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U N O PA R ED U C A Ç Ã O FÍSIC A ESCO LA R E SA Ú D E Educação Física Escolar e Saúde Alexandre Schubert Bruna Barboza Seron Educação Física Escolar e Saúde Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Caldeira, Alexandre Schubert ISBN 978-85-8482-160-0 1. Educação física (Ensino Fundamental) – Estudo e ensino. 2. Saúde escolar. 3. Esportes – Aspectos da saúde. I. Seron, Bruna Barboza. II. Título CDD 613.7 Caldeira, Bruna Barboza Seron. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2015. 177 p. : il. C146e Educação física escolar e saúde / Alexandre Schubert © 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente: Rodrigo Galindo Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava Diretor de Produção e Disponibilização de Material Didático: Mario Jungbeck Gerente de Produção: Emanuel Santana Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna Gerente de Disponibilização: Nilton R. dos Santos Machado Editoração e Diagramação: eGTB Editora 2015 Editora e Distribuidora Educacional S. A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041 -100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Unidade 3 | Educação especial e sua maneira de aprendizado Seção 1 - Educação especial e inclusão escolar 1.1 | Educação especial Unidade 2 | O aluno no ensino médio e sua maneira de aprendizado Seção 1 - Evolução da Educação Física – Breve relato 1.1 | Breve história da Educação Física Seção 2 - Ampliando o enfoque – Educação Física e Saúde 2.1 | Saúde como conteúdo a ser ensinado e aprendido Seção 3 - Educação Física e o tema transversal saúde 3.1 | Organização e sistematização do conteúdo saúde 3.2 | Parâmetros Curriculares Nacionais – Temas Transversais: objetivos propostos para o Ensino Médio 3.3 | Sistematização do conteúdo saúde a partir da organização curricular proposta por Palma et al. (2010) Seção 4 - Ensinar, aprender e avaliar 4.1 | Ensino, aprendizagem e avaliação em Educação Física Unidade 1 | Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado Seção 1 - A Educação Física como área de conhecimento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental 1.1 | Educação Física como área de conhecimento 1.2 | Documentos oficiais 1.2.1 | O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 1.2.2 | Parâmetros Curriculares Nacionais 1.2.3 | Metodologia do Ensino de Educação Física 1.2.4 | Educação Física e a Organização Curricular Seção 2 - Perfil do aluno na Educação Infantil e no Ensino Fundamental 2.1 | Desenvolvimento cognitivo na Educação Infantil Seção 3 - O papel do ensino e da aprendizagem na Educação Infantil e no Ensino Fundamental 3.1 | Ensinar e aprender na Educação Infantil Sumário 7 11 11 13 13 18 22 28 39 39 43 43 53 57 57 61 61 65 65 66 68 79 79 95 99 99 1.2 | Educação Inclusiva sob perspectiva da Educação Física Seção 2 - Características gerais das condições específicas da educação especial 2.1 | Deficiência 2.2 | Deficiência visual 2.3 | Deficiência Auditiva 2.4 | Surdocegueira 2.5 | Deficiência motora 2.6 | Amputação 2.7 | Lesão medular 2.8 | Paralisia Cerebral 2.9 | Deficiência Intelectual 2.10 | Deficiência múltipla Seção 3 - Aspectos didático-metodológicos da educação especial 3.1 | Algumas estratégias pedagógicas 3.2 | Cuidados específicos da deficiência visual 3.3 | Cuidados específicos na deficiência auditiva 3.4 | Cuidados específicos para a deficiência motora 3.5 | Cuidados específicos para a deficiência intelectual 3.6 | Cuidados específicos para os transtornos globais de desenvolvimento 103 107 107 108 110 112 112 113 114 115 116 117 123 123 124 126 128 130 132 Unidade 4 | A prática pedagógica, a partir da reflexão de conteúdos básicos da educação física na perspectiva da construção do cidadão saudável e da promoção da saúde. Seção 1 - História da disciplina de Educação Física no Brasil 1.1 | Educação Física no contexto escolar do Brasil Seção 2 - LDBEN nº 9394/96 e as teorias de aprendizagem 2.1 | Ralação com a LDBEN e as teorias de aprendizagem 2.2 | As teorias da aprendizagem Seção 3 - Aprofundamento em um determinado conhecimento da disciplina de Educação Física e sua relação com a promoção da saúde 3.1 | Obesidade no contexto da Educação Física 3.2 | O papel da escola 145 149 149 157 157 161 173 173 178 Apresentação Prezado aluno! Estamos felizes por estarmos juntos mais esse semestre, principalmente por podermos compartilhar com você os ensinamentos dessa disciplina que se chama Educação Física Escolar e Saúde. Neste livro, vamos poder conhecer um pouco da disciplina de Educação Física como área de conhecimento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Também será abordado o perfil do aluno na Educação Infantil e Fundamental, entender o papel da aprendizagem nestes níveis de ensino e refletir sobre propostas já estruturadas dos conteúdos específicos da Educação Física. Nessa unidade também veremos como pode ser trabalhada a temática saúde como um dos saberes específicos da disciplina de Educação Física. Vamos poder entender a importância de trabalharmos conceitos relacionados à saúde no Ensino Fundamental e Médio, os quais os alunos devem levar para toda a vida, auxiliando no entendimento de questões relacionadas à qualidade de vida. Em uma das unidades, você, leitor, será levado a compreender todo o processo histórico da educação especial e seu contexto inclusivo, entendendo melhor as diferentes condições que contemplam a educação especial e as diferentes estratégias pedagógicas possíveis no processo de ensino que são capazes de potencializar o aprendizado dos alunos de inclusão. Finalmente, na última seção, será apresentado o papel da disciplina de Educação Física, tendo como foco a promoção da saúde, abordando questões histórias e a atual LDBEN. Como você irá perceber, nesse livro serão também apresentadas ao leitor algumas considerações sobre a melhor forma de planejarmos as aulas que usam uma abordagem voltada à saúde e à qualidade de vida, além das questões inclusivas. Esperamos que você possa desfrutar de todo esse conhecimento da melhor maneira possível. Desejamos uma boa leitura! Prof. Ms. Alexandre Schubert Unidade 1 PERFIL DO ALUNO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E O ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL E SUA MANEIRA DE APRENDIZADO Nesta seção iremos apresentar a Educação Física na perspectiva que a Câmara de Educação Básica determina, ou seja, como uma área de conhecimento que mesmo na Educação Infantil necessita de uma estruturação e sistematização de seus saberes para que, a partir de uma ação de ensino, almeje uma aprendizagem significativa de conhecimentos a estes sujeitos que são necessários para uma efetiva compreensão de sua motricidade e a relação desta com a realidade vivida. Seção 1 | A Educação Física como área de conhecimento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental Objetivos de aprendizagem: O objetivo geral desta unidade é apresentar a disciplina de Educação Física como área de conhecimento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Como objetivos específicos, abordar o perfil do aluno na Educação Infantil e Fundamental; o papel da aprendizagem nestes níveis de ensino; refletir sobre propostas já estruturadas dos conteúdos específicos da Educação Física. Alexandre Schubert Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 8 Conhecer o perfil dos educandos da Educação Infantil e Fundamental é de suma importância para o docente, pois,ao saber como ocorre o desenvolvimento cognitivo dos indivíduos, a ação de ensino será adequada ao nível de desenvolvimento que estes se encontram. Inclusive, a atual LDBEN nº 90.294/96 diz que a disciplina de Educação Física deve levar em consideração os níveis de desenvolvimento dos seus alunos, lembrando que, no caso, o termo desenvolvimento se refere à capacidade de compreensão deles e não à aptidão física. A temática relacionada à questão do ensino e da aprendizagem é um fator de importância ímpar para o professor de Educação Física. Na Unidade 4, apresentamos as teorias explicativas da aprendizagem para mostrar o quanto é importante o docente saber como ocorre a aprendizagem. O ensino em uma perspectiva crítica assume um papel fundamental na interação entre professor/educando/conhecimento. Neste modo de pensar o ensino e, consequentemente, a aprendizagem, as ações de memorização já não fazem mais parte da preocupação do docente. Sua preocupação é com a compreensão e também com a relação com o conteúdo que está sendo ensinado com a realidade dos educandos. Ao elencar um saber, o docente irá possibilitar por meio de sua intervenção que o alunado compreenda o porquê se está estudando determinado assunto e como este saber pode ser utilizado no dia a dia por estes. Seção 2 | Perfil do aluno na Educação Infantil e no Ensino Fundamental Seção 3 | O papel do ensino e da aprendizagem na Educação Infantil e no Ensino Fundamental Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 9 Introdução à unidade Caro estudante, nesta unidade iremos abordar para fins de estudo o perfil do educando da Educação Infantil e como este realiza o seu desenvolvimento cognitivo na busca de entender o funcionamento de sua realidade e qual o papel da disciplina de Educação Física neste contexto escolarizado. Além da Educação Infantil, também apresentaremos a continuidade deste desenvolvimento no Ensino Fundamental. Nestes dois níveis de ensino da Educação Básica, a disciplina de Educação Física também necessita de uma organização curricular a fim de realizar uma sistematização dos saberes a serem ensinados e aprendidos, para que os sujeitos possam compreender o movimento culturalmente construído. Cabe ressaltar que a questão relativa ao perfil dos estudantes destes dois níveis de ensino na Educação Básica está estreitamente atrelada com a proposta pedagógica que a escola adota. Somos sabedores que a disciplina de Educação Física deve estar adequada a tal proposta, sendo assim, faremos uma reflexão de uma abordagem crítica, pois esta forma de pensar o desenvolvimento cognitivo do sujeito é o que mais encontramos nos projetos pedagógicos das escolas. