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POR: DÉBORA STHER | @STHERDEBORA | 4° PERÍODO FISIOTERAPIA 14/9/21 MECANISMOS SISTÊMICOS E PULMONARES EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Mecanismos sistêmicos e pulmonares em doenças respiratórias DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA Corresponde á obstrução persistente e progressiva do fluxo aéreo em virtude da exposição prolongada de agentes nocivos que progride para uma resposta inflamatória anormal das vias aéreas e pulmões. Nela está presente em níveis variados de paciente para paciente: - Alterações das vias aéreas inferiores (bronquite obstrutiva) - Destruição do parênquima (enfisema) Diagnóstico: a DPOC deve ser considerada em todo paciente dispneico, com tosse crônica, produção de escarro ou história de exposição a fatores de risco para a doença, podendo ser situacionais (uso ou exposição à cigarro, por exemplo) ou ocupacionais (exposição a queimadas, fogão a lenha e etc.). Sobre suspeita, a prova de função pulmonar (espirometria) é padrão ouro para diagnóstico de DPOC. Em caso de relação VEF1/CVF < 0,7 confirma a obstrução das vias aéreas. Caso o resultado dessa relação se repita abaixo de 0,7 após a administração de broncodilatadores, o quadro de obstrução é identificado como permanente. Obs.: VEF1 = Volume Expiratório Forçado no 1° segundo CVF = Capacidade Vital Forçada Classificação: existem duas formas de classificação da DPOC. A primeira é a Classificação Unidimensional da DPOC e é baseada no VEF1 pós- broncodilatador. Contudo, POR: DÉBORA STHER | @STHERDEBORA | 4° PERÍODO FISIOTERAPIA 14/9/21 MECANISMOS SISTÊMICOS E PULMONARES EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Percebendo a insuficiência dessa classificação para descrever a condição de saúde do paciente, desenvolveu-se a Classificação Multidimensional da DPOC, mais usada na prática clínica, abrangente e completa que considera: 1. Classificação da gravidade da obstrução; 2. Teste de avaliação da DPOC (CAT); 3. Escala de dispneia (mMRC); 4. História de exarcebações Teste de avaliação da DPOC (CAT) - é composto por 8 perguntas graduadas de 0-5 relativas a ocorrência de tosse, catarro, aperto no peito, falta de ar para subir escadas, atividade caseira, confiança ao sair de casa, profundidade do sono e energia. POR: DÉBORA STHER | @STHERDEBORA | 4° PERÍODO FISIOTERAPIA 14/9/21 MECANISMOS SISTÊMICOS E PULMONARES EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Escala de Dispneia (mMRC) - nesse teste é solicitado que o paciente assinale no quadro que se aplica a sua atual condição. Grau 0 mMRC: Sinto falta de ar somente aos esforços intensos. Grau 1 mMRC: Sinto falta de ar quando ao correr no plano ou subir uma ladeira leve. Grau 2 mMRC: Caminho mais lentamente que as pessoas da minha idade no plano por causa da falta de ar, ou tenho que parar para tomar fôlego quando caminho no meu próprio ritmo, no plano. Grau 3 mMRC: Paro para tomar fôlego após caminhar cerca de 100 metros ou após alguns minutos, no plano. Grau 4 mMRC: Tenho muita falta de ar para sair de casa, ou ao me vestir ou despir. Fonte: Kovelis et al. J Bras Pneumol. 2008; 34(12):1008-18. POR: DÉBORA STHER | @STHERDEBORA | 4° PERÍODO FISIOTERAPIA 14/9/21 MECANISMOS SISTÊMICOS E PULMONARES EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS A partir dos resultados obtidos, pode-se então classificar a DPOC a partir de critérios multidimensionais seguindo o quadro a seguir. Estado nutricional na DPOC: impactada principalmente pela dispneia, há diversos aspectos de saúde correlacionados que levam ao desequilíbrio entre ingestão e gasto calórico que acarreta na perda de peso. Esse é um sinal clínico da evolução da