, você deve propor ideias de como é possível realizar o paisagismo, ou 
quais elementos usar no projeto para garantir que esses três itens sejam contemplados. Assim, 
descreva para cada item uma sugestão.
INFOGRÁFICO
Para que o paisagismo seja aliado do processo de ensino-aprendizagem, o projeto precisa estar 
adequado aos usos, às necessidades, aos anseios e às fases dos alunos que irão utilizar 
o espaço. Assim, é importante diferenciar os públicos-alvo e seus interesses para que 
seja possível a criação de diretrizes projetuais condizentes com o contexto e a realidade.
Neste Infográfico, você verá algumas diferenças entre os alunos de escolas materno-infantis e de 
escolas de ensino fundamental.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
O projeto de paisagismo tem como finalidade planejar o tratamento ambiental de um espaço 
aberto. No projeto, estão envolvidos os princípios artísticos de harmonia, unidade e equilíbrio, 
além de levar em consideração as funções do espaço e as atividades a ele relacionadas. Assim, o 
projeto paisagístico voltado para jardins de escolas materno-infantis e de ensino fundamental 
deve estar de acordo com as intenções de uso do espaço; tornando-se, dessa forma, um elemento 
de extensão da sala de aula, permitindo a melhora do processo de ensino-aprendizagem, 
priorizando a consciência ambiental e o contato com a natureza.
No capítulo Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino 
fundamental, da obra de Projeto de paisagismo I, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, 
você poderá entender as funções dos jardins nos espaços de ensino, compreendendo elementos 
que colaboram para que o projeto dessas áreas esteja adequado a cada fase da educação e aos 
seus usos.
Boa leitura.
PROJETO DE 
PAISAGISMO I 
Vanessa Guerini Scopell
Jardins públicos: 
paisagismo de praça de 
escola materno-infantil 
e de ensino fundamental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as funções recreativas do jardim em estabelecimentos de 
ensino. 
  Descrever como é o paisagismo em escolas materno-infantis.
  Descrever como é o paisagismo em escolas de ensino fundamental.
Introdução
O paisagismo é uma atividade realizada pelo arquiteto e urbanista que 
está relacionada aos projetos para espaços externos, como, por exemplo, 
o planejamento de jardins, o melhoramento de praças e a projeção de 
caminhos. Esses projetos podem prever diferentes tipos de vegetações 
e pisos, uso de água, equipamentos e iluminação.
Assim como um projeto de arquitetura, o projeto de paisagismo deve 
ser pensado tendo em vista a relação com a edificação, sua função e seus 
usuários. Isso permite que o paisagismo seja um aliado da arquitetura, 
de modo a estimular sensações e incentivar ações no espaço aberto.
Neste capítulo, você entenderá a importância do espaço aberto para 
as edificações voltadas ao ensino, bem como verá exemplos e ideias de 
paisagismos tanto para escolas materno-infantis como para edificações 
de ensino fundamental.
Os jardins nos estabelecimentos de ensino
Os espaços abertos de uma cidade são um dos elementos responsáveis por 
garantir a qualidade de vida. Esses espaços livres referem-se a qualquer local 
que não tenha edifi cações e podem ser de vários tipos, incluindo praças, parques 
e jardins. São esses locais, juntamente com a arquitetura e outros elementos 
da cidade, que formam a paisagem urbana. 
Conforme ressalta Fenianos (1996), a paisagem urbana está sujeita a modi-
ficações, pois tem a função de ser um suporte para a vida nas cidades, e, por 
isso, o homem consegue realizar intervenções. De qualquer forma, segundo 
o autor, a paisagem tem uma função que vai além da estética, pois inspira 
emoções e sentimentos. Marx e Tabacow (2004, p. 34) ressaltam que:
O conceito de paisagem às vezes é distorcido, entendido como um conjunto 
de elementos naturais, moldando uma vista, geralmente distante e nada mais 
do que isso, porém paisagem é o domínio do visível, onde o espectador é 
conduzido através de elementos diversos, de forma a se sentir dentro de um 
todo, onde a riqueza de detalhes se apresenta como numa música, em tempo 
e em espaço. Ela é formada não só por volumes, mas também por cores, 
odores, movimentos e sons. 
