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História da América Central

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História da América Central 
A História da América Central está intimamente ligada à colonização da Espanha, do século XVI até ao início do século XIX, e as intervenções armadas dos Estados Unidos durante o século XX (as chamadas Guerras das Bananas) que somado aos governos oligárquicos desses países, contribuem em grande parte para a pobreza da região.
Antes do contato com a Espanha (1492
Na época pré-colombiana, a maior parte do território da América Central era parte da civilização Mesoamérica. As sociedades nativas da área ocuparam o território entre o centro do México até o norte a noroeste da Costa Rica, no sul. As culturas pré-colombianas da região comercializavam com a Mesoamérica e a América do Sul criando importantes praças comerciais entre estes povos e pode ser considerada de transição entre estas duas áreas culturais.
Povoamento[editar | editar código-fonte]
Na América Central, especialmente na Guatemala, Belize, além do sul do México e norte da península de Yucatan (já na América do Norte), floresceu uma das mais notáveis civilizações indígenas: a civilização maia, cujo adiantamento no campo das ciências e das artes, bem como no âmbito da organização política, social e religiosa, é universalmente reconhecido. A história dos quíchuas, que falavam um dialeto maia, foi preservada no Popol Vuh, obra escrita por um nativo pouco depois da conquista espanhola, e a dos maias e chorotegas, que habitavam a região localizada junto à fronteira entre Honduras e El Salvador, pode ser reconstituída a partir de documentos arqueológicos gravados em pedras. Além desses, outros povos que tiveram civilizações avançadas foram os toltecas e os cackiquelos.
Conquista e dominação espanhola
Do século XVI até o início do século XIX, na América Central, formou-se a Capitania Geral da Guatemala, por vezes conhecida como o Reino da Guatemala, cuja composição e divisão interna mudou várias vezes. Oficialmente, a capitania era parte do Vice-Reino da Nova Espanha e, portanto, sob o controle do vice-rei espanhol, na Cidade do México. No entanto, este não foi administrado pelo vice-rei, mas por uma entidade independente, que teve a sua primeira instalação na Antigua Guatemala e, mais tarde, na Cidade da Guatemala.
Durante o tempo da Constituição de Cádis (1812-1814 e 1820-1821), o reino da Guatemala desapareceu e foi substituído por duas províncias independentes, a Província da Guatemala e da Província da Nicarágua e Costa Rica. Em 1821, na véspera da independência, foram criadas três províncias, Chiapas, El Salvador e Honduras, segregadas da província da Guatemala.
Exploração[editar | editar código-fonte]
O litoral atlântico da América Central começou a ser explorado após a quarta viagem de Cristóvão Colombo (1502), que dele tomou posse em nome da coroa espanhola. Vasco Núñez de Balboa descobriu o Pacífico a 25 de setembro de 1513. Gaspar de Espinosa, Juan de Castañeda, Fernando Ponce e Gil González Dávila prosseguiram no reconhecimento do litoral. A conquista da região foi, porém, empresa de Hernán Cortés, Pedro de Alvarado, Pedro Arias de Ávila (Pedrarias), Cristóvão de Olid, Francisco de Montejo, Álvaro de Cáceres, Fernando Sánchez de Badajoz, Francisco Hernandes de Córdoba, Diego de Nicuesa e Juan Vázques de Coronado. A vitória final foi alcançada em 1526 pelo conquistador Pedro de Alvarado , onde aprisionou dois monarcas indígenas, tirando-lhes a resistência. A conquista espiritual, completando a façanha militar, foi obra de frei Bartolomeu de las Casas e outros religiosos.
Colonização[editar | editar código-fonte]
Santiago de los Caballeros de Guatemala, fundado a 25 de julho de 1524 por Alvarado, foi o primeiro núcleo urbano da região. A cidade de San Salvador é de 1525. Durante o período colonial, toda a América Central estava incluída na Capitania Geral da Guatemala, que por sua vez integrava o vice-reinado do México, denominado Nova Espanha. Em consequência da expansão colonial surgiram na região diversos núcleos demográficos, como Honduras, León, Granada, San Gil de Buena Vista, Gracias a Díos, Panamá, Nova Valladolid, Cartago, Ciudad Real e Tegucigalpa. A rivalidade entre os conquistadores resultou em sangrentos conflitos, enquanto corsários e piratas intranquilizavam constantemente a capitania. Os ingleses estabeleceram-se na costa atlântica, com feitorias, para a exploração de pau-campeche, constituindo a colônia de Belize, apesar dos esforços feitos pelos espanhóis para recuperar a região.
A consciência autonomista começou a formar-se na segunda metade do século XVIII, mas somente se concretizou politicamente na terceira metade do século XIX, com a constituição das Províncias Unidas da América Central.
Independência
Ato de Independência da América Central, localizado nas instalações da Assembleia Legislativa da República de El Salvador.
Sob a influência e os movimentos independentistas do resto da América continental sem luta nem guerra em 1821, em 1821, Chiapas declarou a sua independência da Espanha, decisão que foi imitada em 15 de setembro pela Província da Guatemala. A data é ainda considerada como o dia da independência de todas as nações da América Central, exceto para Panamá que comemora em 28 de novembro sua independência da Espanha. O chefe político superior da Província da Guatemala, Gabino Gainza, permaneceu à frente do governo interino. Também as províncias de El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica proclamaram, em diferentes datas, a absoluta independência da Espanha.
A independência foi de curta duração, já que surgiu a ideia de anexar-se ao Primeiro Império Mexicano de Agustín de Iturbide, uma decisão que os conselhos locais foram consultados. Em 5 de janeiro de 1822, depois que recebeu os votos da maioria dos municípios, o governo da Guatemala declarou a anexação da América Central ao México. Esta decisão foi fortemente contestada pelos liberais centro-americanos que se opuseram a esta abordagem, por El Salvador, e não teve qualquer simpatia em algumas populações de Honduras, Nicarágua e Costa Rica, mas um exército mexicano sob o comando do general Vicente Filisola ocupou a Cidade da Guatemala e, em seguida, invadiu e ocupou El Salvador, apesar dos salvadorenhos proclamarem a sua união com os Estados Unidos da América.
Quando México tornou-se uma república no ano seguinte, a América Central se aproveitou do direito de decidir seu próprio destino. Na Guatemala se reuniram na Assembleia Nacional Constituinte as Províncias Unidas da América Central, a 1 de julho de 1823, declarando independência da Espanha, México, e de qualquer outra nação estrangeira, e estabeleceu-se um sistema de governo republicano.
A América Central, defendeu a criação dos direitos humanos e dos seus cidadãos, abolida de maneira total e permanente a escravidão, fato histórico, não pode ser devidamente reconhecido em todo o continente.
Províncias Unidas da América Central
A emergente União da América Central, oficialmente chamada de República Federal da América Central, que inclui os estados de Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Vale ressaltar que o estado mexicano de Chiapas, que era o território da Guatemala, ao ter antigamente o intervalo da ex-Audiência Real, a América Central se uniu ao Primeiro Império Mexicano de Iturbide em 1823, ao separar-se Guatemala daquele último, Chiapas que finalmente através de um referendo, se incorporou ao México. Guatemala cedeu unicamente a região de Soconusco. Dos países mais jovens, Panamá e Belize, não dividem a história comum da América Central, já que o Panamá fez parte da Colômbia e Belize por sua parte, foi uma colônia do Reino Unido. A exclusão do Panamá no mencionado projeto centro-americano se deve a filiação histórica do território do istmo panamenho ao continente sul-americano mediante a estrutura administrativa colonial, primeiro do vice-reino do Peru, logo do vice-reino da Nova Granada e posteriormente graças à assimilação de seu território à Colômbia desde 1821 até sua separação em 1903.
Liberais da América Central tinham grandesesperanças que a República Federal, o qual acreditavam que iria evoluir para uma nação moderna e democrática, enriquecida pelo comércio através da área entre os Oceanos Atlântico e Pacífico. Essas aspirações foram refletidas nos emblemas da República Federal: a bandeira mostra uma faixa branca entre duas riscas azuis representando as terras entre os dois oceanos. O escudo mostra cinco montanhas, uma para cada estado, entre dois oceanos, sobre o Barrete frígio símbolo da Revolução Francesa.
No entanto, na prática, a federação estava enfrentando grandes problemas:
· Em oposição ao projeto federal estavam os conservadores, os representantes da Igreja Católica e os grandes latifundiários;
· Os transportes e comunicações entre os Estados-Membros eram extremamente precários;
· A população em geral, desconhecia os benefícios da integração regional;
· O poder da capital federal (Cidade da Guatemala, depois San Salvador) era quase inexistente fora dos seus limites;
· Falta de fundos para o seu desenvolvimento e envolvimento das nações estrangeiras (por exemplo, Reino Unido, Estados Unidos e México).
A República Federal da América Central era uma federação que surgiu de uma Assembleia Constituinte das Províncias Unidas da América Central através de uma Constituição, em 22 de novembro de 1824. Sua capital inicial foi a cidade da Guatemala até 1834, depois Sonsonante, por um breve período e, finalmente, San Salvador, 1834-1839. A Federação foi formada por cinco países: Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Em 1838, foi formado o sexto Estado, Los Altos, com capital na cidade de Quezaltenango, com zonas ocidentais da Guatemala, e de parte do atual Soconusco de Chiapas (México). Limitava ao sul com o Oceano Pacífico, a leste pelo Mar do Caribe, ao sudeste do Panamá (então província da Colômbia) e México a Noroeste. O território também incluiu a Federação de Belize.
