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caderno de peças

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
3 
 
01. PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXV EXAME OAB 
Patrick, nascido em 04/06/1960, tio de Natália, jovem de 18 anos, estava na varanda 
de sua casa em Araruama, em 05/03/2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, 
quando vê o namorado de sua sobrinha, Lauro, agredindo-a de maneira violenta, em 
razão de ciúmes. 
Verificando o risco que sua sobrinha corria com a agressão, Patrick gritou com Lauro, 
que não parou de agredi-la. Patrick não tinha outra forma de intervir, porque estava 
com uma perna enfaixada devido a um acidente de trânsito. 
Ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou 
uma arma de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente 
registrada, tendo ele autorização para tanto. Com intenção de causar lesão corporal 
que garantisse a debilidade permanente de membro de Lauro, apertou o gatilho para 
efetuar disparo na direção de sua perna. 
Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho 
da arma de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à 
Delegacia para narrar a conduta de Patrick. 
Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas presenciais 
do fato, quais sejam, Natália, Maria e José, estes dois últimos sendo vizinhos que 
conversavam no portão da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público 
ofereceu denúncia, perante o juízo competente, em face de Patrick como incurso nas 
sanções penais do Art. 129, § 1º, inciso III, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código 
Penal. Juntamente com a denúncia, vieram as principais peças que constavam do 
inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes Criminais, na qual constava outra 
anotação por ação penal em curso pela suposta prática do crime do Art. 168 do Código 
Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de Patrick apreendida, o qual 
concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos. 
Em busca do cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à 
residência de Patrick e verifica que o imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão 
desse único comparecimento no dia 26/02/2018, certifica que o réu estava se 
ocultando para não ser citado 
 
 
4 
 
e realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do mandado 
de citação e intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Maria, vizinha que 
presenciou a conduta do oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de Patrick, 
informando o ocorrido e esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará 
embarcado por 15 dias. O advogado entra em contato com Patrick por e-mail e este 
apenas consegue encaminhar uma procuração para adoção das medidas cabíveis, 
fazendo uma pequena síntese do ocorrido por escrito. 
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade do advogado de Patrick, a 
peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses 
jurídicas de direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada do 
último dia do prazo. 
 
 
5 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
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9 
 
 
 
 
10 
 
02. PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXVI EXAME OAB 
Em 03 de outubro de 2016, na cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, Lauro, 
33 anos, que é obcecado por Maria, estagiária de uma outra empresa que está situada 
no mesmo prédio em que fica o seu local de trabalho, não mais aceitando a rejeição 
dela, decidiu que a obrigaria a manter relações sexuais com ele, independentemente 
da sua concordância. 
Confiante em sua decisão, resolveu adquirir arma de fogo de uso permitido, 
considerando que tinha autorização para tanto, e a registrou, tornando-a regular. 
Precisando que alguém o substituísse no local do trabalho no dia do crime, narrou sua 
intenção criminosa para José, melhor amigo com quem trabalha, assegurando-lhe que 
comprou a arma exclusivamente para ameaçar Maria a manter com ele conjunção 
carnal, mas que não a lesionaria de forma alguma. Ainda esclareceu a José, que 
alugara um quarto em um hotel e comprara uma mordaça para evitar que Maria 
gritasse e os fatos fossem descobertos. 
Quando Lauro saía de casa, em seu carro, para encontrar Maria, foi surpreendido por 
viatura da Polícia Militar, que havia sido alertada por José sobre o crime prestes a 
acontecer, sendo efetuada a prisão de Lauro em flagrante. Em sede policial, Maria foi 
ouvida, afirmando, apesar de não apresentar documentos, que tinha 17 anos e que 
Lauro sempre manteve comportamento estranho com ela, razão pela qual tinha 
interesse em ver o autor dos fatos responsabilizado criminalmente. 
Após receber os autos e considerando que o detido possuía autorização para portar 
arma de fogo, o Ministério Público denunciou Lauro apenas pela prática do crime de 
estupro qualificado, previsto no Art. 213, §1º c/c Art. 14, inciso II, c/c Art. 61, inciso 
II, alínea f, todos do Código Penal. O processo teve regular prosseguimento, mas, em 
razão da demora para realização da instrução, Lauro foi colocado em liberdade. Na 
audiência de instrução e julgamento, a vítima Maria foi ouvida, confirmou suas 
declarações em sede policial, disse que tinha 17 anos, apesar de ter esquecido seu 
documento de identificação para confirmar, apenas apresentando cópia de sua 
matrícula escolar, sem indicar data de nascimento, para demonstrar que, de fato, era 
Maria. José foi ouvido e também confirmou os fatos narrados na denúncia, assim como 
os policiais. O réu não estava presente na audiência por não ter sido intimado e, apesar 
 
