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Introdução à Interpretação de Textos

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2020 - 2022
INTRODUÇÃO À 
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Interpretação e Compreensão 
2. Tipos de Interpretação
3. Qual o papel da gramática?
Nesta introdução você dará os primeiros passos para o estudo dos diferentes aspectos 
da gramática da Língua Portuguesa. 
Este módulo é composto pelas seguintes apostilas:
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INTERPRETAÇÃO E 
COMPREENSÃO 
Interpretar um texto pode ser complexo e que requer bastante atenção, pois quando 
fazemos esse exercício, usamos as informações contidas nele para inferir e entender 
as informações que estão sendo expressas. Deste modo, a interpretação de texto pode 
adquirir um caráter mais subjetivo, já que o leitor precisará tirar suas próprias conclusões 
a partir do que está escrito e também permite certa multiplicidade de sentidos.
Há também textos que não permitem interpretações subjetivas, ou seja, não permitem 
que o leitor faça inferências por possuir uma estrutura bastante clara e com informações 
precisas, não deixando margem para interpretações.
Nestes casos, podemos pensar no sentido não da interpretação do texto, mas sim da 
compreensão do texto, visto que lidaremos com a decodificação das palavras, da coesão 
e da coerência do texto e até mesmo da pontuação que ajudará o leitor a compreender 
melhor as informações expressas. 
Deste modo, a compreensão de texto é bastante objetiva, com as informações já 
expressas no texto e sem margem para uma multiplicidade de sentido. Em um exercício 
escolar, por exemplo, não serão aceitas respostas que divirjam muito umas das outras. 
Para que possamos interpretar ou compreender um texto precisamos primeiro nos 
atentar para algumas informações:
 f O que é um texto: Independente do tamanho, o texto é um conjunto de palavras 
ou frases que estão relacionadas entre si e são dotadas de sentido. Não adianta 
várias palavras ou frases juntas mas desconexas pois não conseguiremos interpretá-
las ou compreendê-las. 
 f O que é contexto: é a ligação entre essas diversas frases ou palavras, que 
permitem que o leitor construa ou compreenda o sentido daquele texto. Uma palavra 
ou frase solta pode até ter um sentido, mas colocada junto com outras palavras ou 
expressões pode ter o seu significado alterado.
 f O que é intertexto: são as referências contidas dentro de um texto. Elas podem 
ser citações de outros autores ou mesmo citações de livros, referências a filmes, 
referências a músicas, tudo com o objetivo de enriquecer o texto. 
Para interpretar um texto, o aluno primeiro deve procurar identificar as informações 
contidas, relaciona-las com os fatos ou informações sobre questões da vida real, 
comparar essas informações e depreender todos esses elementos para construir os 
sentidos do texto.
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Existem alguns requisitos que nos ajudam a fazer uma boa interpretação de texto e 
ainda compreendê-lo de maneira satisfatória:
 f O nosso conhecimento prévio sobre o assunto: na maioria das provas quase 
nunca sabemos como será a prova ou qual será o tema central, mas ainda assim é 
possível se preparar e é muito simples – devemos ler! A leitura e o conhecimento 
sobre vários assuntos são importantes pois nos mantem atualizados, nos mantem 
informados e constrói o que podemos chamar de repertório sobre variados assuntos. 
 f Conhecimentos sobre história e literatura: pensar sempre que a 
interdisciplinaridade é muito importante no momento de ler e compreender o texto. 
Deste modo, é interessante conhecer períodos históricos, movimentos históricos; 
assim como compreender os gêneros textuais, escolas literárias, as estruturas 
também facilitarão esse processo.
 f Conhecimentos gramaticais e semânticos: saber minimamente quais são as 
classes gramaticais, seus usos, como uma palavra pode funcionar dentro de um 
texto e os seus significados.
 f Observar e raciocinar: é importante observar o texto, ler com atenção, procurar 
entender o contexto, procurar as referências e todos os elementos que facilitarão o 
entendimento daquele texto.
Sabendo de tudo isso, podemos pensar sobre o processo de interpretação, que 
possibilita ao leitor inferir, criar hipóteses, deduzir e tirar do texto informações que não 
estão escritas explicitamente nele. Logo, a interpretação é esse esforço para captar 
o que podemos chamar de entrelinhas e justamente por isso esse processo é mais 
subjetivo, já que a interpretação depende dos conceitos e conhecimentos que cada 
leitor vai mobilizar durante a leitura. Para interpretar usamos o nosso conhecimento 
de mundo, os conhecimentos histórico/literários, os conhecimentos gramaticais e 
semânticos, entre outros. 
Entretanto, a compreensão consiste em buscar no texto as respostas que precisamos, ou 
seja, a resposta já está dada e não há margem para interpretações. Logo, esse processo 
é objetivo, pois codificamos as informações que já estão expressas para encontrarmos 
a resposta. Nesse processo é importante nos atentarmos a todas as informações que 
estão contidas no texto e somente nele. Pensando nisso, a compreensão do texto leva 
todos os leitores a uma única conclusão, que é aquela que já está dada e deste modo, 
não há uma possibilidade de respostas variadas. 
CUIDADO!
Quando falamos que a interpretação de texto permite uma multiplicidade de 
sentidos, não estamos dizendo que todas as respostas são permitidas, visto que é 
necessário que a interpretação seja feita observando o contexto e as possibilidades 
interpretativas. Em português claro: NÃO VIAJE NA MAIONESE!
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RECAPITULANDO
Interpretação e compressão textuais são coisas distintas: a primeira parte da decodificação 
das informações contidas no texto para que se possa, através delas, deduzir e fazer 
inferências para compreender o que está nas entrelinhas. Já a compreensão do texto 
consiste em codificar as informações que estão no texto, ou seja, ler e compreender 
apenas o que está dito ali, sem margem para interpretações. Interpretar é um processo 
subjetivo e compreender é um processo objetivo. 
ANOTAÇÕES
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TIPOS DE INTERPRETAÇÃO
Na língua portuguesa temos dois processos para entendermos um texto: a interpretação 
e a compreensão. Dentro dessas duas possibilidades existem alguns passos que podem 
facilitar a interpretação e a compreensão dos textos, como veremos abaixo.
 f Pré-compreensão: esse passo diz respeito aos conhecimentos prévios que 
temos sobre um texto. Esse processo envolve os conhecimentos de mundo do 
indivíduo, os conhecimentos interdisciplinares, que são extremamente importantes, 
os conhecimentos linguísticos, semânticos e de estilo de um determinado texto ou 
gênero textual. Isso é importante pois, presume-se que para ler um texto, o aluno 
deve possuir conhecimentos anteriores.
Exemplo: Para ler, compreender e interpretar um texto sobre culinária, o aluno deve 
ter a pré-compreensão sobre o que são alimentos, sobre a diferença entre eles, sobre 
cozimento, além de precisar ter uma ideia, ainda que vaga, sobre o que é uma receita. 
 f Compreensão: com os conhecimentos prévios devidamente reconhecidos, a 
compreensão vai fazer com que o leitor perceba informações que ele já conhece e 
tome conhecimento de novas informações. É no momento da compreensão que o 
leitor pode compreender qual a intencionalidade de um texto, ou seja, a finalidade para 
a qual ele foi escrito e publicado, as justificativas presentes dentro do texto, quando 
o gênero textual permite e sua função social e consequente alcance, principalmente 
em provas como o ENEM e o vestibular. 
 f Interpretação: a interpretação consiste justamente na construção dos sentidos 
que o leitor pode depreender a partir das informações que estão expressas ali. É a 
partir dessa interpretação que o texto ganha novos sentidos e tem sua potencialidade 
ampliada, visto que essa compreensãopermite a construção de vários significados 
desde que sejam respeitados os limites interpretativos possíveis. 
Recapitulando
 f A pré-compreensão são os elementos que antecedem a leitura, ou seja, todos 
os conhecimentos prévios do leitor, sua formação e os conhecimentos que já 
possui.
 f A compreensão são os conhecimentos mobilizados a partir da leitura, que 
podem ser algo que já sabia e vai apenas rever ou então os conhecimentos que 
vai adquirir através do texto.
 f E a interpretação é a visão, as inferências e deduções que o leitor será capaz 
de fazer depois de compreender o texto, ou seja, primeiro ele precisa entender 
para depois fazer suas próprias considerações a partir dele.
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o DICAS PARA UMA INTERPRETAÇÃO DE SUCESSO
1. Leia sobre tudo e todos os gêneros: ter o hábito de leitura é importante para 
construir conhecimento, construir informações e desenvolver boa capacidade de 
argumentação que pode ser usada tanto em textos orais quanto em textos escritos. 
É importante destacar também que, através da leitura sobre vários assuntos e de 
vários autores, a capacidade de pré-compreensão se desenvolve de maneira mais 
efetiva, fazendo com que o leitor possa usar essas leituras em benefício próprio na 
hora de compreender ou interpretar um texto. 
2. Procure aumentar seu vocabulário: sempre que tiver dúvidas sobre o significado 
de uma palavra procure o seu sentido em um dicionário e também procure entender 
o contexto em que ela está sendo usada. A leitura de livros, jornais e revistas é o 
melhor caminho para tornar o vocabulário mais diversificado e culto.
3. Concentre-se: no momento de estudar é importante não deixar nada nos 
atrapalhar: esqueça o celular, o computador e as redes sociais e concentre-se na 
leitura e na construção dos sentidos de um texto. É imprescindível criar esse hábito 
ainda durante o período de estudos para que você mantenha a calma e a tranquilidade 
no momento da prova, deixando a inquietação de lado por estar sem o celular.
