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Resumo - específico pedagogia

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Piaget 
De acordo com Piaget, no início, para se conhecer um objeto, é preciso manipulá-lo, senti-lo, tê-lo presente. Por exemplo, 
não é possível para a criança pequena entender quanto é duas laranjas mais três, se não puder tocar e mexer nas laranjas de 
verdade. Mais tarde, ela não precisará mais lidar materialmente com os objetos para concluir relações entre eles, mas 
conseguirá mentalmente resolver problemas que envolvem essas relações: a soma, a comparação entre as laranjas etc. Piaget 
estudou como o homem chega a não precisar dos objetos concretos para extrair deles relações: como faz isso mentalmente, 
pensando sobre os objetos. 
Piaget propõe que o conhecimento se produz na interação dos sujeitos humanos com os objetos. 
Epistemologia genética  teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança. Genética - origem 
Episteme – científico; Logia – estudo; Epistemologia Genética: origem do conhecimento científico no homem 
O pensamento infantil passa por quatro estágios: 
Sensório-motor  0 aos 2 anos  as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem 
ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e 
dos objetos a sua volta. 
Pré-operacional  2 aos 7 anos  surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por 
meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa. 
Operações concretas  7 aos 11/12 anos  aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos 
mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de 
tempo e número. 
Operações formais  entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento 
lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos 
e raciocinar sobre hipóteses. 
Assimilação  incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais preexistentes. 
Acomodação  modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. 
Adaptação  conjugação da assimilação e da acomodação. 
Equilibração  busca constante de equilíbrio (resolução de problema, diferença ou conflito) entre o meio e o sujeito. 
Vygotsky 
A linguagem de uma criança não é uma criação solta, espontânea, mas produz-se na relação estreita com o contexto social 
que ela faz parte. Ou seja, as formas de organizar-se no mundo relacionam-se com o grupo social ao qual pertence. As 
primeiras palavras e significados chegam à criança através dos adultos de seu meio social. 
Os estudos sobre desenvolvimento intelectual, Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse 
processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou 
sociointeracionismo. 
Surge da ênfase no social uma oposição teórica em relação ao biólogo suíço Jean Piaget. 
O homem como um ser que se forma em contato com a sociedade. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem". 
Ele rejeitava tanto as teorias inatistas, segundo as quais o ser humano já carrega ao nascer as características que desenvolverá 
ao longo da vida, quanto as empiristas e comportamentais, que veem o ser humano como um produto dos estímulos externos. 
Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor - ou seja, o homem modifica 
o ambiente e o ambiente modifica o homem. 
Todo aprendizado é necessariamente mediado - e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante do 
que o previsto por Piaget e outros pensadores da educação, para quem cabe à escola facilitar um processo que só pode ser 
conduzido pelo própria aluno. Segundo Vygotsky, ao contrário, o primeiro contato da criança com novas atividades, 
habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança "se apropria" 
dele, tornando-o voluntário e independente. 
Nível de desenvolvimento real é aquele em que a criança é capaz de solucionar problemas sozinha, sem a ajuda de terceiros. 
Nível de desenvolvimento potencial é aquele em que as crianças dependem da colaboração e do auxílio de outras pessoas 
para encontrar as soluções. 
A identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo, reconhecendo as condições de sua 
produção e compreendendo as suas principais manifestações, bem como as tendências atuais de transformação. 
A conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável pelos alunos das camadas populares no 
espaço e no tempo escolar. 
O provimento dos meios necessários para a transformação a partir desse saber objetivo. É a socialização do saber elaborado 
às camadas populares de forma crítica e histórica. O saber veiculado na escola, deve ser um instrumento de compreensão 
da realidade social e atuação crítica e democrática para a transformação da realidade. 
Nível de desenvolvimento real – o que o sujeito realiza sozinho, sem ajuda. 
Nível de desenvolvimento potencial – o que o sujeito é capaz de realizar com auxílio de alguém mais experiente. 
Zona de desenvolvimento proximal – distância entre nível real e proximal (o que hoje o sujeito realiza com ajuda e logo 
realizará sozinho). 
Internalização – as formas de comportamento interpessoais (entre as pessoas) se tornam intrapessoais (de cada uma), 
abrindo espaço para a criação singular a partir dos referenciais coletivos. 
Mediação simbólica – é na relação com o outro que a criança (o sujeito humano) internaliza as formas culturais de sua 
sociedade (linguagem, símbolos, gestos etc.). 
Aprendizagem – conquista social que impulsiona o desenvolvimento. 
Wallon 
A partir das ideias elaboradas por Wallon, podemos entender que, na base orgânica do corpo humano, o Sistema Nervoso, 
as conexões cerebrais modificam-se à medida que o ser humano relaciona-se socialmente. Por exemplo, as regiões do 
cérebro do bebê se ampliam e mudam suas funções de acordo com as interações sociais nas quais o bebê está envolvido 
(conversa da mãe com ele, colo dos adultos, poder ver e escutar outras pessoas etc.). 
Por isso, Wallon afirmava que o ser humano é organicamente social. Cada sujeito humano se torna o que é, constitui sua 
identidade e seu conhecimento, nos relacionamentos sociais. Somos sujeito a partir do outro, pela mediação do outro, ou 
seja, a partir da linguagem, que se coloca entre nós e o mundo, para organizar a nossa relação com ele. Nesse ponto, as 
ideias de Wallon se aproximam muito das ideias de Vygotsky. 
Wallon propôs três centros que se entrelaçam diferentemente ao longo do desenvolvimento da criança: a afetividade, a 
motricidade e a cognição. 
Num período inicial do desenvolvimento no recém-nascido, predomina a afetividade (a inteligência ou cognição não se 
separa da afetividade). É o período denominado por ele como impulsivo-emocional (até 2 anos). 
Conforme os movimentos se expandem e desenvolve-se o pegar, o andar e o deslocar-se no espaço, também aparecem os 
movimentos simbólicos. Trata-se do que Wallon denomina primeiros ideomovimentos, característicos do período sensório-
motor projetivo (entre 2 e 4 anos). 
Conceitos importantes no trabalho de Wallon 
- O ser humano é organicamente social. 
Período impulsivo emocional – quando o bebê se diferencia do mundo que o cerca através do “diálogo tônico” 
(comunicação que se dá pelos gestos, toques, contato corporal). Predomina a afetividade. 
Período projetivo – quando ocorre a interiorização do ato motor, ou seja, a intensidade dos movimentos do bebê 
transforma-se em atividade mental. 
Período personalista – percepção de si na relação com o outro (caracteriza-se por intensa negação). 
Maturana e Varela. 
Maturana e Varela afirmam quenão há sujeito ou objeto separadamente para depois interagirem, não há a criança de um 
lado e a sua realidade (objetos que a circundam ou outras pessoas etc.) de outro. É da relação, ou seja, do acoplamento do 
sujeito com o meio, que surge o mundo e a própria criança. O princípio é a relação. Assim, sujeito e meio são efeitos de 
uma rede processual, constituindo-se reciprocamente. 
O meio é constituído pelo organismo como ambiente de vida e o organismo é constituído pela história de seus acoplamentos 
com meios específicos. 
Assim, não conhecemos um mundo pré-existente, que existe independente de nossas ações nele. Não há separação entre 
nosso conhecimento do mundo e o que fazemos nele. Essa circularidade entre ação e experiência permite a afirmação de 
que todo ato de conhecer faz surgir um mundo. Quando nos debruçamos sobre a realidade para conhecê-la, também 
produzimos essa realidade. 
Na relação entre sujeito e ambiente, ambos estão em constante mudança. A capacidade do organismo produzir a si mesmo 
sem destruir sua unidade é denominada pelos autores autopoiesis. 
Assim, a cognição, ou a produção de conhecimento, acontece no domínio das interações de todo o sistema autopoiético 
(onde a produção de sujeito e de mundo acontece simultaneamente). 
Portanto, o conhecimento não é algo que acontece na mente, mas em todo o corpo. 
Maturana e Varela chamam enação a cognição corporificada, isto é, o fruto da ação do sujeito no mundo, possibilitada pelo 
corpo. A ação é guiada por processos sensoriais. 
A partir dessas ideias de Maturana e Varela, podemos dizer que a aprendizagem envolve a coordenação de corpo e mente, 
e não somente a representação mental do mundo. 
Letramento. 
É para essa nova dimensão da entrada no mundo da escrita que se cunhou uma nova palavra, letramento. O conceito designa, 
então, o conjunto de conhecimentos, atitudes e capacidades envolvidos no uso da língua em práticas sociais e necessários 
para uma participação ativa e competente na cultura escrita. Assim, para corresponder adequadamente às características e 
demandas da sociedade atual, é necessário que as pessoas sejam alfabetizadas e letradas; no entanto, há alfabetizados não 
letrados e também é possível haver analfabetos com um certo nível de letramento. 
