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LIVRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E SAÚDE

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 FÍSIC
A
 ESCO
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Ú
D
E
Educação 
Física Escolar 
e Saúde
Alexandre Schubert
Bruna Barboza Seron
Educação Física Escolar 
e Saúde
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Caldeira, Alexandre Schubert 
 
 ISBN 978-85-8482-160-0
 1. Educação física (Ensino Fundamental) – Estudo e 
ensino. 2. Saúde escolar. 3. Esportes – Aspectos da saúde. 
I. Seron, Bruna Barboza. II. Título
 CDD 613.7
Caldeira, Bruna Barboza Seron. – Londrina: Editora e 
Distribuidora Educacional S. A., 2015.
 177 p. : il.
C146e Educação física escolar e saúde / Alexandre Schubert
© 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Diretor de Produção e Disponibilização de Material Didático: Mario Jungbeck
Gerente de Produção: Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Gerente de Disponibilização: Nilton R. dos Santos Machado
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
2015
Editora e Distribuidora Educacional S. A. 
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041 -100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Unidade 3 | Educação especial e sua maneira de aprendizado
Seção 1 - Educação especial e inclusão escolar
1.1 | Educação especial
Unidade 2 | O aluno no ensino médio e sua maneira de aprendizado
Seção 1 - Evolução da Educação Física – Breve relato
1.1 | Breve história da Educação Física
Seção 2 - Ampliando o enfoque – Educação Física e Saúde
2.1 | Saúde como conteúdo a ser ensinado e aprendido
Seção 3 - Educação Física e o tema transversal saúde
3.1 | Organização e sistematização do conteúdo saúde
3.2 | Parâmetros Curriculares Nacionais – Temas Transversais:
objetivos propostos para o Ensino Médio
3.3 | Sistematização do conteúdo saúde a partir da organização
curricular proposta por Palma et al. (2010)
Seção 4 - Ensinar, aprender e avaliar
4.1 | Ensino, aprendizagem e avaliação em Educação Física
Unidade 1 | Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino
fundamental e sua maneira de aprendizado
Seção 1 - A Educação Física como área de conhecimento na
Educação Infantil e no Ensino Fundamental
1.1 | Educação Física como área de conhecimento
1.2 | Documentos oficiais
 1.2.1 | O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
 1.2.2 | Parâmetros Curriculares Nacionais
 1.2.3 | Metodologia do Ensino de Educação Física
 1.2.4 | Educação Física e a Organização Curricular
Seção 2 - Perfil do aluno na Educação Infantil e no Ensino
Fundamental
2.1 | Desenvolvimento cognitivo na Educação Infantil
Seção 3 - O papel do ensino e da aprendizagem na Educação 
Infantil e no Ensino Fundamental
3.1 | Ensinar e aprender na Educação Infantil
Sumário
7
11
11
13
13
18
22
28
39
39
43
43
53
57
57
61
61
65
65
66
68
79
79
95
99
99
1.2 | Educação Inclusiva sob perspectiva da Educação Física
Seção 2 - Características gerais das condições específicas
da educação especial
2.1 | Deficiência
2.2 | Deficiência visual
2.3 | Deficiência Auditiva
2.4 | Surdocegueira
2.5 | Deficiência motora
2.6 | Amputação
2.7 | Lesão medular
2.8 | Paralisia Cerebral
2.9 | Deficiência Intelectual
2.10 | Deficiência múltipla
Seção 3 - Aspectos didático-metodológicos da educação
especial
3.1 | Algumas estratégias pedagógicas
3.2 | Cuidados específicos da deficiência visual
3.3 | Cuidados específicos na deficiência auditiva
3.4 | Cuidados específicos para a deficiência motora
3.5 | Cuidados específicos para a deficiência intelectual
3.6 | Cuidados específicos para os transtornos globais de desenvolvimento
103
107
107
108
110
112
112
113
114
115
116
117
123
123
124
126
128
130
132
Unidade 4 | A prática pedagógica, a partir da reflexão de conteúdos
básicos da educação física na perspectiva da construção do cidadão
saudável e da promoção da saúde.
Seção 1 - História da disciplina de Educação Física no Brasil
1.1 | Educação Física no contexto escolar do Brasil
Seção 2 - LDBEN nº 9394/96 e as teorias de aprendizagem
2.1 | Ralação com a LDBEN e as teorias de aprendizagem
2.2 | As teorias da aprendizagem
Seção 3 - Aprofundamento em um determinado conhecimento da 
disciplina de Educação Física e sua relação com a promoção da saúde
3.1 | Obesidade no contexto da Educação Física
3.2 | O papel da escola
145
149
149
157
157
161
173
173
178
Apresentação
Prezado aluno!
Estamos felizes por estarmos juntos mais esse semestre, principalmente por 
podermos compartilhar com você os ensinamentos dessa disciplina que se chama 
Educação Física Escolar e Saúde. 
Neste livro, vamos poder conhecer um pouco da disciplina de Educação Física 
como área de conhecimento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.
Também será abordado o perfil do aluno na Educação Infantil e Fundamental, 
entender o papel da aprendizagem nestes níveis de ensino e refletir sobre 
propostas já estruturadas dos conteúdos específicos da Educação Física. Nessa 
unidade também veremos como pode ser trabalhada a temática saúde como um 
dos saberes específicos da disciplina de Educação Física.
Vamos poder entender a importância de trabalharmos conceitos relacionados 
à saúde no Ensino Fundamental e Médio, os quais os alunos devem levar para toda 
a vida, auxiliando no entendimento de questões relacionadas à qualidade de vida.
Em uma das unidades, você, leitor, será levado a compreender todo o processo 
histórico da educação especial e seu contexto inclusivo, entendendo melhor 
as diferentes condições que contemplam a educação especial e as diferentes 
estratégias pedagógicas possíveis no processo de ensino que são capazes de 
potencializar o aprendizado dos alunos de inclusão.
Finalmente, na última seção, será apresentado o papel da disciplina de Educação 
Física, tendo como foco a promoção da saúde, abordando questões histórias e a 
atual LDBEN. 
Como você irá perceber, nesse livro serão também apresentadas ao leitor 
algumas considerações sobre a melhor forma de planejarmos as aulas que usam 
uma abordagem voltada à saúde e à qualidade de vida, além das questões inclusivas. 
Esperamos que você possa desfrutar de todo esse conhecimento da melhor 
maneira possível.
Desejamos uma boa leitura!
Prof. Ms. Alexandre Schubert
Unidade 1
PERFIL DO ALUNO NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL E 
O ALUNO DO ENSINO 
FUNDAMENTAL E SUA 
MANEIRA DE APRENDIZADO
Nesta seção iremos apresentar a Educação Física na perspectiva que 
a Câmara de Educação Básica determina, ou seja, como uma área de 
conhecimento que mesmo na Educação Infantil necessita de uma estruturação 
e sistematização de seus saberes para que, a partir de uma ação de ensino, 
almeje uma aprendizagem significativa de conhecimentos a estes sujeitos que 
são necessários para uma efetiva compreensão de sua motricidade e a relação 
desta com a realidade vivida.
Seção 1 | A Educação Física como área de conhecimento na 
Educação Infantil e no Ensino Fundamental
Objetivos de aprendizagem: 
O objetivo geral desta unidade é apresentar a disciplina de Educação Física 
como área de conhecimento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. 
Como objetivos específicos, abordar o perfil do aluno na Educação Infantil e 
Fundamental; o papel da aprendizagem nestes níveis de ensino; refletir sobre 
propostas já estruturadas dos conteúdos específicos da Educação Física.
Alexandre Schubert
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
8
Conhecer o perfil dos educandos da Educação Infantil e Fundamental 
é de suma importância para o docente, pois,ao saber como ocorre o 
desenvolvimento cognitivo dos indivíduos, a ação de ensino será adequada 
ao nível de desenvolvimento que estes se encontram. Inclusive, a atual 
LDBEN nº 90.294/96 diz que a disciplina de Educação Física deve levar em 
consideração os níveis de desenvolvimento dos seus alunos, lembrando que, 
no caso, o termo desenvolvimento se refere à capacidade de compreensão 
deles e não à aptidão física.
A temática relacionada à questão do ensino e da aprendizagem é um 
fator de importância ímpar para o professor de Educação Física. Na Unidade 
4, apresentamos as teorias explicativas da aprendizagem para mostrar o 
quanto é importante o docente saber como ocorre a aprendizagem.
O ensino em uma perspectiva crítica assume um papel fundamental na 
interação entre professor/educando/conhecimento. Neste modo de pensar 
o ensino e, consequentemente, a aprendizagem, as ações de memorização já 
não fazem mais parte da preocupação do docente. Sua preocupação é com 
a compreensão e também com a relação com o conteúdo que está sendo 
ensinado com a realidade dos educandos. Ao elencar um saber, o docente 
irá possibilitar por meio de sua intervenção que o alunado compreenda o 
porquê se está estudando determinado assunto e como este saber pode ser 
utilizado no dia a dia por estes.
Seção 2 | Perfil do aluno na Educação Infantil e no Ensino 
Fundamental
Seção 3 | O papel do ensino e da aprendizagem na 
Educação Infantil e no Ensino Fundamental
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
9
Introdução à unidade
Caro estudante, nesta unidade iremos abordar para fins de estudo o perfil do 
educando da Educação Infantil e como este realiza o seu desenvolvimento cognitivo 
na busca de entender o funcionamento de sua realidade e qual o papel da disciplina 
de Educação Física neste contexto escolarizado. Além da Educação Infantil, também 
apresentaremos a continuidade deste desenvolvimento no Ensino Fundamental.