doença, pois leva a menor sobrevida. Além disso, há aumento de citocinas pró-inflamatória. POR: DÉBORA STHER | @STHERDEBORA | 4° PERÍODO FISIOTERAPIA 14/9/21 MECANISMOS SISTÊMICOS E PULMONARES EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Alterações dos músculos respiratórios: existem fatores extrínsecos e intrínsecos que podem deteriorar a estrutura e função muscular de pessoas com DPOC. ▪ Fatores extrínsecos: alterações geométricas da parede torácica, alterações do volume pulmonar e fatores metabólicos sistêmicos. ▪ Fatores intrínsecos: tamanho da fibra muscular, comprimento do sarcômero e massa e metabolismo muscular. Alterações mecânicas da DPOC: nessa doença, diversas alterações na mecânica ventilatória são presentes representadas na imagem a baixo, sendo uma das mais características a hiperinsuflação. POR: DÉBORA STHER | @STHERDEBORA | 4° PERÍODO FISIOTERAPIA 14/9/21 MECANISMOS SISTÊMICOS E PULMONARES EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Consequências da hiperinsuflação na DPOC: Na DPOC, há perda do recolhimento elástico do parênquima pulmonar, por perda de elastina, e fechamento prematura das vias aéreas que caracterizam a hiperinsuflação estática. Aliado a isso, também são presentes a limitação ao fluxo aéreo, tempo expiratório insuficiente para exalar completamente o VC e aumento da atividade dos músculos inspiratórios na expiração o que caracteriza a hiperinsuflação dinâmica. A convergência dessas duas condições levam ao aumento da CRF e consequentemnte ao Auto-PEEP. Lembrando: CRF = Capacidade Residual Funcional PEEP = Pressão Expiratória Positiva Final POR: DÉBORA STHER | @STHERDEBORA | 4° PERÍODO FISIOTERAPIA 14/9/21 MECANISMOS SISTÊMICOS E PULMONARES EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Impactos da dispneia: Alterações dos músculos esqueléticos periféricos: a soma das diversas alterações sistêmicas converge também para a disfunção dos MM esqueléticos periféricos, característica pela redução da força dos MMSS e MMII, menor área de secção transversa do quadríceps e fraqueza (maior em MMII do que MMSS). ▪ Descondicionamento; ▪ Depleção nutricional; ▪ Perda de hormônios metabólicos; ▪ Estresse oxidativo; ▪ Hipóxia/hipoxemia; ▪ Miopatia por corticosteroides; ▪ Inflamação sistêmica. Além disso, na DPOC há baixa capacidade oxidativa, capacidade glicolítica normal ou aumentada o que leva ao predomínio do metabolismo anaeróbico láctico resultando em actacidose precoce e intolerância ao exercício. DPOC e doenças cardiovasculares: pelas diversas alterações presentes na DPOC citadas anteriormente, em especial o aumento da resposta inflamatória, hipóxia, stress oxidativo, descondicionamento físico e grandes variações de pressão intratorácica, que juntos convergem para o aumento da atividade simpática. POR: DÉBORA STHER | @STHERDEBORA | 4° PERÍODO FISIOTERAPIA 14/9/21 MECANISMOS SISTÊMICOS E PULMONARES EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Assim, o paciente com DPOC também pode desencadear comorbidades cardiovasculares. Perspectivas de tratamento fisioterapêutico: ▪ Exercício aeróbico ▪ Treino de força → melhora da qualidade de vida ▪ Estimulação elétrica neuromuscular ▪ Terapia anti-oxidante ▪ Treinamento da musculatura respiratória - Reabilitação pulmonar: ▪ Exercícios aeróbicos ▪ Exercícios de fortalecimento da musculatura de MMSS e MMII ▪ Treinamento da musculatura respiratória ↓ ↑ força muscular ↑ endurance inspiratória ↑ tolerância ao exercício ↓ redução da dispneia ↑ qualidade de vida POR: DÉBORA STHER | @STHERDEBORA | 4° PERÍODO FISIOTERAPIA 14/9/21 MECANISMOS SISTÊMICOS E PULMONARES EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
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