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REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 2 REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 3 Revista Científica Amazônia, Vida e Conhecimento Revista Semestral da Faculdade La Salle – Manaus Manaus – AM – Junho / 2017 4 Av. Dom Pedro I, 151 ‐ Bairro Dom Pedro CEP 69040‐0 40 Manaus/AM www.lasalle.edu.br/faculdademanaus Fone: (92) 3655‐1200 SOCIEDADE PORVIR CIENTÍFICO CNPJ 92 741990/0001‐37 Rua Honório Silveira Dias, 636 Bairro São João 90550‐150 – PORTO ALEGRE – RS Edgar Genuino Nicodem Diretor Presidente Olavo José Dalvit Primeiro Vice‐Presidente Antonio Cantelli Segundo Vice‐Presidente Faculdade La Salle DIRETORIA Dr. Alvimar D’Agostini Diretor Geral Dra. Jussará Lummertz Pró‐Diretora Acadêmica Esp. Márcia Monteiro Supervisora Administrativa Dados Internacionais de Catalogação na Publicação R454 Revista Científica Amazônia, Vida e Conhecimento / Faculdade La Salle - Manaus Manaus. – v.2, n.2 (2017). Manaus, Amazonas, 2017. 26cm Semestral ISSN 2525-7978 1. Pesquisa Científica. 2. Periódicos. 3. Faculdade La Salle - Manaus. I. CDU: 001 Ficha elaborada pelo Setor de Processamento Técnico da Biblioteca da Faculdade La Salle – Manaus. Bibliotecária Lidiane Suelen Caxias – CRB11/ 918 AM. REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 5 Revista Científica Amazônia Vida e Conhecimento EXPEDIENTE Dr. Alvimar D’Agostini Diretor Geral Dr.ª Jussará Lummertz Pró‐Diretora Acadêmica Msc. Davi Denis Dalla Vecchia Coordenador de Extensão Camille R. A. L. Medeiros Edgar G. Oliveira Netto Capa e Diagramação Esp. Lucia Brasil Revisão Gráfica Ampla Ltda. Tiragem de 1.000 exemplares Impressão ISSN 2525‐7978 Periodicidade: Semestral Pedidos e Correspondência FACULDADE LA SALLE ‐ MANAUS Av. D. Pedro I, 151 ‐ Bairro Dom Pedro CEP 69040‐040 ‐ Manaus‐AM 6 Revista Científica Amazônia Vida e Conhecimento CONSELHO EDITORIAL Editor Responsável Dr. Alvimar D’Agostini (Faculdade La Salle – Manaus) Profº Dr. Cledes Atonio Casagrande (Centro Universitário La Salle ‐ Canoas) Profº Dr. Dércio Luiz Reis (Universidade Federal do Amazonas / FAPEAM) Profª Dra. Jussará Gonçalvez Lummertz (Faculdade La Salle ‐ Manaus) Profº Dr. Luis Fernando Garcés Giraldo (Universidad La Salle, Medellín ‐ Colômbia) Profº Dr. Manuel Javier Amaro Barriga (Universidad La Salle de México) Profº Dr. Paulo Fossatti (Centro Universitário La Salle ‐ Canoas) Profº Dr. Rosseval Galdino Leite (INPA ‐ Manaus) Profª Dra. Sandra Beltran Pedreros (Faculdade La Salle ‐ Manaus) Profº Dr. Wagner Cabral Pinto (IDAAM ‐ Manaus) REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 7 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.....................................................................................................................09 UMA ANÁLISE DAS TEORIAS KEYNESIANA E DEPENDÊNCIA NA CRIAÇÃO DO MODELO ZONA FRANCA E SEUS IMPACTOS NO CRESCIMENTO ECONÔMICO DA CIDADE DE MANAUS...............................................................................................................................11 Marcilene Teixeira Ferreira Ana Nubia dos Santos de Oliveira PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E SUA IMPORTÂNCIA NA GESTÃO DE TRIBUTOS NAS EMPRESAS.............................................................................................................................44 Maria Iris de Sousa Bezerra Lima Silfarnn Demétrio de Araújo ÍNDICE DE OBESIDADE INFANTIL EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE MANAUS..........................................................................................................................56 Otávio de Melo Matos Sandra Beltran Pedreros A GESTÃO DO CAPITAL INTELECTUAL COMO A NOVA VANTAGEM COMPETITIVA PARA AS ORGANIZAÇÕES: UM ESTUDO ...............................................................................................67 Profº. MSc. Naêde Lima de Souza da Rocha A UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS NÃO‐FORMAIS COMO METODOLOGIA DE ENSINO NO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA NA FACULDADE LA SALLE‐MANAUS.............................79 Ellen Jane Lima de Melo Paulio Idelio da Silva Filho Elizângela da Rocha Mota PARADIPLOMACIA LOGÍSTICA: UM ESTUDO DAS AÇÕES INTERNACIONAIS DO GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS AO GERIR A LOGÍSTICA DE SEU RRITÓRIO........................................91 Julianny Carvalho de Oliveira Costa Ana Nubia dos Santos de Oliveira DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES NA PRÁTICA DCENTE..........................124 Carlos Alberto Almeida da Silva AS PERSPECTIVAS DE TRABALHO DOS REFUGIADOS AMBIENTAIS HAITIANOS EM MANAUS: UM ESTUDO NO PERÍODO DE 2010 A 2015...........................................................................134 Denise Helena de Melo Coelho Ana Nubia dos Santos de Oliveira CONTROLE INTERNO: A IMPORTANCIA DO CONTROLE INTERNO PARA O GERENCIAMENTO DO ATIVO IMOBILIZADO CONFORME A NOVA CPC 27................................................................161 Gizela Craveiro de Souza Carvalho Silfarnn Demétrio de Araújo CONTROLE PATRIMONIAL E O DESCASO DAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS.......................173 Rodrigo Carvalho da Silva Silfarnn Demétrio de Araújo NORMAS EDITORIAIS ..........................................................................................................185 8 REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 9 APRESENTAÇÃO A Revista Científica Amazônia, Vida e Conhecimento é uma publicação semestral que tem como objetivo a divulgação da produção científica e o incentivo ao debate acadêmico para a produção de novos conhecimentos. Visa, também, a ampliação das ferramentas que favoreçam a análise da realidade de modo a expandir as fronteiras do pensamento e da prática em áreas, reunindo artigos de diferentes aportes teóricos com temas ligados a vários campos do conhecimento, em sintonia com os debates que acontecem no meio acadêmico nacional e internacional. O segundo volume é composto por 10 artigos de alunos e professores da Faculdade La Salle de Manaus e de outras instituições de ensino superior, cumprindo a proposta da revista, que é incentivar a produção de conhecimento dos discentes e docentes. Uma das metas deste periódico é articular ensino, pesquisa, extensão, abrangendo produção de iniciação científica, e artigos científicos. Dessa forma, a revista, além de publicar textos de diversos teores, é também portadora da proposta acadêmica da Instituição e visa à intervenção social, com vistas à produção de conhecimento e sua aplicação nas esferas relacionadas. Assim, procura fazer uma interligação da epistemologia e da prática entre os campos diversos do conhecimento relativos aos cursos atualmente existentes. A revista quer inovar e dar oportunidades de inovação no campo da pesquisa e do conhecimento, como também da prática, buscando o desenvolvimento da interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e transdisciplinaridade e seus múltiplos diálogos, fazendo uma trama entre saberes científicos e suas implicações. A revista está aberta a novas abordagens criando laços entre o conhecimento e a sociedade. Trabalha de forma integrada, estando interligada às coordenações de cursos, incentivando e promovendo o estudo ea investigação acadêmica, tendo em vista o avanço da ciência, o aprimoramento didático‐pedagógico e o desenvolvimento sociocultural da cidade e região. Agradecemos aos colaboradores, desejando‐lhes inspiração e aprofundamento nas pesquisas, esperando o crescimento de todos, o reconhecimento da qualidade de suas produções pela própria comunidade acadêmica e a inserção de novos saberes no âmbito da ciência e na sociedade. Este número da revista é composto de dez artigos envolvendo as áreas de Relações Internacionais, Administração Organizacional, Planejamento Tributário, Formação de Professores e Educação e Saúde. 10 Agradecemos aos leitores, autores, pareceristas e demais pesquisadores engajados neste segundo número da revista Amazônia, Vida e Conhecimento da Faculdade La Salle de Manaus. Contamos com sua colaboração nas próximas edições. Profª Dra. Jussará Gonçalves Lummertz REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 11 UMA ANÁLISE DAS TEORIAS KEYNESIANA E DEPENDÊNCIA NA CRIAÇÃO DO MODELO ZONA FRANCA E SEUS IMPACTOS NO CRESCIMENTO ECONÔMICO DA CIDADE DE MANAUS Marcilene Teixeira Ferreira1 Ana Nubia dos Santos de Oliveira2 RESUMO A pesquisa buscou um novo olhar sobre a criação do modelo Zona Franca de Manaus, a partir de uma análise das teoria keynesiana e dependência e as contribuições para o crescimento econômico da cidade de Manaus, modelo este, concebido graças a intervenção do Estado nos assuntos econômicos da região, cujo o objetivo era criar na região um centro comercial, industrial e agropecuário, capaz de proporcionar o desenvolvimento, devido sua grande distância dos centros consumidores. Este modelo de desenvolvimento se faz presente também, por influência de teorias que norteiam as ações mundiais, principalmente no que concerne as políticas econômicas. Para isto, fez‐ se menção às teorias Keynesiana e Dependência as quais descrevem a industrialização como caminho para redução do subdesenvolvimento. Apresenta‐se ainda uma contextualização do período antes de sua implementação, para melhor entender sua importância na atual conjuntura econômica da cidade. O modelo baseia‐se na política de incentivos fiscais, os quais são os principais atrativos para novos investidores. Suas contribuições, são no sentido de conservar os recursos naturais, gerar emprego, inserir produtos nos mercados externos, elevar o Produto Interno Bruto da região e desenvolver pesquisas tecnológicas. A metodologia foi estruturada a partir de uma análise conceitual da teoria keynesiana e seus impactos diretos na criação da zona franca de Manaus, o que levou ao crescimento e desenvolvimento do Estado. PALAVRAS‐CHAVE: Amazônia Ocidental; Crescimento econômico; Incentivos Fiscais em Manaus. ABSTRACT The research sought a new look on the creation of the Free Zone model of Manaus, from an analysis of Keynesian theory and dependence contributions to the economic growth of the city of Manaus, this model, designed thanks to state intervention in the economic affairs of the region, whose goal was to create in the region a commercial, industrial and agricultural district, that offers development, because of its great distance from consumer centers. This development model is also present, influenced by theories that 1 Graduada em Relações Internacionais na Faculdade La Salle Manaus. 