 Nestes dois níveis de ensino da Educação Básica, a disciplina de Educação 
Física também necessita de uma organização curricular a fim de realizar uma 
sistematização dos saberes a serem ensinados e aprendidos, para que os sujeitos 
possam compreender o movimento culturalmente construído.
Cabe ressaltar que a questão relativa ao perfil dos estudantes destes dois níveis de 
ensino na Educação Básica está estreitamente atrelada com a proposta pedagógica 
que a escola adota. Somos sabedores que a disciplina de Educação Física deve estar 
adequada a tal proposta, sendo assim, faremos uma reflexão de uma abordagem 
crítica, pois esta forma de pensar o desenvolvimento cognitivo do sujeito é o que 
mais encontramos nos projetos pedagógicos das escolas.
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
10
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
11
Seção 1
A educação física como área de conhecimento na 
educação infantil e no ensino fundamental
Nesta seção, estaremos apresentando o papel da disciplina de Educação Física 
na Educação Básica, mais especificamente na Educação Infantil e no Ensino 
Fundamental. Essa área de conhecimento teve um caminhar histórico em que seu 
papel no processo educacional foi mudado de acordo com o governo vigente. Hoje 
essa é compreendida como um componente curricular e também como uma área de 
conhecimento específico no contexto escolar.
Para fundamentar esse novo papel atribuído à Educação Física, apresentaremos 
como os documentos oficiais apresentam essa disciplina e também os princípios 
norteadores da mesma na compreensão desses documentos. Cabe lembrar que tais 
documentos apresentam uma proposta de ensino da Educação Física na escola, não 
estabelecendo uma diretriz impositiva para seu ensino.
Apresentamos também a compreensão dessa na concepção de alguns 
pesquisadores que compreendem o papel de ensino e aprendizagem que a Educação 
Física está submetida na escola. Tais pesquisadores não são contrários à proposta 
oficial e também apresentam uma possibilidade de organização e sistematização dos 
conteúdos que lhes são próprios.
Vamos então conhecer um pouco mais sobre a Educação Física enquanto uma disciplina 
escolar que deve possibilitar aos educandos um conhecimento de sua motricidade.
1.1 Educação Física como área de conhecimento
A Educação Física no contexto escolar brasileiro já atendeu a vários propósitos do 
governo vigente em sua história. Na penúltima Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (Lei nº 5692/71), a função desta na escola era de ser uma área de atividades. 
Tal função apresentava a Educação Física deslocada de uma função educativa, nesta 
forma de entendimento várias abordagens foram utilizadas pelos docentes e a que 
mais se cristalizou, sem dúvida, foi o tecnicismo.
Tal abordagem apresenta como seu campo de conhecimento o esporte e as 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
12
modalidades esportivas como os conteúdos a serem ensinados para o alunado. 
O ensino advindo era eminentemente técnico, ou seja, os educandos deveriam 
aprender as técnicas dos fundamentos das modalidades estudadas e estes eram 
avaliados pelo desempenho atlético apresentado em aulas ou no momento de 
avaliação.
Esta forma de pensar a função da Educação Física na escola ainda está muito 
arraigada no imaginário da sociedade. É comum ouvirmos as pessoas dizerem que 
aula de Educação Física é um momento de jogar algum esporte. Diante de uma 
nova concepção desta área na escola, nos cabe um questionamento: qual a função 
da Educação Física no contexto escolar?
Para dar conta de responder a esta questão, que a princípio nos parece simples – 
mas não é –, devemos, primeiro, verificar a lei que rege a Educação Básica atualmente. 
Hoje, a LDBEN nº 9394/96 é a lei que determina como devemos proceder nas ações 
de ensino e estruturação do currículo nas escolas. Com relação à Educação Física, a 
lei apresenta que esta deve estar adequada à proposta pedagógica da escola, que é 
um componente curricular obrigatório e que ela deve adequar seus saberes com o 
nível de desenvolvimento (cognitivo) dos estudantes.
Com esta nova compreensão, vemos que a Educação Física, que antes era uma 
área de atividade, agora passa a ser um componente curricular, e como componente 
curricular esta agora é uma disciplina escolar como as demais disciplinas que 
compõem o currículo de uma escola.
Além disto, ela, necessariamente, deve estar adequada à proposta pedagógica 
da escola, ou seja, o docente responsável por esta disciplina em sua ação de ensino 
deve se adequar à proposta pedagógica que a escola adota e ainda organizar os 
saberes a serem ensinados de acordo com o desenvolvimento dos alunos.
Podemos observar que, por força de lei, a Educação Física, necessariamente, 
deve mudar a sua forma de ação, pois agora é uma disciplina que é obrigatória 
na Educação Básica e ainda deve estar adequada à proposta pedagógica da 
escola. Diante do apresentado, poderão indagar: vimos que houve uma mudança 
significativa da compreensão de qual o papel da Educação Física na escola, porém, 
como podemos assegurar que esta é uma área de conhecimento?
Dois anos após a promulgação da LDBEN nº 9.394/96, a Câmara de Educação 
Básica apresentou a Resolução nº 2, na qual apresenta as áreas de conhecimento na 
escola e, pela primeira vez, a Educação Física aparece como área de conhecimento, 
e está nominada como tal.
Desta forma, a Educação Física na Educação Básica, hoje, é uma disciplina 
curricular que, necessariamente, deve estar adequada à proposta pedagógica 
da escola e que deve promover, a partir de sua ação de ensino, a aprendizagem 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
13
1.2 Documentos oficiais
1.2.1 O Referencial Curricular Nacional para a Educação InfantilÉ importante destacarmos que o RCNEI foi produzido pelo Ministério de Educação 
e Cultura, assim sendo é um documento oficial que apresenta sugestões e reflexões 
para os professores, não sendo um material que determina como deve ser estruturado 
um currículo para a Educação Infantil; também é importante ressaltar que o RECNEI 
faz parte dos documentos denominados de Parâmetros Curriculares Nacionais. 
 O RCNEI foi organizado em três volumes: Introdução; Formação pessoal e 
social e Conhecimento do mundo. Ao lermos seu primeiro volume verificamos a 
grande preocupação em retratar a diversidade de culturas, as quais as crianças, nesta 
fase escolar, estão inseridas no Brasil. A partir desta diversidade é possível constatar 
conteúdos importantes que demarcam o que é específico da Educação Infantil, 
como: educar, criança, professor de Educação Infantil, projeto educativo, brincar, 
entre outros. A organização deste documento se preocupou com uma bibliografia 
atualizada na área e ainda apresenta uma preocupação com a parceria entre a escola 
e a família, além do espaço e tempo educativo.
Os outros dois documentos que estão no domínio da experiência estão assim 
organizados: formação pessoal e social, que aborda a construção da identidade e 
autonomia, lembrando que esta construção está apresentada como um processo e 
não como algo latente que em dado momento irá aflorar ou algo que o professor 
irá desenvolver, mas sim de um processo realizado pelas próprias crianças. Além da 
identidade e autonomia, é abordado o conhecimento do mundo. Este tópico contém 
seis subeixos assim denominados: música, movimento, artes visuais, linguagem oral 
e escrita, natureza e sociedade e matemática. 
significativa de conhecimentos que possibilitem ao sujeito uma efetiva compreensão 
de sua realidade.
Este novo paradigma que foi colocado para a disciplina de Educação Física por 
força de Lei impeliu a área para um novo pensamento de organização e sistematização 
dos saberes que lhes são específicos. O governo federal, por meio do Ministério 
da Educação e Cultura, criou para a Educação Infantil um documento chamado 
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) e, para o Ensino 
Fundamental, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). A seguir, faremos uma 
reflexão sobre estes documentos oficiais e também de duas obras de autores que 
se preocuparam com a estruturação da área. Vale lembrar que outros autores, além 
dos que iremos abordar, também tiveram a mesma preocupação, porém optamos 
por apresentar duas obras, que são: Metodologia do Ensino da Educação Física e A 
Educação Física e a Organização Curricular. Nesta reflexão, estaremos expondo qual 
a contribuição que estas obras trouxeram para a disciplina de Educação Física.
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
14
Sobre o RCNEI volume 1 e 2, acesse os sites a seguir
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf>.
Os volumes que compõem o RCNEI estão estabelecidos com uma composição 
comum, relacionados com conteúdos, objetivos, didáticas e orientações para o 
professor. Pode-se verificar, a partir desta forma de estruturar os conteúdos, que 
o parâmetro seguido foi o do Ensino Fundamental e as questões específicas da 
Educação Infantil (desenvolvimento infantil) se diferem do Ensino Fundamental. 
Concordamos que tal documento é um avanço em se tratando de documento 
oficial, com uma preocupação específica de estruturação de conhecimentos 
voltados para uma compreensão de mundo, e que tal material é de uma referência 
para a formação docente.
Desta forma, o RCNEI é material como outros que servem de base de 
conhecimento para os docentes que trabalham na Educação Infantil. É importante 
frisar novamente que tal documento não é obrigatório para nenhuma instituição 
de ensino, a não ser que seja uma opção dela. O documento oficial que orienta 
são as Diretrizes Curriculares Nacionais, este sim é obrigatório e deve ser seguido 
pelas escolas de Educação Infantil. Este documento define os fundamentos que irão 
nortear as propostas pedagógicas da Educação Infantil como: 
A. Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do 
Respeito ao Bem Comum; 
B. Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da 
Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; 
C. Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade e da 
Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais. 
As Diretrizes Curriculares Nacionais apresentam os objetivos de forma geral para 
Educação Infantil, é no projeto pedagógico de cada instituição de ensino que serão 
contemplados os níveis e objetivos dos conteúdos que possibilitarão uma formação 
integral destes educandos.