No entanto, logo eclodiu uma série de guerras civis e dissensões, o que culminou com a derrubada do governo constitucional em 1829 cujo Presidente titular era o salvadorenho Manuel José Arce, que foi eleito em 1825, prosseguido desde 1828 pelo Vice Presidente Mariano de Llano e Beltranena da Guatemala. Interinamente assumiu o governo liberal do guatemalteco José Francisco Barrundia y Cepeda. Em 1830, foi eleito o presidente Francisco Morazán de Honduras, que mais tarde foi novamente eleito para o período 1835-1839. Na segunda administração de Morazán ressurgiu a guerra civil. Nicarágua separou-se da República em 30 de abril de 1838, e o Congresso Federal concordou em estabelecer um novo Estado, Los Altos, cuja capital foi Quetzaltenango, com as terras do oeste da Guatemala. Honduras separou-se da união no dia 6 de outubro e em 14 de novembro a Costa Rica vez o mesmo. A Guatemala se separou em 17 de abril de 1839 e no início dos anos 1840 as suas tropas regressaram Los Altos.
Varias tentativas foram feitas para reunir as nações da América Central durante o século XIX, especialmente através da Conferência de União da América Central, mas nenhuma conseguiu. A primeira aconteceu em 1842 quando o ex-presidente Francisco Morazán, que tomou o poder na Costa Rica, pretendia restabelecer a união pela força, mas a sua tentativa acabou com a sua queda e execução. Poucos meses antes, tinha se assinado um pacto em Chinandega para estabelecer uma Confederação da América Central e incluiu El Salvador, Honduras e Nicarágua. Costa Rica juntou condicionalmente, mas essa tentativa durou muito pouco até 1844. Uma segunda tentativa foi realizada de 1849 a 1852 entre El Salvador, Honduras e Nicarágua.
Em 1885 veio a chamada tentativa Barrios. O presidente da Guatemala, Justo Rufino Barrios tentou reunir a nação pela força, mas morreu na tentativa de lutar contra as forças salvadorenhas. Uma terceira tentativa de Honduras, Nicarágua e El Salvador foi quando tentou-se criar a República Maior da América Central (depois Estados Unidos da América Central), que durou entre 1896 e 1898. A última veio em uma conferência em San José, Costa Rica, em 1920, em que Costa Rica, El Salvador, Guatemala e Honduras assinaram um pacto de união. Este foi aprovado por El Salvador, Guatemala e Honduras, que em 1921 formaram a República Federal da América Central, mas, a Guatemala, em janeiro 1922 separou-se e os outros dois estados também decidiram retomar sua soberania.
Século XX
Guerra das Bananas[editar | editar código-fonte]
No inicio do século XX, os Estados Unidos promoveram uma série de ocupações, ações militares, e intervenções na América Central e no Caribe. Esse período começou com a Guerra Hispano-Americana em 1898 e no subsequente Tratado de Paris, que deu aos Estados Unidos o controle de Cuba e Porto Rico. Os interesses desses conflitos foram variados, mas foram em grande medida de natureza económica. O termo "guerras das bananas" surge a partir da conexão entre estas intervenções e à preservação dos interesses comerciais americanos na região. Mais destacadamente, da United Fruit Company que teve participações financeiras significativas na produção de bananas, tabaco, cana-de-açúcar, e vários outros produtos em todo o Caribe, América Central e na porção norte da América do Sul. Os Estados Unidos também foi avançando seus interesses políticos, a manutenção de uma esfera de influência e de controle do canal do Panamá, criticamente importante para o comércio global e o poder naval. Por esse motivo, elas passaram a ser conhecidas como "banana republics" (repúblicas de bananas).
· Panamá e o Canal do Panamá: Um grande episódio da expansão ultramarina dos EUA foi ter conseguido a independência do Panamá, que era um departamento da Grã-Colômbia (atual Colômbia) chamado de Departamento do Istmo, ao qual os EUA enviara homens do serviço secreto estadunidense para subornar colombianos residentes nesse departamento para proclamar a independência desse território, que passou a se chamar Panamá, ao qual os EUA passaram a reconhecer este novo país e que mandaram os fuzileiros navais para assegurar a independência panamenha contra os colombianos. Em troca o Presidente do Panamá legalizaria eternamente a passagem do canal que ligaria os dois oceanos: Oceano Pacífico e Oceano Atlântico. Mais tarde, por meio de acordos unilaterais, os norte-americanos conseguiram o controle definitivo do Canal do Panamá. Na década de 1970, os panamenhos reivindicaram o controle do canal. Acordos assinados entre os dois países estabeleceram que os EUA deveriam devolver a concessão até o fim do século XX.
· Nicarágua: Em 1909, a Nicarágua enfrentou uma insolvência financeira que culminou numa intervenção dos EUA, a fim de dar "estabilidade" ao país, que assim passaram a controlá-lo. A humilhação nacional desencadeou um movimento revolucionário em 1912, mas este foi sufocado pelos fuzileiros navais dos EUA, que davam sustentação aos governos conservadores nicaraguenses. Em 1926, o governo da Nicarágua recorreu mais uma vez à ajuda dos fuzileiros navais norte-americanos, para sufocar a guerrilha iniciada pelos líderes liberais José María Moncada e César Augusto Sandino. O governo dos EUA atendeu prontamente à solicitação e garantiu aos rebeldes que seriam realizadas eleições livres na Nicarágua. Diante da promessa, Moncada aceitou paralisar a revolução, porém Sandino manteve a luta contra a ocupação norte-americana. Em 1933, os marines se retiraram da Nicarágua. Sandino depôs as armas e reconciliou-se com o governo, mas acabou assassinado por ordem do general Anastasio Somoza García, comandante da Guarda Nacional. A partir daí, iniciaria a dinastia da família Somoza, que serviu aos interesses norte-americanos e só perderia o poder após a Revolução Sandinista em 1979.
· Honduras: O modelo original para a república das bananas, onde a United Fruit Company e Standard Fruit Company dominaram o país, país-chave nos setores de exportação de bananas e associados, explorações de terra e ferrovias, viu inserção de tropas americanas em 1903, 1907, 1911, 1912, 1919, 1924 e, 1925. Nos primeiros anos do séculoXX, o presidente da Nicarágua, José Santos Zelaya, impôs Manuel Bonilla como presidente de Honduras, fato que mergulhou o país num período de rebeliões internas, entre 1911 e 1912. A pretexto de controlar a anarquia, os Estados Unidos intervieram no país e enviaram tropas para proteger os interesses das empresas bananeiras.
Em 1932, Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos EUA, e encontrou o país mergulhado em uma grave crise econômica, gerada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Roosevelt acreditava que a política agressiva de intervenção direta, adotada por seus antecessores, necessitava de alterações imediatas. Segundo o estadista, os mecanismos utilizados para exercer a dominação econômica deveriam ser mais sutis e sofisticados (a isso foi denominado Política da Boa Vizinhança).
Guerra Fria
Com inicio da Guerra Fria e a Revolução Cubana em 1959, teve inicio na década de 1960 uma série de conflitos na América Central, por grupos armados conhecidos como guerrilheiros, que se prolongaram por três décadas durante a Guerra Fria e transcendeu para além das fronteiras englobando países como a Guatemala, Honduras, Nicarágua e El Salvador. Estes geralmente surge como uma reação, e com a intenção de derrubar, às ditaduras militares e governos autocráticos de direita conservadora implantados ou apoiados pelos Estados Unidos para proteger os seus interesses geopolíticos, porém, a estrutura da organização da guerrilha nos diversos países e como eles tentaram eliminar os movimentos insurgentes foram muito diferentes.
Na Guatemala, os EUA apoiariam um golpe de Estado em 1954 que depós o presidente democraticamente eleito Jacobo Arbenz, num golpe orquestrado pela CIA, que daria inicio a violenta Guerra Civil da Guatemala. Em El Salvador, iniciaria a Guerra Civil de El Salvador entre esquerdistas e direitistas.
A violência se agravaria durante a década de 1980, após o triunfo da Revolução Sandinista na Nicarágua em 1979, com a política de Ronald Reagan de "contenção do comunismo" e a fusão dessa política com interesses oligárquicos. Em 1981, John Negroponte, é nomeado embaixador em Honduras com a tarefa de organizar "operações paramilitares" contra o governo sandinista da Nicarágua. Seu trabalho na América Central não se limitaria a aumentar a ajuda militar aos aliados, foram também intensificadas as caçadas aos "subversivos", com perseguições, torturas e matanças. Negroponte transformaria a dupla El Salvador e Honduras em uma base dos "contras", grupo recrutado pela CIA para derrubar os sandinistas. Nesse período é criado o batalhão 316, uma unidade secreta apoiada pelo Pentágono e a CIA.
Várias nações latino-americanas formaram o Grupo de Contadora para trabalhar para uma resolução das guerras na região. Mais tarde, o presidente costarriquenho Óscar Arias conseguiu convencer os outros líderes da América Central para assinar o Acordo de Paz Esquipulas, que acabou o quadro para pôr termo às guerras civis.
Em nome de sua independência
História da América do Norte 
A América do Norte era povoada por tribos indígenas, que estavam em diversos estágios de evolução social, e viviam por toda a América do Norte. Dentre elas a cultura esquimó deve ser destacada, devido ao rigor do clima que enfrentavam para sobreviver. Indígenas da Flórida atual, sul do Texas e Luisiana mantinham algum contato com civilizações mais avançadas como maias, por exemplo.
A Colonização
A colonização da Europa para a América do Norte se deu pela procura das Índias Orientais, pois se acreditava que lá havia muitas especiarias, e assim seria possível enriquecer com esse comércio. Mas o que os descobridores viriam a encontrar foram as Índias Ocidentais.
Noruegueses, partindo da Groenlândia, sob comando de Leif Ericson, estiveram em Vinland, provavelmente em 1000 d.C. Na era dos descobrimentos, os primeiros europeus a atingir a América do Norte foram os espanhóis que chegaram a algumas ilhas da América Central e depois iniciaram viagens de descoberta de território para o continente, primeiramente no que hoje é a Flórida e depois no resto do continente. [carece de fontes].
Cronologia por Século
· XV: O império Asteca era o principal pólo geopolítico da região.
· 1492: Gaspar Corte Real, de Portugal, na Terra Nova, Gronelândia e Lavrador, no Canadá.