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 10 Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 11 Seção 1 A educação física como área de conhecimento na educação infantil e no ensino fundamental Nesta seção, estaremos apresentando o papel da disciplina de Educação Física na Educação Básica, mais especificamente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Essa área de conhecimento teve um caminhar histórico em que seu papel no processo educacional foi mudado de acordo com o governo vigente. Hoje essa é compreendida como um componente curricular e também como uma área de conhecimento específico no contexto escolar. Para fundamentar esse novo papel atribuído à Educação Física, apresentaremos como os documentos oficiais apresentam essa disciplina e também os princípios norteadores da mesma na compreensão desses documentos. Cabe lembrar que tais documentos apresentam uma proposta de ensino da Educação Física na escola, não estabelecendo uma diretriz impositiva para seu ensino. Apresentamos também a compreensão dessa na concepção de alguns pesquisadores que compreendem o papel de ensino e aprendizagem que a Educação Física está submetida na escola. Tais pesquisadores não são contrários à proposta oficial e também apresentam uma possibilidade de organização e sistematização dos conteúdos que lhes são próprios. Vamos então conhecer um pouco mais sobre a Educação Física enquanto uma disciplina escolar que deve possibilitar aos educandos um conhecimento de sua motricidade. 1.1 Educação Física como área de conhecimento A Educação Física no contexto escolar brasileiro já atendeu a vários propósitos do governo vigente em sua história. Na penúltima Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 5692/71), a função desta na escola era de ser uma área de atividades. Tal função apresentava a Educação Física deslocada de uma função educativa, nesta forma de entendimento várias abordagens foram utilizadas pelos docentes e a que mais se cristalizou, sem dúvida, foi o tecnicismo. Tal abordagem apresenta como seu campo de conhecimento o esporte e as Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 12 modalidades esportivas como os conteúdos a serem ensinados para o alunado. O ensino advindo era eminentemente técnico, ou seja, os educandos deveriam aprender as técnicas dos fundamentos das modalidades estudadas e estes eram avaliados pelo desempenho atlético apresentado em aulas ou no momento de avaliação. Esta forma de pensar a função da Educação Física na escola ainda está muito arraigada no imaginário da sociedade. É comum ouvirmos as pessoas dizerem que aula de Educação Física é um momento de jogar algum esporte. Diante de uma nova concepção desta área na escola, nos cabe um questionamento: qual a função da Educação Física no contexto escolar? Para dar conta de responder a esta questão, que a princípio nos parece simples – mas não é –, devemos, primeiro, verificar a lei que rege a Educação Básica atualmente. Hoje, a LDBEN nº 9394/96 é a lei que determina como devemos proceder nas ações de ensino e estruturação do currículo nas escolas. Com relação à Educação Física, a lei apresenta que esta deve estar adequada à proposta pedagógica da escola, que é um componente curricular obrigatório e que ela deve adequar seus saberes com o nível de desenvolvimento (cognitivo) dos estudantes. Com esta nova compreensão, vemos que a Educação Física, que antes era uma área de atividade, agora passa a ser um componente curricular, e como componente curricular esta agora é uma disciplina escolar como as demais disciplinas que compõem o currículo de uma escola. Além disto, ela, necessariamente, deve estar adequada à proposta pedagógica da escola, ou seja, o docente responsável por esta disciplina em sua ação de ensino deve se adequar à proposta pedagógica que a escola adota e ainda organizar os saberes a serem ensinados de acordo com o desenvolvimento dos alunos. Podemos observar que, por força de lei, a Educação Física, necessariamente, deve mudar a sua forma de ação, pois agora é uma disciplina que é obrigatória na Educação Básica e ainda deve estar adequada à proposta pedagógica da escola. Diante do apresentado, poderão indagar: vimos que houve uma mudança significativa da compreensão de qual o papel da Educação Física na escola, porém, como podemos assegurar que esta é uma área de conhecimento? Dois anos após a promulgação da LDBEN nº 9.394/96, a Câmara de Educação Básica apresentou a Resolução nº 2, na qual apresenta as áreas de conhecimento na escola e, pela primeira vez, a Educação Física aparece como área de conhecimento, e está nominada como tal. Desta forma, a Educação Física na Educação Básica, hoje, é uma disciplina curricular que, necessariamente, deve estar adequada à proposta pedagógica da escola e que deve promover, a partir de sua ação de ensino, a aprendizagem Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 13 1.2 Documentos oficiais 1.2.1 O Referencial Curricular Nacional para a Educação InfantilÉ importante destacarmos que o RCNEI foi produzido pelo Ministério de Educação e Cultura, assim sendo é um documento oficial que apresenta sugestões e reflexões para os professores, não sendo um material que determina como deve ser estruturado um currículo para a Educação Infantil; também é importante ressaltar que o RECNEI faz parte dos documentos denominados de Parâmetros Curriculares Nacionais. O RCNEI foi organizado em três volumes: Introdução; Formação pessoal e social e Conhecimento do mundo. Ao lermos seu primeiro volume verificamos a grande preocupação em retratar a diversidade de culturas, as quais as crianças, nesta fase escolar, estão inseridas no Brasil. A partir desta diversidade é possível constatar conteúdos importantes que demarcam o que é específico da Educação Infantil, como: educar, criança, professor de Educação Infantil, projeto educativo, brincar, entre outros. A organização deste documento se preocupou com uma bibliografia atualizada na área e ainda apresenta uma preocupação com a parceria entre a escola e a família, além do espaço e tempo educativo. Os outros dois documentos que estão no domínio da experiência estão assim organizados: formação pessoal e social, que aborda a construção da identidade e autonomia, lembrando que esta construção está apresentada como um processo e não como algo latente que em dado momento irá aflorar ou algo que o professor irá desenvolver, mas sim de um processo realizado pelas próprias crianças. Além da identidade e autonomia, é abordado o conhecimento do mundo. Este tópico contém seis subeixos assim denominados: música, movimento, artes visuais, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade e matemática. significativa de conhecimentos que possibilitem ao sujeito uma efetiva compreensão de sua realidade. Este novo paradigma que foi colocado para a disciplina de Educação Física por força de Lei impeliu a área para um novo pensamento de organização e sistematização dos saberes que lhes são específicos. O governo federal, por meio do Ministério da Educação e Cultura, criou para a Educação Infantil um documento chamado Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) e, para o Ensino Fundamental, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). A seguir, faremos uma reflexão sobre estes documentos oficiais e também de duas obras de autores que se preocuparam com a estruturação da área. Vale lembrar que outros autores, além dos que iremos abordar, também tiveram a mesma preocupação, porém optamos por apresentar duas obras, que são: Metodologia do Ensino da Educação Física e A Educação Física e a Organização Curricular. Nesta reflexão, estaremos expondo qual a contribuição que estas obras trouxeram para a disciplina de Educação Física. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 14 Sobre o RCNEI volume 1 e 2, acesse os sites a seguir <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf> <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf>. Os volumes que compõem o RCNEI estão estabelecidos com uma composição comum, relacionados com conteúdos, objetivos, didáticas e orientações para o professor. Pode-se verificar, a partir desta forma de estruturar os conteúdos, que o parâmetro seguido foi o do Ensino Fundamental e as questões específicas da Educação Infantil (desenvolvimento infantil) se diferem do Ensino Fundamental. Concordamos que tal documento é um avanço em se tratando de documento oficial, com uma preocupação específica de estruturação de conhecimentos voltados para uma compreensão de mundo, e que tal material é de uma referência para a formação docente. Desta forma, o RCNEI é material como outros que servem de base de conhecimento para os docentes que trabalham na Educação Infantil. É importante frisar novamente que tal documento não é obrigatório para nenhuma instituição de ensino, a não ser que seja uma opção dela. O documento oficial que orienta são as Diretrizes Curriculares Nacionais, este sim é obrigatório e deve ser seguido pelas escolas de Educação Infantil. Este documento define os fundamentos que irão nortear as propostas pedagógicas da Educação Infantil como: A. Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum; B. Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; C. Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade e da Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais. As Diretrizes Curriculares Nacionais apresentam os objetivos de forma geral para Educação Infantil, é no projeto pedagógico de cada instituição de ensino que serão contemplados os níveis e objetivos dos conteúdos que possibilitarão uma formação integral destes educandos. No RCNEI, a parte que trata do movimento está no volume 3. Este subeixo fala diretamente da nossa área, isto não quer dizer que o restante não nos importa, não é isto, apenas estamos destacando os conteúdos específicos da Educação Física e não podemos relegar os outros conhecimentos fundamentais para a nossa formação enquanto professores que tal documento trata. Neste documento para a Educação Infantil não é mencionada a Educação Física, apresenta-se o movimento e somos sabedores que este movimentar culturalmente construído é o objeto de estudo desta área. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 15 O RCNEI apresenta que o movimento é inato no ser humano; relata que a criança, já ao nascer, apresenta movimento, sendo assim o professor de Educação Física não irá ensinar o movimento para seus estudantes como muitos acreditam, mas sim possibilitar aos estudantes a compreensão deste movimentar, mesmo nos diferentes níveis de desenvolvimento em que se encontram as crianças da Educação Infantil. Sobre esta temática o documento é muito claro ao fazer uma dura crítica à imobilidade e contenção que as crianças são submetidas neste nível de escolarização. Assim, podemos verificar que o movimento que o ser humano realiza não é uma ação qualquer, segundo Fogaça Júnior (2009, p. 58), “o pensamento lógico- matemático, na sua relação com o mundo físico, [...] é uma assimilação do real a esquemas operatórios, que vão dando lugar a construções dedutivas. Entretanto, essas construções dedutivas que se formaram dos esquemas operatórios têm sua gênese na experiência”. Segundo o autor, o princípio, o início de qualquer articulação de pensamento tem sua origem na experiência. Cabe aqui ressaltar que a experiência para este é ação, uma ação organizada que vai se sistematizando durante a vida do sujeito. Sendo assim, experiência aqui não é uma ação desvinculada de uma tomada de consciência mesmo que esta ocorra em atos. Esta compreensão do movimento que o ser humano realiza está contida no RCNEI, e vai além da ação, pois também mostra neste subeixo a criança e o movimento do seu primeiro ano de vida até os seis anos. Apresenta também objetivos considerando as fases de desenvolvimento das crianças até os seis anos de idade; e como exemplificação expõe dois conteúdos: expressividade e equilíbrio e coordenação. Importante ressaltar que o conceito de conteúdo está explicado no volume 1, com estes dois conteúdos são apresentadas orientações didáticas, orientações gerais para o professor; organização do tempo; observação, registro e avaliação formativa, avaliação esta que procura saber sobre o processo de aprendizagem realizado pelo indivíduo de um determinado conteúdo. O movimento para a criança pequena significa muito mais do que mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço. A criança se expressa e se comunica por meio dos gestos e das mímicas faciais e interage utilizando fortemente o apoio do corpo. A dimensão corporal integra- se ao conjunto da atividade da criança. O ato motor faz-se presente em suas funções expressiva, instrumentalou de sustentação às posturas e aos gestos (BRASIL, 1998, p. 18). Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 16 Estruturação apresentada no RCNEI sobre o movimento, acesse o site: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf>. Este documento oficial ressalta a importância do movimento na construção da realidade pelo sujeito, dito de outra maneira, o movimento é que possibilita ao indivíduo agir e esta ação possibilita a ele o desenvolvimento de sua cognição, avançando para o pensamento cada vez mais elaborado, e tal tipo de pensamento permite interiorizar a ação. No início do desenvolvimento, o sujeito age no mundo para depois fazer a verificação de sua ação, se houve êxito ou não de sua experiência. Ao atingir formas mais complexas de pensamento e de compreensão de sua realidade, o que ele antes fazia motoramente vai passando, paulatinamente, para uma ação refletida, pensada, interiorizada, com isto sua ação no mundo passa a ser mais causal e não casual. Antes de realizar uma ação, o sujeito busca em seus esquemas de ação o mais adequado para aquela situação específica e, depois, aplica a esta situação. Como já foi dito, antes executava e verificava o resultado; agora, o sujeito já é capaz de imaginar o resultado em pensamento e também em pensamento escolher o melhor esquema de ação para aquela determinada situação. O ganho é extremamente significativo, pois em pensamento o indivíduo pede fazer várias hipóteses em um tempo muito mais curto do que a de tentativa e erro, agora este sujeito é muito mais poderoso para agir no mundo e com isto cada vez mais a sua ação vai se sistematizando e crescendo em formas de agir. Vemos, então, a importância da ação para a criança, lembrando que não é uma ação qualquer. O RCNEI apresenta esta posição para as aulas de Educação Física para a Educação Infantil. Não basta uma aula repleta de jogos que para um espectador menos avisado possa parecer uma aula interessante e que as crianças gostam; uma aula deve ter muito claro em sua estruturação o conteúdo, o objetivo que é derivado deste conteúdo, a estratégia de ação para atingir o objetivo traçado pelo docente e também a avaliação para saber se o objetivo foi atingido. Sendo assim, não basta fazer as crianças se movimentarem nesta aula, elas devem ser levadas a tomarem consciência da ação que estão realizando, lembrando que esta tomada de consciência nas crianças mais novas se realiza em ato, a tomada de consciência significativa somente ocorrerá com o pensamento reflexivo. O docente deve ser sabedor de como ocorre o desenvolvimento do sujeito, de como ele vai construindo o seu mundo ao agir sobre ele. Sendo assim, o professor de Educação Física não deve voltar a sua ação para a procura de melhora da coordenação Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 17 motora das crianças, por exemplo, mas sim possibilitar que elas compreendam de que tipo de ações elas precisaram para resolver uma determinada tarefa e que estas ações podem não ser suficientes para uma tarefa similar, porém com diferenças. O desenvolvimento no sentido de aprimoramento de uma capacidade física ocorrerá na mesma proporção que o sujeito experimentar mais esta capacidade física, mas nas aulas de Educação Física o foco principal e o conhecimento de seus conteúdos e a relação que tais conteúdos possuem a realidade que os sujeitos vivem. O destaque aqui da questão do movimento está para a Educação Infantil, mas é importante lembrar que isto ocorrerá por toda a vida do sujeito, lembrando que todo sujeito lançará mão dos esquemas que possui e, quanto maior for seu acervo de esquemas de ação, mais rapidamente ele pode dar conta de uma ação nova. Exemplificando: digamos que você sabe dirigir e não tem problemas com a direção de carro e em um determinado dia vai visitar um amigo em uma fazenda. Chegando lá, o seu amigo pede um favor. Ele te solicita que você leve um trator para ele até a fazenda vizinha (considerando que você nunca dirigiu um trator e nem observou alguém dirigindo) e que ele vai à frente com o carro para resolver um problema e te deixa sozinho com a chave do trator na mão. Você está diante de uma situação inédita, o processo que uma criança realiza diante de uma situação nova você também irá fazer, porém com uma diferença, você utilizará da construção de hipóteses e aplicará a melhor solução por você pensada, isto não quer dizer que terá êxito já de início. Todos os esquemas que você possui para dirigir um carro não podem ser aplicados em sua totalidade para dirigir um trator, mas grande parte sim e são estes esquemas que irá aplicar antes de agir. Irá ver onde liga, se tem embreagem, o freio e como ele funciona, as marchas (possivelmente irá mudar as marchas com o trator desligado para ter certeza que consegue trocá-las), depois disto é que irá ligar o veículo. Certamente, ainda haverá situações de tentativa e erro nesta ação, mas como é uma situação inédita isto ocorre, assim como ocorre com as crianças, e logo estará dirigindo e chegando até o local combinado, não com a mesma tranquilidade se fosse com o carro, mas conseguiu. Certamente, se tivesse a oportunidade de experimentar mais a ação de dirigir o trator, claro que seus esquemas de ações iriam se aprimorar como qualquer ação que fazemos. Este exemplo foi para mostrar que o desenvolvimento (no sentido de compreensão e de avanço no pensamento hipotético dedutivo) ocorre durante a vida do sujeito e este processo somente acabará com a morte ou com uma patologia que impeça tal desenvolvimento; O ser humano está programado para aprender sempre e para realizar este processo de aprendizagem passa pelas mesmas fases iniciais que realizou no início de sua vida. Piaget (1896-1980) chamou este processo de invariantes funcionais, ou seja, para uma situação nova o sujeito busca os