No RCNEI, a parte que trata do movimento está no volume 3. Este subeixo fala 
diretamente da nossa área, isto não quer dizer que o restante não nos importa, não é isto, 
apenas estamos destacando os conteúdos específicos da Educação Física e não podemos 
relegar os outros conhecimentos fundamentais para a nossa formação enquanto 
professores que tal documento trata. Neste documento para a Educação Infantil não é 
mencionada a Educação Física, apresenta-se o movimento e somos sabedores que este 
movimentar culturalmente construído é o objeto de estudo desta área.
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
15
O RCNEI apresenta que o movimento é inato no ser humano; relata que a criança, 
já ao nascer, apresenta movimento, sendo assim o professor de Educação Física não 
irá ensinar o movimento para seus estudantes como muitos acreditam, mas sim 
possibilitar aos estudantes a compreensão deste movimentar, mesmo nos diferentes 
níveis de desenvolvimento em que se encontram as crianças da Educação Infantil.
Sobre esta temática o documento é muito claro ao fazer uma dura crítica à 
imobilidade e contenção que as crianças são submetidas neste nível de escolarização.
Assim, podemos verificar que o movimento que o ser humano realiza não é 
uma ação qualquer, segundo Fogaça Júnior (2009, p. 58), “o pensamento lógico-
matemático, na sua relação com o mundo físico, [...] é uma assimilação do real a 
esquemas operatórios, que vão dando lugar a construções dedutivas. Entretanto, 
essas construções dedutivas que se formaram dos esquemas operatórios têm sua 
gênese na experiência”.
Segundo o autor, o princípio, o início de qualquer articulação de pensamento 
tem sua origem na experiência. Cabe aqui ressaltar que a experiência para este é 
ação, uma ação organizada que vai se sistematizando durante a vida do sujeito. 
Sendo assim, experiência aqui não é uma ação desvinculada de uma tomada de 
consciência mesmo que esta ocorra em atos.
Esta compreensão do movimento que o ser humano realiza está contida no RCNEI, 
e vai além da ação, pois também mostra neste subeixo a criança e o movimento do 
seu primeiro ano de vida até os seis anos. Apresenta também objetivos considerando 
as fases de desenvolvimento das crianças até os seis anos de idade; e como 
exemplificação expõe dois conteúdos: expressividade e equilíbrio e coordenação. 
Importante ressaltar que o conceito de conteúdo está explicado no volume 1, com 
estes dois conteúdos são apresentadas orientações didáticas, orientações gerais 
para o professor; organização do tempo; observação, registro e avaliação formativa, 
avaliação esta que procura saber sobre o processo de aprendizagem realizado pelo 
indivíduo de um determinado conteúdo.
O movimento para a criança pequena significa muito mais do que 
mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço. A criança se expressa 
e se comunica por meio dos gestos e das mímicas faciais e interage 
utilizando fortemente o apoio do corpo. A dimensão corporal integra-
se ao conjunto da atividade da criança. O ato motor faz-se presente em 
suas funções expressiva, instrumentalou de sustentação às posturas e 
aos gestos (BRASIL, 1998, p. 18).
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
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16
Estruturação apresentada no RCNEI sobre o movimento, acesse o site:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf>.
Este documento oficial ressalta a importância do movimento na construção 
da realidade pelo sujeito, dito de outra maneira, o movimento é que possibilita 
ao indivíduo agir e esta ação possibilita a ele o desenvolvimento de sua cognição, 
avançando para o pensamento cada vez mais elaborado, e tal tipo de pensamento 
permite interiorizar a ação. No início do desenvolvimento, o sujeito age no mundo 
para depois fazer a verificação de sua ação, se houve êxito ou não de sua experiência.
Ao atingir formas mais complexas de pensamento e de compreensão de sua 
realidade, o que ele antes fazia motoramente vai passando, paulatinamente, para 
uma ação refletida, pensada, interiorizada, com isto sua ação no mundo passa a ser 
mais causal e não casual.
Antes de realizar uma ação, o sujeito busca em seus esquemas de ação o mais 
adequado para aquela situação específica e, depois, aplica a esta situação. Como 
já foi dito, antes executava e verificava o resultado; agora, o sujeito já é capaz de 
imaginar o resultado em pensamento e também em pensamento escolher o melhor 
esquema de ação para aquela determinada situação.
O ganho é extremamente significativo, pois em pensamento o indivíduo pede 
fazer várias hipóteses em um tempo muito mais curto do que a de tentativa e erro, 
agora este sujeito é muito mais poderoso para agir no mundo e com isto cada vez 
mais a sua ação vai se sistematizando e crescendo em formas de agir.
Vemos, então, a importância da ação para a criança, lembrando que não é uma 
ação qualquer. O RCNEI apresenta esta posição para as aulas de Educação Física para 
a Educação Infantil. Não basta uma aula repleta de jogos que para um espectador 
menos avisado possa parecer uma aula interessante e que as crianças gostam; 
uma aula deve ter muito claro em sua estruturação o conteúdo, o objetivo que é 
derivado deste conteúdo, a estratégia de ação para atingir o objetivo traçado pelo 
docente e também a avaliação para saber se o objetivo foi atingido. Sendo assim, 
não basta fazer as crianças se movimentarem nesta aula, elas devem ser levadas a 
tomarem consciência da ação que estão realizando, lembrando que esta tomada 
de consciência nas crianças mais novas se realiza em ato, a tomada de consciência 
significativa somente ocorrerá com o pensamento reflexivo.
O docente deve ser sabedor de como ocorre o desenvolvimento do sujeito, de 
como ele vai construindo o seu mundo ao agir sobre ele. Sendo assim, o professor de 
Educação Física não deve voltar a sua ação para a procura de melhora da coordenação 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
17
motora das crianças, por exemplo, mas sim possibilitar que elas compreendam de 
que tipo de ações elas precisaram para resolver uma determinada tarefa e que estas 
ações podem não ser suficientes para uma tarefa similar, porém com diferenças. O 
desenvolvimento no sentido de aprimoramento de uma capacidade física ocorrerá 
na mesma proporção que o sujeito experimentar mais esta capacidade física, mas 
nas aulas de Educação Física o foco principal e o conhecimento de seus conteúdos 
e a relação que tais conteúdos possuem a realidade que os sujeitos vivem.
O destaque aqui da questão do movimento está para a Educação Infantil, mas 
é importante lembrar que isto ocorrerá por toda a vida do sujeito, lembrando que 
todo sujeito lançará mão dos esquemas que possui e, quanto maior for seu acervo 
de esquemas de ação, mais rapidamente ele pode dar conta de uma ação nova.
Exemplificando: digamos que você sabe dirigir e não tem problemas com a 
direção de carro e em um determinado dia vai visitar um amigo em uma fazenda. 
Chegando lá, o seu amigo pede um favor. Ele te solicita que você leve um trator 
para ele até a fazenda vizinha (considerando que você nunca dirigiu um trator e 
nem observou alguém dirigindo) e que ele vai à frente com o carro para resolver um 
problema e te deixa sozinho com a chave do trator na mão.
Você está diante de uma situação inédita, o processo que uma criança realiza 
diante de uma situação nova você também irá fazer, porém com uma diferença, 
você utilizará da construção de hipóteses e aplicará a melhor solução por você 
pensada, isto não quer dizer que terá êxito já de início.
Todos os esquemas que você possui para dirigir um carro não podem ser 
aplicados em sua totalidade para dirigir um trator, mas grande parte sim e são estes 
esquemas que irá aplicar antes de agir. Irá ver onde liga, se tem embreagem, o freio 
e como ele funciona, as marchas (possivelmente irá mudar as marchas com o trator 
desligado para ter certeza que consegue trocá-las), depois disto é que irá ligar o 
veículo. Certamente, ainda haverá situações de tentativa e erro nesta ação, mas 
como é uma situação inédita isto ocorre, assim como ocorre com as crianças, e logo 
estará dirigindo e chegando até o local combinado, não com a mesma tranquilidade 
se fosse com o carro, mas conseguiu. Certamente, se tivesse a oportunidade de 
experimentar mais a ação de dirigir o trator, claro que seus esquemas de ações iriam 
se aprimorar como qualquer ação que fazemos.
Este exemplo foi para mostrar que o desenvolvimento (no sentido de compreensão 
e de avanço no pensamento hipotético dedutivo) ocorre durante a vida do sujeito 
e este processo somente acabará com a morte ou com uma patologia que impeça 
tal desenvolvimento; O ser humano está programado para aprender sempre e 
para realizar este processo de aprendizagem passa pelas mesmas fases iniciais 
que realizou no início de sua vida. Piaget (1896-1980) chamou este processo de 
invariantes funcionais, ou seja, para uma situação nova o sujeito busca os mesmos 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
18
processos de apropriação do novo conhecimento.
Sobre o processo de desenvolvimento do sujeito, acesse o vídeo 
no Youtube no endereço a seguir: <https://www.youtube.com/
watch?v=FIeCXdoUlYk>.
Este documento oficial foi construído a partir de um modelo de educação 
adotado na Espanha (cabe salientar que não foi um grande modelo). Em 1997, foi 
publicado os PCN do 1º e 2º ciclo do Ensino Fundamental (1ª à 4ª série) e, no ano 
seguinte, os 3º e 4º ciclos (5ª à 8ª série), fechando assim o Ensino Fundamental (esta 
era a composição do Ensino Fundamental). 
