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Perícia Contábil

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Perícia Contábil
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Perícia Contábil
Autoria: Davidson Benicio de Souza
Como citar este documento: SOUZA, Davidson Benicio de. Perícia Contábil. Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Aspectos Históricos da Perícia Contábil 05
Unidade 2: A Perícia Judicial 35
Unidade 3: A Perícia Extrajudicial e Administrativa 59
Unidade 4: Espécie de Perícia Contábil 83
2/210
Unidade 5: Execução da Perícia 105
Unidade 6: Termo de Diligência 130
Unidade 7: Laudo Pericial 152
Unidade 8: Parecer Pericial 183
3/210
Apresentação da Disciplina
Esta disciplina buscará desenvolver uma 
abordagem dos principais achados e estu-
dos que envolvem a perícia contábil no ce-
nário brasileiro. 
Diante de um ambiente que transcende o 
da graduação, o presente material servirá 
de apoio para formação do conhecimen-
to mínimo a respeito do assunto. Todavia, 
não intenciona substituir em profundidade 
as obras contemporâneas, que são ricas em 
detalhes e aplicações práticas. 
De antemão, serão delineadas as questões 
centrais da perícia versando sobre maté-
rias da contabilidade como uma ciência a 
ser explorada e tendo na perícia contábil o 
resultado da sua aplicação, a realidade fá-
tica. Ademais, a execução da perícia aliará 
o empirismo, ou seja, a técnica ou o exe-
cutar prático com o conhecimento oriundo 
da tecnologia (conhecimento científico de 
fato).
Você verá também que o exercer da profis-
são no caso brasileiro requer o preenchi-
mento de uma série de requisitos e exigên-
cias legais, haja vista que o perito atuará 
como sendo um auxiliar da justiça em lides 
diversas e, para tal, deverá possuir elevado 
conhecimento técnico/científico a fim de 
que possa entregar um laudo de qualidade.
Num ambiente de especialização, você vai 
se deparar com o fato de que nem todos 
possuem sua formação básica galgada na 
ciência da contabilidade, o que pode exigir 
um pouco mais de leitura para entender al-
guns dos termos e assuntos aqui tratados.
4/210
Desta feita, a disciplina de perícia contábil 
abordará em seus 8 conteúdos programáti-
cos assuntos diversos, a saber:
• Aspectos Históricos da Perícia Contá-
bil.
• A Perícia Judicial.
• A Perícia Extrajudicial e Administrativa.
• Espécies de Perícia Contábil.
• A Execução da Perícia.
• Termo de Diligência.
• Laudo Pericial.
• Parecer Pericial.
Após estudar os assuntos em tela, você será 
capaz de entender o papel do perito num 
processo judicial, desde sua atuação quan-
do nomeado até quando estiver exercendo 
a função de assistente técnico das partes 
envolvidas na lide. 
A didática do rito processual será delinea-
da de forma bastante simples, de modo que 
você possa compreender os principais as-
pectos inerentes à atividade da perícia judi-
cial e extrajudicial, desde o deferimento da 
prova técnica pelo douto magistrado até o 
executar do labor pericial (aqui se inclui as 
diligências, a resposta aos quesitos, a con-
clusão e entrega do laudo no cartório) e a 
resposta a esclarecimentos ou, por fim, em 
casos extremos, o depoimento em audiên-
cia.
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Unidade 1
Aspectos Históricos da Perícia Contábil
Objetivos
1. Apresentar os aspectos históricos da 
perícia contábil no Brasil.
2. Aprender os fundamentos doutriná-
rios sobre a utilidade social da perícia 
e da ética profissional.
3. Conhecer que legislação regulamenta 
a perícia.
4. Aprender as bases teóricas e concei-
tuais sobre perícia e o profissional pe-
rito.
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil6/210
Introdução 
Esse conteúdo programático terá como 
principal abordagem o breve estudo da pe-
rícia contábil a partir da exposição de alguns 
achados históricos no âmbito brasileiro, 
mas também almejará trazer à tona funda-
mentos doutrinários, legislação e bases te-
óricas da perícia. Você verá que, comparado 
ao resto do mundo, a perícia no Brasil pos-
sui estudo e execução bastante recentes.
Quanto ao comentário em questão, o sau-
doso Sá (2009, p. 2) explica que as perícias 
contábeis “são muito antigas” e remontam 
“as manifestações de verificações sobre a 
verdade dos fatos, buscada por meios con-
tábeis e elas já se manifestavam entre os 
sumérios-babilônios”.
Para saber mais
“O professor António Lopes de Sá faleceu aos 83 
anos, na sua amada cidade de Belo Horizonte”. Ele 
nasceu em 1927 e representa um grande nome 
da contabilidade, publicando mais de 150 obras, 
além de artigos em jornais e revistas das mais va-
riadas latitudes. “Possuidor de mais de trinta te-
oremas e axiomas científicos contabilísticos, era 
doutor em Ciências Contábeis pela Universidade 
do Brasil do Rio de Janeiro”. 
Texto extraído do portal da Associação Por-
tuguesa de Técnicos de Contabilidade 
(APOTEC).
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil7/210
No caso brasileiro, o século XX é marco ini-
cial regulatório, sendo inclusive a profis-
são do contador regulamentada apenas em 
1946, com a criação do Conselho Federal de 
Contabilidade. Este e outros aspectos histó-
ricos, como o I Congresso Brasileiro de Con-
tabilidade, serão brevemente relatados no 
Tema 1.
Embora a sua execução, no caso da perícia 
contábil, seja delineada à luz da boa técnica 
(aqui se menciona os princípios de conta-
bilidade geralmente aceitos e as normas de 
contabilidade específicas) e dos princípios 
morais e éticos, esta deverá obedecer aos 
preceitos legais (o código do processo ci-
vil, em especial) a serem relatados ao longo 
desta disciplina.
Para que você compreenda a relevância des-
sa atividade e sua utilidade social, a própria 
legislação federal que regula a atividade 
pericial, no caso o Código de Processo Civil 
(o já atualizado CPC – Lei nº 13.105/2015), 
se refere ao perito-contador como sendo 
um cientista, ou seja, um profissional alta-
mente capacitado e de confiança do douto 
juízo para assumir o encargo legal. 
Faz-se importante relatar que a perícia será 
sempre deferida pelo magistrado, quando 
este, para fundamentar a sua decisão em 
determinada lide processual, necessitar de 
prova técnica de um especialista em qual-
quer que seja a área do conhecimento hu-
mano. Válido salientar que o comentário an-
terior possui previsão legal fundamentada 
no art. 145 da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro 
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil8/210
de 1973, in verbis: “Art. 145. Quando a prova 
do fato depender de conhecimento técnico 
ou científico, o juiz será assistido por perito, 
segundo o disposto no art. 421”.
Com base na exposição acima, é preciso que 
você entenda que é condição obrigatória ao 
perito possuir especialidade técnica na ma-
téria a ser decidida, sob pena de ter que se 
declarar impedido de executar determinado 
encargo. 
É preciso que você também entenda que 
o insumo básico para desenvolvimento da 
atividade do perito contábil transcenderá o 
conhecimento da contabilidade.
A experiência aponta que deve o profissio-
nal perito ter conhecimento de legislações 
como a societária, a trabalhista, a tributá-
ria, a processual civil, dentre outras tantas. 
Apesar de a perícia repugnar a amostragem 
como critério, as técnicas de auditoria e sua 
forma imparcial de executá-la serão bem-
-vindas quando da aceitação do encargo a 
que se é submetido quando da nomeação 
pelo magistrado.
Ademais, o labor pericial exigirá do profis-
sional o estudo contínuo, o desenvolvimen-
to de capacidade investigativa, o pensar crí-
tico, além do domínio de diversos assuntos 
que ultrapassam aqueles demasiadamente 
básicos e comuns aos demais profissionais 
da área.
Além da obrigação de melhor servir dentro 
do prazo estipulado pelo magistrado, terá 
também o perito judicial a incumbência, 
perante a justiça, de elucidar determinados 
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil9/210
fatos e trazer a verdade fática às lides judi-
ciais em que estiver nomeado.
Anseia-se que a riqueza dos conteúdos in-
trínsecos ou extrínsecos ao estudo da perícia 
contábil caia no gostodo leitor e que a lei-
tura deste se torne prazerosa à medida que 
avançamos na abordagem do conteúdo. 
1. Um pouco de história da perí-
cia contábil e os primeiros rela-
tos no Brasil
Quando o assunto diz respeito aos primór-
dios da perícia contábil no cenário bra-
sileiro, os aspectos históricos mais rele-
vantes que envolvem o desenvolvimento 
desta atividade, conforme desde já ensi-
na Sá (2009), remetem à primeira metade 
do século XX, muito embora Alberto Filho 
mencione que já existissem “registros da 
nomeação de peritos contábeis no âmbito 
judicial em nosso País a partir do séc. XIX” 
(ALBERTO, 2010, p. 16). 
Em termos mundiais, e como diria Alberto 
(2012, p. 5), “a perícia existe desde os mais 
remotos tempos da humanidade”. Todavia, 
o perito aos olhos da sociedade à época era 
“aquele que, seja pela experiência ou pelo 
maior poderio físico, comandava a socieda-
de”. Tais atribuições, ainda segundo o mes-
mo autor, remontam o processo civilizatório 
e configuram “o germe básico correspon-
dente ao exame de situação, coisa ou fato 
ali estava”.
