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Movimentos da psicologia no século XX

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Movimentos da psicologia no século XX 
 
 A psicologia, como ciência, foi influenciada por inúmeros pensadores, 
cientistas, movimentos e áreas. 
 
Influências da filosofia 
 A história da psicologia está imersa na história do desenvolvimento do 
pensamento humano, na história da filosofia. 
A filosofia aborda o objeto que deseja conhecer por intermédio da razão, 
da argumentação (indutiva e dedutiva), da lógica, da retórica. Esses métodos 
são necessários para questionar o que é o conhecimento, os tipos de 
conhecimento, o que é verdadeiro nesse conhecimento. A filosofia também se 
ocupa das falácias do conhecimento, ou seja, dos erros da argumentação 
filosófica, mas que convencem e enganam. Uma falácia do conhecimento 
sempre vem disfarçada de boas intenções e, eventualmente, confirma ideias do 
senso comum, confirma os desejos e as opiniões de algumas pessoas, e por isso 
convence os mais ingênuos. O papel da filosofia, de apontar as falácias do 
conhecimento, é fundamental para nossa civilização, para os psicólogos, para 
os educadores (ensinantes), para os gestores, para o cidadão. 
Desde o início da Idade Moderna até a época do iluminismo, os filósofos 
especularam sobre o funcionamento da mente humana, com o intuito de 
determinar por meio de quais processos o conhecimento é produzido. A ideia 
de que a faculdade da razão era o que possibilitava o saber não era exatamente 
nova: já na Grécia Antiga e durante a Idade Média atribuía-se à razão essa 
função. Posteriormente, John Locke concebeu a mente como uma espécie de 
folha em branco, ou tabula rasa, onde a experiência sensorial deixava suas 
impressões, assumindo, assim, que não havia pressupostos preestabelecidos, 
tanto para o pensar quanto para o agir. 
Outros pensadores, como René Descartes e Gottfried Leibniz (1646-1716), 
posicionavam-se de maneira diferente em relação à questão. Para eles, havia 
funções da consciência humana que não poderiam ser resultado da mera 
experiência sensorial, como as categorias do pensamento, o mecanismo das 
inferências lógicas, a noção de causalidade e o sentido do propósito. 
O conceito de dialética apresentado por Hegel (1770-1831) defende que os 
seres humanos constroem e reconstroem os seus conceitos. Seja em 
expedientes sociais, seja nas concepções artísticas, para Hegel, esse processo 
deve ser descrito como uma espiral constante. As sociedades, e os indivíduos 
que nelas vivem, estão sempre ancorados em teses, naturalizadas em seu 
cotidiano e assumidas como verdadeiras. Entretanto, no processo histórico, 
essas teses são constantemente contrastadas, negadas, enfrentadas, e desse 
enfrentamento, entre tese e antítese, emerge sempre algo novo, uma síntese, 
que, posteriormente, será consolidada no meio social, tornando-se a tese então 
vigente. 
 
Mecanicismo 
Doutrina filosófica do século XVII, pela qual todos os fenômenos se 
explicam pela causalidade; pela discussão dos racionalistas (tese) e dos 
empiristas (antítese) e pela síntese do filósofo Immanuel Kant, no século XVIII. 
A publicação relevante para a discussão é de 1637: Discurso sobre o método 
para bem conduzir a razão na busca da verdade dentro da ciência (René 
Descartes). 
 
A origem das espécies 
Livro publicado por Charles Darwin (1809-1882), abordou o 
desenvolvimento filogenético das espécies, incluindo a espécie humana. Isso 
aproxima os seres humanos de outras espécies que habitam o planeta em uma 
corrida por adaptabilidade e sobrevivência. A espécie Homo sapiens (homem 
sábio), com as características morfológicas atuais, tem 350 mil anos; as 
características comportamentais modernas, cerca de 50 mil anos. Essas 
evidências são importantes para a delimitação da Psicologia como ciência e 
para o movimento do funcionalismo com o estudo do papel adaptativo da 
consciência, em vez do seu conteúdo. 
 