ANOTAÇÕES
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QUAL O PAPEL DA 
GRAMÁTICA?
Existe uma crença em nossa sociedade de que não sabemos português e que a gramática 
é sempre uma vilã, entretanto a história é um pouco diferente. Assim como tudo na vida 
segue determinados padrões e regras que facilitam a convivência e a compreensão de 
diversos fenômenos, com a língua portuguesa não é diferente. 
Na vida podemos pensar nas leis como um exemplo de regras que quando seguidas 
ajudam a todos, fazendo com que tudo seja mantido em ordem, na língua portuguesa 
quem faz essa função é a gramática, que regula a linguagem e cria padrões para a 
escrita e para a fala visando a boa interação entre todos os falantes da língua.
Mas engana-se quem pensa que a gramática é apenas o conjunto de regras que 
aprendemos na escola, aquela é apenas um tipo, conhecida como gramática normativa 
e que é extremamente importante visto que muitas situações exigem o máximo de 
erudição e cuidado com a língua, como o caso de provas como o ENEM e o vestibular 
ou mesmo uma conversa com autoridades. 
Ainda assim, não faz sentido aprender a gramática somente por aprender, não adianta 
apenas decorar as regras sem saber como e onde usá-las. Podemos fazer uma analogia 
da gramática com a tabuada: quando decoramos a tabuada nossa vida se torna mais 
fácil, mas ela só faz sentido quando a aplicamos e a usamos nas operações matemáticas. 
O mesmo ocorre com a gramática, nós podemos saber o que é um substantivo, o que é 
um verbo e o que é uma oração subordinada, mas se não soubermos usar esses termos 
para compreender melhor os textos que lemos e os que escrevemos de nada adianta. 
Em uma visão mais ampla, a gramática é uma forma de preservação de um idioma, 
pois acompanha a sua evolução e compreende suas mudanças, as que estão em curso 
e as que já estão consolidadas, pois a língua é viva e está em constante processo de 
transformação. Uma prova disso é o acordo ortográfico implementado em 2008, que 
fez com que diversas palavras sofressem alterações, transformando várias coisas que 
já estavam estabelecidas na gramática da língua portuguesa.
Neste sentido, a gramática serve para que o aluno possa se comunicar melhor, ampliando 
todo o seu potencial e capacidade de utilizar a língua, entendendo que a língua sofrerá 
diversas variações e a forma de se comunicar também. A melhor forma de aprender 
isso no ambiente educacional é se preparar através de textos que privilegiam várias 
situações comunicativas, para que o aluno compreenda, sobretudo, que não existe 
apenas uma variante da língua e sim diversas situações comunicativas, desde as formais 
até as informais, as situações em que temos que usar a variação normativa de modo 
impecável e situações mais descontraídas que não exigem a variante padrão. 
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ANOTAÇÕES
Para isso é necessário entendermos quais são os tipos de gramática existentes.
 f Gramática normativa: é a utilizada na escola e nos cursinhos, que indica o modo 
como as pessoas devem falar e escrever corretamente visando a padronização da 
língua portuguesa. Neste caso há uma série de regras que são indicadas e devem 
ser seguidas, independente da história dos indivíduos, tradições culturais e traços da 
oralidade de cada um.
 f Gramática descritiva: esse tipo de gramática se preocupa em estudar e analisar 
as regras utilizadas pela gramática normativa, mas considerando fatores como 
contexto e variações linguísticas. Deste modo, ela não está preocupada em apontar 
o que é certo ou errado e o que pode ou não ser usado na língua portuguesa, mas se 
preocupa em observar fatores além da padronização da língua portuguesa.
 f Gramática histórica: esse tipo de gramática dedica-se a estudar a origem e a 
evolução de uma língua, analisando os processos históricos desde a formação de 
palavras até as transformações pelas quais a língua passa na atualidade.
 f Gramática comparativa: esse tipo de gramática costuma procurar pontos de 
contato e estabelecer comparações com outras línguas que possuem a mesma base. 
Podemos pensar em uma gramática comparativa que estuda as línguas de formação 
latina, por exemplo. 
Assim, podemos pensar na gramática como uma aliada para desenvolver toda a 
compreensão da língua portuguesa, independente do contexto e da situação de uso da 
língua. Sua função está ligada diretamente à produção de conhecimento, uma vez que 
a partir dela nos tornamos ainda mais competentes para analisar e interpretar textos, 
além de melhorarmos nossa capacidade de comunicação.
Através dos cursos
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2020 - 2022
GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO
1. Sinônimos e Antônimos
2. Polissemia e Ambiguidade
3. Homônimos e Parônimos
4. Tipos de Discurso e 
Transformação do Discurso
5. Pontuação Expressiva 
6. Metáfora, Metonímia e 
Prosopopeia
7. Hipérbole, Eufemismo e 
Sinestesia
8. Antítese, Paradoxo e Ironia
9. Figuras de Repetição
10. Vícios de Linguagem
Alguns elementos da gramática conforme empregados podem mudar totalmente o sentido 
de um texto. Conhecer esses elementos é essencial para uma boa interpretação textual!
Este módulo é composto pelas seguintes apostilas:
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SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS
Os sinônimos e antônimos integram, na língua portuguesa, a parte responsável pela 
significação das palavras, ou seja, sinônimos e antônimos é parte deste conteúdo 
responsável por analisar a relação entre os significados das palavras. 
SINÔNIMOS
Assim, os sinônimos são palavras que apresentam significados muito próximos ou 
iguais. Tomemos alguns exemplos:
 f Casa, lar, morada;
 f Susto, espanto, surpresa;
 f Medo, pânico, terror;
 f Bonito, belo, elegante;
É importante observamos que embora os sinônimos tenham seus significados parecidos, 
o seu uso nos textos vai variar de acordo com a intensidade de sentido que o autor 
deseja atribuir. Logo, é importante se atentar que alguns sinônimos possuemsentidos 
mais amplos que outros. 
Os sinônimos são classificados como perfeitos e imperfeitos. Os perfeitos são aquelas 
palavras que compartilham o significado idêntico e os imperfeitos apresentam 
significados semelhantes, mas não idênticos.
Sinônimos Perfeitos
Após Depois
Alfabeto Abecedário
Morrer Falecer
Bonito Belo
Encontrar Achar
Calmo Tranquilo
Casa Lar
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os Sinônimos Imperfeitos
Amor Paixão
Moça Jovem
Planeta Terra
Feliz Alegre
Ouça Escute
Para entendermos a diferença entre sinônimos perfeitos e imperfeitos podemos 
observar os sentidos das frases abaixo:
 f Ouça os conselhos dos mais velhos.
 f Escute os conselhos dos mais velhos.
Quando analisamos o sentido das duas frases conseguimos perceber a diferença de 
sentido presente entre elas. A primeira apresenta o verbo ouça, que está relacionado a 
ouvir, dando sentido literal para a frase. Assim, podemos dizer que o verbo ouça, nesse 
caso, se refere a capacidade auditiva de uma pessoa. 
Agora se analisarmos a segunda frase temos a palavra escute, que apresenta a 
conotação de escutar com atenção, dar atenção ao que está sendo falado. Sendo assim, 
essa frase ganha um sentido completamente distinto da primeira, ainda que ambas 
possuam sinônimos em sua composição.
Quando os sinônimos são perfeitos não há alteração de sentido na frase, como podemos 
observar logo abaixo:
 f Aquele moço é belo.
 f Aquele moço é bonito.
Neste caso, os sinônimos são considerados perfeitos por manterem apenas uma 
possibilidade de entendimento em ambas as frases, ou seja, não há a produção de 
outros sentidos diante dos sinônimos.
Mas por que é importante estudar sinônimos? E melhor ainda, por que é importante 
compreender os sinônimos e o seu funcionamento?
Os sinônimos são um importante recurso dentro de um texto, servem para tornar seu 
texto menos repetitivo e mais fluido e é importante para retomar um assunto. Outro 
ponto importante é que conhecer e entender os sinônimos pode nos ajudar a construir 
sentidos dentro de um texto, seja ele uma dissertação ou mesmo um texto que você 
pretende mandar para o crush.
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im
osANTÔNIMOS
Ao contrário dos sinônimos que apresentam significados iguais ou muito parecidos, os 
antônimos são aquelas palavras que apresentam significado contrário a outras palavras. 
Ou seja, são aquelas palavras que apresentam sentido de contrariedade ou oposição. 
É importante observarmos que os antônimos podem ser constituídos de palavras 
diferentes, mas também pelo acréscimo de prefixos de negação, que são as partículas 
que inserimos antes de uma palavra para alterar o sentido, como in; des; a, e também 
formamos antônimos com o auxílio de palavras que possuem prefixos com significados 
contrários. Vejamos alguns exemplos abaixo:
Antônimos Formados por Palavras Diferentes
Bom Mau
Bonito Feio
Quente Frio
Alto Baixo
Forte Fraco
Frio Calor
Gordo Magro
Antônimos Formados por Prefixos
Atento Desatento
Feliz Infeliz
Típico Atípico
Aceitável Inaceitável
Normal Anormal
Confortável Desconfortável
Antônimos formados por palavras com prefixos com significados contrários
Incluir Excluir
Progredir Regredir
Simpático Antipático
Simétrico Assimétrico
Explícito Implícito
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Si
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ni
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 A
nt
ôn
im
os
ANOTAÇÕES
Vejamos o exemplo de um trecho da música Certas coisas, do cantor Lulu Santos. 
“Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim”
Podemos notar que cada verso da música é constituído por antônimos, a saber: som/
silêncio; luz/escuridão; dia/noite; não/sim. 
Assim, é importante nos atentarmos que os antônimos são um importante elemento 
estilístico no texto, o exemplo dos antônimos na música trazem sonoridade, além de 
chamar a atenção do leitor ou ouvinte.
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POLISSEMIA E AMBIGUIDADE
POLISSEMIA 
A polissemia é um fenômeno linguístico em que uma única palavra apresenta mais de um 
significado, sendo que o que vai determinar o seu sentido é o contexto. É importante nos 
atentarmos para o fato de que muitas pessoas confundem polissemia com homonímia, visto 
que as duas apresentam uma multiplicidade de sentidos, entretanto, na polissemia a origem 
e o conceito da palavra partilham a mesma base, ao contrário da homonímia, que apresenta 
conceito e origem diferente. 
Exemplos: A palavra cabeça em contextos diferentes.
Bia estava com a cabeça cheia.
Lucas é o cabeça do grupo.
Na primeira frase temos o emprego da palavra cabeça referindo-se a uma parte do corpo e na 
segunda a palavra cabeça está precedida do artigo determinado o e dá o sentido de líder do grupo.
Nesse caso precisamos observar que todas as palavras possuem significados distintos, 
significados estes determinados pelo contexto, entretanto, a origem da palavra é a mesma 
em todas as frases, que é a ideia de mente. A seguir uma lista com palavras polissêmicas:
Gato Pode ser o animal ou ainda a palavra usada para se referir a beleza de um rapaz.
Mangueira Pode ser a árvore frutífera ou o utensílio de borracha por onde passa a água.
Banco Banco pode ser a instituição financeira ou o objeto feito para sentar.
Vela Vela pode ser o objeto feito de parafina e usado para iluminação, ou 
ainda o instrumento utilizado no barco ou ainda o ato de velar alguém.
Cabo Cabo pode ser parte de um objeto, como o cabo de vassoura ou uma 
patente militar.
Dama A palavra dama pode ser utilizada para se referir a uma mulher ou então 
pode ser a peça de um jogo de tabuleiro.
Boca Um exemplo clássico é a música “Boquinha da garrafa”. O verso clássico “vai 
descendo na boquinha na garrafa” se refere a abertura na parte superior de 
uma garrafa. Mas boca também pode ser usado para indicar a parte do corpo.
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ad
e POLISSEMIA E AMBIGUIDADE
Como já dito anteriormente, a polissemia diz respeito a palavras que possuem mais de 
um significado e geralmente esses significados são definidos a partir do contexto da 
frase. Se a palavra estiver fora de contexto pode provocar ambiguidade em seu sentido, 
ou seja, causar um duplo sentido na apresentação. Vejamos um exemplo abaixo:
No caso da tirinha, a polissemia está presente através da palavra vendo, que dependendo 
do contexto adquirir o sentido de vender algo ou de observar, ver algo. Essa tirinha 
brinca justamente com essas possibilidades interpretativas para retratar a ambiguidade, 
já que o interlocutor do personagem principal pergunta a ele quanto custa o pôr do sol 
e ele diz que só está vendo, ou seja, observando o acontecimento.
A ambiguidade pode acontecer de duas maneiras, ela pode ser:
 f Lexical;
 f Estrutural. 
Ela é lexical quando acontece em decorrência dos significados das palavras. Observe a 
tirinha abaixo:
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Po
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eA ambiguidade lexical nesse caso está na palavra “porca”, que para o pai é a ferramenta 
usada para encaixar o parafuso, mas para o filho é o animal que está em sua fazenda. 
Vejamos agora um exemplo de ambiguidade estrutural.
Nessa tirinha a dúvida do aluno é causada pelo emprego do pronome oblíquo a, que 
causa a dúvida se o que caiu foi a aranha ou a parede. A ambiguidade estrutural é 
sintática, visto que as palavras ocupam posições inadequadas nas frases, causando 
dúvidas quanto ao seu sentido.
ANOTAÇÕES
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1www.biologiatotal.com.br
HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS
Os homônimos e parônimos fazem parte dos estudos que compreendem a significação 
das palavras na língua portuguesa.
HOMÔNIMOS
Os homônimos são representados pelas palavras que possuem a mesma pronúncia, 
em alguns casos até a mesma escrita, mas com significados diferentes. 
Podem ser divididas em homônimos homógrafos, homônimos homófonos e homônimos 
perfeitos.
Homônimos Homógrafos
São palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
Exemplos: 
Colher(substantivo) / Colher (verbo)
 f Maria, não coloque a colher na boca – substantivo
 f Este ano ele vai colher duzentas sacas de café – verbo
Jogo (substantivo) / Jogo (verbo)
 f Ganhamos um jogo de panelas – substantivo
 f Eu jogo dominó com meu avô – verbo
Molho (substantivo) / Molho (verbo)
 f Fizemos macarrão com molho bolonhesa – substantivo
 f Pela manhã eu molho todas as plantas – verbo
Coro (substantivo) / Coro (verbo)
 f Fizeram um bonito coro na porta da escola – substantivo
 f Ela corou quando o viu – verbo 
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im
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ar
ôn
im
os Homônimos Homófonos
São palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. 
Exemplos:
Concerto (espetáculo musical) / Conserto (reparar alguma coisa)
 f Vimos um belo concerto de piano.
 f Não conserto liquidificador.
Acento (sinal gráfico) / Assento (lugar para sentar)
 f O acento agudo é importante para diferenciar a entonação das palavras.
 f O ônibus tinha assentos sobrando.
Cozer (cozinhar) / Coser (costurar)
 f Vou cozer os ovos.
 f Minha mãe vai coser o meu vestido essa tarde.
Acender (colocar fogo) / Ascender (subir)
 f Ela acendeu a lareira.
 f Vamos ascender mais alguns degraus.
Homônimos Perfeitos
São palavras iguais na pronúncia e na escrita. 
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H
om
ôn
im
os
 e
 P
ar
ôn
im
osExemplos:
Cedo (substantivo) / Cedo (verbo)
 f Acordei cedo.
 f Eu cedo minha vaga para você.
Barata (adjetivo) / Barata (substantivo)
 f A carne estava barata.
 f A barata entrou voando pela janela.
Canto (substantivo) / Canto (verbo)
 f Coloque a mochila naquele canto.
 f Hoje sou feliz e canto, só por causa de você.
Caminho (substantivo) / Caminho (verbo)
 f A felicidade é o único caminho.
 f Caminho todos os dias de manhã.
PARÔNIMOS
Já os parônimos são palavras que possuem semelhanças na escrita e na pronúncia, 
mas tem significados completamente diferentes. 
Exemplos:
Comprimento (tamanho; extensão) / Cumprimento (saudação)
 f O comprimento da porta é de 2,20m.
 f O cumprimento foi tardio, ele não viu.
Descrição (ato de descrever alguém ou algo) / Discrição (ser discreto)
 f A descrição foi fundamental para que encontrássemos o cachorrinho.
 f A discrição da jovem secretária era exemplar.
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os Flagrante (evidente)/ Fragrante (relacionado a cheiro)
 f Ele foi pego em flagrante.
 f As rosas eram lindas e fragrantes.
Absolver (isentar)/ Absorver (incorporar)
 f Será que o juiz irá absolver o acusado?
 f O pano irá absorver o líquido?
Inflação (alta de preços) / Infração (violação)
 f A inflação é a pior dos últimos anos.
 f Pedro cometeu uma infração gravíssima.
Osso (parte do corpo humano) / Ouço (verbo)
 f O fêmur é o maior osso do corpo humano.
 f Ouço música sempre que vou caminhar.
Peão (praticante de esportes com cavalo) / Peão (brinquedo)
 f O peão finalmente havia domado o cavalo considerado indomável.
 f O pião girou mais uma vez antes de cair.
Expressões Parônimas
Assim como as palavras, as expressões parônimas possuem semelhança na escrita e 
na pronúncia, mas significados diferentes. É importante se atentar pois elas alteram o 
sentido do texto. 
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ANOTAÇÕES
"Ao encontro de" "De encontro a"
"À medida que" "Na medida em que"
A favor Contrário
Proporção Causa
Exemplos:
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TIPOS DE DISCURSO E 
TRANSFORMAÇÃO DO DISCURSO
TIPOS DE DISCURSO 
Na língua portuguesa existem três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso 
indireto e o discurso indireto livre, eles são usados nas narrativas para introduzir as 
falas dos personagens e seu uso varia de acordo com a intencionalidade do narrador e 
de qual efeito ele pretende provocar na narrativa.
É importante lembrarmos que o narrador é muito importante dentro de uma história, 
pois é através dele que conhecemos os personagens, suas ações e desejos e todos 
esses fatos são justamente apresentados através do discurso. Veremos então as 
particularidades dos três tipos de discurso.
Discurso Direto
O discurso direto consiste na transcrição exata da fala dos personagens, sem que o 
narrador interfira no discurso. Muitas narrativas utilizam o discurso direto para compor 
suas histórias. O discurso direto é geralmente introduzido por verbos que anunciam a 
fala, como por exemplo, comentar, falar, observar, exclamar, entre outros; seguido 
por dois pontos e travessão na linha seguinte, ou em alguns casos vem entre aspas. 
Observem o exemplo abaixo:
[...] Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu 
desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:
- Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! ela quer o nosso 
bem!