· 1522: João Fagundes funda uma colónia na Ilha de Cabo Bretão, Nova Escócia, Canadá.
· XVI: Conquista do México pelos espanhóis.
· XVII: Colonização francesa da Louisiania à Acádia. Muitos colonos ingleses começam a chegar nas treze colônias. Fundação de New Amsterdam atual Nova Iorque.
· XVIII: Conquista inglesa do Quebec. Independência das Treze colônias.
· XIX: A expansão para o Oeste faz que os EUA conquistem territórios do o México. Guerra Civil entre o Norte e o Sul.
· XX: Apogeu econômico, político e militar dos EUA. Independência do Canadá.
· XXI: EUA envolve em guerras no Oriente Médio e tem instâncias de atendados.
História da América do Sul 
Mapa da América do Sul, de 1892.
A história da América do Sul é marcada por uma tendência de ascensão e declínio de impérios e dominações estrangeiras, desde a derrocada dos Incas, colonização e as guerras de independência, até mais recentemente, por sucessivas ondas de ditaduras e redemocratização. Apesar disso, embora muitas vezes se tratem os países da América do Sul como bastante similares e politicamente ligados, estes processos políticos não ocorreram de forma homogênea em todos os países — dos quais são exceções notáveis, ao longo dos séculos, o Brasil e as Guianas.
Pré-História
A América do Sul foi provavelmente o último continente do planeta a ser habitado por humanos, à exceção da Antártida. Segundo a teoria paleontológica mais consolidada, os primeiros habitantes do continente teriam chegado por terra, vindos da América do Norte e, antes disso, da Ásia por meio de uma ponte de gelo existente entre os dois continentes na última Era Glacial. Outras teorias, no entanto, especulam que a América do Sul poderia ter sido povoada por polinésios que teriam atravessado o Oceano Pacífico em jangadas de bambu.
As primeiras evidências de ocupação humana datam de 6500 a.C., por vestígios de agricultura: batata e feijão eram cultivados na bacia do Amazonas. Outros vestígios, de cerâmica, indicam que o cultivo da mandioca (até hoje alimento básico no continente) existiu desde pelo menos 2000 a.C.. Nesta época, já havia várias aldeias nos Andes e arredores.
Nos rios e no litoral (principalmente no Pacífico), consolidou-se a pesca, que ajudou a ampliar a base alimentar. Lhamas e alpacas foram domesticados a partir de 3500 a.C., servindo para a produção de carne, lã e como transporte.
Por volta do ano 1000, mais de dez milhões de pessoas habitavam o continente, concentrados principalmente na Cordilheira dos Andes e no litoral norte, banhado pelo Mar do Caribe. As demais regiões eram de povoamento mais esparso e nômade, como a Amazônia, o litoral Atlântico, o Planalto Central, o Altiplano, o Chaco e, finalmente, os Pampas, a Patagônia e o Atacama no chamado Cone Sul.
Civilizações nativas
Machu Picchu, construção inca.
Os chibchas ou muíscas foram uma das principais civilizações indígenas pré-incaicas, concentrados na atual Colômbia. Lá estabeleceram uma confederação de vários clãs (cacicazgos) com uma rede de comércio entre elas, além de ourives e agricultores. Junto com os quíchuas nos Andes e os aimarás no Altiplano, formavam os três grupos sedentários mais importantes do continente.
A cultura Chavín, no atual Peru, estabeleceu uma rede comercial e agricultura desenvolvida a partir de 900 a.C., de acordo com estimativas e descobertas arqueológicas. Foram encontrados artefatos num sítio chamado Chavín de Huantar, a uma altitude de 3.177 metros. A civilização durou até 300 a.C..
Além destes e antes dos incas, houve outras civilizações (povos organizados em cidades, não em tribos e aldeias) sul-americanas, como os caral-supe ou Norte Chico (2500 a.C. - 1500 a.C., no centro do Peru), a cultura de Valdivia (no Equador), os moches (100 a.C.- 700 d.C., no litoral norte do Peru), a cultura tihuanaco ou tiwanaku (100 a.C. - 1200 a.C., na Bolívia), a cultura Paracas-Nazca (400 a.C. - 800 d.C., no Peru), o Império Huari (600 - 1200 d.C., no centro e norte do Peru), o Império Chimu (1300 - 1470, litoral norte peruano), os chachapoyas (1000 - 1450, na Bolívia e sul do Peru).
Outros povos importantes mas que não chegaram a ser civilizações eram os tupis (do litoral Atlântico à Amazônia), os guaranis (na bacia do rio Paraná), os jês (na Amazônia e Planalto Central), os aruaques e caribes (no Planalto das Guianas e litoral caribenho), os mapuches (na Patagônia) e os aimarás (no Altiplano).
1100-1532: ascensão do Império Inca
Originalmente, os incas eram um clã específico entre o povo quíchua, que habitava os Andes. Estes eram uma civilização, de fato, na medida em que construíam e viviam em cidades (diferentemente dos indígenas da Amazônia e do Atlântico). Baseados em Cuzco, eles ascenderam ao poder e formaram um exército poderoso o suficiente para subjugar outras tribos e povos vizinhos, como os aimarás, os chibchas, os moches e os chavíns, entre outros.
Enquanto a Europa vivia o período da Idade Média, os incas formaram um império que se estendia pela maior parte do litoral ocidental (Oceano Pacífico) do continente. Embora sem conhecerem a escrita nem a roda, os incas e os povos subjugados construíram um Estado altamente avançado, de administração centralizada, com sistemas de estradas, irrigações, cidades e palácios, e relações com os povos ao redor semelhantes às que havia entre os romanos e os "bárbaros" e "federados". O império era chamado de Tahuantinsuyu, ou "Estado dos quatro cantos do mundo".
Em 1530, o Império Inca estava em seu auge, com o imperador Huayna Capac. Este, no entanto, ao morrer deixou como herança um império partilhado entre seus filhos Huáscar (com o sul) e Atahuallpa (com o norte), o que ocasionou uma guerra civil entre os dois irmãos. Foi nesse contexto que os Espanhóis chegaram.
1532-1580: conquista ibérica
De acordo com registros não oficiais, o primeiro registro visual do continente por europeus aconteceu em 1498, pelo navegador português Duarte Pacheco Pereira. Nos anos seguintes, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón, o genovês Cristóvão Colombo e o português Fernão de Magalhães, todos a serviço de Castela, costearam e exploraram o litoral sul-americano em diferentes pontos. Em 1500, Pedro Álvares Cabral chega oficialmente ao Brasil e toma posse da nova terra para Portugal. Explorações continuaram nos anos seguintes, com Sebastião Caboto, Diogo Botelho Pereira, Nicolau Coelho, Alonso de Ojeda, Francisco de Orellana, entre outros.
Em 1494, face ao achamento do Novo Mundo por Colombo, Portugal e Castela se apressaram em negociar a partilha das novas terras. A divisão do planeta em dois hemisférios foli oficializada no Tratado de Tordesilhas, auspiciado pelo papa espanhol Alexandre VI. As demais potências europeias, como a França, no entanto, se recusaram a aceitar validade do tratado, como explicitado na declaração do rei Francisco I de França, que ironizou os reinos ibéricos por não ter visto "o testamento de Adão" que lhes legava de herança o mundo inteiro. Na mesma intenção, o britânico Walter Raleigh explorou a costa norte do continente, do Orinoco ao Amazonas.
Tropas de Pizarro atacando os incas.
Os espanhóis, estimulados pelo sucesso de Cortés no México (contra os astecas), descem pelo Panamá e desembarcaram na costa do Império Inca, liderados por Francisco Pizarro, Gonzalo Pizarro, Hernando de Soto e Diego de Almagro. Numa rápida guerra, sequestraram e executaram o imperador, Atahuallpa, e destróem o maior Estado da América de então. As décadas seguintes assistiram ao massacre sistemático e ao genocídio dos povos nativos (por meio de ataques ou transmissão de doenças contra as quais não tinham imunidade), especialmente nas zonas de ocupação portuguesa, onde até hoje a população indígena foi praticamente aniquilada e não deixou vestígios nos traços étnicos da população. A conquista resultou num violento decréscimo demográfico, reduzindo drasticamente a população do continente.
A América do Sul ficou dividida praticamente entre os dois reinos ibéricos, com áreas de colonização litorânea ocidental-pacífica para Castela e a oriental-atlântica para Portugal. Espanhóis se instalaram no Prata, no Caribe e nos Andes, utilizando a infraestrutura de cidades e transportes dos incas, além de iniciar a exploração de minas de prata em locais como Potosí. Já os portugueses investiram principalmente no extrativismo de pau-brasil e, mais tarde, na plantação de cana-de-açúcar. A ocupação portuguesa, a princípio, foi exclusivamente concentrada na faixa litorânea. O planalto das Guianas foi ocupado por ingleses (no Orinoco e Essequibo) e franceses (no Oiapoque e Maroni), mais tarde acrescentados dos holandeses.
A colonização ibérica também trouxe o proselitismo religioso, com a fundação de missões católicas para conversão dos nativos. O trabalho foi conduzido especialmente pelos jesuítas, membros da Companhia de Jesus fundada pelo espanhol Inácio de Loyola. Os jesuítas, como Bartolomeu de las Casas, tiveram papel fundamental na defesa dos indígenas contra a exploração por trabalho escravo. Povos como os guaranis, na bacia do Paraná, foram protegidos durante três séculos pelos missionários. Isso estimulou a compra de africanos para trabalhar nas áreas de colonização (principalmente de plantação de cana-de-açúcar), o que fez crescer o tráfico negreiro da África para a América do Sul.
1580-1703: disputas coloniais
Mapa da América do Sul, de 1575.
A União Ibérica, formada a partir de 1580, extingue na prática as fronteiras das zonas de colonização na América do Sul, alterando profundamente a dicotomia de ocupação até então existente entre lusos e castelhanos. Os dois povos, subordinados à mesma coroa, ganham a permissão de transitar livremente entre as duas áreas colonizadas — embora, na prática, o intercâmbio humano seja pouco.
