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6ºAula Planejamento de necessidades de materiais (MRP) e Planejamento de recursos de manufatura (MRPII) Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender a importância dos sistemas de informação nas organizações; • conhecer a dinâmica de funcionamento do MRP; • entender os principais conceitos sobre MRP II. Prezados(as) alunos(as), Um dos fatores que pode impedir o atendimento à demanda consiste na falta de recursos que viabilizem a produção. Os recursos que viabilizam a produção são vários, mas alguns dos seus principais são o foco da nossa disciplina, tais como os materiais, mão de obra, equipamentos e instalações, por exemplo. Como o planejamento desses recursos sem o auxílio de ferramentas computacionais é complexo e trabalhoso, atualmente, são empregados alguns sistemas que utilizam softwares e facilitam o processo de trabalhar com um volume alto de informações. Dessa forma, uma técnica que é muito utilizada para planejar materiais nas empresas é o Material Requirements Planning (MRP), que significa Planejamento das Necessidades de Materiais e, para outros recursos necessários a produção, tais como mão de obra, equipamentos, instalações, entre outros, é utilizado um sistema que evoluiu a partir do MRP, o Manufacturing Resources Planning (MRP II), que significa Planejamento dos Recursos de Manufatura. Assim sendo, nesta aula veremos como são planejados os recursos produtivos por meio destes dois sistemas. Bons estudos! 199 Planejamento e Controle da Produção 52 Seções de estudo 1. Introdução 2. Planejamento das necessidades de materiais (MRP) 3. Planejamentos dos recursos de manufatura 1 - Introdução Com o advento dos computadores e sua constante evolução tecnológica, muitas técnicas relacionadas ao trabalho com informações nas organizações puderam ser aprimoradas. Entre elas, podemos destacar o planejamento e controle de materiais, que vão desde as matérias-primas e peças até os produtos acabados. Conforme já discutimos, a maioria das empresas possui uma variedade de produtos em seu portfólio, e cada um destes produtos podem apresentar em sua estrutura uma combinação de itens componentes. Imaginem como seria realizado o planejamento e controle de todos estes itens sem o auxílio de sistemas informatizados. Atualmente, praticamente não há como lidar com informações, que são a base fundamental para a tomada de decisões, sem o auxílio do computador. A maioria das empresas que precisam lidar com um número considerável de informações ao mesmo tempo, utilizam os sistemas de informação, como os sistemas ERP, do inglês Enterprise Resources Planning, os chamados Sistemas de Gestão Empresarial. Esses sistemas visam otimizar os processos de tomada de decisão na empresa e, em seus módulos consolidam informações dos vários departamentos que compõem uma organização, como finanças, produção, comercial, suprimentos, entre outros. Os sistemas ERP, muitas vezes, possuem módulos para planejamento e controle das necessidades de materiais, bem como de outros recursos necessários à produção, são eles os módulos de Planejamento das Necessidades de Materiais (Material Requirements Planning – MRP), e Planejamento de Recursos de Manufatura (Manufacturing resources Planning – MRP II). É importante ressaltar que o MRP e MRP II, além de serem módulos do sistema ERP, podem ser utilizados em sistemas isolados e também dão o nome à metodologia de planejamento das necessidades de materiais e outros recursos de manufatura. Um dos principais e mais preocupantes problemas que podem ocorrer nas indústrias consiste no não atendimento à demanda em função da falta de materiais, mão de obra, equipamentos, entre outros. Como vimos nas aulas anteriores, as empresas empregam técnicas fundamentadas para prever a demanda, planejar sua capacidade, controlar seus estoques para garantir que a necessidade do mercado seja atendida. O emprego dessas técnicas de previsão, planejamento e controle geram custos para as empresas, então imaginem a gravidade de se empenhar recursos financeiros em todas essas fases e deixar de atender a demanda por falta de materiais ou mão de obra, por exemplo. O MRP e MRP II permitem o planejamento detalhado das necessidades de recursos materiais e outros recursos necessários a manufatura, a partir de algumas informações de entrada. Dessa forma, abordaremos nesta aula as definições e metodologia de funcionamento destes dois planejamentos. 2 - Planejamento das necessidades Na aula 5, vimos a definição de itens de demanda independente e itens de demanda dependente. Vocês devem estar se perguntando por que estes conceitos são importantes neste momento e a resposta está na própria função do MRP. O MRP é responsável pelo planejamento das necessidades de materiais, como já vimos anteriormente, os materiais podem receber diferentes classificações, podem ser matérias-primas, peças componentes e produtos acabados e, dessas classificações sabemos quais destes materiais são itens de demanda independente e dependente. O quadro 6.1 apresenta a definição e exemplificação destes itens. Quadro 6.1: Itens de demanda independente e dependente. Demanda dependente Demanda independente independente necessidades do mercado Pneus, retrovisores, maçanetas Carro Pernas, assento, encosto Cadeira Dessa forma, podemos dizer que o MRP é um sistema lógico que