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LEGISLAÇÃO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO – QUESTIONÁRIO – MATÉRIA LECIONADA NO SEGUNDO BIMESTRE 1 - Quais as espécies de Contribuições Especiais (ou Parafiscais) existentes, conforme a Constituição Federal? Resposta: A contribuição especial é uma modalidade de tributo trazida pela Constituição Federal de 1988, que foge da teoria do fato gerador utilizado para classificar os tributos em impostos, taxas e contribuições de melhoria. O seu critério de identificação baseia-se na finalidade da criação do tributo (art. 149 CF/88), sendo necessária a vinculação da receita que deu causa a sua criação. A Contribuição Especial é criada por meio de lei ordinária e a competência legislativa para sua criação é da União, excetuando nos casos em que os estados, os municípios e o Distrito Federal adotem regime de previdência própria podendo assim criar a contribuição especial para tanto. São três as espécies de contribuições especiais: Sociais que são aquelas que financiam direitos sociais como educação, saúde, moradia, lazer, por exemplo. Intervenção no domínio econômico que são as chamadas CIDEs (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Aqui não existe uma regra expressa para sua delimitação, mas sim regras a partir de uma construção doutrinária. Interesse de categoria profissional ou econômica (corporativas): aqui temos as contribuições que são feitas para as categorias profissionais (CRM, CREA, CRP,...). 2 - No que consiste a Seguridade Social e como se dá o seu financiamento? Resposta: Toda a seguridade social é financiada através de contribuições, de forma direta ou indireta, a partir dos empregadores, os trabalhadores e demais segurados da previdência social, como também, por meios de concursos como a loteria. A tributação também pode ser feita sobre a importação de bens e serviços. Algumas das contribuições destinadas à Seguridade social são o COFINS, a CSLL, ou também, a contribuição direta por parte do trabalhador em sua folha de pagamento ao INSS ou ao PIS/PASEP. 3- Quais os tributos incidentes sobre o montante da folha de pagamento e em que proporção? Resposta: INSS – Previdência Social, 20%. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, 8%. Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF Salários até R$ 1.903,98, o trabalhador está isento do imposto; De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65, a alíquota é de 7,5%; De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05, a alíquota é de 15%; De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68, a alíquota é de 22,5%; Acima de R$ 4.664,68, a alíquota é de 27,5% 4- O que consiste o PIS/PASEP, qual a base de cálculo e alíquotas? Resposta: O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP). No conhecimento popular, o PIS/PASEP se trata de um benefício pago anualmente aos trabalhadores formais, sempre relacionados ao tempo de duração dos serviços prestados durante o ano-base, ou seja, no ano anterior. A base de cálculo é a receita operacional bruta da pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS são, respectivamente, de 0,65% e de 3%. 5- Quais são as contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas? Resposta: As Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas ou contribuições corporativas, são tributos instituídos por lei ordinária da União, em favor das entidades que representam categorias profissionais (trabalhadores) ou econômicas (empregadores), ou seja, são tributos que tem como objetivo fundamental de arrecadação o custeio de atividades de autarquias profissionais que, por sua vez, fiscalizam a conduta ética dos profissionais submetidos ao seu controle, gozando do poder de polícia corporativo. 6- Quais as características da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)? Resposta: A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é um tributo federal brasileiro que incide sobre o lucro líquido do período-base, antes da provisão para o Imposto de Renda. É devida pelas pessoas jurídicas e entes equiparados pela legislação do IR, destinando-se ao financiamento da Seguridade Social, estando disciplinado pela lei nº 7.689/1988 e suas alterações. 