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EMPREENDORISMO-E-GESTÃO-DE-NEGÓCIOS-NA-ÁREA-AMBIENTAL

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Prévia do material em texto

1 
 
EMPREENDORISMO E GESTÃO DE NEGÓCIOS 
NA ÁREA AMBIENTAL 
 
 
2 
 
 
 
 NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de em-
presários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Gradu-
ação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua forma-
ção contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, ci-
entíficos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de 
forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma 
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela ino-
vação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 Sumário 
 
 
EMPREENDORISMO E GESTÃO DE NEGÓCIOS NA ÁREA AMBIENTAL ........ 1 
NOSSA HISTÓRIA ....................................................................................................... 2 
1 GESTÃO AMBIENTAL E GESTÃO ........................................................................ 4 
1.1 ORIGENS E EVOLUÇÃO DAS PRÁTICAS DE POLÍTICA E GESTÃO 
AMBIENTAL NO BRASIL ..................................................................................... 10 
1.2 A BASE DE REGULAÇÃO PÚBLICA AMBIENTAL (1930-1971) ........... 11 
1.3 DESENVOLVIMENTISMO E GESTÃO AMBIENTAL (1972-1987) ........ 13 
2 DESENVOLVIMENTISMO E SUSTENTABILIDADE (DE 1988 AOS DIAS 
ATUAIS) ...................................................................................................................... 14 
2.1 EMPREENDEDORISMO ..................................................................................... 21 
2.2 GESTÃO AMBIENTAL E EMPREENDEDORISMO ......................................... 27 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/Usuario/Desktop/APOSTILA%20%20%20EMPREENDORISMO%20%20E%20GESTÂO%20DE%20NEGOCIOS%20NA%20ARÉA%20AMBIENTAL.docx%23_Toc58924648
 
 
4 
1 GESTÃO AMBIENTAL E GESTÃO 
 
A gestão ambiental é uma nova área do conhecimento e este fato vem 
causando alguma confusão entre os especialistas em meio ambiente. 
Para Ortega e Rodrigues (1994 apud SCARDUA, 2003), a gestão do meio 
ambiente pode ser definida como um conjunto de ações para levar ao fim 
uma política de meio ambiente, ou alcançar a manutenção de um capital 
ambiental suficiente para que a qualidade de vida das pessoas e do 
patrimônio natural seja a mais alta possível dentro de um complexo 
sistema de relações econômicas e sociais que condicionam tal objetivo. 
 
 Por outro lado, Fernandez-Vitória (1997 apud SCARDUA, 2003) 
a define como o conjunto de atividades, meios e técnicas que tendem a 
conservar os elementos do ecossistema e as relações ecológicas entre 
eles, em especial quando se produzem alterações provocadas pelo 
homem. 
 
FONTE: Google imagens – acesso em 11/12/2020 
 
De acordo com Bruns (2002), “a gestão ambiental visa ordenar as atividades 
humanas para que estas originem o menor impacto possível sobre o meio. 
Esta organização vai desde a escolha das melhores técnicas até o 
 
 
5 
cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e 
financeiros”. Ainda segundo a autora, “o que deve ficar claro é que 'gerir' ou 
'gerenciar' significa saber manejar as ferramentas existentes da melhor forma 
possível e não necessariamente desenvolver a técnica ou a pesquisa 
ambiental em si”2. 
Nesse sentido, conforme observa Lima (2002, p. 3), 
 
 “hoje o termo gestão aparece sem maiores 
dificuldades no campo das políticas públicas, mas 
historicamente o seu emprego origina-se no 
domínio do privado, especialmente como um 
conceito jurídico administrativo”3. 
 
Godard (1997, p. 209) ao analisar os conceitos e as instituições 
implicadas no projeto de uma gestão mais integrada dos recursos 
naturais e do meio ambiente, também afirma que o conceito de gestão 
surgiu no domínio do privado e “diz respeito à administração dos bens 
possuídos por um proprietário”. Para o autor, no conceito original estão 
em jogo duas idéias importantes: 
 
 
a) esses bens são suscetíveis de serem apropriados por pessoas, mas eles 
podem ser separados dessas pessoas a ponto de sua administração poder ser 
confiada a um terceiro; 
 
b) repousando sobre uma relação entre um sujeito (o titular do direito de pro-
priedade ou seu representante) e um objeto (o bem possuído), a relação de 
gestão pressupõe que o vir-a-ser do objeto, incluindo-se aqui sua destruição, 
submete-se aos projetos, usos e preferências do sujeito, o que manifesta a 
concepção plenamente desenvolvida do direito de propriedade que é, de forma 
última, um direito de destruir. (RÉMOND-GOUILLUD, 1989, apud GODARD, 
1997, p. 209). 
 
 
Resgatando essas idéias, Lima (2002, p. 5) afirma que: 
 
 
 
6 
 
[...] hoje, quando se formula o conceito de gestão ambiental, 
anuncia- se muito mais do que a simples gerência de 
bens privados por um terceiro mandato, sem procuração 
ou representação legal [...]. Em projetos, planos e ativid-
ades pautadas pelas diretrizes do conceito de desenvol-
vimento sustentável4, o emprego do termo gestão deixa 
a raiz gerir e se acomoda no significado de gestar. 
 
Não se restringindo mais à gerência de bens particulares (ou públicos), mas 
também ao planejamento, à discussão pública, à implantação, ao monito-
ramento e à avaliação de planos, programas e atividades, isto é, de gestão — 
da gestação coletiva — de políticas públicas ambientais e de desenvolvimento. 
 
 
Ainda, segundo Lima (2002, p. 5), “a gestão vista pela administração é tida 
como a própria gerência do bem econômico, envolvendo todo o processo ad-
ministrativo na busca de atingir metas e os objetivos traçados (de planejamento, 
de organização, de produção, de rentabilidade, de comercialização)”. 
 
Assim considerada como um processo, a gestão possui características 
dinâmicas e flexíveis. “A cada mudança ou incremento no sistema produtivo 
(crescimento, expansão, complexidade), a gestão incorporava mecanismos de 
administração e um maior controle do processo do trabalho” (LIMA, 2002, p. 5). 
 