No ano de 1998, a Educação Física foi contemplada com um documento 
próprio. Tal documento foi criado com a intenção de servir como uma base 
para a organização curricular das diferentes disciplinas que compõem o Ensino 
Fundamental e neles está a disciplina de Educação Física.
Os PCN já em seu início apresentam os objetivos para o Ensino Fundamental, 
assim como um organograma que indica uma forma de pensar uma estruturação 
de organização curricular para cada ciclo. No caso específico da Educação Física, 
já apresenta de começo o princípio da inclusão, da diversidade e das categorias de 
conteúdo.
Este início já deixa clara a caracterização que será apresentada para esta disciplina, 
abordando as influências pelas quais passou e ainda passa em sua estruturação 
enquanto um componente curricular. Cabe salientar que a Educação Física ainda está 
se estruturando no ambiente escolar, pois ainda é relativamente nova a ação desta 
enquanto uma disciplina escolar que deve estar adequada à proposta pedagógica 
da escola.
Sabedores disto, os autores deste documento apresentam algumas tendências 
pedagógicas. Cabe lembrar que tal texto foi escrito em 1998 e a atual LDBEN (Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional) foi promulgada em 1996, portanto, pensar 
a Educação Física como foi apresentado pela lei ainda era uma novidade.
Por isto as propostasque são apresentadas estão desconectadas de uma discussão 
sobre as teorias de aprendizagem, pois estas derivam das teorias. As tendências 
sugeridas são: abordagem psicomotora; abordagem construtivista; abordagem 
desenvolvimentista; e abordagens críticas, lembrando que neste documento elas 
1.2.2 Parâmetros Curriculares Nacionais
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
19
são apresentas, mas anunciam que existem mais.
Anunciamos antes que as teorias de aprendizagem é que determinam o modo 
de pensar das abordagens e isto deve ser considerado, pois a lei diz que a Educação 
Física deve estar adequada à proposta pedagógica da escola. Como saber qual a 
proposta pedagógica da escola?
Toda escola necessariamente deve possuir o seu projeto político pedagógico, 
no qual deve estar apresentada de forma muito clara e justificada qual a proposta 
e se esta deriva de uma teoria de aprendizagem, seja apriorismo, empirismo ou 
construtivismo.
É bom ressaltar que no projeto político pedagógico também é apresentado o 
currículo e este é composto pelas disciplinas (componentes curriculares). Cada uma 
das disciplinas de uma determinada escola é que fazem o currículo, e cada um 
destes componentes curriculares possui o seu saber específico para cada ano de 
ensino que tal escola possui. Neste está todo o conteúdo que será ensinado em 
cada ano, assim como a forma de avaliação, que deve estar adequada à proposta 
pedagógica da escola.
Os PCN apresentam algumas abordagens, o professor que for utilizar este 
documento como uma base de estruturação curricular deve ser conhecedor das 
teorias de aprendizagem para assim verificar o embasamento teórico apresentado 
por cada uma das abordagens destacadas no documento.
Na busca de apresentar uma estrutura de saberes a serem ensinados pela 
Educação Física no Ensino Fundamental, os PCN apresentam a necessária relação 
entre esta disciplina e a cidadania, pois, se almejamos a construção de cidadãos 
conscientes e críticos, tal abordagem deve ser considerada em todos os conteúdos. 
Outro aspecto muito importante é a mídia e cultura corporal de movimento. 
Para exemplificar a importância deste tópico, vamos ressaltar a questão da saúde. 
Assistimos aos programas de TV específicos para este tema, assim como repetidas 
reportagens sobre este mesmo assunto. Não podemos negar que a população está 
preocupada com esta questão, mas diante disto nos cabe um questionamento: a 
população tem conhecimento para adotar comportamentos que visam à melhora 
da saúde? 
É fácil constatar nas cidades a preocupação da população, geralmente de manhã 
e no final da tarde vemos muitas pessoas caminhando e correndo pelos parques, 
praças e ruas menos movimentadas. Mas estas pessoas têm conhecimento para 
realizar uma ação de caminhada de acordo com a sua capacidade aeróbica? Sabem 
fazer um cálculo de porcentagem aeróbico? Sabem qual é o seu limiar aeróbico? 
Tem conhecimento de que tipo de roupa utilizar para uma atividade aeróbica? Por 
que a atividade aeróbica é a mais indicada para a promoção da saúde? Conhecem o 
seu tipo de pisada e formato de pé? O tênis que estão utilizando é adequado para o 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
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20
seu tipo de pisada? Somente com estes questionamentos já podemos adiantar que 
a maioria não possui as respostas e isto ocorre por quê? Ocorre porque não tiveram 
acesso a este saber, principalmente nas aulas de Educação Física. Por esta e outras 
razões que a questão da mídia deve ser um assunto a ser estudado e discutido em 
aulas, e apresentamos somente um exemplo dos muitos que existem.
As pessoas que foram convidadas para escrever este documento tiveram a 
preocupação de colocar para a Educação Física a preocupação com a mídia e seus 
desdobramentos, assim como os temas transversais. Tais temas abordam questões 
específicas que, como o próprio nome diz, perpassam pelos conteúdos a serem 
ensinados. Não vamos entrar em detalhes sobre cada um dos temas, apenas iremos 
citá-los para que vocês saibam quais são e busquem saber mais sobre eles no próprio 
documento.
Os temas transversais são: ética; saúde; pluralidade cultural; meio ambiente; 
orientação sexual; trabalho e consumo. Tais temas são de suma importância na 
formação do sujeito, vejamos como exemplo o tema ética. Este assunto está 
relacionado com a formação moral do sujeito, hoje em dia não só no ambiente 
escolar vemos a questão da indisciplina como um problema social muito sério. A 
ética é um ramo da filosofia que questiona e discute sobre a moral, assim vemos que 
esta temática deve ser assunto a ser estudado e apreendido pelos alunos, mas antes 
deve ser compreendido em toda a sua essência pelos educadores.
Outro aspecto muito interessante e importante neste documento é a preocupação 
com a formação docente, pois aborda a temática Aprender e Ensinar Educação 
Física no Ensino Fundamental. O docente, ao ensinar nesta disciplina, não pode mais 
fazer o que foi feito com ele enquanto aluno da Educação Básica, hoje esta disciplina 
é uma área de conhecimento e como tal deve, necessariamente, possibilitar aos 
educandos uma efetiva compreensão da realidade de tal modo que estes possam 
agir adequadamente nela.
Nesta parte dos PCN que aborda a questão do ensino e aprendizagem são 
apresentados três tópicos em forma de pergunta: O que ensinar? Para quem ensinar? 
Como ensinar? Como podemos ver são requisitos básicos para um docente.
O que ensinar? Para responder a esta questão, o docente deve saber quais 
conhecimentos são específicos de sua disciplina e ainda como sistematizá-los nos 
anos da Educação Básica; em outras palavras, além de saber sobre os conteúdos 
Sobre o que é ética e desenvolvimento moral, acesse o vídeo no Youtube: 
<https://www.youtube.com/watch?v=rGcLCrysGTg>.
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
21
Lembrando que no início de nossa reflexão sobre os PCN apontamos que este 
documento se inspirou em um modelo de educação estruturado pela Espanha e 
que este não era um bom modelo. Certamente, vocês encontrarão muitas críticas 
sobre este documento, mas mesmo não o utilizando como inspiração outro 
modelo educacional, ele representou um avanço, principalmente para a disciplina 
de Educação Física. Sempre falo para os estudantes do curso de Educação Física 
(habilitação em Licenciatura): se tiverem dificuldades de como estruturar os 
conhecimentos desta disciplina na escola, utilizem os PCN. Depois, aprofundem 
seus conhecimentos e com esta base passem a pesquisar e conhecer o que outros 
autores apresentam para esta área de conhecimento.
deve saber organizá-los no currículo.
Para quem ensinar? Assim como é necessário saber sobre os conteúdos, 
também o é com relação aos educandos. Conhecer o que as diversas gerações 
que compõem a Educação Básica agem, pensam, assistem, discutem, suas 
preocupações e sua compreensão de mundo. O docente deve conhecer muito 
bem o desenvolvimento do sujeito e como este se relaciona com a realidade para 
poder ensinar adequadamente qualquer conteúdo.
E por último, como ensinar? Este ponto está intimamente relacionado com os 
dois anteriores, o como ensinar está impregnado de didática, de conhecimento 
sobre o desenvolvimento humano, de conhecimento sobre educação, ética, de 
sociedade e de mundo.
Os PCN ainda destacam o papel da avaliação e também dos objetos para o Ensino 
Fundamental. Estes dois fatores, principalmente a avaliação, está relacionada com a 
proposta pedagógica da escola. Se a escola se pauta em uma teoria empirista, a forma 
de avaliar se diferencia de uma escola que se apoia nos pressupostos construtivistas.
Este documento também apresenta os blocos de conhecimento, nestes os 
conteúdos que possuem proximidade foram agregados para que fosse facilitado 
para o docente fazer a organização e sistematização dos conteúdos.Os PCN apresentam três blocos de conhecimento para o Ensino Fundamental, 
lembrando que deve ser considerado o nível de desenvolvimento dos estudantes 
assim como as diferenças individuais no momento de realizar a sistematização 
dos conteúdos de cada bloco de conhecimento. Tais blocos de conhecimento 
necessariamente devem se articular considerando a especificidade de cada conteúdo.
Fonte: Brasil (1997, p. 68)
Quadro 1.1 | Conhecimentos para o ensino fundamental 
Esportes, jogos, lutas e ginásticas Atividades rítmicas e expressivas
Conhecimentos sobre o corpo
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
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Sobre os PCN, acesse o site:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf>.