Diante disso, privilegiar espaços abertos e tratá-los de forma coerente é 
importante para beneficiar a vida urbana, as atividades humanas e os usos 
das próprias edificações. Nesse sentido, mais do que humanizar uma área, o 
paisagismo surge como uma função que potencializa os espaços, fazendo eles 
terem uma função que vai muito além da contemplação, incluindo também a 
recreação, e melhorando as relações do homem com a natureza.
O paisagismo se preocupa com os volumes da cidade, pois, segundo Wa-
terman (2010, p. 104), “[...] o espaço de uma praça pode ser considerado um 
volume, mas em um mapa ou planta baixa ele aparece apenas como uma área 
externa. Os volumes também são ajustados à medida que nos movimentamos 
pelo espaço, com vistas se revelando, ou à medida que os espaços entre as 
edificações aumentam ou diminuem [...]”.
Pode-se afirmar que é o paisagismo que transforma uma simples área verde 
em um espaço adequado, cheio de significados e com um poder transformador. 
Conforme destacam Gatto, Paiva e Gonçalves (2002), o paisagista tem o poder 
de recuperar as áreas, conservar os espaços e criar novos, por meio de elementos 
que são efeitos estéticos, que são dinâmicos e combatem ao tédio, bem como 
influenciamo humor e as emoções das pessoas. Segundo Leenhardt (2006, 
p. 17), “[...] a missão social do paisagista compreende aspecto pedagógico, de 
Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental2
fazer compreender e amar o que a natureza representa procurando conservá-la, 
pois é dela que depende a sobrevivência dos seres vivos, tendo o máximo de 
consideração com o destinatário de suas criações [...]”. Assim, pode-se dizer 
que um projeto de paisagismo consegue associar diversos aspectos, podendo 
trazer diversos benefícios para a sociedade, para um grupo de pessoas ou 
qualquer cidadão que entre em contato e usufrua deste espaço projetado. 
Tanto os jardins como as pequenas praças são tipologias de espaços livres 
que também têm a função de recreação. Segundo Waterman (2010, p. 178), 
esses locais podem ser vistos como “[...] microcosmos da paisagem maior 
[...]”. Esses espaços podem estar presentes nos locais públicos das cidades, ou 
seja, em espaços onde qualquer pessoa possa utilizar, ou também associados 
a edificações, dentro de um lote delimitado. Em ambos os casos, esses locais 
permitem que as pessoas estejam em contato com a natureza e possam realizar 
atividades ao ar livre (Figura 1).
Figura 1. Jardim de Hespérides, no Quebec.
Fonte: Waterman (2010, p. 178).
Assim como apresentam função essencial para as cidades em geral, os 
jardins e as pequenas praças são fundamentais para as instituições escolares, 
incluindo escolas materno-infantis e escolas de ensino fundamental. Esses 
locais funcionam como uma extensão do prédio construído e podem ser utili-
zados para complementação das atividades elaboradas dentro da sala de aula. 
Segundo Kunreuther e Ferraz (2012), aliar a educação aos espaços abertos é 
uma experiência enriquecedora para os alunos. Além disso, esses locais são 
3Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental
importantes para que as crianças e os adolescentes tenham um espaço aberto 
para realizar atividades esportivas, um espaço calmo para leitura e descanso, 
bem como para aprenderem a respeitar a se relacionar com a natureza.