Atualmente a definição mais difundida é a apresentada por Magda Soares: "Letramento é o resultado da ação de ensinar ou 
de aprender a ler e escrever, o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-
se apropriado da escrita." Desse modo, letramento seria resultado ou consequência do processo de alfabetização. Enquanto 
se utiliza o termo analfabeto em oposição a alfabetizado, não é possível, de maneira análoga, aplicar a mesma relação entre 
letrado e iletrado. Mesmo o indivíduo que não sabe ler nem escrever de alguma maneira faz uso da escrita quando se 
relaciona com outros atores sociais, seja pedindo que outro leia para ele uma carta ou bula de remédio, seja tentando chegar 
a algum bairro da cidade, o qual ele ainda não conheça, ou mesmo relatando um fato ou acontecimento a alguém. 
[...] um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que saber ler e 
escrever, já o indivíduo letrado, indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas 
aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais 
de leitura e de escrita. (SOARES 1998, P.39,40) 
Letramento Digital 
Buckingham (2010) ilustra bem esse último aspecto ao discutir algumas das especificidades da cultura digital. Ele alerta 
para o fato de que nem tudo que está veiculado no computador pode realmente ser chamado de digital. Por exemplo, um 
livro que foi transformado em arquivo PDF simplesmente é um livro digitalizado, não é digital. A prática de leitura não 
mudou necessariamente. A superfície mudou: ao invés de papel, tem-se agora uma tela; contudo, pode-se dizer que a 
experiência de leitura é a mesma. Esses debates conduzem, pois, ao que defendemos como letramento digital: um novo 
letramento que se utiliza de uma nova tecnologia, um caso paradigmático dos novos letramentos. Buzato (2006b, p. 16) 
entende que letramentos digitais (LDs) são redes de letramentos (práticas sociais) que se apoiam, entrelaçam, e apropriam 
mútua e continuamente por meio de dispositivos digitais (computadores, celulares, aparelhos de TV digital, entre outros) 
para finalidades específicas, tanto em contextos socioculturais limitados fisicamente, quanto naqueles denominados online, 
construídos pela interação social mediada eletronicamente. 
Para Buckingham (2010) o letramento digital não é somente uma questão funcional de manusear o computador e fazer 
pesquisas; é necessário saber localizar e selecionar os materiais por meio de navegadores, hyperlinks e mecanismos de 
procura, entre outros. O autor afirma ainda que não basta ter somente habilidades necessárias para se recuperar informações 
na mídia digital, é preciso ser capaz “de avaliar e usar a informação de forma crítica se quiserem transformá-la em 
conhecimento” (BUCKINGHAM, 2010, p. 49). Isso significa fazer perguntas sobre as fontes da informação, os interesses 
dos produtores e qual sua relação com as questões sociais, políticas e econômicas. Entendemos que o desenvolvimento das 
novas tecnologias é fruto de demandas sociais, mas que, para utilizá-las, faz-se necessário dominar novas habilidades, como 
destaca Buckingham (2010). Nesse sentido, concordamos que os letramentos digitais tanto são afetados pelas culturas 
quanto afetam as culturas nas quais são introduzidos, de modo que seus efeitos sociais e cognitivos variarão em função dos 
contextos socioculturais e finalidades envolvidas na sua apropriação (BUZATO, 2006a, p. 7). 
Multiletramentos 
Entrevista com Roxane Rojo 
Multiletramentos, multilinguagens, novas aprendizagens. 
GRIM: O que é o multiletramento? 
Rojo: Há uma preocupação de que a juventude que está na escola pública está muito ligada nas mídias em geral, seja ela 
de massa ou sejam as digitais e a escola se mantém ignorando essas mídias desde os impressos do séc. 19. Então esse 
movimento que começou com um manifesto lá em 1996, nos Estados Unidos, de pesquisadores e professores americanos 
por uma Pedagogia dos Multiletramentos é justamente pensar que para essa juventude, inclusive para o trabalho, para a 
cidadania em geral, não é mais o impresso padrão que vai funcionar unicamente. Essas mídias, portanto, têm que ser 
incorporadas efetivamente, todas elas, tvs, rádios, essas mídias de massas, mas sobretudo as digitais incorporadas na prática 
escolar diária. Então, eles vão propor uma pedagogia para a formação, isso lá em 1996, portanto, já há muitos anos atrás. A 
ideia é que a sociedade hoje funciona a partir de uma diversidade de linguagens e de mídias e de uma diversidade de culturas 
e que essas coisas têm que ser tematizadas na escola, daí multiletramentos, multilinguagens, multiculturas. 
Os multiletramentos, conceito cunhado pelo Grupo de Nova Londres (GNL ou NLG) em seu manifesto de 1996, é uma 
perspectiva de letramento que considera a multiplicidade de linguagens (visual, verbal, sonora, espacial…) e a de culturas. 
http://www2.iel.unicamp.br/tecle/encyclopedia/o-grupo-de-nova-londres/
Em 1996, os autores fazem referência aos modos linguístico, sonoro, visual, gestual e espacial, considerando-os em relação 
aos designs. Em 2009, Cope e Kalantzis vão listar o escrito, oral, visual, sonoro, tátil, gestual, emocional e espacial, em 
termos de representações, sendo a sinestesia tangencialmente inserida no âmbito das multimodalidades. Já em 2012, os 
mesmos autores consideram a mesma relação (sem mencionar o emocional) em termos de significados (meanings), sendo 
sinestesia diretamente inserida no âmbito das multimodalidades. 
No mundo contemporâneo,os cidadãos circulam por diferentes espaços entre esferas públicas e privadas, profissionais e 
pessoais. Essa circulação demanda variadas maneiras de interagir, o que impõe uma flexibilidade cultural e de linguagem. 
Os multiletramentos seriam letramentos para essa sociedade contemporânea, preparando os alunos para transitarem por 
entre os diversos espaços e situações do mundo globalizado. O multiculturalismo reconhece que a interação social varia 
culturalmente. As realidades locais e suas interferências por conta da globalização e fluxos de informação se traduzem em 
uma multiplicidade de espaços sociais, nos quais diferentes identidades e realidades circulam. 
Os autores argumentam que essa multiplicidade de culturas afeta três principais domínios: a vida profissional, a vida pública 
e a vida privada. A primeira se refere às relações trabalhistas e transformações do dito capitalismo acelerado. O segundo 
faz menção às formas de atuação e participação sociopolíticas e as identidades públicas que construímos e compartilhamos. 
O terceiro se trata de nossas relações interindividuais e como compreendemos a nós mesmos tendo em vista a diversidade 
de subculturas. Nesse sentido, os multilteramentos seriam mais adequados para o mundo contemporâneo ao reconhecerem 
essa variedade de sentidos e identidades, atravessada por diferenças e fragmentações sociais, interacionais e identitárias. 
Um conceito central para a compreensão dos multiletramentos e para a Pedagogia dos Multiletramentos é o conceito 
de design que constituem formas de construção de sentidos. 
Ao mesmo tempo que caracterizam os multiletramentos e sustentam que devam ser considerados pela escola, o GNL elabora 
uma proposta pedagógica assentada em princípios e movimentos pedagógicos, a Pedagogia dos Multiletramentos. 
História da educação brasileira. 
1930  Criado o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública. Além da educação, o ministério desenvolvia 
atividades pertinentes à saúde, ao esporte e ao meio ambiente. 
1931  Criado o Conselho Nacional de Educação (CNE). O atual CNE, órgão colegiado integrante do MEC tem a 
finalidade de colaborar na formulação da Política Nacional de Educação e exercer atribuições normativas, deliberativas e 
de assessoramento ao Ministério da Educação. 
1932  Lançado O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que propõe um sistema escolar público, gratuito, 
obrigatório e leigo para todos os brasileiros até os 18 anos. 
1934  É definido constitucionalmente que a educação é direito de todos os brasileiros e estrangeiros domiciliados no país, 
devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos. 
1937  Publicada a Lei nº 378, de 13 de janeiro de 1937, que estabelece uma ampla reforma e estruturação do sistema 
educacional brasileiro, a começar pelo próprio nome do então Ministério da Educação e Saúde Pública - Ministério da 
Educação e Saúde. Criados  Universidade do Brasil, novas escolas (liceus) - fomentar o ensino profissional, Inep, 
Instituto Nacional de Cinema Educativo, Museu Nacional de Belas Artes e o Serviço de Radiodifusão Educativa, Serviço 
Nacional de Teatro, Instituto Nacional do Livro. 
1942  Organização do ensino industrial e do ensino secundário - instituiu no Brasil o sistema educacional de três graus. 
Primeiro grau  ensino primário de quatro ou cinco anos. Segundo grau  ensino médio. 
