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POS0841 MITIGAÇÃO DE RISCOS DO SETOR DE ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS PG1149-212-5 - 202122.ead-19128.01

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No panorama global temos o setor de Energia, Petróleo e Gás como setor essencial na oferta
mundial de energia e ainda como o setor-âncora das economias globais pelo fato de toda
Cadeia Produtiva e de Desenvolvimento depender de algum tipo de energia para produzir. No
Brasil, uma ênfase para o setor de Energia temos na área de P&G (petróleo e gás),
aproximadamente 14% do Produto Interno Bruto (PIB) para demonstrar a dimensão dos
montantes gerados por esse setor, somente entre 2005 e 2016 o país arrecadou R$295 bilhões
em participações governamentais, incluindo royalties e participação especial, com produção e
exploração de P&G (IBP, 2017). Os números demonstram por si a grande importância do setor
de Energia tanto como essencial para Cadeia Produtiva quanto a participação do setor de
Energia na economia do país.
Por meio deste roteiro de estudo, espera-se que você, estudante, seja capaz de se apropriar
dos temas e adquira conhecimento para aplicabilidade dos conceitos com ênfase naqueles
para mitigação no setor de Energia, Petróleo e Gás:
Conceito de risco.
Gerenciamento de riscos.
Análise de riscos.
Etapas da gestão de crise.
Gestão de continuidade de negócio.
Bons estudos!
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Roteiro deRoteiro de 
EstudosEstudos
Autora: Ma. Rosane S. S. Kurosawa
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Gestão de Risco
Conceito de Risco
O risco sempre existirá em maior ou menor possibilidade de ocorrer. Muitos são os conceitos
de risco, sabemos que o risco é a probabilidade de ocorrer um evento futuro, comumente
vemos o risco como um perigo, um evento danoso, um evento diverso do daquele que foi
planejado, um resultado diferente do esperado.
O conceito de risco tem relação com a percepção de uma pessoa ou conjunto de pessoas sobre
a possível ocorrência de um evento que possa causar prejuízos.
Ressaltamos que os estados e os municípios oferecem seus serviços por meio das
permissionárias, das concessionárias e, ainda, das distribuidoras de serviços públicos. Tais
empresas, para atuarem como concessionárias, necessitam atender à Lei das Estatais, que é a
Lei 13.303/2016. Nesse aspecto, as concessionárias e distribuidoras do setor de energia,
petróleo e gás se enquadram nessa lei especí�ca. A empresa pública e a sociedade de
economia mista adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos, e as
concessionárias e distribuidoras do setor de energia, petróleo e gás devem adotar a área
responsável pela veri�cação de cumprimento de obrigações e de gestão de riscos. (BRASIL,
2016).
Ainda de acordo com a referida lei, é preciso haver transparência sobre o desempenho da
governança corporativa, além de haver incentivo à implementação dos sistemas de gestão de
risco para prevenção e mitigação dos riscos. Lembrando que, embora a gestão de risco seja
vinculada à presidência da organização, é assegurada a ela a independência de atuação.
Tão importante quanto conhecermos o risco é sabermos sua causa ou causas e a maior
complexidade da extensão de seus efeitos. Em se tratando de causa entendamos que a causa
ou as causas possam ser um requisito para ocorrer o evento, ou um conjunto de restrições ou
condições que possibilitem o resultado negativo.
Pensemos sobre a perspectiva das causas do risco com o exemplo de duas pessoas decidirem
atravessar o oceano, porém uma das pessoas fará o trajeto em um navio transatlântico, e a
outra pessoa atravessará em um barco pequeno e a remo. Nesse caso, ambas as pessoas estão
sujeitas aos mesmos perigos das ondas, clima e exposição ao sol; entretanto, há diferença
quanto aos riscos a que ambas as pessoas estarão expostas, a probabilidade de um naufrágio
acontecer é maior sobre a pessoa que atravessará o oceano num barco a remo. Assim,
precisamos nos atentar para a questão de existir um mesmo perigo, mas com riscos diferentes.