calcula a necessidade de itens de demanda dependente a partir do momento em que se conhece a necessidade por itens de demanda independente. De uma forma mais simplificada, conhecida a necessidade em termos de data, quantidade e especificação do produto acabado, o MRP determina quais os itens componentes serão necessários para a fabricação dos produtos acabados, na quantidade e no momento exato em que eles devem estar disponíveis. É como se o MRP explodisse as necessidades de produtos acabados em necessidades de itens componentes. É importante destacar que o MRP fornece estas informações levando em consideração algumas variáveis importantes inerentes à política de estoque adotada e também a particularidades do processo produtivo, dentre estas variáveis podemos destacar o lead time de fabricação (no caso de itens fabricados internamente), o lead time de entrega (no caso de itens componentes comprados) e o estoque de segurança. Dentre as principais funções do MRP dentro da empresa podemos destacar a de realizar a programação da produção de itens de demanda dependente (caso os itens sejam fabricados internamente), a programação de compra de itens de demanda dependente (caso os itens sejam comprados) e a sua utilização como um modelo de controle de estoques de itens de demanda dependente, conforme comentamos no final da aula 5, que abordava a gestão de estoques. 2.1 - Entradas do sistema MRP Como em todo sistema, o sistema MRP também possui entradas, processamento e saídas. Por se tratar de um sistema de informações, temos informações como entradas no 200 53 sistema, temos o processamento de dados e, como resultado do processamento, temos informações de saída. As principais informações de entrada do MRP são o plano-mestre de produção (PMP), a lista de materiais e os relatórios de planejamento e controle de estoques. Com exceção da lista de materiais, já comentamos anteriormente sobre estes dados de entrada. No entanto, vamos revê-los na sequência. Veremos que, as informações fornecidas por estes insumos são imprescindíveis para o bom funcionamento do sistema MRP. Plano-mestre de produção (PMP): conforme vimos na aula 4, o PMP tem por objetivo desagregar o planejamento agregado da produção e estabelecer quais os itens individuais deverão ser produzidos, bem como as datas de produção. Além de considerar a previsão de demanda, este plano operacional deve contemplar os pedidos firmes dos clientes, que já se tem em carteira. Com relação a seu horizonte de tempo, vimos que um plano-mestre deve empregar prazosque vão de semanas até meses. No entanto, para que o sistema MRP possa funcionar é imprescindível que o PMP abranja todos os tempos de espera envolvidos na fabricação de um item, ou seja, todos os lead times (entrega, fabricação interna, montagens). Para melhor compreender o horizonte de tempo, vamos supor que o processo de produção de um produto seja composto por três etapas: Aquisição de matérias-primas por meio de compra (lead time: 3 semanas), fabricação interna dos itens componentes (lead time: 4 semanas), montagens das peças (lead time: 1 semana). Considerando esses prazos, é imperativo que o PMP abranja, no mínimo, 7 semanas para que se possa trabalhar com o MRP. Dessa forma, as informações que o plano-mestre disponibiliza possibilitam a determinação de quanto de cada item componente é necessário para viabilizar a fabricação dos produtos acabados. Os dados referentes aos tempos de espera, ou lead times, vão agregar uma informação importante ao resultado do MRP, que consiste na definição da data em que será necessário disparar as ordens para que cada item componente esteja disponível na data certa para a fabricação do produto acabado. Mas como saber quais são os itens componentes dos produtos acabados? Sabemos os itens componentes de cada produto acabado por meio da lista de materiais. Lista de materiais: esse é um documento que até o momento não discutimos, no entanto é de fácil compreensão. A lista de materiais consiste num documento onde são elencados, de maneira hierarquizada, todos os itens constituintes de um produto acabado, assim sendo, para cada produto que compõe o mix de produtos da empresa é necessário que exista uma lista de materiais. Além de informar os itens pelos quais os produtos acabados são compostos, a lista de materiais também indica a quantidade necessária de cada item para se obter uma unidade do produto acabado. É como se fosse a lista de ingredientes de um bolo. A lista de materiais, também é conhecida como Bill of Materials (BOM), que nada mais é do que a sua tradução para o inglês. O quadro 6.2 apresenta a lista de materiais para uma caneta. Quadro 6.2: Lista de materiais de uma caneta 1 CANETA Nos registros da Engenharia do Produto, é importante que, para cada produto, além da lista de materiais, também conste a árvore ou estrutura de produto, que representa de maneira mais visual as partes componentes do produto e suas quantidades. A figura 6.1 apresenta a árvore ou estrutura de produto da caneta, cuja lista de materiais foi apresentada no quadro 6.2. 