2 Professora e Coordenadora da Faculdade La Salle Manaus. Doutoranda em Educação pela Universidade do Minho, Portugal; Mestre em Administração pela UFSC, Especialista em Engenharia Econômica, Graduada em Economia, Administração e Licenciada em Matemática. 12 guide global actions, especially regarding economic policies. For this, there was mention of Keynesian theories and dependency which describe industrialization as a way to reduce underdevelopment. It presents also a contextualization of the period prior to implementation, to better understand its importance in the current economic climate of the city. The model is based on the tax incentive policy, which are the main attractions for new investments. Their contributions are to conserve natural resources, create jobs, insert products into foreign markets, raising the gross domestic product of the region and develop technological research. The methodology was structured based on a conceptual analysis of the Keynesian theory and its direct impacts on the creation of the free zone of Manaus, which led to the growth and development of the State. KEYWORDS: Western Amazon; Economic growth; tax incentives in Manaus. 1. INTRODUÇÃO O grande desafio na década 60 era desenvolver a Amazônia Ocidental. Assim, em 1967 o Governo Federal, através do Decreto‐Lei 288/1967, cria a Zona Franca de Manaus, que será um modelo administrado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA, como medida para mudar o quadro ocupacional, social e econômico ao qual se encontrava a região no período da ditadura militar brasileira. A presente pesquisa tem como propósito analisar a importância do modelo para o crescimento econômico da capital amazonense, Manaus. Nesse sentido, traz como tema: A importância do modelo Zona Franca de Manaus para o crescimento econômico da cidade de Manaus, busca ainda entender a situação econômica da região, sobretudo a capital amazonense antes da implementação do modelo, fazendo‐se necessário para compreender o papel desta ferramenta do Estado para a configuração da atual situação econômica que se encontra a cidade de Manaus. Para se alcançar o objetivo proposto na pesquisa teve como problemática: As Teorias Keynesiana e Dependência tiveram que impacto no Desenvolvimento do modelo Zona Franca de Manaus? Assim, para responder a esta problemática, tem‐se como objetivo geral: Demonstrar a importância do modelo Zona Franca de Manaus para o crescimento econômico da cidade de Manaus; e específicos: Contextualizar o período que antecede a criação do modelo Zona Franca de Manaus; identificar os diferenciais competitivos que sustentam o modelo Zona Franca de Manaus e; analisar a contribuição do modelo Zona Franca de Manaus para a cidade de Manaus. Embora o Modelo esteja voltado para toda a Amazônia Ocidental e parte da Amazônia Oriental, busca‐se demonstrar a sua contribuição para o crescimento econômico e para a atual situação em que se encontra a capital amazonense, atentando para as influências teóricas do neoliberalismo que influenciaram os países desenvolvidos, como os Estados Unidos e Inglaterra, bem como, os em desenvolvimento como é o caso do Brasil. Nesse diapasão, para a formulação de políticas intervencionista REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 13 na economia brasileira, vale ressaltar as teorias neoliberais de John Maynard Keynes, um dos principais opositores do liberalismo econômico. Dessa forma, a pesquisa faz‐se relevante tanto para o meio acadêmico, quanto para a sociedade como um todo, ou seja, a partir da relação destas teorias com as políticas econômicas que culminaram na implantação do modelo, abrirá novos questionamentos a respeito da configuração da economia regional por meio de teorias que desencadearam o campo econômico mundial e por se tratar de uma pesquisa básica de fácil entendimento poderá proporcionar, sem dificuldade, a compreensão histórica e a importância do modelo. Espera‐se que a presente pesquisa contribua para o despertar, principalmente o interesse dos acadêmicos, pela busca de novos conhecimentos quanto a relevância do estudo das Relações Internacionais para a compreensão das questõeseconômicas regionais neste contexto. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E A INTERVENÇÃO ECONÔMICA BRASILEIRA O mundo se tornou um sistema globalizado e complexo, sendo necessário, para entender sua dinâmica, o estudo das relações internacionais, por meio das teorias que o orientam, desta forma, estas, são conceituadas como: Fórmulas sistematizadas de explicação, organização e análise da realidade [...] No âmbito das Relações Internacionais, teorizar significa retirar elementos da complexa, densa e emaranhada realidade externa, trazendo‐a ao sujeito cognoscente de maneira a operacionalizar a descrição de suas propriedades natas, analisar e explicar seus fenômenos e suas inter‐relações. Castro (2012, p. 281) O autor ainda as descreve como uma "bússola", ou seja, instrumento que busca demonstrar a direção a ser seguida pela sociedade. Não diferente de outras nações, o Brasil conta com a influência destas teorias para orientar suas ações internas e externas. Neste sentido, tratar‐se‐á aqui da relevância da teoria neoliberal, a partir do entendimento de Keynes e da teoria da dependência influente nas correntes cepalinas. 2.1.1 Neoliberalismo de Keynes ou teoria Keynesiana O economista John Maynard Keynes contrapondo‐se à teoria do liberalismo clássico, marcado pelas ideologias de Adam Smith, assegurou que ao contrário do que pregava Smith, o Estado deveria intervir nos assuntos econômicos de sua nação. Keynes toma tal posicionamento em observação à crise de 1929 que teve como epicentro a economia estadunidense espalhando seus efeitos para todo o mundo, surge neste advento o New Deal ‐ Novo Acordo, no qual a economia passava a ser regulamentada 14 pelo Estado. Essa teoria foi de grande importância no que concerne do pensamento econômico brasileiro, neste sentido, Carvalho (2008, p. 569:571) afirma que: Há muitos anos é notada, com alguma surpresa, a forte influência do pensamento de Keynes e seus seguidores sobre o pensamento econômico brasileiro. Mesmo nos tenebrosos anos 1980, quando, especialmente no mundo acadêmico norte‐americano, emergiu com força tão intensa quanto efêmera a chamada escolas dos Novos Clássicos, a comunidade acadêmica de economia no Brasil continuou cultivando a herança de grandes economistas como, mas não apenas, Keynes, Kalecki e Schumpeter. [...] O keynesianismo é uma doutrina ativista, que preconiza a ação do Estado na promoção e sustentação do pleno emprego em economias empresariais. A teoria keynesiana desenvolvimentista, defende também a ideia de que a economia não deveria ter total liberdade e que eram necessárias políticas protecionistas como forma de preservar as economias internas, pode‐se dizer que Keynes pode não ter sido o primeiro a idealizar a intervenção estatal brasileira, porém, contribuiu com suas teorias para a formação ideológica brasileira de intervenção estatal e regulamentação dos assuntos econômicos por parte do Estado. O modelo de desenvolvimento implantado na Amazônia Ocidental, demonstra a influência desta teoria na formação de políticas intervencionista para o desenvolvimento local. Neste sentido, faz‐se importante a relação destas teorias que influenciaram e continuam a influenciar os fatos referentes a economia regional. 