1945  Inaugurado no Rio de Janeiro o edifício-sede do Ministério da Educação e da Saúde. 
1946  A organização do sistema educacional iniciada em 1942 é assegurada com a publicação das leis orgânicas do ensino 
primário e do ensino normal. 
http://www2.iel.unicamp.br/tecle/multiliteracies-literacy-learning-and-the-design-of-social-futures/
http://www2.iel.unicamp.br/tecle/encyclopedia/designs/
http://www2.iel.unicamp.br/tecle/sinestesia/
https://www2.iel.unicamp.br/tecle/encyclopedia/pedagogia-dos-multiletramentos/
http://www2.iel.unicamp.br/tecle/encyclopedia/designs/
http://www2.iel.unicamp.br/tecle/encyclopedia/pedagogia-dos-multiletramentos/
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1930-1939/lei-378-13-janeiro-1937-398059-publicacaooriginal-1-pl.html
1947  Lançada a Campanha Nacional de Educação de Adultos, com participação de todos os Estados e do Distrito Federal 
que resultou na instalação de 10 mil classes de ensino supletivo para adulto. 
1948  Comissão composta por diferentes setores da educação cria e encaminha à Câmara dos Deputados, por 
determinação da Assembleia Nacional Constituinte de 1946, uma proposta de estatuto para o ensino, que serviu de 
referência para o Projeto de lei de Diretrizes e Bases da Educação promulgada 13 anos mais tarde. 
1951  Institui comissão para promover a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes. 
1953  Ministério da Educação e Saúde passa a denominar-se Ministério da Educação e Cultura (MEC). Neste mesmo ano 
é lançada a Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (Cades), com a finalidade de fomentar o ensino 
secundário no Brasil. 
1955  Criado o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) com o nome de Campanha da Merenda Escolar. A 
partir de 1995, o programa passa a ser descentralizado por meio do processo de municipalização. 
1959  Lançadas a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, a Campanha de Educação Rural e a Campanha 
Nacional de Erradicação do Analfabetismo. 
1960  Criada a Comissão Supervisora do Plano dos Institutos (Cosupi), destinada à implantação e desenvolvimento de 
um programa de educação tecnológica. 
1961  Sancionada em 20 de dezembro de 1961 a Lei nº 4.024, que fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A 
aprovação da primeira LDB, como ficou conhecida, assegurou o direito à educação com recursos do Estado e determinou 
autonomia didática, administrativa e disciplinar às universidades autárquicas ou fundações. Com a primeira LDB houve a 
diminuição da centralização do MEC e os órgãos estaduais e municipais ganharam autonomia. 
1962  Aprovado pelo Conselho Federal de Educação o primeiro Plano Nacional de Educação (PNE), um conjunto de 
metas quantitativas e qualitativas para serem cumpridas no prazo de oito ano. Não resultou de um projeto de lei, mas de 
uma iniciativa do MEC já na vigência da LDB de 1961. 
1964  Criado o Programa Nacional de Alfabetização (PNA), baseado no método Paulo Freire. Com o objetivo de 
promover uma alfabetização em massa, promoveu-se uma mobilização por todo o país que contou com a participação de 
agremiações estudantis e profissionais, associações esportivas, grupos organizados da sociedade civil, entidades religiosas, 
organizações governamentais civis e militares, associações patronais, empresas privadas, órgãos de difusão e o magistério. 
. Instituído a contribuição devida pelas empresas vinculadas à Previdência Social, que passou a ser conhecida como salário-
educação (Lei nº 4.440, de 27 de outubro de 1964). O valor da contribuição correspondia ao custo do ensino primário dos 
filhos dos empregados da empresa em idade de escolarização obrigatória e destinada a suplementar as despesas públicas 
com educação elementar. 
1965  Aprovado o Estatuto do Magistério Superior 
1967  . Criação do Centro Brasileiro de TV Educativa. Instituída a Fundação Nacional de Material Escolar (Fename). 
Criação da Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) 
1968  Criação do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação e Pesquisa (INDEP). Um ano depois criam o 
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao MEC. 
1969  Criado a Fundação Centro Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal para a Formação Profissional (Cenafor) com 
a finalidade de preparar e aperfeiçoar docentes, técnicos e especialistas em formação profissional. 
1971  Fixadas as Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus, a chamada Nova LDB (Lei n° 5.692, de 11 de agosto 
de 1971), que tinha por objetivo principalproporcionar aos estudantes a formação necessária ao desenvolvimento de suas 
potencialidades vocativas, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4024.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4440impressao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5692impressao.htm
1973  Criado o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp) para subsidiar a formulação da política nacional relativa 
à educação de estudantes especiais. Fica subordinado ao Cenesp o Instituto Benjamin Constant, criado pelo Decreto 
Imperial nº 1428 de 12 de setembro de 1854, com a finalidade de promover a educação pré-escolar e de primeiro grau para 
cegos. 
1975  Depois da Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa produzir, por quase 10 anos, programas educacionais 
veiculados por emissoras comerciais, o Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel) autoriza o funcionamento 
da TV Educativa, Canal 2, também chamada de TVE Brasil ou TVE RJ, a primeira emissora de televisão pública e de cunho 
educativo do Brasil. 
1983  Alterada da denominação da Fundação Nacional de Material Escolar (Fename) para Fundação de Assistência ao 
Estudante (FAE), ampliando as suas finalidades (Lei nº 7.091, de 18 de abril de 1983) com vistas a assegurar os instrumentos 
e condições de assistência educacional nos níveis de formação pré-escolar e de 1º e 2º graus. 
1985  Criado o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) que tem por objetivos a socialização e universalização do 
ensino por meio da seleção, aquisição e distribuição gratuita de livros didáticos para todos os alunos matriculados nas 
escolas das redes públicas do ensino fundamental de todo o pais 
1990  Criado o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com o objetivo de identificar fatores que 
incidem no processo de aprendizagem com vistas à melhoria da qualidade do ensino. 
1991  Tem início, em fase experimental, o programa Salto para o Futuro, como “Jornal da Educação, Edição do 
Professor”. Foi concebido e produzido pela Fundação Roquette Pinto para atender às diretrizes políticas do Governo Federal 
no fomento aos programas de educação a distância e também inspirar alternativas pedagógicas. Em 1996, o programa foi 
incorporado à grade da TV Escola. 
1993  . Criada a comissão especial para elaborar o Plano Decenal de Educação para Todos, no contexto pós-Conferência 
Mundial de Educação para Todos, realizada em 1990 em Jomtien, Tailândia. 
1995  Criada a TV Escola. Criado o Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (PMDE), 
passou a ser denominado Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Executado pelo FNDE, o PPDE tem o objetivo de 
prestar assistência financeira às escolas públicas do ensino fundamental das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal 
e às escolas de educação especial qualificadas como entidades filantrópicas ou por elas mantidas. 
1996  Promulgada a Lei de diretrizes e bases da Educação Nacional. Aprovada a Emenda Constitucional nº 14 que institui 
o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). 
1997  . Fusão FAE/FNDE. 
1998  Criado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 
1999  O Ministério da Educação e do Desporto passa a ser denominado Ministério da Educação. Aprovadas as Diretrizes 
Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena 
2001  Aprovado o Plano Nacional de Educação – PNE com duração de 10 anos. Instituído o Fundo de Financiamento ao 
Estudante de Ensino Superior (Fies) 
2003  Criado o Programa Brasil Alfabetizado. Ampliado o Programa Nacional de Livro Didático (PNLD) para atender, 
além do ensino fundamental, estudantes das escolas da educação especial, tanto as públicas quanto as privadas com fins 
filantrópicos. Torna-se obrigatório o ensino da temática História e Cultura Afro-Brasileira no currículo oficial das escolas 
públicas de educação básica (Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003). Ampliado o Programa Nacional de Alimentação Escolar 
(PNAE), que passa a atender crianças matriculadas nas creches públicas e filantrópicas, antes excluídas do benefício. 
2004  Criado o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) com o objetivo de assegurar o processo 
nacional de avaliação das instituições de educação superior – ENADE. Criado o Programa Universidade para Todos 
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1428-12-setembro-1854-508506-publicacaooriginal-1-pe.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1428-12-setembro-1854-508506-publicacaooriginal-1-pe.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1980-1987/lei-7091-18-abril-1983-356755-publicacaooriginal-1-pl.html
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001523.pdf
(ProUni). Instituído o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), com o objetivo de oferecer transporte 
escolar aos alunos da educação básica pública, residentes em área rural. Regulamentados artigos da LDB referentes à 
Educação Profissional, com vistas à integração entre o ensino médio e o ensino fundamental e o ensino fundamental técnico 
2005  Criado o Programa Escola de Fábrica com o objetivo de capacitar jovens de 16 a 24 anos para o ingresso no 
mercado de trabalho por meio de cursos de iniciação científica profissional. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) passa a 
ser inserida como disciplina curricular nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério. Torna 
obrigatória a oferta da língua espanhola por parte da escola e como facultativa a matrícula da disciplina por parte do aluno. 
Criada a plataforma Web do Sistema de Acompanhamento da Frequência Escolar do Programa Bolsa Família (Projeto 
Presença), com o objetivo de monitorar o acesso e a permanência dos alunos na escola e para otimizar o repasse de recursos 
públicos calculados com base no número de matrículas. 