Nesse contexto, é possível afirmar que os modelos de gestão adotados pelas 
organizações são estabelecidos conforme uma dada situação, isto é, composta 
por uma realidade histórica, política, social, econômica e ambiental. 
 
Por esta razão, “em cada período de tempo, predominam certas abordagens 
(ou modelos), os quais são complementados ou questionados por modelos 
mais recentes que já incorporam novas variáveis” (PEREIRA, J., 1995, p. 8). 
Esta afirmação caracteriza-se como uma tendência, não significando que todas 
as organizações ajustarão, necessariamente, a sua evolução gerencial 
 
de acordo com as mudanças no seu contexto – há empresas que não evoluem 
ou não acompanham a velocidade das mudanças e tornam-se obsoletas. 
 
 
7 
 
Ao longo da história da ciência da administração, pôde-se registrar algumas 
Escolas da Administração que, em dado momento, sobressaíram-se a outras 
por responderem e se adequarem melhor à realidade da época. 
 
Tais escolas trouxeram consigo seus respectivos modelos de gestão, como, 
por exemplo: a escola das relações humanas, a abordagem estruturalista da 
administração,a abordagem dos sistemas abertos e, dentre outras, a 
abordagem contingencial da administração que, segundo Lima (2002, p. 6) 
“passa a abordar a influência nas condições e no espaço de trabalho, da tecno-
logia e dos sistemas culturais, políticos, econômicos e sociais. Abre-se a gestão 
da produção às influências e condicionantes ambientais, internas e externas ao 
processo produtivo”. 
 
Para Lima, o surgimento do modelo da escola da abordagem contingencial da 
administração foi um passo importante para a aproximação entre gestão de 
negócios e a gestão ambiental, na medida em que variáveis ambientais inter-
nas e externas ao processo produtivo passaram a exercer influência e assim 
nortear e balizar as tomadas de decisão que o conduzem. Atualmente, é im-
possível fazer gestão de negócios e gestão ambiental sem que as variáveis 
internas e externas sejam efetivamente consideradas. 
 
A década de 1980 trouxe o estabelecimento do modelo de gestão participativa, 
o qual rompe com o modelo taylorista e fordista no que diz respeito à prática de 
separação entre as “tarefas de concepção e execução, da fragmentação e da 
especialização das tarefas e da desresponsabilização do trabalhador com a 
produção e com a vida da empresa” (LIMA, 2002, p. 6). 
 
O princípio da participação aqui executado por técnicos de empresas em todo 
o processo produtivo — planejamento, implantação, monitoramento e 
avaliação, foi também sendo incorporado por técnicos ambientais que passa-
ram a definir a gestão ambiental como processo participativo, indo além do sig-
nificado restrito de gerência e de direção para estabelecer um fluxo entre 
planejamento, implantação, monitoramento e avaliação dos recursos naturais. 
 
 
8 
 
Além da concepção de gestão enquanto um processo global — que permite 
romper com os limites impostos pelo gerenciamento restrito do bem econômico, 
ampliando a atuação do gestor a um ciclo que vai desde o planejamento à 
análise dos resultados, Lima (2002, p. 7) ainda traça outros paralelos entre o 
modelo de gestão de negócios e o modelo de gestão ambiental, tais como: 
 
A denúnciada falta de racionalidade do processo produtivo. Na empresa está 
caracterizada pelo foco na produtividade, e, na gestão ambiental está caracter-
izada pelo foco na utilização mais racional dos recursos, na prevenção e pre-
visão de futuros danos ou acidentes, no controle do desperdício, no reaproveit-
amento de materiais. 
A internalização consiste em integralizar todos os custos do processo produ-
tivo, inclusive os danos causados pela externalização dos impactos ambientais 
negativos (degradação, poluição, contaminação...). Ambos estão presentes 
nos dois casos. 
 
Diante do exposto, é possível perceber as semelhanças e as complemen-
taridades entre gestão de negócios e gestão ambiental; logo, por conseqüên-
cia, entre crescimento econômico e preservação ambiental. Isso nos leva ao 
conceito de desenvolvimento sustentável: 
 
“O Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende 
as necessidades do presente sem comprometer a pos-
sibilidade de as futuras gerações atenderem as suas 
próprias necessidades”. (NOSSO..., 1988, p. 46). 
 
Esse conceito se propõe a, de um lado, coroar e harmonizar a relação entre 
crescimento econômico, gestão de negócios e necessidades do presente e, de 
outro lado, preservação ambiental, gestão ambiental e necessidades futuras. 
 
Assim, a evolução do conceito de gestão ambiental vem acompanhando o pro-
cesso de mudanças em todas as dimensões da vida contemporânea. A partir 
dos anos 70, uma das questões centrais que emergiram no contexto internac-
ional diz respeito à questão ambiental, principalmente no que se refere ao grau 
 
 
9 
de compatibilidade entre o desenvolvimento econômico e a preservação do 
meio ambiente. 
 
De fato, a antiga divisão entre os defensores da natureza, ditos ecologistas, e 
os que pregavam a exploração irrestrita dos recursos naturais, visando o 
desenvolvimento econômico, acabou sendo minimizada com o surgimento do 
conceito de desenvolvimento sustentável. 
 
A incorporação desse conceito e a sua conseqüente aplicação pelas 
organizações acarretaram uma mudança no padrão de atuação, bem 
como na formação de profissionais com diferentes perfis: agregando a 
visão ambientalista à exploração “racional” dos recursos naturais. 
 
A ampliação da consciência coletiva em relação ao meio ambiente e a 
complexidade das atuais demandas ambientais da sociedade impõem um 
modelo de gestão ambiental compatível com essa nova realidade. 
Qualquer intervenção será insuficiente se não forem considerados os 
aspectos políticos, econômicos sociais e culturais. 
 
Nessa perspectiva, Lanna (2000, p. 75) define 
 
A gestão ambiental como um processo de 
articulação das ações dos diferentes agentes 
sociais que interagem em um dado espaço com 
vistas a garantir a adequação dos meios de 
exploração dos recursos ambientais naturais, 
econômicos e sócio-culturais às especificidades 
do meio ambiente, com base em princípios e 
diretrizes previamente acordados e definidos. 
 
