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Tutorial 09 – Módulo XII AFASIA E DISTÚRBIOS DA FALA É um transtorno da linguagem, podendo abordar formulação, compreensão ou ambas. 99% das pessoas destras tem a função de linguagem relacionada com o hemisfério esquerdo, e já os canhotos com o esquerdo, tendo grau de dominância bilateral ou raramente dominância direita. O hemisfério envolvido é chamado de dominante. Lesões nas áreas de associação auditiva do hemisfério dominante causam distúrbios na compreensão da linguagem. As regioes criticas constituem a Área de Wernick (lobo temporal superior adjacente ao córtex auditivo primário e parte do lobo parietal inferior). Lesões na porção posterioinferior lateral do lobo frontal resulta em dificuldades na expressão da linguagem, que é a Área de Broca. Quando se tem déficits em ambas as situações, tem-se lesões perissilvianas. →MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: deve-se diferenciar de transtornos da audição, e as alterações da fala na afasia deve-se ser distinguida de disartria. Na afasia, a pronúncia errada de um fonema dentro de uma palavra pode ser seguida pela pronúncia perfeita do mesmo fonema em uma palavra diferente. Na disartria, os erros de articulação ou fonação são consistentes. Os elementos que caracterizam afasia são a compreensão verbal prejudicada, distúrbio da expressão verbal e a dificuldade de nomeação. Transtornos da leitura, escrita e repetição são elementos adicionais. Anomia é a incapacidade de dizer os nomes de pessoas ou objetos, comum nas síndromes afásicas. Afasia não fluente é o termo que traduz o numero reduzido de palavras e a concisão da emissão. Afasia de expressão: fala é laboriosa, sem melodia normal, com variação de entonação, gramaticalmente empobrecida, numero de palavras reduzido (fala interrompida). AFASIA DE WERNICK Compreensão da linguagem escrita e oral está prejudicada. Tem dificuldade pra compreender o significado de palavras isoladas, e podem não ser capazes de obedecer ordens mais extensas. A fala é fluente, mas prejudicada por parafasias e anomia. Não ocorre a percepção do grau das dificuldades de comunicação. Eles não notam que as palavras que estão emitindo são imcompreensiveis. AFASIA DE BROCA Linguagem expressiva está afetada. Fala não fluente e hesitante, porem tem a compreensão da fala preservada e percebem a dificuldade, ficando frustrados com elas. Depressão é comum . AFASIA GLOBAL Aqui tem déficits na compreensão de na produção da linguagem. Ocorre agudamente pós infarto extenso, hemorragia ou lesão cerebral traumática envolvendo o hemisfério dominante. ANOMIA Extremo mais brando do espectro de transtornos de linguagem. É uma afasia de condução, com fala relativamente fluente, com presença de parafasias, compreensão preservada e dificuldade na repetição de palavras e sentenças. APRAXIA IDEOMOTORA Dificuldade na execução de movimentos orofaciais ou em membros por causa da disfunção na programação deles. O pcte não tem déficits motores (paresia) pois o transtorno se situa na elaboração da programação do movimento. São capazes de executar tarefas simples, mas há dificuldade em tarefas ou comandos mais complexos. Em uma mulher que é capaz de nomear um pente e usar sua mão direita para apontar partes do seu corpo, apraxia ideomotora pode ser demonstrada se ela for incapaz de indicar, por meio de suas ações, como usar o pente. DIAGNÓSTICO É feito pela analise da fala espontânea do pcte e da compreensão, nomeação, repetição, leitura, escrita, ou seja, por teste padronizados. Geralmente é feito durante o levantamento histórico do pcte. É útil solicitar aos pacientes que falem sobre um tópico neutro, tal como o que comeram na última refeição ou o que fizeram no dia anterior. A partir disso, caracterizar fluência, uso das formas gramaticais, articulação, melodia, entonação, presença de parafasias e conteúdo global da informação. Testar leitura e escrita, nomeação de objetos/partes do corpo. Afasia secundária a acidente vascular encefálico (AVE) tem início abrupto, com diferentes graus de melhora posterior. Afasia de início gradual e lentamente progressiva ocorre nas síndromes de demência degenerativa da afasia progressiva primária não fluente e da demência semântica. TRATAMENTO Feito com terapia fonológica, podendo ser útil nos primeiros meses depois de uma lesão cerebral que causa a afasia. DISTÚRBIOS DA AUDIÇÃO →FISIOLOGIA: na audição normal, as ondas sonoras são transmitidas da membrana timpânica através de três ossículos da orelha média repleta de ar (condução aérea) até a janela oval e a membrana basilar da cóclea selada com líquido. As células ciliadas, organizadas ao longo da membrana basilar da cóclea, detectam o movimento vibratório da membrana e transduzem a vibração em impulsos nervosos. Os impulsos nervosos são liberados por meio das células