2.1.2 Teoria da Dependência A Teoria da Dependência muito influente nas teorias cepalinas, prega a ideia de que a estrutura da economia mundial é moldada pela dependência entre as nações, neste sentido, defende que as nações subdesenvolvidas e as nações desenvolvidas estão interligadas por esta dependência, e que o desenvolvimento de uma requer a subordinação de outra, esta teoria influenciou o Brasil depois da Segunda Guerra mundial, nos anos 50 e 60, contribuindo para a industrialização brasileira, a este respeito, Saldanha (2011, p.228: 229), salienta que: As políticas econômicas desenvolvidas, que até então eram dadas como caminho para se alcançar o tão sonhado estágio de desenvolvimento capitalista dos países centrais, haviam emperrado as engrenagens. É então, nesse período que surge uma nova teoria em debate, que visava explicar e indicar novos rumos para que a economia voltasse a trilhar o caminho do desenvolvimento, incluindo a análise econômica das Relações Internacionais a um prisma marginalizado até então, o subdesenvolvimento. De acordo com o autor, a consolidação desta teoria se dá com Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto, segundo os quais a dependência de um país referente a outro, estava relacionada com a "relação das classes internas particulares a cada país". REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 15 Ou seja, a forma como estes se organizam internamente, influenciaria na relação que teriam com nações externas. Durante o governo militar surge a visão de que a industrialização seria o caminho para resolver a questão do subdesenvolvimento. A proposição política implícita e explícita na agenda nacional‐ desenvolvimentista, abraçada por uma parte da oficialidade, era de que a industrialização seria o meio de superar a pobreza ou de reduzir a distância entre os países subdesenvolvidos e os países ricos, e de atingir a independência política e econômica através de um crescimento autossustentado (BIELSCHOWSKY, 2000, p. 11) A teoria, segundo Colistete (2001), tecia que a industrialização poderia reduzir o subdesenvolvimento de uma nação, já que a condição primário‐exportadora, não era capaz de sustentar um crescimento dinâmico. 2.2 CONCEITO DE ZONA FRANCA Denomina‐se Zona Franca “uma área delimitada onde entram mercadorias nacionais ou estrangeiras beneficiadas com incentivos fiscais e com tarifas alfandegárias reduzidas ou ausentes”. Das zonas francas existentes no mundo, grande parte delas localizam‐se em regiões “isoladas e geralmente são situadas em um porto ou em seus arredores”, fator este, que pode ser considerado um dos marcos norteadores para criação e implantação das Zonas Francas como ferramenta utilizada para a promoção do desenvolvimento de uma região e suas adjacências. “O objetivo de uma zona franca é estimular o comércio e acelerar o desenvolvimento industrial de uma determinada região. O Brasil, Coréia do Sul, Chile, China, Emirados Árabes, Espanha, Portugal e França são alguns dos países que possuem Zona Franca” (Significados, 2015). Neste tocante, são “utilizadas por diferentes países, para designar áreas especiais onde não se aplicam as regulamentações e os gravames aduaneiros normais da economia” (BRAGA 2015, p. 2). Pereira (2006, p. 111), enfatiza que: A Zona Franca é uma área fechada, isenta da aplicação da legislação alfandegária vigente no território onde se situa. Nela, mercadorias vindas do exterior são desembarcadas, manipuladas, transformadas, embaladas e reembarcadas, sem nenhum controle alfandegário. As atividades que ali se desenvolvem podem ser de comércio, de indústrias ou ambas, com o possível predomínio de uma delas. Para Araújo (1985, p.37), as zonas francas podem também ser percebidas como estratégias para internacionalização de capital, neste sentido a autora afirma que: [...] o surgimento das Zonas Francas no mundo capitalista tem de ser entendido como uma estratégia do capital a crise de acumulação ocorrida no mundo capitalista a partir de 65, que, para continuar seu processo de expansão, transfere partes do seu processo produtivo 16 para outras regiões. Qualquer que seja seu nome "Zona Franca', "Zona de Livre Comércio", "Zona de Livre Empresa" ou "Zona de Livre Produção", suarealidade é a mesma: são espaços industriais enclavados, situados, sobretudo, próximos a portos ou aeroportos, onde empresas multinacionais podem importar livremente matérias‐primas ou produtos semiacabados, para processá‐los e reexportar, portanto, um processo de industrialização orientado para um mercado exterior a região e no qual existe uma disparidade entre ganhos sociais e lucros empresariais. A utilização desta política, teve início a partir de 1958, quando segundo Barang (1981, p. 18), a primeira Zona Franca: [...] foi criada em 1958, em SHANNON, na Irlanda, por industriais americanos, visando lançar seus produtos na Comunidade europeia. Na Ásia, a primeira foi instalada em 1965, na zona portuária de KAOHSIUNG, no Taiwan (Formosa) e serviu de modelo para outros países do Leste e do Sul da Ásia [...] A corrida pela industrialização dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, torna necessária a criação de um organismo incumbido de dar apoio à estratégia, é então fundada, no mesmo ano em que acontece a regulamentação da Zona Franca de Manaus ‐ ZFM, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial – ONUDI. Nove anos após a Fundação da ONUDI, foi criada a Associação Industrial Mundial das Zonas Francas (World Industrial Free Trade Zones Association – WIFZA). (Araújo 1985, p. 29), neste sentido a autora afirma que: A ONUDI não só estabelece um modelo de Zona Franca corno se incumbe tanto dos estudos preliminares, como da assistência no planejamento para a implantação de tais zonas nos países subdesenvolvidos, visando à sua integração ao sistema capitalista mundial. Inúmeros são os fatores que contribuem para a criação das Zonas Francas, entre eles, podem ser citados: a diversificação de mercado; o aumento do custo com mão‐de‐ obra nos países de origem das empresas; integração ao sistema capitalista mundial; baixo custo de produção; a busca pela capitação de capital e recursos financeiros para a região ou país onde são instaladas entre outros. No caso do Brasil inicialmente o modelo ZFM buscou substituir as importações e integrar a região ao restante do país. Porém a adoção desta estratégia não significava inserir as pequenas empresas locais no mercado mundial, sendo assim, a vantagem deste modelo em sua fase inicial, está na movimentação da economia interna por meio do fluxo de capital externo. Adam Smith em sua obra escrita em 1776, intitulada "A riqueza das nações" descreve o ser humano como um ser egoísta, no entanto, para ele está busca pelo benefício próprio era benéfico à sociedade, porém sabe‐se que estas teorias voltavam‐ se ao meio econômico. Smith apud Hunt e Sherman (2008, p. 62), afirma que "[...] ao REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 17 perseguir o seu próprio interesse, frequentemente promove o interesse da sociedade de forma mais eficaz do que quando é realmente sua intenção promovê‐lo". Contudo, este mesmo egoísmo levou à tomada de medidas que beneficiaram toda uma região, egoísmo este que, devido à importância atribuída a Amazônia pelo restante do mundo, cujas riquezas naturais já haviam sido destruídas, principalmente nos país desenvolvidos, os rumores quanto a uma possível internacionalização da Amazônia, serviram de alerta para o governo militar brasileiro quanto à necessidade de promover a ocupação regional, pois a Amazônia Ocidental por sua vasta extensão territorial possuía suas áreas de fronteiras descobertas. Neste sentido, segundo Sá e Machado (2015, p. 3) o modelo ZFM tinha "propósito geopolítico [...] vinculava‐se à busca por ocupação do espaço amazônico com atividades econômicas e sua integração aos eixos de desenvolvimento mais dinâmicos, localizados no Centro‐Sul do país", assim como proporcionar melhores condições econômicas para a região já que esta encontrava‐se estagnada desde o fim do ciclo da borracha. Smith defendia a divisão de tarefas, para ele se alcançaria maior produtividade se a produção fosse dividida, esta teoria influenciou a produção em escala. Neste sentido, Hunt e Sherman (2008, p. 63), afirmam que: [...] Para que a divisão do trabalho fosse levada a esse nível, seria necessário que os trabalhadores dispusessem de ferramentas e equipamentos especializados, e que todos os estágios do processo de produção das mercadorias fossem reunidos em um mesmo local e submetidos a um controle, como acontece, por exemplo, numa fábrica.[...] O aprofundamento da divisão de trabalho, por sua vez, possibilitaria índices mais elevados de capital e assim por diante, numa espiral ascendente e interminável de progresso social. Embora o crescimento econômico seja parte fundamental para o desenvolvimento, aquele não se configura condição suficiente para seu alcance deste. Nesta mesma perspectiva Botelho (2006, p. 37) afirma “que se deve entender desenvolvimento como função da soma de dois grandes vetores, isto é, crescimento econômico mais incremento da qualidade de vida”. Bispo (2009, p. 38), afirma que: O desenvolvimento econômico de uma nação pode ser obtido por meio de diversas estratégias e modelos. Logo, uma das formas de promover o desenvolvimento econômico é por meio de uma política industrial. Dentro desse contexto e desde que atendam aos requisitos básicos que uma política industrial deva conter, encontra‐ se a instalação de parques industriais com o objetivo de substituição de importações. 