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PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL E OS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE NO BRASIL Os princípios do direito ambiental possuem a função de ordenar a construção normativa ambiental internacional, nacional e regional. Foram elaborados para dar legitimidade jurídica aos Estados a criarem políticas públicas voltadas à proteção ambiental. Tratarei de três princípios aos quais considero mais importante para o tema que traz o referido texto. O princípio do poluidor-pagador tratado no art. 4º, VII da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/81), impôs de forma cristalina o princípio do poluidor-pagador estabelecendo como uma de suas finalidades. Trazendo consigo também, a Constituição Federal, em seu art. 22, §3º, ainda ratificou a ideia acima informada. O princípio da participação sedimentado no art. 1º, caput e parágrafo único, bem como no art. 225, caput, ambos da CF, pode ser entendido como o direito da coletividade de participar das discussões, decisões, execuções e fiscalizações das políticas ambientais, em atendimento a chamada democracia participativa. Por último, temos o princípio da cooperação que se encontra previsto nos artigos 4º, inciso IX e 225, caput, ambos da CF, bem como na Lei 9605/98. Observa-se que para o deslinde dos conflitos ambientais deve-se privilegiar a atuação conjunta entre o Estado e a sociedade através da participação de segmentos sociais. Diante dos princípios narrados, temos grandes ligações entre o princípio do poluidor -pagador com crimes contra o meio ambienta ocorridos nos últimos anos no Brasil, como por exemplo o desastre ocorrido em Brumadinho (Minas Gerais), decorrido do rompimento da barragem da mineradora Vale, que ocasionou na morte de 110 pessoas, tão como o desaparecimento de 238 pessoas, números confirmados até a data de 1° de fevereiro de 2019. Esse princípio tem como finalidade preconiza que os custos decorrentes da prevenção da poluição e controle do uso dos recursos naturais assim como os custos da reparação dos danos ambientais não evitados (“custos da poluição”) sejam suportados integralmente pelo condutor da atividade econômica potencial ou efetivamente, como é percebido no caso de responsabilização da mineradora acerca das mortes e os danos causados ao meio ambiente. O princípio da cooperação nos traz a ideia de que a sociedade como um todo deve conscientizarem acerca dos problemas e dos crimes cometidos contra o meio ambiente causados pelas grandes empresas. Podemos perceber tal relação através de ONG’s (Organizações não governamentais) que são responsáveis por auxiliar e ajudar famílias vítimas dos desastres ambientais causados por irresponsabilidades de terceiros. No desastre ocorrido em Mariana (Minas Gerias), em que houve o rompimento de uma de suas barragens, ocorrido em 2015. No ano do fato, o país, assim como a população local se mobilizou em criações ONG’s para conscientizar não só o Estado, como o país acerca da situação em que a população se encontrava. Por fim, juntamente com o princípio da cooperação, o princípio da participação trabalha em conjunto, a partir do momento em que ambos visam a participação e a conscientização do direito da coletividade de participar das discussões, decisões, execuções e fiscalizações das políticas ambientais, que é de suma importância para que possamos saber como agir e reagir em acontecimentos como esses. Responsabilizar os culpados por suas ações negativas para com a população e o meio ambiente, refletindo em situações de risco. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FULLER, Greice Patrícia. O Saneamento ambiental como condição primacial à sadia qualidade de vida e fator estruturante do Estado democrático de Direito Brasileiro. 2011. 451 f. Tese (Doutorado) - Curso de Direito, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011.
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