Ainda nesta mesma seção gostaríamos de apresentar mais duas obras que 
pensaram na disciplina de Educação Física como uma área de conhecimento 
e que apresentam uma estruturação de organização curricular. A primeira obra é 
Metodologia do Ensino de Educação Física (1992) e a segunda é Educação Física 
e a Organização Curricular (2010); estas duas obras foram escritas por grupos de 
professores que se preocuparam em organizar os saberes da Educação Física no 
contexto escolar e esta última os autores, além de apresentar uma organização 
curricular, também apresenta uma proposta de sistematização dos conteúdos.
Esta obra teve um relevante impacto para a disciplina de Educação Física, 
principalmente pelo momento histórico. Foi lançada em 1992, antes da atual LDBEN/96, 
portanto, ainda dentro de uma concepção de Educação Física enquanto uma área de 
atividades e que a abordagem tecnicista vigorava com muita força, trazendo para as 
aulas quase que exclusivamente o esporte como conteúdo. Cabe ressaltar que esta 
perspectiva de Educação Física ainda está presente em nossas escolas.
Os autores, em seu primeiro capítulo intitulado A Educação Física no Currículo 
Escolar: Desenvolvimento da Aptidão Física ou Reflexão sobre a Cultura Corporal, já 
apresentam uma ruptura com a forma de pensar esta disciplina escolar, pois já de início 
apresentam esta disciplina no âmbito das abordagens pedagógicas, apresentando a 
preocupação com o ensino de um conhecimento e não de formação de atletas.
Neste início da obra, já há uma reflexão sobre o projeto político pedagógico, 
discussão sobre currículo ampliado, currículo e conhecimento e preocupação com 
os ciclos ou níveis de escolarização. 
Para fundamentar a discussão sobre o papel da Educação Física na escola, foi 
necessária uma quebra de paradigma, pois tratar dos assuntos postos acima em uma 
perspectiva tecnicista não iriam conseguir avançar, para tanto usaram como base a 
Cultura Corporal, pois para os autores:
1.2.3 Metodologia do Ensino de Educação Física
Na perspectiva da reflexão sobre a cultura corporal, a dinâmica 
curricular, no âmbito da Educação Física, tem características bem 
diferenciadas das da tendência anterior. Busca desenvolver uma 
reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
23
Podemos, então, verificar que a terminologia Cultura Corporal se refere 
ao homem e não ao corpo, mas esse não é o principal assunto, o principal é a 
grande contribuição que os atores fizeram para o início de um pensamento mais 
aprofundado sobre o papel e a função social da Educação Física enquanto um 
componente curricular na Educação Básica.
No segundo capítulo desta obra, os autores apresentam a questão histórica 
da Educação Física, que jamais deve ser esquecida, e a partir desta questionam o 
Vemos que os autores partiram da expressão corporal, que possui manifestações 
culturalmente construídas ao longo da história da humanidade. Cabe ressaltar que a 
terminologia Cultura Corporal nos dias de hoje sofre várias críticas, pois alegam que 
quem faz a cultura é o humano e não o corpo. A interpretação que temos ao ler esta 
obra é que os autores têm a consciência que é o homem que faz a cultura, porém 
não está explicitado em palavras, mas sim subjacente ao pensamento deles.
Quando nos deparamos com uma obra que teve o empenho de apresentar a 
Educação Física enquanto uma disciplina escolar que deve estar atrelada com a 
proposta pedagógica da escola e com uma construção curricular própria, não há 
como negar o ineditismo e avanço de seu tempo. Hoje, esta posição da Educação 
Física está posta, inclusive, por força de lei.
Para que fique claro que o pensamento dos autores sobre a questão da Cultura 
Corporal transcende o corpo e caminha na direção do homem em sua totalidade e 
este que é capaz de criar uma cultura, os autores nos apresentam o seguinte:
do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, 
exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, 
exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, 
mímica e outros, que podem ser identificados como formas 
de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, 
historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas (SOARES et 
al., 1992, p. 38).
Nessa perspectiva da reflexão da cultura corporal, a expressão 
corporal é uma linguagem, um conhecimento universal, patrimônio 
da humanidade que igualmente precisa ser transmitido e assimilado 
pelos alunos na escola. A sua ausência impede que o homem e a 
realidade sejam entendidos dentro de uma visão de totalidade. 
Como compreender a realidade natural e social, complexa e 
contraditória, sem uma reflexão sobre a cultura corporal humana? 
(SOARES et al., 1992, p. 42).
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
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papel que esta deve ter no contexto escolar. Lembrando que esta reflexão ocorreu 
antes da promulgação da atual LDBEN e também da Resolução nº 2 da Câmara de 
Educação Básica, que apresenta a Educação Física como área de conhecimento. 
Este capítulo serviu quase de introdução para o tema central da obra que aparece 
no terceiro capítulo, que é Metodologia do Ensino da Educação Física: a Questão da 
Organização do Conhecimento e sua Abordagem Metodológica.
Temos anunciado ao longo do texto, nas análises realizadas, a importância de 
uma organização curricular. Aqui, os autores, além de apresentar uma organização, 
também apresentam uma metodologia de ensino e de forma muito clara anunciam 
sua posição crítica na postura pedagógica. Neste momento fica muito clara a 
preocupação de ordenação dos saberes que são específicos deste componente 
curricular, sobre isto os autores relatam que:
Neste momento que os autores organizam os saberes em eixos, a saber: 
jogo, esporte, ginástica e dança. Nestes eixos estão concentrados os conteúdos 
que possuem uma proximidade em seu saber. Além de apresentar os eixos, os 
autores também apresentam uma possibilidade de sistematização de conteúdos 
para a Educação Infantil, Fundamental e Médio. Apresentaremos a seguir como 
foi pensada pelos autores esta sistematização dos saberes ao longo da Educação 
Básica. Estaremos citando apenas um eixo, para que possam verificar no programa 
idealizado e também na crescente complexidade dos conteúdos do mesmo eixo. 
Como exemplo, citaremos apenas o eixo jogos. Em tempo, vale ressaltar que a 
nomenclatura utilizada para os níveis de ensino é de antes da atual LDBEN. 
Segue a sistematização apresenta por Soares et al. (1992, p. 67-70):
O Jogo no Ciclo de Educação Infantil (Pré-Escolar) e no Ciclo de Organização 
da Identificação da Realidade (1ª a 3ª séries do Ensino Fundamental) 
Estruturar um programa de Educação Física ou de outra disciplina 
e selecionar os seus conteúdos é um problema metodológico 
básico, uma vez que, quando se aponta o conhecimento e 
os métodos para sua assimilação, se evidencia a natureza do 
pensamento teórico que se pretende desenvolver nos alunos. 
Podemos dizer que o programa é o pilar da disciplina e que 
seus elementos principais são: 1) o conhecimento de que trataa disciplina, sistematizado e distribuído, que geralmente se 
denomina de conteúdos de ensino; 2) o tempo pedagogicamente 
necessário para o processo de apropriação do conhecimento; 
e 3) os procedimentos didático-metodológicos para ensiná-lo 
(SOARES et al., 1992, p. 61).
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
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25
a) Jogos cujo conteúdo implique o reconhecimento de si mesmo e das próprias 
possibilidades de ação. 
b) Jogos cujo conteúdo implique reconhecimento das propriedades externas dos 
materiais/objetos para jogar, sejam eles do ambiente natural ou construídos pelo 
homem. 
c) Jogos cujo conteúdo implique a identificação das possibilidades de ação com os 
materiais/objetos e das relações destes com a natureza. 
d) Jogos cujo conteúdo implique a inter-relação do pensamento sobre uma ação 
com a imagem e a conceituação verbal dela, como forma de facilitar o sucesso da 
ação e da comunicação. 
e) Jogos cujo conteúdo implique inter-relações com as outras matérias de ensino. 
f) Jogos cujo conteúdo implique relações sociais: criança-família, criança-crianças, 
criança-professor, criança-adultos. 
g) Jogos cujo conteúdo implique a vida de trabalho do homem, da própria 
comunidade, das diversas regiões do país, de outros países.
h) Jogos cujo conteúdo implique o sentido da convivência com o coletivo, das suas 
regras e dos valores que estas envolvem. 
i) Jogos cujo conteúdo implique auto-organização.
j) Jogos cujo conteúdo implique a autoavaliação e a avaliação coletiva das próprias 
atividades.
k) Jogos cujo conteúdo implique a elaboração de brinquedos, tanto para jogar em 
grupo como para jogar sozinho.
O Jogo no Ciclo de Iniciação à Sistematização do Conhecimento (4ª a 6ª séries 
do Ensino Fundamental)
a) Jogos cujo conteúdo implique jogar tecnicamente e empregar o pensamento 
tático. 
b) Jogos cujo conteúdo implique o desenvolvimento da capacidade de organizar os 
próprios jogos e decidir suas regras, entendendo-as e aceitando-as como exigência 
do coletivo.
O Jogo no Ciclo de Ampliação da Sistematização do Conhecimento (7ª à 8ª 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
26
séries do Ensino Fundamental)
a) Jogos cujo conteúdo implique a organização técnico-tática e o julgamento de 
valores na arbitragem deles. 
b) Jogos cujo conteúdo implique a necessidade do treinamento e da avaliação 
individual e do grupo para jogar bem tanto técnica quanto taticamente. 
c) Jogos cujo conteúdo implique a decisão de níveis de sucesso.