Para efeito deste trabalho, a gestão ambiental deve integrar 
dialeticamente as organizações privadas, as organizações públicas, o 
terceiro setor e a sociedade civil. Sendo que a cada um desses atores 
cabe desempenhar suas funções, cumprir com suas responsabilidades e 
buscar sempre equilibrar a equação entre uso racional dos recursos 
naturais, promoção social e desenvolvimento econômico, 
correspondendo, dessa forma, ao princípio do desenvolvimento 
 
 
10 
sustentável. 
 
 
1.1 ORIGENS E EVOLUÇÃO DAS PRÁTICAS DE POLÍTICA E 
GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL 
 
 
Conforme visto, pode-se afirmar que a gestão ambiental é um conceito 
relativamente novo, que tem origens, semelhanças e complementaridade 
com o modelo de gestão dos negócios e que engloba um conjunto de 
ações para executar políticas de meio ambiente. A evolução do processo 
para levar a cabo essas políticas depende do momento histórico em que 
elas estão inseridas. 
 
Assim, para que se possa compreender o desenvolvimento das políticas 
ambientais praticadas pelas organizações públicas e privadas no Brasil, 
se faz necessário estabelecer as relações entre os contextos políticos, 
econômicos e sociais com o objetivo de retratar a evolução do modelo 
de gestão ambiental e seu estágio atual no Brasil. 
 
Ao longo do tempo, conforme observam Cunha e Coelho (2003, p. 45), 
podem-se constatar três elementos preponderantes nas políticas 
ambientais brasileiras, que guardam certa ordem cronológica, embora 
não sejam exatamente sucedâneos, mas cumulativos e 
complementares entre si. Estes podem ser assim definidos: 
 
Regulatórios – dizem respeito às ações baseadas em princípios de 
comando e controle: 
 
As políticas regulatórias dizem respeito à elaboração de legislação específica 
para estabelecer ou regulamentar normas e regras de uso e acesso ao ambi-
ente natural e aos seus recursos, bem como à criação de aparatos institucion-
ais que garantam o cumprimento da lei. (CUNHA; COELHO, 2003, p. 45). 
 
 
11 
 
 
Estruturadores – aquelas que intervêm diretamente na execução da pol-
ítica, seja através do poder público, seja por meio de órgãos não-governa-
mentais, como, por exemplo: criação de unidades de conservação, zone-
amento ecológico-econômico, investimentos em projetos sustentáveis, 
etc. 
 
Indutores – são as políticas que influenciam o comportamento de 
pessoas, governos e instituições, normalmente identificadas com a noção 
de desenvolvimento sustentável e implementadas por meio de linhas 
especiais de financiamento ou de políticas fiscais e tributárias. Trata-se 
do uso estratégico de instrumentos econômicos que busquem privilegiar 
certas práticas consideradas ambientalmente desejáveis e inviabilizar 
aquelas que podem resultar em degradação ecológica. Como exemplos 
há incentivos à implantação de projetosde desenvolvimento sustentável, 
elaboração de Agenda 21, selos ambientais, etc. 
 
Da análise da literatura relativa à política e a gestão ambiental no Brasil 
(CUNHA; COELHO, 2003; NEDER, 2002; SILVA-SANCHEZ, 2000), é 
possível identificar três grandes momentos na história das políticas 
ambientais: a) de 1930 a 1971, marcado pela construção de uma base de 
regulação do uso dos recursos naturais; b) de 1972-1987, marcado por 
uma ação intervencionista do Estado e pela política de controle da 
poluição e de zoneamento industrial; c) de 1990 aos dias de hoje, marcado 
por processos de democratização e descentralização decisórias e pela 
rápida disseminação da noção de desenvolvimento sustentável. 
 
1.2 A BASE DE REGULAÇÃO PÚBLICA AMBIENTAL (1930-
1971) 
 
É possível considerar que a partir de 1930 — período que marca a 
transição do modelo de desenvolvimento econômico agrário-exportador 
 
 
12 
do país para o modelo baseado na incipiente industrialização — até os 
dias de hoje o Brasil consolidou na gestão ambiental os três elementos de 
políticas anteriormente citados, porém de maneira gradual. 
 
Até o ano de 1971, no contexto de fatos históricos como a Revolução de 
1930, a elaboração da Constituição de 1934, a intensificação do processo 
de industrialização e a rápida urbanização, ambos centrados na ação do 
Estado, foi caracterizado um período da gestão ambiental marcado por 
políticas regulatórias e incipientes políticas estruturadoras. 
 
Quanto às políticas regulatórias, registra-se a promulgação dos Códigos 
Florestal, das Águas e de Minas (1934); a criação da Fundação Brasileira 
para a Conservação da Natureza (1956); a criação do Departamento 
Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS (1963); a promulgação ou 
reformulação dos códigos de pesca (1965), de minas (1967) e florestal 
(1967) e a criação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – 
IBDF (1967). 
 
No que se refere às políticas estruturadoras, registra-se, dentre 
outras, a declaração de áreas florestais como as florestas protetoras 
(1934); a criação do primeiro parque nacional – Itatiaia, no Rio de 
Janeiro em 1937 e a criação da primeira floresta nacional na Amazônia 
– FLONA de Caxuanã em 1961. 
 
Conforme observa Silva-Sanchez (2000, p. 67): 
[...] o primeiro momento da política ambiental 
brasileira foi marcado por duas preocupações 
básicas: a racionalização do uso e exploração dos 
recursos naturais e a definição de áreas de 
preservação permanente [...]. O principal objetivo 
dessa política foi regulamentar a apropriação dos 
recursos naturais em âmbito nacional. A política 
ambiental brasileira nasce de forma tímida, sob o 
regime de Vargas, marcada por características 
bastante peculiares: O "Estado" administra os 
recursos naturais, de modo a atender a indústria 
nascente; o Executivo concentra os instrumentos 
de controle e gestão de recursos; a sociedade 
 
 
13 
está ausente no momento de elaboração das 
políticas ambientais. 
 