Conforme os autores, diversas atividades podem ser realizadas nos jardins 
e na pracinha de uma escola, incluindo eventos e comemorações, trabalhos 
e discussões em grupos, conversas e aulas expositivas ao ar livre, oficinas 
de desenho e criatividade para os menores, além de brincadeiras e demais 
atividades. Loboda e De Angelis (2005) acrescentam que essas áreas são ele-
mentos imprescindíveis para o bem-estar, afetando diretamente a saúde mental 
dos alunos e funcionários desses espaços. Além disso, esses espaços verdes 
melhoram a qualidade ambiental, o conforto térmico e acústico. Esses espaços:
[...] agem simultaneamente sobre o lado físico e mental do Homem, absorvendo 
ruídos, atenuando o calor do sol; no plano psicológico, atenua o sentimento 
de opressão do Homem com relação às grandes edificações; constitui-se em 
eficaz filtro das partículas sólidas em suspensão no ar, contribui para a for-
mação e o aprimoramento do senso estético, entre tantos outros benefícios. 
(LOBODA; DE ANGELIS, 2005, p. 134).
Diante disso, é imprescindível que existam espaços externos ao ar livre 
para que as atividades das instituições de ensino possam ser cada vez mais 
completas e dinâmicas. Esses locais, se bem projetados, são meios que facilitam 
o ensino, tornam a rotina dos alunos mais divertida e permitem que diferentes 
atividades possam ser desenvolvidas.
Diferenças entre paisagismo e jardinagem
É importante compreender que existem diferenças entre a atividade de paisagismo 
e de jardinagem, mesmo que as duas tenham uma ligação. A jardinagem nada mais 
é do que a criação de jardins por meio do plantio, sem planejamento ou projeto de 
plantas ornamentais. 
Já o paisagismo é uma atividade bem mais complexa, que, apesar de contar com 
técnicas de jardinagem, realiza o plantio com base em um projeto, que tem especi-
ficações, dimensões e detalhes. Segundo Macedo (1999), o paisagismo trata-se de 
projetos complexos e, conforme Barbosa (2000, p. 14), pode ser definido como “[...] 
uma arte de recriação do belo proveniente da natureza, capaz de proporcionar belas 
paisagens e uma melhor qualidade de vida para sociedade. Um projeto paisagístico 
pode ser feito com a ausência de plantas, mas em sua maioria este é o elemento de 
maior importância para a consolidação do projeto [...]”.
Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental4
O paisagismo em escolas materno-infantis
Os espaços ao ar livre relacionados às escolas normalmente têm uma extensão 
menor se comparados aos do meio urbano. Esses locais se conformam como 
jardins ou pequenas praças, fazendo parte do lote da edifi cação. Para esses 
locais, Gatto, Paiva e Gonçalves (2002) acreditam que uma boa opção é o uso 
de cercas vivas para delimitar pequenas porções do espaço livre, a fi m de que 
ele esteja de acordo e seja proporcional às crianças (Figura 2). Segundo os 
autores, essas cercas têm inúmeras funções, podendo servir como ornamen-
tação, como uma cortina vegetal que protege os ambientes, limita os acessos 
das pessoas, de animais e veículos, bem como reduz a velocidade dos ventos, 
minimiza a poeira, é uma barreira contra a poluição sonora e se comporta como 
uma proteção visual, essencial para espaços que são utilizados por crianças. 
Figura 2. Cerca viva.
Fonte: Olexandr Panchenko/Shutterstock.com.
Assim, pode-se dizer que paisagismo é uma técnica artesanal que usa também a 
sensibilidade, procurando sempre constituir a paisagem natural, melhorar os espaços 
e criar novas ambiências. Para isso, mais do que saber plantar as espécies, é necessário 
o conhecimento também de ecologia, botânica, clima, arquitetura e agricultura. 
Ainda, segundo Faria (2005), existem duas formas de se definir paisagismo, denomi-
nadas micropaisagismo, para projetos desenvolvidos em áreas pequenas com escalas 
menores, e macropaisagismo, em que são realizados projetos para grandes espaços, 
envolvendo mais técnicas e agregando muitas disciplinas.