(Clarice Lispector)
Podemos observar os elementos básicos do discurso direto, como os dois pontos e o 
travessão na linha seguinte dando início a fala da personagem, além de observamos 
também que o que antecede o início do discurso é a expressão “saiu aos gritos”, dando 
a entender que o discurso começaria logo a seguir. Assim, podemos compreender que 
a estrutura do discurso direto é:
Verbo de elocução + Dois pontos + Linha seguinte + Parágrafo + Travessão
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o Discurso Indireto
O discurso indireto acontece através da intervenção do narrador, que usa suas palavras 
para transmitir o discurso do personagem. Logo, esse tipo de discurso acontece na 
terceira pessoa e não mais na primeira pessoa. O discurso indireto também é introduzido 
por meio de verbos de elocução, mas estão sempre acompanhados pelas conjunções 
que e se, como uma marca diferencial do momento da fala do narrador e da fala da 
personagem. Vejamos o exemplo abaixo:
Em voz baixa, amarrada (assim tipo voz dos mafiosos do cinema, a gente sente 
uma coisa, diria o Rôni mais tarde, revirando os olhos), ele pediu calmamente 
que não telefonassem mais para a oficina porque o patrão estava puto da vida 
e além disso (a voz foi engrossando) não podia namorar com ninguém, estava 
comprometido...
(Lygia Fagundes Telles)
Aqui podemos notar o verbo de elocução (pediu) seguido pela conjunção que, 
tornando o discurso indireto, entretanto, antes do verbo de elocução temos ainda 
uma contextualização da situação, que é a voz do narrador antes de iniciar a fala da 
personagem, assim como logo depois da conjunção há também a fala da personagem 
expressa pela voz do narrador. Logo, a forma do discurso indireto é:
Voz do narrador + Verbo de elocução + Conjunção + Fala do personagem 
personificada pelo narrador
Discurso Indireto Livre
esse é o tipo de discurso mais complexo, já que não apresenta grandes marcações 
como sinal de pontuação ou mesmo classes de palavras que funcionam como marca 
diferencial. Deste modo podemos entender que no discurso indireto livre as falas das 
personagens são introduzidas sem que haja uma mudança significativa, fazendo com 
que em alguns casos, as vozes do narrador e da personagem se confundam. Devemos 
observar então que, no caso do discurso indireto livre, a fala do narrador estará em 1ª 
pessoa e a fala do personagem em 3ª pessoa. 
TRANSFORMAÇÃO DO DISCURSO
Muitos são os questionamentos sobre como transformamos o discurso direto em 
discurso indireto e vice-versa, mas para fazermos essa passagem devemos observar 
fatores como os tempos verbais, a pontuação, os pronomes e os advérbios. Observem 
o exemplo abaixo:
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o f Discurso indireto: O presidente decretou que todos se vacinassem. 
 f Discurso direto: O presidente decretou: todos devem se vacinar.
Podemos notar que no discurso direto há o uso dos dois pontos, mas no discurso indireto 
a pontuação deixa de existir. O tempo verbal também muda quando transformamos o 
discurso, quando mudamos para o discursoindireto estamos descrevendo uma frase 
que já foi dita por alguém, logo, o tempo verbal também irá para o passado e também 
é importante observar que, no discurso indireto, a frase ganha uma conjunção, neste 
caso que, ao contrário do discurso direto, que é marcado pela pontuação como forma 
de separar o discurso. 
Logo abaixo poderemos ver alguns pontos dignos de atenção quando transformamos 
o discurso:
 f A 1ª pessoa vira a 3ª pessoa;
 f Os pronomes seguem a mesma regra, os que estavam na 1ª pessoa mudam 
automaticamente para a 3ª pessoa;
 f Devemos observar sempre os tempos verbais.
ANOTAÇÕES
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METÁFORA, METONÍMIA 
E PROSOPOPÉIA
As figuras de linguagem são um importante recurso estilístico, que podem ser utilizados 
na linguagem oral ou na linguagem escrita e ajudam a aumentar a carga expressiva 
de um texto. É importante observamos que estas figuras podem ser divididas em pelo 
menos quatro categorias distintas, se diferenciando pelo seu uso e significado. Vejamos:
Tipos de Figuras de Linguagem
Figuras de palavra ou 
Figuras semânticas
Essas se referem à significação das palavras e dentre elas 
estão a metáfora, a comparação, a metonímia, a sinestesia 
e a perífrase, entre outras.
Figuras de pensamento Atuam na combinação de ideias ou pensamentos, como 
a hipérbole, o eufemismo, a ironia, a personificação, a 
antítese, o paradoxo, entre outras.
Figuras de som ou 
Figuras de harmonia
São conhecidas por trabalharem a sonoridade das palavras, 
como a aliteração, a onomatopeia, entre outras.
Figuras de sintaxe ou 
Figuras de construção
As figuras de construção são responsáveis pela interferência 
na estrutura gramatical em uma frase. Algumas das 
figuras desta classe são a elipse, o pleonasmo, a anáfora, a 
redundância, entre outros. 
Metáfora
A metáfora representa uma comparação entre dois seres ou objetos, sem que seja 
necessário o uso de conectivos, fazendo com que a comparação seja implícita e gere 
certa proximidade entre os seres ou objetos comparados.
Vejamos alguns exemplos abaixo:
 f Ditado popular
“Filho de peixe, peixinho é” – nesse caso a metáfora está em dizer que o filho é 
parecido com o pai.
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ia f Na música
A música Fogo e Paixão do cantor Fagner faz um bom uso desse recurso estilístico, 
conforme podemos ver logo abaixo.
“Você é luz,
É raio, estrela e luar
Manhã de sol
Meu iaiá, meu ioiô”
Neste caso, podemos ver que as palavras raio, estrela e luar são usadas no sentido 
denotativo, servindo como adjetivos para uma pessoa. Assim, a comparação se 
estabelece uma vez que o interlocutor usa esses “seres” para compará-los – você é 
como luz, você é como raio, estrela e luar.
 f Em charges
A metáfora aqui faz parte do sentido apreendido na tirinha, visto que a imagem da panela de 
pressão representa uma metáfora sobre a superlotação do sistema penitenciário brasileiro.
Metonímia
A metonímia é uma figura de linguagem conhecida por proporcionar a substituição de 
um termo pelo seu todo, havendo entre eles alguma ligação. Podemos pensar no caso 
clássico do livro, é muito comum dizer que estamos lendo Machado de Assis quando 
queremos dizer que estamos lendo um de seus livros. A relação aqui, ou a substituição 
se dá quando trocamos o termo livro por Machado de Assis, um escritor de livros.
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iaEsse recurso é geralmente utilizado para evitar repetição nos textos, como no exemplo 
acima, substituímos a palavra livro e ainda demonstramos certo conhecimento acerca 
do que está sendo falado.
Tipos de Metonímia
A parte pelo todo Sua herança era formada por centenas cabeças de gado. 
A substituição consiste em cabeças de gado (parte) pelo 
boi (todo).
Autor pela obra Sarah era fã de Clarice, já havia lido toda a sua obra. 
A substituição, nesse caso, consiste em Clarice (autora) por 
livro.
Causa pelo efeito Este apartamento é fruto do meu suor. 
A substituição está em suor com efeito de trabalho nesta 
frase.
Matéria pelo objeto “Hoje eu sei que quem me deu a ideia
De uma nova consciência e juventude
Tá em casa
Guardado por deus
Contando vil metal”
O exemplo acima foi retirado da música Como nossos pais, 
interpretada por Elis Regina e a substituição ocorre em vil 
metal, se referindo a dinheiro.
A marca pelo produto Fui ao mercado e comprei Oreo, Nutella e Toddy. 
Podemos ver as marcas sendo utilizadas para se referir aos 
produtos bolacha, creme de avelã e achocolatado.
É importante observarmos que alguns estudiosos classificam a sinédoque como um 
tipo de metonímia. Essa figura de linguagem é caracterizada pela substituição de um 
termo por outro, de modo a ampliar ou reduzir o sentido desse termo. Entretanto, da 
perspectiva de alguns estudiosos, a metonímia se diferencia da sinédoque por fazer 
uma relação qualitativa na frase, criando uma relação de proximidade entre eles. Já a 
sinédoque cria uma relação quantitativa entre os termos de uma frase, gerando uma 
relação de redução ou ampliação dos sentidos possíveis.
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ia Prosopopéia ou Personificação
A prosopopeia ou personificação ocorre quando são atribuídas características ou 
ações humanas a objetos ou animais, sendo um importante recurso estilístico utilizado 
para marcar ou intensificar a expressividade do texto.
Vemos essa figura muito bem trabalhada nas fábulas, visto que os animais ou mesmo 
seres inanimados como árvores e plantas ganham vida, características e sentimentos 
humanos. Vejamos um trecho da fábula da cigarra e da formiga:
“Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se 
preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha 
pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! 
O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso 
trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o 
bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer. Um belo dia, passou 
de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, 
vamos cantar! Vamos dançar!”
Podemos ver na fábula, em que as personagens são uma cigarra e uma formiga, que 
diversas características e ações humanas são atribuídas a elas, como se preocupar, 
cantar, perguntas, se divertir. 
Outro exemplo é o texto Um apólogo, de Machado de Assis, cujos personagens são 
uma agulha e um novelo de linha. Vejamos o início da história:
“Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que 
vale alguma coisa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar 
insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem 
cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. 
Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
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ia— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os 
cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou 
eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição 
aos babados...
Esse belo texto usa a metonímia como recurso para dar vida as personagens, atribuindo-lhes 
características tipicamente humanas como falar, usar de ironia, entre outras coisas.