1.3 DESENVOLVIMENTISMO E GESTÃO AMBIENTAL (1972-
1987) 
 
O período compreendido entre 1972 e 1987 foi caracterizado pelo chamado 
“milagre econômico brasileiro”; pela intensificação do processo de industrializa-
ção; pelo inchaço d grandes cidades; pela crise do petróleo; por uma crise 
econômica internacional; e pela Assembléia Nacional Constituinte. Naquele 
contexto, a ênfase das políticas ambientais se deu na constituição de estruturas 
administrativas encarregadas de proceder a proibições, licenciamentos e ou-
torgas. Esse é o momento em que a ação intervencionista do Estado chega ao 
ápice, com foco total no desenvolvimento, ao mesmo tempo em que aumentava 
a crise ecológica global. 
 
No tocante às políticas regulatórias do período, destaca-se a criação da Secre-
taria Especial de Meio Ambiente – SEMA, em 1973, marcando uma nova fase 
na política ambiental, mais voltada para o controle da poluição industrial. Con-
forme ressalta Monosowski (1989), “a criação de um órgão com as carac-
terísticas da SEMA estava em sintonia com a estratégia autoritário-burocrática 
da modernização do Estado, pautado em suposta eficiência técnica”. Além 
disso, foi também uma resposta à pressão internacional, que se manifestou na 
Conferência de Estocolmo, onde o Brasil defendeu o crescimento econômico a 
qualquer preço como forma de superar o subdesenvolvimento. 
 
Nas políticas estruturadoras, registram-se a formulação e a elaboração da Pol-
ítica Nacional de Meio Ambiente – PNMA e do Sistema de Licenciamento de 
Atividades Poluidoras (1981). A gestão ambiental se manifesta por intermédio 
da utilização, pelos órgãos ambientais, de instrumentos do tipo comando e con-
trole, tais como: estabelecimento de padrões da qualidade ambiental; zonea-
mento ambiental; avaliação de impactos ambientais; licenciamento e a revisão 
de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; incentivos à produção e à 
instalação de equipamentos de controle de poluição; e criação de tecnologias 
direcionadas para a melhoria da qualidade ambiental, entre outros. 
 
 
14 
De acordo com Neder (2002), o enfoque estratégico da Política Nacional do 
Meio Ambiente - PNMA é que as atividades das empresas privadas e estatais 
tornaram-se sujeitas a penalidades disciplinares ou compensatórias associa-
das ao não-cumprimento das medidas necessárias à preservação ambiental. 
 
Com a PNMA e, especialmente, a partir de 1986 com a Resolução do 
CONAMA/001, o Estado é responsabilizado em relação aos danos ambientais 
causados por suas próprias atividades. 
 
Cabe ressaltar, nesse período, a obrigatoriedade do Estudo de Impacto Ambi-
ental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que passam a nortear as 
ações dos órgãos ambientais para o licenciamento das atividades potencial-
mente poluidoras. A criação de reservas extrativistas em 1985 demonstra clar-
amente o início das políticas indutoras, já que a atividade extrativista gera tra-
balho e renda, influenciando assim o comportamento de um segmento social. 
Também é importante ressaltar que o país começa a contar com a parceria das 
ONGs na implementação das políticas estruturadoras e indutoras. 
 
 
2 DESENVOLVIMENTISMO E SUSTENTABILIDADE (DE 1988 
AOS DIAS ATUAIS) 
 
No período atual, que se inicia em 1988 e prossegue até os dias 
correntes, já se pode afirmar que a gestão ambiental no país dá-se tanto 
no âmbito isolado de cada uma das esferas, pública e privada, quanto 
na interação entre ambas. Assim, pode-se dizer que os três destacados 
elementos de políticas ambientais estão presentes no período, marcado 
pela crise ambiental mundial que fomentou um movimento internacional, 
cujo ápice foi a realização da Conferência ECO-92, o qual, por sua vez, 
lançou as novas bases do desenvolvimento sustentável global baseado 
nos procedimentos da Agenda 21. 
 
 
15 
 
O Brasil, como sede da Conferência ECO-92, recebeu influências 
positivas dessa discussão internacional, embora vivesse um momento 
conturbado de sua história, pois a redemocratização, ocorrida entre os 
anos de 1985 a 1990, era recente e a Constituição de 1988, progressista 
e ambientalmente correta, já estava sendo questionada quanto ocorreu o 
impeachment do Presidente Collor. Nos últimos dez anos, a economia 
passou por momentos difíceis; no entanto, o país avançou na área da 
gestão ambiental, embora não o tenha feito na velocidade desejada. 
 
Nas políticas regulatórias referentes ao período, registrou-se a Lei 
de Crimes Relativos aos Agrotóxicos (1989); a Lei de Crimes Relativos à 
Poluição; a criação do Ministério do Meio Ambiente e Amazônia Legal 
(1993); a criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos (1997); a criação da Lei de Crimes Ambientais – LCA (1999); 
criação da Agência Nacional de Águas - ANA e do Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação – SNUC (2000); e o estabelecimento do 
conselho Nacional de Gestão do PatrimônioGenético (2001). 
 
No que diz respeito às políticas estruturadoras, continuou-se com a 
criação de Unidades de Conservação, já sob a regulamentação do SNUC; 
formulou-se a Política Nacional de Recursos Hídricos; definiram-se os 
Corredores Ecológicos; estimulou-se a elaboração do Zoneamento 
Econômico e Ecológico (ZEE), sendo, este último, realizado em Rondônia 
ao longo dos anos 90, sob o patrocínio do Banco Mundial. 
 
Quanto às políticas indutoras, fizeram-se notar com maior ênfase 
em financiamentos para projetos de desenvolvimento sustentável 
apoiados pelo Fundo Nacional de Meio Ambiente. 
 
FNMA; condicionamentos ambientais às ações de fomento por órgãos ofi-
ciais; educação ambiental; e a construção de Agendas 21 locais e regionais. 
 
A fase que abre os anos 90 é de intenso envolvimento de organizações não 
 
 
16 
governamentais ambientalistas e sócio-ambientalistas, além do meio 
empresarial. No campo não estatal, ganham força as medidas voltadas para 
a certificação ambiental, selo verde, e para a aquisição de padrões 
“International Organization for Standartization – ISO". A responsabilidade 
empresarial quanto ao meio ambiente deixa de ter apenas característica 
compulsória para transformar-se em atitude voluntária, superando as 
próprias expectativas da sociedade. Situar-se acima de exigências legais, 
mediante sistema de gestão ambiental, deixa de ser apenas uma estratégia 
preventiva para constituir-se mesmo em vantagem competitiva e diferencial 
de mercado. 
 