7- Quais são as características e hipóteses de incidência da COFINS? Resposta: O COFINS é um tributo federal que incide na receita bruta da empresa. O destino da arrecadação é custear a seguridade social, ou seja, os serviços que abarcam a previdência, a assistência social e a saúde da população. O valor da contribuição varia de acordo com a receita bruta mensal de cada empresa. Assim, o cálculo do imposto, muitas vezes, fica a encargo do contador contratado – ou, até do empresário, que precisa estar atento ao cálculo, também, para poder conferi-lo. Por conta disso, é importante que o empreendedor saiba se tem essa obrigatoriedade ou não de realizar o recolhimento do imposto. 8- Quais as características e espécies de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)? Resposta: As Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) são tributos brasileiros do tipo contribuição especiais de competência exclusiva da União prevista na Constituição Federal (Artigo nº 149). São tributos de natureza extrafiscal e de arrecadação vinculada. 9- Como é estabelecida a Contribuição Confederativa e para quem ela é obrigatória? Resposta: Contribuição Confederativa: A Contribuição Confederativa, cujo objetivo é o custeio do sistema confederativo, poderá ser fixada em assembleia geral do sindicato, conforme prevê o artigo 8º inciso IV da Constituição Federal e alínea "e" do art. 513 da CLT, independentemente da contribuição sindical citada acima. 10-O que é planejamento tributário e quais os seus benefícios? Resposta: O planejamento é sempre um procedimento, uma atitude preventiva, é algo planejado para executar uma tarefa em uma determinada data, isso vale também para efeito tributário, é uma atividade empresarial que tem por objetivo os tributos e os reflexos da carga tributaria na organização empresarial visando à economia de impostos. O planejamento tributário diminui os custos da empresa, contribui para aumentar a regularidade fiscal e também favorece o aproveitamento de créditos fiscais. 11- O que é a elisão fiscal? Resposta: É um procedimento lícito que se objetiva no planejamento tributário, encontrar alternativas e decidir por uma estratégia que vá diminuir o que a empresa está gastando em termos de despesas tributarias, ou seja, deve-se valer de uma elisão fiscal. As espécies de elisão fiscal são as decorrentes da própria lei e a que resulta de lacunas e brechas existentes na própria lei. 12- O que é evasão fiscal e quais as suas formas? Resposta: É um meio ilícito visando o não pagamento do produto, na evasão fiscal o contribuinte procurará uma forma de mascarar seu comportamento de forma fraudulenta. É o uso de meios ilícitos para evitar o pagamento de taxas, impostos e outros tributos. Por exemplo, tenho uma quantia para receber, o pagamento será em dinheiro mais não é depositado nada na conta, não pode aparecer que recebi a quantia, escondo o dinheiro e oculto a receita, ou seja, estou mascarando a situação, recebi mas não vai aparecer para ninguém. São exemplos de evasão: Falta de emissão de nota fiscal, nota fiscal calçada, (primeira via de valor diferente das demais), lançamentos contábeis de despesas inexistentes, etc. 13- Quais as formas de apuração do IRPJ? Resposta: A legislação do IRPJ define três métodos de apuração da sua base de cálculo (o lucro real, o lucro presumido e o lucro arbitrado). Soma-se a esses três, ainda, o regime simplificado do simples nacional. Ou seja, a primeira tarefa da pessoa jurídica que vai recolher o IRPJ é ver em que regime pode e/ou deve se enquadrar. Cada um dos regimes de apuração do IRPJtem suas especificidades, de modo que demanda das empresas altos custos operacionais e administrativos. Nesse sentido, é necessário compreender o período de apuração, isto é, se anual, mensal ou trimestral, bem como entender o que é dedutível da base de cálculo do IRPJ, utilização de créditos, possibilidade de restituição, dentre outras tarefas 14- Quais as características da apuração do IRPJ pelo Lucro Real Anual? Resposta: Lucro Real é a regra generalizada para a coleta do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Embora seja considerado um regime padrão, o lucro real possui maior complexidade em relação ao simples nacional ou lucro presumido, sendo que o processo de cálculo do lucro contábil é um pouco mais longo, envolvendo a apuração da própria empresa e os ajustes (positivos e negativos) da legislação fiscal. Outro detalhe importante sobre o Lucro Real, é que as empresas que seguem a tributação estão obrigadas a apresentar à Secretaria da Receita Federal os registros especiais de seu sistema contábil e financeiro. 