Personificação na PublicidadePodemos ver ainda a personificação na publicidade, como uma importante estratégia 
para criar identificação com o consumidor e conseguir sua atenção. Seguem alguns 
exemplos abaixo.
 
Publicidade da marca Pepsi.
Publicidade da marca M&M's.
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HIPÉRBOLE, EUFEMISMO 
E SINESTESIA
As figuras de linguagem são uma ferramenta importante para a construção de textos, 
visto que quando usadas de modo correto ajudam a criar efeitos de sentido variáveis, 
ajudando ainda com questões como repetição de palavras, tornando o texto mais fluido.
Veremos mais três figuras de linguagem: a hipérbole, o eufemismo e a sinestesia. 
HIPÉRBOLE
A hipérbole consiste no uso de expressões ou palavras propositalmente exageradas, 
dando sentido dramático a palavra ou expressão. Esse é um recurso muito utilizado 
na literatura ou mesmo em músicas, visto que brincar com as ideias notoriamente 
exageradas pode criar efeitos de sentido que envolvam o leitor ou ouvinte na história. 
Outro uso possível da hipérbole é no texto publicitário, visando o destaque de determinada 
expressão ou mesmo destaque da situação que envolve a campanha publicitária. 
Essa figura de linguagem integra o grupo das figuras de pensamento, visto que seu uso 
remete a ideia em sentido figurado, além de transmitir uma carga emotiva e enfática ao 
termo ou expressão destacada.
Vejamos alguns exemplos:
 f Em música
“Por você eu dançaria tango no teto
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio a Salvador
Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria a prazo pro inferno
Eu tomaria banho gelado no inverno
Por você eu deixaria de beber
Por você eu ficaria rico num mês
Eu dormiria de meia pra virar burguês”
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ia Vemos o trecho da música Por você, do Barão Vermelho, em que as ideias são exageradas 
para demonstrar o estado apaixonado do interlocutor.
 f Em situações do cotidiano
Estou esperando o ônibus há uma hora.
Mãe, se eu não comer agora vou morrer de fome.
Estou morrendo de sono.
No dia a dia também usamos a hipérbole para aumentar o que estamos dizendo. Quem 
nunca disse que estava morrendo de fome? 
 f Na literatura
“Pela lente do amor
Vejo tudo crescer
Vejo a vida mil vezes melhor”. 
(Gilberto Gil)
Aqui a hipérbole se apresenta de modo a dar o sentido exagerado no modo como o eu-
lírico vê a vida, como um prenúncio aumentado de melhoria.
 f Na publicidade
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Nas campanhas publicitárias acima vemos que a ideia de aumento exagerado não 
está propriamente nas palavras e sim nas ideias que elas carregam. Na primeira, as 
palavras enorme, imenso e colossal refletem o aumento do hamburguer e na segunda, 
a campanha da marca Pedigree usa a palavra forte, mas a ideia da hipérbole é 
representada pelo cachorro forte cavando o concreto.
EUFEMISMO
O eufemismo é justamente o contrário da hipérbole, pois consiste em empregar termos 
mais agradáveis para suavizar a ideia transmitida, diminuindo o impacto causado pelo 
teor da mensagem. 
Essa figura de linguagem está inserida na categoria de figuras do pensamento e 
é geralmente utilizada no cotidiano em contextos que exigem a moderação da fala, 
sobretudo diante de conteúdos impactantes e polêmicos e também é amplamente 
utilizada na literatura e na música. Vejamos alguns exemplos:
 f Na música
“Estátuas e cofres
E paredes pintadas
Ninguém sabe
O que aconteceu
Ela se jogou da janela
Do quinto andar
Nada é fácil de entender...”
Tradução: Pedigree, para cachorros fortes.
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ia No trecho da música Pais e filhos, do Legião Urbana, vemos o eufemismo na estrofe “ela se 
jogou da janela do quinto andar” para suavizar o anúncio da morte em decorrência do suicídio.
 f Na literatura
“Quando a Indesejada das gentes chegar
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar”
O poema de Manuel Bandeira usa do eufemismo para fazer referência a morte, a grande 
Indesejada das gentes.
 f Como recurso de humor
Na tirinha acima o eufemismo é utilizado como recurso de humor, visto que suaviza o 
sentido da palavra fofoqueira, dizendo que na verdade a senhora é uma produtora de 
biografias orais não autorizadas. 
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iaNa tirinha acima a expressão “denunciar a decadência da raça humana” ganha um 
sentido mais brando quando é colocada como o ato de “narra poeticamente o desafio 
dos seres racionais mais frágeis do planeta diante do apocalipse”. Vejamos que além 
de “suavizar” a questão anterior ainda garante o humor da tirinha.
 f No dia a dia
No dia a dia podemos utilizar o mesmo recurso, observe a frase abaixo:
“Fofoqueira não, historiadora!”
Aqui também temos o termo fofoqueira suavizado, dizendo que na verdade a pessoa 
é historiadora, ou seja, se ocupa dos fatos alheios a sua vida com um interesse maior.
SINESTESIA
A sinestesia integra o grupo das figuras de palavras e está associada a mistura das cinco 
sensações ligadas aos sentidos: tato, olfato, audição, visão e paladar, estabelecendo, 
assim, uma ligação entre os diferentes sentidos. 
Vejamos o exemplo abaixo:
“Era uma vez
Um lugarzinho no meio do nada
Com sabor de chocolate
E cheiro de terra molhada”
Temos a representação de três sentidos no trecho da música Era uma vez, interpretada 
por Sandy e Júnior, já que o “lugarzinho no meio do nada” faz referência a visão, “com 
sabor de chocolate” ao paladar e “cheiro de terra molhada” ao olfato.
ANOTAÇÕES
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ANTÍTESE, PARADOXO E IRONIA
As figuras de linguagem são uma ferramenta importante para a construção de textos, 
visto que quando usadas do modo correto ajudam a criar efeitos de sentido variáveis, 
ajudando ainda com questões como repetição de palavras, tornando o texto mais fluido.
Veremos mais três figuras de linguagem: a antítese, o paradoxo e a ironia.
ANTÍTESE
A antítese é uma figura de linguagem enquadrada dentro das figuras de pensamento, e 
é usada para destacar e intensificar o sentido de palavras ou expressões com sentidos 
contrários. Vejamos os exemplos abaixo:
 f Na música
“Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim”
Na música Certas Coisas, interpretada por Lulu Santos temos o exemplo de antítese, 
já que a letra é construída utilizando palavras contrárias, como som e silêncio, luz e 
escuridão, dia e noite, enfatizando a oposição entre elas e destacando cada uma.
 f Na literatura
“Que pode uma criatura senão,
Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar,
Amar, desamar, amar?”
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a No poema Amar, de Carlos Drummond de Andrade temos um exemplo da antítese 
na literatura. O poeta usa a ideia de amar e malamar; e amar e desamar de modo a 
destacar a oposição entre elas, dando o devido destaque a cada uma. 
 f Na publicidade
Na campanha publicitária da Lacta a antítese se consolida na ideia oposta de aberta e 
fechada, fazendo referência ao movimento que a boca faz durante a mastigação.
PARADOXO
É importante nos atentarmos também para a figura de linguagem conhecida como 
paradoxo (ou oxímoro), que é comumente confundida com a antítese. 
Entretanto, embora também seja baseado na contradição, essa figura de linguagem cria 
ideias contrastantes e contrárias de modo mais incisivo e radical, fazendo com que uma 
ideia exclua a outra, permitindo que a contradição aconteça. Vejamos alguns exemplos.
 f Na música
“É tão difícil olhar o mundo e ver
O que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente
Minha alegria é triste
Quantas vezes você disse que me amava tanto
Quantas vezes eu enxuguei o seu pranto
E agora eu choro só semter você aqui”
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aO trecho acima é da música As canções que você fez pra mim, interpretada por cantores 
como Roberto Carlos e Maria Bethânia. O paradoxo aqui está no verso “minha alegria 
é triste”, visto que essas ideias são contrárias, mas a contradição só acontece porque 
uma ideia anula a outra.
 f Nas tirinhas
O paradoxo na tirinha acima acontece pela contradição entre as ideais de certeza 
relativa e certeza absoluta, criando um efeito de humor no texto acima. O professor 
cria o próprio paradoxo ao afirmar que todas as certezas são relativas, mas quando 
questionado a respeito de sua própria afirmação ele responde que possui absoluta 
certeza sobre sua fala, excluindo a ideia anterior.
IRONIA
Já a ironia também é uma figura de linguagem muito importante e consiste em usar 
uma palavra para expressar exatamente o oposto do que ela significa, acrescentando 
uma carga cômica ao que foi dito ou mesmo deboche, sarcasmo ou zombaria. 
Podemos classificar a ironia de pelo menos dois modos: a ironia verbal e a ironia 
observável. A primeira ocorre por meio do discurso irônico, de modo proposital e pode 
se manifestar a partir da fala, ficando caracterizada como ironia oral, ou por meio de 
manifestações artísticas – como a literatura -, sendo chamada de ironia dramática. 
Vejamos alguns exemplos de ironia:
 f Na música
“Bonito! Ha-ha-ha
Que bonito, hein
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a Que cena mais linda
Será que eu estou
Atrapalhando o casalzinho aí”
Podemos perceber a ironia no início da música 50 reais, interpretada pela cantora 
Naiara Azevedo: a forma como ela fala sobre a cena linda e a possibilidade de estar 
atrapalhando o casal, somado ao diminutivo “inho” dão a conotação irônica da situação, 
já que a cantora se refere ao fato de flagrar o marido com outra mulher.
 f Na literatura
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis”
No pequeno trecho retirado da obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado 
de Assis temos a ironia na fala do personagem que diz ironicamente que foi amado 
enquanto possuía bens.
 f Na publicidade
A ironia nessa propaganda publicitária consiste no jogo entre os nomes dos dois carros, 
remetendo ao chavão popular que alguma coisa não é páreo para outra.
 f Nas charges
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aA ironia consiste na representação da cigana que ao ler as linhas da mão de seu cliente 
fala sobre a linha da pobreza, fazendo alusão sobre a situação econômica do país.