Guiando-se pelo atendimento isolado aos principais estatutos federais e 
estaduais, e não em função dos mecanismos do mercado, a gestão 
ambiental promovida pelas indústrias, ainda na década de 1980, 
caracterizava-se por ser reativa, limitada, setorializada e fragmentada, 
apesar de alguns gestores ambientais já haverem, à época, vislumbrado 
soluções sistêmicas mais amplas, embora sem conseguir implementá-las. 
Para Tibor (1996, p. 40): 
 
Os gerentes ambientais eram, normalmente, 
gerentes de crises e não planejadores proativos. 
Muitos eram conscientes de que os problemas de 
conformidade às regulamentações podiam, com 
freqüência, serem diagnosticados como 
problemas sistêmicos [...], porém, poucos deles 
implementavam mudanças em nível de sistema. 
 
Ainda, pode-se afirmar que a gestão ambiental praticada pelo setor 
produtivo baseava- se, inicialmente, em relações do tipo comando e 
controle, nas quais quase todas as etapas do processo produtivo eram 
associadas a uma regulamentação específica, desde a compra de 
matéria prima até a disposição dos resíduos. As auditorias ambientais 
eram realizadas nas indústrias a fim de assegurar sua conformidade e 
demonstrar suas boas intenções ao público, aos investidores, aos 
credores e aos concorrentes. 
Em termos práticos, as indústrias responderam com a instalação de 
 
 
17 
equipamentos redutores de poluição, que, a despeito de seu alto custo, 
mostraram-se insuficientes para resolver os problemas ambientais. Na 
condição de pessoas jurídicas as indústrias sofriam aplicação de multas 
por parte dos órgãos públicos ambientais 
 
Apenas no ano de 1998, com a promulgação da Lei de Crimes 
Ambientais, é que pessoas físicas, no caso, diretores, administradores, 
membros de conselho e mandatários de pessoas jurídicas, passaram a ser 
passíveis de prisão em caso de comprovada culpabilidade pelos crimes 
ambientais previstos na Lei. Os infratores pessoas físicas ainda passaram 
a incorrer no pagamento de multas. Na Lei, a responsabilidade das 
pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou 
partícipes do mesmo fato, ou seja, ambas, concomitantemente, podem 
sofrer as implicações previstas. 
 
O endurecimento da legislação, a pressão exercida pela sociedade 
para a proteção ao meio ambiente, a análise minuciosa executada por 
instituições financeiras que, atualmente, verificam se fábricas em 
construção e novos processos produtivos não trarão problemas ambientais 
que depreciem o valor de seus investimentos e, principalmente, os altos 
custos de instalação de equipamentos de controle de poluição e sua 
relativa ineficiência contribuíram para alavancar o melhoramento da gestão 
ambiental desenvolvida pelos segmentos privados. 
 
Assim, a tradicional abordagem de comando e controle em relação 
às regulamentações estatais foi ampliada para incluir mecanismos de 
mercado. Tal evolução pode ser caracterizada como a segunda geração 
de respostas do setor produtivo às questões ambientais. 
 
Os mecanismos de mercado, tais como incentivos tributários, intercâmbios 
de emissões, taxas de poluição, taxas pelo uso de combustível e outros, 
demandaram dos gestores ambientais posições mais pró-ativas e 
sistêmicas, ao invés de passivas e reativas. Estes passaram então a atuar 
na redução de resíduos e efluentes, no uso racional da energia, na 
 
 
18 
reciclagem de materiais e na diminuição de custos relativos ao processo 
produtivo. 
 
Agora, teoricamente, a gestão ambiental deixa de ser uma função de 
conformidade aos regulamentos do setor estatal para se enquadrar no 
planejamento estratégico e nas operações do dia-a-dia das organizações. 
A gestão ambiental torna-se presente em todas as etapas do processo 
produtivo, desde o projeto inicial até a avaliação dos resultados, torna-se 
um fluxo, um fator comum a todas as áreas. 
 
É nesse cenário que ganha importância e espaço o Sistema de Gestão 
Ambiental – SGA, um importante instrumento hoje utilizado por algumas 
organizações que procuram se situar acima das exigências legais, 
adquirindo vantagem competitiva e diferencial no mercado. 
 
A implantação do SGA, resultado prático da certificação das séries das 
normas ISO 14000, mais especificamente das normas que tratam da 
organização (14001-14004), visa promover a melhoria contínua dos 
resultados ambientais e econômicos das empresas, além de ser, em 
alguns casos, condição essencial para a conquista do mercado externo, já 
que, atualmente, tratados de comércio exterior podem exigir que empresas 
exportadoras possuam tal certificação. 
 
Porém, alguns autores acreditam que já não se pode enfrentar os 
problemas ambientais apenas por meio de mecanismos de mercado. 
Questionam, sobretudo, a relação entre o alto custo dos processos de 
certificação e os reais benefícios ambientais alcançados. Byron (2001, 
apud COELHO e CUNHA, 2003, p. 62) “se surpreende com a quantidade 
de dinheiro e esforços gastos com a certificação ambiental”. 
Para Kant (2001 apud COELHO; CUNHA, 2003, p. 62), 
 
Ainda que o processo de certificação florestal, por 
exemplo, tenha aumentado as oportunidades de 
consulta entre diversos atores sociais envolvidos 
com o manejo florestal, seu objetivo principal, o de 
reduzir o ritmo do desmatamento das florestas 
 
 
19 
tropicais do mundo, tem falhado. 
 
Generalizando-se a firmação de Kant (2001), pode-se dizer que os 
processos de certificação ambiental contribuíram para aumentar as 
oportunidades de consulta e participação entre os diversos atores sociais 
envolvidos com a gestão dos recursos naturais. 
 
Aqui, é possível caracterizar uma terceira geração de respostas às 
questões ambientais, agora não apenas provindas do setor produtivo. A 
gestão ambiental passa a ser desenvolvida de forma integrada entre o 
setor produtivo, as organizações públicas, o terceiro setor e a sociedade 
civil, baseando-se em relações de parceria. 
 
As relações de parceria constituem-se em modelos alternativos de 
participação de diversos atores sociais nos processos de formulação de 
políticas e de implementação de programas e projetos de caráter 
ambiental. 
 