nervosas que fazem sinapse na base das células ciliadas e têm seus corpos no gânglio espiral ao núcleo coclear A cóclea analisa mecanicamente o conteúdo da frequência do som. Para tons de alta frequência, apenas as células sensoriais na região basilar são ativadas, enquanto para tons de baixa frequência todas ou quase todas as células sensoriais são ativadas. Lesões no sistema nervoso, centrais ao núcleo da cóclea, não causam perda auditiva monoaural e, pelo mesmo motivo, lesões centrais unilaterais não causam surdez. A orelha normal pode detectar frequências sonoras que variam entre 20 e 20.000 Hz e o limite máximo cai muito rapidamente com o avançar da idade. A orelha é mais sensível entre 500 e 4.000 Hz, que praticamente corresponde à variação de frequências mais importantes para a compreensão da fala. →LOCALIZAÇÃO DAS LESÕES NAS VIAS AUDITIVAS: → Perda auditiva de condução: lesões que envolvem a orelha externa ou media, tipicamente por perda quase igual em todas as frequencia e por discriminação da fala bem preservada. Podem ouvir a fala em um ambiente ruidoso melhor do que em ambiente silencioso, pois podem entender o falar alto tao bem quanto qualquer pessoa. → Perda auditiva neurossensorial: lesões da cóclea e/ou da divisão auditiva do VIII nervo craniano. Os níveis de audição pra diferentes frequenciais não são iguais (melhor audição pra tons de baixa frequencia). Pctes tem dificuldade de escutar a fala misturada com o ruido do ambiente e podem ser incomodados pelo falar alto. Possui três manifestações importantes: diplacusia, recrutamento e tone decay (fadiga do reflexo acústico). → Transtornos auditivos centrais: não tem comprometimento auditivo pra tons puros e podem compreender a fala proferida de forma clara em um ambiente silencioso. →DIAGNÓSTICO: fazer testes a beira do leito, observar a resposta aos comandos falados em diferentes intensidades (sussurro, conversação, gritos). Teste com diapasão: permite avaliar o nível auditivo pra tons puros de frequencia conhecido. Usar próprio nível auditivo do medico como padrão de referencia. Teste de Rinne: condução aérea é comparada á condução óssea quando se pressiona o diapasão contra a porção mastoidea do osso temporal ate que o som não possa mais ser ouvido. Em seguida colocado do lado da orelho, e em indivíduos normais, pode ser ouvido cerca d 2x mais pelo ar do que pelo osso. Se a condução óssea for melhor do que a condução aérea, a perda auditiva é de condução, mas deve-se assegurar que a condução óssea não está sendo ouvida na orelha normal. Teste de weber: o diapasão é colocado na fronte ou nos dentes superiores do paciente. Normalmente, este som é referido ao centro da cabeça. Se ele for referido para o lado da perda auditiva unilateral, a perda auditiva é de condução; se ele for referido para o outro lado, diferente da perda auditiva unilateral, a perda é neurossensorial.Audiometria: tons puros são frequências selecionadas apresentadas por fones de ouvido (condução aérea) ou por um vibrador pressionado contra a porção mastóidea do osso temporal (condução óssea), e o nível mínimo que o indivíduo pode ouvir (limiar) é determinado pela frequência. → Limiar de percepção da fala SRT: intensidade na qual o pcte pode repetir corretamente 50% das palavras apresentadas. Deve refletir o nível de audição pra tons puros do limite da fala. → Teste de discriminação da fala: capacidade do pcte de compreender a fala quando ela é apresentada em um nível facilmente ouvido. Em pacientes com lesões do oitavo nervo, os escores da discriminação da fala podem estar gravemente reduzidos. → Respostas evocadas auditivas do tronco cerebral BERA: podem ser registradas em eletrodos colocados no couro cabeludo em 0 a 10 ms (latência curta), 10 a 50 ms (latência média) e 50 a 500 ms (tardia) após um clique (estímulo de alta frequência). Os potenciais de latência curta refletem a atividade elétrica na cóclea, no oitavo nervo craniano e no tronco cerebral; os potenciais mais tardios refletem a atividade cortical. PERDA AUDIVITIVA NEUROSSENSORIAL →SURDEZ HEREDITÁRIA: ocorre em geral pela aplasia ou deterioração das células ciliadas. O diagnostico precisa de um achado familiar positivo, relacionado com mutações na conexina 26. Fatores intrauterinos que resultam em perda auditiva congênita incluem infecção (rubéola), transtornos metabólicos, tóxicos e endócrinos, partos difíceis e incompatibilidade Rh. →DANO CLOCEAR: geralmente é a surdez unilateral aguda, associada a infecções bacterianas ou virais do labirinto, TCE com fratura ou hemorragia dentro da cóclea, oclusao vascular. Uma perda idiopática atinge adultos jovens e pode ser por infecção viral isolada da cóclea e das terminações do nervo auditivo. Perda auditiva unilateral súbita, associada a vertigem e zumbido, pode ser por fistula perilinfativa. →MEDICAMENTOS: salicilatos, furosemida