Aliadas à gestão de crise, a qual engloba um conjunto de procedimentos, como prevenção,
monitoramento e análise de indicadores, também estão presentes as práticas de compliance.
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Compliance é o conjunto de medidas e diretrizes que atuam na transparência e lisura da
governança, com o objetivo de impor uma gestão ética e comprometida com padrões éticos e
contra fraudes. Assim, compliance e gestão de risco atuam para o fortalecimento do negócio e
sua continuidade. A existência de regras de compliance não garante, todavia, que os gestores
estejam preparados para agir adequadamente em uma crise. A existência de ferramentas de
monitoramento e procedimentos para a formação do comitê de crise não é su�ciente para
conter a crise. Mesmo com o uso das ferramentas adequadas de monitoramento e com
procedimentos corporativos de gestão de crise, a análise e a decisão dependem do gestor (ou
do grupo de gestores).
Tipos de Risco
Segundo Kaercher (2017) os riscos foram classi�cados em:
Riscos Empresariais – têm relação com as estratégias das organizações e envolvem
questões �nanceiras (liquidez, crédito, mercado e legais).
Riscos Externos – estão associados a políticas econômicas, ambientais, regulatórias,
climáticas, demográ�cas, ações de terceiros, fornecedores, concorrentes, dentre outros;
os riscos de ambiente externos são classi�cados como riscos de ambiente setorial e
macroambiente, sendo os riscos de ambiente setorial aqueles referentes a fornecedores,
clientes, concorrentes e produtos substitutos. Já os riscos referentes ao macroambiente
são os políticos, legais, demográ�cos, naturais e tecnológicos.
Riscos Internos – são intrínsecos ao clima organizacional, aos processos administrativos e
à política de gestão de recursos humanos (administrativo, compras, marketing e vendas).
Riscos Tecnológicos – relacionados ao uso e desenvolvimento de tecnologias.
Riscos Operacionais – envolvem os próprios níveis de conhecimento para a gestão. Dentre
eles, temos custos, sucessão, fraudes e cooperativos.
Acidentes como os que ocorreram na plataforma P-36, no Brasil, e na plataforma Piper Alpha,
no Reino Unido, impactaram, de modo negativo, a indústria do petróleo e aumentaram as
preocupações da sociedade sobre a necessidade de segurança para as atividades do setor de
energia, petróleo e gás. Assim, observamos que o gerenciamento de risco é abrangente aos
riscos operacionais, ambientais e à continuidade do negócio intrinsecamente. Percebemos que
os acidentes não são meros frutos do acaso, mas, mesmo os riscos desconhecidos, podem ser
gerenciados por meio de plano de prevenção contra esses riscos. Uma das premissas da gestão
de risco é a transparência da informação da governança.
Gestão de Risco
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
A gestão de risco nasce com a missão de maximizar o valor da organização uma vez que deve
equacionar a questão de metas de crescimento e retorno de investimento atrelados aos riscos
inerentes ao negócio numa vertente de 360 graus, ou seja, uma gestão ampla e sistêmica da
organização e o envolvimento de diferentes stakeholders.
De acordo com Almeida e Pascoalino (2014, p. 8-9):
No que tange à gestão de risco no Brasil, apenas nos últimos 5 anos se tem
percebido maiores preocupações com o tripé da gestão de risco: proteção,
previsão e prevenção. O que se fez em relação aos desastres naturais no Brasil
se concentrou na denominada gestão de urgência e gestão de crise, ou seja,
ações engendradas após a ocorrência de sinistros. Também pouco se tem feito
(apesar de iniciativas pontuais em algumas regiões do país) no sentido de criar
entre os brasileiros uma cultura de risco pautada no conhecimento, na
consciência e na memória de risco.
Para Kaercher e Luz (2017, p. 22-23), as �nalidades da Gestão de Risco são:
a) alinhar estratégia adotada aos riscos;
b) fortalecer decisões em resposta aos riscos;
c) redução de surpresas e os riscos operacionais;
d) identi�car e administrar riscos múltiplos entre empreendimentos;
e) aproveitaroportunidades;
f) otimizar capital.