15- Quais as empresas ou atividades obrigadas a apuração do IRPJ pelo Lucro Real? Resposta: Estão automaticamente obrigadas à apuração pelo Lucro Real as pessoas jurídicas: A restrição deste item alcança aquelas empresas que tenham lucros gerados no exterior (como empresas Offshore, filiais controladas e coligadas no exterior, etc.). 16- Quais as características da forma de apuração do IRPJ pelo Lucro Presumido? Resposta: O Lucro Presumido é um regime tributário em que a empresa faz a apuração simplificada do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A Receita Federal presume que uma determinada porcentagem do faturamento é o lucro. Com esse percentual de presunção, não será mais necessário comprovar para o fisco se houve ou não lucro no período do recolhimento dos impostos. Conforme demonstraremos a seguir, isso é muito bom em algumas situações, mas pode ser desvantajoso em outros casos. 17- O que se considerar na escolha da forma de apuração do IRPJ, tendo em vista as três formas possíveis? Resposta: O IRPJ — Imposto de Renda Pessoa Jurídica é um tributo federal que deve ser pago por todas as empresas com CNPJ ativo, isentas apenas algumas exceções. Sua base de cálculo considera o regime tributário da pessoa jurídica e atribui a cada um uma alíquota para cálculo. Podendo ser apurado mensalmente, trimestralmente, anualmente ou por evento, o não cumprimento dessa obrigação é passível de juros e taxas até que seja legalizada. 18- O que é o SIMPLES e quais os tributos por ele abrangidos? Resposta: É um regime tributário simplificado para apuração e recolhimento de impostos voltado exclusivamente a micro e pequenas empresas. A principal característica do simples é o pagamento de todos os impostos em uma guia única mensal, chamada DAS, o documento de arrecadação simplificada. Abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP); 19- Eventuais perdas de crédito decorrentes de inadimplemento de devedores podem ser consideradas num planejamento tributário? Esclarecer. Resposta: A legislação atualmente proíbe a dedutibilidade da provisão para créditos de liquidação duvidosa. Contudo, a pessoa jurídica poderá considerar, na apuração do lucro real, as perdas ocorridas com créditos decorrentes de suas atividades. De fato, nos termos da Lei 9.430/96, para fins de determinação do lucro real é possível deduzir como despesa os valores decorrentes de perdas no recebimento de créditos. Vale dizer, quando o contribuinte deixar de receber créditos decorrentes da sua atividade poderá deduzir as perdas como despesa, diminuindo o IRPJ e CSLL a pagar. 20- O que deve ser considerado como importante no Planejamento Tributário relativamente ao ICMS e ao IPI? Resposta: O planejamento tributário é um processo no qual uma companhia especializada realiza um estudo da eficiência tributária da empresa. Nesse processo são analisadas questões referentes à redução da carga tributária, ao fluxo de caixa e ao próprio planejamento futuro. Isso significa que é realizada uma projeção sobre como será o comportamento dos tributos nos próximos anos. Com essas informações, esse planejamento serve como ferramenta para tomar decisões na gestão da companhia, não só da parte financeira, mas também da parte gerencial. Atualmente, considerando o cenário de crise econômica e a insegurança sobre o mercado interno e externo, é fundamental que as empresas contem com um planejamento tributário eficiente. Assim, além de otimizar a carga tributária, a companhia economiza no pagamento de impostos e no caixa. Com isso, é possível investir em novos equipamentos e na contratação de profissionais. O planejamento também é muito importante para evitar que as empresas não sofram uma autuação fiscal. Quando uma organização apresenta irregularidades com o fisco, ela recebe multas — o que afeta o caixa. Portanto, essa atividade é importante para o presente e para o futuro das organizações, além de ser uma forma de garantir que os procedimentos estarão de acordo com a legislação, o chamado compliance. As empresas que seguem as regras tributárias não são penalizadas pelo fisco, o que ajuda a manter a saúde financeira da companhia. 