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Vittoria Durães Del Padre @fisiovittoria Clara Maria @claramariamb @fisiovittoria @claramariamb Oioi gente, tudo bem? •Primeiramente gostariamos de nos apresentar: Meu nome é Vittoria Del Padre e sou Acadêmica do 8º semestre de Fisioterapia e tambem meu nome é Clara Maria e sou acadêmica do 6º semestre de Fisioterapia. •Nosso objetivo com esse PDF é trazer informações gerais sobre essa área da Fisioterapia e tirar todas as dúvidas que vocês tem sobre o assunto. AVISOS : 01. 02. É proibido o compartilhamento ou vendas desse PDF para o público. Esse PDF teve como Referência O livro: “Fisioterapia Aplicada na Saúde da Mulher, 6ª Edição de Elza Baracho.” Gostariamos de deixar claro que esse PDF não passou por correção. 03. Esperamos que vocês gostem!! - Anatomia da Pelve Feminina - Assoalho Pélvico -Órgãos internos da pelve -Movimentos da Pelve -Estreitos da Pelve -Diâmetros da Pelve -Puerpério - Modificações no Puepério -Complicações Pós Parto -Atuação do Fisioterapeuta no Pós Parto imediato -Avaliação no Pós Parto imediato -Condutas Terapeuticas -Orientações Ergonômicas nos cuidados com o bebê • A pelve tem como principal função receber o peso corporal transmitido pela coluna vertebral e transferi-lo aos membros inferiores, e é por isso que ela é estruturada para ser forte e resistente. • Formada pelos ossos direito e esquerdo do quadril, que se articulam anteriormente através da sínfise púbica, e pelo osso sacro, que se articula posteriormente com os ossos do quadril. •O osso do quadril de cada lado é formado pela fusão entre três ossos: o ílio, ísquio e o púbis. Sínfise Púbica • A cavidade abdominal é contínua com a cavidade pélvica no tronco. A linha terminal que forma o estreito superior da pelve é uma referência anatômica que subdivide a pelve em duas cavidades: uma superior, conhecida como pelve falsa ou pelve maior, e a inferior ao estreito, conhecida como pelve verdadeira ou pelve menor. Esta última aloja os órgãos pélvicos (reto, bexiga, útero, vagina, tubas uterinas e ovários) no corpo feminino. • A cavidade pélvica verdadeira é delimitada inferiormente pelos músculos conhecidos como diafragma pélvico. Abaixo do diafragma pélvico, a região é denominada períneo. Estreito superior Estreito inferior • Dentro dos principais músculos do AP, temos o Diafragma pélvico. • O Diafragma Pélvico é Constituído pelos músculos Coccígeo e Levantador do ânus, além de suas fáscias de revestimento. • Este músculo tem três partes que são conhecidas como: Puborretal, pubococcígeo e iliococcigeo. • O músculo levantador tem como função de sustentação de vísceras abdominopélvicas e em quase todo o tempo, suas três partes mantêm contração tônica (continência fecal e urinária); há também contração ativa (situações como tosse, espirro, vômito, dentre outras.) NUTAÇÃO E CONTRANUTAÇÃO •Durante a NUTAÇÃO: Ocorre a aproximação das asas dos ílios em direção ao plano mediano do corpo ao mesmo tempo, ocorre o direcionamento anteroinferior da base do sacro e um movimento posterossuperior do cóccix. Durante o período expulsivo no parto vaginal, acontece esse movimento de nutação da pelve. •Durante a CONTRANUTAÇÃO: as asas dos ílios se afastam da linha média do corpo, A base do sacro se movimenta na direção posterossuperior, enquanto o cóccix se direciona anteroinferiormente. • A pelve materna é dividida em 3 partes: Estreito superior Estreito médio Estreito inferior • É importante saber disso porque quando sabemos o posicionamento desse bebe, aonde ele está nessa pelve materna nós sabemos qual exercício e qual postura podemos direcionar para