Processo de Gestão de Risco
Análise de Risco
Sendo o risco inerente a projetos, processos, empresas privadas e pública, e ao próprio negócio
seja ele qual for, e também, já esclarecido que o risco não é um acidente aleatório até porque
pode ser previsto, cabem alguns questionamentos.
Segundo Kaercher (2017, p. 9), a análise de risco envolve as seguintes fases:
Análise de risco – identi�cação do risco.
Valoração do risco –  estimativa do risco.
Controle do risco – medidas preditivas, preventivas, mitigação.
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Metodologias e Técnicas de Análise de Risco
SWOT
A matriz SWOT é uma ferramenta que viabiliza a análise aprofundada e detalhista de
determinada situação face a um cenário macro. É uma metodologia voltada para o processo de
tomada de decisão.
O signi�cado de SWOT: S, stregths, as forças; W, weakenesses, as fraquezas; O, opportunities, as
oportunidades; T, threats, as ameaças.
A análise da matriz SWOT tem como objetivo um diagnóstico estratégico para previsão e
prevenção de condições negativas, através da análise é possível criar diretrizes para as
organizações. A re�exão sobre fatores externos (as forças e as fraquezas) e fatores externos (as
oportunidades e as ameaças) permitem implementar novas estratégias, assim, a matriz SWOT é
utilizada como base de planejamento estratégico em análise de cenários.
WHAT IF (checklist)
Essa técnica é desenvolvida a partir do checklist, é uma técnica simples mas que possibilita a
primeira avaliação de risco, a metodologia tem como base o questionamento, com perguntas
direcionadas com pro�ssionais de várias áreas. O número de participantes para responder aos
checklists é essencial para o sucesso da técnica pois depende das respostas para compor as
informações relevantes. Outro fator preponderante é a escolha dos pro�ssionais escolhidos
para responder os questionamentos. É uma análise geral e qualitativa.
Análise Preliminar de Risco (APR)
Para Kaercher (2017, p. 41) a cada evento de perigo buscam-se determinar:
Eventos acidentais;
Consequências da ocorrência desses eventos;
Causas raiz e eventos intermediários;
Modos de prevenção das causas raiz e eventos intermediários;
Modos de proteção e controle, dada a ocorrência da causa raiz e eventos intermediários.
Após análise preliminar das informações obtidas é feita uma estimativa qualitativa referente
aos eventos. As etapas básicas da Análise Preliminar de Risco são: a) Rever problemas
conhecidos; b) Avaliar objetivo; c) Determinar os principais riscos.
FMEA
Failure Mode and E�ects Analysis (FMEA) é a análise de modos e falhas, metodologia qualitativa
e indutiva utilizada para quali�car riscos e de�nir efeitos indesejados. Dentre os objetivos da
análise FMEA, temos:
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Estudo de con�abilidade;
Associar a falha a um evento especí�co/equipamento especí�co;
Sistema voltado para proteção de acidentes;
Permite traçar estratégias para aumentar a probabilidade de funcionamento de
equipamentos e sistemas.
HAZOP
É uma metodologia qualitativa utilizada para identi�cação de risco relativo ao processo,
embora seja preferencialmente realizada na fase inicial do projeto, a metodologia pode ser
aplicada em qualquer fase do projeto e tem como características principais:
Detectar as possibilidades de variação do padrão projetado;
Realizar o reconhecimento de problemas que afetem os resultados da operação;
Identi�car causas de redução da qualidade de processos;
Evidenciar causas e ações preventivas e corretivas;
Dois aspectos essenciais são associados à HAZOP:
Segurança (recursos humanos);
Operacionalidade (recursos materiais).
Uma peculiaridade da aplicação da HAZOP é a necessidade de uma equipe multidisciplinar para
realizar os estudos e análises, uma vez que objetiva: a) Identi�cação detalhada de causas; b)
Extensão de consequências;   c) Providências internas e externas; e d) Detecção global. A
metodologia HAZOP está associada ao Plano de Contingência.
