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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI - UFJVM Bacharelado em Ciência e Tecnologia – BCT-TO Teoria do Germe Andrine Paula Luiz Ramos Daiane Rocha Dias Teófilo Otoni - MG 2017 Teoria do Germe Andrine Paula Luiz Ramos Daiane Rocha Dias Relatório de pesquisa Questões de História e Filosofia da Ciência apresentado do curso Bacharel em Ciência e Tecnologia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Prof. Dr. Antônio de Pádua Magalhães Teófilo Otoni - MG 2017 A comprovação de que os microrganismos podiam causar doenças deu um grande impulso no desenvolvimento da microbiologia como ciência. Já no século XVI acreditava-se que “algo” que induzisse doenças podia ser transmitido de um individuo doente para um individuo sadio. Muitas doenças, denominadas contagiosas, pareciam ser transmitidas nas populações; o agente desconhecido contagion. Após o descobrimento dos microrganismos, passou-se a acreditar que estes fossem os agentes responsáveis pelas doenças contagiosas, embora não houvesse qualquer tipo de prova formal dessa suspeita. As descobertas de Ignaz Semmelweiss e Joseph Lister em relação a medidas de sanitização fornecem evidências indiretas da importância dos microrganismos como causadores de doenças humanas. Entretanto, somente após os trabalhos de Robert Koch (1843- 1910) um médico pratico, a teoria das doenças causadas por germes tornou-se claramente conceituada a partir de evidencias experimentais. A teoria do germe foi um conceito difícil para muitas pessoas aceitarem naquela época, porque durante séculos acreditava-se que a doença era uma punição para crimes ou pecados individuais. Quando os habitantes de uma vila inteira ficavam doentes, as pessoas frequentemente colocavam a culpa da doença em demônios que apareciam como odores fétidos dos detritos ou nos vapores venenosos dos pântanos. Muitas pessoas nascidas na época na época de Pasteur achavam inconcebível que os micróbios “invisíveis” poderiam viajar pelo ar e infectar plantas e animais ou permanecem nas roupas e camas para serem transmitidos de uma pessoa para as outras. Gradualmente, porém, os cientistas acumularam as informações necessárias para suportar a nova teoria do germe. Em 1865, Pasteur foi chamado para ajudar na batalha contra uma doença do bicho-da-seda, que estava arruinando a indústria da seda por toda Europa. Anos antes, em 1835, Agostino Bassi, um microscopista amador, havia provado que outra doença do bicho-da-seda era causada pelo um fungo. Utilizando os dados fornecidos por Bassi, Pasteur conclui que a nova infecção era causada por um protozoário. Ele desenvolveu um método para identificar as larvas do bicho-da-seda que estavam contaminadas. Em 1860, Joseph Lister, um cirurgião inglês, aplicou a teoria do germe para procedimentos médicos. Lister sabia que, na década de 1840, o médico húngaro Ignaz Semmelweis havia mostrado que médicos, que naquela época não desinfetavam as mãos, costumeiramente transmitiam infecções (febre as crianças recém-nascidas) de uma paciente para a outra. Lister sabia que o fenol matava bactérias. Dessa forma, ele começou a tratar ferimentos cirúrgicos com uma solução de fenol. Essa pratica reduziu de tal forma a incidência de infecções e mortes que os outros cirurgiões adotaram-na rapidamente. A técnica de Lister foi um dos primeiros procedimentos médicos para o controle das infecções causadas por microrganismos. De fato, seus estudos provaram que os microrganismos são causas das infecções cirúrgicas. A primeira prova de que as bactérias realmente causam doenças veio de Robert Koch em 1876. Koch, um médico alemão, era o jovem rival de Pasteur na disputa para descobrir o antraz. Em seu trabalho inicial, Koch estudou o antraz (carbúnculo) uma doença de gado que ocasionalmente acomete seres humanos. O antraz, causado por uma bactéria formadora de esporo, denominada Bacillus anthracis, deixa o sangue do animal infectado repleto de células desta grande bactéria. A partir de analises microscopias cuidadosas Koch verificou que certas bactérias sempre se encontravam no sangue dos animais que estavam morrendo da doença. Entretanto, a mera associação da bactéria com a doença não era suficiente para provar que esta era realmente a causa da doença, pois, contrariamente, poderia ser o resultado da doença. Koch demonstrou, em seguida, que coletando de uma pequena quantidade de sangue de um camundongo doente, utilizado como animal experimental, e injetando-o em outro este ficaria doente e morria. Koch coletou o sangue do segundo animal e, após injeta-lo em outro camundongo novamente verificou os sintomas característicos da doença. A partir da realização de varias repetições desse mesmo experimento, Koch demonstrou, a partir de analises microscopias, que o sangue de todos os animais doentes continham grandes quantidades da bactéria formadora de esporos. Koch realizou outros experimentos adicionais. Observou que as bactérias podiam também ser cultivadas em fluidos nutrientes, fora do corpo dos animais. Após varias dessas bactérias em meios de cultura, estas ainda eram capazes de causar doenças quando reinoculadas em animais. As bactérias oriundas de animais doentes e dos meios de cultura provocavam os mesmos sintomas quando injetadas em animais sadios. Com base nesses e em outros experimentos, Koch formulou os seguintes critérios, atualmente denominados postulados de Koch, para provar que um tipo especifico de microrganismo causa um tipo especifico de doença. Postulados de Koch: 1. O organismo deve estar constantemente presente em animais que apresentam a doença e ausentes nos animais sadios. 2. O organismo deve ser cultivado em cultura pura, fora do corpo do animal. 3. Tal cultura, quando inoculada em animais suscetíveis, deve ser capaz de provocar os sintomas característicos da doença. 4. O organismo deve ser isolado a partir de animais experimentais e novamente cultivado em laboratório, apresentando características iguais as do organismo originalmente isolado. Estes postulados não forneciam apenas uma maneira de demonstrar que organismos específicos causavam doenças especificas, atuando também como catalisadores para o desenvolvimento da microbiologia como ciência, pela grande importância dada as culturas laboratoriais. Empregando os postulados de Koch como guia, outros pesquisadores descobriram a causa de muitas importantes doenças do homem e de outros animais. Tais descobertas levaram ao desenvolvimento de tratamentos eficazes para a prevenção a cura de varias doenças infecciosas e, em consequência, trouxeram grande progresso ás bases cientificas de medicina clínica. Referencias: Microbiologia de Broch/ Michael T. Madigan, John M. Martinko, Jack Parker; -- São Paulo: Prentice Hall, 2004. Microbiologia/ Gerard J. Tortora, Berdell R. Funke, Christine L. Case; -8. Ed.- Porto Alegre: Artmed, 2005.
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