Influências da psicofísica 
 Demarca uma mudança na abordagem. 
 A inovação dos psicofísicos é empregar o método experimental para 
estudar uma psicologia sensorial, uma fisiologia experimental, não romper com 
o pensamento filosófico, buscando evidências empíricas por meio do método 
experimental e de resultados reprodutíveis. É fundamental conseguir dados 
constantes, não apenas as especulações, induções e deduções filosóficas. 
 
Origens e cientistas 
• Wilhelm M. Wundt (1832-1920) - Ficou registrado como o responsável pelo 
marco fundante da Psicologia Científica. Foi esse pesquisador que, em 1879, 
delimitou em seu laboratório, fundado na Alemanha, o Instituto Psicológico; 
 
• Ernst Weber (1795-1878) - Desenvolveu estudos para discriminar a distância 
tátil perceptível entre dois pontos (limiar de dois pontos), ou seja, a relação 
de uma estimulação física (sensação) e uma percepção (mental); 
 
• Gustav Theodor Fechner (1801-1887) - Disputa com Wundt o título de 
pioneiro da Psicologia Experimental e da própria Psicologia, embora suas 
primeiras contribuições para as ciências tenham se desenvolvido nos campos 
da matemática e da física. Posteriormente, passou a interessar-se por 
questões psicológicas e religiosas. De acordo com sua concepção de 
Paralelismo Psicofísico, as realidades física e psíquica não estariam em 
oposição, mas constituiriam aspectos de uma mesma realidade essencial. 
Fechner demonstrou que o mundo mental e o mundo material estão 
relacionados quantitativamente e que se pode medi-los; 
 
• Hermann von Helmholtz (1821-1894) - Pioneiro em medir a velocidade do 
impulso nervoso, de uma estimulação sensorial tátil até a resposta, ou seja, 
o movimento motor resultante. Para a psicologia, isso foi importante na 
ideia de que o pensamento e o movimento se seguem um ao outro, e o 
intervalo entre um pensamento e um movimento resultante poderia ser 
medido; 
 
• Hermann Ebbinghaus (1850-1909) - Estudou a aprendizagem e memória 
(funções superiores); 
 
• Franz Brentano (1838-1917) - Fez distinção entre o conteúdo mental e a 
atividade mental. 
 
Movimentos 
Estruturalismo 
 Em 1896, nos Estados Unidos, o britânico Edward B. Titchener (1867-1927), 
discípulo de Wundt, divulgou um projeto diferente do de seu professor, em 
termos epistemológicos. Titchener e seus colaboradores identificaram mais de 
40 mil qualidades e sensações, e afirmavam que cada elemento era consciente 
e poderia ser combinado para formar percepções e ideias. Esses elementos eram 
determinados pela qualidade, intensidade, duração e nitidez. 
 Todos os processos conscientes e perceptuais poderiam ser reduzidos a 
esses elementos que, em última análise, são os átomos do pensamento. O 
reducionismo de chegar ao átomo do pensamento era uma exigência do 
zeitgeist, aproximar a psicologia das ciências naturais e do espírito positivista. 
 
Funcionalismo 
 O norte-americano William James (1842-1910) publicou, em 1890, o texto 
“Princípios da Psicologia”, que se transformou nas bases do Funcionalismo nos 
Estados Unidos no século XX. Ele foi um representante da escola do 
pragmatismo e do Funcionalismo. James não estava interessado nos átomos 
do pensamento, mas na experiência imediata que um objeto impunha à 
consciência, ou seja, um fenômeno. Suas principais teorias são os estudos sobre 
a emoção, sua origem e função, com grande impacto para a Psicologia no século 
XX. 
 
James acreditava que uma alteração fisiológica no organismo levaria a 
uma emoção, ideia que foi corroborada em um estudo independente pelo 
fisiologista Carl G. Lange (1834-1900), psicólogo dinamarquês. Na perspectiva 
desses autores, não experimentamos uma emoção se não houver uma alteração 
fisiológica no organismo. Assim, o corpo reagiria de modo diverso aos eventos 
ambientais causadores de emoções, e as experiências emocionais nada mais 
seriam do que uma tentativa de dar sentido à alteração no organismo. 
Os funcionalistas sofreram influência da teoria da evolução das espécies e 
estavam mais interessados no papel adaptativo daconsciência, dos hábitos, da 
emoção, ou seja, em suas respectivas funções. Para os funcionalistas, isso era 
mais válido e pragmático do que investigar o conteúdo da consciência em 
termos estruturais. 
 