Fonte: Vieira e Olieira (2019).
5Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental
Outro exemplo de elemento que pode ser utilizado no paisagismo dessas 
escolas são as cercas de materiais naturais, como é o caso do paisagismo da 
Creche Chrysalis, na Nova Zelândia, apresentada na Figura 3. No projeto, o 
arquiteto responsável optou por esse elemento limitador para criar diferentes 
espaços dentro de uma mesma área, possibilitando também a segurança das 
crianças.
Além disso, o projeto conta com diferentes tipos de pisos no jardim interno, 
como, por exemplo, madeira, terra e grama. Isso permite que diferentes ati-
vidades sejam realizadas nesse local, cada uma conforme o tipo de piso mais 
apropriado. Esse paisagismo ainda conta com uma grande árvore central, que 
contribui para o sombreamento de uma porção da área, e vegetações mais 
baixas, que não atrapalhem a visão das crianças e dos cuidadores.
Figura 3. Creche Chrysalis.
Fonte: Souza (2015a, documento on-line). 
Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental6
O gramado também é um item importante para o paisagismo dessas 
áreas. Para Gatto, Paiva e Gonçalves (2002), a grama, além de criar um elo 
entre as demais formas de vegetação, também tem uma função estética e 
transmite a sensação de conforto e paz (Figura 4). Além disso, ela é capaz 
de reduzir a temperatura, criando um clima mais agradável para o espaço. 
Permite também a fácil infiltração da água no terreno, evitando formação 
de poças, o que pode ser inseguro para as crianças. Os gramados são utili-
zados para as atividades esportivas das escolas e são uma forração bastante 
confortável, além de serem propícios para piqueniques, lanches e momentos 
de descanso ao ar livre.
Figura 4. Exemplo de gramado em instituição de ensino.Fonte: Souza (2015b, documento on-line). 
Outra opção para o paisagismo de escolas materno-infantis são as árvores 
frutíferas. Essas árvores, além de fornecerem frutos, são um importante 
elemento que pode ser estudado e vivenciado ao ar livre pelas crianças. Além 
disso, é possível utilizar árvores maiores para criar brinquedos, casa na árvore, 
passarelas, entre outros equipamentos que permitem a descoberta e o contato 
com a natureza.
Pequenos canteiros, proporcionais à altura das crianças, podem ser im-
portantes artifícios para o paisagismo de escolas materno-infantis (Figura 
5). Para esses locais, uma opção é plantar temperos e chás, que, além de 
servirem para o consumo da escola, são meios de ensinar as crianças sobre 
os sentidos. 
7Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental
Figura 5. Escola em Alto de Pinheiros.
Fonte: Delaqua (2016, documento on-line). 
É possível identificar que as edificações de escolas materno-infantis apostam 
em um paisagismo mais leve, sem tantas informações, aberto, mas controlado e 
limitado, isso porque, nessa fase, a criança ainda está captando o mundo, e, ao 
mesmo tempo que precisa de descobertas, também precisa de segurança e controle.
Na Escola Lucie Aubrac, na França, observa-se isso a partir das vegeta-
ções de médio porte mais espalhadas, as diferenças de pisos, que criam uma 
atmosfera mais lúdica, a composição entre espaços cobertos e descobertos e 
o uso de brinquedos e equipamentos na área aberta (Figura 6).
Figura 6. Escola Lucie Aubrac.
Fonte: Márquez (2013, documento on-line). 
Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental8
Assim, para escolas materno-infantis, indica-se o uso de diferentes textu-
ras de piso, para que comportem as mais diversas atividades, de vegetações 
mais espaçadas, para não comprometer o controle, de vegetações baixas de 
diferentes cores e odores, para estimular os sentidos e a observação, além do 
uso de árvores pontuais e de grande porte para sombreamento e apoio a algum 
equipamento. Além disso, o uso de diferentes caminhos e formas estimula a 
criatividade da criança e é um recurso aliado para tornar o espaço mais atrativo.