Análise Quantitativa de Risco (AQR)
Essa metodologia é também conhecida como Análise de Vulnerabilidade, sendo uma
metodologia desenvolvida especi�camente para avaliação de risco social   associado ao risco
tolerável, portanto, muito utilizada em caso de catástrofes. Objetiva:
Estimar danos gerados por acidentes;
Realizar cálculos e dimensionar numericamente resultados;
Quanti�car consequências;
Estabelecer parâmetros de aceitabilidade;
Identi�car padrões de vulnerabilidade;
Avaliar efeitos físicos de catástrofes.
Por meio de modelos essa metodologia pode aferir:
Descarga de quantidade vazadas;
Flasheamento – evaporação súbita de líquidos ou gases superaquecidos;
Espalhamento – poças de líquidos ou gases liquefeitos;
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Determinar a magnitude de catástrofes.
Level Integrity and Security (SIL)
Esta metodologia é responsável por detectar probabilidades de falha na demanda de uma
determinada função e tem como base a avaliação da integridade, pois ela utiliza a associação
de cada perigo a uma função dentro de um sistema de proteção, o qual pode ser composto por
uma ou mais funções. Trata-se de uma metodologia quantitativa indutiva utilizada na
segurança do processo.
Gestão de Crise
LEITURA
Gerenciamento de Riscos na Indústria de Petróleo e
Gás
Autor: Gerardo Portela da Ponte Jr.
Editora: Grupo GEN
Ano: 2015
Comentário: a obra aborda diversos conceitos e fundamentos,
bem como estratégias de engenharia, que podem ser
empregados em distintas indústrias. O autor visa a proporcionar
discussões relacionadas ao gerenciamento de riscos,
desenvolvendo desde a fase conceitual e de projeto até mesmo
a operação e o gerenciamento de crises. O livro deve ser
considerado para o estudo da unidade em questão, por trazer
signi�cativas questões.
O título está disponível na Minha Biblioteca Laureate.
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Tentativa de Conceituar Crise
Todos ao assistirmos um noticiário ou escolhermos um podcast nos deparamos com notícias
alarmantes: dólar subindo, aquecimento global, incêndio na Amazônia, manchas de óleo nas
praias do nordeste brasileiro, estiagem com restrição do uso de água, reformas políticas que
impactam a vida particular e pro�ssional, greves, acidentes em rodovias… A facilidade de
acesso à informação demonstra o impacto de clientes virem a rejeitar determinada marca e
seus produtos em nível global pelo fato de fornecedores dessa empresa não respeitarem as
normas ambientais e de sustentabilidade. Há casos de empresas cujos fornecedores utilizam
mão de obra de fora opressora e exploradora. Também há casos de empresas do ramo
bancário preocupadas em associar suas marcas à escolha do cliente eleger uma causa
social/ambiental para a empresa investir. Além do grande chamamento público e
governamental face aos acidentes provocados por grandes empresas, dentre os mais recentes,
os acidentes de grandes proporções que envolveram as barragens da Vale em Minas Gerais.
Mas tentemos de�nir crise: a) uma ruptura que altera a normalidade, como foi o atentado
terrorista de 11 de setembro nos Estados Unidos; b) um fato negativo que estimula uma
cobertura intensa da mídia, exemplo Facebook teve dados hackeados; c) uma consequência
insatisfatória, surto de doenças antes já extintas; d) um passivo de imagem e reputação.
Segundo Forni (2019, p. 7), Jonathan Bernstein, um dos mais conceituados gestores de crises
dos Estados Unidos, de�ne crise como “qualquer situação que ameaça ou pode ameaçar a
integridade de pessoas ou propriedades, seriamente interromper um negócio, arranhar
reputações ou impactar negativamente o valor de mercado”. Descarta-se a ideia de que a crise
é sempre algo inesperado e associado a efeitos climáticos da natureza e, por conseguinte,
imprevisível. Assim, segundo Forni (2019, p. 6), em entrevista com o especialista em Gestão deCrises e professor do Chartered Institute for Public Relations (CIPR), de Londres, Inglaterra,
Jonathan Boddy, as crises não são repentinas.