 
11 
 
de seu advogado ter-se mostrado inconformado com tal fato, o ato foi realizado, 
porque o interrogatório seria feito em outra data. 
Na segunda audiência, Lauro foi ouvido, confirmando integralmente os fatos narrados 
na denúncia, mas demonstrou não ter conhecimento sobre as declarações das 
testemunhas e da vítima na primeira audiência. Na mesma ocasião, foi, ainda, juntado 
o laudo de exame do material apreendido, o laudo da arma de fogo demonstrando o 
potencial lesivo e a Folha de Antecedentes Criminais, sem outras anotações. 
Encaminhados os autos para o Ministério Público, foi apresentada manifestação 
requerendo condenação nos termos da denúncia. 
Em seguida, a defesa técnica de Lauro foi intimada, em 04 de setembro de 2018, 
terça-feira, sendo quarta-feira dia útil em todo o país, para apresentação da medida 
cabível. 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Lauro, 
redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses 
jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do prazo para 
interposição. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados 
para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
12 
 
 
 
 
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17 
 
03. PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Wilson Ferdinando, funcionário público municipal, que exerce a função de motorista, 
após o encerramento do expediente, resolveu utilizar o carro da Prefeitura para levar 
a esposa até o Posto de Saúde do Município vizinho, distante 15 Km do Município onde 
trabalha. Duas horas depois, após encher o tanque de gasolina, Wilson devolve o 
automóvel no mesmo lugar em que o havia retirado. Ao analisarem as câmeras de 
segurança do Prédio Municipal, guardas municipais perceberam a ação de Wilson, 
relatando o fato e dando ensejo a instauração de procedimento administrativo 
disciplinar. O acusado foi interrogado, confessando que, de fato, utilizou o veículo sem 
autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo logo em seguida, como 
demonstraram as imagens constantes no procedimento. Ao final da instrução do 
procedimento administrativo,concluiu-se que Wilson praticou falta disciplinar, sendo 
encaminhada cópia dos autos ao Ministério Público. O Ministério Público ofereceu 
denúncia contra Wilson pela prática do delito de peculato, previsto no artigo 312 do 
Código Penal. Wilson foi notificado no dia 03 de junho de 2016, sexta-feira. 
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do 
caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no 
último dia do prazo para oferecimento, sustentando todas as teses jurídicas 
pertinentes. 
 
 
18 
 
 
 
 
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23 
 
04. PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi flagrado portando 10 gramas de 
uma substância suspeita. Os policiais militares que realizaram a prisão consideraram 
que, pelo odor, formato e coloração, a substância tinha características de cannabis 
sativa vulgarmente conhecida como “maconha”. Em razão disso, Roniquito foi 
conduzido à delegacia de polícia, procedendo-se à lavratura do auto de prisão em 
flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no artigo 33 
da Lei nº 11.343/2006, sendo dispensado o laudo de constatação da substância, diante 
das declarações dos policiais militares atestando ser maconha a substância apreendida. 
Ao longo do procedimento policial, Roniquito negou ser traficante, acrescentando que 
a droga se destinava a consumo pessoal, uma vez que é dependente químico, já tendo 
sido, inclusive, internado para tratamento, o que foi confirmado por Joaquim e Manuel, 
responsáveis pela Clínica de Tratamento. Após o encerramento do procedimento 
policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Roniquito, imputando-lhe a 
prática do delito do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. O Magistrado determinou a 
notificação de Roniquito. Roniquito foi notificado no dia 03 de junho de 2016, sexta-
feira. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo 
caso concreto acima, na qualidade de advogado de Roniquito, redija a peça cabível, 
exclusiva de advogado, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte. 
 
 
24 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
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PADRÃO DE RESPOSTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ARARUAMA/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
PATRICK, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base no artigo 396 
e 396-A do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir 
expostos: 
 
I) DOS FATOS 
No dia 05/03/2017, o réu Patrick viu Lauro, namorado de sua 
sobrinha, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes. 
Após conclusão do Inquérito Policial, o Ministério Público 
ofereceu denúncia contra o réu como incurso nas sanções penais do artigo 129, 
§ 1º, inciso III, c/c Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. 
Foi juntado laudo de exame pericial da arma apreendida, o 
qual concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos. 
O oficial de justiça, considerando que o réu se ocultava para 
não ser citado, procedeu à citação por hora certa. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA NULIDADE DA CITAÇÃO 
O oficial de justiça compareceu à residência do réu e, em 
razão do único comparecimento realizado no dia 26/02/2018, certificou que réu 
estava se ocultando para não ser citado, realizando, no dia seguinte, a citação 
por hora certa. 
PEÇA RESOLVIDA – RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
 