O Jogo no Ciclo de Sistematização do Conhecimento (1ª à 3ª séries do Ensino 
Médio)
a) Jogos cujo conteúdo implique o conhecimento sistematizado e aprofundado de 
técnicas e táticas, bem como da arbitragem deles.
b) Jogos cujo conteúdo implique o conhecimento sistematizado e aprofundado 
sobre o desenvolvimento/treinamento da capacidade geral e específica de jogar. 
c) Jogos cujo conteúdo propicie a prática organizada conjuntamente entre escola/
comunidade.
Esta proposta de sistematização não está fechada, fica muito claro na fala dos 
autores que apresentam uma possibilidade e que cada docente pode, a partir desta 
estruturação inicial, sistematizar os conhecimentos de acordo com a sua realidade, 
inclusive abordando outros conteúdos, assim como o enfoque dado a cada um 
deles.
Esta forma de organizar os saberes na Educação Básica é realizada com todos os 
eixos. Além da sistematização, o docente também deve se atentar com o plano de 
cada unidade de aula. 
Todo docente deve ser sabedor que um plano de aula tem uma hierarquia de 
estrutura, cada item de um plano de aula deve seguir a hierarquia. Primeiramente, 
o docente deve ter muito claro o eixo de conhecimento (no caso de se apoiar em 
Soares et al (1992), se for nos PCN (1997), serão núcleos de conhecimento). Após 
elencar o eixo, deve-se ser pensar no conteúdo, este deriva do eixo, após o objetivo. 
O objetivo é uma parte do conteúdo, todo conteúdo é muito amplo e não será 
possível tratar de todo ele e suas dimensões em uma unidade de aula, por esta razão 
que deve ser elencada uma parte deste conteúdo. Após ter o objetivo, o docente 
deverá organizar uma atividade ou procedimento metodológico para que possa 
atingir o objetivo proposto, depois deve ter, necessariamente, a avaliação. A avaliação 
é para o docente saber se o objetivo foi alcançado e para tanto pode ser utilizado os 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
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diversos instrumentos para este processo avaliativo, e por fim os materiais que serão 
utilizados nesta unidade de aula.
Para melhor ilustrar o que seja uma estrutura de um plano de aula, vamos 
apresentar um exemplo:
Nível de Ensino: Fundamental 1º ano.
Eixo: Jogos.
Conteúdo: Jogo de Amarelinha (Maré, Macaca, Chinela, entre outros nomes).
Objetivo: Possibilitar aos alunos a experimentação e reflexão sobre a forma de 
dois tipos diferentes de campo de amarelinha, assim como das regras propostas 
inicialmente.
Estratégia: Apresentar aos estudantes dois tipos de campo de jogo já 
estruturados e com as regras definidas. Replicar estes campos para que a maior 
parte da turma tenha acesso rápido para o jogo. Apresentar as regras de cada campo 
e pedir que formem duplas e escolham os campos de jogos; após algum tempo 
de experimentação, fazer a troca de campo. Depois de experimentarem as duas 
situações de jogo, reunir a turma para reflexão da ação realizada. Qual formato de 
campo foi mais fácil realizar o jogo? Por que este campo foi mais fácil? No momento 
do jogo, qual campo apresentou mais dificuldade para jogar a pedra na casa? As 
regras apresentadas poderiam ser melhoradas para que o jogo fluísse melhor? Quais 
modificações podem ser realizadas? Experimentar novamente com as modificações 
de regras e fazer nova discussão se houve melhora e quais foram percebidas.
Avaliação: Esta deve ser realizada em todas as aulas, pois permite aos estudantes 
apresentar o nível de compreensão, de aprendizagem. O docente poderá saber se 
o objetivo por ele elencado foi atingido integralmente ou parcialmente, apresentará 
para o docente se há necessidade de outra unidade de aula para atingir o objetivo 
proposto ou já pode avançar na complexidade do conteúdo com outro objetivo. 
Os instrumentos avaliativos podem ser variados: de forma oral, desenho, resenha, 
relatório, questionário, entre outros.
Material: Giz branco, pedaços pequenos de madeira para servirem de pedras de 
lançamento.
Tarefa para próxima aula: Esta parte de tarefa não aparece em todo plano, 
somente quando o docente tem a necessidade de uma pesquisa ou ampliação do 
estudo do conteúdo. Neste caso, será solicitado aos estudantes que entrevistem a 
pessoa mais velha que conhecem – pode ser a vó, vizinho, amigo, qualquer pessoa – 
e perguntem a idade e, se quando esta pessoa era criança, ela brincou de amarelinha; 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
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se sim, como era o desenho do campo de jogo e a regra que utilizava (pedir para a 
pessoa desenhar em um papel o campo de jogo). Trazer para a próxima aula esta 
pesquisa.
Se as crianças ainda não são alfabetizadas, a pesquisa pode ser feita por entrevista 
e nas aulas elas fazem a narrativa da entrevista. O professor irá montar, junto aos 
educandos, uma linha do tempo do jogo da amarelinha. Colocar o jogo da pessoa 
mais velha encontrada pela turma e ir fazendo a linha em ordem decrescente. 
Possibilitar que a turma experimente os jogos pesquisados, assim como a regra, 
e apresentem sugestões de mudanças. Dividir a turma em grupos e pedir aos 
grupos que criem o seu próprio campo de jogo com suas regras específicas, fazer a 
experimentação com a turma e refletir sobre o jogo e as regras com as sugestões, 
após colocar na linha do tempo o jogo da turma. 
Propor para a turma uma semana de oficina notempo do intervalo (solicitar junto 
à direção nesta semana um acréscimo de 10 minutos de intervalo, por exemplo). 
Nesta semana, a turma se organizará em grupos que, após a merenda, estarão 
ensinando para a escola alguns tipos de jogo de amarelinha e também ouvindo os 
participantes se possuem alguma sugestão de regra.
Este exemplo, ainda que de forma sucinta, nos permite verificar o quanto um 
conteúdo pode avançar e possibilitar aos educandos uma maior compreensão dos 
conhecimentos culturalmente construídos e também serem sabedores que eles 
também podem contribuir na construção e reelaboração de tais conhecimentos. 
Uma aula deve ter, necessariamente, um planejamento prévio e uma sistematização 
dos conteúdos para que possam avançar em profundidade e ampliação da 
compreensão da realidade em que vivem estes sujeitos.
O livro Metodologia do Ensino de Educação Física está disponível na 
íntegra na internet. Acesse: 
<https://lepelufal.files.wordpress.com/2010/11/metodologia-do-
ensino-de-educac3a7c3a3o-fc3adsica.pdf>.
Agora, faremos uma reflexão na obra de Palma et al. (2010), que também 
apresenta uma compreensão de Educação Física como um componente curricular, 
que é uma área de conhecimento.
1.2.4 Educação Física e a Organização Curricular
Esta é uma obra contemporânea e se apresenta adequada às exigências das leis 
que regem a Educação Básica no Brasil. A construção deste livro e o conhecimento 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
29
contido nele foi fruto de experiências e estudos de um grupo de professores que, 
ao longo de mais de dez anos, se reuniram semanalmente para estudar assuntos 
ligados ao fazer docente e do conhecimento a ser ensinado nas aulas de Educação 
Física. Toda a sistematização apresentada foi aplicada em aulas destes professores e 
discutida com o grupo para ajustamentos e nova aplicação. Os autores deixam bem 
claro que o trabalho realizado é uma proposta e como tal pode e deve ser ajustada 
de acordo com a realidade de cada um, caso algum docente utilize esta bibliografia 
como referência.
Além da preocupação com os saberes curriculares da disciplina de Educação 
Física, a questão da sistematização de tais conhecimentos foi o foco. Hoje, existem 
vários trabalhos que apontam os conhecimentos que são específicos de tal 
disciplina, porém, ainda não havia sido feito o passo a passo de como organizá-los 
e sistematizá-los. 
Para apresentar os conhecimentos a serem ensinados na disciplina de Educação 
Física, há a necessidade de conhecimento sobre sociedade, o que é conhecimento 
e também de currículo. O currículo deve ser organizado de acordo com a realidade 
social e cultural na qual a escola está inserida, além deste tópico é necessário um 
aprofundamento de conhecimento por parte do docente sobre o que é educação, 
de forma geral, e não particularizada por disciplina, e o que vem ser escola e qual o 
seu papel social.
A partir deste conhecimento inicial, os autores apresentam a Educação Física 
como um componente curricular e qual é o papel de um componente que faz parte 
de um currículo na escola. Com isto, a questão para a organização e sistematização 
dos saberes específicos desta disciplina são discutidos e organizados a partir dos 
objetivos dos núcleos de conhecimento.
Apresentamos a seguir os objetivos para os núcleos da Educação Infantil. 
Da mesma forma que os PCN concentraram os conhecimentos próximos e 
denominaram de blocos de conhecimento de eixos (SOARES et al., 1992). Palma 
et al (2010) apresentam os núcleos de conhecimento utilizando a mesma lógica de 
concentração de conteúdos.
Quadro 1.2 | Objetivos do docente propostos para a Educação Infantil
Núcleos Objetivos da Educação Infantil
O movimento e a corporeidade
Organizar situações de vivências corporais e 
estudos que possibilitem experiências motoras 
em constantes interações com objetos e 
pessoas.
O movimento e os jogos
Possibilitar a vivencia de manifestações 
lúdicas como integrantes da cultura motora, 
contribuindo para o processo de construção da 
motricidade.
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
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30
Fonte: Palma et al. (2010, p. 61)
Fonte: Palma et al. (2010, p. 67) 
O movimento em expressão e ritmo
Promover a experiência do movimento rítmico 
como forma de expressão corporal e de 
representação social, valorizando-o em diversas 
manifestações culturais.