DIFERENÇA ENTRE IRONIA E SARCASMO
O sarcasmo é geralmente associado a ironia, colocado inclusive como um de seus 
sinônimos, entretanto, muitos estudiosos afirmam que ele possui um tom mais forte, 
com teor mais ácido, que ao contrário da ironia, tem como objetivo de ferir ou ofender o 
alvo de tal manifestação. Vejamos o exemplo abaixo:
“O problema das mentes fechadas é que elas sempre têm as bocas abertas.”
Podemos notar o sarcasmo na frase acima, que tem um tom bastante agressivo, 
podendo até ofender quando dito para uma pessoa.
ANOTAÇÕES
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FIGURAS DE REPETIÇÃO
As figuras de repetição são figuras de linguagem ligadas, de algum modo, ao recurso de 
reiteração, ou seja, repetição. Podemos destacar seis figuras de repetição: pleonasmo, 
anáfora, polissíndeto x assíndeto e aliteração x assonância. 
PLEONASMO
O pleonasmo é a figura de linguagem que consiste na repetição desnecessária de 
um termo ou ideia, de modo a destaca-la. É necessário observar o contexto em que 
essa repetição acontece para identificar se esse recurso funciona como elemento de 
estilo dentro do gênero literário (pleonasmo literário) ou se funciona como um problema 
linguístico, provocando um vício de linguagem (pleonasmo vicioso).
Vejamos alguns exemplos de pleonasmo literário:
 f Na literatura
“Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.”
O exemplo de pleonasmo literário acima foi retirado do Soneto de Fidelidade, de Vinicius 
de Moraes e podemos ver que as ideias de riso e choro foram repetidas em demasia 
para destacar os sentimentos representados nos versos.
 f Na música
“Todo dia ela faz
Tudo sempre igual
Me sacode
Às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca
De hortelã...”
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ão Nesse trecho retirado da música Cotidiano, de Chico Buarque vemos o pleonasmo nos 
versos “me sorri um sorriso pontual” e “me beija com a boca”, dando ênfase a essas 
situações na música.
E agora alguns exemplos de pleonasmo vicioso:
 f Em charges
Na charge acima vemos a ocorrência do pleonasmo nas frases “suba pra cima” e "desça 
pra baixo", configurando um desvio da norma padrão da língua.
 f Em frases e expressões do dia a dia
“Entrar para dentro”
“Sair para fora”
“Hemorragia de sangue”
“Elo de ligação”
As expressões acima são comumente utilizadas no dia a dia, que trazem a repetição 
geralmente de forma não intencional.
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ãoANÁFORA
A anáfora é uma figura de linguagem incluída no grupo das figuras de sintaxe e 
está sempre relacionada a estrutura sintática do texto. Desta forma, esse recurso se 
caracteriza pela repetição de palavras ou termos no início de versos, orações e períodos 
e é amplamente utilizada na poesia e na música, funcionando como recurso expressivo 
no texto. Vejamos alguns exemplos:
 f Na música
“Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei
Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Prince, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei”
O trecho da música À primeira vista, de Chico César usa a repetição da palavra “quando” 
no início de cada verso. 
 f Na literatura
“Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!”
Esse trecho retirado do poema E agora, José? de Carlos Drummond de Andrade repete 
a partícula “se” no início de cada nova estrofe, mostrando mais um uso dessa figura de 
linguagem.
IMPORTANTE: Também recebe o nome de anáfora o processo de retomada de um termo 
da frase por meio de um pronome, por isso é importante se atentar para não confundir. 
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ão POLISSÍNDETO
O polissíndeto é uma figura de linguagem inserida dentro da categoria das figuras de 
sintaxe. Esse recurso é representado pelo uso excessivo e repetitivo de conjunções. 
O uso desse recurso contribui para o aumento da expressividade do texto, além da 
possibilidade de construir a ideia de acréscimo, acumulação, sucessão e continuidade. 
Outro ponto que pode ser observado quando esta figura de linguagem é usada é o 
ritmo do texto, que fica mais ritmado e lento ao mesmo tempo que ganha um ar mais 
solene e enfático. Vejamos o exemplo abaixo:
 f Na música
“Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder
E se achar
E tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir
E que essa vida entre assim
Como se fosse o sol
Desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor dessa manhã”
O trecho acima foi retirado da música Explode coração, interpretada pela cantora Maria 
Bethânia mostra um exemplo de polissíndeto através da repetição da conjunção “e”, 
que cria um efeito mais ritmado nas estrofes e dá a ideia de sequência.
 f Na literatura
“Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.”
Essa frase retirada da crônica O telefone, de Rubem Braga expressa bem a função do 
polissíndeto na literatura, visto que aqui a conjunção “nem” cria a ideia de sequência no 
texto quando enumera os fatos narrados. 
ASSÍNDETO
Já a figura de linguagem assíndeto está inseridatambém dentro das figuras de sintaxe 
e é caracterizada pela omissão dos conectivos no texto, sendo usado para enfatizar 
os termos que seguem sem conectivos, marcando as partes importantes. Vejamos os 
exemplos abaixo:
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Fi
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ão f Na música
“Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar
Pra lua, a taxa é alta
Pro sol: identidade
Mas para o seu foguete viajar pelo universo é preciso o meu carimbo dando o sim, sim, 
sim, sim”
O trecho da música O carimbador maluco, de Raul Seixas mostra a ação do assíndeto 
no texto, visto que a omissão do conectivo “ele” logo na primeira estrofe seguido pelo 
encadeamento dos verbos destaca as partes mais importantes, nesse caso, o passo a 
passo que deve ser seguido.
 f Na literatura
“Luciana, inquieta, subia à janela da cozinha, sondava os arredores, bradava com 
desespero”
Esse trecho retirado da obra de Graciliano Ramos demonstra o assíndeto na literatura, 
uma vez que o conectivo foi omitido da frase, particularizando as ideias em sequência e 
contribuindo para que o texto transmita uma mensagem mais forte.
ALITERAÇÃO
A aliteração é uma figura de linguagem enquadrada dentro da categoria das figuras de 
som e pode ser entendida como a repetição de sons consonantais estabelecendo um 
efeito sonoro no texto. Esse recurso é amplamente utilizado em poemas e música, mas 
é possível observá-lo também em textos em prosa. Vejamos alguns exemplos:
 f Em trava-línguas
“O rato roeu a roupa do rei de Roma.”
“Três pratos de trigo para três tigres tristes.”
A aliteração pode ser vista na repetição dos fonemas R e T no início das palavras, 
criando um efeito sonoro na frase.
 f Na música
“Tô te querendo
Como ninguém
Tô te querendo
Como Deus quiser
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 R
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ão Tô te querendo
Como eu te quero
Tô te querendo
Como se quer”
O trecho acima é da música Já sei namorar, interpretada pelo grupo Tribalistas e mostra a 
aliteração na música através da repetição dos fonemas T e C ao longo de toda a estrofe.
ASSONÂNCIA
A assonância também é uma figura de linguagem inserida dentro das figuras de som 
e representa a repetição de sons vocálicos, produzindo uma sonoridade particular no 
texto. Vejamos o exemplo abaixo:
 f Na literatura
“Esta é a dos cabelos louros
e da roupinha encarnada,
que eu via alimentar pombos,
sentadinha numa escada.”
O trecho do poema Canção da menina antiga, de Cecilia Meireles mostra um exemplo de 
assonância ao repetir a vogal a por todo o poema, criando uma sonoridade particular nos versos.
ANOTAÇÕES
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VÍCIOS DE LINGUAGEM
Os vícios de linguagem podem ser entendidos como desvios que acontecem de modo 
não intencional em relação a norma padrão da língua portuguesa e costumam acontecer 
algumas vezes por descuido ou por falta de conhecimento em relação a variante 
normativa da língua portuguesa. Vejamos alguns desses desvios e suas características.
BARBARISMO 
Esse vício de linguagem consiste no uso incorreto de uma palavra ou expressão, 
podendo acontecer na pronúncia ou na grafia. Existem alguns tipos de barbarismo 
como a silabada, a cacoépia, a cacografia e o estrangeirismo.
 f A silabada ou prosódia ocorre quando a um erro na pronúncia em relação à 
acentuação das palavras, ou seja, ocorre quando deslocamos a sílaba tônica da 
palavra. Vejamos alguns exemplos:
Libido Líbido
Ômega Omêga
Perito Périto
Rubrica Rúbrica
Recém Récem
 f A cacoépia ou barbarismo ortoépico ocorre quando cometemos erros ao 
pronunciar as palavras, como nas palavras “praneta”, “bicicreta” ou “peneu”. 
 f A cacografia ou barbarismo gráfico acontece quando erramos a grafia das 
palavras, ou seja, o modo de escrever, como nas palavras “adevogado”, “advinhar”.
 f O estrangeirismo corresponde ao uso de palavras estrangeiras que foram incluídas 
no nosso vocabulário como bowl no lugar de tigela, menu no lugar de cardápio.