É bom desde cedo informar para o leitor ávi-
do de compreender os principais relatos da 
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil10/210
origem dessa atividade que as nomeações 
de profissionais para exercerem a perícia no 
âmbito da justiça brasileira possuem pre-
visão legal expressa, sendo as atribuições 
desses profissionais, desde o século XX, di-
ferentes das observadas na antiguidade.
Nesse mesmo diapasão, Ornelas (2011, p. 
37) explica que no século XX, com as inú-
meras edições do Código de Processo Civil, 
a legislação nacional contemplou “a possi-
bilidade de o juiz nomear perito contábil [...] 
de sua confiança, quando precisar de auxílio 
especializado em seu processo decisório”. 
Necessário relatar para quem desde já tem 
a oportunidade de ler este material que o 
perito, no dizer de Alberto (2012, p. 4) é o 
“‘sujeito ativo da perícia’, que desenvolve 
esta atividade seja no sentido da verificação 
e percepção dos fatos (perito percipiente) 
ou no sentido de observar e apreciar fatos, 
emitindo juízo e conclusões a respeito deles 
(perito judicante)”.
A leitura demonstra que foi grande contri-
buição trazida para a atividade do perito no 
Brasil a ocorrência do I Congresso Brasilei-
ro de Contabilidade, de 1924. Nesta esteira, 
o relato de Sá (2009) corrobora com o en-
tendimento de que o marco da perícia em 
termos de discussão e de regulamentação 
ocorreu de fato a partir das calorosas dis-
cussões ocorridas à época. Dentre as tantas 
discussões promovidas neste encontro, po-
de-se relatar a busca por uma equação ide-
al para a remuneração do profissional perito 
diante das horas que este despendia no la-
bor da profissão.
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil11/210
Ainda segundo leitura do mesmo autor, na ocasião tivemos por conclusas a iminente oficializa-
ção da perícia judicial, com atribuição de fazer estritamente vinculado às Câmaras de contado-
res e que, por sua vez, deveriam ser fiscalizadas por conselhos de contabilidade. 
Por simples análise cronológica, observa-se que à época de ocorrência do referido congresso, ou 
seja, no ano de 1924 não se havia instituído o Conselho Federal de Contabilidade e tampouco se 
encontrava regulamentada a profissão de contador, sendo o órgão fiscalizador criado e a profis-
são regulamentada a partir do DL 9.295/1946. 
Por complemento, pode-se relatar que o referido Decreto-Lei, em seu art. 26, deixou definido que 
as perícias deveriam desde então “ser privativas dos contadores diplomados”, e de fato, a alínea 
“c” deste decreto (1946) relata que são conferidas por lei aos profissionais de contabilidade as
perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e de contas em geral, 
verificação de haveres revisão permanente ou periódica de escritas, regula-
ções judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos 
Conselhos Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer outras atribuições.
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil12/210
Embora não existisse uma regulamentação 
das atribuições do contador até 1946, Ma-
galhães (2017, p. 3) lembra que “o Código de 
Processo Civil (CPC) de 1939 já estabelecia 
vagas regras sobre perícia”. Ademais, o mes-
mo autor ainda relata “que também a Legis-
lação Falimentar – Decreto-lei nº 7.661/45 
[...] estabeleceu regras de Perícia Contábil, 
que definiam esta atribuição ao contador”.
Por derradeiro, é relativamente importante 
comentar que a base normativa referente à 
perícia nos processos cíveis e trabalhistas, 
como diriam Magalhães et al. (2013), re-
monta o conjunto atual da “Legislação Pro-
cessual Trabalhista” (LPT). Tal conjunto con-
ta com a contribuição de um combinado de 
leis, em especial com a Consolidação das Leis 
do Trabalho – Decreto-lei n° 5.452/1943.
Se o fato de existirem no início do século XX 
leis com abordagem pouco orientadoras ao 
exercício da perícia contábil no Brasil repre-
sentasse um problema ao profissional da 
época, mais grave nos parece ser a ausên-
cia de obras técnicas escritas a respeito da 
atividade pericial, tamanha a importância e 
complexidade do labor da profissão.
Ademais, com relação a obras específicas a 
respeito da perícia contábil, Sá (2009) men-
ciona que a primeira surgiu no Brasil na dé-
cada de 1920, escrita pelo professor João 
Luiz Santos e denominada por Perícia em 
contabilidade comercial, com direito à se-
gunda edição em 1928. Complementa ain-
da que grande contribuição no avanço da 
profissão foi a criação da Câmara de Peritos 
Contadores, que surgiu em 1931, com par-
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil13/210
ticipação ativa do professor Erymá Carneiro.
Discorridos aqui e ali os aspectos legais e 
técnicos, que foram os primeiros passos de 
todo o arcabouço normativo e técnico atual, 
avançaremos com o estudo deste conteúdo 
programático efetuando uma leitura dos 
fundamentos doutrinários que circundam a 
perícia na seção 1 e, em seguida, com uma 
abordagem resumida da legislação básica 
no cenário brasileiro.
2. Fundamentos doutrinários so-
bre a perícia e da ética profissio-
nal do perito 
Ao relatar a respeito dos fundamentos te-
óricos da perícia, é extremamente impor-
tante que seja formado inicialmente o en-
tendimento conceitual à luz de uma teoria 
generalista, pois esta pode ser aplicada a 
qualquer área do conhecimento humano.
Como diria Magalhães (2017, p. 4), a perí-
cia possui seu entendimento, como sendo 
um “trabalho de natureza específica, cujo 
rigor na execução seja profundo”. Quanto à 
sua aplicação no meio judicial, lembra ainda 
que o “processo é que a classificará, poden-
do ser de origem arbitral, judicial, extrajudi-
cial, administrativa ou operacional”.
Alberto (2012, p. 1), ao analisar a questão, 
define a perícia como “conhecimento e ex-
periência das coisas”. Posto isso, embora 
haja uma visão mais generalista do assunto, 
você formará a partir do estudo desta disci-
plina o conceito de perícia a partir de uma 
abordagem contábil.
Link
Dissertação – A perícia forense no Brasil, por Alexandre Alberto 
Gonçalves da Silva (Catálogo USP). SILVA, Alexandre Alberto 
Gonçalves da. A perícia forense no Brasil. 2009. Dissertação 
(Mestrado em Sistemas Eletrônicos) - Escola Politécnica, Univer-
sidade de São Paulo, São Paulo, 2009. doi:10.11606/D.3.2009.
tde-11082010-152328. Acesso em: 2020-01-16.”
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil14/210
Outrossim, no estudo desta disciplina nos 
limitaremos a tratar da perícia com bastan-
te brevidade nos meios judicial e extraju-
dicial, conforme você já pôde observar na 
apresentação da disciplina. 
Alberto (2012, p. 3), reforçando os limites 
que pretendemos obedecer, menciona que 
a perícia tem por finalidade “atender aque-
le que dela se utiliza, o usuário do trabalho 
pericial, judicial ou extrajudicial”. Ainda re-
lata que esta, ao “transmitir uma opinião 
abalizada sobre o estado verdadeirodo ob-
jeto (a matéria), sobre o qual foi instada a se 
manifestar”, dá sua parcela de contribuição 
à sociedade ao desvendar fatos que, por sua 
vez, solucionam controvérsias.
Feitas tais ponderações e diferentemente 
de diversos autores que definem de forma 
bastante diversa o entendimento da perí-
cia contábil, traremos uma definição chan-
celada pelo Conselho Federal de Contabi-
lidade a respeito do assunto. Aliás, Costa 
(2016, p. 5) corrobora com a nossa abor-
dagem quando relata que “a definição é 
bastante ampla e atende perfeitamente à 
nossa visão sobre o tema”.
Colabora com o entendimento e defini-
ções da perícia Magalhães et al. (2013, p. 4) 
quando atribui à perícia o status de “notória 
especialização feito com o objetivo de obter 
prova ou opinião para orientar uma autori-
dade formal no julgamento de um fato, ou 
desfazer conflito em interesses de pessoas”. 
Nesta esteira, o Conselho Federal de Conta-
bilidade define perícia, no item 2 da NBC TP 
01, como sendo: 
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil15/210
o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à ins-
tância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solu-
ção do litígio ou constatação de um fato, mediante laudo pericial contábil 
e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas 
e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
Para saber mais
Como diria Capez (2014, p. 99) “o termo em tela é oriundo do latim probatio, representa o conjunto de atos 
praticados pelas partes, pelo juiz (CPP, art. 156, incisos I e II, com redação determinada pela Lei 11.690/08, 
209 e 234) e por terceiros, destinados a levar ao magistrado a convicção acerca da existência ou inexistência 
de um fato, da falsidade ou veracidade de uma afirmação. Trata-se, portanto, de todo e qualquer meio de 
percepção empregado pelo homem com a finalidade de comprovar a verdade de uma alegação”. 
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil16/210
Apesar da longa definição, esta se com-
porta de forma completa, pois veja que os 
procedimentos periciais são relatados com 
caráter técnico e científico, o que significa 
dizer que a perícia requer prática (empi-
rismo) e conhecimento da ciência contábil 
(tecnologia).
Outro aspecto que deve ser entendido por 
você é que os elementos de prova mencio-
nados serão solicitados pelo magistrado 
sempre que houver um processo judicial 
instaurado. Desta feita, a perícia será utili-
zada sempre que necessária e com a inten-
ção de deslindar fato controvertido, ou seja, 
será um elemento de prova aceito (deferi-
do) pelo juiz, e, diga-se de passagem, possui 
previsão legal para tanto. 