8 g 1 und 1 und 1 und 1 und 1 und 1 und CANETA Corpo Carga Tampa peq. Tampa gra. Tubo Ponta Tinta Figura 6.1: Árvore ou estrutura de uma caneta Conforme podemos visualizar na figura 6.1, a árvore de produto apresenta os itens componentes do produto acabado de maneira hierarquizada, onde se pode ter uma dimensão maior de como se dá a estrutura de cada produto a ser fabricado pela empresa. A árvore de produto também auxilia nos processos de montagem e fabricação dos produtos. Relatórios de planejamento e controle de estoques: nos relatórios de estoque devem constar os itens componentes de todos os produtos fabricados pela empresa, e estes devem ser controlados com bastante cuidado, de forma a fornecer informações para as tomadas de decisão na empresa, bem como para embasar os cálculos do MRP. Algumas informações importantes que constam nos relatórios de controle de estoques são: informações sobre posição de estoque; informações sobre estoques de segurança; informações sobre lead times de entrega dos fornecedores; pedidos de itens programados; tamanho do lote de compra, entre outras. 2.2 - Saídas do sistema MRP Conforme discutimos na seção anterior, o MRP realiza um processamento de dados de forma a gerar um resultado que auxilia na tomada de decisões. Os resultados gerados por um sistema MRP fornecem todas as informações necessárias para que sejam geradas as ordens de compra e de fabricação para itens componentes, assim sendo, podemos dizer que estas ordens são as saídas de um sistema MRP. Os resultados fornecidos pelo MRP são de grande importância para as indústrias, uma vez que as decisões sobre compras ou fabricação de itens, que compõem produtos 201 Planejamento e Controle da Produção 54 acabados, não podem ser tomadas sem um embasamento sólido. Dentro das organizações, as ordens de compra e ordens de fabricação, produção ou serviço (o nome varia de empresa para empresa), são os documentos que autorizam a realização de uma compra e também a produção, ou seja, as saídas do MRP fazem uma interface entre as informações e a operacionalização do que foi planejado. As ordens de compra são documentos onde constam todas as informações a respeito do item que será necessário adquirir, tais como o código do item, sua descrição, fornecedor, data em que o produto precisa estar disponível para a produção, quantidade, entre outras informações. Em algumas empresas, primeiramente o departamento de PCP emite uma requisição de compra, cujas informações devem ser aprovadas pelo gerente de PCP. A figura 6.2 apresenta um exemplo genérico com as informações que devem constar em uma ordem de compra. Código Material Descrição Unidade de medida Quantidade Preço Preço total Nome/Logo da empresa ORDEM DE COMPRA N°: ___________ Endereço empresa: Telefone: Inscrição Estadual: E-mail: Site: Fornecedor: Telefone: Contato: E-mail: Data entrega: / / . Ordem de compra aprovada por: em: / / . Figura 6.2: Exemplo de ordem de compra Após a emissão da requisição, o departamento de compras/suprimentos analisa a mesma, realiza a negociação de prazos e preços com o fornecedor, e assim emite a ordem e o pedido de compra. O departamento de compras deve ainda lançar a informação sobre a data em que o item chegará à fábrica (no caso de o próprio fornecedor realizar a entrega) ou data em que o item estará disponível para retirada (neste caso deve-se alinhar com o departamento de logística o processo de retirada do material). Lembram que comentamos sobre o ERP no início desta aula? O ERP dispõe de módulos que permite a emissão destes documentos (requisições de compra e ordens de compra) e permite que todos os envolvidos neste processo tenham acesso às informações referentes à aquisição dos itens. Assim sendo, quando o departamento de compras alimenta o sistema com as datas de disponibilidade dos produtos, o departamento de PCP consegue ter acesso a mesma informação. O acesso a essas informações permite que o PCP tome, antecipadamente, as decisões de programação da produção, por exemplo, antes mesmo que o fornecedor tenha disponibilizado o material, pois tem-se a garantia de uma data futura que foi negociada juntamente ao departamento de compras. Conseguimos identificar aí o relacionamento do PCP com outros setores dentro da empresa, tais como compras e logística. Em alguns casos, compras e logística pertencem ao mesmo setor, o de Supply Chain Management. Já as ordens de produção são documentos que fornecem as informações necessárias para que um item seja fabricado internamente pela organização, tais como código do produto, descrição do produto, quantidade, materiais utilizados, roteiro de fabricação, prazo de entrega, equipamento em que o produto será fabricado, apontamentos de produção, entre outras informações. A ordem de produção é o documento que autoriza o início da fabricação de um item e fornece as coordenadas de como este deve ser produzido. As ordens deprodução servem também como um controle acerca de tudo o que é produzido, nada pode ser fabricado sem que haja uma ordem que o autorize. A figura 6.3 exemplifica uma ordem de produção genérica. Figura 6.3: Exemplo de ordem de produção. Fonte: Rossi e Barbosa Filho (2015). A utilização do sistema MRP nas organizações diminui a influência dos sistemas informais, que, muitas vezes, podem ser demasiados trabalhosos e conduzir a decisões equivocadas. O sistema MRP assume várias funções nas empresas, onde além de poder ser utilizado como um instrumento de planejamento das necessidades de materiais ele também permite a simulação de diferentes cenários, uma vez que, alimentado de maneira correta, seus resultados conduzirão a empresa a decisões acertadas e de maneira menos trabalhosa, já que o sistema é todo automatizado. As ordens de compra e produção (fabricação e montagem) são resultados importantes emitidos durante o planejamento operacional. Na aula anterior, trabalhamos a primeira atividade da programação da produção que é a gestão 202 55 de estoques e nesta aula estamos abordando, de maneira intrínseca, a emissão de ordens. 