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Conceito de Clínica

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Conceito de Clínica 
Segundo Foucault, a clínica surge 
no século XVIII, quando a medicina 
se apropria do modelo 
classificatório da Biologia e passa a 
nomear as doenças. 
A clínica se fundamente no campo 
perceptivo, o olhar médico se dirige 
ao que há de visível na doença, 
sendo o empirismo a ferramenta da 
clínica. 
A ciência moderna positiva constitui 
a clínica, pois define problemas, 
métodos legítimos e modelos. Tal 
formato de clínica tem se mostrado 
eficiente na estrutura de saúde-
doença, porém, por outro lado, 
revela-se inconstante para dar 
conta de demandas além do domínio 
biologista. 
Starfield entende que “a atenção 
médica eficaz não está limitada ao 
tratamento da enfermidade em si” e 
cita o contexto como fator a ser 
considerado, mas atribui aos 
serviços de saúde a tarefa primeira 
de buscar a “causa das 
enfermidades e o manejo das 
doenças”. 
No Relatório Mundial de Saúde de 
2008, a OMS enfatiza a importância 
do cuidado centrado na pessoa, 
devendo assim, as pessoas serem 
cuidadas de maneira holística, 
considerando aspectos físicos, 
emocional e social. 
Segundo Campos, a “reforma da 
clínica moderna deve se assentar 
sobre um deslocamento da ênfase 
na doença para centrá-la sobre o 
Sujeito concreto, no caso, um 
Sujeito portador de alguma 
enfermidade”. O autor propõe 
ampliar o objeto de saber e de 
intervenção da Clínica. 
A inclusão do Sujeito como objeto 
da clínica desafia a tal ciência 
positivista reguladora de doenças. 
A clínica em Gramsci, Sartre e 
Basaglia 
Gramsci foi um dos primeiros a falar 
em processos de mudança em 
diversos espaços contra a velha 
dominação. Pensava em um novo 
intelectual orgânico. 
Sartre atribui ao Sujeito quase que 
a responsabilidade total pela 
construção de Sentido. O autor 
existencialista francês valorizava o 
Sujeito dentro de uma perspectiva 
humanista e materialista. 
Diante dos fatos supracitados, 
Basaglia repensou políticas e 
práticas em saúde inspirados pelos 
autores acima citados. 
Parte de uma perspectiva do 
paciente como uma pessoa com 
direitos. 
A reforma da clínica moderna deve 
se pautar no deslocamento do 
enfoque da doença e passar a dar 
ênfase aquele Sujeito, portador da 
enfermidade. 
Para Campos, há a Clínica Oficial (A 
Clínica clínica), uma Clínica 
Degradada e uma outra Ampliada 
(Clínica do Sujeito) 
Clínica Oficial: Uma clínica do saber 
médico mais limitada. Se 
responsabiliza apenas pela 
enfermidade, e não pelo enfermo. 
Enfoque desequilibrado para o lado 
biológico, deixando de lado as 
dimensões subjetivas e social dos 
pacientes. Ficando assim, de lado 
também a promoção da saúde, 
prevenção e até mesmo 
reabilitação. Fixação em 
procedimentos técnicos 
padronizados. 
Clínica Degradada: Política de 
saúde inadequado com um 
comportamento alienado por parte 
dos médicos, atendimento 
padronizado sem se atentar às 
singularidades do sujeito. Adota 
muitas vezes práticas não 
adequadas até pela Clínica Oficial 
por questões de poder e economia, 
muitas vezes também adota uma 
postura de apenas queixa-conduta. 
Clínica do Sujeito: Supera a 
alienação e a fragmentação e o 
tecnicismo biologicista, centrando-
se no eixo da reconstituição de 
vínculos. Fazer reconhecer o papel 
ativo do indivíduo e sua autonomia 
diante da saúde. Centra-se no 
sujeito em seu contexto. 
 
Clínica do Sujeito 
Para a medicina tradicional, a 
essência do sujeito seria esvaziada 
pela doença. 
Doença Total (Conceito de 
Instituição Total de Goffman): Para 
a medicina, a doença seria uma 
nova identidade ao enfermo, 
liquidando todas as dimensões 
existenciais do sujeito. Uma Clínica 
assim, é uma clínica empobrecida, é 
necessário, portanto, uma 
ampliação de seu objeto de saber, 
incluir o sujeito e seu contexto na 
prática clínica. 
O objeto da Clínica do Sujeito inclui 
a doença, o contexto e o próprio 
sujeito. 
É importante saber escutar, e 
perscrutar o caso singular. Adoção 
de uma cultura da comunicação. 
Construção coletiva dos projetos 
terapêuticos. 
Objeto ampliado 
A clínica ampliada deve 
compreender a integração do 
indivíduo e de seu problema de 
saúde em macroestruturas.

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