2006  Instituído o ensino fundamental de 9 anos, com matrícula obrigatória aos seis anos de idade. Iniciado o Sistema 
Universidade Aberta do Brasil - com o objetivo de ampliar a formação de professores da educação básica. Criado o 
Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica, na Modalidade de Ensino de Jovens e 
Adultos (Proeja) 
2007  Regulamentado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação (Fundeb). Criado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Instituído o Programa 
Mais Educação, que visa fomentar a educação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio de apoio a atividades 
socioeducativas no contraturno escolar. Lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), política que reforça a 
visão sistêmica da educação, com ações integradas com o objetivo de melhorar a educação no Brasil, em todas as suas 
etapas, em um prazo de 15 anos, com prioridade para a educação básica. 
2008  . Instituído o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. 
2009  Instituído o Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI). 
2010  Criado Sistema de Seleção Unificada (Sisu). 
2011  Criado o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Instituído o Programa Ciência 
sem Fronteiras (CsF). 
2012  Lei de Cotas a reserva de 50% das vagas nos cursos de graduação nas instituições federais de educação superior. 
2014  Instituído o Programa Idiomas sem Fronteiras (IsF). Aprovado o Plano Nacional de Educação – PNE - com 
diretrizes, metas e estratégicas para a educação para o prazo de 10 anos. 
2015  Lançada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 
2016  Criado o Programa de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI). 
Instituído o MedioTec, uma ação do Programa Pronatec. 
2017  . Instituída a Política de Fomento à Implementaçãode Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Lançado o 
Programa Educação Conectada, com o objetivo de apoiar a universalização do acesso à internet de alta velocidade e 
fomentar o uso pedagógico de tecnologias digitais na educação básica. Homologada a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC). 
2018  Instituído o Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular (ProBNCC). Instituído o 
Programa Mais Alfabetização (PMALFA), que visa fortalecer e apoiar as unidades escolares no processo de alfabetização 
dos estudantes regularmente matriculados no 1º e 2º ano do ensino fundamental. Criação do Programa de Residência 
Pedagógica com o objetivo de aperfeiçoar a formação dos estudantes dos cursos de licenciatura, por meio de estágios 
supervisionados em escolas públicas de educação básica. 
2019  Ministério da Educação anuncia compromisso nacional pela educação básica em parceria com o Conselho Nacional 
de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O objetivo é 
impulsionar a educação infantil, o ensino fundamental, o ensino médio e a educação para jovens e adultos e tornar o Brasil 
referência na América Latina até 2030. Lançado Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras 
– Future-se. Instituída a Política Nacional de Alfabetização (PNA), que busca amparo em estudos científicos para avançar 
e melhorar o processo de alfabetização infantil (Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019. A nova forma de ensino enfatiza 
seis componentes: consciência fonêmica, instrução fônica sistemática, fluência em leitura oral, desenvolvimento 
vocabulário, compreensão de textos e produção escrita. Lançado Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, que 
prevê a implementação de 216 colégios até 2023. Lançado, em 8 de outubro, o Programa Novos Caminhos tem como meta 
aumentar em 80% o número de matrículas em cursos profissionais e tecnológicos focados nas demandas do mercado e nas 
profissões do futuro para gerar mais capacitação, emprego e renda. Criação da ID Estudantil (Medida Provisória nº 895, de 
6 de setembro de 2019). A carteirinha que dá direito à meia-entrada para estudantes em espetáculos artístico-culturais e 
esportivos. A emissão passa a ser feita por meio de aplicativo de celular, de graça. O download do app 'ID Estudantil' está 
disponível na Apple Store e Google Play, na loja virtual do Governo do Brasil. Lançamento do Programa Conta Pra Mim, 
que faz parte da Política Nacional de Alfabetização, visa estimular o desenvolvimento intelectual na primeira infância, por 
meio da leitura. 
2020  Lançado o programa Tempo de Aprender (Portaria Nº 280) visa o aperfeiçoamento, o apoio e a valorização a 
professores e gestores escolares do último ano da pré-escola e do 1º e 2º ano do ensino fundamental. Com base na Política 
Nacional de Alfabetização (PNA) 
A educação durante o Período Colonial (1500-1822) 
A história do Brasil é marcada preponderantemente pela dependência, exploração, violência, desrespeito às diferenças 
culturais e privilégio de alguns em detrimento da grande maioria da população. 
É com a chegada do elemento europeu a terras brasileiras que essa situação inicia-se, provocando um choque cultural que 
rebaixa o índio e, posteriormente, o negro e enaltece o branco, seu projeto de colonização e seu desejo desmedido de 
expandir-se territorial e economicamente. 
Nesse contexto, a Companhia de Jesus, que foi fundada para contrapor-se ao avanço da Reforma Protestante, foi trazida 
para o Brasil para desenvolver um trabalho educativo e missionário, com o objetivo de catequisar e instruir os índios e 
colaborar para que estes se tornem mais dóceis e, consequentemente, mais fáceis de serem aproveitados como mão de obra. 
“A organização escolar na Colônia está como não poderia deixar de ser, estreitamente vinculada à política colonizadora dos 
portugueses” (Ribeiro, 1986, p. 24). 
A obra educativa dos jesuítas estava integrada à política colonizadora; durante pouco mais de dois séculos foi a responsável 
quase exclusiva pela educação no período; além de ser um ensino totalmente acrítico e alheio à realidade da vida da colônia, 
foi aos poucos se transformando em uma educação de elite e, em consequência, num instrumento de ascensão social. 
O ensino não poderia interessar à grande massa pobre, pois não apresentava utilidade prática, visava uma economia fundada 
na agricultura e no trabalho escravo; o ensino jesuítico só poderia interessar àqueles que não precisavam trabalhar para 
sobreviver. 
A Companhia de Jesus, que tinha inicialmente em seus objetivos catequisar e instruir o índio, de acordo com o Ratio, foi 
aos poucos se configurando como forte instrumento de formação da elite colonial, ficando os indígenas e as classes mais 
pobres à mercê da instrução. 
Segundo Piletti (1991, p. 34), “os jesuítas responsabilizaram-se pela educação dos filhos dos senhores de engenhos, dos 
colonos, dos índios e dos escravos”. Ribeiro (1986, p. 29) elucida que “o plano legal (catequisar e instruir os índios) e o 
http://portal.mec.gov.br/component/content/index.php?option=com_content&view=article&id=77991:mec-firma-compromisso-para-tornar-brasil-referencia-na-america-latina-ate-2030&catid=211&Itemid=86
http://portal.mec.gov.br/busca-geral/12-noticias/acoes-programas-e-projetos-637152388/78351-perguntas-e-respostas-do-future-se-programa-de-autonomia-financeira-do-ensino-superior
http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/71137476/do1e-2019-04-11-decreto-n-9-765-de-11-de-abril-de-2019-71137431
http://escolacivicomilitar.mec.gov.br/
http://portal.mec.gov.br/novoscaminhos/conheca-o-programa/index.html
http://www.in.gov.br/web/dou/-/medida-provisoria-n-895-de-6-de-setembro-de-2019-215089376
http://idestudantil.mec.gov.br/
http://alfabetizacao.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=25:programa-conta-pra-mim&catid=18:para-pais-e-responsaveis
http://alfabetizacao.mec.gov.br/tempo-de-aprender
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-280-de-19-de-fevereiro-de-2020-244584539
plano real se distanciaram. Os instruídos eram descendentes dos colonizadores. Os indígenas foram apenas catequisados”. 
Nesse sentido, não só o índio como todos aqueles que não faziam parte dos altos extratos da sociedade (pequena nobreza e 
seus descendentes) estavam excluídos da educação. 
O sistema de ensino jesuítico apresentava uma rede organizada de escolas e uniformidade de ação pedagógica. Além das 
escolas de ler e escrever, ministrava o ensino secundário e superior. 
Todas as escolas jesuíticas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio at que Instituto 
Studiorum, chamado abreviadamente de Ratio Studiorum. Os jesuítas não se limitaram ao ensino das primeiras letras; além 
do curso elementar, eles mantinham os cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e 
Ciências Sagradas, de nível superior, para a formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava-se Gramática Latina, 
Humanidades e Retórica; no curso de Filosofia estudava-se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e 
Naturais. Os que pretendiam seguir as profissões liberais iam estudar na Europa, na Universidade de Coimbra, em Portugal, 
a mais famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas, e na Universidade de Montpellier, na França, a mais procurada 
na área de medicina (Bello, 1992. p. 2). 
Em 1759, Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal, após entrar em conflito com 
os jesuítas, os expulsou de todas as colônias portuguesas, suprimindo todas as suas escolas. A razão para esse conflito 
apontada por Piletti (1991) é o fato de os jesuítas se oporem ao controle do governo português. 
Com a supressão das escolas jesuíticas, “a educação brasileira (...) vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já 
implantado e consolidado como modeloeducacional” (Bello, 1992). 
A reforma pombalina dos estudos menores objetivou, segundo Laert Ramos de Carvalho, 
criar a escola útil aos fins do Estado e, nesse sentido, ao invés de preconizar uma política de difusão intensa e extensa do 
trabalho escolar, pretenderam os homens de Pombal organizar a escola que, antes de servir aos interesses da fé, servisse aos 
imperativos da Coroa (Piletti, 1992. p. 36). 