Porém, o que se vê na realidade é a participação da sociedade 
restringir-se normalmente à etapa de implementação, permanecendo a 
etapa de formulação das políticas e das estratégias de gestão ambiental 
centrada nas instituições públicas. Assim, o Estadomantém-se como o 
ator principal: o responsável direto pela definição das linhas principais 
da política ambiental brasileira e pela mediação de conflitos decorrentes 
dos diversos interesses dos outros atores sociais. 
 
Vale ressaltar uma interessante contradição presente nessa 
relação. Conforme visto anteriormente no Capítulo I, nos anos 90, com 
a reforma administrativa do Estado, observa-se no Brasil a tentativa de 
enxugar a máquina estatal por meio de experiências desestatizantes. 
Porém, nos limites deste mesmo cenário, observa-se surgir a questão 
ambiental como uma expressiva exceção à regra geral, já que foram 
sendo criadas estruturas governamentais voltadas para a 
regulamentação e fiscalização das atividades causadoras de possíveis 
 
 
20 
danos ambientais. 
 
Ainda que o Estado tenha se mantido como ator principal na 
condução da política ambiental brasileira, é inquestionável a 
participação efetiva de novos atores e de novos parceiros. Entre os 
atores não estatais, estão incluídas as organizações internacionais e as 
organizações não governamentais sem fins lucrativos – ONGs. As 
organizações internacionais como Banco Mundial e Organização das 
Nações Unidas – ONU têm forte peso na definição de uma agenda 
ambiental global e cooperam com países em desenvolvimento em 
programas que afetam diretamente o meio ambiente. 
 
As ONGs também participam da definição de uma agenda ambiental, 
tanto internacional como nacionalmente, influenciam nas negociações 
sobre mecanismos de regulação, exercendo pressão sobre o Estado, e 
põem em prática as políticas ambientais de agências de doadores 
internacionais, mediante implementação de projetos de intervenção 
direta ou de programas de pesquisa. 
 
Atualmente, é imprescindível que a gestão ambiental passe a ser 
desenvolvida com base em negociações e em relações de parceria com 
representantes das ONGs, configurando um novo modelo de gestão. 
Como exemplo, pode-se citar a Rede Nacional de Combate ao Tráfico 
de Animais Silvestres – RENCTAS, ONG que ainda aliou uma estratégia 
empreendedora à gestão ambiental desenvolvida em prol do combate 
ao tráfico da fauna silvestre. 
 
A seguir, será analisado o desenvolvimento dessa estratégia no âmbito 
da gestão ambiental. Para tanto, primeiramente, é necessário estudar 
de maneira mais ampla o tema “empreendedorismo”, enquanto modelo 
de gestão que foca as características que conformam o perfil e o 
comportamento do agente transformador das organizações. 
 
 
 
21 
2.1 EMPREENDEDORISMO 
 
Conforme visto, pode-se reafirmar que os modelos de gestão adotados 
pelas organizações são estabelecidos conforme uma dada realidade 
histórica, política, social, econômica e ambiental. Nesta perspectiva, 
busca-se situar a origem histórica do modelo de gestão empreendedor 
que, para Silva (2002), ocorre no período de transição entre a Segunda 
Onda, também chamada de Era da Revolução Industrial, e a Terceira 
Onda, ou Era da Informação5. 
Essa transição veio acompanhada de mudanças de valores que, por sua 
vez, acarretaram significativos impactos nos campos econômico, 
político, social, cultural, organizacional, e etc., que se encontram 
destacados nas análises das megatendências dos anos 80 e do século 
XXI6. 
 
No mesmo enfoque, Pereira (1995) pontua que a revolução da 
informação pôde ser dividida em duas eras empresariais: a era da 
qualidade, na década de 1970 e a era da competitividade, na década de 
1980. Estas, por sua vez, caracterizaram-se por possuirem, numa 
escala cronológica, três modelos de gestão: 
 
 O modelo da administração japonesa, que atingiu seu apogeu na dé-
cada de 1970 e possibilitou àquele país se recuperar dos estragos 
sofridos durante a II Guerra Mundial. O modelo baseava-se no 
princípio da melhoria da qualidade, de Edwards Deming — no qual a 
inspeção da qualidade “abrange todo o processo de produção, desde 
os insumos até o consumidor, bem como a revisão do projeto do 
produto/serviço para o futuro” (PEREIRA, J., 1995, p. 78). 
 O modelo de gestão da administração participativa, conforme visto 
anteriormente, tem como base o princípio da participação, que amplia 
a noção de gerência para a noção de gestão, na medida em que téc-
 
 
22 
nicos da organização passam a interagir em todo o processo produ-
tivo da organização: do planejamento à avaliação dos resultados. Se-
gundo Lima (2002), esse modelo teve início nos anos 80. 
 O modelo de gestão empreendedora, por ser um dos objetos de es-
tudo, será, a seguir, explorado quanto ao conceito e às principais ca-
racterísticas do empreendedorismo sócio-ambiental. 
 
 
A escala cronológica apresentada por Pereira (1995) não “congela” a 
realidade e não implica que a prática dos modelos de gestão nas 
organizações aconteceu em prazos determinados e que não foram 
concorrentes entre si. Esta apresentação representa uma realidade 
dinâmica e multifacetária. 
 
Antes de iniciar o estudo do empreendedorismo sócio-ambiental 
propriamente dito, cabe revisar a produção intelectual referente ao seu 
contexto mais amplo. Pode-se começar considerando que 
pesquisadores e intelectuais tendem a perceber e definir o termo 
empreendedor usando premissas de suas próprias disciplinas; assim, 
economistas associam o empreendedor com inovação, enquanto os 
comportamentalistas concentram-se em seus aspectos criativos e 
intuitivos. 
 
Pesquisadores como o canadense Louis Jacques Filion, da Escola de 
Altos Estudos Comerciais – HEC de Montreal, concordam em dizer que 
a origem deste conceito remonta ao século XVIII, início da Revolução 
Industrial no Reino Unido, nas obras de Cantillon (1755), que foi um 
banqueiro da época, mas que hoje poderia ser considerado um 
investidor de risco. 
 