A principal mudança da União Ibérica é que Portugal passa a ser inimiga dos adversários da Espanha, como Inglaterra e as recém-emancipadas Províncias Unidas dos Países Baixos. Com isso, potências como Inglaterra, França e Holanda invadiram e ocuparam áreas de dominação dos reinos ibéricos, como na Guiana, em Pernambuco e nas ilhas Malvinas, além de várias ilhas no Caribe. Os espanhóis não recuperam mais estas terras, enquanto os portugueses só conseguem expulsar os invasores após a recuperação da independência com a Revolução de 1640 (ver Guerra contra os holandeses).
A divisão administrativa das colônias criou, do lado espanhol, o Vice-Reino do Prata (atuais Argentina, Uruguai e Paraguai), o Vice-Reino de Nova Granada (atuais Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá), o Vice-Reino do Peru (atuais Peru, Bolívia e norte do Chile) e a Capitania Geral do Chile, enquanto o lado português teve o Estado do Maranhão e o Estado do Brasil, depois unificados sob o Vice-Reino do Brasil.
Aos poucos, surgiu uma nova classe social e étnica, a partir da miscigenação entre colonos ibéricos e os índios: os mestiços ou gentio (na América Portuguesa) e os mestizos ou criollos (na América Hispânica). Nas áreas de escravidão, ocorreu o mesmo entre europeus e africanos, dando origem aos mulatos, cafuzos e mamelucos. Assim como os nativos, os mestiços eram forçados a pagar impostos abusivos, mas tinham mais acesso à cultura e de certa forma se viam herdeiros do patrimônio cultural católico e europeu. Aos poucos, esta "casta" começou a se rebelar contra o sistema de dominação colonial.
1703-1810: revoltas coloniais
O século XVIII viu as revoltas de Tupac Amaru, no Peru, de Tupac Katari, no Alto Peru (Bolívia) e de Felipe dos Santos e a Inconfidência Mineira, no Brasil, contra as injustiças cometidas pelo governo colonial. As revoltas foram uma reação à política do despotismo esclarecido que, a partir da Europa, tentava maximizar os lucros obtidos com a exploração em suas colônias, especialmente na área mineral (ouro, prata e diamantes).Os tratados de Utreque, em 1713, e de Madri, em 1750, procuram delimitar as novas fronteiras da divisão do continente entre as duas monarquias ibéricas, sem contudo conter novos conflitos. No século XVII, as missões jesuíticas no Paraná e Paraguai começaram a ser incômodas para os colonizadores, que ainda pretendiam usar os indígenas como escravos. A disputa levou às Guerras Guaraníticas, só terminada com o Tratado de Santo Ildefonso, em 1777.
1810-1828: libertação sul-americana
Formação dos estados sul-americanos de 1700 até hoje.
As Guerras Napoleônicas submeteram Portugal e Espanha à ocupação (e, no caso desta última, ao domínio político) por parte da França, então em guerra contra a Inglaterra. Isto levou ingleses a atacarem terras sul-americanas sob controle espanhol, como no bombardeio a Buenos Aires, em 1810. O fato de o trono em Madri estar ocupado por um fantoche de Napoleão foi aproveitado pelas colônias hispânicas para ignorar a autoridade da metrópole e agir com maior autonomia. O caso português, no entanto, era ímpar, pelo fato de o trono ter-se transferido oficialmente para território da colônia no Brasil (elevado à categoria de reino em 1815). Com a restauração das monarquias soberanas, entre 1811 e 1814, os colonizadores tentaram restaurar o sistema rígido colonial, o que provocou revoltas.
O bacharel Simón Bolívar, nascido na Nova Granada e que estudara na Europa, e o platino José de San Martín, além de Bernardo O'Higgins do Chile, se encarregam de organizar os exércitos coloniais que enfrentam, durante quase 10 anos, as tropas enviadas por Madri para garantir o controle sobre a América. Pouco a pouco, libertam e conquistam, militarmente, a independência dos vários vice-reinados e capitanias sul-americanos, que passam a ser repúblicas.
No Brasil, a independência foi batalhada entre 1817 e 1825 (ano do reconhecimento por Portugal) por representantes das elites nativas, principalmente na Bahia, em Pernambuco e em São Paulo, por nomes como Cipriano Barata, Frei Caneca e José Bonifácio, mas acabou só sendo efetivada por iniciativa do próprio herdeiro do trono colonizador, o então príncipe-regente Pedro de Alcântara que se coroou imperador Dom Pedro I em 1822.
As Guianas inglesa, holandesa e francesa continuaram sob suas metrópoles. As duas primeiras só ficariam independentes na segunda metade do século XX (Guiana em 1966 e Suriname em 1975), enquanto a terceira ainda é um departamento ultramarino da França.
1828-1870: fragmentação e imperialismo britânico
Durante as lutas pela independência, a intenção dos libertadores era unificar toda a América Hispânica sob uma mesma república (pan-americanismo). O plano de Bolívar para a unificação da América fracassa logo em seguida ao Congresso do Panamá, para desgosto do Libertador. A própria Nova Granada se fragmenta em Colômbia, Venezuela e, mais tarde, Equador. O Peru e o Alto Peru se separam como Peru e Bolívia (nome dado em homenagem a Bolívar).
A América Portuguesa, por outro lado, se mantém íntegra — exceto pelo extremo sul, a província Cisplatina, que ganha independência em 1828 com o nome de Uruguai. A derrota na Guerra da Cisplatina (1825-1828) ajuda a desestabilizar o reinado de Dom Pedro I.
O Império Brasileiro se firma como potência regional, intervindo nos vizinhos platinos com as guerras contra Aguirre e contra Oribe e Rosas. Internamente, o país sofre com as revoltas do período regencial e com a Guerra dos Farrapos.
O imperialismo do Reino Unido contribui para atiçar as jovens nações sul-americanas umas contra as outras. Ao instalar empresas privadas com grandes recursos financeiros e incitar os governos a agir em favor de seus interesses, os britânicos provocam algumas das guerras no continente. A Guerra do Paraguai é uma delas, na qual Brasil, Argentina e Uruguai, aliados, enfrentam o poder militar e político do economicamente independente Paraguai. A guerra termina com o arrasamento da nação paraguaia e no endividamento dos países vencedores, o que precipita mudanças internas (no Brasil, o fortalecimento do exército ajuda a fortalecer a causa republicana).
O Chile enfrenta a aliança de Peru e Bolívia na Guerra do Pacífico (1879-1884), derrotando-os e ocupando território rico em minério. Nesse conflito, a Bolívia deixa de ter acesso ao mar. O país também perde território para o Brasil com a anexação do Acre, em 1903. O Peru, por outro lado, vence disputa territorial com o Equador pela Amazônia, reduzindo este país ao diminuto território no lado ocidental dos Andes.
1870-1930: caudilhismo
A partir da década de 1870, o continente viveu uma onda de governos autoritários e nacionalistas, liderados por figuras típicas da política latino-americana chamados de "caudilhos". A maioria governava com apoio das forças armadas e se manteve no poder por vários anos com dispositivos extra-constitucionais (golpes de Estado, cancelamento de eleições, presidências vitalícias, entre outros). Alguns deles foram:
· Bartolomé Mitre
· Juan Vicente Gómez na Venezuela
· Manuel Montt e Jorge Montt no Chile
· Augusto Leguía y Salcedo no Peru
Houve caudilhos tanto de caráter reformista quanto conservador. Alguns promoveram modernização econômica dando voz às classes urbanas, outros se voltaram para as classes tradicionais agrárias. De forma geral, a onda autoritária durou até a ascensão da burguesia industrial, na década de 1930.
1930-1954: populismo e imperialismo dos EUA
Os anos 1930 na América do Sul começaram sob o forte impacto da crise de 1929 e da Grande Depressão que se seguiu nos Estados Unidos, provocando consequências diretas nos países sul-americanos que tinham nos EUA o principal comprador de seus produtos e matérias-primas. Isso impulsionou a ascensão de regimes populistas e representantes da nova burguesia industrial, como os de Getúlio Vargas no Brasil e Juan Perón na Argentina. Entre 1932 e 1935, é travada a Guerra do Chaco, entre Bolívia e Paraguai, por campos de petróleo que se provaram inexistentes.
A suspeita de aproximação e o receio de alinhamento de alguns destes ditadores com as potências do Eixo, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, levam o governo dos EUA (sob Franklin Roosevelt e Harry Truman) a criarem e implementarem a Política da Boa Vizinhança para o continente, destinada a aumentar a influência econômica e cultural norte-americana sobre a América do Sul. É dentro desta política que são realizados investimentos como a construção da Companhia Siderúrgica Nacional no Brasil e as visitas de Orson Welles e Walt Disney a alguns países do continente, produzindo filmes como É tudo verdade, Alô, amigos e Você já foi à Bahia?. No mesmo contexto, Carmen Miranda é levada para atuar em Hollywood, criando no imaginário dos EUA um estereótipo sul-americano que perdura até hoje.
1954-1990: ciclos militares
Durante a Guerra Fria, o anticomunismo dos EUA fez-se sentir na região. De 1946 a 1984, os Estados Unidos mantiveram no Panamá a Escola das Américas. A finalidade deste órgão era formar lideranças militares pró-EUA. Vários futuros ditadores latino-americanos foram alunos desta instituição, entre eles o ditador do Panamá Manuel Noriega, e Leopoldo Galtieri, líder da Junta Militar da Argentina. A partir de 1954, os serviços de inteligência norte-americanos participaram de golpes de estado contra governos latino-americanos.[1][2] Após a Revolução cubana, o receio de que o comunismo se espalhasse pelas Américas cresceu muito. Governos simpáticos ao comunismo ou democraticamente eleitos, mas contrários aos interesses políticos e econômicos dos EUA foram removidos do poder.