2.3 - Funcionamento do sistema MRP Nesta seção, apresentaremos como se dá o funcionamento do MRP, que será abordada de acordo com a metodologia de Moreira (2012). Conforme já mencionamos anteriormente, a dinâmica de processamento no MRP tem início na quantidade desejada de produto acabado, em uma data especificada, sendo que estas informações são fornecidas pelo PMP. A partir das necessidades de produtos acabados, ocorre a “explosão” do produto em suas partes componentes, utilizando informações da lista de produtos e árvore de produto. É importante destacar que os itens componentes precisam ser fabricados ou comprados antes da data em que o produto acabado precisa estar pronto, isto porque após a aquisição dos itens componentes leva-se um tempo para que o produto acabado seja montado ou fabricado. Portanto, é importante prestar atenção aos tempos de espera ou lead time de cada fase ou parte do produto até se obter o produto acabado. Para melhor compreender a importância dos tempos de espera vamos ilustrar uma situação. Considere um produto acabado A e que ele deva estar pronto na semana 7. O processo de montagem do produto A leva uma semana para ser realizado e, as peças que o compõem levam duas semanas para serem entregues pelo fornecedor. Se levarmos em consideração estes prazos veremos que será necessário emitir a ordem de compra para o início da semana 4, para que o fornecedor consiga entregar as peças no início da semana 6 e, que a montagem do produto acabado se inicie na semana 6 e fique pronto na semana 7. Assim sendo, para que o produto A esteja disponível na semana 7 será necessário iniciar o seu processo de obtenção na semana 4. Quando o produto acabado é explodido em seus componentes, baseado nas informações do PMP e da lista de materiais, obtemos as chamadas Necessidades Brutas de cada item. Pode ser que haja alguns itens em estoque, chamados de estoque remanescente ou até mesmo alguma ordem ou pedido de compra que tenha sido anteriormente encaminhado que resulte em um recebimento programado de material. Conhecendo as necessidades brutas e tendo as informações de estoques e recebimentos programados, o MRP calcula as Necessidades Líquidas, descontando das necessidades brutas o estoque disponível em mãos e os recebimentos programados, conforme podemos ver na sequência: Necessidades líquidas = Necessidades brutas – Estoque disponível – Recebimentos programados É importante ressaltar que, caso a empresa trabalhe com a política de estoques de segurança estes podem ser somados às necessidades brutas. Neste momento surge outro conceito importante no cálculo do MRP, a Liberação de Ordem (de compra, fabricação ou montagem). Essa liberação de ordem deve levar em consideração a quantidade do componente e deve ser expedida com antecedência, em uma data tal que o componente esteja disponível exatamente no momento em que será necessário. Não existe regra que obrigue que a quantidade definida na ordem seja exatamente igual às necessidades líquidas, pois existe a questão dos lotes econômicos e, muitas vezes, os fornecedores também estabelecem regras com relação às quantidades que podem ser compradas. Dessa forma, temos que o planejamento gerado pelo MRP, normalmente fornece as seguintes informações, para cada item que compõe o produto acabado: • uma escala de tempos, geralmente em semanas; • identificação do item; • necessidades brutas e suas datas; • estoque disponível; • recebimentos programados; • necessidades líquidas; • liberação de ordem. Para melhor compreender, o quadro 6.3 fornece as informações segundo a maneira mais usual para a resolução de exercícios com o MRP. Quadro 6.3: Informações cálculo MRP. Item Semanas 1 2 3 4 5 6 7 Estoque Disponível Recebimento Programados Necessidades Líquidas Liberação de Ordem Fonte: Moreira (2012) Atualmente, o MRP realiza seus cálculos via sistemas computadorizados, o que facilita bastante o processo. No entanto, para compreender sua dinâmica é imprescindível saber como os cálculos são feitos e também, no caso de não se dispor de um sistema MRP convencional, é possível realizar seus cálculos por meio de planilhas eletrônicas, uma vez que se conhece o seu funcionamento. Dessa forma, apresentaremos na sequência um exemplo do cálculo do MRP, baseado em Moreira (2012 p. 528). : Para certa mesa de cozinha, é conhecida a demanda (necessidades brutas) para as próximas 12 semanas, que é de 100 unidades, prevendo-se uma entrega de 40 unidades ao início da semana 5 e outra de 60 unidades ao início da semana 11, segundo o quadro 6.4. Quadro 6.4: Necessidades brutas de mesas de cozinha Item: Mesa Semana 1 2 3 4 5 40 6 7 8 9 10 11 12 60 Fonte: Moreira (2012) A mesa é composta por um tampo, um tronco e oito suportes idênticos; quatro dos suportes acoplam-se à parte 203 Planejamento e Controle da Produção 56 superior do tronco para que o tampo se ajuste, enquanto os outros quatro se acoplam à parte inferior, para o apoio da mesa no solo. A figura 6.4 apresenta a árvore do