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ALIMENTOSZ COMPENSATÓRIOS

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMILIA DE SÃO LEOPOLDO/RS:
LAURA DAS ARVORES, brasileira, divorciada, portadora ro RG nº 000000 e CPF n 000.000.000-00, residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 22 em Porto Alegre/RS, vem à presença de Vossa Excelência, por meio de sua Advogada infra assinada propor:
AÇÃO DE ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS
em face de JOÃO CARLOS DAS ARVORES, brasileiro, divorciado, servidor público federal, portador do RG nº 1111111 e CPF nº 111.111.111-11, residente e domiciliado na Avenida Assis Brasil, nº 00 em Viamão/RS, pelos motivos e fatos que passa a expor:
	I – DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA:
Requer a requerida a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, com amparo na Lei nº 1.060/50, uma vez não tem condições de arcar com os custos do processo e honorários advocatícios sem prejuízo de sua própria manutenção.
Conforme atesta declaração de pobreza anexadas, devidamente assinadas pelos autores, esses não possuem condições financeiras de custear os encargos processuais nem arcar com honorários advocatícios.
 	II - DOS FATOS:
As partes foram casadas por vinte anos e divorciaram-se de formar consensual há cerca de três anos.
O casal teve dois filhos, Lucas das Arvores e Leonardo das Arvores, ambos já maiores de idade e capazes, que ficaram residindo com o genitor.
O divórcio foi realizado de forma tranquila, constando em uma das clausulas a desistência dos alimentos entre os divorciandos.
Acontece que o requerido preocupado com o bem estar da requerente passou a alcançar o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) como forma de ajuda-la em seu sustento, tendo este acordo sido feito via oral com a requerida e os dois filhos do casal.
Ocorre que após três anos do divórcio do casal, a requerente descobriu que é acometida de câncer de mama, conforme laudos médicos anexos, estando atualmente em péssimas condições físicas e necessitando de auxílios especiais e medicamentos controlados.
A requerente nunca exerceu atividade laborativa pois sempre se dedicou a família, sendo assim, nunca contribuindo para a Previdência Social, sem direito a qualquer benefício previdenciária.
Importante salientar que o requerido é servidor público federal e recebe cerca de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) mensais, conforme comprovante de renda anexo.
O requerido se nega a continuar a ajudar a ex esposa pois sua nova companheira o teria proibido de seguir com os depósitos.
Assim, considerando a situação em que a requerente se encontra e a renda do requerido, pugna pela procedência dos pedidos.
III – DO DIREITO:
Os alimentos familiares representam uma das principais efetivações do princípio da solidariedade, no sentido de preocupação, cuidado e responsabilidade pelo outro. Como se extrai da clássica obra de Clóvis Beviláqua, os alimentos estão fundados em uma relação familial; mas interessam a toda a sociedade, o que justifica a existência de normas de ordem pública a respeito da matéria (BEVILÁQUA, Clóvis. Código dos Estados Unidos do Brasil. Edição histórica, 3ª tir. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1977. p. 862). 
Na doutrina contemporânea, outros juristas vêem com bons olhos a sua fixação. Nessa linha está Maria Berenice Dias, para quem deve “o cônjuge mais afortunado garantir ao ex-consorte alimentos compensatórios, visando a ajustar o desequilíbrio econômico e a reequilibrar suas condições sociais” (DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 6. ed. São Paulo: RT, 2010. p. 540). Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald acrescem o fundamento na boa-fé objetiva, eis que, “durante o relacionamento, um dos cônjuges acaba criando no outro a justa expectativa de manutenção do mesmo padrão de vida, caso o relacionamento seja dissolvido” (FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil. 4. ed. Salvador: Juspodivm, 2012. v. 6: Famílias, p. 791). 
A tese é interessante, pois traz para o Direito de Família a experiência do direito obrigacional a respeito da vedação da onerosidade excessiva ou desequilíbrio negocial, retirada, por exemplo, dos arts. 317, 478, 479 e 480 do CC/2002; dispositivos que tendem a manter o ponto de equilíbrio nas relações contratuais, cabendo a revisão ou a resolução do negócio jurídico equivalente. Em reforço, há um fundamento na responsabilidade civil, com proximidade conceitual em relação aos alimentos indenizatórios, tratados pelo art. 948, inc. II, do mesmo CC/2002. 
