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Brasileiras na Hungria

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Brasileiras na Hungria:
considerações de gênero, xenofobia e
aspectos psicossociais do processo
migratório
Universidade Federal da Bahia
Elites, Instituições Políticas e
Sociedade Civil (FFCHF48)
Clara Suit Queiroz
Visão Geral
Principais seções desta apresentação
Introdução
Fundamentação teórica
Objetivos
Metodologia
Resultados
Análise
Considerações finais
Referências
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1DUF2isFWsqVSYhbaACYtbgcLi_YjDqpE3GLQIVgkKQg/edit#gid=69851113
Introdução
Clara
Psicologia (7º semestre)
Breve histórico familiar
Como eu cheguei até a Hungria?
Uma forma de elaborar o processo
migratório e o processo de retorno
Hungria
País da Europa Central
Capital: Budapeste
Idioma oficial: húngaro
Moeda: florim húngaro
População: 9.75 milhões (2020) - em decrescimento
Mais de 1/5 da população se concentra em Budapeste
(1,752,286). A segunda cidade mais populosa é Debrecen,
com 202.520 habitantes
47% dos imigrantes mora em Budapeste
Emigração (+) X Imigração na Hungria
Considerado um país de "trânsito"
Fatores facilitadores: qualidade de vida, emprego e
remuneração, programas específicos (Stipendium,
AIESEC, Erasmus, etc.), cidadania após 5 anos
Fatores dificultores: moeda, idioma, xenofobia,
retrocessos em direitos sociais e civis, ameaças à UE
Por que estudar migrações?
O aumento da migração mundial veio
acompanhado do recrudescimento na
imposição de medidas e políticas restritivas
à migração, além de movimentos
discriminatórios em relação às populações
migrantes (Nascimento, 2017). A
competição no mercado de trabalho, o
desemprego, o terrorismo internacional e o
racismo puro e simples são alguns dos
fatores estressores considerados nesse
sentido.
Xenofobia, discriminação e
preconceito
"Ao contrário das migrações
massivas de meados do século XIX
e início do século XX que foram
visualizadas como uma
redistribuição de recursos
humanos, considerados como
parte da riqueza das nações, as
migrações atuais são vistas como
uma redistribuição da pobreza, em
um mundo caracterizado pela
concentração de riquezas."
(Menezes & Contipelli, 2018, p.
172-188)
Se fazem necessários estudos específicos
sobre a condição do migrante nas
sociedades, bem como a promoção dos
Direitos Humanos para esta população,
compreendendo que o migrante é um sujeito
ativo, que ocupa determinado lugar social e
enfrenta situações que lhe são particulares:
“Olhar o\a migrante como um ser singular,
identificando\a como protagonista político,
capaz de ressignificar os processos de
produção e reprodução do capital e do modo
de vida” (Nascimento, 2017). 
O migrante como ser singular
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1DUF2isFWsqVSYhbaACYtbgcLi_YjDqpE3GLQIVgkKQg/edit#gid=69851113
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1DUF2isFWsqVSYhbaACYtbgcLi_YjDqpE3GLQIVgkKQg/edit#gid=69851113
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1DUF2isFWsqVSYhbaACYtbgcLi_YjDqpE3GLQIVgkKQg/edit#gid=69851113
A migração feminina
É ainda mais particular (e frequentemente
negligenciada) a condição da mulher
migrante frente à sociedade. A percepção
da migração como um fenômeno masculino
tem, por diversas vezes, contribuído para a
invisibilização da mulher imigrante e o seu
lugar específico frente ao fenômeno. A
interseccionalidade dessas noções é
fundamental para compreender o papel
culturalmente ocupado pela mulher
migrante.
Mulher e estrangeira : 
"Outro" X "Inimigo"
"Primeiro, elas entram em setores
tradicionalmente femininos. Lá, seus
salários sempre foram baixos devido ao
status de inferioridade a principal fonte de
renda da família, embora ainda sofram o
peso da ideologia do racismo e do status
político e legal inseguro, como qualquer
migrante. É a articulação entre os processos
de discriminação de gênero, discriminação
racial de trabalhadores migrantes e
exploração da classe trabalhadora (Parmar,
1982; Philzacklea, 1983; Morokvasic, 1980;
Anthias, 1983) que torna sua posição
particularmente vulnerável.