2.2.2 A criação do modelo Zona Franca de Manaus Para melhor entender o que leva o Estado Federal a intervir com políticas econômicas na região, deve‐se atentar para as pressões internacionais e ameaças 18 constantes de tomada da Amazônia, também para influências da globalização e expansão econômica atreladas às teorias econômicas fortemente utilizadas pelos países desenvolvidos, também pelos países em desenvolvimento. Diante disto o governo federal, utilizando de mecanismo já utilizado em outras partes do mundo propõe estrategicamente para a Amazônia Ocidental, a criação de uma importante ferramenta, a qual, segundo Becker (2013, p. 36), era inicialmente um “porto franco, tal como sugerido pelo governo estadual, sendo posteriormente, substituído pela zona franca em Manaus”. De acordo com Seráfico e Seráfico (2005, p. 101), foi inicialmente pensada pelo deputado federal Francisco Pereira da Silva, tomando iniciativa com o objetivo de encontrar novas saídas para a economia local que se encontrava estagnada: [...] apresentou à Câmara do Deputados o Projeto de Lei nº 1.310, de 23 de outubro de 1951, em que propõe a criação em Manaus de um porto franco. Este projeto é que, emendado pelo deputado Maurício Joppert, foi convertido na Lei nº 3.173, de 6 de junho de 1957, transformando o porto em Zona Franca de Manaus. Não obstante sua regulamentação pelo Decreto nº 47.754, de 2 de fevereiro de 1960, a Zona Franca só entra em vigor, efetivamente, a partir de 28 de fevereiro de 1967, quando é reestruturada pelo Decreto‐Lei nº 288. O objetivo deste porto franco, conforme descrito no Art. 1º da Lei 3. 173/57 era armazenar, conservar, beneficiar e retirar produtos advindos do estrangeiro, destinado ao consumo no interior da Amazônia e de países vizinhos, banhados pelas águas do Rio Amazonas (PLANALTO), porém tal objetivo não se concretizou na prática por falta de recursos. Em seu primeiro momento o modelo ZFM possuía características semelhantes aos portos livres existentes no mundo, porém neste primeiro momento, sua contribuição para o desenvolvimento regional praticamente inexistiu, levando o ideário ao fracasso(Nascimento 2004, p. 9). De acordo com Benchimol (1977, p. 741), o seu não funcionamento não foi possível devido: [...] a figura jurídica de extraterritorialidade fiscal de zona, limitada em uma área restrita de 200 hectares, e o seu caráter exclusivo de entreposto para armazenamento e trânsito de mercadorias e produtos para abastecimento das Amazônias limítrofes, não tinha conteúdo nem significação econômica. Ocorre então, que com a necessidade de povoar a região de fronteira, entra em cena a intervenção estatal. Embora segundo (Araújo 1985, p. 144‐148), sua reformulação contasse com a contribuição de nomes como do engenheiro amazonense Arthur Soares Amorin, do historiador Leandro Tocantins, Newton Vieiralves, de Samuel Benchimol e o então governador Arthur Reis. No entanto, de acordo com a autora: [...] fica bem evidente que a Zona Franca de Manaus implantada a partir de 1967 não nasce de um projeto local. O que as lideranças manauaras reivindicam era a efetiva implantação da que havia sido REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 19 criada em 1957. Esta, agora legitimada pelo decreto‐lei 288/67 não tinha nada a ver com o que se pleiteara. Andrade (2012) atribuiu duas vertentes à estratégia de criação da nova ZFM, uma política, cujo objetivo era integração, ocupação e proteção das áreas fronteiriças, a outra é econômica, com o objetivo de lhe proporcionar o desenvolvimento. É importante lembrar, sobre esta, que conforme Araújo mencionou, não partiu do interesse das lideranças da região e sim do governo federal. Essas políticas de substituição de importação fazem parte de medidas protecionistas adotadas pelos países na tentativa de proteger suas economias internas. Essas práticas acarretam, conforme Santos Junior (2012) apud Gonçalves (2012), em vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens está a questão da criação de empregos e incentivo de inovações tecnológicas no país. Porém, a medida pode ter efeito contrário, caso haja acomodação de empresas nacionais no desenvolvimento de tecnologias, o que faz o país perder espaço no mercado exterior, além da possibilidade de gerar um aumento dos preços em função da baixa concorrência interna. Esta autarquia é responsável pela execução da política tributária e pelas ações de sustentabilidade e interiorização do desenvolvimento econômico na região, está localizada na cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas. Segundo Bispo (2009 p.107), “o modelo industrial criado surgia de uma estratégia de política de desenvolvimento econômico, relacionada diretamente às políticas industriais voltadas para a substituição de importações”, Baumann et al. (2004, p. 97), afirma que: A ideia básica associada a um processo de substituição de importações é a promoção – no mercado interno de uma economia – da capacidade de oferta de itens anteriormente conseguidos por meio do comércio externo. Dessa maneira, a produção nacional substitui a oferta de alguns produtos importados. No entanto de acordo com o Marco Regulatório dos Incentivos Fiscais da Zona Franca de Manaus, Amazônia Ocidental e Áreas de Livre Comércio ‐ ALC´s, mesmo após sua criação e regulamentação “a ZFM não causou praticamente nenhum efeito sobre a economia da Amazônia, especialmente por não terem sido criados os meios necessários capazes de atrair os investimentos e a mão‐de‐obra técnica qualificada, instrumentos essenciais para o desenvolvimento das atividades previstas”. [...] No decorrer do governo militar de Castelo Branco, surgiu à chamada Operação Amazônia implementada pelo Plano de Ação Econômica do Governo – PAEG, dela faziam parte um conglomerado de medidas reformistas que objetivavam a promover a integração socioeconômica da Amazônia ao Brasil (Suframa 2013, p.33). Neste enfoque, segundo Pereira (2006, p. 17) “até meados dos anos 60, essa região encontrava‐se marginalizada do processo de desenvolvimento da economia nacional e experimentava um momento desolador de pobreza e abandono por parte da federação”. Para Nascimento e Silva (2015, p. 8) o 20 instrumento legal em questão não é dispositivo autossuficiente para a configuração do desenvolvimento econômico regional da Amazônia Ocidental: Sabe‐se que desenvolvimento econômico não se faz tão‐somente com a simples assinatura de um decreto‐lei, entre outros intuitos, mas com intensos investimentos em educação, ciência, tecnologia, capital produtivo, bem como com distribuição de renda, assegurados por marcos institucionais que se traduzem na definição das regras do jogo da sociedade. [no entanto] Apesar das grandes limitações que o modelo ZFM tem para operacionalizar o conceito de desenvolvimento, houve grandes avanços no plano econômico e social, ainda que tenham se restringido a cidade de Manaus. [...] percebe‐se, visivelmente, que houve transformações estruturais na base produtiva da cidade de Manaus. A população cresceu em números absolutos, ampliaram‐se as estruturas de ensino fundamental, médio e superior, bem como a rede de saúde, sem contar com estrutura de transporte aéreo e fluvial. De acordo com Pontes (2011, p. 23), “no modelo smithiano, o crescimento da população assume relevância. Para ele, o crescimento econômico contribui tanto para a elevação do nível de vida da população quanto para o crescimento demográfico”. No entanto, o modelo proposto por Adam Smith pregava a não intervenção do Estado na economia. Porém, este, segundo Hunt e Sherman (2008, p. 66;67), enumera três responsabilidade dos governos, sendo: [...] proteger o país contra invasores estrangeiros, proteger os cidadãos contra injustiças cometidas por outros cidadãos e o dever de erigir e manter as instituições e obras públicas que, embora altamente vantajosas para toda a grande sociedade, são de natureza tal que os lucros jamais compensariam as despesas se estas estivessem a cargo de um indivíduo ou de um pequeno número de indivíduos. [...] a exigência de que o governo protegesse o país contra ameaças externas foi entendida, no final do século XIX, de modo a abarcar também a proteção, ou mesmo a ampliação dos mercados externos, através da coerção militar [...] a função de proteger os cidadãos contra injustiças cometidas por outros cidadãos ganhou uma nova conotação: proteger a propriedade privada, garantir o cumprimento dos contratos e preservar a ordem interna. [...] A função de zelar pela execução dos contratos era também essencial para o bom funcionamento do capitalismo. A complexidade da divisão de trabalho, da organização e coordenação da produção, bem como os investimentos colossais de capital em muitos empreendimentos comerciais, requeriam a existência de mecanismos que assegurassem aos capitalistas o cumprimento dos seus compromissos contratuais. [...] Em vista disso a execução dos contratos, indispensável para o funcionamento do sistema REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 21 capitalista transformou‐se em dever do Estado, exercido por meio da coerção. [...] Por fim, a função de erigir e manter as instituições e obras de interesse público foi interpretada, de um modo geral, como a função de criar e manter instituições que fomentassem a produção e as operações comerciais. A autarquia criada por meio do Decreto n.