Costa (2016, p. 5) relembra que servir como 
prova diante do judiciário significa que esta, 
no caso a perícia, também chamada nos 
autos de prova técnica, possui respaldo na 
lei de acordo com os “meios processuais ou 
materiais considerados idôneos pelo orde-
namento jurídico para demonstrar a verda-
de, ou não, da existência e verificação de um 
fato jurídico”.
Definido e detalhado o entendimento do 
que seja conceitualmente a perícia, é ne-
cessário que definamos o sujeito da perícia, 
no caso, o perito. Magalhães (2017, p. 4) 
ressalta que o art. 1º da Lei nº 7.270/1984, 
quando alterou o art. 145 do CPC, cujos §§ 
1º e 2º expressam:
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil17/210
§ 1º Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, 
devidamente inscritos no órgão de classe competente; § 2º […] comprova-
rão sua especialidade […] mediante certidão do órgão profissional em que 
estiverem inscritos. 
Os dois parágrafos do art. 145 desde já delimitam quem pode atuar como profissional da perícia, 
e frise-se que tal determinação já estava expressa desde a criação do Conselho Federal em 1946. 
Sá (2009, p. 2) certifica o comentário acima quando expôs em sua obra que “só na década de 40, 
todavia, seria regulamentada a profissão de contador, época em que se fez privativa do contador 
à perícia (DL 9.295/46)”.
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil18/210
3. Legislação básica atrelada à 
perícia contábil no cenário bra-
sileiro
Quando o assunto é a legislação básica 
atrelada à perícia contábil no Brasil, o orde-
namento jurídico existente no início do sé-
culo XX, conforme amplamente comentado 
por Magalhães (2017), carecia de clareza 
em seus dispositivos e normas. 
As legislações relatadas basicamente eram 
o vigente Decreto-Lei nº 1.608, de 18 de 
setembro de 1939, também denominado 
Código de Processo Civil (CPC); o Decreto-
-lei nº 7.661/1945, conhecido como sendo 
a Legislação Falimentar da época; e, por fim, 
o Decreto-lei nº 9.295/1946, que, como já 
comentamos, criou o CFC e definiu, dentre 
outras coisas, as atribuições do contador. 
Ainda segundo o relato de Magalhães (2017, 
p. 3) ao modificar a Legislação Falimentar 
de 1945, através da Lei nº 4.983/1966, “em 
seus arts. 63, inciso VI; 93, parágrafo único; 
169, inciso VI; 211 e 212, incisos I e II – esta-
beleceu regras de Perícia Contábil”. 
Mas, conforme suscita Hoog (2001, [s.p.]), 
foi a Lei nº 5.869/1973 que contribuiu de 
forma bastante relevante com as perícias 
judiciárias, deixando-as “agasalhadas com 
tratamento mais cristalino”. Neste sentido, 
a legislação em tela teve sua última altera-
ção recentemente, através da entrada em 
vigor Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil19/210
Em continuidade deste assunto, Magalhães (2017, p. 3) explana que a Lei nº 13.105/2015 cons-
titui na realidade brasileira 
um conjunto com as atualizações do Código de Processo Penal (CPP – al-
teração da Lei nº 11.960/2008), da Lei Processual Trabalhista (LTP – Lei nº 
5.584/1970) e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – Decreto-lei nº 
5.452/1943), combinadas às jurisprudências de natureza processual.
Já no que diz respeito às normas contábeis inerentes à perícia, Costa (2016) lembra-se da impor-
tância da Resolução n° 1.243/2009 do CFC, sendo esta norma contábil responsável pela aprova-
ção da NBC TP 01 – Perícia Contábil.
Ainda quando o assunto é a norma de Perícia Contábil supracitada, observa-se que a ata aprova-
da prevê aspectos conceituais, de execução, procedimentos e planejamento, este último com as 
previsões a respeito do desenvolvimento do trabalho pericial, dos riscos e custos, além de uma 
abordagem a respeito da equipe técnica e cronograma.
Ademais a normativa ainda prescreve a respeito do termo de diligência, do laudo do parecer pe-
ricial com explicações a respeito da apresentação de ambos (estrutura, assinatura em conjunto, 
esclarecimentos, quesitos e respostas). 
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil20/210
Não pouco relevante, a Resolução n° 
1.244/2009 do CFC aprovou a NBC PP 01 – 
Perito Contábil, sendo esta norma tão im-
portante quanto a norma que trata da Perí-
cia Contábil (NBC TP 01). Dentre os assun-
tos mais relevantes da norma em tela estão 
as abordagens que se observa e que tratam 
da competência profissional, da educação 
continuada, da independência do profissio-
nal e das diversas abordagens de impedi-
mento e suspeição.
Ainda dispõe sobre o sigilo, a responsabili-
dade e a ética profissionais, as implicações 
civil e penal, a que o perito está inserido no 
desenvolver do encargo, além de observa-
ções a respeito do zelo ao desempenhar o 
labor pericial.
Por derradeiro, a mesma norma estabele-
ce parâmetros quanto aos esclarecimentos 
quando necessários, a utilização do traba-
lho de especialistas, honorários e a elabora-
ção de propostas.
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil21/210
Glossário
Lide: Trata-se do conflito de interesses manifestado em juízo. Tal termo é muitas vezes utilizado 
como sinônimo de ação, porém na verdade aquela (lide) é um meio pelo qual se exercita o direito 
a esta (ação). Significa demanda, litígio, pleito judicial1.
Perícia judicial: O examede situações ou fatos relacionados a coisas e pessoas, praticado por 
especialistas na matéria que lhe é submetida, com o objetivo de elucidar determinados aspectos 
técnicos2.
Verdade fática: Expressão usada para referir-se a discursos de verdades emocionantes, que cos-
tumam gerar comoção e bons sentimentos nos ouvintes; o que propicia a sociabilidade3.
1 Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/873/Lide/>. Acesso em: 10 ago. 2017.
2 Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/definicao-de-pericia-judicial/36328/>. 
Acesso em: 10 ago. 2017.
3 Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/verdade%20f%C3%A1tica/>. Acesso em: 10 ago. 2017.
http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/873/Lide/
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/definicao-de-pericia-judicial/36328/
http://www.dicionarioinformal.com.br/verdade%20f%C3%A1tica/
Questão
reflexão
?
para
22/210
Como você viu, as perícias contábeis por previsão legal deman-
dam profissionais com notória especialização. Diante da necessi-
dade de decisão do douto magistrado, sempre que esta depender 
de uma competência técnica para que a lide seja elucidada, o juiz, 
por previsão legal, será assistido por perito. Atualmente o mercado 
e a justiça sinalizam pela importância deste profissional e sua atu-
ação é, de certa forma, reconhecida, inclusive sob o ponto de vis-
ta da remuneração. Pesquise qual era a condição de atuação deste 
profissional do ponto de vista de reconhecimento e importância da 
profissão no início do século XX. Em seguida, reflita que aspectos 
sociais influenciaram a situação.
23/210
Considerações Finais
Diante do que foi tratado neste conteúdo programático abordou-se basica-
mente os aspectos iniciais que envolvem a perícia contábil no ambiente brasi-
leiro, com foco:
• No histórico e evolução da perícia desde o século XX até o cenário brasileiro 
contemporâneo.
• Na abordagem de conceitos da perícia, com foco na perícia contábil e no 
sujeito da perícia: o perito.
• Na legislação pertinente e que regula a perícia contábil no Brasil.
• Nos pormenores e procedimentos contidos nas Normas Brasileiras de Con-
tabilidade.
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil24/210
Referências
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Del5452.htm>. Acesso em: 10 ago. 2017.
______. Decreto-Lei n° 9.295, de 27 de maio de 1946. Cria o Conselho Federal de Contabilida-
de, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras providências. Rio de 
Janeiro, 1946. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del9295.htm>. 
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de 21 de junho de 1945 (Lei de Falências). Brasília, 1966. Disponível em: <http://www.planalto.
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______. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm>. Acesso em: 10 ago. 2017.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del9295.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4983.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4983.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil25/210
______. Lei nº 7.270, de 10 de dezembro de 1984. Acrescenta Parágrafos ao art. 145, da Lei 
nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil. Brasília, 1984. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/L7270.htm>. Acesso em: 10 ago. 2017.
______. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília, 2015. Dispo-
nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso 
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MAGALHÃES, Antônio de Farias. Perícia contábil – uma abordagem teórica, ética, legal, proces-
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/L7270.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
Unidade 1 • Aspectos Históricos da Perícia Contábil26/210
MAGALHÃES, Antônio de Deus Farias et al. Perícia contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
SÁ, Antônio Lopes de. Perícia contábil. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
27/210
1. As perícias deveriam, por previsão legal, ser “privativas dos contadores 
diplomados”. Todas as atividades a seguir são consideradas privativas dos 
peritos, EXCETO:
a) Perícias judiciais ou extrajudiciais.
b) Assistência aos consumidores finais das sociedades anônimas e quaisquer outras atribui-
ções.
c) Regulações judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou comuns.
d) Verificação de haveres, revisão permanente ou periódica de escritas.
e) Revisão de balanços e de contas em geral.
Questão 1
28/210
2. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível _________, devidamente inscritos no 
_________ competente de modo que comprovarão sua especialidade mediante _________ do 
órgão profissional em que estiverem inscritos.
a) médio; órgão fiscal; certidão.
b) universitário; órgão de classe; carteira de registro.
c) técnico; órgão fiscal; carteira de registro.
d) técnico; órgão de classe; certidão.
e) universitário; órgão de classe; certidão.