(MOROKVASIC, 1984, p. 890-891, tradução
nossa)
Carvalho (2017) ressalta a demanda por um
estudo específico da migração feminina,
enfatizando que, especialmente no processo
migratório para trabalho, as relações sofrem
transformações, diferenciações e
desigualdades ao longo do tempo. A
mobilidade feminina tem sido encarada na
literatura também como um formato de
resistência frente às circunstâncias que
expõem, oprimem e tornam mais desafiadora
e vulnerável a inserção equitativa de
mulheres no mercado de trabalho.
A migrante como resistência
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1DUF2isFWsqVSYhbaACYtbgcLi_YjDqpE3GLQIVgkKQg/edit#gid=69851113
3.7 milhões
Entre os anos 2000 e 2008, o número de
brasileiros que saíram para trabalhar fora do
país aumentou de 2 para 3.7 milhões (Gondim
et al., 2013).
As motivações da migração nem sempre são "objetivas"
(Nascimento, 2017)
O processo migratório acarreta tanto em "ganhos" quanto
em "perdas" - especialmente para as mulheres
(Morokvasic, 1984)
 Essa balança encontra tanto fatores comuns, quanto
particulares à história psicossocial dos indivíduos
A complexidade do
processo migratório
e da migração
feminina
Objetivos
em termos sociais, econômicos e demográficos o
perfil da brasileira que emigra para a Hungria
a) Caracterizar
os fatores particulares que detêm influência no
processo migratório dessa população
b) Analisar
c) Compreender
os aspectos gerais e específicos que constituem a
experiência dessas migrantes, desafios enfrentados
e mecanismos psicossociais encontrados.
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1DUF2isFWsqVSYhbaACYtbgcLi_YjDqpE3GLQIVgkKQg/edit#gid=69851113
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1DUF2isFWsqVSYhbaACYtbgcLi_YjDqpE3GLQIVgkKQg/edit#gid=69851113
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1DUF2isFWsqVSYhbaACYtbgcLi_YjDqpE3GLQIVgkKQg/edit#gid=69851113
Metodologia
Questionário Socioeconômico;
"Vida na Hungria";
Escala de Discriminação Cotidiana
(Williams et al., 1997);
Inventário de Eventos Sexistas (Klonoff
& Landrine (1995)
Questionário em 4 subseções: 
Método quantitativo
4 participantes aleatoriamente escolhidas
foram convidadas a participar de uma
entrevista de média duração (50min-1h20),
seguindo um modelo semiestruturado.
Método qualitativo
Escolha do método
Complexidade dos fenômenos envolvidos;
oportunidade de dar voz às participantes
através de diferentes interações + cruzar
resultados de maneira complementar.
Resultados
73 mulheres
participaram do questionário
As idades variaram entre os 22 e 45 anos,
sendo a média geral de 30 anos. 64% das
participantes estão entre 27-32
4 delas
realizaram entrevistas individuais
Espera-se construir, para inclusão no artigo
final, uma análise individual de perfil +
mapa da rede de apoio de cada uma
Heterossexual
71.2%
Bissexual
19.2%
Homossexual
4.1%
Pansexual
2.7% Resultados
Branca
61.6%
Parda
21.9%
Preta
9.6%
Prefiro não responder
2.7%
Pós-graduação completa
34.2%
Educação superior completa
32.9%
Pós-graduação incompleta
17.8%
Educação superior incompleta
12.3%
Solteira
39.7%
Casada
30.1%
Em um relacionamento
21.9%
Separada/divorciada/desquitada
5.5%
10
das 73 participantes da pesquisa
possuem filhos. 4 delas têm 1 filho e as
outras 6 têm 2 filhos.
Estudante
Administração & Finanças
Customer Service & TI
Marketing, Design & Arte
Dona de casa / Licença maternidade
Outros
Professora
Recursos Humanos
22
20
8
7
5
5
3
3
46,6%
Trabalham em emprego fixo, com todos
os direitos trabalhistas garantidos
26%
São estudantes e recebem bolsa no país
23,3%
Trabalham por conta própria
16%
Realizam estágio remunerado no país
0 10 20 30
De 31 a 40 horas semanais 
Mais de 40 horas semanais 
Não está trabalhando 
De 21 a 30 horas semanais 
Sem jornada fixa, até 10 horas 
De 11 a 20 horas semanais 
De 1 a 3 salários mínimos
52.1%
Até 1 salário mínimo
19.2%
De 3 a 6 salários mínimos
15.1%
Nenhuma renda 
6.8%
De 9 a 12 salários mínimos
1.4%
*O salário mínimo na Hungria é de 167000 HUF, aproximadamente 2835 BRL
Você é a responsável
direta ouindireta pelo
sustento de outras
pessoas além de você?