A jurisprudência tem debatido e aplicado o conceito, podendo ser destacada ementa do Tribunal do Distrito Federal, com o seguinte trecho: “se os documentos juntados com a petição inicial parecem, efetivamente, indicar que as partes conviveram em regime de união estável e que pode haver efetivo desequilíbrio na partilha do patrimônio, isso é suficiente para dar suporte ao pedido de fixação de alimentos que a doutrina vem chamando de 'compensatórios', que visam à correção do desequilíbrio existente no momento da separação, quando o juiz compara o status econômico de ambos os cônjuges e o empobrecimento de um deles em razão da dissolução da sociedade conjugal”. (TJDF, Recurso n. 2011.00.2.003519-3, Acórdão n. 508.103, Quarta Turma Cível, Rel. Des. Arnoldo Camanho de Assis, DJDFTE 03/06/2011, p. 148). Releve-se, ainda, recente decisão do STJ, que admitiu a sua fixação, mas afastou a possibilidade de prisão pela falta de seu pagamento. De acordo com o julgamento, o fundamento principal dos alimentos compensatórios está na vedação do enriquecimento sem causa, nos termos do art. 884 do CC/2002 (STJ, RHC 28.853/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. p/ Acórdão Ministro Massami Uyeda, Terceira Turma, julgado em 01/12/2011, DJe 12/03/2012). 
Como o devido respeito a ultima dedução, o fundamento relevante para a fixação dos alimentos compensatórios parece ser mesmo o princípio da solidariedade, com índole constitucional, nos termos do art. 3º, inc. I, da CF/1988. Assim, a tese é salutar, devendo ser admitida no Direito de Família Brasileiro. 
Além disso, importante ressaltar a atual situação de saúde da requerente que se encontra com doença terminal e necessita de auxilio para tratamento e compra de medicamentos, considerando que sempre se dedicou à família em primeiro lugar, e sendo impossível a busca de emprego ou qualquer meio de sustento na atual situação que vive, tendo demonstrada a urgência da necessidade.
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO E PARTILHA DE BENS. ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS. TUTELA PROVISÓRIA. DEFERIMENTO. Os alimentos compensatórios têm cunho indenizatório e se destinam a compensar o desequilíbrio financeiro gerado pelo rompimento da relação conjugal. No caso, os litigantes foram casados por longos 21 anos, constituíram expressivo patrimônio e a maioria dos bens está na posse do varão/agravado. Além do mais, os ganhos da agravante, como proprietária de salão de beleza aberto há apenas dois anos, são bem inferiores aos do ex-marido/empresário. Nesse contexto, é de ser deferida, em tutela provisória, a verba compensatória, embora não no valor pleiteado pela recorrente. Estipulado o valor de R$ 2.000,00. Decisão agravada reformada. DERAM PARCIAL PROVIMENTO. UNÂNIME.(Agravo de Instrumento, Nº 70080275787, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em: 16-05-2019).
DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS - TUTELA DE URGÊNCIA
Em sede de tutela de urgência, o pedido de alimentos provisórios, diante da gravidade da situação, é medida que se impõe. Tal pretensão está prevista na Lei 5.478/68 no seu art. 13, § 3o, o qual refere que os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final.
Ademais, os requisitos para a concessão da tutela, previstos no art. 300, do Código de Processo Civil estão presentes no caso em questão. A probabilidade do direito já está fartamente demonstrada nesta exordial. Quanto ao perigo de dano, também está evidente, diante da situação de saúde da autora, que demanda tratamento urgente conforme demonstrado de maneira detalhada nos laudos médicos. Logo, a demora na resposta jurisdicionalpode ensejar uma grave piora no quadro de saúde da autora que depende exclusivamente da pensão alimentícia para iniciar seu longo tratamento.
Sobre os alimentos provisórios, já decidiu o Tribunal de Justiça:
AÇÃO DE DIVÓRCIO. ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM FAVOR DA EX-ESPOSA. CABIMENTO. 1. Cabível a fixação de alimentos em favor da ex-mulher que está afastada do mercado de trabalho e que por cerca de 35 anos se dedicou ao lar e aos cuidados dos filhos. 2. O dever de mútua assistência existente entre os cônjuges materializa-se no encargo alimentar, quando demonstrada a condição de necessidade. 3. Tendo havido a ruptura do relacionamento recente, e sendo o valor mínimo para ajudar a recorrida, não merece prosperar o pedido de revogação ou de redução, ao menos neste momento. 4. Os alimentos devem ser fixados de forma a atender as necessidades da divorcianda, mas sem sobrecarregar em demasia o alimentante. 5. Os alimentos provisórios podem ser revistos a qualquer tempo, bastando que venham aos autos os elementos de convicção que justifiquem a revisão. Recurso desprovido.(Agravo de Instrumento, No 70079607800, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em: 24-04-2019) (Grifo nosso)
ALIMENTOS PROVISÓRIOS. DIVÓRCIO. OBRIGAÇÃO ALIMENTAR ENTRE CÔNJUGES QUE DECORRE DO DEVER DE MÚTUA ASSISTÊNCIA (CC, ART. 1.566, III). DIVORCIANDA QUE SEMPRE FOI ECONOMICAMENTE DEPENDENTE, DIAGNOSTICADA COM DOENÇA DEGENERATIVA. INCAPACIDADE FINANCEIRA DO VARÃO INDEMONSTRADA. REDUÇÃO DA VERBA QUE NÃO PRESCINDE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA PARA UM MELHOR EXAME DOS ELEMENTOS FORMADORES DO CHAMADO BINÔMIO ALIMENTAR, NECESSIDADES E POSSIBILIDADES (CCB, ART. 1.694, §1o). DECISÃO MANTIDA. AGRAVO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.(Agravo de Instrumento, No 70039959036, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, Julgado em: 18-11-2010) (Grifo nosso).