Behaviorismo (Comportamentalismo) 
 Tem como objeto de estudo a análise científica dos comportamentos 
humano e animal. Busca descrever as circunstâncias relevantes para que um 
comportamento seja instalado no repertório comportamental de uma pessoa e 
o que é preciso para modificar esse comportamento, quando necessário. Desse 
modo, é possível evidenciar porque determinada pessoa se comporta dessa ou 
daquela maneira, os motivos de alguma decisão, e prever e alterar os possíveis 
comportamentos futuros. A tese do behaviorismo é se preocupar somente com 
os fatos naturais, facilmente mensuráveis. 
 Nenhum sistema teórico, ou perspectiva psicológica, como vimos, surge 
em um vácuo, mas pelo acúmulo de conhecimento e pelo avanço da tecnologia. 
O Behaviorismo foi um protesto contra a Psicologia Wundtiana, a consciência 
como objeto de estudo e a introspeção como um método. 
 Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) recebeu influência de Watson e 
Thorndike e estabeleceu a distinção entre o Behaviorismo radical e o 
metodológico, além de descrever a aprendizagem por contingência 
(probabilidade de um evento ser causado por outro; relação entre eventos 
ambientais). Na perspectiva desse autor, o cérebro é um depositário de 
contingências, ou seja, armazena nossas experiências e os padrões do nosso 
repertório comportamental. 
 
Psicologia da Gestalp 
 Importante perspectiva da psicologia, uma crítica à Psicologia Wundtiana. 
As principais personalidades desse movimento foram: Max Wertheimer (1880-
1943), Kurt Koffka (1886-1941) e Wolfgang Köhler (1887-1967). 
 Os gestaltistas aceitavam o objeto de estudo da psicologia Wundtiana, a 
consciência, mas negavam-se a aceitar que o seu estudo acontecesse pela 
busca de seus elementos. O movimento também criticou a ideia de que a 
percepção seria a soma de elementos básicos, tese atomista defendida por 
Wundt. Os cientistas defendiam que uma percepção não dependia de processos 
mentais superiores ou de aprendizagem, mas os dados da percepção estavam 
presentes no próprio estímulo apreendido pela percepção, em um todo, não no 
somatório de partes elementares. 
 
Humanismo 
 É um movimento com uma perspectiva teórica da psicologia, do início da 
década de 1960. As escolas com as quais os humanistas rivalizavam eram o 
behaviorismo e a psicanálise; criticavam que os dois sistemas ofereciam uma 
visão da natureza humana limitada e depreciativa. 
O humanismo evidencia a doutrina filosófica do livre-arbítrio, que 
preconiza que as pessoas dirigem seus atos de modo consciente, 
independentemente de determinações psíquicas, cognitivas ou ambientais. O 
objeto de estudo do Humanismo não é a consciência ou o comportamento, 
tampouco a percepção, mas os interesses e valores humanos. Os humanistas 
se opunham ao mecanicismo e ao materialismo da cultura ocidental da época. 
Abraham Harold Maslow (1908-1970) foi um precursor do movimento da 
psicologia humanista. Defendia a capacidade de autorrealização de cada pessoa 
e criou a famosa pirâmide de necessidades. Na perspectiva desse autor, todos 
temos tendência a buscar uma realização pessoal, que só é alcançada quando 
atingimos as prioridades dos degraus da pirâmide, da base para o topo. A ideia 
da hierarquia é criticada, sem dúvida temos necessidades que são fisiológicas, 
psicológicas e sociais. 
 
Psicanálise 
 A psicanálise é uma história à parte da Psicologia, mas que exerce grande 
influência nos psicólogos, pedagogos, médicos psiquiatras, neurocientistas, 
entre outros interessados no estudo das funções psicológicas humanas. A 
produção intelectual inicialmente, foi direcionada para a saúde mental e para 
o tratamento clínico de enfermidades mentais. 
 