O paisagismo em escolas de ensino fundamental 
Para as escolas de ensino fundamental, o uso do paisagismo nos espaços externos 
apresenta os mesmos benefícios. Todavia, nessas escolas, voltadas para crianças 
e pré-adolescentes, o projeto paisagístico deve ser pensado sob uma outra ótica. 
Enquanto as crianças menores ainda estão desenvolvendo e conhecendo cheiros, 
texturas, cores e gostos, os alunos do ensino fundamental já são mais crescidos, 
e, por isso, os jardins e espaços abertos da escola devem ter outro foco.
Um deles é a locação de equipamentos nesses espaços, como, por exem-
plo, quadras e bancos, visto que serve como um estímulo para o esporte ao 
ar livre (Figura 7). Caminhos e diferentes áreas de descanso também são 
importantes, pois permitem a conexão desses alunos com a natureza, além 
de permitirem espaços para conversas e troca de ideias. Observa-se que esse 
tipo de paisagismo é muito mais aberto e com dimensões maiores, justamente 
pelo momento de vida desses alunos.
Figura 7. Quadra de esporte ao ar livre na Beacon School.
Fonte: Pereira (2019, documento on-line). 
9Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental
A Beacon School, em São Paulo, é um exemplo de escola que conta com 
paisagismo e áreas externas bastante diversificados. Todas as áreas têm o 
intuito de serem dinâmicas e atraírem os estudantes por meio de espaços 
bonitos, agradáveis e confortáveis (Figura 8).
Figura 8. Beacon School, em São Paulo.
Fonte: Pereira (2019, documento on-line). 
Além disso, o paisagismo pode contar com áreas de vegetação de grande 
porte e áreas com pouca vegetação, a fim de criar diferentes atmosferas e 
diferentes ambientes em um mesmo local. Também se pode levar para as partes 
externas mesas e mobiliários de apoio, para que os alunos se sintam motivados 
Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental10
a estudar naquele local, de modo que tenham várias opções e, portanto, não 
se sintam entediados na escola, e sim motivados a encontrar um lugar ideal 
para realizar determinada atividade.
Um bom exemplo de projeto paisagístico de escola que demonstra dife-
rentes atmosferas em um mesmo local é o projeto do Park + Associates para 
a Escola de Ensino Médio Nanyang Girls (Nanyang Girls’ High School), em 
Singapura (Figura 9). O projeto conta com uma grande área verde, que está 
presente também em alguns terraços.
Figura 9. Escola de Ensino Médio Nanyang Girls.
Fonte: Castro (2018, documento on-line). 
11Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental
A criação de diferentes espaços e o uso de vários níveis permite que os 
alunos possam se apropriar dos espaços externos e utilizá-los para suas neces-
sidades, o que torna o ensino bem mais dinâmico e interessante (Figura 10).
Figura 10. Escola de Ensino Médio Nanyang Girls.
Fonte: Castro (2018, documento on-line).
Por meio desses exemplos, é importante destacar que, assim como a 
arquitetura, o paisagismo deve estar pautado na proposta de uso do espaço 
de acordo com os usuários e seus momentos de vida. O paisagismo, além de 
ter todos os benefícios já discutidos, é capaz de tornar as áreas verdes mais 
atrativas e estimular os alunos, facilitando e melhorando o ensino. O mais 
importante é que ele seja pensado e projetado de acordo com as intenções do 
espaço, levando em consideração o que se pretende estimular. “Uma árvore 
plantada no local adequado é capaz de nos fornecer a privacidade desejada, 
o frescor de uma sombra, a beleza das folhas e flores, barreira ao vento frio, 
pode suavizar o incessante barulho da cidade, dar deliciosos frutos e, além 
de tudo, ter importância ecológica fundamental na preservação da fauna e 
flora [...]” (MASCARÓ; MASCARÓ, 2005, p. 47).
Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental12
BARBOSA, A. C. S. Paisagismo, jardinagem & plantas ornamentais. São Paulo: Iglu, 2000.
CASTRO, F. O retorno do verde: Park + Associates. 2018. Disponível em: https://www.
archdaily.com.br/br/902196/o-retorno-do-verde-park-plus-associates. Acesso em: 21 
ago. 2019.
DELAQUA, V. Escola em Alto de Pinheiros: base urbana + pessoa arquitetos. 2016. Dis-
ponível em: https://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-alto-de-pinheiros-
-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos. Acesso em: 21 ago. 2019.
FARIA, R. T. Paisagismo: harmonia, ciência e arte. Londrina: Mecenas, 2005.
FENIANOS, E. E. Jardim botânico: só para não dizer que eu também não falei das flores. 
Curitiba: UniverCidade, 1996.
GATTO, A.; PAIVA, A. N.; GONÇALVES, W. Implantação de jardins e áreas verdes. Viçosa: 
Aprenda Fácil, 2002.
KUNREUTHER, F. T.; FERRAZ, O. L. Educação ao ar livre pela aventura: o aprendizado 
de valores morais em expedições à natureza. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 
2, p. 437–452, 2012.
LEENHARDT, J. Nos jardins de Burle Marx. São Paulo: Perspectiva, 2006.
LOBODA, C. R.; DE ANGELIS, B. L. D. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e 
funções. Ambiência: Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Guarapuava, 
v. 1, n. 1, p. 125–139, 2005.
MACEDO, S. S. Quadro do paisagismo no Brasil. São Paulo: Gráfica Pancrom, 1999. (Co-
leção Quapá, v. 1).
MÁRQUEZ, L. Escola Lucie Aubrac: Laurens & Loustau Architectes. 2013. Disponível em: 
https://www.archdaily.com.br/br/01-149949/escola-lucie-aubrac-slash-laurens-and-
-loustau-architectes. Acesso em: 21 ago. 2019.
MARX, R. B.; TABACOW, J. Arte & paisagem. 2. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2004.
MASCARÓ, L.; MASCARÓ, M. Vegetação urbana. Porto Alegre: Quartet, 2005.
PEREIRA, M. Beacon School: Andrade Morettin Arquitetos + GOAA - Gusmão Otero 
Arquitetos Associados. 2019. Disponívelem: https://www.archdaily.com.br/br/914018/
beacon-school-andrade-morettin-arquitetos?ad_medium=gallery. Acesso em: 21 
ago. 2019.
SOUZA, E. Creche Chrysalis: Collingridge and Smith Architects. 2915. Disponível em: 
https://www.archdaily.com.br/br/770201/chrysalis-childcare-centre-collingridge-and-
-smith-architects. Acesso em: 21 ago. 2019.
13Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental
SOUZA, E. Projetos de escolas e creches para diferentes climas. 2019. Disponível em: https://
www.archdaily.com.br/br/919239/projetos-de-escolas-e-creches-para-diferentes-
-climas. Acesso em: 21 ago. 2019.
VIEIRA, A. S.; OLIVEIRA, A. M. Paisagismo além da estética: uma concepção ambiental. 2019. 
Disponível em: http://seer.pucgoias.edu.br/files/journals/3/articles/3748/submission/
review/3748-10889-1-RV.pdf. Acesso em: 21 ago. 2019.
WATERMAN, T. Fundamentos de paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2010.
Leitura recomendada
MACEDO, S. S.; SAKATA, F. G. Parques urbanos no Brasil. São Paulo: EDUSP, 2003.
Jardins públicos: paisagismo de praça de escola materno-infantil e de ensino fundamental14
DICA DO PROFESSOR
Os projetos de paisagismo requerem conhecimento avançado e uso de diferentes técnicas. Para 
facilitar esse processo de projetação, existem algumas maneiras de usar a vegetação que podem 
se adequar aos projetos paisagísticos de jardins em espaços de ensino.