Em 1961, o presidente Kennedy criou a Aliança para o Progresso, para abrandar as tensões sociais e auxiliar no desenvolvimento econômico das nações latino-americanas. Este programa ofereceu ajuda técnica e econômica a vários países. Com isto, pretendia-se afastar a possibilidade das nações da América Latina alinharem-se com o bloco soviético. Mas, como programa não alcançou os resultados esperados, foi extinto em 1969 pelo presidente Richard Nixon.
Golpes de Estadoocorridos na América do Sul neste período:
· 1954: Paraguai - Alfredo Stroessner assume à força o governo paraguaio e fica no poder até 1989.
· 1964: Intervenção de Estado no Brasil: João Goulart foi deposto por uma revolta militar e exilou-se no Uruguai.
· 1973: Golpe de Estado no Chile: em 11 de Setembro de 1973, uma rebelião militar liderada por Augusto Pinochet e apoiada pelos EUA, depôs o presidente Salvador Allende.
De 1954 a 1976, praticamente todo o continente mergulhou em regimes militares, comandados por Alfredo Stroessner no Paraguai, Augusto Pinochet no Chile, Hugo Bánzer na Bolívia, Leopoldo Galtieri na Argentina, e pelos cinco marechais e generais brasileiros (Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo). Vários destes governos colaboraram na Operação Condor.
As ditaduras são enfrentadas por movimentos guerrilheiros de esquerda, como o MR-8 e a ALN, no Brasil, os Tupamaros no Uruguai, a Mano Negra[desambiguação necessária] na Argentina, e o Sendero Luminoso e o MRTA no Peru. Na Colômbia, embora não esteja sob ditadura, as FARC e o ELN inciam uma guerra civil que dura quatro décadas e tomam controle sobre considerável parte do país.
1983-1999: Redemocratização e experiências neoliberais
O primeiro ciclo de redemocratização, a partir da metade da década de 1980, foi liderado por Raúl Alfonsín na Argentina, Patricio Aylwin no Chile, Alan García no Peru e Tancredo Neves e José Sarney no Brasil.
Num segundo momento, seus sucessores implementam reformas neoliberais seguindo as orientações do Fundo Monetário Internacional e do Consenso de Washington. A América do Sul vira um grande laboratório para as experiências neoliberais. Carlos Menem na Argentina, Eduardo Frey no Chile, Alberto Fujimori no Peru (que dá um golpe de Estado civil e fica no poder por 10 anos), e Collor de Melo e Fernando Henrique Cardoso no Brasil privatizam as empresas públicas, reduzem gastos sociais e abrem suas economias a investimentos externos, principalmente à especulação financeira. Em quase todos os casos, um surto de crescimento e importação é seguido por forte recessão econômica, queda da produtividade e desemprego, com empobrecimento da classe média.
A proposta de integração latino-americana é retomada no campo econômico, com a abolição gradual de barreiras alfandegárias e propostas para uniões monetárias. A Comunidade Andina de Nações (CAN) é fortalecida com a adesão de Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Equador enquanto, no Cone Sul, forma-se o Mercado Comum do Sul (Mercosul), com Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O Chile participa como observador em ambos os grupos, mas acaba se aproveitando de relações comerciais próximas com os EUA e a Ásia.
1999-década de 2010: "Guinada à Esquerda
A eleição de Chávez à presidência da Venezuela deu início ao fenômeno conhecido como "Guinada à Esquerda".
A partir do final da década de 1990, com as crises econômicas e sociais resultantes das políticas neoliberais (privatizações de empresas estatais, corte de gastos públicos, desregulamentação de serviços, fim de benefícios trabalhistas), os governos de direita vão perdendo popularidade e começa uma sequência de eleições de governos de centro-esquerda:[3]
· 1999 – Bharrat Jagdeo na Guiana
· 1999 – Hugo Chávez na Venezuela
· 2000 – Ricardo Lagos no Chile
· 2000 – Ronald Venetiaan no Suriname
· 2003 – Lucio Gutiérrez no Equador
· 2003 – Luís Inácio Lula da Silva no Brasil
· 2003 – Néstor Kirchner na Argentina
· 2005 – Tabaré Vázquez no Uruguai
· 2006 – Alan García no Peru
· 2006 – Evo Morales na Bolívia
· 2006 – Michelle Bachelet no Chile
· 2007 – Cristina Kirchner na Argentina
· 2007 – Rafael Correa no Equador
· 2008 – Fernando Lugo no Paraguai
· 2009 – José Mujica no Uruguai
· 2010 – Dési Bouterse no Suriname
· 2011 – Dilma Rousseff no Brasil
· 2011 – Ollanta Humala no Peru
O fenômeno é chamado de "Guinada à Esquerda" e inclui tanto lideranças que se notabilizam pelo populismo (como o venezuelano Chávez e o boliviano Morales) quanto moderados (como o brasileiro Lula e o uruguaio Vázquez). A preterida proposta, lançada pelos EUA, de uma Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), é contraposta pela Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA), lançada por Chávez com o apoio do ditador cubano Fidel Castro. Na mesma época, o continente sedia cinco edições do Fórum Social Mundial, evento de caráter antineoliberal que reúne lideranças em defesa dos direitos humanos, centrais sindicais, ONGs e partidos de esquerda de todo o mundo.
Na Colômbia as lideranças de esquerda são associada ao grupo guerrilheiro FARCs pela opinião pública e o combate a este é bem visto pela maioria da população, fazendo do presidente de centro-direita Álvaro Uribe um dos mais bem avaliados da América do Sul, perdendo apenas para Lula e Bachelet de acordo com a última pesquisa do instituto Latinobarómetro.[4] O governo Uribe é atualmente um dos poucos aliados fiéis dos EUA na região.
Foi sobre os governos da "Guinada" que surgiu recentemente, com o propósito de evitar intervenções estadunidenses na região, a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), uma proposta inédita de integração regional que reúne todos os países do continente. Após a criação da UNASUL, alguns comentaristas políticos estadunidenses publicaram artigos mostrando preocupação com a crescente perda de hegemonia política dos EUA na região. O mais notável foi "Como os EUA perdeu a América Latina" de Joshua Sperber do blog Counterpunch.[5]
Década de 2010-atualidade: Onda conservadora
Mapas da América Latina com destaque para governos progressistas em vermelho comparando a situação de 2011 (esquerda) com a de julho de 2016 (direita).
O fenômeno da guinada à esquerda começou a arrefecer em meados da década de 2010, quando se viu uma queda de popularidade dos governos progressistas, dando margem a uma onda conservadora. Este novo fenômeno foi percebido com a vitória de Mauricio Macri para a presidência da Argentina, o impeachment de Dilma Rousseff no Brasil, destituição de Fernando Lugo no Paraguai, entre outros.
Colonização europeia da América
A história da colonização da América iniciou-se com a chegada do ser humano ao continente em época ainda não totalmente determinada pela ciência. A hipótese tradicional aponta que os primeiros humanos no continente teriam sido os antepassados dos atuais povos indígenas, que teriam chegado entre 11 000 e 11 500 anos antes do presente, vindos da Ásia através de uma ponte de gelo no Estreito de Bering. Durante milhares de anos, desenvolveram-se civilizações por todo o continente, tal como as dos maias, dos astecas e dos incas, entre outros. Apesar de os vikings terem explorado e estabelecido bases nas costas da América do Norte a partir do século X, estes exploradores aparentemente não colonizaram a América, limitando-se a tentar controlar o comércio de peles de animais e outras mercadorias da região. Os europeus iniciaram, efetivamente, sua colonização da América depois da descoberta da rota marítima para a Índia no século XV. A Índia era a fonte da seda e das especiarias, produtos que tinham um grande valor comercial na Europa. Ao navegarem para oeste, os navegadores europeus encontraram a América. Em seguida, os europeus trouxeram escravos africanos para servir como mão de obra na América.
Colonização europeia das Américas em 1750. 
  Território espanhol
  Território cedido pela Espanha
  Território português
  Território francês
  Território francês reivindicado pela Grã-Bretanha
  Território britânico
  Território russo
Primeira Colonização
Existem várias teorias sobre os primeiros povoamentos da América. Uma das teorias defende que, durante a última glaciação (entre 11 000 e 11 500 anos antes do presente), existiu uma ponte de gelo no Estreito de Bering que teria possibilitado a migração de povos mongoloides da Ásia para a América. Outra teoria aponta para a possibilidade de que, antes dessa colonização de origem asiática, teria havido uma colonização de origem africana.[1]
Colonização europeia
Colonização viking
A primeiracolonização europeia da América foi levada a cabo pelo Vikings, no século X. Estes possuíam colónias na Gronelândia[2], na Terra Nova[3][4] e, possivelmente, nos Estados Unidos.[5]
Os Vikings, apesar de serem povos dados ao corso e à pirataria, adquiriram modos a duro que se fazia sentir na Gronelândia, onde permaneceram durante 5 séculos, e que deve se ter refletido no seu estilo de vida nas outras povoações americanas.[6]
Colonização ibérica
A colonização ibérica, inicialmente, foi muito parecida, principalmente porque Portugal e Espanha eram as nações que, na época, dominavam o mundo, tendo-o dividido com o Tratado de Alcáçovas. A América foi oficialmente descoberta, excetuando as descobertas vikings, pelos europeus, em 1492, por Cristóvão Colombo, numa tentativa de chegar ao Oriente.
Mais uma vez, foi assinado um novo tratado, o Tratado de Tordesilhas, pois a zona descoberta por Espanha ficava na zona portuguesa, que estabelecia os territórios portugueses a menos de 370 léguas (1 770 quilómetros a oeste de Cabo Verde e os espanhóis para além desse meridiano. Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, localizado na zona portuguesa, segundo o novo tratado, também numa tentativa de chegar à Índia por mar, caminho que já tinha sido realizado anos antes por Vasco da Gama.
Em meados do século XVI, o Império Espanhol controlava quase toda a zona costeira das Américas, desde a Califórnia à Patagónia, no ocidente, e desde o atual estado estadunidense da Geórgia, toda a América Central e o Caribe à Argentina – com excepção do Brasil, pertencente aos portugueses.
