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Exerćıcios desafiadores de F́ısica I Sears & Zemansky (in memoriam) setembro 2009 5.3 A rampa rugosa com gelo - Y & F cap.6 - 100 Uma rampa está inclinada de um ãngulo α com o plano horizontal. Ela está parcial- mente coberta de gelo e na sua base existe mais gelo do que no seu topo, de modo que o coeficiente de atrito entre a rampa e as caixas a serem empilhadas em cima da rampa, aumenta com a distância x ao longo da rampa : µ = A x, onde A é uma con- stante positiva e a base da rampa corresponde a x = 0. Supomos que o coeficiente de atrito estático e cinético sejam iguais. Uma caixa é empurrada para cima da rampa com velocidade inicial v0. Qual é a condição sobre a velocidade para que a caixa continuar em repouso, depois de ter atingida um estado de repouso momentânea ao longo da rampa ? ————————————————————————————————————– Solução : A reação normal da rampa sobre a caixa é : N = mg cos α (5.3.1) A força de atrito cinética, dirigida para baixo, depende de x e é dada por : FCat = −µ(x)mg cosα = − (Amg cos α) x (5.3.2) O trabalho feito pela força de atrito ao subir até um ponto xf , onde a caixa fica momentaneamente ao repouso, é : Wat = − ∫ xf 0 dx (Amg cosα) x = − 1 2 (Amg cos α) (xf) 2 (5.3.3) Nesse ponto a energia cinética é nula e temos, pelo teorema Trabalho-Energia, (Kf + Uf ) − (Ki + Ui) = Wat (5.3.4) 1 onde U é a energia potencial gravitacional. Tomando Ui = 0, teremos Uf = mg xf sin α (5.3.5) mgxf sinα − mv2 0 2 = − 1 2 (Amg cosα) (xf ) 2 (5.3.6) A distância máxima xf que a caixa vai percorrer até parar momentaneamente, é dada pela raiz positiva da equação : A cos α x2f + 2 sinα xf − v2 0 g = 0 (5.3.7) Ora a força de atrito estática, dirigida para cima, é dada por ~FEat = mg sinα e, para a caixa ficar parada, deve satisfazer à condição FEat ≤ Axf N. ou xf ≥ tan α A (5.3.8) onde xf é a raiz positiva da equação (5.3.7) . Isso acontece se A cos α ( tanα A )2 + 2 sinα ( tanα A ) − (v0) 2 g ≤ 0 (5.3.9) ou, se (v0) 2 ≥ 3g sinα tan α A (5.3.10) 2 5.4 Uma mola com massa - Y & F cap.6 - 101 Seja M a massa de uma mola com constante elástica k e comprimento relaxado L0. O trabalho realizado ra esticar ou comprimir a mola até um comprimento L é dado por : W = (1/2) k (L − L0) 2. Suponha que uma extremidade da mola esteja fixa e a outra se move com velocidade V. Suponha também que a velocidade v varia linearmente com a distância ` até a extremidade fixa. Suponha também que a massa M seja uniformemente distribuida ao longo da mola. a. Calcule a energia cinética da mola em função de M e V. b. Numa espingarda de mola com massa M e constante k, a mola está comprimida de uma distância ∆. Puxando o gatilho, a mola exerce ums força horizontal sobre uma bala de massa m. Calcule, desprezando a massa da mola, a velocidade V1 da bala quando a mola attinge seu comprimento sem deformação . c. Calcule V2 essa velocidade sem desprezar a massa da mola N, usando o modelo do ı́tem [a.]. d. Nesse último ı́tem, determine a energia cinética da bala e compare com a da mola. ————————————————————————————————————– Solução : a. A densidade linear de massa depende do comprimento da mola : µ = M/L, e a velocidade de um elemento d` da mola na distância ` será v = V `/L. A energia cinética infinitesimal é obtida como : dK = 1 2 d` M L ( V ` L )2 (5.4.1) A energia cinética total é : ∫ L 0 dK = 1 6 MV2 (5.4.2) b. Conservação da energia (1/2)mV1 2 = (1/2) k ∆2, resulta em : V1 = √ k m ∆ (5.4.3) 3 c. Agora temos : 1 2 mV2 2 + 1 6 MV2 2 = 1 2 k ∆2 (5.4.4) donde : V2 = √ k m + (1/3)M ∆ (5.4.5) d. Kbala = 1 2 mV2 2 = m m + (M/3) 1 2 k ∆2 (5.4.6) Kmola = 1 6 MV2 2 = M/3 m + (M/3) 1 2 k ∆2 (5.4.7) onde a soma de (5.4.6) e (5.4.7) resulta em (5.4.4). 4 5.5 Moysés, cap.6 - 9 Um sistema formado por duas lâminas delgadas de massa m e m′, presas por uma mola de constante elástica k e massa despreźıvel, encontra-se sobre uma mesa hori- zontal. ( ver figura virtual) a. De que distância a mola está comprimida na posição de equiĺıbrio ? b. Comprime-se a lâmina superior, abaixando-a de uma distância adicional x a partir da posição de equiĺıbrio. De que distância ela subirá acima da posição de equiĺıbrio , supondo que a lâmina inferior permanece em contato com a mesa ? c. Qual é o valor mı́nimo de x no ı́tem [b.] acima, para que a lâmina inferior salte da mesa ? ————————————————————————————————————– Solução : a. Tomamos um eixo OZ vertical para cima, com origem na mesa, onde a lâmina de massa m′ está colocada. Se z0 for o comprimento relaxada da mola, a equação de movimento dessa lâmina será : ma = −mg − k(z − z0) A posição de equiĺıbrio zeq é obtida como : 0 = −mg − k(zeq − z0) ,⇒ zeq = z0 − mg k (5.5.1) b. A energia potencial gravitacional e elástica pode ser escrita como U = mg z + k 2 (z − z0) 2 (5.5.2) ou como U = k 2 (z − zeq) 2 (5.5.3) Ambas expressôes diferem apenas de uma constante. A partir da posição zin = zeq − x, onde a energia potencial vale U = (k/2)x 2, a lâmina pode subir até a posição zfin = zeq + x. 5 c. Ao supor que a lâmina inferior permanece em contato com a mesa, justificamos o uso da equação (5.5.1). Para examinar se isso é posśıvel, a conservação de energia nâo é suficiente e precisamos das equações de Newton também para a lâmina inferior. m′a′ = N− m′ g + k (z − z0) (5.5.4) Com z = zeq − x, achamos : m′a′ = N − m′ g − k x − mg (5.5.5) e, com a′ = 0, teremos uma força normal N ≥ 0, se x ≤ (m + m′)g k (5.5.6) 6
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