produto. Figura 6.4: Árvore do produto – mesa de cozinha Temos ainda os lead times e estoques remanescentes, que se apresentam no quadro 6.5. Quadro 6.5: Lead times e estoques remanescentes para os itens Item Operação Lead Time Estoque remanescente Mesa montagem 1 semana 5 unidades Tampo 1 semana 15 unidades Tronco 2 semanas 12 unidades Suporte 1 semana 90 unidades Fonte: Moreira (2012) Pede-se para preencher um quadro MRP para cada um dos itens: mesa, tampo, tronco e suportes, assumindo que as quantidades requisitadas são exatamente iguais às necessidades líquidas. Solução: Para a montagem dos quadros é necessário começar pelo produto acabado (mesa) para descobrir as necessidades líquidas de mesas montadas e assim calcularmos as necessidades líquidas dos componentes. Cada mesa irá necessitar de um tampo, um tronco e oito suportes. Como temos a informação de que a montagem das mesas leva uma semana, todos os componentes deverão estar disponíveis uma semana antes da entrega das mesas. Mesa: As necessidades brutas de mesa são de 40 mesas na semana 5 e 60 mesas na semana 11; no entanto, há um estoque disponível de 5 mesas que pode ser usado para a primeira entrega (semana 5), reduzindo as necessidades líquidas na semana 5 para 35 mesas. Para a semana 11 a necessidade líquida será de 60 mesas, tendo em vista que não haverá estoque remanescente nem recebimento programado até a semana 11. A liberação de ordens deve compreender a mesma quantidade das necessidades líquidas e devem ser emitidas uma semana antes da data em que as mesas montadas são necessárias, ou seja, será necessária a liberação de ordem de montagem de 35 mesas para a semana 4 e 60 mesas para a semana 10, conforme podemos visualizar no quadro 6.6.Quadro 6.6: Cálculo das necessidades de mesas Item: Mesa Semana 1 2 3 4 5 40 Estoque Disponível 5 Recebimento Programados 0 Necessidades Líquidas 35 Liberação de Ordem 35 6 7 8 9 10 11 12 60 0 0 60 60 Tampo: Cada mesa necessita de um tampo. Como a necessidade líquida de mesas é de 35 na semana 4 e 60 na semana 10, temos que a necessidade bruta de tampos é também de 35 unidades na semana 4 e 60 na semana 10. Como existe um estoque disponível de 15 tampos, eles podem ser utilizados para atender às necessidades da semana 4, portanto a necessidade líquida de tampo é de 20 tampos para a semana 4 e 60 tampos para a semana 10. Como os tampos levam uma semana para ficar prontos, as liberações de ordens devem ser colocadas nas semanas 3 e 9. Conforme indica o quadro 6.7. Quadro 6.7: Cálculo das necessidades de tampo Item: Tampo Semana 1 2 3 4 5 35 Estoque Disponível 15 Recebimento Programados 0 Necessidades Líquidas 20 Liberação de Ordem 20 6 7 8 9 10 11 12 60 0 0 60 60 Tronco: Cada mesa necessita de um tronco, como a necessidade líquida de mesas é de 35 na semana 4 e 60 na semana 10, temos que a necessidade bruta de troncos é também de 35 unidades na semana 4 e 60 na semana 10. Como existe um estoque disponível de 12 troncos, estes 204 57 podem ser utilizados para atender às necessidades da semana 4, portanto a necessidade líquida de tronco é de 23 troncos para a semana 4 e 60 troncos para a semana 10. Como os troncos levam duas semanas para ficarem prontos, as liberações de ordens devem ser colocadas nas semanas 2 e 8. Conforme indica o quadro 6.8. Quadro 6.8: Cálculo das necessidades de tronco Item: Tronco Semana 1 2 3 4 5 35 Estoque Disponível 12 Recebimento Programados 0 Necessidades Líquidas 23 Liberação de Ordem 23 6 7 8 9 10 11 12 60 0 0 60 60 Suportes: Cada mesa necessita de oito suportes, como a necessidade líquida de mesas é de 35 na semana 4 e 60 na semana 10, temos que a necessidade bruta de suportes é de 35x8= 280 unidades na semana 4 e 8x60=480 na semana 10. Como existe um estoque disponível de 90 suportes, estes podem ser utilizados para atender às necessidades da semana 4, portanto a necessidade líquida é de 190 suportes para a semana 4 e 480 suportes para a semana 10. Como os suportes levam uma semana para ficar prontos, as liberações de ordens devem ser colocadas nas semanas 3 e 9. Conforme indica o quadro 6.9. Quadro 6.9: Cálculo das necessidades de suportes Item: Suportes Semana 1 2 3 4 5 280 Estoque Disponível 90 Recebimento Programados 0 Necessidades Líquidas 190 Liberação de Ordem 190 6 7 8 9 10 11 12 480 0 0 480 480 Temos, então, o resultado do MRP como: • liberação de ordens de montagem de 35 mesas na semana 4 e 60 mesas na semana 10; • liberação de ordens de fabricação de 20 tampos na semana 3 e 60 tampos na semana 9; • liberação de ordens de fabricação de 23 troncos na semana 2 e 60 troncos na semana 8; • liberação de ordens de fabricação de 190 suportes na semana 3 e 480 suportes na semana 9. Nesse exemplo, consideramos que a quantidade indicada na liberação de ordens é igual às necessidades líquidas pelos itens, no entanto, a liberação de ordens, em alguns casos, pode ser correspondente aos lotes econômicos de compra ou de fabricação. A diferença em se trabalhar com lotes econômicos está na formação de estoques ao longo das semanas. Nesse caso, também não consideramos estoques de segurança. No caso de a empresa trabalhar com estoques de segurança é indicado que estes sejam somados às necessidades brutas. No entanto, a metodologia de cálculo apresentada neste exemplo representa a forma básica de planejamento das necessidades de materiais que pode ser adaptada às necessidades particulares das empresas. 