Colonização portuguesa
A colonização portuguesa da América iniciou-se depois da descoberta do Brasil, por Pedro Álvares Cabral, em 1500. Como colônias americanas, para além do Brasil (1500-1815), possuiu Barbados (1536–1620), Cisplatina (1808–1822, atual Uruguai) e a Guiana Francesa (1809–1817), mas não chegou a colonizar nenhum destes. Após as explorações dos Corte-Real, Portugal ainda teve um interesse na Terra Nova, mas essa região acabou na posse dos ingleses.
Colonização espanhola
A administração das colónias espanholas na América teve como base o modelo administrativo da metrópole. O poder real encontrava-se dividido em dois Vice-reinos, o Peru e o México, que por sua vez estavam divididas em províncias.[7]
Colonização Britânica
Os britânicos lançaram-se à conquista do mundo durante o reinado de Henrique VII de Inglaterra (1485–1509), que promoveu a indústria naval, como forma de expandir o comércio para além das Ilhas Britânicas. Mas as primeiras colônias britânicas só foram fundadas durante o reinado de Elizabeth I, quando Sir Francis Drake navegou o globo nos anos 1577 a 1580 (Fernão de Magalhães já a tinha realizado em 1522).
Em 1579, Drake chegou à Califórnia e proclamou aquela região como "colônia da Coroa", chamando-lhe "Nova Albion" ("Nova Inglaterra"), mas não promoveu a sua ocupação. Humphrey Gilbert chegou à Terra Nova em 1583 e declarou-a colônia inglesa, enquanto sir Walter Raleigh organizou a colônia da Virgínia em 1587, mas ambas estas colônias tiveram pouco tempo de vida e tiveram de ser abandonadas, por falta de comida e encontros hostis com as tribos indígenas do continente americano.
Foi apenas no século seguinte, durante o reinado de Jaime I da Inglaterra, depois da derrota da Armada Invencível de Espanha, que foi assinado o Tratado de Londres, permitindo em 1607 o estabelecimento da primeira colônia inglesa nas Américas: Jamestown. A colonização britânica nas treze colônias foi, essencialmente, de povoamento. Essa característica está presente nas colônias do Norte e do Oeste. A colonização sulista foi fundamentada na plantation e no uso de mão de obra escrava.
No norte da América, inicialmente, não havia metais preciosos e o clima daquela região, por ser temperado, não favoreceu a instalação de monoculturas. Daí a "importância de não nascer importante", segundo o jornalista uruguaio Eduardo Galeano. Um país que, durante o período colonial, não atrai a burguesia em aspectos como o metalismo, o latifúndio monocultor e matérias-primas em abundância não é explorado efetivamente, o que acabou favorecendo a consolidação dos Estados Unidos como a primeira economia mundial da atualidade.
Colonização Francesa
As primeiras tentativas dos franceses para estabelecerem colônias no Brasil, em 1555, e na Florida, em 1564 (em Fort Caroline, atualmente Jacksonville, na Flórida), realizada por huguenotes, não tiveram sucesso, devido à vigilância dos portugueses e espanhóis. A tentativa seguinte foi em 1598, em Sable Island, no sudeste da atual província da Nova Escócia do Canadá; esta colônia não teve abastecimentos e os 12 sobreviventes tiveram de voltar a França.
A história do império colonial francês começou em 27 de Julho de 1605 com a fundação em Port Royal, atualmente Annapolis (igualmente na Nova Escócia), da colônia da Acadie. Em 1608, Samuel de Champlain funda Quebec, que passa a ser a capital da enorme, mas pouco povoada, colônia de Nova França (também chamada Canada), que tinha, como objetivo, o comércio de peles.
À medida que os franceses expandiam o seu império na América do Norte, também começaram a construir outro, menor, porém, mais lucrativo, nas "Índias Ocidentais" (as Caraíbas). A ocupação da costa sul-americana começou em 1624 onde é hoje a Guiana Francesa e fundou uma colónia em Saint Kitts em 1627 (a ilha teve que ser partilhada com os ingleses até ao Tratado de Utrecht em 1713, quando a França o perdeu). A Compagnie des Îles de l'Amérique, formada em 1634, estabeleceu as colónias de Guadalupe e Martinica em 1635 e em Santa Lúcia em 1650. As plantações destas colónias foram mantidas por escravos trazidos de África. A resistência dos povos indígenas locais resultou na Expulsão dos Caribes em 1660.
A mais importante possessão colonial francesa nas Caraíbas só foi conseguida em 1664, com a fundação da colónia de Saint-Domingue (o atual Haiti) na metade ocidental da ilha Hispaniola (enquanto os espanhóis dominavam a parte oriental). No século XVIII, Saint-Domingue tornou-se a mais rica colónia de plantações de cana-de-açúcar das Caraíbas. A parte oriental da ilha Hispaniola foi oferecida à França pela Espanha, depois da perda de Saint-Domingue com a Revolução Haitiana.
Em 1699, as possessões francesas na América do Norte expandiram-se ainda mais com a fundação da Luisiana perto do delta do Mississippi; embora a França tivesse declarado soberania de toda a bacia do Mississipi, só tinha controlo efetivo na região costeira, perto das cidades de Mobile (Alabama) e Nova Orleãs (fundada em 1718). Mais tarde, os Estados Unidos compraram a colónia francesa.
Antiguidade Clássica
O termo Antiguidade Clássica refere-se a um longo período da História da Europa que se estende aproximadamente do século VIII a.C., com o surgimento da poesia grega de Homero, à queda do Império romano do ocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476. No eixo condutor desta época, que a diferencia de outras anteriores ou posteriores, estão os fatores culturais das suas civilizações mais marcantes, a Grécia e a Roma antigas.
Localização
A Grécia antiga compreendia uma região chamada Hélade e ocupava o sul dos Bálcãs (Grécia continental), a Península do Peloponeso (Grécia peninsular), as ilhas do Mar Egeu (Grécia Insular), além das colônias na costa da Ásia Menor e no sul da Península Itálica (Magna Grécia).
Divisão da história da Grécia
A história da Grécia é dividida, pelos historiadores, em quatro períodos principais: 
· Pré-Homérico 
· Homérico
· Arcaico
· Clássico
Período Pré-Homérico 
O período Pré-Homérico corresponde ao apogeu e à decadência da civilização cretense, que se desenvolveu em Creta, a maior ilha do Mar Egeu. Essa ilha era povoada por tribos que, provavelmente, tenham vindo da Ásia Menor. 
Durante esse período, outros povos dirigiram-se a Grécia: os aqueus, que se estabeleceram na Grécia continental e também na Ilha de Creta. Os aqueus dominaram os cretenses por volta de 1400 a.C. dando origem à civilização creto-micênica.Além dos aqueus, os jônios e os eólios  também chegaram a Grécia. De todos esses povos, o mais importante foi o dório, com características guerreiras, que deram novo rumo à História Grega. Os dórios destruíram a civilização creto-micênica e conquistaram a Grécia. Esses acontecimentos anunciaram um novo período da História da Grécia – o período Homérico. 
O período homérico
A partir das invasões dórias teve início um período muitas vezes chamado de homérico, porque o conhecimento que se tem da sociedade grega da época se deve, em grande parte, a dois poemas – a Ilíada e a Odisséia -, atribuídos a Homero. A Ilíada narra a guerra de Tróia, e a Odisséia, as aventuras do herói grego Ulisses (Odisseu) em sua viagem de volta a Grécia após a conquista de Tróia. Há muita discussão sobre a autoria desses poemas. Muitos estudiosos defendem que Homero nunca existiu e que esses teriam sido obras do passado coletivo grego, tendo sido transmitidos oralmente de geração em geração.
Com a invasão dória, um novo modelo social se implantou: a produção passou a ser de subsistência, com exploração da mão-de-obra familiar, auxiliada por uns poucos assalariados e escravos; a arte e a escrita desapareceram; o artesanato decaiu; as armas de bronze finalmente trabalhadas foram aos poucos sendo substituídas por artefatos grosseiros, feitos de ferro; e o sepultamento em magníficos túmulos foi substituído pela cremação simples.
Nesse período a população passou a se organizar em pequenas comunidades, cuja unidade básica era a família. Essa forma social é chamada de genos. Cada geno possuía seu próprio líder, seu culto religioso e suas leis.
Com o passar dos tempos, os genos foram se ampliando e acabaram dando origem a um outro tipo de organização da vida social e política – a polis, ou cidade-Estado que foi a característica do período seguinte da história grega. 
Período Arcaico
O período Arcaico inicia-se com a reunião dos genos em unidades políticas maiores, chamadas pólis ou cidades-Estados.
Nesse tipo de organização não existia um governo único, cada cidade-estado tinha suas leis, seu governo, sua economia e sua sociedade própria e independente. O palácio do governo e os templos eram construídos em uma colina fortificada, a acrópole.
                                    
As pólis gregas possuíam uma arquitetura parecida. Na parte baixa ficava uma praça, a ágora, onde aconteciam as assembléias dos cidadãos e as transações comerciais. Era também onde os juizes da cidade julgavam os criminosos e onde se realizavam os festivais de poesias e os jogos praticados em honra aos deuses. As duas pólis mais importantes foram Esparta e Atenas.
O Partenon, na acrópole de Atenas
Esparta: uma cidade militar
Esparta foi fundada pelos dórios por volta do século IX a.C. Situava-se em uma região chamada Lacônia. As condições naturais da região onde ficava Esparta eram muito áridas: o solo montanhoso e seco dificultava o abastecimento da cidade. Essas condições adversas levaram os espartanos a conquistar terras férteis por meio de guerras.
O poder em Esparta era exercido por um pequeno grupo ligado às atividades militares. Apenas uma minoria participava das decisões políticas e administrativas – os esparciatas - que se dedicavam única e exclusivamente à política e à guerra.