31 
 
Todavia, Patrick não estava se ocultando para ser citado, pois 
sua residência estava fechada porque ele estava trabalhando em embarcação e 
o oficial de justiça somente compareceu em uma oportunidade. 
Além disso, o oficial de justiça compareceu apenas uma vez na 
residência do réu, sendo necessário procurar o réu duas vezes sem o encontrar 
para efetivar a citação por hora certa, nos termos do artigo 362 do Código de 
Processo Penal c/c o artigo 252 do Código de Processo Civil. 
Assim, verifica-se a nulidade da citação, nos termos do artigo 
564, inciso III, “e”, do Código de Processo Penal. 
 
B) DO CRIME IMPOSSÍVEL 
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal 
grave tentado. Todavia, a arma de fogo utilizada não era apta a efetuar 
disparos, conforme laudo pericial acostado. Logo, o meio utilizado era 
absolutamente ineficaz para produzir qualquer resultado. 
Nos termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a 
tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade 
do objeto, é impossível consumar-se o delito. Trata-se, portanto, de crime 
impossível. 
O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da 
conduta e, consequentemente, cabível a absolvição sumária pelo fato 
evidentemente não constituir crime, com base no artigo 397, inciso III, do 
Código de Processo Penal. 
 
C) DA LEGÍTIMA DEFESA 
O réu foi acusado de ter agredido a vítima, sendo-lhe 
imputado o crime de lesão corporal grave tentado. Todavia, Patrick agiu 
amparado pela legítima defesa, prevista nos artigos 25 e 23, inciso II, ambos 
do Código Penal. No caso, o réu usou moderadamente dos meios que tinha à 
sua disposição, já que estava com a perna enfaixada devido a um acidente de 
 
 
32 
 
trânsito, para repelir injusta agressão praticada contra a sua sobrinha. 
Além disso, Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas 
lesionar. 
Assim, diante da legítima defesa, requer a absolvição 
sumária, tendo em vista que há manifesta causa excludente da ilicitude, com 
fundamento no artigo 397, inciso I, do Código de Processo Penal. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) Reconhecimento da nulidade do ato de citação, nos termos do artigo 564, 
inciso III, alínea “e”, do Código de Processo Penal; 
b) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso I, do Código de Processo 
Penal. 
c) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo 
Penal. 
d) A produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente prova 
testemunhal. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1. Maria, qualificação...; 
2. José, qualificação...; 
3. Natália, qualificação... 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., 09 de março de 2018. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
33 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE CAMPOS/RJ 
 
Processo nº ... 
 
 
 
LAURO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, apresentar MEMORIAIS ESCRITOS, com base no artigo 403, 
§3º, do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime tentativa de estupro 
qualificado, previsto no artigo 213, § 1º, combinado com os artigos 14, inciso 
II, e 61, inciso II, alínea “f”, todos do Código Penal. 
Durante a primeira audiência de instrução, foi ouvida a vítima, 
que não levou documento de identificação, apresentando apenas cópia da 
matrícula escolar, bem como José e os policiais. O réu não compareceu na 
audiência, pois não foi intimado, mas mesmo com o inconformismo da defesa, 
o ato foi realizado, sendo interrogado apenas na segunda audiência. 
O Ministério Público requereu a condenação do réu, nos 
termos da denúncia. 
A defesa foi intimada em 04 de setembro de 2018. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA NULIDADE DA INSTRUÇÃO 
O réu Lauro não compareceu na primeira audiência. Todavia, 
os atos processuais realizados durante a instrução devem ser anulados, uma 
vez que não foi intimado, e mesmo com a defesa manifestado o inconformismo 
PEÇARESOLVIDA – MEMORAIS ESCRITOS 
 
 
34 
 
com o ato, a audiência foi realizada. 
Assim, os atos processuais realizados a partir da primeira 
audiência de instrução devem ser anulados, uma vez que a falta de intimação 
para comparecimento do réu em audiência, representa cerceamento de defesa 
OU afronta o princípio da ampla defesa, previsto no artigo 5º, inciso LV, da 
Constituição Federal/88 OU artigo 564, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
Diante disso, verifica-se a nulidade dos atos da instrução, nos 
termos do artigo 564, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 
B) DO FATO NÃO CONSTITUIR CRIME 
O réu foi acusado de ter tentado estuprar Maria. Todavia, o fato 
de Lauro ter comprado uma arma e guardado em seu quarto configura apenas 
atos preparatórios. Logo, não foi iniciada a execução do crime de estupro, haja 
vista que os atos preparatórios, de regra, não são puníveis. 
Diante disso, não há de se falar em tentativa de estupro, já que 
não havia sido iniciada a execução do delito, devendo o agente ser absolvido, 
isso porque, sua conduta não configura crime. No mais, o porte de arma de fogo 
por si só não configura infração, tendo em vista que Lauro possuía autorização. 
Assim, o réu deve ser absolvido, com base no artigo 386, inciso 
III, do Código de Processo Penal. 
 