3 - Planejamento de recursos de Conforme vimos na seção anterior, o MRP permite o planejamento de itens de demanda dependente em termos de quantidade, tipo e datas, com base nas informações fornecidas pelo PMP, lista de materiais e controle de estoques. O sistema MRP é muito utilizado e simplifica o processo de planejamento de materiais nas empresas e, por isso, à medida que a tecnologia da informação se desenvolve, o MRP também vem sendo aprimorado. Considerando então a sua eficácia no campo planejamento de materiais, o MRP se aprimorou de modo que passasse a considerar outros recursos produtivos, não só as necessidades de materiais, como mão de obra e a disponibilidade de máquinas, por exemplo. A esse sistema derivado do MRP, damos o nome de Planejamento dos Recursos de Manufatura, mais comumente chamado pela sigla MRP II, que significa Manufacturing Resources Planning. O MRP II também é muito utilizado como um módulo do ERP, sendo integrado aos demais módulos que o compõe. De acordo com Martins e Laugeni (2006, p. 376), o MRP II “é uma extensão do MRP com a inclusão de recursos como: mão de obra, equipamentos, instalações, entre outros.” Segundo os autores, o tratamento que se dá aos recursos no MRP II segue a mesma lógica que se dá aos materiais, no MRP, no entanto com os devidos ajustes. A literatura, normalmente, não se aprofunda nos cálculos do MRP II por ele englobar mais recursos e se tornar mais complexo do que o MRP, assim sendo, esses cálculos são comumente realizados via sistemas computadorizados, onde os parâmetros e dados de entrada são ajustados para os recursos em questão. Por isto, nesta aula não iremos esgotar o conteúdo acerca dos cálculos do MRP II, iremos, portanto, nos limitar às suas principais características, tais como seus 205 Planejamento e Controle da Produção 58 dados de entrada, saídas e estrutura hierárquica. 3.1 - Principais características do MRP II Para que a eficácia do MRP II seja garantida, Corrêa, Gianesi e Caon (2014) afirmam que o primeiro aspecto importante consiste na existência de uma base de dados única, não redundante e acurada que integre toda a empresa por meio da informação. O MRP II necessita de diversas informações que, normalmente, provêm de diversos setores da empresa, que devem mantê-las em uma única base de modo que toda a empresa possa acessá-la. Ainda de acordo com os autores, destacamos os principais cadastros necessários ao sistema MRP II: • cadastro mestre de item: contendo informações, como código, descrição, unicidade de medida, lead time, estoque de segurança, entre outros; • cadastro de estrutura de produtos: lista e estrutura de produtos hierarquizada; • cadastro de locais: onde são definidos os locais de armazenagem dos itens, incluindo unidades fabris, departamentos, corredores, prateleiras, entre outros; • cadastro de centros produtivos: código, descrição, horários de trabalho, índices de aproveitamento de horas disponíveis, entre outros; • cadastros de calendários: informações de feriados, férias, entre outros; • cadastros de roteiros: sequência de operações necessárias para a fabricação de cada item, os tempos associados à emissão da ordem, fila, preparação, entre outros. Podemos notar que são muitas as informações de entrada do sistema, e que elas provêm dos mais variados setores da empresa. A estrutura de produtos, por exemplo, é uma informação gerada pelo setor de Engenharia do Produto, o qual deve estar atento a qualquer alteração e realizar as atualizações no sistema sempre que for necessário. As informações referentes ao calendário podem ser provenientes do setor de recursos humanos, os cadastros de roteiro podem ser emitidos pela Engenharia de Processos, entre outros. Ao consolidar todas essas informações em uma única base de dados, considerando que elas estejam corretas, verificadas e acuradas, o processamento dessas informações irá gerar para a empresa, por meio do sistema MRP II, muitas respostas importantes relacionadas ao planejamento e uso de recursos como mão de obra, equipamentos, instalações, entre outros. Com relação à mão de obra, por exemplo, serão obtidas informações relacionadasa necessidades de subcontratação de serviços, contratação de turnos extras de trabalho e solicitação de horas extras para um dado período. 3.2 - Estrutura do sistema MRP II O sistema MRP II possui uma estrutura mais complexa do que o MRP. Nesta seção, apresentaremos a sua estrutura de forma a compreender a hierarquia de decisões e as entradas e saídas que sustentam o sistema. Destaca-se que, todo esse item (3.2), baseia-se em Corrêa, Gianesi e Caon (2014). Conforme já mencionamos sobre sua complexidade, no sistema MRP II existe uma sequência hierárquica de cálculos, verificações e decisões têm por objetivo gerar um plano de produção que possua viabilidade tanto em termos de disponibilidade de materiais como de capacidade produtiva. Para a realização desses cálculos, verificações e decisões o sistema MRP II deve ser composto de uma série de procedimentos de planejamento que são agrupados em funções. Normalmente, estas funções que compõem o MRP II estão associadas a módulos de pacotes de softwares comerciais, que foram desenvolvidos justamente para suportar esta filosofia de planejamento. Você deve estar se perguntando quais são estes módulos, não é mesmo? Pois