	III.I – DO VALOR DOS ALIMENTOS:
Os alimentos devem ser fixados na exata proporção do binômio necessidade do requerente e capacidade econômica do requerido, nos termos do § 1º do art. 1.694.
Fabio Ulhoa Coelho, em seu Curso de Direito Civil, vol. 5, Família e Sucessões, nos ventila o tema e suas nuances:	
Nos horizontes delineáveis pelo modo de produção capitalista, a família ainda deve exercer a função assistencial por muito tempo.
Num sistema econômico de crises periódicas e injustiças permanentes, é difícil construir-se um programa eficiente de Seguridade Social, e, por isso, a família tende a não se desvencilhar tão cedo do encargo de amparo aos seus, nas enfermidades e velhice.
 	Além da função assistencialista, a família provê o sustento, educação, lazer e cultura de seus membros compatíveis com a sua condição econômica.
Na maioria das vezes, os vínculos (afetivos ou não) estabelecidos pela família entre seus membros são suficientes para a garantia do cumprimento dessas funções.
Pois bem, sabe-se que o requerido é servidor público federal, tendo assim condições para arcar com os custos do requerente.
Desta forma, requer que o valor dos alimentos provisórios sejam fixados em 10% sobre o valor dos rendimentos brutos do requerido, a serem depositados na Conta da Caixa Econômica Federal – Agência 00, Operação 013, conta nº 00.
Nas ações de alimentos, o Magistrado deve, desde logo, fixar os alimentos provisionais, nos termos do art. 4º da Lei 5.478/68.
No caso em tela, resta demonstrada a necessidade de fixação de tal provisão legal, face à dificuldade financeira enfrentada pelo Autor, o que fatalmente dificulta o sustento dos mesmos.
Assim, requer seja o feito julgado totalmente procedente para julgar o requerido ao pagamento de alimentos compensatórios em favor da requerida.
IV - DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer-se:
a) Deferimento, em caráter de urgência, de liminar inaudita altera parte para, para fixar os alimentos provisórios no equivalente a 10% (dez por cento) do rendimento bruto do requerido, inclusive férias e gratificação natalina (todas as verbas salariais), a serem pagos até o dia 10 (dez) de cada mês, na conta bancária do autor, a saber: Banco Caixa Econômica Federal – Agência 00, Operação 013, Conta nº 00;
b) Deferir a citação da requerida, no endereço informado na qualificação, para, querendo, responder a presente ação, no prazo legal, sob pena de revelia e efeitos do art. 319 do NCPC;
 	c) A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a documental e a testemunhal;
d) Julgar ao final, totalmente procedente a demanda, para condenar o requerido ao pagamento de alimentos fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor dos seus rendimentos brutos, inclusive férias e gratificação natalina, mediante depósito na conta descrita no item a) do pedido, bem como os valores dos alimentos retroativos referentes aos 12 últimos meses;
e) Condenar o Réu nos consectários da sucumbência, principalmente em honorários advocatícios no importe de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, e nas custas processuais finais e em ressarcimento;
f) Seja deferido a concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita nos termos da Lei 1060/50, pelo fato do Requerente, segundo as razões retro mencionadas, não dispor de condições de assumir as despesas processuais.
Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente depoimentos pessoais, ouvida de testemunhas, juntada de novos documentos, perícias e demais existentes no mundo jurídico.
Dá-se à causa o valor de R$ (12x o valor dos alimentos)
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Porto Alegre, 26 de abril de 2021.
Yasmin Lídia Crescêncio Alves
OAB/RS 000-000

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