Filion (1999, p. 2) assim interpreta o conceito de empreendedor 
adotado por Cantillon em 1755: 
 
“Para ele, o empreendedor era aquele que 
 
 
23 
comprava matéria prima por um preço certo para 
revendê-la a um preço incerto. Ele entendia, no 
fundo, que se o empreendedor lucrava além do 
esperado, isto ocorria porque ele havia inovado: 
fizera algo de novo e de diferente.” 
 
 O economista, industrial e professor do Collège de France, Jean-Baptiste 
Say adotou, em 1803, o termo entrepreneur ou empreendedor para 
designar, segundo Osborne e Gaebler (1994, p. XVI), “aquele que 
movimenta os recursos econômicos de um setor de menor produtividade 
para outro de maior produtividade e melhor rendimento”. 
 
É importante perceber que, tanto em Cantillon como em Say, o empreendedor 
era considerado como alguém que aproveitava a oportunidade de inovar nos 
negócios na perspectiva de obter lucros, porém, assumindo os riscos inerentes 
ao processo. 
Entretanto, foi o economista austríaco Joseph Schumpeter, autor do conceito 
de “destruição criativa”, empresário empreendedor, quem realmente lançou o 
campo do empreendedorismo associado à inovação: 
 
A essência do empreendedorismo está na percepção e aproveitamento das 
novas oportunidades no âmbito dos negócios... sempre tem a ver com criar 
uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados 
de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações. (SCHUMPETER, 
1928). 
 
Schumpeter também associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, 
pois cabe ao empresário empreendedor ser o agente ativo no processo de 
“destruição criativa” que provoca o desequilíbrio dinâmico, em vez do equilíbrio 
e da otimização almejados pela economia clássica. A “destruição criativa” para 
Schumpeter é a marca de uma economia dinâmica e sadia. 
 
A economia impôs barreiras ao estudo do empreendedorismo na medida em 
que o limitava apenas como um conceito quantificável e mensurável. Esta re-
strição acabou direcionando o universo do empreendedorismo para os intelec-
tuais e pensadores de outras áreas da ciência, como: psicologia, sociologia,24 
psicanálise, dentre outras. Este grupo de pesquisadores, para quem o em-
preendedorismo era um conceito intangível e não mensurável, foi denominado 
de comportamentalistas; por buscar um conhecimento mais aprofundado 
acerca do comportamento do empreendedor. 
 
Para Filion (1999, p.6) um dos primeiros pensadores a mostrar interesse no 
estudo do comportamento do empreendedor foi Max Weber (1930): Ele identif-
icou o sistema de valores como um elemento fundamental para a explicação 
do comportamento empreendedor. Ele via os empreendedores como inovado-
res, pessoas independentes cujo papel de liderança nos negócios inferia uma 
fonte de autoridade formal. 
 
Porém, sob o ponto de vista comportamental, quem melhor define a atitude do 
empreendedor é McClelland (1961), para quem tais pessoas estão estimuladas 
a trabalhar duramente para atingir um objetivo pessoal e seu comportamento 
se manifesta através de três níveis de motivação: 
 
 Necessidade de realização: é a necessidade do sucesso competitivo, 
medido em relação a um padrão pessoal de excelência. Cada pessoa 
tem seu critério próprio de sucesso — motivo financeiro, realização 
profissional, reconhecimento, entre outros 
 Necessidade de afiliação: é a busca de relacionamentos afetivos com 
outras pessoas; 
 Necessidade de poder: visando controlar ou influenciar outras pessoas. 
 
 
Ainda sob este enfoque, Fernando Dolabela, professor, autor de livros sobre o 
tema, e referência nacional sobre o assunto, assim observa o comportamento 
do empreendedor: 
 
 
O empreendedor é alguém capaz de desenvolver uma 
visão, mas não só. Deve saber persuadir terceiros, 
sócios, colaboradores, investidores e convencê-los de 
que sua visão poderá levar todos a uma situação con-
fortável no futuro. 
 
 
25 
 
 
Além de energia e perseverança, uma grande dose de paixão é necessária 
para construir algo a partir do nada e continuar em frente, apesar de obstáculos, 
armadilhas e da solidão (DOLABELA, 2003, p. 44). 
 
Além dos economistas e dos comportamentalistas, pesquisadores de outras 
áreas, motivados pela ascensão do tema — Filion (1999) afirma que só no 
Canadá, anualmente, são editadas sobre o tema mais de mil publicações, são 
realizadas mais de 50 conferências e são editados mais de 25 revistas espe-
cializadas —, colocaram em questão a relevância de se conceituar o em-
preendedorismo pela ótica do “quem é o empreendedor?”. Esses pesquisa-
dores propuseram que o marco central da pesquisa fosse alterado para “o que 
faz o empreendedor?”. 
 
Filion (1997) observa que ao longo dos anos 90 várias pesquisas foram desen-
volvidas sobre empreendedorismo por diferentes pesquisadores. Nestas, foram 
identificadas 25 temas como sendo mais comumente associados ao em-
preendedorismo, dentre os quais se destacam: parceria estratégica; redes; 
mulheres, grupos minoritários, grupos étnicos e empreendedorismo; educação 
empreendedora; empreendedorismo e sociedade. 
Nota-se, a partir dessa observação, que o empreendedorismo rompe de vez 
com as fronteiras da economia, ampliando seu leque de relações, que passa, 
então, a incluireducação 
sociologia, antropologia, informática, etc. É de se notar, também, que nas 
pesquisas catalogadas por Filion (1997) nenhuma referência foi feita à relação 
entre empreendedorismo, o homem e o meio ambiente. 
 
A mesma escassez foi sentida durante a pesquisa bibliográfica executada para 
o desenvolvimento desta dissertação, que tem como objetos de estudo o em-
preendedorismo e a gestão ambiental. Apenas algumas poucas referências 
bibliográficas, que serão posteriormente comentadas, foram identificadas nesta 
área. 
 
 
 
26 
Apesar disso, sabe-se que, conforme discutido no capítulo 1, nas últimas dé-
cadas houve crescimento do número de organizações sem fins lucrativos que 
incorporaram o modelo de gestão empreendedor associado às causas sociais 
e ambientais. Assim, constata-se que a relação entre empreendedorismo e 
gestão ambiental nas organizações sem fins lucrativos já vem sendo desen-
volvida na prática por seus representantes. 
 