Com a expulsão dos jesuítas, desmantelou-se toda uma estrutura administrativa de ensino e o Estado passou a assumir pela 
primeira vez os encargos da educação. Com isso, mudou-se o quadro de professores e até rebaixou o nível de ensino, porém 
não houve ruptura em suas estruturas, pois os substitutos foram pessoas preparadas pelos jesuítas e, aos serem recrutados, 
passaram a dar continuidade à sua ação pedagógica. “O ensino brasileiro, ao iniciar o século XIX, estava reduzido a pouco 
mais que nada” (Piletti, 1991, p. 37), já que, com a reforma pombalina, nenhum sistema educativo comparado ao jesuítico 
passou a existir. 
A educação no Período Imperial (1822-1889) 
Após a chegada da Família Real, em 1808, o Brasil apresentou desenvolvimento cultural considerável, mas o direito à 
educação permanecia restrito a alguns. A vinda da Família Real e mais adiante a Independência (1822) fizeram com que o 
ensino superior tivesse preocupação exclusiva, em detrimento de outros níveis de ensino, evidenciando o caráter classista 
da educação, ficando a classe pobre relegada a segundo plano, enquanto a classe dominante expandia cada vez mais seus 
privilégios. 
O objetivo fundamental da educação no Período Imperial era a formação das classes dirigentes. Para isso, 
ao invés de procurar montar um sistema nacional de ensino, integrado em todos os seus graus e modalidades, as autoridades 
preocuparam-se mais em criar algumas escolas superiores e em regulamentar as vias de acesso a seus cursos, especialmente 
através do curso secundário e dos exames de ingresso aos estudos de nível superior (Piletti, 1991, p. 41). 
Em 1823, foi instituído o Método Lancaster ou “ensino mútuo”, em que, após treinamento, um aluno (decurião) ficaria 
incumbido de ensinar a um grupo de dez alunos (decúria), diminuindo, portanto, a necessidade de um número maior de 
professores. 
A primeira Constituição Brasileira, outorgada em 1824, garantia apenas, em seu Art. 179, “a instrução primária e gratuita 
a todos os cidadãos”. No ano de 1827, uma lei determinou a criação de escolas de primeiras letras em todos os lugares e 
vilas, além de escolas para meninas, nunca concretizadas anteriormente. 
O ato adicional de 1834 e a Constituição de 1891 descentralizaram o ensino, mas não ofereceram condições às províncias 
de criar uma rede organizada de escolas, o que acabou contribuindo para o descaso com o ensino público e para que ele 
ficasse nas mãos da iniciativa privada, acentuando ainda mais o caráter classista e acadêmico, gerando assim um sistema 
dual de ensino: de um lado, uma educação voltada para a formação das elites, com os cursos secundários e superiores; de 
outro, o ensino primário e profissional, de forma bastante precária, para as classes populares. 
O contexto educacional durante a Primeira República (1889-1930) 
A dualidade do sistema educacional brasileiro, que conferia ao povo uma educação dessemelhante daquela conferida à elite, 
é herdada pela Primeira República juntamente com a desorganização que se arrastou durante o período monárquico. 
Surgiram inúmeras reformas para resolver a desorganização do sistema educacional, entre elas a Benjamin Constant, a Lei 
Orgânica Rivadávia Corrêa, a Carlos Maximiliano, porém foram apenas reformas paliativas, pois não se buscava mudar a 
estrutura educacional. Mudava-se até o sistema, mas a base da educação continuava. 
O modelo educacional que privilegiava a educação da elite, em detrimento da educação popular, é posto em questão na 
Primeira República. Mas os ideais republicanos que pretensamente alimentavam projetos de ver um novo Brasil traziam, 
intrinsecamente, resquícios de um velho tempo, cujas bases erguiam as colunas da desigualdade social, em que, no cenário 
real, estava de um lado a classe pobre, sempre relegada a segundo plano; de outro, a classe dominante, expandindo cada 
vez mais os seus privilégios. 
O sistema federativo de governo, estabelecido pela Constituição da República de 1891, ao consagrar a descentralização do 
ensino, acabou construindo um sistema educacional pouco democrático, que privilegiava o ensino secundário e superior – 
responsabilidade da União –, em detrimento da expansão do ensino primário – que deve ser reservado aos estados. 
A descentralização que conferia maior poder aos estados podia representar, no plano das ideias, mudanças satisfatórias e 
significativas. Mas, na realidade, representou o descaso e o abandono dos estados mais pobres, que se viam cada vez mais 
à mercê da própria sorte. Isso se refletia no âmbito educacional e relegava principalmente os menos favorecidos a uma 
educação precária ou ao analfabetismo, já gritante em nosso país. Romanelli (1978, p. 43) afirma: 
Vamos ver, assim, a educação e a cultura tomando impulso em determinadas regiões do sudeste do Brasil, sobretudo em 
São Paulo, e o restante dos estados seguindo, “sem transformações profundas, as linhas do seu desenvolvimento tradicional, 
predeterminadas na vida colonial e no regime do Império”. 
Como é evidente, o Estado de São Paulo se destacava pelo maior investimento na área educacional. Porém é preciso ter em 
mente que a sua luta contra o analfabetismo, por meio da Liga de Defesa Nacional (1916) e da Liga Nacional do Brasil 
(1917), esta última com sede em São Paulo, representava consubstancialmente não o desejo de oferecer às camadas 
populares oportunidades iguais de desenvolvimento, mas sim o desejo de parte da emergente burguesia de afrontar a 
enraizada política oligárquica. Era preciso aumentar o contingente eleitoral, uma vez que o analfabeto era proibido de votar. 
Por essa razão, as lutas contra o analfabetismo se intensificaram, pois ele era tido como fator preponderante na perpetuação 
das oligarquias no governo; a alfabetização, então, era útil às transformações político-eleitorais. Sem deixar de considerar 
que era necessário também preparar as pessoas para a nova ordem econômica. 
Contudo, não havia uma rede de escolas públicas organizada, respeitável; as poucas que existiam nas cidades, eram 
destinadas ao atendimento dos filhos das classes abastadas. No interior do país, existiam algumas pequenas escolas rurais, 
funcionando em condições precárias, e o professorando não tinha qualquer formação profissional. 
A educação após a Revolução de 1930 (1930-1937) 
A Revolução de 1930 criou uma efervescência ideológica que operou importantes discussões e transformações no campo 
educacional; parecia que o país tinha realmente acordado para a importância da educação e para a necessidade de garantir 
a todos esse direito. O Decreto nº 19.850, de 11 de abril de 1931, criou o Ministério da Educação e as secretarias de Educação 
dos estados; em 1932, com o ideal de educação obrigatória, gratuita e laica, entre outros, surgiu o Manifesto dos Pioneiros 
da Educação Nova, com o objetivo de tornar público o que era e o que pretendia o Movimento Renovador. 
De acordo com Romanelli (1979, p. 147-148), 
o manifesto sugere em que deve consistir a ação do Estado, reivindicando a laicidade do ensino público, a gratuidade, a 
obrigatoriedade e a coeducação. Reconhecendo pertencer ao cidadão o direito vital à educação e ao Estado o dever de 
assegurá-la e assegurá-la de forma que ela seja igual e, portanto, única, para todos quantos procurarem a escola pública, é 
evidente que esse direito só possa ser assegurado a todas as camadas sociais se a escola for gratuita. 
Surgiram vários projetos, discussões importantes que deram origem à Constituição de 1934, que visava à organização do 
ensinobrasileiro e incluía um capítulo exclusivo sobre educação, no qual o Governo Federal passou a assumir novas 
atribuições como: 
a função de integração e planejamento global da educação; a função normativa para todo o Brasil e todos os níveis 
educacionais; a função supletiva de estímulo e assistência técnica e a função de controle, supervisão e fiscalização 
(Piletti,1991, p. 81-82). 
A educação durante o Estado Novo (1937-1945) e o governo populista (1945-1964) 
As discussões e reivindicações do período anterior e as conquistas do movimento renovador, expressos na Constituição de 
1934, são consideravelmente enfraquecidas e até em alguns casos suprimidas pela Constituição de 1937. Segundo 
Ghiraldelli Jr. (1994, p. 81), 
o Estado Novo se desincumbiu da educação pública através de sua legislação máxima, assumindo apenas um papel 
subsidiário. O ordenamento relativamente progressista alcançado em 34, quando a letra da lei determinou a educação como 
direito de todos e obrigação dos poderes públicos, foi substituído por um texto que desobrigou o Estado de manter e expandir 
o ensino público. 
Parafraseando Ghiraldelli Jr. (1994), o Estado estava pouco interessado em oferecer às classes populares educação pública 
e gratuita, e isso ficou expressamente claro na Constituição de 1937, que pretendia contrariamente evidenciar o caráter dual 
da educação, em que, para a classe dominante estava destinado o ensino público ou particular; ao povo marginalizado, 
deveria destinar-se apenas o ensino profissionalizante. 