mesmos Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 18 processos de apropriação do novo conhecimento. Sobre o processo de desenvolvimento do sujeito, acesse o vídeo no Youtube no endereço a seguir: <https://www.youtube.com/ watch?v=FIeCXdoUlYk>. Este documento oficial foi construído a partir de um modelo de educação adotado na Espanha (cabe salientar que não foi um grande modelo). Em 1997, foi publicado os PCN do 1º e 2º ciclo do Ensino Fundamental (1ª à 4ª série) e, no ano seguinte, os 3º e 4º ciclos (5ª à 8ª série), fechando assim o Ensino Fundamental (esta era a composição do Ensino Fundamental). No ano de 1998, a Educação Física foi contemplada com um documento próprio. Tal documento foi criado com a intenção de servir como uma base para a organização curricular das diferentes disciplinas que compõem o Ensino Fundamental e neles está a disciplina de Educação Física. Os PCN já em seu início apresentam os objetivos para o Ensino Fundamental, assim como um organograma que indica uma forma de pensar uma estruturação de organização curricular para cada ciclo. No caso específico da Educação Física, já apresenta de começo o princípio da inclusão, da diversidade e das categorias de conteúdo. Este início já deixa clara a caracterização que será apresentada para esta disciplina, abordando as influências pelas quais passou e ainda passa em sua estruturação enquanto um componente curricular. Cabe salientar que a Educação Física ainda está se estruturando no ambiente escolar, pois ainda é relativamente nova a ação desta enquanto uma disciplina escolar que deve estar adequada à proposta pedagógica da escola. Sabedores disto, os autores deste documento apresentam algumas tendências pedagógicas. Cabe lembrar que tal texto foi escrito em 1998 e a atual LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) foi promulgada em 1996, portanto, pensar a Educação Física como foi apresentado pela lei ainda era uma novidade. Por isto as propostasque são apresentadas estão desconectadas de uma discussão sobre as teorias de aprendizagem, pois estas derivam das teorias. As tendências sugeridas são: abordagem psicomotora; abordagem construtivista; abordagem desenvolvimentista; e abordagens críticas, lembrando que neste documento elas 1.2.2 Parâmetros Curriculares Nacionais Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 19 são apresentas, mas anunciam que existem mais. Anunciamos antes que as teorias de aprendizagem é que determinam o modo de pensar das abordagens e isto deve ser considerado, pois a lei diz que a Educação Física deve estar adequada à proposta pedagógica da escola. Como saber qual a proposta pedagógica da escola? Toda escola necessariamente deve possuir o seu projeto político pedagógico, no qual deve estar apresentada de forma muito clara e justificada qual a proposta e se esta deriva de uma teoria de aprendizagem, seja apriorismo, empirismo ou construtivismo. É bom ressaltar que no projeto político pedagógico também é apresentado o currículo e este é composto pelas disciplinas (componentes curriculares). Cada uma das disciplinas de uma determinada escola é que fazem o currículo, e cada um destes componentes curriculares possui o seu saber específico para cada ano de ensino que tal escola possui. Neste está todo o conteúdo que será ensinado em cada ano, assim como a forma de avaliação, que deve estar adequada à proposta pedagógica da escola. Os PCN apresentam algumas abordagens, o professor que for utilizar este documento como uma base de estruturação curricular deve ser conhecedor das teorias de aprendizagem para assim verificar o embasamento teórico apresentado por cada uma das abordagens destacadas no documento. Na busca de apresentar uma estrutura de saberes a serem ensinados pela Educação Física no Ensino Fundamental, os PCN apresentam a necessária relação entre esta disciplina e a cidadania, pois, se almejamos a construção de cidadãos conscientes e críticos, tal abordagem deve ser considerada em todos os conteúdos. Outro aspecto muito importante é a mídia e cultura corporal de movimento. Para exemplificar a importância deste tópico, vamos ressaltar a questão da saúde. Assistimos aos programas de TV específicos para este tema, assim como repetidas reportagens sobre este mesmo assunto. Não podemos negar que a população está preocupada com esta questão, mas diante disto nos cabe um questionamento: a população tem conhecimento para adotar comportamentos que visam à melhora da saúde? É fácil constatar nas cidades a preocupação da população, geralmente de manhã e no final da tarde vemos muitas pessoas caminhando e correndo pelos parques, praças e ruas menos movimentadas. Mas estas pessoas têm conhecimento para realizar uma ação de caminhada de acordo com a sua capacidade aeróbica? Sabem fazer um cálculo de porcentagem aeróbico? Sabem qual é o seu limiar aeróbico? Tem conhecimento de que tipo de roupa utilizar para uma atividade aeróbica? Por que a atividade aeróbica é a mais indicada para a promoção da saúde? Conhecem o seu tipo de pisada e formato de pé? O tênis que estão utilizando é adequado para o Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 20 seu tipo de pisada? Somente com estes questionamentos já podemos adiantar que a maioria não possui as respostas e isto ocorre por quê? Ocorre porque não tiveram acesso a este saber, principalmente nas aulas de Educação Física. Por esta e outras razões que a questão da mídia deve ser um assunto a ser estudado e discutido em aulas, e apresentamos somente um exemplo dos muitos que existem. As pessoas que foram convidadas para escrever este documento tiveram a preocupação de colocar para a Educação Física a preocupação com a mídia e seus desdobramentos, assim como os temas transversais. Tais temas abordam questões específicas que, como o próprio nome diz, perpassam pelos conteúdos a serem ensinados. Não vamos entrar em detalhes sobre cada um dos temas, apenas iremos citá-los para que vocês saibam quais são e busquem saber mais sobre eles no próprio documento. Os temas transversais são: ética; saúde; pluralidade cultural; meio ambiente; orientação sexual; trabalho e consumo. Tais temas são de suma importância na formação do sujeito, vejamos como exemplo o tema ética. Este assunto está relacionado com a formação moral do sujeito, hoje em dia não só no ambiente escolar vemos a questão da indisciplina como um problema social muito sério. A ética é um ramo da filosofia que questiona e discute sobre a moral, assim vemos que esta temática deve ser assunto a ser estudado e apreendido pelos alunos, mas antes deve ser compreendido em toda a sua essência pelos educadores. Outro aspecto muito interessante e importante neste documento é a preocupação com a formação docente, pois aborda a temática Aprender e Ensinar Educação Física no Ensino Fundamental. O docente, ao ensinar nesta disciplina, não pode mais fazer o que foi feito com ele enquanto aluno da Educação Básica, hoje esta disciplina é uma área de conhecimento e como tal deve, necessariamente, possibilitar aos educandos uma efetiva compreensão da realidade de tal modo que estes possam agir adequadamente nela. Nesta parte dos PCN que aborda a questão do ensino e aprendizagem são apresentados três tópicos em forma de pergunta: O que ensinar? Para quem ensinar? Como ensinar? Como podemos ver são requisitos básicos para um docente. O que ensinar? Para responder a esta questão, o docente deve saber quais conhecimentos são específicos de sua disciplina e ainda como sistematizá-los nos anos da Educação Básica; em outras palavras, além de saber sobre os conteúdos Sobre o que é ética e desenvolvimento moral, acesse o vídeo no Youtube: <https://www.youtube.com/watch?v=rGcLCrysGTg>. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 21 Lembrando que no início de nossa reflexão sobre os PCN apontamos que este documento se inspirou em um modelo de educação estruturado pela Espanha e que este não era um bom modelo. Certamente, vocês encontrarão muitas críticas sobre este documento, mas mesmo não o utilizando como inspiração outro modelo educacional, ele representou um avanço, principalmente para a disciplina de Educação Física. Sempre falo para os estudantes do curso de Educação Física (habilitação em Licenciatura): se tiverem dificuldades de como estruturar os conhecimentos desta disciplina na escola, utilizem os PCN. Depois, aprofundem seus conhecimentos e com esta base passem a pesquisar e conhecer o que outros autores apresentam para esta área de conhecimento. deve saber organizá-los no currículo. Para quem ensinar? Assim como é necessário saber sobre os conteúdos, também o é com relação aos educandos. Conhecer o que as diversas gerações que compõem a Educação Básica agem, pensam, assistem, discutem, suas preocupações e sua compreensão de mundo. O docente deve conhecer muito bem o desenvolvimento do sujeito e como este se relaciona com a realidade para poder ensinar adequadamente qualquer conteúdo. E por último, como ensinar? Este ponto está intimamente relacionado com os dois anteriores, o como ensinar está impregnado de didática, de conhecimento sobre o desenvolvimento humano, de conhecimento sobre educação, ética, de sociedade e de mundo. Os PCN ainda destacam o papel da avaliação e também dos objetos para o Ensino Fundamental. Estes dois fatores, principalmente a avaliação, está relacionada com a proposta pedagógica da escola. Se a escola se pauta em uma teoria empirista, a forma de avaliar se diferencia de uma escola que se apoia nos pressupostos construtivistas. Este documento também apresenta os blocos de conhecimento, nestes os