º 61.244/67, como órgão do governo federal encarregada pela administração dos incentivos fiscais do modelo ZFM como afirmam Seráfico e Seráfico (2005, p. 104), está localizada na capital do estado do Amazonas, Manaus, a figura 1 nos mostra toda abrangência do modelo. A Autarquia está diretamenteligada, conforme mencionada anteriormente, ao governo federal, sendo assim, independe do governo estadual. De acordo com Braga, (2003, p.4): A autarquia integra a estrutura administrativa do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, que, juntamente com o Ministério das Relações Exteriores, constituem o núcleo central responsável pela condução de tais negociações. A SUFRAMA conta com o Conselho de Administração da SUFRAMA ‐ CAS, o qual é o "órgão superior de deliberação da autarquia, tendo como uma de suas principais atividades a análise e aprovação de novos projetos de investimentos industriais que objetivem usufruir os benefícios fiscais do modelo ZFM". (SUFRAMA 2011, p. 4) Figura 1: Abrangência do Modelo Zona Franca de Manaus Fonte: SUFRAMA (2011) O modelo abrange toda a Amazônia Ocidental, composta pelos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte da Amazônia Oriental, sendo, as cidades de Macapá e Santana, no Amapá. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE o Amazonas é o maior estado da região e do Brasil, comporta 62 municípios, distribuídos 22 em sua área territorial de 1.559.148,890km², a população estimada para 2014 a partir do senso de 2010 era de 3.837.743 habitantes em todo o estado, a capital Manaus possui área de 11. 401,092km² e sua população estimada para 2014, pelo último senso era de 2.020.301 habitantes, conforme dados do IBGE. O estado do Amazonas passava no advento da configuração desta estratégia por um período de instabilidade política, tendo em 1964, no âmbito do golpe militar, sido cassado seu então governador Plínio Ramos Coelho, assume então para cumprir o restante do mandato, o historiador Arthur Reis, iniciando o que se pode chamar de caça às bruxas aos funcionários ligados ao Partido Trabalhista Brasileiro – PTB, promovendo “ampla reformulação da administração estadual”, criou a Comissão de Desenvolvimento do Estado do Amazonas – CODEAMA, contudo é sob o governo de Danilo Duarte de Mattos Areosa ‐ de 12 de setembro de 1966 à 15 de março de 1971 ‐ que se concluem as negociações e o Presidente Castelo Branco ao fim de seu mandato assina o Decreto‐ Lei regulamentando a Zona Franca de Manaus, no entanto, ao término do governo de Areosa os resultados obtidos não foram sequer razoáveis. Seu sucessor, coronel João Walter de Andrade, conta com o apoio do poder central, “[...] moderniza o aparelho burocrático do Estado e realiza as obras de infraestrutura indispensáveis ao processo de industrialização. É o momento da consolidação da Zona Franca de Manaus. É o começo da industrialização [...]” (Araújo, 1985, p. 143;144;155;163). É durante o governo do sucessor de Andrade, Henock Reis, que Aloysio Campelo é nomeado Superintendente da Zona franca de Manaus e é durante sua administração que, segundo Araújo (1985, p. 168) será implantada: [...] a nova estratégia da Zona Franca de Manaus, em função da política nacional de restrição às importações. Começa o contingenciamento e agora mais do que nunca a SUFRAMA assume sua feição verdadeira. Implanta‐se as quotas de importação e o critério para sua distribuição não sofre qualquer influência do governo do Estado. De acordo com a autora, em 1982 José Lindoso deixa o cargo de governador ficando em seu lugar, seu vice Paulo Pinto Nery, o qual permanece até 1983, quando é sucedido por Gilberto Mestrinho, neste período foi nomeado superintendente da SUFRAMA, Joaquim Pessoa Igreja Lopes, o qual permaneceu na administração da autarquia, assim como Mestrinho no governo do Estado, até 1985, ano marcado também pelo fim da ditadura militar no Brasil (ARAÚJO 1985, p. 185). O modelo ZFM é visto com diversos olhos, os críticos, que afirmam ser preciso redesenhar o que chamam de “projeto ZFM”, de forma que este novo, oriente sua produção a partir de matérias primas extraídas da região, acreditando ser esta a chave para manutenção e sustentabilidade do modelo e os que o valorizam, pelo que este já proporcionou à região, levando em consideração o status econômico ao qual se encontrava a região antes da implantação do modelo, com o que possui atualmente, pois se compararmos o modelo a outras políticas utilizadas como tentativa para se REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 23 alcançar o desenvolvimento da Amazônia Ocidental, podemos considerar, que este apesar das dificuldades enfrentadas tem sido o de maior sucesso, cuja duração já atingiu seus 48 de pleno funcionamento e garantiu, por meio da Emenda Constitucional 83/2014, assinada pela Presidente do Brasil Dilma Rousseff, a prorrogação dos incentivos fiscais especiais por mais 50 anos, ou seja, até 2073. De acordo com o Portal Brasil (2014), o então superintendente da SUFRAMA, Thomas Nogueira, diante de tal conquista, afirmou que: Agora, pode‐se comemorar a manutenção, pelo menos por cinco novas décadas, de um modelo econômico estratégico que emprega, preserva, integra e distribui riquezas, exercendo, enfim, um papel decisivo na consolidação de novas fronteiras de desenvolvimento para todo o País. Para os críticos do modelo essa prorrogação é prejudicial, pois o mantém na dependência dos incentivos fiscais, quando poderia intensificar sua política de manutenção tendo como base, as riquezas locais. Para Nascimento (2004, p. 183): [...] o maior problema da Zona Franca de Manaus parece localizar‐se não apenas no seu modelo, pois produziu recursos que poderiam ter sido aplicados na dinamização da economia regional, mas resulta também das prioridades de investimento, definidas no âmbito das estruturas e do poder político. O modelo, na visão de Corrêa, exposta em audiência pública realizada em março do ano corrente, enfrenta entrave que acabam desmotivando o empresário com interesse em implantar sua empresa, pois com a grande burocracia que deve enfrentar antes de enfim instalar sua empresa, o empresário acaba optando pela desistência. Corrêa enfatiza ainda que: Ou se toma consciência de que a disputa por novos empreendimentos é muito grande e diminui‐se a burocracia ou o Amazonas irá continuar perdendo [...]. As travas causam perda de postos de trabalho, impedem a criação de novos empregos, fazem cair a arrecadação de impostos e viram um efeito dominó, que acaba prejudicando a todos[...]. Dificuldades e entraves à parte, Andrade (2012, p. 88), afirma que “a implantação da Zona Franca de Manaus, na segunda metade do século 20, muda a configuração social e política da região e, mais especificamente, do Estado do Amazonas”. O autor assegura que “a cidade de Manaus comporta metade da população do Estado”. No entanto, a dimensão da importância do modelo ZFM, entretanto, “transcende à própria região, na medida em que dele migra efeitos positivos para o Brasil”. Desta forma “o modelo contribui para a resolução das disparidades regionais, pois contempla a União com boa parte de seus recursos e esta os aplica em todo o país”. Botelho (2006, p. 36,46) e Fenzl, respectivamente. Bispo (2009, p.12), descreve que: 24 A importância do modelo ZFM depende de legislações federal, estaduais e municipais, razão pela qual, de tempos em tempos, outras unidades da Federação questionam a sua importância e validade. Argumenta‐se que a ZFM não passa de um entrave econômico onerosos para o país e suas indústrias, uma vez que os incentivos fiscais (isenções e reduções) não são cobertos pelos impostos pagos. Por outro lado, os defensores do modelo contra argumentam apresentandoos dados de arrecadação federal, estadual e municipal, além de outros indicadores sociais, dentre eles, o faturamento das empresas instaladas na Zona Franca de Manaus e o número de empregos gerados. Nascimento (2014) cita as palavras do então superintendente da SUFRAMA, Thomas Nogueira, onde este fala que "de 2003 a 2013 nós arrecadamos R$ 70 bilhões de impostos federais, recebemos de volta, no mesmo período, R$ 18 bilhões. Ou seja, além de não ser um paraíso fiscal, a ZFM ainda ajuda a desenvolver o Brasil como um todo". No entanto, embora os ganhos positivos oriundos do modelo tenham sido significativos, Andrade (2012, p. 97) aponta alguns efeitos negativos, ocasionados pelo crescimento desordenado, afirmando que: Seria pouco provável imaginar que uma cidade, que alcançou em pouco tempo um crescimento tão acentuado, sendo hoje a sétima capital mais populosa do país, não trouxesse nesse processo problemas sociais, desempregos, violência, aumento da degradação ambiental, aumento do custo de vida etc. Diante da imensidão territorial conter todas as mazelas acarretadas pelo aumento do contingencial humano não seria uma tarefa fácil, principalmente quando se sabe que esta não é de fácil realização nem em áreas significativamente menores. Obviamente não se pretende aqui criticar à ausência de políticas públicas para uma melhoria da vida da população, nem tão pouco analisar a eficácia ou ineficácia das existentes. Cabe aqui demonstrar a importância desta ferramenta político‐econômica que é o modelo ZFM, para a capital do Estado do Amazonas, para tanto se fez necessário compreender, por mais que superficialmente o processo de implantação desta ferramenta que detém tamanha importância no relacionamento econômico da Amazônia Ocidental com o restante do país e com o mundo, dando importância não só à região, mas também ao berço da SUFRAMA, onde se centralizam boa parte das atividades desenvolvidas pelo modelo. De acordo com (SUFRAMA, 2015) a história do