Nã
o
Sim
, (p
ais
 e/
ou
 fa
mi
lia
re
s)
Sim
, (c
om
pa
nh
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Sim
, (f
ilh
o(s
))
Nã
o p
os
su
o r
en
da
60 
40 
20 
0 
O custo de vida na
Hungria é 17.07% mais
alto do que o Brasil. 
Esposa/marido/companheir@
48.6%
Amigos ou Colegas
41.7%
Filhos
8.3%
Mãe
1.4%
Alugada
93.2%
Própria
6.8%A casa/apartamento
onde você mora é:
Quem mora
com você?
2 pessoas
47.9%
3 pessoas
28.8%
4 pessoas
13.7%
Moro sozinha
9.6%
Quantas pessoas
moram na sua
casa (incluindo
você)?
Há quanto tempo
mora na Hungria?O aluguel na Hungria é 37.05% maisalto do que no Brasil. 
Me
no
s d
e 1
 an
o
En
tre
 1 e
 2 
an
os
En
tre
 2 
e 5
 an
os
En
tre
 5 
e 7
 an
os
Ma
is 
de
 7 
an
os
40 
30 
20 
10 
0 
93%
das respondentes moram em Budapeste. 3 moram
em Debrecen, 1 em Monor e 1 em Veszprem
Apenas palavras e expressões básicas
79.5%
Não sei falar o idioma local
13.7%
Me comunico bem e estabeleço conversações básicas
4.1%
Como você caracterizaria o seu
conhecimento atual do idioma local?
Apenas 2 das 73 participantes
dominam o idioma local.
"Dificuldade em encontrar serviços
básicos em inglês."
"Não consigo estabelecer um diálogo na
língua local."
"É uma sensação de impotência enorme."
"[Eles] se esquivam de te atender quando
veem que é em inglês."
"O tratamento é diferenciado
(negativamente) para não falantes da
língua local."
"Medo de ter uma situação emergencial e
não conseguir me comunicar."
"A universidade não oferece 100% de
apoio em inglês."
Convivo majoritariamente com brasileiros e/ou estrangeiros de outras
localidades
47.9%
Convivo majoritariamente com brasileiros
23.3%
Convivo com brasileiros, estrangeiros e cidadãos locais em medida similar 
17.8%
Convivo majoritariamente com cidadãos locais
6.8%
Outros
4.1%
Qual opção melhor caracterizaria as suas atuais relações de convivência no país?
"Não saber o idioma local
dificulta a integração. Mas
também não saber auxilia
porque as ofensas ou explosões
emocionais dos Húngaros no dia
a dia são fortes e não saber
Húngaro também auxilia a viver
aqui com tranquilidade mental."
"Muitas pessoas na Hungria não falam inglês e muitas vezes sinto que
não há nenhum interesse de algumas partes em ser legais ou gentis,
especialmente quando elas notam que vc não fala a língua. Eu, por
exemplo, frequentemente evito determinadas situações, por não estar
disposta a passar pelo possível desconforto desse embate da língua.
Já passei por situaçoes em q a pessoa ficava gritando comigo em
húngaro, e eu completamente constrangida sem saber o que a pessoa
estava me dizendo."
"Sobre a língua húngara, vale
ressaltar que é um orgulho para
eles que estrangeiros tenham
dificuldade em aprender, o que
possivelmente se caracteriza
como um marcador de xenofobia."
Escala de Discriminação
Cotidiana
 Williams, Yu, Jackson & Anderson (1997)
Inventário de eventos sexistas
Klonoff & Landrine (1995)
"Na sua vida cotidiana, com que
frequência alguma das coisas a
seguir acontece com você?" Escala de Discriminação
Cotidiana
Williams, Yu, Jackson & Anderson (1997)
9 itens com diferentes situações
relacionais do cotidiano
Escala de 0 a 5 (sendo 0 - Nunca; 1 - Menos
de uma vez ao ano; 2 - Algumas vezes ao
ano; 3 - Algumas vezes ao mês; 4 - Pelo
menos uma vez por semana; 5 - Quase
todos os dias)
"Qual (ou quais) seriam as principais razões
para esse comportamento (ex.:
nacionalidade, gênero, cor/etnia, etc.)?
"Você é tratada com menos simpatia do que as
outras pessoas." (Avg 2.38)
"Você recebe um serviço pior do que outras
pessoas em restaurantes ou lojas." (Avg 2.12)
"As pessoas agem como se fossem melhores do
que você." (Avg 1.97)
Nacionalidade
45.9%
Gênero
25.4%
Não saber falar húngaro
14.8%
Cor/etnia
13.9%
A xenofobia faz referência ao
sentimento de hostilidade e
ódio manifestado contra
pessoas tratadas como
estrangeiras, alguém que não
pertence ao lugar, seja cidade
ou país. (NASCIMENTO, M.)