C) DA QUALIFICADORA 
Na audiência de instrução, a vítima não apresentou 
documentação hábil que comprovasse sua idade, apenas apontando que 
possuía 17 anos. Todavia, a mera alegação em audiência não é suficiente para 
comprovação de idade, não sendo possível ter certeza, em razão de sua 
aparência física, se era menor de 18 anos. 
Nesse sentido, não há prova nos autos da idade da vítima, 
bem como não foi apresentado nenhum exame pericial, devendo ser afastada a 
qualificadora prevista no artigo 213, §1º, do Código Penal. 
 
 
35 
 
D) DA CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL FAVORÁVEL 
Na eventualidade de sentença condenatória, o que não se 
espera, deve a pena-base ser fixada no mínimo legal. 
Isso porque foi juntada a folha de antecedentes criminais do 
réu sem qualquer anotação. Logo, o réu ostenta bons antecedentes, devendo a 
pena-base ser fixada no mínimo legal, já que todas as circunstâncias judiciais 
do artigo 59 do Código Penal são favoráveis. 
 
E) DA AGRAVANTE 
Apesar da vítima ser mulher, não existia situação de relação 
familiar ou de coabitação, não sendo o crime praticado no âmbito de violência 
doméstica contra mulher, como prevê a Lei nº 11.340/06. Isso porque, não 
basta a vítima do crime ser mulher para reconhecimento da agravante. 
Sendo assim, requer seja afastada a agravante do artigo 61, 
inciso II, alínea “f”, do Código Penal. 
 
F) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA 
Ao ser interrogado, o réu confirmou integralmente os fatos 
descritos na denúncia. Logo, incide a atenuante da confissão espontânea, 
prevista no artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal. 
Assim, requer seja reconhecida a atenuante da confissão 
espontânea. 
 
G) DA TENTATIVA 
Considerando que o crime ficou longe da consumação OU 
tendo em vista que o entendimento pacífico é de que o critério do quantum de 
redução guarda relação com o iter criminis percorrido, a diminuição pela 
tentativa deve ser no percentual máximo. 
Assim, requer seja aplicada a redução máxima de 2/3 em 
razão da tentativa. 
 
 
36 
 
H) DO REGIME INICIAL ABERTO 
Considerando a pena no mínimo legal e a redução pela 
tentativa, com a diminuição no patamar máximo, a pena ficará abaixo de quatro 
anos, devendo, portanto, o Magistrado fixar o regime inicial de cumprimento de 
pena no aberto OU semiaberto. 
Logo, na hipótese de eventual condenação, o Magistrado 
deverá fixar o regime aberto OU semiaberto, nos termos do artigo 33, § 2º, 
alíneas “b” OU “c”, do Código Penal, já que o réu é primário e as circunstâncias 
judiciais são favoráveis. 
 
I) DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA PENA 
Considerando a pena no mínimo legal e a redução pela 
tentativa, com a diminuição no patamar máximo, a pena ficará em dois anos, 
com o que o réu preenche os requisitos do artigo 77 do Código Penal. 
Assim, requer a aplicação da suspensão condicional da pena. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
 
a) Seja declarada a nulidade dos atos da instrução em razão da falta de 
intimação do réu para a solenidade; 
b) A absolvição, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal; 
c) Seja afastada a qualificadora do artigo 213, § 1º, do Código Penal; 
d) Seja aplicada a pena base no mínimo legal e seja reconhecida a atenuante 
da confissão espontânea, com base no artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código 
Penal; 
e) Seja afastada a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “f”, do Código Penal; 
f) Seja aplicada a redução máxima pela tentativa; 
g) Seja fixado o regime inicial de cumprimento de pena como sendo o aberto, 
artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal; 
 
 
37 
 
h) Seja aplicada a suspensão da pena, com base no artigo 77 do Código Penal. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 10 de setembro de 2018. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
38 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL 
DA COMARCA.... 
 
 
 
 
 
WILSON FERDINANDO, já qualificado nos autos, por seu 
procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, apresentar DEFESA PRELIMINAR, com base no 
artigo 514 do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir 
expostos. 
 