modelo ZFM divide‐se em cinco fases distintas, a primeira, vivida entre os anos 1967 e 1975 foi marcada pela política de substituição de importação, predominando a atividade comercial e grande movimentação de turismo interno, ausência limite de importação, inauguração do PIM e início da atividade industrial. A segunda fase, estende‐se de 1975 à 1990, marcada pelo aumento das indústrias de montagem, extensão dos incentivos para a Amazônia Ocidental, criação da REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 25 primeira Área de Livre Comércio ‐ ALC, no interior do estado do Amazonas e pela prorrogação da vigência da Zona Franca de 1997 para 2007, por meio do Decreto nº 92.560/86 e depois para 2013 pelo Artigo 40 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal. Na terceira fase, que perdurou de 1991 até 1996, a redução impostos de importação foi estendida às demais localidades do país, houve readaptação do modelo às novas políticas industriais, utilização dos Processos Produtivos Básicos ‐ PPBs e intensificou‐se a busca pela qualidade do produtos. A quarta fase, compreendida entre 1996 e 2002, sofreu fortes influências da globalização da economia, a produção passa a ser orientada para exportação, neste período foi criado o Tecnologia e Inovação do Polo Industrial de Manaus ‐ CT‐PIM e o Centro de Biotecnologia da Amazônia ‐ CBA, ambos pensados para o desenvolvimento tecnológico e aumento da competitividade, neste período também iniciam as realizações de feiras internacionais, como estratégia para inserção internacional do modelo. Na quinta fase ou fase atual, a partir de 2002, até os dias atuais, continua a busca pela expansão das exportações e por avanços tecnológicos que beneficiem a produção industrial e aumente a competitividade dos produtos produzidos no modelo. Nesta fase além da contínua busca por novos investidores, é marcada pela busca de "cooperação técnico‐científica com instituições nacionais e internacionais". (SUFRAMA, 2015) 2.3 DIFERENCIAIS COMPETITIVOS QUE SUSTENTAM O MODELO ZONA FRANCA DE MANAUS A ZFM possui uma localização geográfica estratégica, com relação aos mercados mundiais, “tendo em vista sua posição central em relação aos blocos econômicos”, como Mercosul e Nafta, entre outros, facilitando assim suas exportações entre estes (SUFRAMA). Para Braga e Magalhães (2009, p. 74) “o grande atrativo da ZFM, enquanto localização de investimentos, é o acesso irrestrito ao mercado de 180 milhões de brasileiros, com incentivos fiscais”. Neste sentido a ZFM possui privilégios fiscais diferenciados em se comparando às demais regiões do país, além dos incentivos fiscais oferecidos pelo governo federal, o investidor que instala sua indústria no Polo Industrial de Manaus, conta ainda com vantagens tributárias ofertados pelo governo do estado do Amazonas e do município de Manaus, tais políticas são justificadas pelo Estado como tentativa de amenizar as disparidades regionais. “A isenção ou redução de impostos, especialmente o de importação para certas áreas carentes funciona, como se fosse uma abertura de portos, pode ser uma compensação importante e justificável para Manaus” (Araújo 1985, p. 188). Assim, a autora define as Zonas Francas como mecanismos utilizados para desenvolver países subdesenvolvidos, neste sentido os países necessitam oferecer vantagens para atrair investimentos externos: 26 Assim, sob a justificativa de que a implantação de empresas modernas, irá trazer o desenvolvimento da região, estes países oferecem todas as facilidades ao capital para a instalação das indústrias: incentivos fiscais generosos e amplos e força de trabalho barata. [...] Em todos os países em que existem Zonas Francas, no entanto, há um ponto em comum funcionando como atrativo para os investimentos: as isenções fiscais. E a Zona Franca de Manaus não fugiu à regra. No caso do modelo ZFM a ausência de atrativos tornou necessária a tomada de medidas pelo Governo para atrair investidores a implantarem suas empresas na região, já que este tinha como objetivo “melhorar a situação socioeconômica da região, através do estabelecimento de núcleos comercial, industrial e agropecuário na capital amazonense e adjacências” (Pereira 2006, p. 17). Neste sentido, Ribeiro (2008, p. 329), afirma que “os incentivos fiscais concedidos na Zona Franca de Manaus constituem primordial importância para a promoção do equilíbrio regional, incentivando e estimulando o crescimento da região amazônica”. Acerca do desenvolvimento regional, Oliveira (2011, p. 29‐31), menciona duas teorias, a primeira é a teoria da Base Exportadora, de autoria de Douglas C. North, criada “com o intuito de corrigir as inadequações das teorias da localização e do crescimento regional para explicar a dinâmica da economia norte americana”. A segunda teoria abordada pelo autor, é a teoria dos Polos de desenvolvimento, de autoria do economista francês, François Perroux, o qual “idealizou essa teoria após estudar a concentração industrial na França, em torno de Paris; e na Alemanha, no vale do Ruhr”. No tocante a esta teoria com relação ao modelo ZFM, o referido autor, afirma que: O modelo Zona Franca de Manaus foi fortemente influenciado pela teoria dos polos de crescimentos. O polo de crescimento pode se transformar em polos de desenvolvimento, para tanto é necessário que sejam geradas transformações estruturais no sentido de promover uma expansão da produção e do emprego no macroambiente em que atue. E no caso específico de Manaus, não existia nenhum fator localizacional preponderante,por isso, que o governo idealizou um polo focado num elenco de incentivos fiscais e creditícios que serviriam para atrair os investidores para a região. Ferreira, (2015, p. 1) atesta que “[...] inaugura‐se o ciclo dos Incentivos, a partir da criação da Superintendência para a Valorização Econômica da Amazônia ‐ SPVEA, e da Zona Franca de Manaus em 1957, esta, inicialmente simples entreposto comercial”. O autor argumenta que foram criados incentivos fiscais capazes de permitir a instalação de empresas industriais dependentes de elevada quantidade de insumos importados e cujos produtos tinham no âmbito nacional os seus custos agravados por alta carga tributária. Para Fenzl, “é importante ressaltar que todas as empresas que usufruem dos benefícios fiscais inerentes à ZFM, estão obrigadas a cumprir um Processo Produtivo REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 27 Básico ‐ PPB, que é a contrapartida principal aos incentivos”. Esta afirmação se confirma nas palavras de Braga e Magalhães (2009), pois segundo eles, “[...] o sistema utiliza o mecanismo do Processo Produtivo Básico (PPB) como uma forma de restringir a implantação, na ZFM (com o gozo dos incentivos), apenas dos setores e subsetores que têm PPB aprovado [...]”. Outro diferencial competitivo em favor à ZFM, está em sua capacidade de permitir a integração econômica do interior da Amazônia Ocidental, sem prejuízo ao seu patrimônio ambiental, ou seja, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento da região, contribui para conservação de 98% de sua floresta, segundo dados da SUFRAMA. O modelo possui grandes vantagens ambientais, pois localiza‐se no seio da maior floresta tropical do planeta e na maior bacia de água doce do mundo, contribuindo com a preservação destes bens de importância mundial, outra vantagem de sua localização é que o estado onde está localizado, faz fronteira com três países (Peru, Venezuela e Colômbia), podendo explorar esses mercados e ampliar suas exportações. 2.3.1 Conceito de Incentivos Fiscais Conceituar os incentivos fiscais não é tarefa simples, para Batalha (2005, p. 61) “incentivo fiscal é modalidade isencional na cobrança da exação, seja ela total ou parcial, mediante supressão ou mitigação do valor de alíquota, instituindo objetiva diminuição de carga fiscal” sendo assim, configura‐se um dos meios utilizados pelas políticas econômicas na busca pela atração de investimentos. Melo Filho (1976, p. 154), afirma que: Incentivo é um benefício econômico, fiscal ou jurídico, em favor daquele que cumpre certa operação correspondente a uma diretiva de política econômica de um Estado que tem, finalidade, precípua e justiça econômica‐social. [...] representa uma das características mais expressivas da sociedade tecnológica e de massa, na qual o conformismo passivo‐repressivo da sociedade tradicional foi substituído pela participação ativa e estimulante. Ávila (1973, p. 52) vem complementar a denominação do referido autor, afirmando que os incentivos fiscais: [...] correspondem a medidas legislativas de redução do ônus tributário, caracterizando‐se por sua atuação com o objetivo de canalizar, para certas atividades produtivas ou determinadas regiões geográficas ou mesmo setores econômicos ainda não devidamente explorados, recursos eternos à economia própria das empresas, setores econômicos ou regiões geográficas visadas. Os incentivos fiscais de acordo com Salazar (2006, p. 277), se configuram parte da tentativa de promoção do desenvolvimento para a região, desde a década de 1750, visto que é possível notar que a medida vem sendo utilizada como forma de compensar as dificuldades regionais em se tratando de localização, acesso e infraestrutura. Para a 28 Amazônia Ocidental estes instrumentos foram concedidos por meio do Decreto‐Lei 288/67, com