Questão 2
29/210
3. A respeito da perícia, todas as assertivas estão corretas, EXCETO:
a) A perícia existe desde os mais remotos tempos da humanidade. 
b) A perícia tem por finalidade atender aquele que dela se utiliza, o usuário do trabalho pericial, 
judicial ou extrajudicial.
c) O perito é o sujeito passivo da perícia, que desenvolve esta atividade aguardando o resulta-
do da decisão judicial para poder emitir sua opinião.
d) A parcela de contribuição do perito corrobora em transmitir uma opinião abalizada sobre o 
estado verdadeiro do objeto (a matéria).
e) O perito, aos olhos da sociedade à época, era aquele que, seja pela experiência ou pelo maior 
poderio físico, comandava a sociedade.
Questão 3
30/210
4. Assinale a opção em que se observa a correta definição de perícia contábil:
a) O conjunto de procedimentos técnicos destinado a levar à instância decisória elementos de 
prova necessários para subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de um fato, me-
diante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as nor-
mas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
b) O conjunto de procedimentos científicos destinado a levar à instância decisória elementos 
de prova necessários para subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de um fato, 
mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as 
normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
c) O conjunto de procedimentos técnicos destinado a levar à instância decisória elementos 
de prova necessáriospara subsidiar a injusta solução do litígio ou constatação de um fato, 
mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as 
normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
Questão 4
31/210
Questão 4
d) O conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória 
elementos de prova necessários para subsidiar a injusta solução do litígio ou constatação 
de um fato, mediante laudo pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e 
profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
e) O conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória 
elementos de prova necessários para subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de 
um fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade 
com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
32/210
5. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
As perícias contábeis são _________ e remontam às manifestações de verificações sobre a 
_________, buscada por meios _________ e elas já se manifestavam entre os sumérios-babilônios.
a) muito antigas; verdade dos fatos; contábeis.
b) muito antigas; parte dos fatos; financeiras.
c) bem recentes; verdade dos fatos; contábeis.
d) muito antigas; parte dos fatos; econômicos.
e) bem recentes; meias verdades; econômicos.
Questão 5
33/210
Gabarito
1. Resposta: B.
A abordagem correta desta opção seria: “as-
sistência aos Conselhos Fiscais das socieda-
des anônimas e quaisquer outras atribui-
ções, e não aos consumidores finais como 
relatado”.
2. Resposta: E.
A questão torna-se assertiva apenas se as-
sim estiver disposta: Os peritos serão esco-
lhidos entre profissionais de nível superior, 
devidamente inscritos no órgão de classe 
competente de modo que comprovarão sua 
especialidade mediante certificado do ór-
gão profissional em que estiverem inscritos.
3. Resposta: C.
O perito no desenvolver do labor pericial 
desenvolve ativamente. Seu trabalho con-
tribui para que seja proferida uma decisão 
por parte do magistrado.
4. Resposta: E.
Este é o entendimento técnico correto: A 
perícia contábil é o conjunto de procedi-
mentos técnico-científicos destinados a le-
var à instância decisória elementos de prova 
necessários a subsidiar à justa solução do li-
tígio ou constatação de um fato, mediante 
laudo pericial contábil e/ou parecer pericial 
contábil, em conformidade com as normas 
jurídicas e profissionais, e a legislação espe-
cífica no que for pertinente.
34/210
Gabarito
5. Resposta: A.
Esse é o entendimento técnico correto: As 
perícias contábeis são muito antigas e re-
montam às manifestações de verificações 
sobre a verdade dos fatos, buscada por 
meios contábeis, e elas já se manifestavam 
entre os sumérios-babilônios.
35/210
Unidade 2
A Perícia Judicial
Objetivos
1. Expor preliminares conceituais inerentes 
ao assunto.
2. Estudar como ocorrem a nomeação, a in-
timação e a substituição do perito no pro-
cesso.
3. Abordar as fases do ciclo da perícia judicial.
4. Demonstrar os possíveis objetos da perícia 
judicial.
5. Abordar a importância do comportamento 
ético entre os peritos.
Unidade 2 • A Perícia Judicial36/210
Introdução
Como você bem viu, foram estudados ante-
riormente os aspectos históricos da perícia 
contábil no cenário brasileiro. A partir de 
agora, serão estudadas as principais carac-
terísticas da perícia contábil no âmbito do 
judiciário, com ênfase nos principais con-
ceitos. A perícia, a partir desta leitura, será 
trazida como um valioso elemento de pro-
va, ressalvados os momentos do processo 
em que possa ser deferida pelo magistrado, 
essa poderá inclusive ser trazida aos autos 
na petição inicial.
Mas veja-se que na maioria das situações a 
perícia, ou prova técnica, embasará a fase 
de instrução e conhecimento e outras si-
tuações da fase de liquidação de sentença. 
Ademais, muito importante que a perícia 
seja realizada por profissional conhecedor 
da matéria, sabendo que fará interação 
com outros profissionais que devem ter uma 
postura extremamente pautada pela ética e 
cordialidade.
1. Preliminares conceituais e a 
perícia judicial contábil
É muito importante mencionar de início que 
a perícia judicial só ocorrerá se o seu pedi-
do for deferido pelo magistrado ou quando 
este, por conta da necessidade de profe-
rir sua sentença, a considere indispensável 
para elucidação da verdade dos fatos. 
Unidade 2 • A Perícia Judicial37/210
Comumente, nos processos judiciais nos 
referimos à perícia usando o termo prova 
técnica.
Geralmente o pedido é realizado nos autos 
do processo por uma das partes envolvidas 
na lide e, como bem lembra Sá (2009, p. 63), 
a “perícia judicial é específica e define-se 
pelo texto da lei; estabelece o artigo 420 do 
Código de Processo Civil na parte relativa ao 
‘Processo de Conhecimento’”.
Nesse sentido, a perícia judicial no proces-
so de conhecimento está prevista no arti-
go 156 do Novo Código Processo Civil – Lei 
n. 13.105, de março de 2015 in verbis: “Art. 
156. O juiz será assistido por perito quan-
do a prova do fato depender de conheci-
mento técnico ou científico”. É legalmente 
entendida como elemento de prova. Como 
bem esclarece Sá (2009, p. 63) “geralmente 
é aceita quando as provas dos autos são in-
suficientes para o esclarecimento”. 
Ademais, a prova pericial possui interação 
com as demais provas sendo inserida no 
contexto jurídico brasileiro, assim como: o 
Para saber mais
De acordo Marttinolo, (D’AURIA apud MAGA-
LHÃES et al., 2017, p. 5) a perícia judicial: “[…] é 
o testemunho de uma ou mais pessoas técnicas 
(experts), no sentido de fazer conhecer um fato 
cuja existência não pode ser acertada ou juridi-
camente apreciada, senão apoiada em especiais 
conhecimentos científicos ou técnicos”.
Unidade 2 • A Perícia Judicial38/210
depoimento pessoal, a confissão, a exibição 
de documento ou coisa, o testemunho e a 
inspeção judicial (ALBERTO, 2012). 
Em termos contábeis, a perícia judicial, de-
pendendo do tipo da ação, pode, segundo 
Sá (2009), ser total ou parcial e consistirá, 
segundo o artigo 464 do Código de Proces-
so Civil, em “exame, vistoria ou avaliação”. 
Como diria Koliver (apud SÁ, 2009, p. 33) “é 
o patrimônio, na sua expressão mais ampla” 
a totalidade de “aspectos quantitativos e 
qualitativos, não somente em termos está-
ticos, mas principalmente dinâmicos, isto é, 
das suas variações”.
Não obstante, o objeto da contabilidade, 
uma vez consubstanciado no estudo do pa-
trimônio, pode ser examinado pelo perito 
(no nosso caso, o contador) em caráter par-
cial quando da elaboração da prova técnica 
de forma que este verificará bens, valores, 
saldos, lançamentos contábeis, extratos, 
apurações etc.
Aliás, Ornelas (2003, p. 26) menciona que 
a “função primordial da prova pericial é a 
de demonstrar os fatos relativos à lide, de 
natureza técnica ou científica, em verdade 
formal, em certeza jurídica”. De antemão e 
em continuação desse argumento, Orne-
las (1995, p. 19) enfatiza que o perito nesse 
contexto tem necessidade de 
Unidade 2 • A Perícia Judicial39/210
aprender algumas noções fundamentais quanto ao instituto da prova, qual a fun-
ção da prova, a quem compete o ônus, os meios de prova contábeis disponíveis, 
bem assim os tipos de prova, sobre os quais estará desenvolvendo seu mister.
E a respeito da certeza jurídica, Ornelas (2003) citado por Bonumá (apud MILHOMENS, 2009, p. 
24) esclarece que “a prova, no significado comum e geral, visa à demonstração da verdade, ao 
passo que a prova específica e processual civil limita-se à produção da certeza jurídica”.
De fato, como infere Silva e Leite ([s.d.], p. 19), a segurança e a certeza jurídica 
são princípios deslocados em sua força e essência do perfil do Estado de Direito e 
do Welfere – a garantia do direito pensado em termos do passadoou no vislum-
bre do amanhã, respectivamente – para uma concepção de garantia emoldura-
da pela ‘previsibilidade’ das decisões judiciais para atender a lógica do mercado 
prevalecente.
O trecho citado enaltece a importância da segurança e da certeza jurídica e, na mesma esteira, 
colabora com este feito, a prova técnica, ou como esclarece Sá (2009), a prova pericial ou sim-
plesmente perícia são extremamente importantes para deslindar a verdade dos fatos de forma 
Unidade 2 • A Perícia Judicial40/210
a contribuir para que os objetivos no âmbi-
to do judiciário sejam consubstanciados em 
decisões mais justas e assertivas.