conteúdos que possuem proximidade foram agregados para que fosse facilitado para o docente fazer a organização e sistematização dos conteúdos.Os PCN apresentam três blocos de conhecimento para o Ensino Fundamental, lembrando que deve ser considerado o nível de desenvolvimento dos estudantes assim como as diferenças individuais no momento de realizar a sistematização dos conteúdos de cada bloco de conhecimento. Tais blocos de conhecimento necessariamente devem se articular considerando a especificidade de cada conteúdo. Fonte: Brasil (1997, p. 68) Quadro 1.1 | Conhecimentos para o ensino fundamental Esportes, jogos, lutas e ginásticas Atividades rítmicas e expressivas Conhecimentos sobre o corpo Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 22 Sobre os PCN, acesse o site: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf>. Ainda nesta mesma seção gostaríamos de apresentar mais duas obras que pensaram na disciplina de Educação Física como uma área de conhecimento e que apresentam uma estruturação de organização curricular. A primeira obra é Metodologia do Ensino de Educação Física (1992) e a segunda é Educação Física e a Organização Curricular (2010); estas duas obras foram escritas por grupos de professores que se preocuparam em organizar os saberes da Educação Física no contexto escolar e esta última os autores, além de apresentar uma organização curricular, também apresenta uma proposta de sistematização dos conteúdos. Esta obra teve um relevante impacto para a disciplina de Educação Física, principalmente pelo momento histórico. Foi lançada em 1992, antes da atual LDBEN/96, portanto, ainda dentro de uma concepção de Educação Física enquanto uma área de atividades e que a abordagem tecnicista vigorava com muita força, trazendo para as aulas quase que exclusivamente o esporte como conteúdo. Cabe ressaltar que esta perspectiva de Educação Física ainda está presente em nossas escolas. Os autores, em seu primeiro capítulo intitulado A Educação Física no Currículo Escolar: Desenvolvimento da Aptidão Física ou Reflexão sobre a Cultura Corporal, já apresentam uma ruptura com a forma de pensar esta disciplina escolar, pois já de início apresentam esta disciplina no âmbito das abordagens pedagógicas, apresentando a preocupação com o ensino de um conhecimento e não de formação de atletas. Neste início da obra, já há uma reflexão sobre o projeto político pedagógico, discussão sobre currículo ampliado, currículo e conhecimento e preocupação com os ciclos ou níveis de escolarização. Para fundamentar a discussão sobre o papel da Educação Física na escola, foi necessária uma quebra de paradigma, pois tratar dos assuntos postos acima em uma perspectiva tecnicista não iriam conseguir avançar, para tanto usaram como base a Cultura Corporal, pois para os autores: 1.2.3 Metodologia do Ensino de Educação Física Na perspectiva da reflexão sobre a cultura corporal, a dinâmica curricular, no âmbito da Educação Física, tem características bem diferenciadas das da tendência anterior. Busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 23 Podemos, então, verificar que a terminologia Cultura Corporal se refere ao homem e não ao corpo, mas esse não é o principal assunto, o principal é a grande contribuição que os atores fizeram para o início de um pensamento mais aprofundado sobre o papel e a função social da Educação Física enquanto um componente curricular na Educação Básica. No segundo capítulo desta obra, os autores apresentam a questão histórica da Educação Física, que jamais deve ser esquecida, e a partir desta questionam o Vemos que os autores partiram da expressão corporal, que possui manifestações culturalmente construídas ao longo da história da humanidade. Cabe ressaltar que a terminologia Cultura Corporal nos dias de hoje sofre várias críticas, pois alegam que quem faz a cultura é o humano e não o corpo. A interpretação que temos ao ler esta obra é que os autores têm a consciência que é o homem que faz a cultura, porém não está explicitado em palavras, mas sim subjacente ao pensamento deles. Quando nos deparamos com uma obra que teve o empenho de apresentar a Educação Física enquanto uma disciplina escolar que deve estar atrelada com a proposta pedagógica da escola e com uma construção curricular própria, não há como negar o ineditismo e avanço de seu tempo. Hoje, esta posição da Educação Física está posta, inclusive, por força de lei. Para que fique claro que o pensamento dos autores sobre a questão da Cultura Corporal transcende o corpo e caminha na direção do homem em sua totalidade e este que é capaz de criar uma cultura, os autores nos apresentam o seguinte: do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas (SOARES et al., 1992, p. 38). Nessa perspectiva da reflexão da cultura corporal, a expressão corporal é uma linguagem, um conhecimento universal, patrimônio da humanidade que igualmente precisa ser transmitido e assimilado pelos alunos na escola. A sua ausência impede que o homem e a realidade sejam entendidos dentro de uma visão de totalidade. Como compreender a realidade natural e social, complexa e contraditória, sem uma reflexão sobre a cultura corporal humana? (SOARES et al., 1992, p. 42). Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 24 papel que esta deve ter no contexto escolar. Lembrando que esta reflexão ocorreu antes da promulgação da atual LDBEN e também da Resolução nº 2 da Câmara de Educação Básica, que apresenta a Educação Física como área de conhecimento. Este capítulo serviu quase de introdução para o tema central da obra que aparece no terceiro capítulo, que é Metodologia do Ensino da Educação Física: a Questão da Organização do Conhecimento e sua Abordagem Metodológica. Temos anunciado ao longo do texto, nas análises realizadas, a importância de uma organização curricular. Aqui, os autores, além de apresentar uma organização, também apresentam uma metodologia de ensino e de forma muito clara anunciam sua posição crítica na postura pedagógica. Neste momento fica muito clara a preocupação de ordenação dos saberes que são específicos deste componente curricular, sobre isto os autores relatam que: Neste momento que os autores organizam os saberes em eixos, a saber: jogo, esporte, ginástica e dança. Nestes eixos estão concentrados os conteúdos que possuem uma proximidade em seu saber. Além de apresentar os eixos, os autores também apresentam uma possibilidade de sistematização de conteúdos para a Educação Infantil, Fundamental e Médio. Apresentaremos a seguir como foi pensada pelos autores esta sistematização dos saberes ao longo da Educação Básica. Estaremos citando apenas um eixo, para que possam verificar no programa idealizado e também na crescente complexidade dos conteúdos do mesmo eixo. Como exemplo, citaremos apenas o eixo jogos. Em tempo, vale ressaltar que a nomenclatura utilizada para os níveis de ensino é de antes da atual LDBEN. Segue a sistematização apresenta por Soares et al. (1992, p. 67-70): O Jogo no Ciclo de Educação Infantil (Pré-Escolar) e no Ciclo de Organização da Identificação da Realidade (1ª a 3ª séries do Ensino Fundamental) Estruturar um programa de Educação Física ou de outra disciplina e selecionar os seus conteúdos é um problema metodológico básico, uma vez que, quando se aponta o conhecimento e os métodos para sua assimilação, se evidencia a natureza do pensamento teórico que se pretende desenvolver nos alunos. Podemos dizer que o programa é o pilar da disciplina e que seus elementos principais são: 1) o conhecimento de que trataa disciplina, sistematizado e distribuído, que geralmente se denomina de conteúdos de ensino; 2) o tempo pedagogicamente necessário para o processo de apropriação do conhecimento; e 3) os procedimentos didático-metodológicos para ensiná-lo (SOARES et al., 1992, p. 61). Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 25 a) Jogos cujo conteúdo implique o reconhecimento de si mesmo e das próprias possibilidades de ação. b) Jogos cujo conteúdo implique reconhecimento das propriedades externas dos materiais/objetos para jogar, sejam eles do ambiente natural ou construídos pelo homem. c) Jogos cujo conteúdo implique a identificação das possibilidades de ação com os materiais/objetos e das relações destes com a natureza. d) Jogos cujo conteúdo implique a inter-relação do pensamento sobre uma ação com a imagem e a conceituação verbal dela, como forma de facilitar o sucesso da ação e da comunicação. e) Jogos cujo conteúdo implique inter-relações com as outras matérias de ensino. f) Jogos cujo conteúdo implique relações sociais: criança-família, criança-crianças, criança-professor, criança-adultos. g) Jogos cujo conteúdo implique a vida de trabalho do homem, da própria comunidade, das diversas regiões do país, de outros países. h) Jogos cujo conteúdo implique o sentido da convivência com o coletivo, das suas regras e dos valores que estas envolvem. i) Jogos cujo conteúdo implique auto-organização. j) Jogos cujo conteúdo implique a autoavaliação e a avaliação coletiva das próprias atividades. k) Jogos cujo conteúdo implique a elaboração de brinquedos, tanto para jogar em grupo como para jogar sozinho. O Jogo no Ciclo de Iniciação à Sistematização do Conhecimento (4ª a 6ª séries do Ensino Fundamental) a) Jogos cujo conteúdo implique jogar tecnicamente e empregar o pensamento tático. b) Jogos cujo conteúdo implique o desenvolvimento da capacidade de organizar os próprios jogos e decidir suas regras, entendendo-as e aceitando-as como exigência do coletivo. O Jogo no Ciclo de Ampliação da Sistematização do Conhecimento (7ª à 8ª Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 26 séries do Ensino Fundamental) a) Jogos cujo conteúdo implique a organização técnico-tática e o julgamento de valores na arbitragem deles. b) Jogos cujo conteúdo implique a necessidade do treinamento e da avaliação individual e do grupo para jogar bem tanto técnica quanto taticamente. c) Jogos cujo conteúdo implique a decisão de níveis de sucesso. O Jogo no Ciclo de Sistematização do Conhecimento (1ª à 3ª séries do Ensino Médio) a) Jogos cujo conteúdo implique o conhecimento sistematizado e aprofundado de técnicas e táticas, bem como da arbitragem deles. b) Jogos cujo conteúdo implique o conhecimento sistematizado e aprofundado sobre o desenvolvimento/treinamento da capacidade geral e específica de jogar. c) Jogos cujo conteúdo propicie a prática organizada conjuntamente entre escola/ comunidade. Esta proposta de sistematização não está fechada, fica muito claro na fala dos autores que apresentam uma possibilidade e que cada docente pode, a partir desta estruturação inicial, sistematizar os conhecimentos de acordo com a sua realidade, inclusive abordando outros conteúdos, assim como o enfoque dado a cada um deles. Esta forma de organizar os saberes na Educação Básica é realizada com todos os eixos. Além da sistematização, o docente também deve se atentar com o plano de cada unidade de aula. Todo docente deve ser sabedor que um plano de aula tem uma hierarquia de estrutura, cada item de um plano de aula deve seguir a hierarquia. Primeiramente, o docente deve ter muito claro o eixo de conhecimento (no caso de se apoiar em Soares et al (1992), se for nos PCN (1997), serão núcleos de conhecimento). Após elencar o eixo, deve-se ser pensar no conteúdo, este deriva do eixo, após o objetivo. O objetivo é uma parte do conteúdo, todo conteúdo é muito amplo e não será possível tratar de todo ele e suas dimensões em uma unidade de aula, por esta razão que deve ser elencada uma parte deste conteúdo. Após ter o objetivo, o docente deverá organizar uma atividade ou procedimento metodológico para que possa atingir o objetivo proposto, depois deve ter, necessariamente, a avaliação. A avaliação é para o docente saber se o objetivo foi alcançado e para tanto pode ser utilizado os Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 27 diversos instrumentos para este processo avaliativo, e por fim os materiais que serão utilizados nesta unidade de aula. Para melhor ilustrar o que seja uma estrutura de um plano de aula, vamos apresentar um exemplo: Nível de Ensino: Fundamental 1º ano. Eixo: Jogos. Conteúdo: Jogo de Amarelinha (Maré, Macaca, Chinela, entre outros nomes). Objetivo: Possibilitar aos alunos a experimentação e reflexão sobre a forma de dois tipos diferentes de campo de amarelinha, assim como das regras propostas inicialmente. Estratégia: Apresentar aos estudantes dois tipos de campo de jogo já estruturados e com as regras definidas. Replicar estes campos para que a maior parte da turma tenha acesso rápido para o jogo. Apresentar as regras de cada campo e pedir que formem duplas e escolham os campos de jogos; após algum tempo de experimentação, fazer a troca de campo. Depois de experimentarem as duas situações de jogo, reunir a turma para reflexão da ação realizada. Qual formato de campo foi mais fácil realizar o jogo? Por que este campo foi mais fácil? No momento do jogo, qual campo apresentou mais dificuldade para jogar a pedra na casa? As regras apresentadas poderiam ser melhoradas para que o jogo fluísse melhor? Quais modificações podem ser realizadas? Experimentar novamente com as modificações de regras e fazer nova discussão se houve melhora e quais foram percebidas. Avaliação: Esta deve ser realizada em todas as aulas, pois permite aos estudantes apresentar o nível de compreensão, de aprendizagem. O docente poderá saber se o objetivo por ele elencado foi atingido integralmente ou parcialmente, apresentará para o docente se há necessidade de outra unidade de aula para atingir o objetivo proposto ou já pode avançar na complexidade do conteúdo com outro objetivo. Os instrumentos avaliativos podem ser variados: de forma oral, desenho, resenha, relatório, questionário, entre outros. Material: Giz branco, pedaços pequenos de madeira para servirem de pedras de lançamento. Tarefa para próxima aula: Esta parte de tarefa não aparece em todo plano, somente quando o docente tem a necessidade de uma pesquisa ou ampliação do estudo do conteúdo. Neste caso, será solicitado aos estudantes que entrevistem a pessoa mais velha que conhecem – pode ser a vó, vizinho, amigo, qualquer pessoa – e perguntem a idade e, se quando esta pessoa era criança, ela brincou de amarelinha; Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 28 se sim, como era o desenho do campo de jogo e a regra que utilizava (pedir para a pessoa desenhar em um papel o campo de jogo). Trazer para a próxima aula esta pesquisa. Se as crianças ainda não são alfabetizadas, a pesquisa pode ser feita por entrevista e nas aulas elas fazem a narrativa da entrevista. O professor irá montar, junto aos educandos, uma linha do tempo do jogo da amarelinha. Colocar o jogo da pessoa mais velha encontrada pela turma e ir fazendo a linha em ordem decrescente. Possibilitar que a turma experimente os jogos pesquisados, assim como a regra, e apresentem sugestões de mudanças. Dividir a turma em grupos e pedir aos grupos que criem o seu próprio campo de jogo com suas regras específicas, fazer a experimentação com a turma e refletir sobre o jogo e as regras com as sugestões, após colocar na linha do tempo o jogo da turma. Propor para a turma uma semana de oficina notempo do intervalo (solicitar junto à direção nesta semana um acréscimo de 10 minutos de intervalo, por exemplo). Nesta semana, a turma se organizará em grupos que, após a merenda, estarão ensinando para a escola alguns tipos de jogo de amarelinha e também ouvindo os participantes se possuem alguma sugestão de regra. Este exemplo, ainda que de forma sucinta, nos permite verificar o quanto um conteúdo pode avançar e possibilitar aos educandos uma maior compreensão dos conhecimentos culturalmente construídos e também serem sabedores que eles também podem contribuir na construção e reelaboração de tais conhecimentos. Uma aula deve ter, necessariamente, um planejamento prévio e uma sistematização dos conteúdos para que possam avançar em profundidade e ampliação da compreensão da realidade em que vivem estes sujeitos. O livro Metodologia do Ensino de Educação Física está disponível na íntegra na internet. Acesse: <https://lepelufal.files.wordpress.com/2010/11/metodologia-do- ensino-de-educac3a7c3a3o-fc3adsica.pdf>. Agora, faremos uma reflexão na obra de Palma et al. (2010), que também apresenta uma compreensão de Educação Física como um componente curricular, que é uma área de conhecimento. 1.2.4 Educação Física e a Organização Curricular Esta é uma obra contemporânea e se apresenta adequada às exigências das leis que regem a Educação Básica no Brasil. A construção deste livro e o conhecimento Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 29 contido nele foi fruto de experiências e estudos de um grupo de professores que, ao longo de mais de dez anos, se reuniram semanalmente para estudar assuntos ligados ao fazer docente e do conhecimento a ser ensinado nas aulas de Educação Física. Toda a sistematização apresentada foi aplicada em aulas destes professores e discutida com o grupo para ajustamentos e nova aplicação. Os autores deixam bem claro que o trabalho realizado é uma proposta e como tal pode e deve ser ajustada de acordo com a realidade de cada um, caso algum docente utilize esta bibliografia como referência. Além da preocupação com os saberes curriculares da disciplina de Educação Física, a questão da sistematização de tais conhecimentos foi o foco. Hoje, existem vários trabalhos que apontam os conhecimentos que são específicos de tal disciplina, porém, ainda não havia sido feito o passo a passo de como organizá-los e sistematizá-los. Para apresentar os conhecimentos a serem ensinados na disciplina de Educação Física, há a necessidade de conhecimento sobre sociedade, o que é conhecimento e também de currículo. O currículo deve ser organizado de acordo com a realidade social e cultural na qual a escola está inserida, além deste tópico é necessário um aprofundamento de conhecimento por parte do docente sobre o que é educação, de forma geral, e não particularizada por disciplina, e o que vem ser escola e qual o seu papel social. A partir deste conhecimento inicial, os autores apresentam a Educação Física como um componente curricular e qual é o papel de um componente que faz parte de um currículo na escola. Com isto, a questão para a organização e sistematização dos saberes específicos desta disciplina são discutidos e organizados a partir dos objetivos dos núcleos de conhecimento. Apresentamos a seguir os objetivos para os núcleos da Educação Infantil. Da mesma forma que os PCN concentraram os conhecimentos próximos e denominaram de blocos de conhecimento de eixos (SOARES et al., 1992). Palma et al (2010) apresentam os núcleos de conhecimento utilizando a mesma lógica de concentração de conteúdos. Quadro 1.2 | Objetivos do docente propostos para a Educação Infantil Núcleos Objetivos da Educação Infantil O movimento e a corporeidade Organizar situações de vivências corporais e estudos que possibilitem experiências motoras em constantes interações com objetos e pessoas. O movimento e os jogos Possibilitar a vivencia de manifestações lúdicas como integrantes da cultura motora, contribuindo para o processo de construção da motricidade. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 30 Fonte: Palma et al. (2010, p. 61) Fonte: Palma et al. (2010, p. 67) O movimento em expressão e ritmo Promover a experiência do movimento rítmico como forma de expressão corporal e de representação social, valorizando-o em diversas manifestações culturais. O movimento e a saúde Quando insetos mordem a pele; não se deve retirar os ferrões, e o local deve ser desinfetado com álcool ou antisséptico; pode aplicar gelo no local. Para a Educação Infantil, os autores organizaram quatro núcleos com objetivos distintos. A partir destes e tendo o movimento culturalmente construído como base, foi organizada uma sistematização de cada núcleo e tal distribuição dos conteúdos se repete com os educandos de quatro e cinco anos. Para eles, o motivo desta repetição é o processo de aprendizagem que ocorre nesta fase de desenvolvimento dos sujeitos e também não é uma repetição tal qual o ano anterior, os conteúdos são os mesmos, mas a complexidade é aumentada. Apresentamos na sequência o quadro do núcleo do movimento e da saúde somente, os demais núcleos seguem a mesma lógica de distribuição. Quadro 1.3 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde O MOVIMENTO E A SAÚDE Tema Subtema Assunto Exemplos A p ti d ão f ís ic a, s aú d e e q u al id ad e d e vi d a. Hábitos Higiênicos Cuidados com as mãos Importância da higiene com as mãos (água e sabão; álcool gel); prevenção da gripe H1N1 e outras doenças transmissíveis; cuidado com as unhas. Prática de atividade física e adequação de vestuário e calçados Tênis adequado para não torcer o pé (tamancos, sandálias e chinelos facilitam a ocorrência de lesão); o problema das saias e da calça jeans na prática das atividades físicas. Hábitos Alimentares Alimentação saudável Não comer doces e massas exageradas; comer frutas, legumes e verduras; número de refeições adequadas; consumo de água e leite. So co rr o s d e u rg ên ci a Condições internas no organismo Hemorragia nasal Sangramento devido o rompimento dos vasos sanguíneos do nariz, por causa do calor ou de uma pancada no local; deve-se sentar colocando a cabeça para trás, comprimindo o nariz, abaixo da cartilagem, por alguns segundos e colocar compressa fria no local. Condições externas do organismo Picadas Quando insetos mordem a pele; não se deve retirar os ferrões, e o local deve ser desinfetado com álcool ou antisséptico; pode aplicar gelo no local. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 31 Fonte: Palma et al. (2010, p. 74) Quando estamos analisando a proposta de Soares et al. (1992), apresentamos a necessidade de um plano de aula para cada unidade de aula, assim como uma estrutura hierárquica dos componentes de um plano de aula. Com esta sistematização de Palma et al. (2010), já podemos verificar que fica mais facilitado para o docente organizar o seu plano de aula de unidade, pois já tem o desmembramento do conteúdo até chegar em exemplos dos assuntos, que no caso possui o mesmo significado que objetivo em um plano de aula. Apresentaremos agora os objetivos pensados para o primeiro e segundo ciclo do Ensino Fundamental, lembrando que são objetivos gerais para os núcleos e não objetivo de um determinado conteúdo. A partir dos objetivos gerais dos núcleos de conhecimento é que foram organizados os conteúdos e sistematizados ao longo do 1º e 2º ciclo do Ensino Fundamental, lembrando que isto foi feito para todo o Ensino Fundamental e Médio. Apresentaremos como os autores pensaram uma proposta para o núcleo o movimento e a saúde até o 4º ano do Ensino Fundamental para que vocês possam verificar o avanço dos conteúdos, assim como a sua complexidade ao ser sistematizado.Todos os núcleos de conhecimento receberam o mesmo tratamento, cabe salientar que dependendo do núcleo abordado o volume de conteúdo ali concentrado é maior do que em outro, mas esta forma de pensar a organização curricular favorece e muito o trabalho do docente no momento de montar o seu plano de ensino, lembrando que tal plano deve constar no currículo da disciplina e está no projeto político pedagógico da escola. Quadro 1.4 | Objetivos do docente propostos para o Ensino Fundamental Núcleos Objetivos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental O movimento e a corporeidade Organizar situações de vivências corporais e estudos que possibi- litem a compreensão de ser um corpo em movimento e em con- stantes interações com objetos e pessoas. O movimento e os jogos Favorecer o estudo e a vivencia de manifestações lúdicas como integrantes da cultura motora, contribuindo para o processo de construção da motricidade. O movimento e o Esporte Favorecer o estudo e a vivência de manifestações esportivas como integrantes da cultura motora, contribuindo no processo de con- strução da motricidade. O movimento em expressão e ritmo Promover a experiência do movimento rítmico como forma de expressão corporal e de representação social, valorizando-o em diversas manifestações culturais. O movimento e a saúde Possibilitar situações que promovam a compreensão dos aspectos relacionados à higiene e à saúde, destacando os benefícios que esses conhecimentos e atitudes podem trazer para a melhoria das ações cotidianas e espontâneas. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 32 Apresentaremos, então, como os autores fizeram a proposta para o 1º ano do Ensino Fundamental. Os temas e subtemas, assim como os assuntos aqui apresentados, representam conhecimentos específicos do núcleo o movimento e a saúde. Alguns poderão perguntar: E os outros núcleos, como ficam? Eles também serão ensinados? Certamente que sim, todos os núcleos deverão ser ensinados neste ano do Ensino Fundamental. Outra questão que poderá ser feita: e se no cotidiano das aulas o docente verificar que a aprendizagem de um determinado assunto necessita de mais unidades de aulas, como fica o tempo para conseguir atingir todos os assuntos de todos os níveis de conhecimento? Sempre pergunto para os estudantes do curso de Educação Física (habilitação em Quadro 1.5 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde O MOVIMENTO E A SAÚDE Tema Subtema Assunto Exemplos p ti d ão f ís ic a, s aú d e e q u al id ad e d e vi d a Composição corporal Definição de peso corporal e altura Peso é uma medida corporal do conjunto de ossos, líquidos, músculos, gorduras e outros tecidos; altura é a medida do comprimento da pessoa do pé à cabeça. Hábitos higiênicos Cuidados com o suor Sudorese ocorre em função da regulação térmica do organismo. É a secreção de cloreto de sódio e ureia em solução pelas glândulas sudoríparas. A quantidade de suor depende das condições climáticas, do esforço físico, dos fatores genéticos e de reação orgânica a uma infecção (febre). Hábitos alimentares Alimentação balanceada A dieta alimentar deve ser variada e de acordo com as necessidades diárias de gasto energético. Não encontramos em um único alimento os nutrientes que necessitamos. Uma dieta alimentar deve possuir 5 grandes grupos de alimentos diferentes (gorduras, óleos e açúcares – laticínios e carnes – vegetais – frutas – cereais. Exercício físico e ingestão de alimentos e líquidos Não ingerir alimentos “pesados” (carboidratos e gorduras em grandes quantidades) pouco tempo antes da atividade física; água deve ser ingerida antes, durante e depois do exercício físico, conforme a necessidade do praticante. Hábitos posturais Posturas adequadas Postura adequada está relacionada à posição corporal do indivíduo (sentado, em pé, deitado). Está relacionada à estatura, tamanho segmentar, peso e utilização de objetos (cadeira, cama, sapato, sandália, tênis, mochila, computador, carro, entre outros). A ergonomia é a área que estuda principalmente os efeitos da postura relacionada a saúde. So co rr o s d e u rg ên ci a Condições internas no organismo Batidas na cabeça Devido a quedas, trombadas entre pessoas ou objetos, a cabeça sofre uma agressão; deve ser colocar gelo sobre o local e não se deve deixar a criança dormir. Fonte: Palma et al. (2010, p. 83) Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 33 Neste núcleo de conhecimento em relação ao ano anterior podemos constatar que houve uma redução do número de conteúdos a serem ensinados, mas fica claro o aumento da complexidade, pois os estudantes já possuem uma base de conhecimento que permite ao docente fazer o aprofundamento dos saberes. Com relação ao número menor de conteúdos, isto ocorre porque os outros núcleos de conhecimento tiverem neste ano do Ensino Fundamental um aumento de conteúdos a serem ensinados. É importante ressaltar mais uma vez que os cinco núcleos devem ser ensinados no ano e que ocorre o aumento de saberes a serem ensinados em um núcleo e com isto outro núcleo tem redução para que seja possível ensinar os Quadro 1.6 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde O MOVIMENTO E A SAÚDE Tema Subtema Assunto Exemplos So co rr o s d e u rg ên ci a Condições externas do organismo Hematomas Depósitos de sangue que fica retido no tecido e não chega a sair na pele devido a uma lesão corporal; deve-se aplicar gelo no local (de preferência colocar dentro de um plástico ou pano). Escoriações Lesões superficiais na pele (arranhões) devido ao atrito do corpo contra superfícies ásperas; deve ser feita a limpeza com água na parte ferida para tirar as sujeiras. A n at o m ia d o m o vi m en to h u m an o Sistema locomotor Função do sistema locomotor Tem a função de possibilitar que o corpo humano se movimente; ajuda na locomoção com ou sem deslocamento. Componentes do sistema locomotor Conjunto de ossos, músculos e articulações; tendões e ligamentos. Hábitos posturais Vícios posturais Conjunto de ossos, músculos e articulações; tendões e ligamentos. Fonte: Palma et al. (2010, p. 91) Licenciatura): o mais importante no seu trabalho de professor é a aprendizagem ou o fechamento do plano de ensino? Certamente que é a aprendizagem, pois com esta o sujeito passa a agir mais adequadamente no mundo, pois passa a compreendê-lo mais adequadamente. A aprendizagem é o foco do docente, se conseguiu finalizar o plano de curso ou de ensino ótimo, senão cabe ao docente fazer as adequações para o próximo ano. Lembrando que este ajuste também não é garantia que irá terminar o plano de ensino, pois os sujeitos são diferentes e também depende do conhecimento prévio que terão para cada conteúdo a ser ensinado. Por estes motivos que a importância do docente conhecer sobre os conteúdos a serem ensinados e também da sistematização ao longo da Educação Básica que irá favorecer o processo de ensino e, consequentemente, o processo de aprendizagem. Apresentaremos, agora, a sequência que os autores fizeram para o núcleo movimento e a saúde para o segundo ano do Ensino Fundamental. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 34 conteúdos com tempo nos dias letivos que a escola possui. No núcleo, o movimento e a saúde que estamos apresentando, para que fique mais claro para vocês e que possam compreender melhor a proposta apresentada; já no terceiro ano, poderão constatar que também não há um aumento significativo do número de conteúdos a serem ensinados, porém fica evidente que a complexidade deste núcleo exigirá mais tempo de estudo em cada conteúdo. Apresentaremos a seguir o que os autores organizaram para o 3º ano do Ensino Fundamental. Os assuntos apresentados nos núcleosde conhecimento apresentam uma ordem crescente dos assuntos e também no aprofundamento do conhecimento, isto ocorre porque necessariamente deve ser considerado o nível de desenvolvimento cognitivo dos estudantes. O docente deve sempre adequar o objetivo do conteúdo com o nível de aprendizagem que os educandos possuem, pois se o nível de aprofundamento for superior à capacidade de aprendizagem e relações que os Quadro 1.7 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde O MOVIMENTO E A SAÚDE Tema Subtema Assunto Exemplos A n at o m ia d o m o vi m en to h u m an o Sistema articular Caracterização do sistema articular Formado pelos pontos de contatos de um osso com o outro; tem articulações fortes e imóveis (sinartrose) e outras que são flexíveis (anfiartrose e diartrose); nas articulações temos bolsas sinoviais que ajudam a diminuir o atrito. Classificação do sistema articular Conforme a estrutura a articulação pode ser do tipo: fibrosa (ossos são unidos por tecido conjuntivo fibroso); cartilaginosa (ossos unidos por uma cartilagem); sinovial (espaço entre os ossos). A n at o m ia d o m o vi m en to h u m an o Condições internas do organismo Hábitos posturais Tontura Também chamado de vertigem, é a sensação de mal estar que pode ser causada por ambientes abafados, queda de pressão, altura elevada. Deve-se afrouxar a roupa, deitar e passar água gelada nos pulsos e nuca. Cãibra Contração involuntária dos músculos; espasmos musculares dolorosos e podem durar de segundos até minutos. Primeiro deve-se fazer alongamento na região afetada, colocar gelo no local e massagear. Torcicolo Dor intensa no pescoço que se irradia para a musculatura dorsal; causada pelo movimento brusco no pescoço ou por ficar em uma posição inadequada por muito tempo. Para tratar é preciso massagear o local, fazer compressa de água quente. Fonte: Palma et al. (2010, p. 98) Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 35 Quadro 1.8 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde O MOVIMENTO E A SAÚDE Tema Subtema Assunto Exemplos So co rr o s d e u rg ên ci a Condições internas no organismo Fratura É um tipo de lesão no qual ocorre a quebra de um osso. Pode ser fechada (quando o osso não rompe a pele) ou exposta (quando o osso perfura a pele). Deve-se tirar as roupas em contato com a lesão, imobilizar o local, fazer compressas de gelo e levar imediatamente ao médico (não se deve tentar colocar o osso no lugar). Entorse Quando ocorre um movimento brusco, geralmente com os pés e tornozelos. Pode ocorrer estiramento muscular e até ruptura dos ligamentos. É preciso colocar gelo no local, elevar o segmento lesionado e evitar movimentos e ir imediatamente para o hospital. indivíduos têm, não haverá uma aprendizagem significativa e, se o conhecimento a ser ensinado está abaixo do conhecimento que estes já possuem, perdem o interesse. O papel do docente é fazer este equilíbrio para que o interesse continue ativo e que possam fazer relação com o conhecimento que estão aprendendo com a realidade em que vivem. Apresentaremos, agora, a sistematização para o 4º ano do Ensino Fundamental no núcleo movimento e saúde. Não apresentaremos a continuidade desta sistematização até o final deste nível de ensino, pois o que queríamos mostrar é a sistematização e também a organização curricular. É importante para os estudantes em formação profissional que entendam que os saberes específicos da disciplina de Educação Física não são apresentados ao acaso, por exemplo, o professor inicia a sua semana e pensa no que vai ensinar e monta suas aulas semanais, na próxima semana monta as aulas novamente sem ter a preocupação de uma organização e continuidade dos saberes. É de suma importância o docente ter o conhecimento sobre o que ensinar, quando ensinar e porque ensinar. Para tanto, é necessário conhecer sobre os conteúdos próprios de sua disciplina e também da realidade dos educandos para poder organizar os conhecimentos que irão possibilitar a estes uma efetiva compreensão do mundo em vivem. Necessita também conhecer o desenvolvimento humano para saber adequadamente quando ensinar, este quando faz parte da complexidade do conteúdo, ou seja, saber o quanto deve aprofundar em um determinado conhecimento para que este possa ser aprendido e relacionado com a realidade vivida. O porquê ensinar e mostrar para o alunado a razão de se estudar este conteúdo e não outro, apresentar que este saber é que possibilita a estes compreender melhor o seu mundo. Apresentaremos a sistematização feita para o 4º ano do Ensino Fundamental. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 36 A ti vi d ad e fí si ca , s aú d e e q u al id ad e d e vi d a Atividade física e exercício físico Definição de atividade física Em abril de 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu estabelecer que dia 04 de abril é o dia Mundial da Atividade Física; atividade física é qualquer atividade na qual o individuo tenha gatos calóricos maiores do que em repouso. Definição de exercício físico Qualquer atividade física estruturada, planejada e repetitiva que objetiva manter ou melhorar a aptidão física. Aptidão física Importância do aquecimento corporal orgânico O aquecimento contribui na prevenção de lesões e na preparação para atividades mais intensas; o aquecimento pode ser geral (prepara todo o organismo) ou específico (específico conforme a modalidade esportiva ou o exercício físico). Importância do alongamento Ajuda no aquecimento e relaxamento dos músculos; contribui no aumento e na manutenção da flexibilidade muscular. Papel da respiração Garante a entrada (inspiração) e a saída de ar (expiração) dos pulmões, sem nenhum esforço voluntário; o estresse pode afetar a respiração; a respiração ajuda a diminuir a tensão muscular e estabiliza a frequência cardíaca. A n at o m ia d o m o vi m en to h u m an o Sistema esquelético Função do sistema esquelético Sustentar e proteger os órgãos internos; armazenar minerais; produzir células sanguíneas. Tipo de ossos Ossos longos (úmero e fêmur); planos ou chatos (ossos do crâneo e as costelas); curtos (carpo e tarso); irregulares (vértebras). Crescimento ósseo O crescimento ósseo cessa quando as cartilagens nas epífises ósseas se calcificam, por volta dos 18 aos 20 anos de idade. Fonte: Palma et al. (2010, p. 110) Como já anunciamos anteriormente, não apresentaremos a continuidade desta sistematização e nem os outros núcleos de conhecimentos estabelecidos por Palma et al (2010). Entendemos que, com o núcleo apresentado, mesmo que parcialmente, já nos possibilita entender a necessidade de sistematizar os conteúdos da disciplina de Educação Física. Esta seção que se tornou longa, mas necessária, apresentou três grandes obras que mostram a grande preocupação em organizar os saberes da Educação Física enquanto um componente curricular. Esta área de conhecimento ainda está em construção, pois o seu novo papel na educação ainda é recente e não estão esgotadas as ações de provocar as discussões que levem a Educação Física ao patamar de uma disciplina escolar que deve possibilitar aos educandos conhecimentos que possibilitem eles compreender a realidade e, a partir desta compreensão, agir adequadamente nela. Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado U1 37 Agora, iremos para a segunda seção apresentada para esta unidade de ensino, que é o perfil do aluno. Esta temática não está de forma alguma desvinculada da seção anterior, ela faz parte dos conhecimentos necessários ao docente. Compreender o perfil, ou dito em outras palavras, como ocorre o processo de aprendizagem nos sujeitos, é também ponto fundamental nas ações
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