Teoria do impulso e Freud 
De maneira geral, uma teoria do impulso, como compreensão do 
funcionamento humano, concentra-se em explicar como o nosso 
comportamento mantém o organismo em equilíbrio. A experiência psicológica 
de um desequilíbrio interno seria um impulso, ou seja, o “energizador” do 
comportamento. As teorias do impulso explicam comportamentos e são 
focadas nas causas, no funcionamento interno, na Fisiologia e/ou na estrutura 
da mente. 
Sigmund Freud (1856 – 1939) apresenta sua teoria sobre o desenvolvimento 
psicossexual (fase oral, anal, fálica, período de latência, genital). Da perspectiva 
do autor, a mente humana funciona de uma maneira específica. À medida que 
os impulsos corporais acumulam energia, a experiência psicológica resultante 
é um aumento da ansiedade, um desconforto psíquico. Então, é preciso 
proteger, por meio de um mecanismo de escape, nossa saúde física e mental. 
Freud descreve minuciosamente esses mecanismos de defesa, elenca três 
estruturas do aparato psicológico humano que vivem em uma interação 
dinâmica: 
• Id – Evita a dor e maximiza o prazer; 
• Ego – O aspecto racional da personalidade; 
• Superego- A introjeção da moral da sociedade em nossa estrutura de 
personalidade. 
 
O Id, como uma estrutura psíquica inata, é regido pelo princípio do prazer 
e pela busca da satisfação imediata. A busca por objetos que sejam capazes de 
satisfazer o desconforto psíquico é constante. Como não é possível atender às 
pressões mais primitivas em busca do prazer, devido à ação do superego e dos 
mecanismos de defesa, eventualmente ocorre adoecimento, pois não há busca 
pelo objetos desejado. Esse adoecimento, muitas vezes, não apresenta os 
motivos para consciência (para o ego). 
 
Jung 
 Carl Gustav Jung (1875-1961) foi um discípulo de Freud, mas romperam 
relações por divergências teóricas. O seu sistema é conhecido como psicologia 
analítica que é aplicada na psicoterapia, em saúde mental e na avaliação da 
personalidade. A tipologia de Myers-Briggs (classificação tipológica de Myers-
Briggs) é um instrumento padrão-ouro para avaliação da personalidade (MBTI). 
Outro teste que é amplamente utilizado no Brasil é o Questionário de Avaliação 
Tipológica (QUATI). Ambos os recursos são de uso restrito do psicólogo e da 
psicóloga. 
 
Psicologia cognitiva 
 A psicologia cognitiva traduz, em essência, o que é a ciência psicológica. 
 A psicologia cognitiva pode ser definida como uma área de conhecimento 
que analisa os processos internos implicados na forma como as pessoas 
extraem sentido do ambiente – interno (fisiológico) e externo (cultura) – e 
decidem quais ações são apropriadas. Estuda a atividade e a estrutura do 
cérebro para compreender a cognição e o comportamento humano. Enquanto 
o behaviorismo busca explicar as circunstâncias em que um comportamento 
acontece, o cognitivismo busca identificar as causas de determinado 
comportamento. 
 A investigação dos processos cognitivos inclui: 
• Atenção; 
• Percepção; 
• Aprendizagem; 
• Memória; 
• Motivação; 
• Linguagem; 
• Resolução de problemas; 
• Raciocínio; 
• Pensamento.
Existe diferença entre a psicologia cognitiva aplicada à clínica, seus 
métodos e objetos de estudo, e a psicologia cognitiva enquanto um sistema 
teórico da psicologia. A reestruturação cognitiva ensina uma pessoa a 
reinterpretar eventos e utilizar essas informações para motivar 
comportamentos mais adaptados e funcionais em suas vidas, ou seja, buscar 
qualidade de vida e bem-estar. Assim, a reestruturação significa: 
 
• Ensinar a pensar diferente sobre si próprio (o eu, o ego); 
• Ensinar a pensar diferente sobre o mundo (as pessoas e os acontecimentos); 
• Ensinar a pensar diferente sobre o futuro. 
 