É importante veri�car que gestores que tendem a tomar decisões preventivas têm motivação,
comprometimento, senso de urgência, resiliência e integridade. Há a apresentação do per�l
águia associado ao per�l do gestor que tem qualidades preponderantes em situação de crise
atual, com resiliência como forma de determinação para enfrentar a crise, integridade de ações
diante dos problemas e motivação, ainda que a situação seja crítica, além de
comprometimento com a organização e seus princípios de negócio e senso de urgência para
tomada de decisão.
Roteiro para Plano de Crise
Um Plano de Gestão de Crise deve ser pautado no trabalho em equipe, na simplicidade e na
�exibilidade abrangente das principais ações de resposta para a crise.
Segundo Forni (2019, p. 121) um Roteiro para o Plano de Crises deve conter:
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Índice: texto introdutório com objetivos, meta, escopo e políticas relevantes, como um
guia para a equipe localizar o conteúdo com rapidez.
Documentação: oportunidade para o gabinete de crise conhecer e enumerar as ações a
serem tomadas durante uma crise.
Centro de operações de emergência: para ser usado pelo gabinete de crise (endereço,
detalhes sobre instalações, serviços de comunicações, infraestrutura, segurança,
emergência).
Gabinete de crise: um time pequeno de executivos seniores comandará as ações do
quartel-general da gestão de crise.
Responsabilidades e atribuições dos membros do gabinete de crise, no caso de uma crise
grave: equipes suplementares de crise recomendadas.
Cenários de crise: eleger os piores e escolher dois ou três para treinamento simulado, que
poderá ocorrer uma vez por ano.
Desenvolver um Manual de Gerenciamento de Crises: esse manual deve ser um
documento prático, objetivo, com as principais diretrizes da empresa.
Auditoria de vulnerabilidades: anual ou semestralmente, a empresa procederá a
levantamento para identi�car todas as áreas e situações com probabilidade de gerar
crises.
Recursos �nanceiros, materiais e humanos da equipe de crise: infraestrutura necessária
para manter contato com as demais equipes, numa crise.
Procedimentos e alternativas de comunicados para cada cenário: internos e externos;
modelos de notas para divulgação imediata, em casos de crises previstas ou prováveis.
Porta-vozes: diretores ou empregados autorizados a falar com a imprensa, treinados e
preparados.
Uma vez ao ano, ou semestralmente, organizar uma crise simulada: os treinamentos
poderão simular uma crise, inclusive com acionamento de intervenientes externos e
empregados.
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Internet: criar antecipadamente endereço alternativo do site, para o caso de crise que
afete a área tecnológica da organização, como alternativa para comunicação imediata
com os principais stakeholders.
Call Center: sistemas de atendimento emergencial, para uso durante a crise.
Protocolos de comunicação: �uxo de informações (sistemas e pessoas) que recebem e
processam informações sobre crise na organização.
Stakeholders: relacionar todos os públicos de interesse da organização, a começar pelos
principais.
Método de comunicação das ações: cada grupo de stakeholder deve estar relacionado com
e-mails, SMS, telefone e demais dados antecipadamente.
LEITURA
Plano de Negócio: teoria geral
Autor: Marcelo Nakagawa
Editora: Manole
Ano: 2011
Comentário: o livro apresenta uma leitura prática e abrangente
em diferentes temáticas, desde uma empresa nascente até a
captação de recursos. Ele traz exemplos práticos e permite
comunicação continuada. A obra traz relevantes discussões para
o conteúdo de estudo desta unidade.
O título está disponível na Minha Biblioteca Laureate.