Em continuidade ao que fora menciona-
do, é relevante lembrar que o ordenamen-
to jurídico vigente traz na letra fria da Lei 
n. 13.105/2015, em seu artigo 156, § 1º, a 
previsão legal quanto à nomeação de deter-
minado profissional que desempenhe suas 
funções com excelência e alta capacidade 
em determinadas matérias. 
2. Nomeação, indicação e inti-
mação do perito e o ciclo da pe-
rícia judicial
No âmbito do direito, como bem relata Ro-
drigues (1985, [s.p.]), a “perícia é uma me-
dida de instrução necessitando de investi-
gações complexas, confiadas pelo juiz, em 
virtude de seu poder soberano de aprecia-
ção, a um especialista”. 
Unidade 2 • A Perícia Judicial41/210
Aliás, a Lei n. 13.105/2015, em seu o artigo 
156, § 1º, preconiza que os peritos “serão 
nomeados entre os profissionais legalmen-
te habilitados e os órgãos técnicos ou cien-
tíficos devidamente inscritos em cadastro 
mantido pelo tribunal ao qual o juiz está 
vinculado”. Nos termos da legislação vigen-
te, não é possível que se exerça no âmbito 
do judiciário o labor pericial sem que haja o 
preenchimento desses requisitos.
Em que pese tal exigência legal, diante da 
aprovação do Novo Código do processo Ci-
vil de 2015, o seu artigo 156 ainda traz, no 
§ 2°, que para formação do cadastro, os tri-
bunais 
Para saber mais
Diante das investigações complexas menciona-
das, Magalhães (2017, p. 4) lembra que a Associa-
ção dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo, ao 
aprovar as primeiras 30 Normas e Procedimentos 
de Perícia Judicial (NPPJ), contribuiu com algumas 
conceituações. NPPJ-2: “A perícia judicial, quan-
do pertinente a profissões regulamentadas, será 
exercida por profissionais legalmente habilitados, 
com títulos registrados nos órgãos fiscalizadores 
do exercício de suas profissões, requeridas, ainda, 
reconhecida idoneidade moral, capacidade técni-
ca e experiência profissional”.
Unidade 2 • A Perícia Judicial42/210
devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial 
de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta 
direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à De-
fensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de 
profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
O § 3° relata ainda que os tribunais “realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manu-
tenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a 
experiência dos peritos interessados”. Nesse sentido, o magistrado, uma vez que careça de opi-
nião técnica de especialista para proferir determinada sentença judicial em curso ou em outros 
casos que necessite de arbitramento técnico de valores, proferirá decisão nos autos de um de-
terminado processo e nomeará profissional com elevada estima e saber notável na matéria alvo 
de discussão.
Por força do artigo 157 do CPC, uma vez nomeado para determinada demanda, o perito será 
intimado por meio eletrônico e terá o dever de cumprir o encargo a que foi submetido podendo 
inclusive se escusar de tal incumbência, uma vez que apresente motivo legítimo. 
Unidade 2 • A Perícia Judicial43/210
Diante dessa situação, o magistrado, em atendimento ao parágrafo único do artigo 467 do CPC, 
pode vir a aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, e nesse momento nomeará novo 
perito. Também está previsto no artigo 146 que o perito deve apresentar, em até 15 dias a contar 
da data da intimação (data do conhecimento do fato), os motivos da escusa. 
Nessa mesma linha de raciocínio, Silva (1999, p. 665) expõe que a “escusa é tomada em signifi-
cação mais especial: exprime a justificativa [...], causa ou razão que possam justificar para que se 
livre o recusante de qualquer sanção por não ter aceito, não ter feito ou não ter cumprido alguma 
coisa”. Mas, veja os relatados de Alberto (2012, p. 62-63) a respeito dos motivos considerados 
pelo texto do CPC como sendo legítimos: 
(a) aqueles que tornem-no inapto para determinada perícia, por ausência 
de conhecimento técnico específico que o caso requer [...]; (
Unidade 2 • A Perícia Judicial44/210
b) aqueles que tornem-no inapto por representar o encargo grave dano a 
si, bem como a seu cônjuge e a seus parentes consanguíneos ou afins, em 
linha reta, ou na colateral em segundo grau; ou versar sobre fatos cujo res-
peito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; (c) aqueles aplicáveis à 
suspeição e impedimentos do juiz, devendo considerar-se, ainda que a nin-
guém é dado eximir-se de colaborar para que a verdade venha aos autos.
Outrossim, caso assuma o encargo, o perito deve exercer o seu mister com excelência, pois do 
contrário poderá ser também substituído (conforme explicita o artigo 467 do CPC, em seus inci-
sos I e II). Da mesma forma, se “faltar-lhe conhecimento técnico ou científico e/ou quando sem 
motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado”, também será confi-
gurada a necessidade de substituição do perito. 
Ressalte-se que caso não haja impedimento ou suspeição do perito nomeado este, como diria 
Alberto (2012, p. 41), realizará o trabalho pericial “dentro dos procedimentos processuais do Po-
der Judiciário, por determinação, requerimento ou necessidade de seus agentes ativos”. Relem-
bra nesse sentido que a perícia será ou “prova ou arbitramento”.
Unidade 2 • A Perícia Judicial45/210
Complementa o autor que na primeira si-
tuação servirá de prova técnica a perícia 
quando esta “tiver por escopo trazer a ver-
dade” com intuito de deslindar a causa. 
Ademais, poderá a perícia ser considerada 
como arbitramento quando esta tiver por 
objeto “quantificar mediante critério técni-
co a obrigação de dar”. 
Veja ainda que Magalhães (2017, p. 8) lem-
bra que “depois da nomeação do perito, po-
dem as partes ou uma delas indicar assisten-
te técnico Perito da Parte”. É extremamente 
relevante que tais indicações ocorram, pois 
o perito do juízo será assistido muitas vezes 
por esses profissionais através do forneci-
mento de documentos e de esclarecimen-
tos que se façam necessários. 
Os peritos farão diligências sempre que for 
necessário obter informações ou documen-
tos para elaboração do laudo pericial con-
tábil. Por força do § 2º do art. 465 do CPC, 
o auxiliar da justiça “deve assegurar aos as-
sistentes das partes o acesso e o acompa-
nhamento das diligências e dos exames que 
realizar, com prévia comunicação, compro-
vada nos autos, com antecedência mínima 
de 5 (cinco) dias”.
Para saber mais
De acordo com o item 13.4.1.5 da NBC T 13 – Da 
Perícia Contábil, constitui um dos procedimentos 
técnicos de perícia contábil e que visam funda-
mentar as conclusões do perito, estando defini-
das como sendo “[...] a determinação de valores 
ou a solução de controvérsia por critério técnico”.
Unidade 2 • A Perícia Judicial46/210
O ciclo normal da perícia, segundo Sá (2009, 
p. 64), consiste nas fases: “preliminar, ope-
racional e final”.
3. O comportamento ético entre 
os peritos
Como bem relembra Sá (2009, p. 75), uma 
vez que a “perícia judicial é feita com a par-
ticipação de três profissionais, necessário se 
faz o exercício de um comportamento ético 
pautado pela cordialidade e respeito”. 
Os profissionais envolvidos devem encher-
-se de virtudes e de excelência moral e inte-
lectual e, como menciona Alberto (2012,p. 
42), essas virtudes 
Unidade 2 • A Perícia Judicial47/210
propiciarão a manifestação consciente do agente (o perito) na realidade 
(o conflito), de forma equilibrada, palavra esta aqui empregada no sentido 
de ser o equilíbrio o distanciamento perfeito, intelectual e de ânimo, que 
a peça produzida deve manifestar, de modo a servir com perfeição a sua 
própria finalidade.
Em que pese os argumentos trazidos anteriormente, a atividade da perícia judicial exige também 
uma atuação pautada na necessidade de uma base moral adequada dos agentes envolvidos no 
processo e, como bem explicam Magalhães e Lunkes (2012, p. 7), existem “algumas razões para 
isto: os homens não são perfeitos, os métodos também não, os sistemas nem sempre atuais e 
adequados para as organizações, condições essas que geram irregularidades”.
Diante dessas breves considerações, pode-se compreender o quão importante é que os profis-
sionais que servem a justiça, em especial o perito nomeado nos autos de cada processo, desen-
volvam sua atividade com integridade, honestidade e, acima de tudo, com saber técnico.
Unidade 2 • A Perícia Judicial48/210
Glossário
Impedimento legal: São acontecimentos que por lei impedem o perito de executar o trabalho 
pericial, tal como preconizado no item 20 da NBC PP 01 (COSTA, 2016, p. 16).
Impedimento técnico-científico: São acontecimentos que, por falta de conhecimento, de estru-
tura laboral ou ainda circunstancial, impedem o perito de executar o trabalho pericial, tal como 
preconizado no item 21 da NBC PP 01 (COSTA, 2016, p. 16).
Suspeição: São circunstâncias também legais que impedem o perito de executar o trabalho pe-
ricial, tal como preconizado nos itens 22 a 24 da NBC PP 01, bem como no artigo 467 do CPC 
(COSTA, 2016, p. 16).