Com o fim do Estado Novo, o país retornou à normalidade democrática e passou a adotar uma nova constituição. Na área 
educacional, o texto de 1946 estabelecia alguns direitos garantidos pela Constituição de 1934 e suprimidos pela do Estado 
Novo. 
A educação como direito de todos está claramente expressa em seu Art. 166. O Art. 167 afirma que o ensino deverá ser 
ministrado pelos poderes públicos, embora livre à iniciativa particular, respeitando as determinações legais. Para que o 
direito a educação fosse realmente assegurado, a Constituição destinava, em seu Art. 167, 10% do orçamento da União e 
20% dos estados, que, embora insuficientes, representavam um avanço para que esse direito fosse assegurado. Contudo, 
“apesar da mudança de regime e da nova constituição, a legislação educacional herdada do Estado Novo vigorou até 1961, 
quando teve início a vigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional” (Piletti, 1991, p. 99). 
Até a aprovação da LDBEN de 1961, foram 13 anos (1948-1961). Durante esse período, a luta pela escola pública e gratuita 
intensificou-se. Numerosas campanhas com participação popular reivindicavam a ampliação e a melhoria do atendimento 
escolar para que, de fato, o direito constitucional “a educação é um direito de todos”, fosse consolidado. 
A educação durante o Regime Ditatorial (1964-1985) 
Se a educação antes do Período Ditatorial, com as ideias de universalização e democratização, nunca conseguiu consolidá-
las, nesse período ela se distanciou mais desse ideal, pois se pautou na repressão, na privatização do ensino, continuou 
privilegiando a classe dominante com ensino de qualidade e deixando de fora as classes populares, oficializou o ensino 
profissionalizante e o tecnicismo pedagógico, que visava unicamente preparar mão de obra para atender às necessidades do 
mercado e desmobilizou o magistério com inúmeras e confusas legislações educacionais. 
A educação passou a atender ao regime vigente e, de modo geral, visava transformar pessoas em objetos de trabalho, de 
lucro; seres passivos diante todas as arbitrariedades que lhes fossem impostas. 
O ensino técnico oferecido para as classes populares delineou muito bem a sua função na sociedade: atender exclusivamente 
as necessidades do mercado, o que frearia as manifestações políticas, contribuindo para que o ensino superior continuasse 
reservado às elites. 
Pela Lei nº 5.540/68, o governo promoveu a Reforma Universitária: 
 Instituiu o vestibular classificatório para acabar com os ‘excedentes’; 
 Deu à universidade um modelo empresarial; 
 Organizou as universidades em unidades praticamente isoladas; 
 Multiplicou as vagas em escolas superiores particulares (Piletti, 1991, p. 16). 
A Lei nº 5.692/71 reformulou o ensino de 1º e 2º graus; foi aprovada sem participação popular, promoveu mudanças como: 
1º grau de 8 anos dedicado à educação geral; o 2º grau (3 a 4 anos) obrigatoriamente profissionalizante; até 1982, aumentou 
o número de matérias obrigatórias em todo o território nacional, as disciplinas mais reflexivas deixaram de serem 
ministradas no 2º grau. 
A educação brasileira de 1985 à atualidade 
Nos últimos 28 anos foram promovidas grandes modificações na educação brasileira. Em 5 de outubro de 1988 foi 
promulgada uma nova Constituição, que “cuida da educação e do ensino de maneira especial com referência aos direitos, 
aos deveres, aos fins e aos princípios norteadores” (Santos, 1999, p. 31). 
Dentre as principais mudanças no âmbito educacional, Aranha (1996, p. 223) destaca: 
 Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
 Ensino Fundamental obrigatório e gratuito; 
 Atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos; 
 Valorização dos profissionais de ensino, com planos de carreira para o magistério público. 
Com base na nova Constituição, foi criada a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei nº 9.394, 
promulgada em 20 de dezembro de 1996. A Carta Magna e a nova LDB dão suportes legais para que o direito a uma 
educação de qualidade seja realmente consubstanciado, assegurando a formação integral do indivíduo e a sua inserção 
consciente, crítica e cidadã na sociedade. 
Em 1996, o Governo Federal elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais, estabelecendo diretrizes para estruturação e 
reestruturação dos currículos escolares de todo o Brasil, em função da cidadania do aluno e de uma escola realmente de 
qualidade. Contudo, ainda falta muito para que o texto legal realmente se consolide. Por mais que tenha evoluído, a educação 
brasileira ainda apresenta características reacionárias e alienantes, contribuindo para a formação de seres passivos, 
eximindo-se de compromisso de formar cidadãos ativos e conscientes. Como afirma Rodrigues (1991, p. 35), 
incapaz de ampliar e organizar a consciência crítica dos educandos, essa educação se converte em inutilidade formal, ainda 
que recheada de discurso sobre a importância e o valor de conhecimento crítico e de atenções proclamada de se fazer 
educação política. 
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), criado em 1968, mantém vários programas que objetivam 
proporcionar mais autonomia às escolas, suprir as carências e oferecer aos alunos melhores condições de acesso e 
permanência na escola e de desenvolvimento de suas potencialidades. Estes são alguns deles: 
 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE); 
 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); 
 Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE); 
 Programa Nacional do Livro Didático (PNLD); 
 Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM); 
 Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA); e 
 Programa Nacional de Transporte Escolar (PNTE), entre outros. 
Com a finalidade de democratizar o acesso ao Ensino Superior, em 2005 foi aprovada a Lei nº 11.096, que instituiu o 
Programa Universidade para Todos (ProUni), que concede bolsas de estudos em instituições de ensino superior particulares 
a estudantes de escolas públicas de baixa renda e/ou estudantes de escolas particulares na condição de bolsistas utilizando 
como referência a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As bolsas podem ser parciais, com descontos de 25% 
ou 50%, e integrais. Também foi criado o Sistema de Seleção Unificada – Sisu, que visa substituir os exames tradicionais 
das universidades públicas;criado pelo Governo Federal, seleciona estudantes com base na nota do Enem, assim como o 
ProUni; dentro dele, as vagas estão divididas em ampla concorrência e as cotas para estudantes de escolas públicas e de 
baixa renda, entre outros aspectos. 
Em 2007, foi promulgada a lei do Fundeb, que se caracteriza como a maior fonte de recursos destinados para a educação; 
eles são distribuídos de acordo com o número de alunos matriculados nas redes estaduais e municipais estabelecido pelo 
Censo Escolar. 
Em março de 2007 houve o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, que, por meio de inúmeros 
programas, objetiva suprir as deficiências e carências da educação brasileira e superar um estágio de educação ainda 
limitado. 
Leis e projetos que visam sanar as deficiências da educação brasileira não faltam. Falta efetivação séria, que de fato 
minimize a distância entre o texto legal e o real. É sabido que o processo é lento, e enquanto as leis não proporcionam 
mudanças realmente satisfatórias as escolas públicas continuarão apresentando sucateamento e condições de ensino e 
aprendizagem decadentes. Falta estrutura física adequada das escolas, faltam recursos materiais e pedagógicos, falta 
valorização dos professores, capacitação etc. Essas condições, entre tantas outras, impedem que o Brasil suplante a herança 
de uma educação deficiente e excludente para enfim escrever a nova história de uma educação libertadora, gratuita, 
universal, democrática e de qualidade. 
LER TENDÊNCIAS TODAS AS TENDÊNCIAS – MATERIAL COMPARTILHADO 
Tendência pedagógica Jesuíta: métodos utilizados no início da educação no Brasil, pelos missionários (colonos) por volta 
de 1530. Movimentos ao ensino Religioso (Missões). Pedagogia tradicional (introduzida na Idade Média). Tendência liberal 
renovada progressista; 
Tendência pedagógica na educação Nova: método considerado transgressor na educação do país, desenvolvimento da 
educação baseado na autonomia identitária do país a partir de 1920. Escola nova-1920 (de Anísio Teixeira). Criação de 
Instituto de Educação como (Mec –Inep). Reforma Francisco Campos: conselhos e universidades Estaduais. Constituição 
de 1934- educação é direito de todos e sendo assegurada pelo estado e a família; 
 
Tendência pedagógica no Período Militar: A ditadura militar e crise da educação nos país pelos militares e o governo, 
1964. Tendência Tecnicista. Tendência Liberal Tecnicista. Reforma nas leis 5540/68 e 5692/71, relativa ao ensino superior 
e 1º e 2º grau expansão das universidades – censura e ditadura educacional e surgimentos de movimentos sociais. Aluno 
passivo 
Tendência pedagógica da Redemocratização: Após 1985, a educação ganha sua total autonomia e começa o período de 
redemocratizar a prática educacional. Tendência histórica – crítica ou crítica social dos conteúdos. Tendência libertaria 
progressista. Relação professor aluno sem âmbitos de autoridade: aluno participativo. Professor mediador (Paulo Freire) 
– diminuição da taxa de analfabetos. 
Redemocratização ou Histórico – Critica: Uma Reflexão 
Ao final da década de 70, filósofos e pedagogos influenciados pela dialética marxista, passaram a repensar sobre educação. 
