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SOLUÇÕES Aula 1 QUI 116 – Turma 11 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLLÓGICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Data: 17/08/2010 SOLUÇÃO IDEAL E PROPRIEDADES COLIGATIVAS SOLUÇÃO É uma mistura homogênea de espécies químicas dispersas em uma escala molecular Possui uma única fase Soluções podem ser: Gasosa, líquida ou Sólida Podem apresentar dois ou mais componentes Solvente: componente presente em maior proporção Soluto: componente(s) presente(s) em menor proporção Solução Líquida “Água do mar” Solução Sólida “Rubi, Oxido de cromo em Coríndon (Al2O3)” Solução Gasosa “Ar” SOLUÇÃO IDEAL Considerando uma situação mais simples - uma solução composta por: um solvente volátil e um soluto não volátil Início: sistema evacuado, adiciona-se o líquido puro Equilíbrio: líquido puro em equilíbrio com o seu vapor po = pressão de vapor do líquido puro Início: sistema evacuado, adiciona-se um soluto ao líquido puro Equilíbrio: líquido puro em equilíbrio com o seu vapor p = pressão de vapor da solução p < po Pressão de vapor em função do soluto (2) Pressão de vapor em função do soluto Na primeira Figura, observa-se que: 2 0 p p o 2 p de modo não linear Na segunda Figura, observa-se: Condição real Condição ideal Interações intermoleculares distintas entre soluto e solvente influenciam na pressão de vapor da solução (variação não é linear) Semelhanças estruturais não influenciam nas interações intermoleculares entre soluto e solvente, de modo que a pressão de vapor varia linearmente 2 p de modo linear Solução ideal: aquela que obedece a Lei de Raoult em todo intervalo de concentração Lei de Raoult 2.oo ppp Na condição ideal, a equação que descreve a variação de p em função de 2 é: 22 11 )1( 2 opp .opp onde é a fração molar do solvente na solução As soluções reais seguem a Lei de Raoult mais de perto à medida que estão mais diluídas LEI DE RAOUT LEI LIMITE Potencial Químico do Solvente na Solução Líquida Ideal vapliq Vapor Gás Ideal pRTvap o vap ln pRTvap o liq ln Considerando que a solução comporte-se idealmente: Quando a solução está entra em equilíbrio com seu vapor, tem-se: Assim: Como: .opp lnln RTpRT ovapoliq lnRTliqoliq lnRTo O potencial químico do solvente na solução será menor que o potencial químico do solvente puroonde: = potencial químico do solvente na solução o = potencial químico do solvente líquido puro = fração molar do solvente na solucão Propriedades Coligativas • As propriedades coligativas de uma solução dependem somente da concentração de soluto na solução e não depende da natureza do soluto. “Quantidade e não Qualidade” • As propriedade não coligativas incluem: cor, odor, densidade, viscosidade, toxidade, reatividade, etc. “Quantidade e Qualidade” Algumas propriedades das soluções tem relação com a diminuição do potencial químico da solução, comparado ao potencial químico do líquido puro As propriedades coligativas são: 1- Abaixamento da Pressão de Vapor; 3- Elevação Ebulioscópica ou Elevação do Ponto de Ebulição; 2- Abaixamento Crioscópico ou Abaixamento do Ponto de Solidificação; 4- Pressão Osmótica. Característica comum dessas propriedades: - não depende da natureza do soluto presente; - depende da relação numérica entre o número de moléculas do soluto e o número total de moléculas presentes. A partir da Lei de Raout pode-se determinar o abaixamento da pressão de vapor da solução em função do aumento da fração molar do soluto .opp 1 – Abaixamento da Pressão de Vapor (pº - p) .ooo pppp )1( oo ppp 2.oo ppp O abaixamento da pressão de vapor é proporcional à fração molar do soluto Se vários solutos estiverem presentes: ...).( 32 oo ppp Observa-se que: O abaixamento da pressão de vapor não depende da identidade do soluto, e sim, apenas do número de moléculas presentes na solução XRTo ln S T p sólidolíquidogás SSS Redução do potencial químico do solvente na solução implica que: O equilíbrio líquido-vapor ocorre em temperaturas maiores; O equilíbrio líquido-sólido ocorre em temperaturas menores. Dessa forma, é necessário encontrar a temperatura em que, a 1 atm, a fase pura (vapor do solvente puro ou o solvente sólido puro) apresente o mesmo potencial químico que o solvente na solução. 