Questão
reflexão
?
para
49/210
Como você viu, existem situações fáticas que impedem o 
perito de atuar e mesmo nomeado ou escolhido, poderá 
ele, segundo a legislação vigente, escusar-se do encar-
go a que foi submetido apenas alegando motivo. Ade-
mais vimos também que configuram eventos legítimos 
para fins de cumprimento do encargo: impedimento e 
suspeição. Reflita que possíveis exemplos se enquadram 
nesses dois motivos.
50/210
Considerações Finais 
Na leitura fundamental apresentada você pôde ter contato com:
• Alguns aspectos teóricos que envolvem a perícia judicial.
• Explicações básicas que envolvem a nomeação, intimação e escusa a tra-
balhos periciais no âmbito do judiciário.
• Os principais aspectos relacionados ao impedimento e suspeição do perito.
• O entendimento da importância da interação ética entre os agentes da pe-
rícia.
Unidade 2 • A Perícia Judicial51/210
Referências 
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BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília, 2015. Disponí-
vel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1046>. 
Acesso em: 10 ago. 2017. 
COSTA, João Carlos da. Perícia contábil – aplicação prática. São Paulo: Atlas, 2016.
ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
_____________, Maurício Gomes Martinho. Perícia Contábil. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 1995
MAGALHÃES, Antônio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina. Perícia contábil nos processos 
cível e trabalhista: o valor informacional da contabilidade para o sistema judiciário. São Paulo: 
Atlas, 2012. 
MAGALHÃES, Antônio de Deus Farias. Perícia contábil – uma abordagem teórica, ética, legal, 
processual e operacional – casos praticados. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
RODRIGUES, Alberto Almada. O controle, a perícia, a investigação, a vistoria, a regulação, a ar-
bitragem, a prospeção, os custos e os orçamentos no campo profissional do contador. Revista 
Brasileira de Contabilidade, n. 53, 1985.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1046
Unidade 2 • A Perícia Judicial52/210
SÁ, Antônio Lopes de. Perícia contábil. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SILVA, M. C. N. da; LEITE, M. O. T. Os princípios da segurança e certeza jurídica na gramática 
globalizante: contributo (in)eficaz para a efetividade da justiça no sistema judiciário. [s.d.] Dis-
ponível em: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=f39fd0e38564affe>. Acesso em: 10 
ago. 2017.
http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=f39fd0e38564affe
53/210
1. Assinale a alternativa correta. A perícia judicial é aquela realizada:
a) Na esfera extrajudicial em atendimento à parte.
b) Na câmara de arbitragem a pedido das partes.
c) Em atendimento às partes envolvidas no processo.
d) Em inquéritos policiais ou comissões parlamentares.
e) Em atendimento a um deferimento emanado por juiz de direito.
Questão 1
54/210
2. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. Em termos 
contábeis, a perícia _________ dependendo do tipo da ação, pode ser 
_________ e consistirá segundo o artigo 464 do Código de Processo Civil 
em “exame, vistoria ou _________”.
Questão 2
a) judicial; total ou parcial; avaliação.
b) arbitral; parcial; verificação.
c) extrajudicial; total; verificação.
d) extrajudicial; total ou parcial; avaliação.
e) judicial; parcial; avaliação.
55/210
3. A “escusa é tomada em significação mais especial: exprime a justificativa, 
causa ou razão que possam justificar para que se livre o recusante de qual-
quer sanção por não ter aceito, não ter feito ou não ter cumprido alguma 
coisa”. Nessa mesma esteira, todas as opções a seguir se enquadram como 
sendo motivos legítimos, EXCETO
Questão 3
a) O perito não possuir conhecimento técnico para assumir a perícia, o que tornará o trabalho 
inconsistente. 
b) Quando o perito tornar-se inapto por representar o encargo grave dano a seu cônjuge.
c) Quando o perito tornar-se inapto por representar o encargo grave dano a si.
d) Quando o perito tornar-se inapto por situação similar àquela aplicável à suspeição e impe-
dimentos do juiz.
e) Quando o perito tornar-se inapto por entender que não obterá um alto honorário com o 
caso.
56/210
4. Assinale a opção correta em relação aos peritos:
Questão 4
a) Os peritos serão nomeados entre os profissionais com mestrado ou doutorado devidamente 
inscritos em cadastro mantido pelo Conselho Federal de Contabilidade.
b) Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos téc-
nicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz 
está vinculado.
c) Os peritos serão nomeados entre os profissionais com mestrado ou doutorado devidamente 
inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
d) Os peritos serão nomeados entre os profissionais de nível técnico e os órgãos técnicos ou 
científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vin-
culado.
e) Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados nos órgãos técni-
cos apenas devidamente inscritos em cadastro mantido pelo Conselho Federal de Contabi-
lidade.
57/210
5. Não obstante, o objeto da contabilidade, uma vez consubstanciado no es-
tudo do patrimônio, pode ser examinado pelo perito (no nosso caso o con-
tador) em caráter parcial quando da elaboração da prova técnica, de forma 
que este verificará, por exemplo:
Questão 5
a) Bens, valores, saldos. 
b) Lançamentos contábeis, extratos, documentos inidôneos.
c) Valores, extratos, depoimentos.
d) Testemunhos, documentos inidôneos e extratos.
e) Depoimentos, testemunhos, saldos.
58/210
Gabarito
1. Resposta: E.
A perícia judicial é aquela realizada em 
atendimento a um deferimento emanado 
por juiz de direito.
2. Resposta: A.
Em termos contábeis, a perícia judicial, de-
pendendo do tipo da ação, pode ser total ou 
parcial e consistirá, segundo o artigo 464 do 
Código de Processo Civil, em “exame, visto-
ria ou avaliação”.
3. Resposta: E.
Não constitui motivo legítimo: o fato “o pe-
rito tornar-se inapto por entenderque não 
obterá um alto honorário com o caso”.
4. Resposta: B.
É correto apenas o que se afirma em: Os pe-
ritos “serão nomeados entre os profissionais 
legalmente habilitados e os órgãos técnicos 
ou científicos devidamente inscritos em ca-
dastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz 
está vinculado”.
5. Resposta: A.
Não obstante, o objeto da contabilidade, 
uma vez consubstanciado no estudo do pa-
trimônio, pode ser examinado pelo perito 
(no nosso caso o contador) em caráter par-
cial quando da elaboração da prova técnica, 
de forma que este verificará, por exemplo: 
bens, valores, saldos.
59/210
Unidade 3
A Perícia Extrajudicial e Administrativa
Objetivos
1. Estudar as características da perícia 
extrajudicial.
2. Entender o que configura a perícia se-
mijudicial ou administrativa.
3. Explorar as principais questões que 
envolvem a perícia arbitral.
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa60/210
Introdução
Quando estudamos a perícia contábil, é im-
portante lembrar as palavras de Magalhães 
(2017, p. 6) quando relata que a “natureza 
dos fatos e do processo é que a classificará”. 
E ainda nesse sentido quando afirma que 
“quanto à natureza dos fatos que a ense-
jam, pode ser classificada segundo as áre-
as do conhecimento técnico e/ou científi-
co, combinadas com a regulamentação das 
profissões”. Tal exposição remete ao fato de 
que estas podem assumir o caráter contá-
bil, ou de engenharia, muitas das vezes de 
informática, ou ainda médica, trabalhista, 
entre outras. Os seus diversos tipos são re-
latados no item 1 da Norma Brasileira de 
Contabilidade NBC TP 01. Aliás, esta norma 
relata que basicamente os tipos de perícia 
são: as perícias judiciais, extrajudiciais e as 
arbitrais. 
No tema anterior, inclusive, mencionamos 
vários dos aspectos da perícia judicial, fi-
cando, a partir deste momento da leitura, o 
objetivo de tratar das perícias extrajudiciais 
e administrativas.
O labor pericial quando da execução das 
atividades de perícia extrajudiciais e admi-
nistrativas também exige do profissional, 
como bem explica Magalhães (2017, p. 6), 
“notória especialização no seio das Ciên-
cias Contábeis”, até porque seu trabalho no 
caso da primeira poderá ser muita das vezes 
o de contestar o laudo oficial.
Detendo os peritos a obrigatoriedade des-
ses conhecimentos e de acordo com a NBC 
PP 01, podem estes ser classificados como: 
“Perito Oficial, Perito do Juízo e Perito As-
sistente”. E como menciona Alberto (2012, 
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa61/210
p. 40), “este instrumento especial – a perí-
cia – tem espécies distintas, identificáveis 
e definíveis segundo os ambientes em que 
é instada a atuar”. Também comenta que é 
“muito comum os menos afeitos confundi-
rem as espécies de perícia por sua manifes-
tação na realidade concreta: as espécies de 
laudo”.
1. A perícia extrajudicial e a con-
tratação de assistentes técnicos 
Como bem relata Costa (2016, p. 9), as pe-
rícias extrajudiciais “são aquelas solicita-
das por entes, quer sejam empresariais ou 
pessoas físicas, com a finalidade de dirimir 
eventuais desavenças entre as partes”. A 
respeito do assunto, Alberto (2012, p. 41) 
ressalta que a perícia extrajudicial “é aque-
la realizada fora do Estado, por necessi-
dade e escolha de entes físicos e jurídicos 
particulares – privados, vale dizer – no sen-
tido estrito, ou seja, não subjetiveis a outra 
pessoa encarregada de arbitrar a matéria 
conflituosa”.
Diferentemente do que ocorre na perícia ju-
dicial, o perito das partes ou simplesmente 
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa62/210
perito assistente, não é nomeado pelo juiz. Haverá a contratação deste profissional pela parte 
interessada em seus trabalhos com sua consequente indicação nos autos de determinado pro-
cesso. Magalhães (2017, p. 6) ainda explica que a perícia extrajudicial pode também ser “exercida 
no âmbito arbitral, estatal ou voluntária”.