duração estipulada para 30 anos, sendo alterada mediante a nova Constituição Federal – CF de 1988, estabelecendo novo prazo de 25 anos, a partir da promulgação da Carta Magna. Uma quarta prorrogação dos incentivos ocorreu mediante promulgação em 2014 da Emenda Constitucional – EC 83, a qual criou o artigo nº 92‐A, no ADCT, da CF, estendendo por mais 50 anos, ficando os benefícios vigentes agora até 2073 (SUFRAMA). A respeito da concessão e gozo, Botelho (2006, p. 35) destaca que “os incentivos fiscais [...] somente serão gozados com a realização comercial da produção, especificidade que difere positivamente o modelo dos demais modelos de desenvolvimento regional”. De acordo com o exposto no sitio da SUFRAMA, as importações em regime de Drawback gozam dos seguintes benefícios de isenção ou suspensão: Quadro 1 ‐ Benefícios de Isenção e Suspensão de Impostos Modalidade Benefício Suspensão Imposto de Importação ‐ II Imposto sobre Produtos Industrializados ‐ IPI Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Intermunicipal e Interestadual e de Comunicação ‐ ICMS Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante ‐ AFRMM Nessa modalidade inclui‐se a alternativa de ser um regime estendido também às operações de venda de máquinas e equipamentos no mercado interno, quando essas vendas foram contempladas por licitação internacional, contra pagamento em moeda conversível proveniente de financiamento internacional. Isenção Imposto de Importação ‐ II Impostos sobre Produtos Industrializados ‐ IPI Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante ‐ AFRMM Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado ‐ RECOF Fonte: SUFRAMA (2011) Para Fenzl “a Zona Franca de Manaus não pratica guerra fiscal, pois os benefícios do ICMS estão amparados no art. 15 da LC 24/75, constitucionalizado pelo art. 40 e 92 do ADCT da Carta de 1988, conforme entendimento já manifestado pelo próprio Supremo Tribunal Federal”. Os incentivos fiscais concedidos à ZFM, não objetivam somente atrair investimentos, neste sentido, Bispo (2009, p. 11, 12) afirma que: O modelo de desenvolvimento industrial da Zona Franca de Manaus está alicerçado em Incentivos Fiscais e Extras‐Fiscais concedidos às REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 29 empresas que ali se instalam. Para obter a concessão desses incentivos, a empresa necessita apresentar um projeto econômico com requisitos financeiros, sociais e ambientais, além de cumprir um Processo Produtivo Básico (PPB), que se define como um conjunto mínimo de operações a serem praticadas pelas empresas industriais beneficiárias. A ideia é permitir a absorção de tecnologia, alavancar o processo de crescimento e desenvolvimento da região onde a empresa se localiza. Com a publicação da Lei 8.387 de 30 de dezembro de 1991, ocorre uma flexibilização na sistemática de concessão de incentivos fiscais à produção industrial, considerando a não exigência dos índices mínimos de nacionalização. (FERREIRA 2015 p. 18‐19) Diante disso, podemos verificar que os entraves à concessão desses incentivos, buscam também evitar a entrada de empresas que visão a concorrência desleal, ou seja, empresas que ali se instalariam sem nada oferecer em troca e ainda prejudicar a economia local. No entanto, quando Serafim Correia, afirma que, ou o Estado toma medidas para reduzir os tramites burocráticos e acelerar o processo de concessão destes benefícios ou o “Estado” continuará perdendo e quando se fala em “Estado”, trata‐se de Brasil e não apenas de Amazonas, pois além da maioria dos recursos serem repassados a União para serem aplicados nos demais estados da federação, os empregos ali ofertados, certamente não beneficiam somente manauaras ouamazônidas, certamente ali encontram‐se mão de obra vinda de outras regiões, porém, não adentraremos neste assunto. 2.3.2 Vantagens e Desvantagens dos Incentivos Fiscais para o modelo Zona Franca de Manaus A política de abertura brasileira para Investimento Externos Diretos – IEDs tem se configurado em uma ameaça ao modelo ZFM, neste sentido é preciso que se pense em estratégias bem mais significativas, que apenas a oferta de incentivos fiscais, pois estes não são suficientes para a atração de IEDs, sejam estes já atuantes ou não, no Brasil, nacionais ou não, pois, a ausência de novas estratégias faz com que o modelo perca investidores para outras regiões do Brasil ou até mesmo para outros países, os quais oferecem melhores infraestruturas e melhores incentivos. O exposto por pelos autores, não caracteriza os incentivos como vantagens ou desvantagens, os mesmos orientam para a necessidade de novas medidas que possam contribuir com a oferta dos incentivos, já que não é suficiente para a atração de investimentos, orienta também que estas medidas busquem satisfazer as empresas já instaladas, para que possam melhor contribuir. Botelho, (2006, p. 35) enfatiza que os incentivos fiscais concedidos somente são gozados com a realização comercial da produção, especificidade que difere positivamente o modelo dos demais modelos de desenvolvimento regional. 30 Os benefícios sociais do modelo ZFM se mostraram superiores aos custos sociais, tendo em vista que o crescimento do PIM também gera aumento de outros impostos, tanto federais, como estaduais (OLIVEIRA & SOUZA 2012, p. 14). Quanto a concessão e utilização dos incentivos ficais como política de desenvolvimento para a região, Bispo (2009, p. 10) afirma que “a discussão sobre a concordância e validade dos incentivos fiscais proporcionados pelo modelo industrial Zona Franca de Manaus aos investimentos instalados naquela região é uma constante nos meios empresariais”. Segundo o autor, a oferta desses incentivos ao modelo é alegada pelos empresariados de outras regiões do Brasil como incentivo à concorrência desleal. Sabe‐ se, pois, que a discórdia quanto a esta medida é assunto que preexiste desde muito tempo e que repercutirá por muitos anos, pois escalas visionárias muito amplas e dificilmente se chegará a um consenso que agrade à todas as esferas, seja no âmbito empresarial, seja no governamental. Miranda (2013), faz comparação do modelo ZFM com as Zonas de Processamento de Exportações instaladas na China, sua análise se volta para o sucesso que o modelo chinês alcançou utilizando ferramentas semelhantes às utilizadas pelo Brasil, como política de desenvolvimento e integração da Amazônia Ocidental. Suas críticas, são voltadas para os incentivos oferecidos, principalmente, quanto à durabilidade dos mesmos, neste ponto, o autor configura os incentivos fiscais, quanto a sua durabilidade, como desvantagem, pois nos modelos chineses que tanto vem dando certo, estes são decrescentes, enquanto no modelo brasileiro, a concessão é mantida ao longo do tempo. Outro fator que contribui para o insucesso do modelo, segundo o autor, em relação ao chinês, é a orientação do mercado, enquanto o chinês esteve sempre voltado ao mercado externo, o brasileiro, limitou‐se à substituição das importações e ao atendimento do mercado interno. Quanto a oferta de incentivos fiscais avantajados, acredita‐se que careçam de uma continua e severa fiscalização, quanto ao cumprimento das exigências. Nota‐se que o autor é bastante crítico ao modelo, no entanto deve‐se levar em consideração, pois suas preocupações são relevantes à continuidade do modelo. Pois na concepção do autor, é imprescindível que ocorra a concessão dos incentivos, porém, apenas na fase inicial, até que as empresas se estabeleçam e não ininterruptamente como vem ocorrendo desde a implantação do modelo. Neste sentido, percebe‐se que os autores aqui mencionados classificam os incentivos fiscais ofertados, tanto como vantagem, quanto como desvantagem, ou seja, assim como são relevantes à manutenção do modelo, também são prejudiciais, pois impedem de certa forma, a busca por novos investimentos, levando ao Estado ou à administradora a permanecer em uma zona de conforto. 2.4 CONTRIBUIÇÕES DO MODELO ZONA FRANCA DE MANAUS PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO DA CIDADE DE MANAUS Pretende‐se aqui demonstrar algumas das contribuições do modelo para o crescimento econômico da cidade de Manaus por meio dos setores que formam seu tripé de sustentação, sendo o setor industrial, com o Polo Industrial de Manaus ‐ PIM, o setor comercial, e o setor agropecuário, o qual encontra‐se afastado da cidade, porém não deixa de dar contribuições ao seu crescimento econômico. No entanto, vale REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 31 ressaltar que o presente estudo realizou‐se sob dados secundários, sabendo‐se que as contribuições podem ser bem maiores do que as que aqui serão explanadas. A geração de empregos pelas empresas do setor comercial incentivadas, sejam eles diretos ou indiretos, tem se configurado em grande contribuição do modelo para a cidade, visto que a renda advinda dos empregos gerados movimenta grande parte da economia da cidade. A produção advinda do modelo, atende o mercado regional, nacional e internacional, contribui também para o aperfeiçoamento tecnológico do país. A figura 2 apresenta a evolução do faturamento do Polo Industrial de Manaus no período de 2002 a 2012. Figura 2: Evolução do faturamento do PIM Fonte: SUFRAMA (2011) A partir destas informações, é possível constatar que o faturamento do PIM durante o período, se