A psicologia cognitiva adota o determinismo como um pressuposto 
epistemológico. Eventos no decorrer do desenvolvimento podem resultar em 
um ambiente propício para o desenvolvimento de resiliência ou não, assim 
como em mais ou menos controle emocional e psicológico.Pode existir uma 
vulnerabilidade a desenvolver transtornos de humor. Segundo o paradigma de 
diátese-estresse, pessoas vulneráveis cognitivamente desenvolvem 
psicopatologias ao passar por eventos estressores. Um esquema cognitivo pode 
ser positivo ou negativo, adaptado ou desadaptado. Os determinantes do 
comportamento podem ser analisados: 
 
• Em um aspecto físico (mapeamento neurológico); 
• Em um aspecto psicológico (sensopercepção, atenção, pensamento, 
memória, volição, emoções, sentimentos etc.); 
• Em um aspecto ambiental/funcional (mapeamento cultural, socioeconômico 
etc.). 
 
Marcos históricos 
• Psicologia cognitiva básica - Busca delimitar uma área de conhecimento, 
definir construtos, construir e testar hipóteses, elaborar teorias que possam 
descrever os fenômenos; 
• Psicologia cognitiva aplicada - Utiliza as diversas formas de conhecimento 
e a ciência básica para encontrar soluções para a vida das pessoas. As teorias 
de uma ciência aplicada são construídas com um viés de prática, ou seja, no 
fazer psicológico. 
 
Métodos de pesquisa na psicologia cognitiva 
Existe uma ciência cognitiva e uma psicologia cognitiva. A ciência 
cognitiva inclui a psicologia cognitiva, mas também outros modelos com 
interesses e métodos de investigação distintos. São modelos que se 
complementam em certos contextos e estudos, mas também divergem. 
Algumas abordagens da ciência cognitiva são: Psicologia cognitiva, 
neuropsicologia, neurociências, ciência cognitiva computacional. 
 
O método das neurociências 
 Nas neurociências, são encontradas as evidências científicas levantadas 
pelo uso da tecnologia, especialmente o uso de técnicas de neuroimagem, que 
demonstram atividades em regiões e circuitos do sistema nervoso central, 
durante um processamento sensorial, motor ou cognitivo. 
Existem correlações na literatura entre um sistema de ativação 
comportamental e um sistema de inibição comportamental e características 
da personalidade, por exemplo, o neuroticismo e a extroversão. 
Constantemente, a atividade cortical vai gerenciar as metas conscientes dos 
indivíduos. As respostas comportamentais são influenciadas pelo sistema 
dorsal, ventral e amígdala. 
 
• Sistema dorsal - Composto por hipocampo, regiões dorsais do cíngulo 
anterior e córtex pré-frontal. Esse sistema está relacionado à regulação dos 
estados afetivos, eliciando respostas comportamentais contextualmente 
apropriadas, e está relacionado à cognição (memória e atenção); 
• Sistema ventral - Composto por circuitos envolvendo amígdala, ínsula, corpo 
estriado ventral, regiões ventrais do cíngulo anterior e córtex órbito-frontal. 
É um sistema que está relacionado às etapas de identificação do significado 
emocional de estímulos e de produção dos estados afetivos. Esse sistema 
também recebe aferências de áreas sensoriais primárias e de associação; 
• Amígdala - Estimula respostas automáticas diante de um evento 
ameaçador, por exemplo: ativação do sistema nervoso simpático 
estimulando o núcleo hipotalâmico lateral; estimulação do núcleo 
paraventricular do hipotálamo para liberação de hormônios de estresse; e 
estimulação do nervo facial trigêmeo para expressão facial de medo. 
 
O método da psicologia cognitiva 
 As pesquisas básicas em psicologia cognitiva vão estabelecer como os 
estímulos são processados (a entrada da informação); como o sistema atentivo 
gerencia (alocação de recursos cognitivos); e como a percepção é construída. 
A cronometria mental é utilizada para construir modelos do processo 
cognitivo. Pode-se discutir, por meio de tarefas, se a informação tem um 
processamento serial, ou seja, uma etapa cognitiva é concluída antes de outra 
começar, ou um processamento em paralelo, ou seja, dois ou mais processos 
cognitivos ocorrem ao mesmo tempo. Tarefas de compatibilidade estímulo-
resposta, como efeito Simon e efeito Stroop, são clássicos da psicologia 
cognitiva. 
Na tarefa de Stroop, o voluntário nomeia a cor na qual o nome das cores é 
apresentado – por exemplo, VERMELHO ou VERMELHO. O voluntário é mais 
rápido em processar e executar a resposta quando o nome da palavra é 
congruente com a cor que deve nomear. 
 