e acido etacrínico tem potencial de produzir surdez transitória em altas doses. Os agentes mais tóxicos sobre a cóclea são ATB aminoglicosídeos (gentamicina, tobramicina, amicacina, Canamicina e etc). podem destruir as células ciliadas. Alguns agentes quimioterápicos antineoplásicos também. →DOENÇA DE MÉNIÈRE: surdez coclear subaguda, associada a perda auditiva flutuante e zumbido, e episódios recorrentes de vertigem súbita. Grave, sensação de plenitude ou pressão na orelha. Parece ser causada pela hipertensão endolinfática recorrente (hidropsia). O saco endolinfático está dilatado e suas células ciliadas, atrofiadas. A surdez resultante é sutil e reversível nos estágios iniciais, porém, em seguida, assume um caráter permanente e é caracterizada por diplacusia e recrutamento. →PRESBIACUSIA: perda auditiva bilateral, progressiva, gradual, associada ao avançar da idade. Não é uma entidade patológica, mas representa vários efeitos do envelhecimento auditivo. Pode incluir disfunção de condução e central. Audiograma típico é a perda auditiva simétrica de alta frequencia, a patologia mais associada é a degeneração das células sensitivas e das fibras nervosas na base coclear. →RUÍDO: perda induzida por trauma ruidoso que afeta região na base da cóclea, muito comum entre aqueles que se expõem a ruídos explosivos ou industriais altos. A perda começa em 4.000Hz e não afeta a discriminação da fala ate uma fase tardia. NEUROMA ACÚSTICO: Perda progressiva da audição unilateral, que surge de forma insidiosa, inicialmente nas frequências altas, e piora a graus quase imperceptíveis é característica de neoplasia benigna do ângulo pontocerebelar. Faz RNM contrastada. 10% pode ser agudo por causa hemorrágica no tumor ou por causa da compressão das vascularização do labirinto. PERDA AUDITIVA CENTRAL É unilateral apenas se resultar de dano aos núcleos cocleares pontinos de um lado do tronco cerebral por condições como infarto isquêmico do tronco cerebral lateral (p. ex., oclusão da artéria cerebelar inferior anterior), uma placa de esclerose múltipla ou, raramente, invasão ou compressão da ponte lateral por neoplasia ou hematoma. A degeneração bilateral dos núcleos cocleares acompanha alguns raros transtornos hereditários recessivos da infância. A perda auditiva unilateral clinicamente importante nunca resulta de doença neurológica, surgindo rostralmente ao núcleo coclear. O envolvimento de estruturas vizinhas no tronco cerebral ou no hemisfério cerebral em geral produz incapacidade neurológica maciça. TRATAMENTO GERAL Próteses auditivas amplificam o som, na maioria das vezes com o objetivo de tornar a fala inteligível. Os pacientes com perda auditiva de condução demandam amplificação simples, porém aqueles com perda auditiva neurossensorial normalmente precisam de amplificação seletiva de frequência para que as próteses auditivas sejam úteis. O tratamento com antibióticos e descongestionantes para otite média deve prevenir a perda auditiva permanente. Um breve curso de esteroides em altas doses seguidos por redução gradual rápida é comumente utilizado para pacientes com surdez neurossensorial unilateral súbita idiopática, mas evidências para embasar essa abordagem são limitadas. As dietas hipossódica e diurética são eficazes em alguns casos de doença de Ménière. A suplementação de ácido fólico em idosos pode reduzir a taxa de perda de audição. ZUMBIDO →ZUMBIDO OBJETIVO: é quando o pcte escuta um som que surgem externamente ao sistema auditivo, que pode ser ouvido pelo medico com um estetoscópio. Geralmente tem causa benigna como ruido de articulação temporomandibulares, abertura das tubas auditivas ou contrações musculares repetitivas. O zumbido objetivo patológico ocorre quando os pacientes ouvem o fluxo turbulento em anomalias ou tumores vasculares (tumor do glomo jugular). Também pode ser um sinal precoce de HIC. Surge por fluxo turbulento através de estruturas venosas comprimidas na base do cérebro. →ZUMBIDO SUBJETIVO: surgir de locais em qualquer ponto do sistema auditivo. Os sons mais frequentemente relatados são campainhas metálicas, buzina, apitos, sopros, estrondos ou, menos frequentemente, batimentos estranhos, “pipocantes” ou não rítmico. →ZUMBIDO COM OTOSCLEROSE: tipo estrondo ou silvo. →ZUMBIDO ASSOCIADO A LESOES DO NERVO AUDITIVO: ouvido como uma campainha e tem volume mais alto. BERA pode ajudar a distinguir as lesões que envolvem o conduto, a cóclea e o nervo. TRATAMENTO GERAL Em pacientes com perda auditiva e zumbido, uma prótese auditiva pode melhorar o zumbido porque a amplificação do som ambiente, efetivamente, pode mascará-lo.Os benzodiazepínicos ou aminas tricíclicas podem aliviar temporariamente os sintomas do zumbido, mas a terapia comportamental cognitiva é uma abordagem mais efetiva em longo prazo
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