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
Gestão de Continuidade do
Negócio
Atuam em conjunto a Gestão de Risco, Gestão de Crise e Gestão da Continuidade dos Negócios,
cada uma dessas gestões possuem normas próprias e no caso da GCN – Gestão de
Continuidade dos Negócios é regida pelas BS 25999 e ISO 22301.
Assim, acreditamos importante um breve comentário sobre essas normas:
BS - British Standards, são certi�cados gerados pelo órgão britânico British Standards
Institution, cuja matriz é Londres, onde são elaboradas as normas técnicas e os processos
de certi�cação o qual conta hoje com mais de 60 mil certi�cados mundiais. Segundo o BSI,
a certi�cação é “processo no qual uma terceira parte acreditada visita uma organização,
audita seu sistema de gestão e emite um certi�cado para demonstrar que ela obedece
aos princípios de�nidos na norma” (RIBEIRO, 2014, p. 6-7).
Gestão de Continuidade do Negócio tem como premissas:
Percepção de riscos;
Análise dos meios para mitigar os riscos;
Agilidade em soluções dar continuidade a seus negócios sem perder espaço na área em
que atua.
As normas BS 25999 e ISO 22301 permitem aos gestores um entendimento didático para o
processo de construção de dados e referências sobre a GCN – Gestão de Continuidade dos
Negócios dentro do conceito que a qualidade de serviços e produtos possuem padrões
mundiais conforme normas e técnicas, e as normas e técnicas também são aplicadas à GCN.
Para um melhor entendimento, vide Figura 3: Desenvolvimento da BS 259995, segundo Forni
(2019).
Segundo Ribeiro (2014, p. 9), ressalta-se que os principais atributos da BS 25999 estão incluídos
na ISO 22301, como o BSI exempli�ca:
A política de continuidade dos negócios;
Análise de impacto nos negócios;
Avaliação de risco;
Estratégia de continuidade do negócio (planos de continuidade dos negócios, exercícios e
testes).
A ISO 22301 pode ser aplicada em todas as empresas independentemente do porte e seu setor
de atuação no mercado, e atende as especi�cidades de cada gestão. Salienta-se  a importância
e essencialidade para empresas cujo negócio está estabelecido em altos riscos, pois busca
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
garantir a capacidade de atuação da empresa relativa ao operacional e ao executivo-
estratégico.
Desenvolvimento do PGR – Plano
de Gestão de Risco e
Continuidade de Negócios
O Desenvolvimento do Plano de Gestão de Risco e Continuidade dos Negócios tem como base:
a observância de normas como ISO 31000, 22301 e BS 25999;
no caso do setor de Energia, Petróleo e Gás, há, ainda, as resoluções especí�cas de cada
área editadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP),
LEITURA
Gestão da Continuidade de Negócios
Autor: William Alevate
Editora: Grupo GEN
Ano: 2013
Comentário: a obra abrange o tema estudado de maneira
prática e compreensível. O autor explica o índice de falência nas
empresas que não têm planos de continuidade de negócios e
traz casos de sucesso para apresentar a evolução do processo
de gestão da continuidade de negócios.
O título está disponível na Minha Biblioteca Laureate.
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
agência reguladora responsável pelo setor energético do petróleo, gás natural e
biocombustíveis;
a estrutura da Gestão de Risco com a aplicabilidade das metodologias e técnicas de
análise de risco;
a estrutura da Gestão de Crise;
a estrutura da Gestão de Continuidade dos Negócios;
sendo as três gestões consideradas como sistêmicas entre si, face à gestão da empresa;
ação em plano operacional (interno), ambiental (externo) e socioeconômico (negócios)
sempre com a visão de que a empresa não está numa localidade, e sim no mundo.
Sobre a NBR ISO 31000 de 2018, observa-se que esta traz em seu bojo a gestão de risco
de�nida como um processo de permanente análise das dimensões do risco, apresentando
diretrizes para a identi�cação, a análise e a avaliação de riscos. Nesse aspecto, a ISO 31000 de
2018 pode ser considerada a bússola normativa para a gestão de risco para todos os tipos de
organizações.Embora a ISO 31000 seja uma normativa, sua aplicabilidade permite a cada
organização implementar a gestão de risco de acordo com as especi�cidades de cada
organização. A identi�cação, a análise e a valorização de risco são realizadas por metodologias
múltiplas.