A terapia cognitiva-comportamental é um modelo para a atuação na 
psicologia clínica que, tradicionalmente, busca correlacionar o pensamento, a 
emoção e o comportamento. 
• O modelo clínico cognitivo propõe que pensamentos disfuncionais 
influenciam o humor, o comportamento; 
• Pensamentos automáticos são ideias que invadem sua mente e são um 
produto de seu sistema de crenças; 
• Seu sistema de crenças pode ser adaptado e funcional ou produzir distorções 
cognitivas; 
• Distorções cognitivas e pensamentos automáticos disfuncionais estão na 
base de desordens psíquicas e são comuns a todos os tipos de transtornos 
psicológicos. 
 
Por meio do sistema de crenças, interpreta-se: crenças sobre as próprias 
capacidades; o outro (o quão otimista é sobre as pessoas); o meio em que se 
vive (o quanto acredita na segurança, nas condições para viva e 
desenvolvimento); e o futuro (o quão otimista é a respeito do futuro). O 
terapeuta promove a reestruturação cognitiva, ou seja, perceber os eventos e 
interpretar as ideias de uma maneira mais funcional. 
 
Psicologia no século XXI 
 A psicologia se organiza e se desenvolve a partir da evolução do 
pensamento do ser humano. Desde a Grécia Antiga, passando pela Filosofia 
medieval e avançando nos períodos moderno e contemporâneo, até os dias 
atuais, sempre existiu um filósofo indagando sobre a natureza do homem e 
buscando compreender como o pensamento funciona, para revelar o que 
motiva a espécie humana e justifica o seu comportamento. O avanço da 
tecnologia, ao longo da história, também impulsionou o desenvolvimento da 
psicologia, como ciência autônoma e como profissão. 
 
Psicologia positiva 
 A psicologia positiva recebe influências do Humanismo, mas é um 
movimento que ocorre na transição do século XX para o século XXI. O 
movimento enfatizou aspectos positivos do desenvolvimento das pessoas e 
buscou compreender as razões dos comportamentos motivados, mas seu 
status científico, por diversas razões, não causou grande impacto na psicologia 
dentro de uma perspectiva metodológica 
• Psicologia positiva x Psicologia cognitiva x Neurociências 
Um cérebro emocional se desenvolveu e funciona de modo adaptativo, em 
respostas psicológicas e ambientais, aos estímulos do meio destinados para 
afastar do perigo e aproximar de recompensas. 
De acordo com Bear, Connors e Paradiso (2017), o sistema límbico é descrito 
como o principal circuito mediador de nossas emoções. É um conjunto de 
estruturas situadas em regiões inferiores ao córtex. Ele integra uma série de 
áreas e se comunica com todo o sistema nervoso, demonstrando a interação 
entre essas áreas e estruturas com a finalidade de produzir, gerenciar uma 
função. A psicologia positiva não refuta as neurociências, pois compreende a 
importância das redes neurais e como as informações são processadas. A 
psicologia positiva trabalha com parâmetros fenomenológicos da consciência, 
baseada em teorias da informação. Busca a compreensão dos acontecimentos, 
dos fenômenos e suas respectivas interpretações, e não apenas por meio do 
processamento das redes neurais, dos aspectos psicofisiológicos ou não 
conscientes. 
 
• Forças de caráter e valores: 
➢ Sabedoria e conhecimento - Forças que envolvem a aquisição e a 
utilização do conhecimento. Criatividade, pensamento crítico, gostar de 
aprender, curiosidade; 
➢ Coragem - Forças emocionais que envolvem o exercício da vontade para 
alcançar metas perante a oposição, externa e interna. Honestidade e 
perseverança; 
➢ Humanidade - Ajudar os outros. Amar, ser amado, bondade, habilidades 
sociais; 
➢ Justiça - Ações cívicas para promover uma vida comunitária saudável. 
Liderança, cidadania, integridade; 
➢ Temperança - A buscapelo equilíbrio, misericórdia, humildade, 
autorregulação, prudência; 
➢ Transcendência - Perceber a beleza, bom humor, gratidão, espiritualidade.

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