2 – Elevação do Ponto de Ebulição (Elevação Ebulioscópica) A(l)+ B A(g) )( gA o )( lA )()( gl AA AA o A RTgl ln)()( (a 1 atm) RT l g AA o A )( )( ln RT Gvap A ln Derivando a equação acima em função da temperatura: 2 )( 1ln RT H dT T Gd RdT d vap vap A Integrando a equação: o vap A TTR H 11 ln Como lnA = ln(1 - B) e, pela expansão em série de um logaritmo ln(1-B) = - B -½B 2 ... (sendo B << 1) e como devido ao pequeno intervalo entre To e T, tem-se: 2 11 o eb o o o T T TT TT TT 2 o ebvap B T T R H ebB vap o T H RT 2 Bebeb KT Keb = constante ebulioscópica Teb = é a elevação ebulioscópica A equação acima não faz referência à identidade do soluto, mas somente à sua fração molar O valor de T depende das propriedades do solvente Maiores elevações ocorrerão com solventes que tem pontos de ebulição elevados Também pode-se determinar a massa molar do soluto dissolvido na solução a partir da medida do aumento da temperatura de ebulição da solução ebA B ebB Tkgm kgm KMM )( )( Keb = tabelado para o solvente mB e mA = previamente conhecidos Teb = determinado experimentalmente 3 – Abaixamento do Ponto de Solidificação (Abaixamento Crioscópico) A(l)+ B A(s) )( sA o )( lA )()( sl AA (a 1 atm) AA o A RTll ln)()( AA o A RTls ln)()( A única diferença do desenvolvimento matemático nesse caso, comparado ao anterior, é o aparecimento do potencial químico do sólido em lugar do potencial químico do vapor Assim: Bff KT fB fus o T H RT 2 Kf = constante crioscópica Tf = é o abaixamento crioscópico fA B fB Tkgm kgm KMM )( )( Kf = tabelado para o solvente mB e mA = previamente conhecidos Tf = determinado experimentalmente Tabela 1: Alguns valores de constante crioscópica e constante ebulioscópica: Exemplo: Cálculo da constante ebulioscópica da água: Determine a constante ebulioscópica da água, sabendo que Hvap=9720 cal.mol -1 e que Te o = 373,2 K. R: 0,513 K.kg.mol-1 A partir das equações: ebB vap o T H RT 2 Bebeb KT RESOLUÇÃO: e J cal molcalx molkgKmolKJ Keb 18,4 1 .97201000 .18)2,373(.314,8 1 1211 1000 )(kgMMm n n BB B Bebeb m kgMM KT 1000 )( 1..513,0 molkgKKeb Osmose É a passagem espontânea de um solvente puro para uma solução, ambos separados por uma membrana semipermeável 4 – Pressão Osmótica É a pressão que deve ser aplicada à solução para impedir a passagem de solvente através da membrana semipermeável )(),( pp o (p+,)= potencial químico do solvente na solução na pressão p + o (p) = potencial químico do solvente puro na pressão p No equilíbrio: 0ln 0ln)(),( )(ln),( ln),(),( RTd RTpp pRTp RTpp o oo oo o Nesse caso, o potencial químico está variando com relação à pressão: o o V dp d 0ln RTdpV o Assim: 0ln RTV o solutoRTC 0ln RTdpV o p p ln = ln(1-2) -2 o VRT 2 Solução diluída: 2 n2 / n o V n n RT 2 VRTn2 V = volume total da solução Integrando: Efeito da pressão osmótica é acentuado e fácil de medir Aplicação: medida de massa molar de macromoléculas (proteínas e polímeros sintéticos) Equação de van’t Hoff (para soluções diluídas) Nessa situação: sistemas estão distantes da idealidade ...)1.( 2 solutosolutosolutoDCBCRTC Leva em consideração o comportamento não-ideal B = coeficiente osmótico do virial Exemplo: Medidas de pressão osmótica para determinar a massa molar de um polímero: Na Tabela a seguir são apresentadas as pressões osmóticas medidas para soluções de cloreto de vinila (PVC), em cicloexanona, a 298 K. As pressões estão expressas em termos das alturas da coluna de solução ( = 0,980 g.cm-3), em equilíbrio com a pressão osmótica. Determine a massa molar desse polímero. R: 122 kg.mol-1 RESOLUÇÃO: c (g.dm-3) 1,00 2,00 4,00 7,00 9,00 h (cm) 0,28 0,71 2,01 5,10 8,00 ...}1{ PVCBRTPVC MM c PVCehg ...}1{ MM c B MM RTc hg }1{ MM c B gMM RT c h c gMM RTB gMM RT c h Assim, um gráfico de h/c em função de c, poderá fornecer a massa molar do PVC por extrapolação da reta para c=0. Dessa forma: c (g.dm-3) 1,00 2,00 4,00 7,00 9,00 h/c (cm.dm3.cm-1 0,28 0,36 0,503 0,729 0,889 y = 0,075x + 0,21 R² = 0,999 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 0 2 4 6 8 10 h /c ( c m .d m 3 .g -1 ) c (g.dm-3) Construindo o gráfico: Quando x = 0, y = 0,21 Dessa forma, quando c tende a zero a interseção da reta no eixo h/c é igual a 0,21. Assim: 21,0g RT MM gMM RT c h J smkg m dm cm m gdmcmsmcmg KmolKJ MM 22 33 3 24 2 1323 11 . 10 1 10 1 .21,0.8,9.98,0 298.314,8 1.122 molkgMM Referências Bibliográficas 1. G. Castellan, Fundamentos de Físico Química, LTC Editora, Rio de Janeiro, 1991. 2. P. W. Atkins, J. Paula, Físico-Química Vol. 1, LTC Editora, Oitava Edição, Rio de Janeiro, 2008.
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