O movimento e a saúde
Quando insetos mordem a pele; não se deve 
retirar os ferrões, e o local deve ser desinfetado 
com álcool ou antisséptico; pode aplicar gelo 
no local.
Para a Educação Infantil, os autores organizaram quatro núcleos com objetivos 
distintos. A partir destes e tendo o movimento culturalmente construído como base, 
foi organizada uma sistematização de cada núcleo e tal distribuição dos conteúdos 
se repete com os educandos de quatro e cinco anos. Para eles, o motivo desta 
repetição é o processo de aprendizagem que ocorre nesta fase de desenvolvimento 
dos sujeitos e também não é uma repetição tal qual o ano anterior, os conteúdos 
são os mesmos, mas a complexidade é aumentada. Apresentamos na sequência o 
quadro do núcleo do movimento e da saúde somente, os demais núcleos seguem 
a mesma lógica de distribuição.
Quadro 1.3 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde
O MOVIMENTO E A SAÚDE
Tema Subtema Assunto Exemplos
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Hábitos 
Higiênicos
Cuidados com 
as mãos
Importância da higiene com as mãos 
(água e sabão; álcool gel); prevenção 
da gripe H1N1 e outras doenças 
transmissíveis; cuidado com as unhas.
Prática de atividade 
física e adequação de 
vestuário e calçados
Tênis adequado para não torcer o 
pé (tamancos, sandálias e chinelos 
facilitam a ocorrência de lesão); o 
problema das saias e da calça jeans na 
prática das atividades físicas.
Hábitos 
Alimentares
Alimentação 
saudável
Não comer doces e massas 
exageradas; comer frutas, legumes 
e verduras; número de refeições 
adequadas; consumo de água e leite.
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Condições internas 
no organismo
Hemorragia 
nasal
Sangramento devido o rompimento dos 
vasos sanguíneos do nariz, por causa 
do calor ou de uma pancada no local; 
deve-se sentar colocando a cabeça 
para trás, comprimindo o nariz, abaixo 
da cartilagem, por alguns segundos e 
colocar compressa fria no local.
Condições externas 
do organismo
Picadas
Quando insetos mordem a pele; não 
se deve retirar os ferrões, e o local 
deve ser desinfetado com álcool ou 
antisséptico; pode aplicar gelo no local.
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
31
Fonte: Palma et al. (2010, p. 74)
Quando estamos analisando a proposta de Soares et al. (1992), apresentamos 
a necessidade de um plano de aula para cada unidade de aula, assim como uma 
estrutura hierárquica dos componentes de um plano de aula. Com esta sistematização 
de Palma et al. (2010), já podemos verificar que fica mais facilitado para o docente 
organizar o seu plano de aula de unidade, pois já tem o desmembramento do 
conteúdo até chegar em exemplos dos assuntos, que no caso possui o mesmo 
significado que objetivo em um plano de aula.
Apresentaremos agora os objetivos pensados para o primeiro e segundo ciclo 
do Ensino Fundamental, lembrando que são objetivos gerais para os núcleos e não 
objetivo de um determinado conteúdo.
A partir dos objetivos gerais dos núcleos de conhecimento é que foram 
organizados os conteúdos e sistematizados ao longo do 1º e 2º ciclo do Ensino 
Fundamental, lembrando que isto foi feito para todo o Ensino Fundamental e 
Médio. Apresentaremos como os autores pensaram uma proposta para o núcleo 
o movimento e a saúde até o 4º ano do Ensino Fundamental para que vocês 
possam verificar o avanço dos conteúdos, assim como a sua complexidade ao ser 
sistematizado.Todos os núcleos de conhecimento receberam o mesmo tratamento, 
cabe salientar que dependendo do núcleo abordado o volume de conteúdo ali 
concentrado é maior do que em outro, mas esta forma de pensar a organização 
curricular favorece e muito o trabalho do docente no momento de montar o seu 
plano de ensino, lembrando que tal plano deve constar no currículo da disciplina e 
está no projeto político pedagógico da escola.
Quadro 1.4 | Objetivos do docente propostos para o Ensino Fundamental
Núcleos Objetivos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental
O movimento e a 
corporeidade
Organizar situações de vivências corporais e estudos que possibi-
litem a compreensão de ser um corpo em movimento e em con-
stantes interações com objetos e pessoas.
O movimento e os jogos
Favorecer o estudo e a vivencia de manifestações lúdicas como 
integrantes da cultura motora, contribuindo para o processo de 
construção da motricidade.
O movimento e o Esporte
Favorecer o estudo e a vivência de manifestações esportivas como 
integrantes da cultura motora, contribuindo no processo de con-
strução da motricidade.
O movimento em 
expressão e ritmo
Promover a experiência do movimento rítmico como forma de 
expressão corporal e de representação social, valorizando-o em 
diversas manifestações culturais.
O movimento e a saúde
Possibilitar situações que promovam a compreensão dos aspectos 
relacionados à higiene e à saúde, destacando os benefícios que 
esses conhecimentos e atitudes podem trazer para a melhoria das 
ações cotidianas e espontâneas.
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
32
Apresentaremos, então, como os autores fizeram a proposta para o 1º ano do 
Ensino Fundamental.
Os temas e subtemas, assim como os assuntos aqui apresentados, representam 
conhecimentos específicos do núcleo o movimento e a saúde. Alguns poderão 
perguntar: E os outros núcleos, como ficam? Eles também serão ensinados? 
Certamente que sim, todos os núcleos deverão ser ensinados neste ano do Ensino 
Fundamental. Outra questão que poderá ser feita: e se no cotidiano das aulas o 
docente verificar que a aprendizagem de um determinado assunto necessita de mais 
unidades de aulas, como fica o tempo para conseguir atingir todos os assuntos de 
todos os níveis de conhecimento?
Sempre pergunto para os estudantes do curso de Educação Física (habilitação em 
Quadro 1.5 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde
O MOVIMENTO E A SAÚDE
Tema Subtema Assunto Exemplos
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Composição corporal
Definição de peso 
corporal e altura
Peso é uma medida corporal do conjunto de 
ossos, líquidos, músculos, gorduras e outros 
tecidos; altura é a medida do comprimento da 
pessoa do pé à cabeça.
Hábitos higiênicos Cuidados com o suor
Sudorese ocorre em função da regulação 
térmica do organismo. É a secreção de cloreto 
de sódio e ureia em solução pelas glândulas 
sudoríparas. A quantidade de suor depende 
das condições climáticas, do esforço físico, dos 
fatores genéticos e de reação orgânica a uma 
infecção (febre).
Hábitos alimentares
Alimentação balanceada
A dieta alimentar deve ser variada e de 
acordo com as necessidades diárias de gasto 
energético. Não encontramos em um único 
alimento os nutrientes que necessitamos. 
Uma dieta alimentar deve possuir 5 grandes 
grupos de alimentos diferentes (gorduras, óleos 
e açúcares – laticínios e carnes – vegetais – 
frutas – cereais.
Exercício físico e ingestão 
de alimentos e líquidos
Não ingerir alimentos “pesados” (carboidratos 
e gorduras em grandes quantidades) pouco 
tempo antes da atividade física; água deve ser 
ingerida antes, durante e depois do exercício 
físico, conforme a necessidade do praticante.
Hábitos posturais Posturas adequadas
Postura adequada está relacionada à posição 
corporal do indivíduo (sentado, em pé, 
deitado). Está relacionada à estatura, tamanho 
segmentar, peso e utilização de objetos 
(cadeira, cama, sapato, sandália, tênis, mochila, 
computador, carro, entre outros). A ergonomia 
é a área que estuda principalmente os efeitos 
da postura relacionada a saúde.
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Condições internas no 
organismo
Batidas na cabeça
Devido a quedas, trombadas entre pessoas ou 
objetos, a cabeça sofre uma agressão; deve ser 
colocar gelo sobre o local e não se deve deixar 
a criança dormir.
Fonte: Palma et al. (2010, p. 83) 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
33
Neste núcleo de conhecimento em relação ao ano anterior podemos constatar 
que houve uma redução do número de conteúdos a serem ensinados, mas fica 
claro o aumento da complexidade, pois os estudantes já possuem uma base de 
conhecimento que permite ao docente fazer o aprofundamento dos saberes. Com 
relação ao número menor de conteúdos, isto ocorre porque os outros núcleos de 
conhecimento tiverem neste ano do Ensino Fundamental um aumento de conteúdos 
a serem ensinados. É importante ressaltar mais uma vez que os cinco núcleos devem 
ser ensinados no ano e que ocorre o aumento de saberes a serem ensinados em 
um núcleo e com isto outro núcleo tem redução para que seja possível ensinar os 
Quadro 1.6 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde
O MOVIMENTO E A SAÚDE
Tema Subtema Assunto Exemplos
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Condições externas do 
organismo
Hematomas
Depósitos de sangue que fica retido no 
tecido e não chega a sair na pele devido 
a uma lesão corporal; deve-se aplicar 
gelo no local (de preferência colocar 
dentro de um plástico ou pano).
Escoriações
Lesões superficiais na pele (arranhões) 
devido ao atrito do corpo contra 
superfícies ásperas; deve ser feita a 
limpeza com água na parte ferida para 
tirar as sujeiras.
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Sistema locomotor
Função do sistema 
locomotor
Tem a função de possibilitar que o 
corpo humano se movimente; ajuda na 
locomoção com ou sem deslocamento.
Componentes do 
sistema locomotor
Conjunto de ossos, músculos e 
articulações; tendões e ligamentos.
Hábitos posturais Vícios posturais
Conjunto de ossos, músculos e 
articulações; tendões e ligamentos.