Lembre-se que até esta época perpassamos vários momentos sócio histórico da educação; o período colonial-jesuíta, período 
pombalino – educação-nova (escolanovista) e a educação militar-tecnicista, que sustentou uma forte corrente de dominação 
e censura, pressupondo-a, aí, uma nova tendência emergente, que é direcionada para conscientização de uma reestruturação 
da democracia do país, que tinha sido repreendida no período militar, desde 01 de abril de 1964, com o golpe militar. 
Após a ditadura próximo no período da redemocratização do Brasil, década de 80, Dermeval Saviani precursor desta teoria, 
e estudioso da LDB, propôs a tarefa da pedagogia histórico-crítica, na qual buscou a tentativa de reverter os altos índices 
de analfabetismo, evasão escolar, repetências, seletividade e a escola excludente, e ditadora. 
Segundo ele o profissional da educação tem que ser reflexivo, com a sociedade e o sistema de governo regido, para que ele 
possa construir sua formação, e a formação de seus educandos. 
Embasado em sua teoria, Paulo Freire ratifica, propondo a pedagogia da Libertação, onde, aluno e professor têm que 
caminharem juntos. Percebe-se aí, que a força da ideologia pedagógica tradicional (medieval) onde o professor e o detentor 
do saber, vai ficando vazia e ineficiente, perante a concepção e valorização deste inédito cânone. 
Conhecimentos sobre Ensino Fundamental (anos iniciais). 
Qual a abordagem pedagógica da BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais? 
Diferente da Educação Infantil, a proposta da BNCC Ensino Fundamental − Anos Iniciais é a progressão das múltiplas 
aprendizagens, articulando o trabalho com as experiências anteriores e valorizando as situações lúdicas de aprendizagem. 
Segundo o documento da BNCC: 
Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos 
alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de 
testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. 
(BNCC) 
Portanto, ao compreender as mudanças no processo de desenvolvimento da criança − como a maior autonomia nos 
movimentos e a afirmação de sua identidade − a BNCC Ensino Fundamental − Anos Iniciais propõe o estímulo ao 
pensamento lógico, criativo e crítico, bem como sua capacidade de perguntar, argumentar, interagir e ampliar sua 
compreensão do mundo. Ou seja: 
Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a progressão do conhecimento ocorre pela consolidação das 
aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de linguagem e da experiência estética e intercultural das crianças, 
considerando tanto seus interesses e suas expectativas quanto o que ainda precisam aprender. 
(BNCC) 
Além disso, essa proposta pedagógica deve assegurar, ainda, um percurso contínuo de aprendizagens e uma maior 
integração entre as duas etapas do Ensino Fundamental. 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre a proposta da BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais, vamos ver 
seus destaques? 
A BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais contempla a primeira etapa do segmento, bem como estudantes e professores 
do 1º ao 5º ano, enquanto os Anos Finais contemplam alunos e professores do 6º ao 9º ano. 
Por fazerem parte de uma mesma Base, a BNCC da Educação Básica, a BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos 
Finais possuem vários pontos em comum para garantir o percurso de aprendizagem contínuo, como a divisão por áreas do 
conhecimento, componentes curriculares e unidades temáticas. 
A seguir destacamos alguns destes pontos para você. Vamos conferir? 
● Áreas do Conhecimento 
A organização estrutural da BNCC no Ensino Fundamental como um todo se dá por áreas do conhecimento, da mesma 
forma que acontece no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Tal organização busca favorecer a comunicação entre 
os conhecimentos e aprendizagens das inúmeras disciplinas, agora chamadas de componentes curriculares. 
As áreas do conhecimento previstas pela BNCC são: 1) Linguagens, 2) Matemática, 3) Ciências da Natureza e 4) Ciências 
Humanas, sendo que cada uma delas têm competências específicas de área – reflexo das dez competências gerais da 
BNCC – que devem ser promovidas ao longo de todo o Ensino Fundamental. 
De acordo com a BNCC, “as competências específicas possibilitam a articulação horizontal entre as áreas, perpassando 
todos os componentes curriculares, e também a articulação vertical, ou seja, a progressão entre o Ensino Fundamental – 
Anos Iniciais e o Ensino Fundamental – Anos Finais e a continuidade das experiências dos alunos, considerando suas 
especificidades.”Portanto, para além das competências, cada uma dessas áreas tem papel fundamental na formação integral dos alunos do 
Ensino Fundamental. Isso aparece nos textos de apresentação das áreas na BNCC. Além de mostrar tal papel, o documento 
dá destaque às particularidades do segmento, levando em consideração as especificidades e as demandas pedagógicas de 
cada etapa educacional. 
Componentes curriculares da BNCC do Ensino Fundamental 
O que antes entendíamos como disciplinas ou matérias, chamamos agora de componentes curriculares. Mas como assim? 
As disciplinas não deixaram de existir, o que mudou foi: a BNCC não chama mais Língua Portuguesa, por exemplo, de 
disciplina ou matéria. A Base a compreende como um componente curricular da área de conhecimento de Linguagens. 
Você já sabe em qual área cada componente curricular está presente na BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos 
Finais? Confira a lista que preparamos para você! 
1. Linguagens 
Componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa. 
2. Matemática 
Componente curricular: Matemática. 
3. Ciências da Natureza 
Componente curricular: Ciências. 
4. Ciências Humanas 
Componentes curriculares: História e Geografia. 
5. Ensino Religioso 
Componente curricular: Ensino Religioso. 
https://sae.digital/base-nacional-comum-curricular-competencias/
https://sae.digital/base-nacional-comum-curricular-competencias/
Com o intuito de garantir o desenvolvimento das competências específicas de área, cada componente curricular possui – 
conforme indicado no texto da BNCC – um conjunto de habilidades que estão relacionadas aos objetos de conhecimento 
(conteúdos, conceitos e processos) e que se organizam em unidades temáticas. 
● Alfabetização 
Outro aspecto que muda com a BNCC Ensino Fundamental − Anos iniciais é a alfabetização. A partir da implementação 
da Base, toda criança deverá estar plenamente alfabetizada até o fim do 2º ano. Antes, esse prazo era até o terceiro ano – de 
acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). 
Portanto, nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, o foco da ação pedagógica deve ser a alfabetização. Isso é 
sistematizado pela BNCC nos tópicos abaixo, que mostram as competências e as habilidades envolvidas no processo de 
alfabetização, e que a criança deve desenvolver: 
 Compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros sistemas de representação); 
 Dominar as convenções gráficas (letras maiúsculas e minúsculas, cursiva e script); 
 Conhecer o alfabeto; 
 Compreender a natureza alfabética do nosso sistema de escrita; 
 Dominar as relações entre grafemas e fonemas; 
 Saber decodificar palavras e textos escritos; 
 Saber ler, reconhecendo globalmente as palavras; 
 Ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto que meras palavras, desenvolvendo assim fluência e 
rapidez de leitura (fatiamento). 
Então, se a alfabetização deve ser concluída ao final do 2º ano, o aluno já deve sair dessa etapa escrevendo tudo 
corretamente? Não! No final desse período ele deve desenvolver as competências e habilidades que te mostramos acima. 
Ao longo dos próximos anos processo de alfabetização será complementado com foco na ortografia, que ampliará os 
conhecimentos e as habilidades linguísticas do estudante. 
 Unidades Temáticas da BNCC do Ensino Fundamental 
Com a implementação da BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos Finais, a forma com que os conteúdos serão 
trabalhados em sala de aula ganhou novo foco. A divisão agora é por unidades temáticas, que consiste na reunião de um 
conjunto de conteúdos de uma mesma temática em uma unidade. 
Na BNCC, essas unidades aparecem em praticamente todos os componentes curriculares ao longo de todo o Ensino 
Fundamental. Por exemplo, a unidade temática “Matéria e Energia” de Ciências aparece do 1º ao 9º ano, o que muda são 
os objetos de conhecimento e as habilidades exigidas para cada etapa. Segundo a BNCC: 
Respeitando as muitas possibilidades de organização do conhecimento escolar, as unidades temáticas definem um arranjo 
dos objetos de conhecimento ao longo do Ensino Fundamental adequado às especificidades dos diferentes componentes 
curriculares. Cada unidade temática contempla uma gama maior ou menor de objetos de conhecimento, assim como cada 
objeto de conhecimento se relaciona a um número variável de habilidades […]. As habilidades expressam as aprendizagens 
essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares. 
(BNCC) 
Portanto, a partir dessas unidades, o conteúdo trabalhado em um ano pode ser retomado e ampliado nos anos seguintes, 
permitindo que o professor trabalhe novas habilidades em sala de aula. 
Entre os componentes curriculares presentes na BNCC, somente o componente Língua Portuguesa – da área de Linguagens 
– não está estruturado em unidades temáticas. Ou seja, ela se organiza em práticas de linguagem (leitura/escuta, produção 
de textos, oralidade e análise linguística/semiótica), campos de atuação, objetos de conhecimento e habilidades. 