Assista ao vídeo da Dica do Professor e veja algumas formas de utilizar as vegetações nesses 
locais.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) O paisagismo é uma subárea que faz parte da arquitetura e do urbanismo e refere-se 
aos projetos de espaços abertos. Sobre o paisagismo, é correto afirmar que:
A) é a intervenção de espaços abertos com função estética, que não serão utilizados.
B) é o tratamento adequado dos espaços edificados para a melhoria da vida urbana.
C) potencializa os espaços abertos, melhorando a relação do homem com a natureza.
D) está relacionado ao melhoramento exclusivamente de locais de contemplação.
E) é voltado unicamente para reformas de espaços abertos existentes.
2) Os espaços abertos, como por exemplo, as pequenas praças e jardins, apresentam 
diferentes funções para as instituições de ensino, sejam escolas voltadas para o 
público materno-infantil como para os alunos do ensino fundamental. Sobre essas 
funções, é correto afirmar que:
A) funcionam como uma limitação da edificação construída.
B) servem como um local para o descanso e a retração dos alunos.
C) possibilita atividades complementares flexíveis e monótonas.
D) contribui para o bem-estar social e a melhoria da saúde mental.
E) permite a integração com a natureza e a sua degradação.
3) O paisagismo e a jardinagem são duas atividades que estão relacionadas ao uso de 
vegetações em espaços abertos. Essas atividades têm algumas diferenças entre si. 
Sobre essas atividades, podemos afirmar:
I - O paisagismo é uma atividade por meio da qual projetos de espaços abertos são 
realizados e por isso está implícita na jardinagem.
II – O paisagismo é uma atividade complexa e por isso envolve mais conhecimentos 
do que a jardinagem.
III – A jardinagem requer o planejamento sobre o tipo e o uso de cada espécie de 
vegetação, bem como sua gestão e sua manutenção.
São alternativas corretas:
A) Somente a alternativa I.
B) Somente a alternativa II.
C) Somente as alternativas I e II.
D) Somente as alternativas I e III.
E) Somente as alternativas II e III.
4) Utilizar cercas vivas em escolas materno-infantis pode ser uma opção de paisagismo. 
Sobre esse elemento, é correto afirmar que:
A) as cercas vivas possibilitam a expansão de pequenas porções do espaço.
B) as cercas vivas servem como barramento visual, mas permitem a acessibilidade.
C) as cercas vivas potencializam a poeira e a poluição dos espaços urbanos.
D) as cercas vivas se comportam como uma passagem que facilita o acesso ao local.
E) as cercas vivas contribuem para a minimização da velocidade dos ventos.
5) Existem algumas diretrizes que são mais apropriadas para serem utilizadas nos 
projetos de escolas de ensino fundamental. Sobre elas, é correto afirmar que:
A) é imprescindível o uso de chás e de temperos para estimular os sentidos nessa fase escolar.
B) recomenda-se o uso de poucos espaços de descanso, pois tiram a atenção do aluno.
C) deve ser realizado um paisagismo mais fechado com o intuito de conter os alunos.
D) é importante locar diferentes equipamentos esportivos para esses espaços abertos da 
escola.
E) as dimensões do espaço aberto devem ser limitadas, a fim de restringir os alunos.
NA PRÁTICA
O projeto de paisagismo para escolas é um importante recurso para valorizar os espaços abertos 
e adequá-los aos usos educacionais. Esses locais podem receber os alunos para diversas 
atividades, que vão desde o esporte e a recreação, até o aprendizado e a introdução da 
consciência ambiental.
Neste Na prática, veja as algumas diretrizes utilizadas para a criação de um projeto paisagístico 
para uma escola.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
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paisagística. Neste vídeo, são ilustrados cinco tipos desses usos.
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