A vida em Esparta girava em torno da guerra. Os espartanos temiam que os povos que haviam conquistado se rebelassem; temiam também que os escravos se revoltassem. A necessidade de garantir o poder dos esparciatas e o medo de que idéias vindas de fora colocassem em xeque esse poder faziam com que as viagens fossem proibidas e os contatos comerciais fossem quase inexistentes. Esparta fechava-se em torno de si mesma, impondo aos seus habitantes um modo de vida autoritário e de subordinação aos interesses do Estado.
A agricultura, o artesanato e o comércio eram praticados pelos periecos, uma camada de homens livres, mas sem direito de participar da política em Esparta. Os escravos eram chamados de hilotas, pertenciam ao Estado e trabalhavam para os esparciatas.
Os jovens eram educados pelo Estado. Desde os sete anos deixavam as casas de suas famílias e se dirigiam para locais de treinamento militar.
Atenas e a democracia: o avesso de Esparta
Atenas, hoje a capital da Grécia, localizava-se no centro da planície Ática, às margens do Mar Egeu. Foi o avesso de Esparta: teve uma vida urbana e aberta às novidades. A atividade comercial foi a base de sua economia e os atenienses praticaram intenso comércio com diversos povos.
A sociedade ateniense era dominada pelos eupátridas, que eram grandes proprietários de terras. Contudo, o poder dos eupátridas era constantemente desafiado pelas camadas menos favorecidas e pelos comerciantes, que exigiam maior igualdade de direitos.
E por que esses segmentos desafiavam o poder dos eupátridas? Os pequenos proprietários, muitas vezes sem recursos. Viviam constantemente ameaçados pela escravidão por dívidas. Já os comerciantes, artesãos e assalariados urbanos, que eram chamados demiurgos, estavam excluídos das decisões políticas da pólis e também queriam participar delas.
O resultado dessas pressões constantes foi uma reforma nas leis feita por Sólon, um juiz ateniense. Por essa reforma, foi abolida a escravidão por dívidas e foi ampliado o direito de voto, de acordo com a riqueza que cada um possuía.
Porém, as reformas de Sólon só beneficiaram os comerciantes ricos. O resto da população continuou excluída das decisões políticas da pólis. A situação em Atenas não era nada calma com a pressão constante dos excluídos. Além disso, a cidade foi dominada pelo tirano (link dicionário) Pisistrato por mais de 30 anos.
Com o fim da tirania, foi Clistenes, um aristocrata preocupado com os problemas das camadas populares, o responsável por uma nova reforma. Ampliou a participação e o direito de decisão política para todos os cidadãos atenienses, isto é, todos os homens livres e nascidos em Atenas, maiores de 18 anos. A cidade foi dividida em demos, um tipo de distrito que elegia seus representantes para a assembléia. Esta, por sua vez, escolhia as pessoas que iriam integrar o conselho, responsável pelo governo da cidade.
Continuavam excluídos da pólis os estrangeiros, as mulheres e os escravos. Como você pode observar, os benefícios da democracia ateniense estavam reservados somente aos cidadãos, o que é diferente da democracia dos nossos dias. 
A educação em Atenas era bastante diferente da adotada em Esparta. Os atenienses acreditavam que sua cidade-Estado seria mais forte se cada menino desenvolvesse integralmente suas melhores aptidões. O ensino não era gratuito nem obrigatório, ficando a cargo da iniciativa particular. Os garotos entravam para a escola aos 6 anos e ficavam sob a supervisão de um pedagogo, com quem estudavam aritmética, literatura, música, escrita e educação física. Interrompiam os estudos apenas nos dias de festas religiosas, e, quando completavam 18 anos, eram recrutados pelo governo para treinamento militar, que durava cerca de dois anos.
As mulheres de Atenas estavam reservadas apenas as funções domésticas. Os pais tratavam de casar logo as ilhas adolescentes, as quais, após núpcias, ficavam sob o domínio total dos maridos. Nesse mundo masculino, ficar em casa e em silencio era o maior exemplo de virtude para representantes do sexo feminino.
O governo nas cidades-Estados
As cidades-Estado gregas conheceram a maioria dos sistemas de governo existentes hoje. Atenas e Esparta, que sempre foram rivais, podem servir de exemplos para estudarmos os tipos de governo que existiram nas demais cidades.
A monarquia foi o regime político inicial em todas as póleis gregas; todas elas foram, pelo menos inicialmente, governadas por reis. Além de governarem as cidades, os reis também desempenhavam funções religiosas, atuando como sacerdotes e representantes dos deuses.
Na cidade de Esparta o governo era exercido simultaneamente por dois reis e dele participavam duas assembléias: a Apela, formada por representantes do povo, e a Gerúsia, um conselho deanciãos. O poder dos reis espartanos era limitado; magistrados dos conhecidos como éforos vigiavam suas atividades.
As leis em Esparta foram elaboradas por Licurgo, o legislador que transformou a cidade em um Estado militarista.
Outro sistema conhecido pelos gregos foi a oligarquia, em que o poder ficava dividido entre pessoas que pertenciam às famílias mais importantes de uma cidade. O termo oligarquia significa “governo de poucos”.
Em algumas cidades, os governos oligárquicos foram derrubados pela força. Aqueles que assumiam o poder em seguida eram conhecidos como tiranos.
A tirania – governo dos tiranos – se estabelecia e se mantinha no poder por meio da força.
O ostracismo
O reformador Clistenes implantou uma lei em Atenas determinando eu qualquer cidadão que ameaçasse a segurança da cidade poderia ser condenado ao exílio por dez anos, isso era chamado de ostracismo. Ela lei procurava evitar que se repetisse um governo tirano em Atenas.
Imagem de uma ostraca, objeto em que se escreviam os nomes dos condenados ao ostracismo. Essa é a ostraca em que foi escrito o nome de Themistocles, estadista e general grego.
O período clássico
A democracia ateniense atingiu seu apogeu durante o governo de Péricles, no século V a.C. que marcou o início do chamado Período Clássico.
Contudo, as desavenças internas, a escassez de terras e a necessidade de expansão do comércio levaram as cidades gregas, entre elas Atenas, a conquistar várias áreas coloniais, próximas ou distantes. Os espartanos não gostaram dessa expansão territorial de Atenas e a disputa por melhores terras determinou a criação de dois grupos rivais: a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta, e a Liga de Delos, sob a liderança de Atenas.
No início do século V a.C., iniciou-se a chamada Guerra do Peloponeso, na qual Atenas saiu derrotada. Esse acontecimento foi o começo do declínio das antigas cidades-Estados gregas.
 
Gregos contra Persas
Entre os séculos VI e V a.C., a expansão do Império Persa passou a ameaçar a autonomia das cidades-estados gregas. Por volta de 500 a.C., os persas dominavam várias colônias gregas na Ásia Menor e seu objetivo era conquistar também a Grécia. Na luta contra o inimigo comum, as cidades-estados se uniram e conseguiram derrotar os persas em várias batalhas. Esse conflito, que durou vários anos, ficou conhecido como Guerras Greco-pérsicas ou Guerras Médicas, assim denominadas porque os gregos chamavam os persas de medos.
Gregos contra gregos
A decadência da civilização grega iniciou-se a partir das Guerras do Peloponeso, quando os gregos lutaram contra os gregos. As origens do conflito estão no descontentamento geral, sobretudo de Esparta, em relação à supremacia ateniense.
Esparta era aristocrática e estava determinada a manter sua organização sem interferências ou influencias atenienses. Atenas, democrática e também poderosa guerreira, estava disposta a impor suas idéias e princípios.
Na primeira fase da guerra, entre 431 e 421 a.C., houve um certo equilíbrio entre as partes, com espartanos e atenienses conseguindo algumas vitórias. Após esse período as duas cidades fizeram um acordo de paz que deveria durar 50 anos.
Entre 415 e 413 a.C., a trégua foi quebrada pelos atenienses, que desejavam conquistar regiões dominadas pelos espartanos. Atenas foi derrotada e perdeu parte de sua frota e contingente militar. Os anos seguintes, de 413 a 404 a.C., podem ser considerados de ofensiva dos espartanos. Esparta aniquilou definitivamente Atenas, já bastante enfraquecida pelas perdas anteriores, iniciando sua hegemonia (domínio) sobre o mundo grego.
A conquista do território grego pela Macedônia 
Atenas, o centro glorioso do século de ouro da Grécia, chegava ao fim. Esparta  também não teve destino diferente; enfim, todas as cidades-estados ficaram enfraquecidas com as Guerras do Peloponeso e tornaram-se alvos fáceis para a dominação de outros povos.
Os macedônios, povo que habitava o norte da Grécia, conseguiram progredir e fortalecer-se econômico e militarmente. Aproveitando-se da fraqueza e da desunião dos gregos, Filipe II, o rei da Macedônia, preparou um poderoso exército e conquistou o território grego.
A política expansionista iniciada por Filipe II teve continuidade com seu filho e sucessor Alexandre Magno, conhecido também como Alexandre O Grande, que consolidou a dominação da Grécia e iniciou  a conquista do império Persa.
A Macedônia  tornou-se o centro do maior império formado até então, que só seria superado anos depois pelo Império Romano.
As conquistas de Alexandre Magno, promovendo a fusão das culturas das várias regiões conquistadas no Oriente com os valores gregos deu origem a cultura helenística, que teve como centro de difusão cultural Alexandria, no Egito, e Pérgamo, na Ásia Menor.
            
Os Conhecimentos da Grécia Antiga 
Os gregos foram os responsáveis pelo nascimento da Filosofia, termo grego que significava amor à sabedoria, por volta do século IV a.C., na cidade de Mileto. Um dos mais importantes pensadores gregos foi Pitágoras anexo, matemático e filósofo. Pitágoras desenvolveu a idéia de que o princípio comum do homem, dos animais, vegetais e minerais era o átomo, considerado a menor parte da matéria. Segundo Pitágoras, o que diferenciava os seres animados e inanimados eram as diferentes estruturas que os átomos formavam em cada um deles. Além disso, ele formulou teorias sobre números e os classificou em várias categorias: os pares, os impares e os números primos. Defendia, também, a idéia de que a Terra era redonda. 