 
SOLECISMO 
Mais comum na linguagem informal, esse vício de linguagem é um desvio gramatical 
que acontece no nível sintático da língua portuguesa. Ele pode ocorrer no nível da 
concordância, no nível da regência ou ainda no momento da colocação pronominal. 
Vejamos cada um dos casos:
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em f Concordância: A gente vamos para a praia. (O correto é a gente vai).
As meninas chegou correndo depois que o sinal bateu. (O correto é as meninas 
chegaram).
 f Regência: Assisti o filme novo da Netflix. (O correto é assisti ao filme novo da Netflix).
Fomos no médico ontem. (O correto é fomos ao médico).
 f Colocação: Eduardo não deu-me a bolacha. (O correto é Eduardo não me deu 
a bolacha).
CACOFONIA 
Acontece quando a sequência de duas palavras produz um som desagradável, como em 
uma mão (mamão), eu amo ela (moela). Podemos ver ainda um exemplo na tirinha abaixo.
 f O celta cinza remete ao “céu tá cinza”.
AMBIGUIDADE
É um vício de linguagem responsável por deixar as frases com duplo sentido. Vejamos 
o exemplo abaixo:
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 L
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gu
ag
emECO
Acontece quando as palavras da frase têm a mesma terminação, criando uma sequência 
de rimas na prosa. Vejamos o exemplo em um ditado popular.
"Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão"
 f A sequência de “ão” cria o eco na frase.
PLEONASMO VICIOSO
Esse vício de linguagem também chamado de redundância é muito recorrente no dia a 
dia, e acontece quando usamos palavras ou expressões que acabam tornando a frase ou 
texto repetitivo. Vejamos os exemplos abaixo:
ESTRANGEIRISMOS
O estrangeirismo consiste no uso de palavras ou expressões provenientes de línguas 
estrangeiras e podem ser classificadas como anglicismos (quando as expressões 
vêm da língua inglesa), galicismo (quando as expressões vêm do francês), 
germanismo (do alemão), entre outros. A maioria dos estudiosos não veem o uso 
dos estrangeirismos com bons olhos por tornar o texto pedante, recomendando 
que as palavras e expressões usadas devem ser usadas de acordo com a língua 
materna. Vejamos alguns exemplos:
IMPORTANTE!
O pleonasmo pode ser usado como recurso estilístico, sobretudo em textos literários, 
de modo a criar uma relação de expressividade e ênfase.
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V
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ANOTAÇÕES
Anglicismo Galicismo
Outdoor – painel Chofer – Motorista
Performance – desempenho Complô - Conspiração
Blefar – iludir Menu – Cardápio
Lady – senhora Buffet – Bufê
Glamour – encanto Filet – Filé
Gentleman – cavalheiro Soufflé - Suflê
Através dos cursos
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2020 - 2022
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
1. Elementos da Comunicação
2. Função Referencial e Função Poética
3. Função Fática e Função Metalinguística
4. Função Emotiva e Função Conativa
Descrição: A linguagem possui diferentes funções, elas são de comunicação, emotiva, 
poética, conotativa e ainda tem muito mais. Nesse módulo você vai conhecer todas as 
funções de linguagem da Língua Portuguesa.
Este módulo é composto pelas seguintes apostilas:
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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
A comunicação é a base das relações humanas, visto que ela está associada a linguagem e 
a interação, fazendo com que a base dessa comunicação, que é a mensagem transmitida 
durante a interação aconteça entre um emissor (aquele que fala) e o receptor (aquele 
que recebe a mensagem). 
É importante entendermos que comunicar 
significa partilhar, trocar informações 
e ideias e que é justamente troca que 
possibilita que emissor e receptor 
construam significados e estabeleçam 
definitivamente a comunicação.
Assim, os elementos que compõem a 
comunicação são: emissor, receptor, 
mensagem, código, canal de comunicação 
e contexto. Vejamos cada um dos 
elementos detalhadamente.
 f Emissor: é responsável por iniciar o processo comunicativo, produzindo e 
emitindo a mensagem. O emissor também pode ser chamado de falante ou locutor. 
 f Receptor: também chamado de interlocutor ou ouvinte,é aquele que recebe a 
mensagem emitida pelo falante. 
 f Mensagem: é o conjunto de informações ou conteúdo emitidas pelo falante. É 
importante nos atentarmos ao fato de que a mensagem pode ser verbal ou não-
verbal, desde que faça sentido e seja adequada ao contexto comunicativo.
 f Código: representado pelo conjunto de signos (palavras, imagens ou símbolos) 
utilizados na mensagem.
 f Canal de comunicação: representa o meio por onde a mensagem será transmitida, 
como por exemplo: telefone, revista, televisão, e-mail, rádio, entre outros.
 f Contexto: corresponde a situação comunicativa em que estão inseridos o 
emissor e o receptor, ou seja, o ambiente de comunicação. O contexto também pode 
ser chamado de referente. 
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ão Para que a comunicação aconteça é necessário que todos esses elementos estejam 
alinhados, ou seja, o emissor tem que transmitir uma mensagem que o receptor seja 
capaz de compreender e para isso ambos devem compartilhar o mesmo contexto, além 
da necessidade de possuírem conhecimento e acesso ao mesmo canal comunicativo; e 
também é imprescindível que os envolvidos no processo comunicativo conheçam o código 
usado para a comunicação, evitando RUÍDOS, que ocorrem quando há alguma interferência 
no processo de comunicação, seja pelo contexto inadequado, desconhecimento do código, 
além de fatores ligados ao ambiente como barulho, falhas no canal como problemas de 
volume e alto falante nos casos de celulares e telefones, entre outros. 
Referente/Contexto:
assunto, situação.
Emissor: produtor 
(escritor, falante...)
Mensagem: 
texto
Receptor: destinatário 
(leitor, ouvinte...)
Código: 
língua
Canal: meio 
de veiculação
Vejamos alguns exemplos:
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aç
ãoNa tirinha acima temos uma situação em que as emissoras não compreendem o código, 
ou seja, a linguagem utilizada pela máquina. Nessa situação, essa dificuldade gera uma 
situação humorística.
Na tirinha acima temos um ruído na comunicação personificado pela garotinha Mafalda, 
visto que ela não desempenha a função direta de falante, papel dado a professora e nem 
de ouvinte, já que este cabe a Manolito. É importante observarmos ainda que o contexto 
dessa tirinha é o ambiente escolar, mais precisamente uma aula de língua portuguesa.
Nessa tirinha temos um exemplo claro dos elementos de comunicação funcionando de 
maneira harmônica, ainda que a tirinha tenha uma dose de humor com a resposta do 
personagem. Aqui temos a falante emitindo uma mensagem que é compreendida sem 
dificuldade pelo receptor, ou seja, o código é partilhado por ambos e não há nenhum 
ruído no canal de comunicação utilizado por eles.
Quando a comunicação não ocorre ou deixa de ser eficaz
Para que a comunicação aconteça é preciso que os seis elementos citados anteriormente 
estejam em ordem, logo, só nos comunicamos se o nosso receptor ou interlocutor 
consegue receber a mensagem e decodificá-la, ou seja, entende-la perfeitamente. 
Se a mensagem é emitida, mas não é recebida ela não cumpre o seu papel que é 
comunicar, se o interlocutor a recebe, mas não compreende o código usado ela também 
não terá valor, além do fato que, se o canal utilizado também apresentar um problema 
a comunicação perde a sua função primária.
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FUNÇÃO REFERENCIAL E 
FUNÇÃO POÉTICA
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem que variam conforme 
a intenção do falante. Através da linguagem é possível transmitir informações, revelar 
desejos, demonstrar interesse por algo ou por alguém, dar uma ordem, entre outras 
situações. 
Nesse sentido, as funções da linguagem são um recurso utilizado para dar destaque 
a essa mensagem, de modo que ela cumpra com sua missão primária que é atingir o 
objetivo do falante diante da situação comunicativa.
Existem seis tipos de funções da linguagem: função referencial, função poética, 
função emotiva, função fática, função conativa e função metalinguística e cada uma 
desempenha uma função, podendo ainda haver mais de uma função de linguagem no 
mesmo texto, embora uma seja predominante.
Vejamos agora cada uma delas.
FUNÇÃO REFERENCIAL
A função referencial, também chamada de função denotativa ou informativa, é a mais 
utilizada no dia a dia e tem como objetivo informar, contar, anunciar, indicar, entre outros.
Essa função é responsável por transmitir informações precisas, não dando muitas 
margens para interpretação. Seu uso pode ser observado em jornais, revistas, além dos 
discursos realizados por autoridades em algum assunto, como cientistas e professores. 
Dentre as características da função referencial estão:
 f Precisão e clareza nas informações transmitidas;
 f Comunicação impessoal, sem expressar opiniões próprias e/ou emoções;
 f As informações transmitidas possuem compromisso com a verdade, sendo 
pautadas em informações concretas e fatos já conhecidos.
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a A seguir alguns exemplos:
O exemplo acima é um recorte do jornal online Folha de São Paulo em que a manchete 
principal revela o número elevado de mortes em decorrência do coronavírus e aponta 
na parte inferior alguns pontos de destaque. Ao observarmos podemos notar o uso de 
linguagem impessoal noticiando fatos que representam um momento do país.
Este é a parte inicial de um artigo científico sobre saúde e educação, feito com base em 
uma dissertação de mestrado. O gênero artigo científico é marcado por apresentar fatos 
cientificamente comprovados, baseados em estudos e pesquisas científicas, realizadas 
através de um método. Esse tipo de texto é feito com linguagem clara e objetiva, sem 
margem para achismos e por isso usa a função referencial para comunicar os dados 
encontrados durante a pesquisa.