Escala de Discriminação
Cotidiana
A escala por si só não apresentou
evidências concretas de discriminação
cotidiana
No entanto, essa discriminação fica
implícita a partir dos comentários
colocados nas seções abertas e, também,
nas entrevistas conduzidas
Identidade social, Endogrupo X Exogrupo
(Tajfel & Turner, 1979)
Que política de imigração é essa que não
prevê a inclusão do migrante?
Introjeção da xenofobia?
"Enquanto estou muda, tudo corre bem. Quando
preciso me comunicar ou quando estou com meus
filhos, a postura muda. Então, considero que por
eles não saberem a origem do idioma já se
esquivam, olham estranho e ficam prestando
atenção."
"Já aconteceu aqui na Hungria de um senhor me insultar, perto de
um ponto de ônibus, em plena luz do dia, mas como não falava
húngaro, não compreendi o que ele disse. Mas pela expressão
facial dele e o dedo em riste em minha direção, percebi que tinha
algo a ver com o fato de eu parecer uma estrangeira (e ainda por
cima sou uma mulher negra de pele clara). Este foi um episódio de
xenofobia, mas considero-o de racismo também, porque quando
converso com outras mulheres brancas brasileiras, não é comum
elas relatarem isso. Agora, outras brasileiras de pele mais escura
têm experiências parecidas com essa que narrei, infelizmente. Nos
últimos anos, o discurso xenofóbico/racista na Hungria ganhou
força e eu pude perceber isso na minha própria pele."
"Penso que é não só a nacionalidade mas
principalmente o fato de maio falar húngaro. Somos
constantemente subestimados na Hungria por esse
fator, muito maus porque por sermos brasileiros.
Claro que isso se distingue de forma evidente para as
pessoas que não se identificam como brancas os elas
são visualmente discriminadas, fator que não acontece
comigo."
"Ao longo da sua experiência morando
na Hungria, com que frequência..."
Inventário de Eventos
Sexistas
Klonoff & Landrine (1995)
24 itens com diferentes situações
relacionais do cotidiano
Escala de 0 a 5 (sendo 0 - Nunca; 1 - De vez
em quando (menos de 10% do tempo); 2 -
Às vezes (10%-25% do tempo); 3 - Muitas
vezes (26%-49% do tempo); 4 - Boa parte
do tempo (50%-70% do tempo); 5 - Quase o
tempo todo (mais de 70% do tempo)). 
"Qual você considera que é o principal
motivo para esse tratamento?" (apenas
nacionalidade, gênero e cor/etnia, etc.)
"Em alguma instituição do Estado, você foi atendida pior do que outras
pessoas por ser estrangeira?" (Avg 2.05)
Nacionalidade
47.9%
Gênero
26%
Outros
17.8%
Cor/etnia
8.2%
"Olharam para você de maneira desagradável, e você sentiu que era
porque você é estrangeira?" (Avg 2.04)
"Você quis repreender alguém por alguma fala ou atitude sexista?"
(Avg 2.01)
"Você foi tratada de maneira injusta por pessoas em serviços
(balconistas, garçons, bartenders, garçonetes, caixas de banco,
mecânicos e outros)?" (Avg 1.97)
"Devido a pandemia não tenho saído muito então às
questões talvez tenham sido prejudicadas. O fato é
que já sofri desrespeito de atendentes de delivery que
em parte foi por não ser daqui mas tenho a impressão
de que se fosse homem seria sim diferente porque
situações semelhantes ocorreram é meu marido
estava do meu lado (ele também não fala húngaro e
pedi que ele somente estivesse ao meu lado mesmo
calado) e fui tratada de outra forma."
"Acredito que sou insultada algumas vezes
mas como é em húngaro eu não entendo, mas
sinto o tom da conversa e os olhares. No meu
primeiro ano na Hungria passei por dois
episódios de assédio (mexendo comigo na rua
com tom sexual) mas como nesse último ano
estava grávida não presenciei nenhum
episódio."
