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O Documento de Araxá e outros e pontos de vistas

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O Documento de Araxá 
O documento de Araxá é conhecido como o marco teórico do Serviço Social, 
registrado no I Seminário de Teorização do Serviço Social, realizado em 1967, com a 
participação de 39 assistentes sociais. Ele está estruturado em três capítulos: 
• o primeiro trata da natureza, dos objetivos e das funções do Serviço Social; 
• o segundo se refere à metodologia de ação da área, com enfoque para o 
processo de adequação da metodologia do Serviço Social de caso, grupo e 
comunidade. Além disso, traz a integração e a utilização da administração na 
área; 
• já o terceiro capítulo trata do Serviço Social e da realidade Brasileira. 
 
O Documento de Araxá tinha como proposta, colocar o Assistente Social não 
apenas como meros executores das políticas sociais, mas como capazes de 
formulá-las e administrá-las, ou seja, rever a funcionalidade da profissão no 
contexto brasileiro. Mas o que rebate essa proposta é não só a demanda específica 
como a técnico-funcional numa moldura autocrática burguesa que a categoria 
profissional assume, e isto é uma polêmica que o documento deixou de relatar. De 
acordo com o Documento, o Serviço Social teria contribuição positiva no 
desenvolvimento através das mudanças nos aspectos econômicos, tecnológicos, 
socioculturais e político-administrativos. A direção dessas mudanças deveria ser 
induzida via planejamento integrado, a priorização é econômica e tecnológica, e 
suas dimensões sociais e políticas são associadas à cultura e a administração. 
 
O Documento de Teresópolis 
 
O documento de Teresópolis, por sua vez, tem registro no II Seminário de 
Teorização do Serviço Social, realizado em 1970, com a participação de 33 
assistentes sociais. O documento apresenta a concepção científica da prática do 
assistente social, a aplicação da metodologia referente à investigação, ao 
diagnóstico e à intervenção, explicitando o planejamento, a administração e a 
prestação de serviços. 
O Documento de Teresópolis foi centralizado na “necessidade de um estudo sobre a 
Metodologia do Serviço Social face à realidade brasileira”. 
No texto de Teresópolis, o que se tem é o coroamento do transformismo: nele, o “moderno” 
triunfa completamente sobre o “tradicional”, cristalizando-se operativa e instrumentalmente e 
deixando na mais secundária zona de penumbra a tensão de fundo que subjazia no texto 
produzido em Araxá. 
No Documento de Teresópolis o dado relevante é que a perspectiva modernizadora se afirma 
não apenas como concepção profissional geral, mas sobretudo como pauta interventiva. Há 
mais que continuidade entre os dois documentos: no de Teresópolis, “o moderno” se revela 
como consequente instrumentação da pragmática desenvolvimentista que o texto de 1967 
avançava. 
Foram discutidos 3 textos durante o Seminário de Teresópolis, forma eles: O primeiro 
“Introdução às questões de metodologia. Teoria do diagnóstico e da intervenção em Serviço 
Social” de Costa (1978); o segundo “Bases para reformulação da metodologia do Serviço Social” 
de Soeiro (1978); e o terceiro “A teoria metodológica do Serviço Social. Uma abordagem 
sistemática” de Dantas (1978). 
Os dois primeiros não estavam sincronizados ao momento de maturação do processo de 
renovação do Serviço Social no Brasil. O de Costa porque tendia, mesmo que de forma discreta, 
a problematizar a linha evolutiva sinalizada desde Araxá; o de Soeiro porque não atendia às 
demandas já postas pelo desenvolvimento que vinha de 1967. Já o terceiro texto, de José 
Lucena Dantas, ofereceu ao debate uma concepção extremamente articulada da “metodologia 
do Serviço Social”, a mais compatível com a perspectiva modernizadora. 
 
O Seminário de Sumaré 
O Seminário de Sumaré aconteceu do dia 20 a 24 de novembro de 1978 e contou com a 
participação de 25 Assistentes Sociais das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto 
Alegre, os quais tiveram como temas a serem discutidos, o Serviço Social e a Cientificidade, 
o Serviço Social e a Fenomenologia e o Serviço Social e a Dialética. Teve por objetivo a 
continuação dos estudos iniciados no I Seminário de Teorização do Serviço Social que 
aconteceu em Araxá, Minas Gerais, de 19 a 26 de março de 1967, visando discutir a 
cientificidade da ação do Serviço Social e provocando reflexões sobre a operacionalização 
das proposições frente às demandas brasileiras. Considerações Finais: Como se viu, o III 
Seminário de Teorização do Serviço Social que aconteceu em Sumaré, foi de suma 
importância para o desenvolvimento de uma posição crítica da categoria profissional. 
 
O seminário do Alto da Boa Vista, 
O seminário do Alto da Boa Vista, reunido em novembro de 1984, desenvolveu -se a partir 
de sete conferências, os documentos elaborados estão compendiados em CBCISS (1986-
1988). Importante ressaltar que em 1984, quando ocorre o Encontro do Alto da Boa Vista , 
já se tinham o lll e o lV Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais a ABEPSS já estava 
consolidada como foro de debate teórico- metodológico e profissional e, especialmente, o 
acervo nacional da bibliografia produzida por assistentes sociais. 
O documento do Alto da Boa Vista só teve divulgação nacional expressiva cerca de quatro anos 
depois da realização do encontro que lhe deu origem. Na época do seu lançamento, não derivou 
num debate profissional capaz de empolgar os setores de ponta do Serviço Social no Brasil. 
Mas foi ainda no seu marco, que se explicitou a segunda direção do processo renovador. 
No entanto, quanto aos esforços para um debate aprofundado, destaca-se que, nos 
resultados do documento produzido, apresentam-se fragilidades e pobreza teórica, sem 
possibilitar contribuições efetivas para transformações no âmbito da categoria, 
especialmente dos pontos de vista investigativo e interventivo. Essa pobreza teórica se deu 
pela falta de apropriação de método, independentemente da perspectiva. 
 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-66282019000300559
http://www.abepss.org.br/historia-7
O Método de Belo Horizonte 
Assim, o Método de Belo Horizonte se expressa como a primeira formulação com 
aproximação marxista, em uma perspectiva crítica. Foi um salto qualitativo para o 
processo de análise da realidade social em uma perspectiva que articula teoria e 
prática, bem como analisa a realidade a partir da relação capital x trabalho. Nessa 
direção, as expressões da questão social passam a serem vistas a partir das 
desigualdades. Dessa forma, o sujeito deixa de ser o responsável pela sua condição 
socioeconômica. 
A partir do Método de BH, surge o projeto profissional vinculado aos interesses da 
classe trabalhadora. Tal proposta buscou romper com o tradicionalismo teórico-
metodológico presente nas ideias da categoria, assim como no campo da concepção 
da profissão, da intervenção e da formação acadêmica. 
Um ponto significativo do método é a visão crítica impressa na discussão quanto ao 
método a ser utilizado pelo profissional em sua atuação, tendo como base a leitura 
das ciências sociais, em que os profissionais de Serviço Social se tornam 
interlocutores qualificados para o debate nos eventos da categoria. Além disso, 
vislumbra-se a apropriação do marxismo.

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