Conclusão da BNCC Ensino Fundamental 
Neste post, trouxemos para você os principais pontos de destaque da BNCC Ensino Fundamental − Anos Iniciais, bem 
como sua proposta pedagógica − que se diferencia em diversos pontos da BNCC Ensino Fundamental − Anos Finais. 
Como já vimos no post da BNCC da Educação Infantil, é imprescindível estar atento às transições entre as etapas da 
educação básica, para que o aluno tenha um percurso contínuo de aprendizagem que respeite as especificidades de sua faixa 
etária. 
Dessa forma, quando não há rupturas nesta transição, uma vez que existe respeito às necessidades de cada estudante e à sua 
idade. No “passar de bastão” da Educação Infantil ao Ensino Fundamental − Anos Iniciais é fundamental dar atenção a 
ampliação das aprendizagens, ao aprofundamento das experiências e da alfabetização − que deve acontecer no 1º e 2º anos 
desta etapa. 
Já na transição dos Anos Iniciais para os Anos Finais é importante preparar o aluno para as mudanças que estão por vir ou 
que já estão acontecendo durante o 5º e 6º ano, como a mudança do professor generalista para o professor especialista. 
Além disso, é preciso adaptar os currículos para evitar a ruptura nesse processo, garantido ao aluno − como afirma a própria 
BNCC − maiores condições de sucesso. 
Educação de Jovens e Adultos. 
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino 
fundamental e médio na idade própria. 
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade 
regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de 
vida e de trabalho, mediante cursos e exames. 
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas 
e complementares entre si. 
§ 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do 
regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008); II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito 
anos 
Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 
12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor 
escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não 
negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e 
cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absolutoe reduzir em 
50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. 
Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos 
fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional. 
MATRÍCULA NA EJA 
Ensino Fundamental  15 anos 
Ensino Médio  18 anos 
Política Nacional de Alfabetização 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
https://sae.digital/bncc-na-educacao-infantil/
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Alfabetização, por meio da qual a União, em colaboração com os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, implementará programas e ações voltados à promoção da alfabetização baseada em 
evidências científicas, com a finalidade de melhorar a qualidade da alfabetização no território nacional e de combater o 
analfabetismo absoluto e o analfabetismo funcional, no âmbito das diferentes etapas e modalidades da educação básica e 
da educação não formal. 
Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se: 
I - alfabetização - ensino das habilidades de leitura e de escrita em um sistema alfabético, a fim de que o alfabetizando se 
torne capaz de ler e escrever palavras e textos com autonomia e compreensão; 
II - analfabetismo absoluto - condição daquele que não sabe ler nem escrever; 
III - analfabetismo funcional - condição daquele que possui habilidades limitadas de leitura e de compreensão de texto; 
IV - consciência fonêmica - conhecimento consciente das menores unidades fonológicas da fala e a habilidade de manipulá-
las intencionalmente; 
V - instrução fônica sistemática - ensino explícito e organizado das relações entre os grafemas da linguagem escrita e os 
fonemas da linguagem falada; 
VI - fluência em leitura oral - capacidade de ler com precisão, velocidade e prosódia; 
VII - literacia - conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com a leitura e a escrita e sua prática 
produtiva; 
VIII - literacia familiar - conjunto de práticas e experiências relacionadas com a linguagem, a leitura e a escrita, as quais a 
criança vivencia com seus pais ou cuidadores; 
IX - literacia emergente - conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com a leitura e a escrita, 
desenvolvidos antes da alfabetização; 
X - numeracia - conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com a matemática; e 
XI - educação não formal - designação dos processos de ensino e aprendizagem que ocorrem fora dos sistemas regulares 
de ensino. 
CAPÍTULO II 
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS 
Art. 3º São princípios da Política Nacional de Alfabetização: 
I - integração e cooperação entre os entes federativos, respeitado o disposto no§ 1º do art. 211 da Constitução; 
II - adesão voluntária dos entes federativos, por meio das redes públicas de ensino, a programas e ações do 
Ministério da Educação; 
III - fundamentação de programas e ações em evidências provenientes das ciências cognitivas; 
IV - ênfase no ensino de seis componentes essenciais para a alfabetização: 
a) consciência fonêmica; 
b) instrução fônica sistemática; 
c) fluência em leitura oral; 
d) desenvolvimento de vocabulário; 
e) compreensão de textos; e 
f) produção de escrita; 
V - adoção de referenciais de políticas públicas exitosas, nacionais e estrangeiras, baseadas em evidênciascientíficas; 
VI - integração entre as práticas pedagógicas de linguagem, literacia e numeracia; 
VII - reconhecimento de que o desenvolvimento integral da criança pressupõe a inter-relação e ainterdependência dos 
domínios físico, socioemocional, cognitivo, da linguagem, da literacia e da numeracia; 
VIII - aprendizagem da leitura, da escrita e da matemática básica como instrumento de superação devulnerabilidades sociais 
e condição para o exercício pleno da cidadania; 
IX - igualdade de oportunidades educacionais; e 
X - reconhecimento da família como um dos agentes do processo de alfabetização. 
Art. 4º São objetivos da Política Nacional de Alfabetização: 
I - elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem no âmbito da alfabetização, da literacia e da numeracia,sobretudo nos 
primeiros anos do ensino fundamental, por meio de abordagens cientificamente fundamentadas; 
II - contribuir para a consecução das Metas 5 e 9 do Plano Nacional de Educação de que trata oAnexo à Lei nº13.00art55, 
de 25 de junho de 2014; 
III - assegurar o direito à alfabetização a fim de promover a cidadania e contribuir para o desenvolvimento sociale 
econômico do País; 
IV - impactar positivamente a aprendizagem no decorrer de toda a trajetória educacional, em suas diferentesetapas e níveis; 
e 
V - promover o estudo, a divulgação e a aplicação do conhecimento científico sobre literacia, alfabetização enumeracia. 
CAPÍTULO III 
DAS DIRETRIZES 
Art. 5º Constituem diretrizes para a implementação da Política Nacional de Alfabetização: 
I - priorização da alfabetização no primeiro ano do ensino fundamental; 
II - incentivo a práticas de ensino para o desenvolvimento da linguagem oral e da literacia emergente naeducação infantil; 
III - integração de práticas motoras, musicalização, expressão dramática e outras formas artísticas aodesenvolvimento de 
habilidades fundamentais para a alfabetização; 
IV - participação das famílias no processo de alfabetização por meio de ações de cooperação e integraçãoentre famílias e 
comunidade escolar; 
V - estímulo aos hábitos de leitura e escrita e à apreciação literária por meio de ações que os integrem à práticacotidiana 
das famílias, escolas, bibliotecas e de outras instituições educacionais, com vistas à formação de umaeducação literária; 
VI - respeito e suporte às especializadas de educação; 
VII - incentivo à identificação precoce de dificuldades de aprendizagem de leitura, de escrita e de matemática, inclusive 
dos transtornos específicos de aprendizagem; e 
VIII - valorização do professor da educação infantil e do professor alfabetizador. 
CAPÍTULO IV 
DO PÚBLICO-ALVO 
Art. 6º A Política Nacional de Alfabetização tem por público-alvo: 
I - crianças na primeira infância; 
II - alunos dos anos iniciais do ensino fundamental; 
III - alunos da educação básica regular que apresentam níveis insatisfatórios de alfabetização; 
IV - alunos da educação de jovens e adultos; 
V - jovens e adultos sem matrícula no ensino formal; e 
VI - alunos das modalidades especializadas de educação. 
Parágrafo único. São beneficiários prioritários da Política Nacional de Alfabetização os grupos a que sereferem os incisos 
I e II docaput. 
Art. 7º São agentes envolvidos na Política Nacional de Alfabetização: 
I - professores da educação infantil; 
II - professores alfabetizadores; 
III - professores das diferentes modalidades especializadas de educação; 
IV - demais professores da educação básica; 
V - gestores escolares; 
VI - dirigentes de redes públicas de ensino; 
VII - instituições de ensino; 
VIII - famílias; e 
IX - organizações da sociedade civil. 
CAPÍTULO V 
DA IMPLEMENTAÇÃO 
Art. 8º A Política Nacional de Alfabetização será implementada por meio de programas, ações e instrumentos que incluam: 
I - orientações curriculares e metas claras e objetivas para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental; 
II - desenvolvimento de materiais didático-pedagógicos cientificamente fundamentados para a literacia emergente, a 
alfabetização e a numeracia, e de ações de capacitação de professores para o uso desses materiais n aeducação infantil e nos 
anos iniciais do ensino fundamental; 
III - recuperação e remediação para alunos que não tenham sido plenamente alfabetizados nos anos iniciais do ensino 
fundamental ou que apresentem dificuldades de aprendizagem de leitura, escrita e matemática básica; 
IV - promoção de práticas de literacia familiar; 
V - desenvolvimento de materiais didático-pedagógicos específicos para a alfabetização de jovens e adultos daeducação 
formal e da educação não formal; 
VI - produção e disseminação

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