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aObservação: é importante lembrarmos que a função referencial está diretamente 
ligada ao contexto comunicativo, que também chamamos de referente no elemento 
da comunicação.
FUNÇÃO POÉTICA
A função poética é predominante em textos literários, que utilizam o sentido figurado 
das palavras dotando o texto de literariedade. Entretanto, precisamos entender que 
a função poética não se aplica somente a poemas, mas também pode ser usada em 
textos em prosa e também na publicidade.
A mensagem aqui é o foco de atenção, visto que o emissor se preocupa com a forma 
como ela será transmitida, se atentando as palavras, aos sentidos que elas carregam, 
aliando essas escolhas as figuras de linguagem para dar ainda mais peso ao texto, 
preocupando-se mais com o como dizer do que com o que dizer.
Entre as características principais da função poética estão:
 f A utilização de uma linguagem mais elaborada, vista como expressão artística;
 f Múltiplas interpretações, possibilitando a construção de sentidos mais subjetivos;
 f Cuidado com o ritmo e sonoridade das palavras;
 f Uso de figuras de linguagem para explorar os sentidos e efeitos sonoros no texto;
 f Emprego correto do sentido conotativo das palavras;
 f Na publicidade a função poética se atenta muito a novidade.
Vejamos alguns exemplos:
Aqui temos um exemplo da função poética em um poema do Millôr Fernandes, que 
usa como recurso estilístico a disposição das palavras para criar um efeito poético no 
texto. Podemos ver, por exemplo, que as rimas são secundárias, visto que o primeiro e 
o terceiro versos não rimam, mas possuem sonoridade mesmo assim. 
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Aqui temos o exemplo da função poética na publicidade, visto que a marca O Boticário 
cria um trocadilho com a imagem do perfume Quasar que remete a palavra casar para 
criar a sua campanha de dia dos namorados. Podemos observar que a campanha 
publicitária é simples e curta, mas cria impacto tanto pelo visual aousar a embalagem 
do produto quanto pelo trocadilho, que confere um tom engraçado ao texto.
ANOTAÇÕES
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FUNÇÃO FÁTICA E 
METALINGUÍSTICA
FUNÇÃO FÁTICA
A função fática, que também pode ser chamada de função de contato, é responsável 
por estabelecer uma ligação ou um canal de comunicação eficiente entre o emissor e o 
receptor da mensagem. Deste modo, podemos entender que o destaque dessa função 
é atribuído ao canal de comunicação.
Essa função pode ser observada nos cumprimentos que utilizamos para dar início a 
comunicação, nas despedidas e em situações comunicativas como conversas de telefone. 
Dentre as características da função fática podemos destacar:
 f Pode ser usada no início, no meio ou no fim de um diálogo;
 f A função fática visa dar atenção a interação;
 f É comum a ocorrência de expressões informais;
 f Essa função é utilizada para testar o canal de comunicação.
Vejamos alguns exemplos:
 f Em tirinhas
Na tirinha acima devemos observar primeiro a situação, que é uma conversa telefônica. 
Logo depois podemos ver que ele introduz o diálogo com um cumprimento bastante 
informal: “Oi, eu, Calvin! Como vai?”.
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a O emissor ainda utiliza a expressão “ouça” para garantir que a mensagem está sendo 
transmitida, fazendo assim, um teste no canal de comunicação.
Nessa tirinha vemos um outro exemplo da função fática, temos uma situação de 
comunicação entre duas amigas, desta vez de modo presencial. Apesar de ser uma 
situação presencial, uma das interlocutoras usa a expressão “alô” como forma de 
chamar atenção. 
Mas o mais importante é que, a função fática se apresenta aqui por mostrar o 
estabelecimento de uma situação de comunicação, embora a maior característica dessa 
tirinha seja fazer uma crítica à tecnologia e o modo como ela atrapalha o contato entre 
as pessoas.
 f Na música
“Letra A, vamo começar
Alô, por favor, Ana Maria está?
Ela saiu com o namorado, quer deixar recado?
Não, obrigado, deixa pra lá”
O trecho acima foi retirado da música 2345meia78, do cantor Gabriel, o Pensador. Aqui 
podemos ver que a comunicação se dá por meio do telefone e o início da comunicação 
é marcada pela expressão “alô”. 
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aFUNÇÃO METALINGUÍSTICA
A função metalinguística está presente no tipo de discurso que utiliza o código, ou seja, 
o conjunto de palavras, imagens ou símbolos, para explicar sobre o próprio código. 
Embora pareça algo complexo, a função metalinguística é bastante utilizada em diversas 
situações, como em dicionários e gramáticas, na poesia que fala sobre a própria poesia 
ou ainda sobre o fazer poético, no filme que fala ou ensina fazer filmes, na música que 
canta sobre músicas ou ainda sobre algum cantor.
Essa função é bastante utilizada nas artes plásticas, mas também pode ser vista 
na literatura, em diversos gêneros textuais, no cinema e até mesmo na publicidade. 
Vejamos alguns exemplos.
 f Na poesia
“Catar feijão se limita com escrever:
 joga-se os grãos na água do alguidar
 e as palavras na da folha de papel;
 e depois, joga-se fora o que boiar.
 Certo, toda palavra boiará no papel,
 água congelada, por chumbo seu verbo:
 pois para catar feijão, soprar nele,
 e jogar fora o leve e oco, palha e eco.”
O poema Catar feijão, do escritor João Cabral de Melo Neto é um exemplo da função 
metalinguística, visto que ao longo das estrofes o escritor usa a metáfora do catar feijão 
como forma de comparar o ato ao fazer poético, a escrita de maneira geral. Assim, 
temos um poema que reflete sobre a própria escrita e a criação de imagens poéticas.
 f Na música
“Minha música não quer ser útil
Não quer ser moda
Não quer estar certa
Minha música não quer ser bela
Não quer ser má
Minha música não quer nascer pronta
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a Minha música não quer redimir mágoas
Nem dividir águas
Não quer traduzir
Não quer protestar
Minha música não quer me pertencer”
Aqui temos o exemplo da música Minha música, da cantora e compositora Adriana 
Calcanhotto. Como podemos ler nesse trecho, a cantora usa a própria música para falar 
sobre a música, sua função e seus desejos em relação a ela. Pensando de modo prático, 
temos o código, que é a música, sendo utilizado para falar dele mesmo.
 f Nas artes plásticas
O quadro acima se chama A Arte da Pintura e foi pintado por Johannes Vermeer em 
1666. Aqui podemos observar que o pintor holandês usou o seu próprio talento e 
trabalho para criar um quadro com outro pintor que também praticava o ofício. 
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FUNÇÃO EMOTIVA E FUNÇÃO 
CONATIVA
FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA
A função emotiva, que também pode ser chamada de função expressiva, tem como 
foco transmitir as emoções e sentimentos do emissor, ou seja, do falante, pois dessa 
forma podemos perceber a atitude de quem fala em relação a mensagem transmitida. 
É importante observarmos que a função emotiva confere certa carga emotiva ao 
discurso, que pode ser genuína ou dissimulada, por isso a mensagem costuma ser 
pessoal e subjetiva, pois passa pela visão de quem transmite a mensagem. 
Essa função também faz uso de figuras de linguagem e muitas vezes requer do receptor 
a capacidade de abstração, de entender a subjetividade, ou seja, ler nas entrelinhas. 
Podemos verificar a ocorrência da função expressiva em poemas, cartas, autobiografias, 
entrevistas e músicas. Pensando ainda nos meios digitais temos como exemplo os posts 
em redes sociais como Facebook e Twitter.
Dentre as características presentes na função emotiva temos:
 f Uso da primeira pessoa do discurso, aumentando a carga de pessoalidade do 
texto;
 f Uso recorrente de adjetivos e interjeições para enfatizar o discurso;
 f Uso de sinais de pontuação como pontos de exclamação e reticências que 
ajudam a revelar o estado emocional.
Vejamos alguns exemplos:
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a A tirinha mostra muito bem o uso da função emotiva, apresentando o discurso do emissor 
em primeira pessoa com um discurso bastante subjetivo ao revelar seus sentimentos. É 
possível observar ainda que logo na primeira frase há o uso de reticências, criando um 
suspense tanto em relação ao restante da frase como para conferir ainda mais emoção 
ao discurso.
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
(Vinicius de Moraes)
O trecho acima foi retirado do poema Soneto do Amor Total, de Vinicius de Moraes, 
que apresenta o eu-lírico em primeira pessoa expressando seus sentimentos. Aqui 
é importante observar o cuidado com a linguagem que é tratada como uma genuína 
expressão artística, além dos adjetivos utilizados para caracterizar essas emoções. 
As reticências também foram utilizadas como recurso da função expressiva, trazendo 
certos momentos de hesitação que refletem o estado de espírito do emissor. 
FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA
A função conativa, que também pode ser chamada de função apelativa, tem como 
principal objetivo influenciar o receptor da mensagem a fazer algo. Pode ser entendida 
como uma convocação para que quem recebe a mensagem tenha determinado 
posicionamento ou atitude, impelindo-o a assumir determinada postura ou faça 
determinada coisa.
Essa função é bastante utilizada na publicidade, em propagandas e também em 
discursos políticos e sermões, visto que o emissor pode ser uma marca ou mesmo uma 
figura política que fala de modo a convencer o seu público a comprar ou fazer algo. 
Dentre as características dessa função temos:
 f O uso de verbos no imperativo, que são utilizados para dar ordens, fazer pedidos, 
etc;

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