Esperamos que o conhecimentos dos tópicos 1 a 4 sejam utilizados como base para o
desenvolvimento do PGR com sucesso!
Conclusão
O Setor de Energia, Petróleo e Gás no Brasil é uma atividade essencial para a economia do País.
Pesquisas re�etem perspectivas de crescimento no setor. Fato que demonstra a real
necessidade da garantia de continuidade do negócio por meio de operações seguras e mesmo
sustentáveis, as quais preservem a vida humana e o meio ambiente, dando-se a devida
importância à Gestão de Risco.
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
A disciplina teve como objetivo oferecer análise crítica por meio da Gestão de Risco para o
Setor de Energia baseada:
a) na identi�cação de perigos e análise de riscos, que é parte fundamental do processo de
gerenciamento de riscos;
b) no estabelecimento de métricas e indicadores de desempenho tanto para operações
quanto para investimentos do negócio;
c) com a aplicabilidade de múltiplas ferramentas de gestão.
Desse modo, conclui-se que o estabelecimento de Gestão de Risco é essencial para as
organizações. O sistema de gestão estudado integra as lições aprendidas na indústria,
aplicando os princípios de planejar, executar, veri�car e agir. A partir das investigações de
acidentes catastró�cos ocorridos, foram feitas recomendações para a implantação desse
sistema de gestão em toda a estrutura da organização.
Imprescindível observar que os diferentes stakeholders do Setor de Energia (Organizações,
Agências Reguladoras e Sociedade) precisam de um alinhamento de gestões e atendimento à
normas e legislações especí�cas.
Embora regulamentos, normas e legislação especí�cas ao Setor de Energia preconizem o
desenvolver de competência da Gestão de Risco, como diretriz reguladora a busca do nível de
excelência é mais ampla ao pensar em continuidade do negócio não somente pela visão
�nanceira mas da própria dependência do meio ambiente ser o fornecedor da Energia.
Referências
ALMEIDA, L. Q. de; PASCOALINO, A. Gestão de risco, desenvolvimento e (meio) ambiente no
Brasil: um estudo de caso sobre os desastres naturais em Santa Catarina. Centro de Estudos e
Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil – UFSC, 2014. Disponível em: https://bit.ly/3krmrNU.
Acesso em: 19 out. 2020.
ALEVATE, W. Gestão da Continuidade de Negócios. São Paulo: Grupo GEN, 2013.
BRASIL. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Brasília, DF: Presidência da República, 2016.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cciviL_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13303.htm.
Acesso em: 9 ago. 2021.
Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
https://bit.ly/3krmrNU
http://www.planalto.gov.br/cciviL_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13303.htm
FORNI, J. J. Gestão de Crises e Comunicação: O que Gestores e Pro�ssionais de Comunicação
Precisam Saber para Enfrentar Crises Corporativas. 3. ed. São Paulo: Gen; Atlas, 2019.
Disponível em: Minha Biblioteca.
IBP – INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS. 2017. Disponível em:
https://www.ibp.org.br. Acesso em: 19 out. 2020.
KAERCHER, A. R.; LUZ, D. F. da. Gerenciamento de Risco. Rio de Janeiro: Interciência, 2017.
Disponível em: Biblioteca Virtual da Laureate.
NAKAGAWA, M. Plano de Negócio: teoria geral. São Paulo: Manole, 2011.
PONTE, G. P. J. Gerenciamento de Riscos na Indústria de Petróleo e Gás. São Paulo: Grupo
GEN, 2015.
RIBEIRO,  . M. Gestão da Continuidade dos Negócios: acerca de riscos e crises. In: CONGRESSO
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Mitigação de Riscos no Setor de Energia, Petróleo e Gás
https://www.ibp.org.br/
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