Mas é importante observar que independentemente das partes solicitarem a perícia, é o magis-
trado quem vai decidir se haverá não ou a necessidade da demanda. Veja o que preconiza o artigo 
472 do Código do Processo Civil de 2015 quanto a esse aspecto:
Para saber mais
De acordo com NBC PP 01 citado por Magalhães et al. (2017, p. 7): “Perito oficial é o investido na função 
por lei e pertencente a órgão especial do Estado destinado, exclusivamente, a produzir perícias e que 
exerce a atividade por profissão” (Norma Brasileira de Contabilidade NBC PP 01, editada em 27/2/2015, 
item 3). “Perito do juízo é nomeado pelo juiz, árbitro, autoridade pública ou privada para exercício da pe-
rícia contábil” (Norma Brasileira de Contabilidade NBC PP 01, editada em 27/2/2015, item 4). “Perito-as-
sistente é o contratado e indicado pela parte em perícias contábeis” (Norma Brasileira de Contabilidade 
NBC PP 01, editada em 27/2/2015, item 5). 
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa63/210
“Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, 
apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que 
considerar suficientes”. Conforme relata Costa (2016, p. 11) caso as partes “disponibilizem nos 
autos documentos que considerar suficientes para sua decisão, o juiz poderá recusá-la”. E este 
aspecto é um determinador da necessidade ou não de se nomear perito.
Magalhães e Lunkes (2012, p. 27) contextualizam a interação entre a nomeação do perito e a in-
dicação de assistentes técnicos quando relatam que “uma vez nomeado e intimado o perito, um 
conjunto de fatos decorrentes são esperados. As partes, representadas por seus advogados, têm 
como prerrogativas formular quesitos e indicar peritos assistentes”. E tal feito tem por base legal 
o artigo 465 do NCPC em seu texto, que relata o a seguir disposto:
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará 
de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1° Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação 
do despacho de nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa64/210
Neste momento de formulação de quesitos 
é que geralmente inicia-se o trabalho do 
assistente técnico. Este deverá acompanhar 
ou assistir o perito nomeado disponibilizan-
do informações, documentos ou auxilian-
do em dúvidas que surjam no decorrer dos 
trabalhos. Terá a missão de louvar o laudo 
apensado aos autos ou tentar impugná-lo, 
a depender do desfecho deste.
Veja que o que foi dito por Costa (2016, p. 
35) corrobora com o mesmo entendimento 
ao relatar que a primeira função do assis-
tente técnico é “defender a parte que o con-
tratou por meio da elaboração de quesitos, 
o que deve ser feito com todo o rigor tecno-
lógico, bem como se colocar à disposição do 
perito nomeado para auxiliá-lo na busca de 
documentos”.
Em termos práticos, o profissional que atua 
como assistente técnico poderá ser con-
tratado por uma das partes e, consequen-
temente, auferir rendimentos como pessoa 
física ou jurídica especializada.
Ainda quando o assunto diz respeito às ati-
vidades e/ou incumbências do assistente 
técnico, Costa (2016, p. 35) explica que tais 
atividades “devem ser obrigatoriamente 
desempenhadas por profissional com for-
mação superior em Ciências Contábeis e 
com registro no Conselho Regional de Con-
tabilidade de seu estado, sendo a mesma 
formação do perito nomeado”.
Quanto a esse aspecto, cabe um parêntese 
no caso da perícia judicial, já abordada an-
teriormente. Nesta haverá sempre a pesso-
alidade da função, ou seja, no exercício da 
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa65/210
perícia judicial, somente haverá a possibilidade de o perito haver seus honorários como pessoa 
física (também dita civil ou natural), até porque o art. 149 do Novo Código de Processo Civilas-
sim já prevê:
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe 
de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o 
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o dis-
tribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.
Outra situação explicada por Magalhães (2017, p. 7) é que “o perito faz a perícia, lavra e assina 
o laudo. O assistente técnico, entretanto, emite parecer”. É importante ressaltar que “na pe-
Para saber mais
A partir de 2018 para que possam desempenhar trabalhos periciais deverão os profissionais estarem 
registrados no Cadastro Nacional dos Peritos Contábeis (CNPC) do Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC), instituídos pela NBC PA 13(R2) e pela NBC PP 02 sendo, inclusive, um dos requisitos para a inscri-
ção do contador no CNPC, com vistas à atuação na área da Perícia Contábil.
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa66/210
rícia, há limitação da matéria sob exame; 
portanto não é lícito ao perito exorbitar da 
matéria submetida a seu exame”. 
Já no que tange aos motivos da indicação 
dos assistentes técnicos, tal feito está atre-
lado à nomeação do perito do juízo e que, 
por sua ordem, atende ao que aduz o arti-
go 156 do CPC, in verbis: “Art. 156. O juiz 
será assistido por perito quando a prova do 
fato depender de conhecimento técnico ou 
científico”.
O assistente técnico, embora caiba a ele 
uma postura profissional de independên-
cia, exercerá sua função de forma parcial, e 
não neutra. Pois como bem explana Costa 
(2016, p. 35), cabe a ele, no caso o assisten-
te técnico “elaborar parecer pericial contá-
bil conforme preceitua o § 1° do artigo 477 
do CPC, a seguir reproduzido, sempre que a 
parte assim o desejar”. 
2. A perícia semijudicial e admi-
nistrativa 
Ab initio, como bem expõem Magalhães e 
Lunkes (2012, p. 6), diante da diversidade de 
espécies de perícia é relevante lembrar que, 
em se tratando do processo, este pode ser:
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa67/210
[...] judicial por iniciativa dos magistrados ou a requerimento das partes ou 
dos representantes do Ministério Público, com deferimento do juiz, para re-
solver questões segundo as leis processuais: cível, criminal ou trabalhista; 
arbitral por iniciativa dos árbitros, para solução de conflitos extrajudiciais; 
administrativa e/ou operacional por iniciativa de gestores, para resolver 
conflitos internos nas organizações e entre organizações. (grifos nossos)
Destarte, Alberto (2012, p. 41) expõe que perícia semijudicial é “aquela realizada dentro do apa-
rato institucional do Estado, porém fora do Poder Judiciário, tendo como finalidade principal ser 
meio de prova nos ordenamentos institucionais usuários”. Veja-se também que além das de-
mandas existentes no âmbito do judiciário e da câmara de arbitragem, existem perícias que 
ocorrem “segundo o aparato estatal atuante, em policial (nos inquéritos), parlamentar (nas co-
missões parlamentares de inquérito ou especiais) e administrativo-tributária (na esfera da ad-
ministração pública tributária ou conselhos de contribuintes)”. Essas perícias são comumente 
denominadas de perícias semijudiciais.
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa68/210
Assim como nas demais espécies de perícia, é justificável que sejam assim denominadas, como 
claramente explica Alberto (2012, p. 41), porque
as autoridades policiais, parlamentares ou administrativas têm algum po-
der jurisdicional, ainda que relativo e não com a expressão e extensão do 
poder jurisdicional classicamente enquadrável como pertencente ao Po-
der Judiciário, e ainda por estarem sujeitas às regras legais e regimentais 
que se assemelham às judiciais.
Para saber mais
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2016, [s.p.]), a arbitragem é um “método alternativo 
ao Judiciário para resolução de conflitos. As partes elegem uma entidade privada como local de discussão 
da controvérsia, sem a participação do poder público”. “Ademais, segundo o mesmo órgão de classe, no 
caso brasileiro, foi promulgada em 1996 a intitulada Lei de Arbitragem, ratificando a Convenção de Nova 
Iorque de 1958”. Pelo que pudemos observar, assim como ocorreu nas normas contábeis, a legislação 
veio para o atendimento de práticas de comércio internacional.
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa69/210
Por sua vez, as perícias administrativas 
ocorrem em situações diferentes das semi-
judiciais, pois constituem, conforme Maga-
lhães (2012, p. 6), “exame decisivo de situ-
ações, em caráter administrativo, quando o 
responsável pelos negócios de uma entida-
de econômica se depara com uma questão 
em que ele próprio tem dúvidas e solicita, 
então, os subsídios do contador para diri-
mi-las”. Sá (2009, p. 8) cita como exemplo 
desse tipo de perícia a “verificação contábil 
para apurar corrupção”.
As perícias administrativas ocorrem por de-
mandas geradas pelos particulares quando 
precisam desvendar certas situações que 
poderão gerar problemas futuros, como 
desfalques de caixa ou operações que po-
dem estar seguindo pelo caminho da ilicitu-
de. Muitas vezes, sequer existe um processo 
instaurado, tampouco um inquérito policial 
em curso. 
A partir daqui, embora em caráter sintético, 
se constrói o entendimento do que tratam 
esses dois tipos de perícia, já sabendo que 
Sá (2009, p. 8) ainda relata a existência de 
outra modalidade, denominada de perícia 
especial. Como exemplo, ele ressalta “a pe-
rícia que se faz para a fusão de sociedades”.