21- O que é e como pode ocorrer uma substituição tributária? Resposta: Substituição tributária é uma forma de arrecadação de tributos utilizada pelo governo brasileiro. Ele atribui ao contribuinte a responsabilidade pelo pagamento do imposto devido pelo seu cliente. A substituição será recolhida pelo contribuinte e posteriormente repassada ao governo. Esse procedimento é utilizado principalmente na cobrança do ICMS, embora também esteja previsto na regulamentação do IPI. A incidência da substituição tributária é definida dependendo do produto. A substituição tributária é utilizada para facilitar a fiscalização dos tributos ―plurifásicos‖, ou seja, os tributos que incidem várias vezes no decorrer da cadeia de circulação de uma determinada mercadoria ou serviço. 22- O que seria uma denúncia espontânea e quais as suas consequências? Resposta: É quando o contribuinte percebe que está em uma situação irregular com o poder público, por exemplo, declaração de imposto de renda incorreta, impostos a pagar, etc, ou ele espera o poder público cobrar, ou antes, de ocorrer isso se apresentar e informar que errou em algo e está irregular, se autodenunciar para fugir de multas. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 23- O que são incentivos fiscais e como podem ser úteis num Planejamento Tributário? Resposta: Incentivo fiscal acontece quando algum ente federativo (Município, Estado, Distrito Federal ou União Federal) concede a alguém a possibilidade de obtenção de vantagens, recursos ou condições especiais, para a prática de algo definido em lei. Quem pode conceder o incentivo fiscal ao contribuinte (devedor) é o credor. É beneficio concedido pelo governo na área fiscal, com o intuito de incentivar certa área, setor ou atividade econômica. Pode ser uma redução de alíquota, isenção, compensação, etc. A primeira vantagem é a economia de tributos, pagamento menor de impostos e isenções, outra vantagem é mercadológica, a empresa apresenta uma bora marca no mercado sem gastar nada, ou seja, o trabalhode marketing sem nenhum investimento monetário, pois a participação nestes projetos funciona como instrumento de visibilidade. 24- Quais os principais regimes especiais de incentivos fiscais? Resposta: Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (REPORTO) Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI) Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação (REPES) Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (RECAP) 25- Como se dá a responsabilização dos sócios e administradores da Pessoa Jurídica pelo cumprimento das obrigações tributárias? Resposta: Muitas vezes a responsabilidade tributária do sócio é confundida com a teoria da desconsideração da personalidade jurídica, mas, embora os resultados sejam semelhantes, em termos jurídicos há muita diferença entre as duas figuras. Na responsabilidade tributária, os sócios respondem por atos próprios, quando agem com excesso de poder ou quando contrariam dispositivos legais, estatutários ou contratuais; já na desconsideração da personalidade jurídica, a responsabilidade do sócio é fundada no fato deste se valer da empresa, manipulando-a a fim de obter propósito ilícito, utilizando a pessoa jurídica com o precípuo objetivo de fraude. A teoria da desconsideração visa atingir as pessoas físicas que se ocultam sob o véu da pessoa jurídica. Tal teoria, desenvolvida pela doutrina, encontra-se positivada principalmente no art. 50 do Código Civil. 26- No seu entendimento, o que deve ser considerado para uma boa elaboração de um Planejamento Tributário? Resposta: Para a realização de uma boa gestão e planejamento de tributos é importante considerar a totalidade dos impostos e taxas incidentes na operação da empresa. Portanto, depois de analisar os tributos individualmente, é preciso confrontar a redução da carga tributária efetiva. Ou seja, de nada adianta reduzir os valores a serem recolhidos dos IRPJ e CSLL sem verificar os reflexos que essas operações acarretaram nos demais tributos como PIS e COFINS.
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