bem, aqui vamos apresentar os principais módulos que compõem o MRP II e já adiantamos que vocês já possuem familiaridade com alguns deles. Assim sendo, os principais módulos são: MRP- Material Requirements Planning/CRP - Capacity Requirements Planning, MPS – Master Production Schedule/RCCP - Rough Cut Capacity, Gestão de Demanda, SFC – Shop Floor Control/Compras e o S&OP – Sales and Operations Planning. Abordaremos cada um desses módulos, não necessariamente partindo dos níveis mais altos, e sim, do MRP que acabamos de abordar, por tornar mais fácil a compreensão e na sequência iremos acrescentando os demais módulos. - MRP/CRP: já abordamos o MRP nesta aula e vimos que ele corresponde ao Planejamento das Necessidades de Materiais. Já o CRP nada mais é do que o Planejamento da Capacidade no curto prazo. Assim sendo, juntos, o MRP e o CRP têm como objetivo gerar um plano viável e detalhado de produção, compras e capacidade. Com base na decisão de vendas de produtos acabados, o MRP irá calcular a necessidade de materiais, definindo as quantidades e momentos de liberação das ordens de produção e compra. Após identificadas as necessidades de materiais e viabilizado o plano sugerido pelo MRP, o plano de produção será inserido no módulo de cálculo de capacidade no curto prazo, ou CRP. O CRP utilizará informações dos centros produtivos, roteiros e tempos, calculando as necessidades de capacidade para cada centro, para cada período, permitindo a identificação de excessos e/ou falta de capacidade, para que o programador tome as devidas providências em caso de inviabilidade do plano, como por exemplo, antecipação de ordens, adiamento de ordens, subcontratação de serviços, contratação de turnos extras de trabalho etc. Assim, o MRP e o CRP fornecem um plano detalhado de materiais e capacidade para o setor de compras e controle do chão de fábrica, conforme podemos visualizar na figura 6.5. - MPS/RCCP: O MPS é a sigla em inglês correspondente ao nosso PMP, que também já foi abordado em aula anterior, já o RCCP corresponde ao Planejamento da Capacidade em médio prazo. Juntos, o MPS e o RCCP são responsáveis por elaborar o plano de produção de produtos finais, item a item, período a período, bem como a capacidade necessária no médio prazo para viabilizar este plano de produção. 206 59 O MPS não é um módulo puramente de cálculo como o MRP, mas sim de tomada de decisão. Ele considera informações provenientes do plano de produção agregado, da previsão de vendas detalhada de cada produto final, da carteira de pedidos firmes dos clientes, da política de estoques e da posição de estoque de produtos finais, consolidando assim estas informações e tomando a decisão a respeito do que e quanto produzir, em cada período, em termos de produtos individuais e não em famílias de produtos. Obtido um plano de produção de itens individuais viável, este plano será inserido no módulo de capacidade no médio prazo, ou seja, o RCCP. O RCCP é responsável pela realização de um cálculo de capacidade no médio prazo, que também é conhecido como um planejamento grosseiro de capacidade e tem a vantagem de poder executado rapidamente. O RCCP tem a função de auxiliar na formulação de um plano-mestre aproximadamente viável. Aproximadamente viável, pois não se trata de um cálculo detalhado e preciso como no MRP/ CRP. Assim sendo, o módulo MPS/RCCP gera um plano detalhado de materiais e capacidade que serve como dado de entrada para o MRP, podemos visualizar esta relação na figura 6.5. - Gestão de demanda: é uma função que permite que a área de vendas/marketing insira as informações do mercado no processo de planejamento do MRP II. Por exemplo, a informações como previsão de vendas são destinadas ao S&OP para a elaboração do plano de produção agregado e informações como cadastro de pedidos dos clientes que auxiliará na elaboração do PMP. Assim sendo, a Gestão de Demanda não é tratada como um módulo, pois essa função do MRP II não é apoiada por um único módulo do software, envolvendo uma série de habilidades e informações externas que apoiam o sistema. - SFC/Compras: O módulo SFC corresponde ao controle de chão de fábrica. Juntos, SFC e Compras, visam garantir que o plano de materiais detalhado seja executado sem desvios, da maneira mais fiel possível. O SFC executa o sequenciamento das ordens, fazendo a interface entre o planejamento em seus diferentes níveis e o chão de fábrica. Podemos dizer que ele é o responsável por controlar e garantir a execução, no nível operacional, do que foi planejado. Já o módulo de Compras possui função semelhante ao SFC, ou seja, ele desempenha o papel de controlar as ordens de compras de materiais, fazendo a interface entre o que foi planejado e os fornecedores de matérias-primas e itens componentes necessários para viabilizar a produção. Assim, este módulo suporta a negociação de programação de entregas com os fornecedores, abertura de ordens de compras, emissão e acompanhamento de pedidos, bem como o fechamento do pedido quando os materiais comprados adentram a empresa. Todas as informações do módulo de compras estão disponíveis no sistema MRP II para que as demais funções possam tomar suas decisões. Por exemplo, as informações referentes às programações de entrega de matérias-primas e itens componentes podem influenciar a posição de estoque em períodos futuros, permitindo que o MRP defina