            
Os responsáveis pelo apogeu da filosofia grega no século  IV a.C. foram Sócrates anexo, Platão anexo e Aristóteles anexo .
Sócrates não deixou nenhuma obra escrita. Ensinava nas ruas e nas praças. Seu principal discípulo foi Platão, cujas obras, em forma de diálogos, conservam-se até nossos dias. Aristóteles, por sua vez, foi o mais importante discípulo de Platão. Foi responsável pelo estabelecimento das bases da Lógica, ciência que estuda os métodos e processos que possibilitam diferenciar os argumentos verdadeiros dos falsos nos estudos filosóficos. A Lógica é, até hoje, um instrumento fundamental para todas as outras ciências.
Entre os matemáticos gregos, além de Pitágoras, conhecido como o “pai da matemática”, estão Euclides anexo,. Que estabeleceu os fundamentos da Geometria, e Arquimedes anexo, conhecido pelo famoso “Principio de Arquimedes” segundo o qual um corpo mergulhado na água sofre, de baixo para cima, um impulso equivalente ao líquido que deslocou.
Os médicos também eram profissionais muito respeitados. O mais importante deles foi Hipócrates de Cós anexo, que é considerado o “Pai da Medicina”.  Ainda hoje, os médicos, ao se formarem, prestam o chamado “juramento de Hipócrates” anexo. 
Hipócrates, naquela época, já utilizava procedimentos muito parecidos aos que utilizam nossos médicos para fazer diagnóstico de doenças como examinar o globo ocular, verificar a temperatura do corpo, aspecto da urina e das fezes, entre outros.
Ao lado da Medicina praticada pelos médicos, havia também, tratamentos populares baseados na superstição e na magia. Uma das práticas mais comuns era pendurar amuletos no pescoço, atitude essa, tida como infalível para a prevenção e cura de várias doenças.
Os mesmo avanços se verificaram na Astronomia e no campo da Geografia. Por volta do século II a.C., os gregos mapearam o mundo conhecido, dividindo-o em meridianos e paralelos e em três zonas: a frígida, a temperada e a tórrida. Usando cálculos matemáticos, mediram a circunferência da terra, as distâncias dela do Sol e da Lua.
A preocupação dos gregos com a ciência era muito grande. Suas bibliotecas eram repletas de obras importantes e todas elas possuíam cópias, para não se perderem em caso de incêndio ou de outro tipo de desastre.
            
E como os gregos trataram a História? Alguns historiadores gregos tiveram uma grande importância para o desenvolvimento dessa área de conhecimento, ao substituírem os mitos poéticos pela explicação histórica. Os principais historiadoresgregos foram Heródoto anexo , considerado “o pai da história” , que escreveu uma obra sobre a guerra dos gregos contra os persas, e Tucídides, que narrou a historia da Guerra do Peloponeso, da qual participou.
 
O teatro grego e o legado cultural
Os gregos alcançaram notável desenvolvimento  cultural e artístico. Sua produção tornou-se tão rica e fecunda que ultrapassou os limites do tempo e do espaço geográfico e influenciou toda a cultura ocidental e algumas sociedades orientais.
O teatro que surgiu na Grécia Antiga era diferente do atual. Os gregos assistiam  à peças de graça, mas não freqüentavam o teatro quando queriam. Ir ao teatro era um dos compromissos sociais das pessoas. Assim como havia rituais religiosos e assembléias para decidir os rumos das cidades, existiam festivais de teatros. Dedicados às tragédias ou às comédias, eles eram financiados pelos cidadãos ricos. E o governo pagava aos mais pobres para comparecer às apresentações.
Os festivais dedicados à tragédia ocorriam em teatros de pedra, ao ar livre, onde se escolhia o melhor autor. Embora alguns atores fizessem sucesso, os grandes ídolos do teatro eram os autores. As apresentações duravam vários dias e começavam com uma procissão em homenagem ao deus Dionísio, considerado o protetor do teatro. A platéia acompanhava as peças o dia todo e reagia intensamente às encenações. 
Atores e um coro participavam das apresentações. No palco, os atores pareciam gigantes. Usavam sapatos de sola alta, roupas acolchoadas e máscaras feitas de pano engomado e pintados, decoradas com perucas e capazes de amplificar as vozes.
A partir do Império Romano – que sucedeu a civilização grega -, o teatro entrou em declínio. Os romanos preferiram o circo – na época, voltado para lutas entre gladiadores e animais -,  que predominou nos teatros das principais cidades do império.
Além do teatro, os gregos desenvolveram outras formas de expressão artística , tais como escultura, a pintura, a música e a arquitetura. 
Cópia do Discóbolo de Míron.
O mármore e o bronze eram utilizados por escultores como Fídias  e Míron.
Na arquitetura, os gregos demonstraram  grande habilidade em projetos de templos e edifícios públicos. Para sustentar o peso das construções empregavam colunas, sem usar argamassa.
Partenon de Atenas.
As pinturas desapareceram em sua grande maioria, podendo ser vistas apenas em alguns vasos que foram preservados. 
Vaso grego, 500-490 a.C., Louvre, Paris.
 
Detalhe de um vaso grego.
A música era executada por um só instrumento de sopro ou de cordas, sendo os favoritos a lira, a cítara e o aulo, um tipo de flauta. O canto era muito apreciado, e, por isso, escreveram-se muitos poemas em forma de canção para acompanhamento com lira.
Conjunto grego tocando harpa, cítara e lira
A cultura grega legou para a humanidade obras de arte fascinantes e um conjunto de idéias que até hoje influenciam o pensamento de filósofos, estudiosos e cientistas. 
 
A religião na Grécia
Os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses, assim como a maioria  dos povos da Antiguidade. Mas, ao contrário dos outros povos, tinham uma grande intimidade com seus deuses, pois acreditavam  que eles estavam a serviço das pessoas. 
            
Os deuses gregos possuíam características humanas, defeitos e qualidades, fraquezas e paixões. A diferença existente entre eles e os humanos é que os deuses eram imortais.
Os gregos acreditavam na existência de 12 grandes divindades, (linkar com mitologia grega) que se reunião em seus tronos no alto do Monte Olimpo, onde moravam. O pai de todos os deuses era Zeus, casado com Hera. Apolo era o deus do Sol e protetor das artes, Ares era o deus guerra, Posêidon, do mar. Afrodite era a deusa do amor, e Palas Atena, da sabedoria, entre outros.
Geralmente, esses deuses e deusas eram associados a fenômenos naturais. A arma de Zeus, por exemplo, era o raio – as tempestades seriam efeito de sua cólera. Por sua vez, os terremotos, que eram comuns na Grécia, eram explicados pelo mau-humor de Posêidon, que batia com seu tridente no fundo do mar.
Zeus
Palas Atena
As primeiras olimpíadas
Olimpíadas na Grécia Antiga
           
Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 AC, os gregos faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados gregas se reunião na cidade de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros.
Os  gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. 
No ano de 392 AC, os Jogos Olímpicos e todas as manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo.
No ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.
 A mitologia grega
Há muito tempo atrás, as pessoas não podiam explicar os eventos a partir da ciência. Por isso explicavam os acontecimentos naturais a partir das histórias de deuses, deusas e heróis. Os gregos tinham uma história para explicar a existência do mal e dos infortúnios. Acreditavam que, em certa época, todos os males e infortúnios estiveram presos em uma caixa. Pandora, a princesa mulher, abriu a caixa e eles se espalharam  pelo mundo.
Os mais antigos mitos gregos falam do caos (confusão primitiva), de Gaia (mãe-terra),  Ponto (o mar) e Urano (céu). Do casamento de Urano e Gaia, nasceram os titãs, ciclopes e gigantes, que personificaram as coisas grandes  e poderosas da Terra: montanhas, terremotos, furacões, etc. O mais forte dos titãs, Cronos, casou-se com sua irmã Réia, e tiveram seis filhos. Temendo a rivalidade de seus filhos, Cronos devorou-os logo ao nascer, exceto Zeus, que Réia escondeu numa caverna. Quando se tornou adulto, Zeus derrotou o pai e obrigou-o a libertar os ciclopes da tirania de Cronos, e eles, em recompensa, deram-lhe as armas do trovão e do relâmpago.
Além dos deuses, também os heróis tinham direito ao culto. Resultado da união entre um deus e uma mortal (ou vice-versa), eram considerados intermediários entre os deuses e os homens, atribuía-se-lhes a proteção do local onde estavam sepultados. Outros foram homens excepcionais, cujos feitos, muito antigos, se tinham transformado em lenda. Temos o caso do Édipo que após ter sido expulso de Tebas por ter morto o pai sem o ter reconhecido, conseguiu responder à esfinge, temos em Atenas Teseu que fora seu fundador e vencedor do Minotauro e ainda Hércules, um dos mais populares heróis gregos e considerado como fundador dos Jogos Olímpicos. (linkar com anexo Mitologia grega/Deuses/Heróis...) 
 
 Hércules e a Hidra
Teseu e o Minotauro
Como vivia o povo grego na Antiguidade
De modo geral, o homem grego passava o dia fora de casa. Ocupava o tempo trabalhando, fazendo compras  ou conversando com os amigos sobre política e outros assuntos.
A mulher ficava em casa, cuidando da roupa e da alimentação e organizando o trabalho dos escravos; era ela quem administrava as tarefas da casa.
Comparadas com as de hoje, as casas eram pequenas e sem conforto. Mas isso tinha pouca importância, pois, em razão da suavidade do clima, a maior parte das atividades diárias era desenvolvida fora de casa. Construídas com uma mistura de pedregulho e terra cozida, as paredes eram tão frágeis que os ladrões eram chamados de “arrombadores de paredes”, pois eles simplesmente escavavam uma passagem nelas para entrar em casa.
Nas pequenas janelas não havia vidros e, no inverno, elas eram fechadas com madeira. As cozinhas

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