Este fato marca o início de um novo conceito para o empreendedorismo, o de-
nominado empreendedorismo social, precursor de um conceito mais amplo e 
que melhor caracteriza a relação entre empreendedorismo e gestão ambiental: 
o empreendedorismo sócio-ambiental. 
 
Antes de iniciar a exposição dos atuais conceitos de empreendedorismo social, 
serão expostas as diferenças entre empreendedores sociais e em-
preendedores de negócios. O ponto de partida para a exposição das diferenças 
será, contrariamente, uma semelhança: ambos associam a inovação e a 
criação ao senso de oportunidades, ou seja, ambos criam e inovam quando 
sentem uma oportunidade para tal. Neste caso, a diferença reside no tipo de 
criação que daí surge. 
 
A criação central do empreendedor de negócios esta voltada para 
produtos ou serviços que geram riquezas, que terão o seu valor 
determinado pelas regras e pelo ritmo do mercado. No empreendedor de 
negócios, a criação central está direcionada para a sua missão, que pode 
ser, por exemplo, diminuir os índices de analfabetismo numa dada região, ou, 
reinserir na sociedade. 
 
grupos específicos de excluídos, ou, num contexto mais amplo, promover 
a geração de renda em uma dada comunidade, associação, grupo, etc. 
São inúmeras as possíveis missões que um empreendedor social pode vir 
a assumir num país carente como o Brasil. 
 
Conseqüentemente, a missão social do empreendedor social 
 
 
27 
também produz bens e serviços — só que não mais com o foco no 
mercado. O empreendedor social produz bens e serviços para a 
comunidade, e seu foco está direcionado para a busca de soluções para 
problemas sociais. 
 
A criação central do empreendedor social, ou seja, idéias, 
conceitos e metodologia, não são de apropriação individual e de registro 
de propriedade material e intelectual, a exemplo dos registros de 
patentes e marcas, feitos pelos empreendedores de negócio. Ao 
contrário, suas idéias são de caráter coletivo, devem ser multiplicadas e 
aplicadas em outras situações, caso seja comprovada a eficiência na 
resolução dos problemas. 
 
O empreendedor de negócios superdimensiona a economia; 
assim, suas ações são desenvolvidas para obter o máximo de lucro 
possível, o que, conseqüentemente, servirá de indicador do seu 
desempenho: quanto maior o lucro, melhor o desempenho do 
empreendedor. Outro indicador de desempenho nesse caso é o grau de 
satisfação das necessidades dos clientes e a medida de crescimento 
dos negócios. Aqui, o escopo de atuação do empreendedor de negócios 
é o mercado atual e potencial. 
 
O empreendedor social concentra seus esforços na dimensão 
social, colocando a economia em segundo plano. O seu indicador de 
desempenho é o impacto social desencadeado a partir de suas ações e 
o seu escopo de atuação é a comunidade ou as comunidades afetadas 
pelos problemas. O quadro abaixo sintetiza o exposto: 
 
2.2 GESTÃO AMBIENTAL E EMPREENDEDORISMO 
 
Primeiramente, é preciso evidenciar que, a partir deste ponto da 
dissertação, será adotado o conceito de empreendedorismo sócio-
ambiental em todas as referências feitas ao empreendedorismo. Em 
 
 
28 
seguida, deve-se retornar ao conceito de gestão ambiental aqui 
adotado: a gestão ambiental deve integrar dialeticamente as 
organizações privadas, as organizações públicas, o terceiro setor e a 
sociedade civil. A cada um destes atores cabe desempenhar suas 
funções, cumprir com suas responsabilidades e buscar sempre 
equilibrar a equação entre uso racional dos recursos naturais, promoção 
social e desenvolvimento econômicocorrespondendo, desta forma, ao 
princípio do desenvolvimento sustentável. 
 
É justamente na questão do princípio do desenvolvimento sustentável 
que se nota a primeira relação entre empreendedorismo sócio-ambiental 
e gestão ambiental: ambosdirecionam seus esforços no sentido de 
promovê-lo. Seja através da minimização da exclusão social e dos 
impactos ambientais negativos; seja através da busca do equilíbrio da 
equação entre o uso racional dos recursos naturais, promoção social e 
desenvolvimento econômico. Nesse caso, o que os diferencia é que o 
primeiro pensou uma questão sócio-ambiental de forma inovadora e 
única; já no segundo caso esta mesma questão foi tratada de forma 
usual. 
 
Outra relação situa-se na forma de atuação: o estabelecimento de 
parcerias. O empreendedorismo sócio-ambiental desenvolve suas 
ações por meio de redes de parcerias e, na gestão ambiental, as 
organizações públicas, privadas, o terceiro setor e a sociedade civil 
devem estar dialeticamente integradas, o que também caracteriza o 
estabelecimento de parcerias. 
 
Uma terceira relação se estabelece no momento em que instituições 
como a Ashoka ofertam recursos financeiros, humanos e conhecimento 
para a implementação de idéias empreendedoras sócio-ambientais que, 
ao serem postas em prática, podem trazer resultados positivos para a 
gestão ambiental. 
 
Finalmente, conforme visto, pode-se afirmar que tanto o 
 
 
29 
empreendedorismo sócio-ambiental como a gestão ambiental tiveram 
suas origens na esfera privada, nos negócios. Foi apenas após a 
incorporação de valores sociais e ambientais que ambos evoluíram e 
passaram a adotar os novos conceitos. 
 
 
 
FONTE: Google imagens – acesso em 11/12/2020 
 
Analisados os pressupostos teóricos que fundamentam a relação entre 
empreendedorismo e gestão ambiental, se faz necessário, com base 
nos dados coletados pela pesquisa, caracterizar as políticas de gestão 
ambiental desenvolvidas pelas RENCTAS e pelo IBAMA no combate ao 
tráfico de animais silvestres, para, então, ainda com base nos dados das 
pesquisas, caracterizar o modelo de atuação da parceria desenvolvida 
entre ambos no desempenho desta atividade. Este modelo ainda 
explicitará como a primeira, a segunda e a terceira relações realmente 
acontecem na prática; a quarta relação, por ser somente de fundo 
teórico, não poderá ser tratada sob este enfoque. 
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