as quantidades e as datas em que os materiais poderão ser produzidos, ou a necessidade em termos de compras dos mesmos. - S&OP: Em português, S&OP significa Planejamento de Vendas e Operações e corresponde a um dos mais importantes planejamentos nas empresas que utilizam o MRP II. Assim como a Gestão de demanda, o S&OP é um processo que não é apoiado adequadamente pelos pacotes de software MRP II disponíveis. O S&OP consiste em um processo de planejamento que trabalha com informações agregadas suportadas por uma visão de longo prazo do negócio. Este processo é responsável por realizar o planejamento de vendas e de produção no longo prazo, executando o planejamento estratégico da empresa. A partir da previsão de vendas agregada, o S&OP elabora o plano de produção agregado, levando em consideração as estratégias da empresa relacionadas ao mercado, a produção e aos critérios de desempenho que ela julga importantes. Dessa forma, o plano de produção agregado é o dado de entrada para o MPS, conforme podemos visualizar na figura 6.5. Todos esses módulos, cada qual em seu nível de decisão, formam o sistema MRP II, e é como se formassem o nível de comando, o motor e as rodas que dão sustentação para o funcionamento do sistema. A figura 6.5 resume tudo o que falamos a respeito dos principais módulos do sistema MRP II,como eles se relacionam, as informações de entrada e saída em cada um deles, que dão sustentação para o funcionamento adequado do sistema. S&OP Estratégias Gestão de Demanda Orçamento Plano de vendas agregado Plano de produção agregado Lista de recursos, tempos RCCP MPS Política de estoques Comando Plano-mestre da produção MRP CRP Centros produtivos, roteiros, tempos Motor Plano detalhado de materiais e capacidade Estruturas e parâmetros Posição de estoques COMPRAS SFC Programa de fornecedores Programa detalhado de produção Rodas Figura 6.5: Sistema MRP II. Fonte: Corrêa, Gianesi e Caon (2014) Conforme podemos visualizar na figura 6.5, existem três grandes blocos dentro do sistema MRP II. São eles o comando, o motor e as rodas: - Comando: é formado pelos níveis mais altos de planejamento, ou seja, o S&OP, Gestão de Demanda e MPS/ RCCP, sendo o responsável por dirigir a empresa bem como 207 Planejamento e Controle da Produção 60 sua atuação no mercado. - Motor: é formado pelo nível mais baixo de planejamento, ou seja, MRP/CRP, que é responsável por desagregar as decisões que foram tomadas nos níveis mais altos de planejamento, originando as decisões detalhadas a respeito do que, quanto e quando comprar e produzir, bem como as decisões referentes a gestão da capacidade no curto prazo. - Rodas: é formado pelas funções de execução e controle, ou seja, SFC e Compras, responsáveis por garantir a execução fiel do plano detalhado gerado no bloco anterior. É importante destacar que para promover o bom uso de um sistema MRP II é imprescindível que, primeiramente se tenha um bom entendimento a respeito do seu funcionamento. É necessário também um sistema computadorizado que o suporte e permita uma boa interface com o usuário, o que não deve substituir outro fator muito importante, o treinamento e a conscientização dos colaboradores sobre as vantagens e relevância do sistema MRP II para a empresa e todos os envolvidos. Por consolidar um grande número de informações em uma única base de dados, o sistema MRP II possui maior velocidade de resposta às mudanças que ocorrem num ambiente dinâmico como o fabril. Isso faz com que a empresa disponha de maior flexibilidade para atender a demanda, permitindo a simulação de vários cenários e a escolha do que melhor se adapte à realidade e aos critérios de desempenho/ estratégia da empresa. Retomando a aula acabamos de trabalhar é muito importante e deve 1 - Introdução Nesta seção, abordamos o desenvolvimento da tecnologia da informação e como ele tem auxiliado as empresas nos processos de tomada de decisão com relação ao planejamento dos recursos necessários a produção. Vimos que o MRP e MRP II são sistemas que permitem o planejamento detalhado de materiais e outros recursos de manufatura. 2 - Planejamento das necessidades de materiais (MRP) Na segunda seção, abordamos o MRP, vimos que ele utiliza informações provenientes do PMP, lista de materiais e controle de estoques para planejar os itens de demanda dependente, em termos de quantidade, especificação e data em que os mesmos serão necessários. (MRP II) Nesta seção, abordamos o MRP II. Vimos que ele consiste em uma evolução do MRP. Enquanto o MRP fornece informações para o planejamento de materiais, o MRP II considera outros recursos como mão de obra, equipamentos, instalações, entre outros. CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON, M. Planejamento, Programação e Controle da Produção. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2014. MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. Vale a pena ler Vale a pena Conceitos Básicos do MRP (Material Requirement Planning): <http://www.administradores.com.br/artigos/ carreira/conceitos-basicos-do-mrp-material-requirement- planning/26507/>. MRP e MRPII para a gestão de fábrica das Pequenas e Médias Empresas: <http://www.administradores.com.br/ noticias/negocios/mrp-e-mrpii-para-a-gestao-de-fabrica- das-pequenas-e-medias-empresas/52600/>. Vale a pena acessar Minhas 208
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