Fonte: Palma et al. (2010, p. 91) 
Licenciatura): o mais importante no seu trabalho de professor é a aprendizagem ou o 
fechamento do plano de ensino? Certamente que é a aprendizagem, pois com esta 
o sujeito passa a agir mais adequadamente no mundo, pois passa a compreendê-lo 
mais adequadamente. A aprendizagem é o foco do docente, se conseguiu finalizar 
o plano de curso ou de ensino ótimo, senão cabe ao docente fazer as adequações 
para o próximo ano. Lembrando que este ajuste também não é garantia que irá 
terminar o plano de ensino, pois os sujeitos são diferentes e também depende do 
conhecimento prévio que terão para cada conteúdo a ser ensinado.
Por estes motivos que a importância do docente conhecer sobre os conteúdos a 
serem ensinados e também da sistematização ao longo da Educação Básica que irá 
favorecer o processo de ensino e, consequentemente, o processo de aprendizagem.
Apresentaremos, agora, a sequência que os autores fizeram para o núcleo 
movimento e a saúde para o segundo ano do Ensino Fundamental.
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
U1
34
conteúdos com tempo nos dias letivos que a escola possui.
No núcleo, o movimento e a saúde que estamos apresentando, para que fique 
mais claro para vocês e que possam compreender melhor a proposta apresentada; já 
no terceiro ano, poderão constatar que também não há um aumento significativo do 
número de conteúdos a serem ensinados, porém fica evidente que a complexidade 
deste núcleo exigirá mais tempo de estudo em cada conteúdo. Apresentaremos a 
seguir o que os autores organizaram para o 3º ano do Ensino Fundamental.
Os assuntos apresentados nos núcleosde conhecimento apresentam uma ordem 
crescente dos assuntos e também no aprofundamento do conhecimento, isto 
ocorre porque necessariamente deve ser considerado o nível de desenvolvimento 
cognitivo dos estudantes. O docente deve sempre adequar o objetivo do conteúdo 
com o nível de aprendizagem que os educandos possuem, pois se o nível de 
aprofundamento for superior à capacidade de aprendizagem e relações que os 
Quadro 1.7 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde
O MOVIMENTO E A SAÚDE
Tema Subtema Assunto Exemplos
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Sistema articular
Caracterização do 
sistema articular
Formado pelos pontos de contatos de 
um osso com o outro; tem articulações 
fortes e imóveis (sinartrose) e outras que 
são flexíveis (anfiartrose e diartrose); nas 
articulações temos bolsas sinoviais que 
ajudam a diminuir o atrito.
Classificação do 
sistema articular
Conforme a estrutura a articulação pode 
ser do tipo: fibrosa (ossos são unidos por 
tecido conjuntivo fibroso); cartilaginosa 
(ossos unidos por uma cartilagem); 
sinovial (espaço entre os ossos).
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Condições internas do 
organismo
Hábitos posturais
Tontura
Também chamado de vertigem, é a 
sensação de mal estar que pode ser 
causada por ambientes abafados, queda 
de pressão, altura elevada. Deve-se 
afrouxar a roupa, deitar e passar água 
gelada nos pulsos e nuca.
Cãibra
Contração involuntária dos músculos; 
espasmos musculares dolorosos e 
podem durar de segundos até minutos. 
Primeiro deve-se fazer alongamento na 
região afetada, colocar gelo no local e 
massagear.
Torcicolo
Dor intensa no pescoço que se irradia 
para a musculatura dorsal; causada 
pelo movimento brusco no pescoço ou 
por ficar em uma posição inadequada 
por muito tempo. Para tratar é preciso 
massagear o local, fazer compressa de 
água quente.
Fonte: Palma et al. (2010, p. 98) 
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
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Quadro 1.8 | Sistematização dos conteúdos referentes ao movimento e à saúde
O MOVIMENTO E A SAÚDE
Tema Subtema Assunto Exemplos
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Condições internas no 
organismo
Fratura
É um tipo de lesão no qual ocorre a quebra 
de um osso. Pode ser fechada (quando 
o osso não rompe a pele) ou exposta 
(quando o osso perfura a pele). Deve-se 
tirar as roupas em contato com a lesão, 
imobilizar o local, fazer compressas de gelo 
e levar imediatamente ao médico (não se 
deve tentar colocar o osso no lugar).
Entorse
Quando ocorre um movimento brusco, 
geralmente com os pés e tornozelos. Pode 
ocorrer estiramento muscular e até ruptura 
dos ligamentos. É preciso colocar gelo no 
local, elevar o segmento lesionado e evitar 
movimentos e ir imediatamente para o hospital.
indivíduos têm, não haverá uma aprendizagem significativa e, se o conhecimento 
a ser ensinado está abaixo do conhecimento que estes já possuem, perdem o 
interesse. O papel do docente é fazer este equilíbrio para que o interesse continue 
ativo e que possam fazer relação com o conhecimento que estão aprendendo com 
a realidade em que vivem.
Apresentaremos, agora, a sistematização para o 4º ano do Ensino Fundamental no 
núcleo movimento e saúde. Não apresentaremos a continuidade desta sistematização 
até o final deste nível de ensino, pois o que queríamos mostrar é a sistematização 
e também a organização curricular. É importante para os estudantes em formação 
profissional que entendam que os saberes específicos da disciplina de Educação Física 
não são apresentados ao acaso, por exemplo, o professor inicia a sua semana e pensa 
no que vai ensinar e monta suas aulas semanais, na próxima semana monta as aulas 
novamente sem ter a preocupação de uma organização e continuidade dos saberes.
É de suma importância o docente ter o conhecimento sobre o que ensinar, quando 
ensinar e porque ensinar. Para tanto, é necessário conhecer sobre os conteúdos 
próprios de sua disciplina e também da realidade dos educandos para poder organizar 
os conhecimentos que irão possibilitar a estes uma efetiva compreensão do mundo 
em vivem. Necessita também conhecer o desenvolvimento humano para saber 
adequadamente quando ensinar, este quando faz parte da complexidade do conteúdo, 
ou seja, saber o quanto deve aprofundar em um determinado conhecimento para que 
este possa ser aprendido e relacionado com a realidade vivida.
O porquê ensinar e mostrar para o alunado a razão de se estudar este conteúdo 
e não outro, apresentar que este saber é que possibilita a estes compreender melhor 
o seu mundo.
Apresentaremos a sistematização feita para o 4º ano do Ensino Fundamental.
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a Atividade física e 
exercício físico
Definição de atividade 
física
Em abril de 2002, a Organização Mundial de 
Saúde (OMS) decidiu estabelecer que dia 04 de 
abril é o dia Mundial da Atividade Física; atividade 
física é qualquer atividade na qual o individuo 
tenha gatos calóricos maiores do que em 
repouso.
Definição de exercício 
físico
Qualquer atividade física estruturada, planejada 
e repetitiva que objetiva manter ou melhorar a 
aptidão física.
Aptidão física
Importância do 
aquecimento corporal 
orgânico
O aquecimento contribui na prevenção de 
lesões e na preparação para atividades mais 
intensas; o aquecimento pode ser geral (prepara 
todo o organismo) ou específico (específico 
conforme a modalidade esportiva ou o 
exercício físico).
Importância do 
alongamento
Ajuda no aquecimento e relaxamento 
dos músculos; contribui no aumento e na 
manutenção da flexibilidade muscular.
Papel da respiração
Garante a entrada (inspiração) e a saída de ar 
(expiração) dos pulmões, sem nenhum esforço 
voluntário; o estresse pode afetar a respiração; a 
respiração ajuda a diminuir a tensão muscular e 
estabiliza a frequência cardíaca.
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Sistema esquelético
Função do sistema 
esquelético
Sustentar e proteger os órgãos internos; 
armazenar minerais; produzir células 
sanguíneas.
Tipo de ossos
Ossos longos (úmero e fêmur); planos ou 
chatos (ossos do crâneo e as costelas); curtos 
(carpo e tarso); irregulares (vértebras).
Crescimento ósseo
O crescimento ósseo cessa quando as 
cartilagens nas epífises ósseas se calcificam, por 
volta dos 18 aos 20 anos de idade.
Fonte: Palma et al. (2010, p. 110) 
Como já anunciamos anteriormente, não apresentaremos a continuidade desta 
sistematização e nem os outros núcleos de conhecimentos estabelecidos por Palma 
et al (2010). Entendemos que, com o núcleo apresentado, mesmo que parcialmente, 
já nos possibilita entender a necessidade de sistematizar os conteúdos da disciplina 
de Educação Física.
Esta seção que se tornou longa, mas necessária, apresentou três grandes obras 
que mostram a grande preocupação em organizar os saberes da Educação Física 
enquanto um componente curricular. Esta área de conhecimento ainda está em 
construção, pois o seu novo papel na educação ainda é recente e não estão esgotadas 
as ações de provocar as discussões que levem a Educação Física ao patamar de 
uma disciplina escolar que deve possibilitar aos educandos conhecimentos que 
possibilitem eles compreender a realidade e, a partir desta compreensão, agir 
adequadamente nela.
Perfil do aluno na educação infantil e o aluno do ensino fundamental e sua maneira de aprendizado
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Agora, iremos para a segunda seção apresentada para esta unidade de ensino, que 
é o perfil do aluno. Esta temática não está de forma alguma desvinculada da seção 
anterior, ela faz parte dos conhecimentos necessários ao docente. Compreender o 
perfil, ou dito em outras palavras, como ocorre o processo de aprendizagem nos 
sujeitos, é também ponto fundamental nas ações

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