Por outro lado, assim como nas perícias ju-
diciais, semijudiciais e administrativas, a 
atividade do perito também pode ser de-
senvolvida no âmbito arbitral. Essa espécie 
de perícia é conhecida como perícia arbitral 
e é regida por lei especial. Aliás, a respeito 
dessa espécie de perícia, Costa (2016, p. 9) 
explica que as perícias arbitrais “são aque-
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa70/210
las demandadas pela lei n° 9.307, de 23 de setembro de 1996, que as criou com a finalidade de 
sanar desavenças entre as partes, fora do âmbito da justiça, porém com o objetivo de agilizar 
acordos entre elas” 
Em que pese tais características, diante do mesmo entendimento trazido no parágrafo anterior, 
expõe Alberto (2012, p. 41) que a perícia arbitral é aquela “realizada no juízo arbitral – instância 
decisória criada pela vontade das partes –, não sendo enquadrável em nenhuma das anteriores por 
suas características especialíssimas de atuar parcialmente como se judicial e extrajudicial fosse”. 
Embora seja abordado o mesmo assunto em diversas literaturas, as classificações quanto ao tipo 
de perícia existente e trazidas até este ponto da leitura são efetuadas de diferentes formas e por di-
versos autores. A título de ilustração, veja como Magalhães (2012, p.6) classifica os tipos de perícia:
A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A perícia extra-
judicial é exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A perícia arbitral é 
exercida sob o controle da lei de arbitragem. Perícias oficial e estatal são exe-
cutadas sob o controle de órgãos de Estado. Perícia voluntária é contratada, 
espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes.
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa71/210
A respeito do mesmo assunto, Sá (2009) 
classifica as perícias em três grandes gru-
pos: judiciais, administrativas e especiais. 
Por fim, Costa (2016) apregoa que as perí-
cias são tipificadas como sendo judiciais, 
extrajudiciais e arbitrais. 
Mesmo considerando certo grau de coe-
rência na classificação dos três autores, nos 
identificamos mais com a última classifica-
ção, o que não desmerece a linha de racio-
cínio dos demais autores.
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa72/210
Glossário
Arbitramento: Em termos contábeis, é aplicável tantona decisão oriunda da arbitragem quanto 
a possíveis avaliações realizadas por estes de coisas ou fatos.
Independência profissional: Liberdade ou autossuficiência inerente ao profissional de conduzir 
um trabalho sem se deixar influenciar pelas partes interessadas pelo assunto.
Parecer técnico: Diz respeito ao relatório técnico elaborado por perito (profissional especializado 
e habilitado) que contemplará sua opinião de forma escrita e fundamentada sobre determinada 
matéria que exija conhecimento específico, científico em determinada área de conhecimento 
(contabilidade, economia, medicina etc.).
Questão
reflexão
?
para
73/210
Como você viu, o conceito da perícia administrativa é 
bem diferente daquele observado na perícia extrajudi-
cial, até porque na primeira sequer existe um processo 
instaurado nos autos de um processo. Esta perícia pode 
ser exercida inclusive para averiguar diversas situações 
especificamente. Reflita: em que outras situações se 
observa o executar da perícia administrativa além da-
quele exemplo mencionado neste tema?
74/210
Considerações Finais
Ao término deste tema, você pôde conhecer:
• As principais características da perícia extrajudicial.
• Uma exposição sintética a respeito da contratação de assistentes técnicos 
no seu desenvolver da perícia extrajudicial.
• O conceito, exemplos e demais aspectos relevantes que se referem às pe-
rícias semijudiciais, administrativas e especiais, e a atuação do profissional 
neste âmbito.
Unidade 3 • A Perícia Extrajudicial e Administrativa75/210
Referências 
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
BRASIL. Lei n° 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília, 2015. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1046>. 
Acesso em: 10 ago. 2017. 
CONSELHO Federal de Contabilidade. Arbitragem. Informativo Semanal, ano 8, n. 378, 2016. Di-
sponível em: <http://www.crcsp.org.br/portal/publicacoes/crcsp-online/materias/378_10.htm>. 
Acesso em: 23 ago. 2017.
COSTA, João Carlos Dias da. Perícia contábil – aplicação prática. São Paulo: Atlas, 2016.
MAGALHÃES, Antônio de Deus Farias. Perícia contábil - uma abordagem teórica, ética, legal, 
processual e operacional. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MAGALHÃES, Antônio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina. Perícia contábil nos processos 
cível e trabalhista: o valor informacional da contabilidade para o sistema judiciário. São Paulo: 
Atlas, 2012. 
SÁ, Antônio Lopes de. Perícia contábil. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1046
http://www.crcsp.org.br/portal/publicacoes/crcsp-online/materias/378_10.htm
76/210
1. Assinale a opção que define corretamente a perícia extrajudicial:
a) A perícia extrajudicial é aquela realizada dentro do Estado, por necessidade e escolha de 
entes físicos e jurídicos particulares – privados, vale dizer – no sentido estrito, ou seja, não 
subjetiveis a outra pessoa encarregada de arbitrar a matéria conflituosa.
b) A perícia extrajudicial é aquela realizada fora do Estado, por necessidade e escolha de entes 
físicos particulares – privados, vale dizer – no sentido estrito, ou seja, não subjetiveis a outra 
pessoa encarregada de arbitrar a matéria conflituosa.
c) A perícia extrajudicial é aquela realizada dentro do Estado, por necessidade e escolha de en-
tes jurídicos particulares – privados, vale dizer – no sentido estrito, ou seja, não subjetiveis a 
outra pessoa encarregada de arbitrar a matéria conflituosa.
d) A perícia extrajudicial é aquela realizada fora do Estado, por necessidade e escolha de entes 
físicos particulares – privados, vale dizer – no sentido estrito, ou seja, subjetiveis a outra pes-
soa encarregada de arbitrar a matéria conflituosa.
e) A perícia extrajudicial é aquela realizada fora do Estado, por necessidade e escolha de entes 
físicos e jurídicos particulares – privados, vale dizer – no sentido estrito, ou seja, não subjeti-
veis a outra pessoa encarregada de arbitrar a matéria conflituosa.
Questão 1
77/210
2. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
A perícia judicial é exercida sob a tutela do _________. A perícia extrajudicial é exercida no âmbito 
arbitral, estatal ou _________. A perícia arbitral é exercida sob o controle da _________. Perícias 
oficiais e estatais são executadas sob o controle de órgãos de Estado. 
a) Poder Judiciário; voluntária; lei de arbitragem.
b) Poder Executivo; mandatória; lei da mediação.
c) Poder Legislativo; voluntária; lei societária.
d) Poder Judiciário; mandatória; lei da mediação.
e) Poder Legislativo; voluntária; lei de arbitragem.
Questão 2
78/210
3. Assinale a alternativa correta.
Existem perícias que ocorrem “segundo o aparato estatal atuante, em policial (nos inquéritos), 
parlamentar (nas comissões parlamentares de inquérito ou especiais) e administrativo-tribu-
tária (na esfera da administração pública tributária ou conselhos de contribuintes)”. Essas perí-
cias são comumente denominadas:
a) De perícias administrativas. 
b) De perícias semijudiciais.
c) De perícias judiciais.
d) De perícias extrajudiciais.
e) De perícias arbitrais.
Questão 3
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4. Assinale a opção que possui uma afirmativa válida:
a) O assistente técnico faz a perícia, lavra e assina o laudo. O perito, entretanto, emite parecer. 
b) O profissional que atua como assistente técnico poderá ser contratado por uma das partes 
e, consequentemente, auferir rendimentos apenas como pessoa física.
c) Na perícia, não há limitação da matéria sob exame; portanto é lícito ao perito exorbitar da 
matéria submetida a seu exame.
d) Perícia voluntária é contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo 
entre as partes.
e) A perícia tem espécies distintas, mas não identificáveis ou definíveis segundo os ambientes 
em que é instada a atuar.
Questão 4
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5. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
O juiz será assistido por _________ quando a prova do fato depender de conhecimento _________. 
Todavia, cabe ao _________ elaborar parecer pericial contábil conforme preceitua o § 1° do artigo 
477 do CPC, a seguir reproduzido, sempre que a parte assim o desejar.
a) perito; empírico; assistente técnico.
b) assistente técnico; técnico ou científico; perito.
c) perito; prático; assistente técnico.
d) assistente técnico; prático; perito.
e) perito; técnico ou científico; assistente técnico.
Questão 5
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Gabarito
1. Resposta: E.
É correta a opção que afirma: a perícia extra-
judicial “é aquela realizada fora do Estado, 
por necessidade e escolha de entes físicos e 
jurídicos particulares – privados, vale dizer – 
no sentido estrito, ou seja, não subjetiveis a 
outra pessoa encarregada de arbitrar a ma-
téria conflituosa”.
2. Resposta: B. 
A opção correta considera que “A perícia 
judicial é exercida sob a tutela do Poder Ju-
diciário. A perícia extrajudicial é exercida 
no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A 
perícia arbitral é exercida sob o controle da 
lei de arbitragem. Perícias oficiais e estatais 
são executadas sob o controle de órgãos de 
Estado. Perícia voluntária é contratada, es-
pontaneamente, pelo interessado ou de co-
mum acordo entre as partes”.
3. Resposta: B.
É correta a opção que determina a definição 
trazida nesta questão como sendo “de perí-
cias semijudiciais”.
4. Resposta: D.
A alternativa correta é que afirma: “Perícia 
voluntária é contratada, espontaneamente, 
pelo interessado ou de comum acordo entre 
as partes”.
5. Resposta: E.
A sentença torna-se correta pelo seu reco-
nhecimento da seguinte forma: O juiz será 
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Gabarito
assistido por perito quando a prova do fato 
depender de conhecimento técnico ou cien-
tífico. Todavia, cabe ao assistente técnico 
“elaborar parecer pericial contábil confor-
me preceitua o § 1° do artigo 477 do CPC, a 
seguir reproduzido, sempre que a parte as-
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