"Mudei para Budapeste devido ao meu namorado, agora marido. Como
ele tem uma condição financeira muito privilegiada o fato de eu
trabalhar ou não fará pouca diferença na nossa vida, o que me dá o
conforto de esperar uma oportunidade que realmente atenda as minhas
necessidades. Por isso acabo não sendo exposta a situações como essas,
até por que sempre me locomovo usando carro, nunca usei o transporte
público a noite, por exemplo. Quando saímosé sempre meu marido que
se comunica, então são raras as situações onde isso poderia ocorrer. A
única situação que aconteceu foi um destista que quis cobrar um preço
diferente do website por um procedimento que fiz, mas quando meu
marido percebeu ele mandou alguns emails(ameaçando entrar na
justiça) e recebi todo o dinheiro de volta e acabei fazendo o tratamento
gratuitamente."
"Já ouvi de uma frase de uma pessoa com
quem tinha contato quase diário que no
Brasil "todo mundo é promíscuo", um clara
ofensa direta à minha nacionalidade."
"Minha cor "chega" primeiro que minha
nacionalidade, nunca imaginam que sou
brasileira aliás."
Considerações finais
Embora os resultados quantitativos de ambas as escalas
tenham sido inconclusivos, abrem espaço para possíveis
delineamentos de pesquisa futuros
A articulação com os dados qualitativos foi fundamental
para melhor compreensão dos resultados, corroborando um
princípio fundamental da pesquisa feminista
O aumento da migração, da migração brasileira e, em
especial, da migração feminina, demanda estudos
específicos a respeito dessa população, pensando
principalmente na promoção dos Direitos Humanos e do
Bem-Estar Subjetivo
"A mulher que migra tem assumido um papel fundamental
nos locais aonde chega, e isso rompe com o estereótipo de
subalternidade que lhe é atribuído pela maioria dos
estudos." (NASCIMENTO, 2017)
O papel da Psicologia na discussão sobre migração e
direitos humanos
01
Morokvasic, M. Birds of Passage are
also women. The International Migration
Review, Vol. 18, No. 4, pp. 886-907, 1984
02
Freitas, D. F., Coimbra, S., Marturano, E. M. &
Fontaine, A. M. (2015). Adaptação da Escala de
Discriminação Quotidiana para Jovens
Portugueses.
03
Diogo, M. F., & Coutinho, M. C. (2006). A
dialética da inclusão/exclusão e o
trabalho feminino.
04
Menezes, D. F. N., & Contipelli, E. P.
(2018). Migrações e Direitos Humanos -
Uma Abordagem Preliminar.
05
Carvalho, J. S., (2018). Migração e
gênero: sobre as desigualdades de
gênero no processo migratório.
Referências
06
Klonoff, E. A. & Landrine (1995). The
Schedule Of Sexist Events: A Measure of
Lifetime and Recent Sexist Discrimination
in Women's Lives
07
Nascimento, M. (2017). Imigração da Mulher
Latina no Brasil.
08
Gondim et al. (2013). Imigração e trabalho: um
estudo sobre identidade social, emoções e
discriminação contra estrangeiros.
09
Assembleia Geral da ONU. (1948).
Declaração Universal dos Direitos
Humanos (217 [III] A). Paris.
10
Smith-Castro, V. (2009). Experiencias de
Discriminación Social de Inmigrantes
Nicaragüenses en Costa Rica: Reacciones
Afectivas y Atribuciones Causales
Referências
11
García, F. E., Castillo, B., García A. y Smith-
Castro V. (2017). Bienestar psicológico,
identidad colectiva y discriminación en
habitantes de barrios estigmatizados.Referências
Williams, Yu, Jackson & Anderson (1997).
Everyday Discrimination Scale.12
“Morar longe de casa não é para todos.
Você deve ter um coração grande, grande o suficiente para embalar tudo o que você deixa para
trás: alegrias e dores, amigos e amores. Essa bagagem cardíaca bate mesmo quando você toca
um chão que não lhe pertence ou quando está deitado em um colchão que não tem a sua forma e
um travesseiro incômodo, e olha para o teto sem saber para onde está indo? Amigos que não são
seus, uma cidade que não é sua. Você deve ter um grande coração, tão grande para fazer coisas
novas. Um coração que às vezes teme que os outros tenham se esquecido de você, porque o
presente assumiu o controle de suas vidas. Um coração grande, mas não muito forte ... E aí é que
para. Ele está preso, te confunde e não sabe quem você é. Aí você se deita no colchão que já
sofreu um pouco com o seu peso, e o travesseiro está mais macio de um lado e você se pergunta
em quem você está se tornando, além de se perguntar para onde está indo? Porque quando você
vai, mais do que se move para um lugar, você está indo para um destino, o seu. Nós somos feitos
de outro material, quem não viveu não vai poder entender... ”
- Emmanuel Excequiel Noriega
"Birds of passage are also women..."