demonstrou crescente, exceto pela queda no ano de 2009, período em que a economia mundial encontrava‐se ainda atingida pelos efeitos da crise de 2008. Como importante impulsionador da movimentação econômica, o setor comercial, parte integrante do tripé de atividade objetivado no âmbito da criação do modelo, desde sua fase inicial vem contribuindo para a geração de renda local, principalmente pela instalação das importadoras, que influenciavam o turismo interno, nos dias atuais este, “continua em franca expansão, comercializando bens importados e nacionais, com elevado nível de emprego” (SEPLANCTI, 2015). O Distrito Agropecuário localizado à 30km da capital, também tem contribuído fortemente para a economia da cidade, pois ali são desenvolvidos “projetos de agropecuária, colonização, turismo ecológico, mineral e áreas institucionais de preservação ambiental e pesquisa” (SUFRAMA 2011). Sua relevância reflete diretamente na conservação ambiental da região, pois se configura em uma alternativa para aqueles que dependiam principalmente da extração madeireira, ou até mesmo abertura de áreas verdes para cultivos de subsistência. Para se ter uma ideia da 32 dimensão da importância deste modelo para o desenvolvimento econômico da cidade de Manaus, Ferreira (2015. p. 5), afirma que “o funcionamento da Zona Franca estimulou, já em 1967, a abertura de 898 firmas comerciais e industriais na Cidade de Manaus, 116 de grande porte, resultando em considerável incremento na oferta de emprego”. Ou seja, desde sua criação, o modelo tem demonstrado grande contribuição ao desenvolvimento da cidade. Diante do exposto acima, pode‐se perceber que compromisso do governo federal em desenvolver a Amazônia Ocidental, firmado pelo de Decreto‐Lei 288/67, tem se consolidado por meio das ações desenvolvidas pela SUFRAMA e que o modelo ZFM tem sido um instrumento de grande importância para a formaçãoeconômica e social da cidade de Manaus, sendo considerado o mais bem‐sucedido modelo de desenvolvimento regional brasileiro. O quadro 2, apresentado abaixo, demonstra arrecadação do estado por meio da ZFM, o montante disponibilizado para o restante o país e o que volta para a região, ao verificar a diferença deste montante, percebe‐se que a quantia transferida para a região é pequena diante do que permanece nos cofres federais para aplicação no restante do país, no entanto vale salientar que este é uma ferramenta do governo federal. Quadro 2: Arrecadação x Transferência ANO AMAZONAS Disponibilizados para todo o País Arrec. Trans. % 2003 2.883.491.705 824.988.519 28,60% 2.058.503.186 2004 4.340.150.439 943.841.890 21,70% 3.396.308.549 2005 4.141.966.827 1.122.259.015 27,10% 3.019.707.812 2006 4.899.466.496 1.245.487.691 25,40% 3.653.978.805 2007 5.633.288.895 1.435.283.069 25,50% 4.198.005.826 2008 7.156.453.867 1.756.740.341 24,50% 5.399.713.526 2009 6.283.046.181 1.716.429.643 27,30% 4.566.616.538 2010 7.448.084.151 1.987.966.243 26,70% 5.460.117.908 2011 8.599.259.853 2.322.834.483 27,00% 6.276.425.370 2012 8.958.752.913 2.535.588.853 28,30% 6.423.164.060 TOTAL 60.343.961.327 15.891.419.747 26,47% 44.452.541.580 Fonte: Receita Federal do Brasil (2012) Adaptado pelo autor REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 33 Ao realizar a leitura do quadro 2, nota‐se que a ZFM arrecadou durante o período de 2003 a 2012 R$ 60.343 bilhões, dos quais, apenas R$ 15.891 bilhões foram remetidos ao estado, sendo então entregue aos cofres da União para serem aplicados nos demais estados da federação, R$ 44.452. Neste sentido, percebe‐se que o modelo, não só tem sido o grande propulsor do desenvolvimento econômico da capital onde está localizado, do estado e da Amazônia Ocidental, como também contribui com o restante do país, configurando‐se assim, em vantagem da manutenção dos incentivos fiscais concedidos ao modelo. 2.4.1. Empregabilidade e outras contribuições De acordo com Souza (1997, p. 96) o crescimento da massa salarial aumentaria a dimensão do mercado, além de facilitar o aumento da divisão do trabalho, reiniciando assim o processo cumulativo de crescimento. O Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, define massa salarial como "o resultado entre a remuneração média dos empregados e o número de empregos". De acordo com Araújo e Dantas (2004, p. 292): A Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA atua como agência promotora de investimentos, tendo a responsabilidade de identificar alternativas econômicas e atrair empreendimentos para o Amazonas, com o objetivo de gerar emprego e renda a população. Os resultados positivos alcançados com a Zona Franca de Manaus, permitem que a Suframa cumpra plenamente sua função de agência do desenvolvimento regional, que também prioriza e estimula os investimentos em capacitação científica, tecnológica e de inovação, condições necessárias para impulsionar o uso sustentável das potencialidades amazônicas. Os empregos gerados por meio do PIM são responsáveis por grande parte da movimentação econômica do setor comercial da Manaus. A tabela 1 a seguir apresenta a evolução da mão-de-obra empregada no PIM correspondente ao período de 2003 a 2012, demonstrando a contribuição do modelo, no que refere a geração de emprego na capital amazonense. 34 Tabela 1: Mão-de-obra empregada no PIM (2003-2012) Média mensal de mão‐de‐obra ocupada no PIM (*) 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 64.971 9.381 89.869 98.666 98.720 106.914 92.700 92.862 110.683 111.819 (*) Exceto mão‐de‐obra terceirizada e temporária. FONTE: COISE/CGPRO/SAP. (2012) Adaptado pelo autor A tabela 1, apresenta a mão‐de‐obra empregada no Polo Industrial de Manaus no período de 2003 a 2012, observa‐se conforme os dados, uma elevação constante do número de empregos gerados entre 2003 e 2008, ocorrendo queda em 2009, mantendo número similar em 2010, vale ressaltar que, durante este período a economia mundial encontrava‐se em crise, nota‐se que em 2011 e 2012 o número volta a ser crescente. Notando que os números apresentados não incluem os empregos indiretos, nem a mão‐de‐obra terceirizada. Bispo (2003, p. 75) observa que: Dentre as inúmeras vantagens para a economia nacional, resultantes desse beneficiamento, processamento e transformação do produto em território nacional, destaca‐se a incorporação da mão‐de‐obra e materiais nacionais, em forma não elaborada, proporcionando a geração de emprego e de renda. De acordo com dados da Nota Técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos ‐ DIEESE o número de empregos formais no Amazonas em 2013 era de 616.377, sendo o estado que mais possui empregos informais dentre os estados de abrangência do modelo Zona Franca de Manaus. (Nota Técnica 2014, p. 5). A autarquia contribui ainda com as obras de infraestrutura e revitalização, por meio de financiamento de obras, como por exemplo a de revitalização do mercado municipal Adolfo Lisboa; promoção do turismo regional, desde o início de sua atuação até os dias de hoje; promoção da marca da Amazônia, por meio da participação e realização de feiras internacionais. (SUFRAMA, 2015). Os estados que compõem o modelo ZFM, principalmente o Amazonas vem aumentando suas participações no PIB do país, segundo IBGE (2015), "o PIB corresponde ao total dos bens e serviços gerados na região". A tabela 2 a seguir apresenta o PIB gerado por estes estados no período de 2003 a 2012. REVISTA CIENTÍFICA AMAZÔNIA, VIDA E CONHECIMENTO 35 Tabela 2: PIB dos Estados que compõem o modelo ZFM (1 000 000 R$) Estado Rondônia Acre Amazonas Roraima Amapá Brasil 2003 9.751 3.305 24.977 2.737 3.434 1.699.948 2004 11.260 3.940 30.314 2.811 3.846 1.941.498 2005 12.884 4.483 33.352 3.179 4.361 2.147.239 2006 13.107 4.835 39.157 3.660 5.360 2.369.484 2007 15.003 5.761 42.023 4.169 6.022 2.661.345 2008 17.888 6.730 46.823 4.889 6.765 3.032.203 2009 20.236 7.356 49.614 5.593 7.404 3.239.404 2010 23.561 8.477 59.779 6.341 8.266 3.770.085 2011 27.839 8.794 64.555 6.951 8.968 4.143.013 2012 29.352 9.629 64.120 7.314 10.420 4.392.094 Fonte: IBGE, em parceria com os órgãos de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus. (2012) Em observação ao exposto IBGE, nota‐se que o Estado do Amazonas é dentre os que fazem parte do modelo ZFM, o que tem maior participação no PIB Nacional, não há dúvida de que o fato se deva à contemplação do PIM na capital Manaus. A seguir apresenta‐se outras possíveis contribuições por meio de dados comparativos expostos pela SUFRAMA de antes da implantação do modelo até o ano de 2012. Quadro 3: Indicadores Municipais Comparativos INDICADORES MUNICIPAIS ANTES DA ZFM 45 ANOS DE ZFM UNIVERSIDADES E FACULDADES 1 13 CURSOS DE MESTRADO E DOUTORADO 0 20 CENTROS DE PESQUISA 2 8 POPULAÇÃO 254.000 1.738.641 ESCOLAS ESTADUAIS 6 335 INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 8 464 PIB AMAZONAS/ PIB BRASIL 0,6 1,58 PIB PER CAPITA AMAZONAS - 11.829 INDÚSTRIAS DE TRANSFORMAÇÃO 173 600 BAIRROS 31 119 FROTA DE VEÍCULOS 828 400.254 SHOPPING CENTERS 0 5 Fonte : COGEC/SUFRAMA (2015) 36 As informações apresentadas no quadro 3, mostram um panorama da cidade de Manaus, antes da implantação do modelo e após 45 anos de funcionamento, portanto, diante de sua magnitude, pode‐se atrelar a este, grande contribuição para o crescimento da cidade de Manaus. O modelo
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