I) DOS FATOS 
 
O réu foi denunciado pela prática do crime de peculato, 
previsto no artigo 312 do Código Penal, porque teria utilizado, sem autorização, 
o veículo do Município. 
O réu foi notificado no dia 03 de junho de 2016. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) DA AUSÊNCIA DE DOLO OU PECULATO DE USO 
 
O réu foi acusado de ter utilizado o veículo automotor do 
Município, sem autorização. Todavia, o réu não teve a intenção de se apropriar 
do bem, nem tampouco o desviou da Administração Municipal. 
Pretendia, apenas, utilizar o veículo para levar sua esposa até 
o Posto de Saúde do Município vizinho e depois devolvê-lo no mesmo lugar que 
retirou. Assim, não há que se falar em peculato-apropriação, peculato-desvio ou 
PEÇA RESOLVIDA – DEFESA PRELIMINAR DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
 
 
39 
 
peculato-furto. 
Logo, o réu não tinha dolo de se apropriar, desviar ou subtrair 
o veículo, tanto que, após encher o tanque de gasolina, devolveu-o no mesmo 
local que pegou e nas mesmas condições, caracterizando, no caso, peculato 
de uso, que constitui fato atípico. 
Assim, trata-se de fato atípico, devendo a denúncia ser 
rejeitada, nos termos do artigo 395, incisos II e III, do Código de Processo 
Penal. 
 
III) DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer o réu seja a denúncia rejeitada, com 
base no artigo 395, incisos II e III, do Código de Processo Penal. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 20 de junho de 2016. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
40 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA 
CRIMINAL DA COMARCA.... 
 
 
 
 
 
 
 
RONIQUITO VIEIRA, já qualificado nos autos, por seu 
procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, 
à presença de Vossa Excelência, oferecer DEFESA PRELIMINAR, com base 
no artigo 55 da Lei 11.343/2006, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
I) DOS FATOS 
 
O réu foi flagrado portando 10 gramas de maconha. 
Ao longo do seu interrogatório, o réu disse que não era 
traficante e que a droga se destinava para consumo pessoal. 
O Ministério Público ofereceu denúncia imputando ao réu a 
prática do delito do artigo 33 da Lei 11.343/2006. 
O réu foi notificado. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE 
 
O réu foi preso acusado de estar portando substância 
entorpecente. Todavia, não há registro de que tenha sido realizado o laudo de 
constataçãoda natureza. 
Nos termos do artigo 50, § 1º, da Lei nº 11.434/2006, no 
PEÇA RESOLVIDA – DEFESA PRELIMINAR DE LEI DE DROGAS 
 
 
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momento da lavratura do auto de prisão em flagrante, deveria ser realizado o 
laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, não sendo suficiente, 
portanto, as declarações dos policiais militares atestando a natureza da 
substância. 
Da mesma forma, eventual confissão do acusado não supre 
a necessidade de realização do auto de exame de corpo de delito, conforme a 
parte final do artigo 158 do Código de Processo Penal. 
Logo, não há prova da materialidade do delito, devendo a 
denúncia ser rejeitada, por ausência de justa causa, com base no artigo 395, 
inciso III, do Código de Processo Penal. 
 
B) DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DO ARTIGO 28 DA LEI 11.343/2006 
O Ministério Público denunciou o réu pela prática do delito 
de tráfico ilícito de entorpecentes. Todavia, deve ser desclassificado o crime de 
tráfico de drogas para o delito previsto no artigo 28 da Lei 11.343/2006. 
O réu, perante a autoridade policial, disse não ser 
traficante, mas usuário de drogas, tendo sido, inclusive, internado para 
tratamento de dependência química, o que foi confirmado por Manuel e 
Joaquim, responsáveis pela Clínica de Tratamento. 
Além disso, o réu não registra contra si nenhuma 
ocorrência policial. 
Assim, nos termos do artigo 28, §2º, da Lei 11.343/2006, 
considerando a pequena quantidade de substância apreendida, as condições 
pessoais do réu e a circunstância de ser primário, cabe a desclassificação do 
delito de tráfico de drogas para o delito previsto no artigo 28 da Lei 
11.343/2006. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
 
 
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A) A rejeição da denúncia, pela ausência de materialidade, com base no artigo 
395, inciso III, do Código de Processo Penal; 
b) Seja desclassificado o crime previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006 para 
o delito do artigo 28 da Lei 11.343/2006, remetendo-se os autos ao Juizado 
Especial Criminal; 
c) A produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente a 
testemunhal, conforme rol abaixo. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
a) Joaquim 
b) Manuel 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 15 de junho de 2016. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
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