a paciente para esse parto ser facilitado. • Os diâmetros da pelve menor influenciam no melhor encaixe do bebe durante o parto. • No estreito superior da pelve menor, temos 3 diâmetros: - Diâmetro antero-posterior -Diâmetro transverso: (diâmetro maior que o bebe precisa passar na pelve) -Diâmetro Oblíquo • O período puerperal (puerpério, pós-parto, sobreparto) inicia-se ao final do parto, prolonga-se por 6 a 8 semanas e termina quando todos os órgãos da reprodução retornam ao estado não gravídico. É um período de intensas e importantes modificações maternas corporais e psíquicas, predominando um forte catabolismo, sem consequências danosas ao organismo, na maioria das vezes. • O período puerperal é dividido em três estágios: - Pós-parto imediato: 1° ao 10 °dia. - Pós-parto tardio: 11° ao 40°dia. - Pós-parto remoto: a partir do 41°dia. • Nesse período ocorre muitos acontecimentos associados e por isso, requer uma atenção integral da puerpéra e de sua família. • ÚTERO: No 1° dia Pós Parto o útero está a 12 a 15 cm da sínfise púbica, no 5° dia, 7 a 10 cm e ao final do 12° dia abaixo do estreito superior. Podemos dizer que o útero diminui, em média, 0,7 cm por dia. Ao final da 2ª semana, não é mais palpado no abdome e, com 6 semanas, retorna às condições pré-gravídicas. O colo uterino é dilatado a 10 cm para a passagem do feto fecha-se gradualmente no pós-parto. Os ligamentos uterinos sofrem involução durante o puerpério, e a sua subinvolução pode predispor ao prolapso uterino e à retroversão. • Estima-se em 5 a 6 kg a perda de peso logo após o parto, com a saída do feto, seus anexos e a perda sanguínea, além de mais uma perda de 2 a 5 kg no pós- parto, devido a diurese, sudorese, involução uterina e lóquios. O QUE SÃO LÓQUIOS? É a secreção vaginal pós-parto. Constitui-se de sangue, muco cervical, transudato vaginal e produtos da necrose da camada superficial do endométrio. Em geral, o lóquio cessa em aproximadamente 4 a 6 semanas após o parto, e a quantidade total eliminada é de 230 g. • VAGINA: Logo após o parto, toda a genitália externa e a vagina apresentam um estado congestivo e edematoso, que regride comumente nas primeiras 48 h, com o relaxamento das paredes vaginais. • PAREDE ABDOMINAL: No pós-parto imediato, pode-se evidenciar a diástase dos músculos retos abdominais. a recuperação da tonicidade da musculatura da parede abdominal, distendida pelo útero gravídico, ocorre em média 6 semanas após o parto, é lenta e, às vezes, imperfeita. O exercício físico supervisionado e a fisioterapia ajudam na sua recuperação. • SISTEMA URINÁRIO: O retorno da função renal em níveis pré-gestacionais ocorre em 6 meses. Logo após o termo, a mucosa vesical apresenta edema, hiperemia (Aumento do fluxo sanguíneo para uma parte do corpo) e, às vezes, sangramento submucoso, causando hematúria (Sangue na urina), incapacidade de micção, ou incontinência urinária pós- parto- Especialmente o parto vaginal, é o maior causador de desenvolvimento de IU no pósparto imediato, em função de lesão da função muscular da uretra e dos tecidos adjacentes. A reversão do quadro se dá ao final do 3° mês de pós-parto. • SISTEMA CARDIOVASCULAR: estimam uma perda sanguínea de 500 a 1.000 m ℓ para os partos vaginal e cesariano, respectivamente. Estima-se perda de um terço do aumento do volume sanguíneo materno durante o parto, outro um terço até o final da 1ª semana de pós-parto e o último terço durante o restante do puerpério. • A pressão arterial (PA) eleva-se de 10 a 20 mmHg no pós- parto, em função da eliminação da circulação placentária e da contração uterina, que sobrecarregam o sistema circulatório em, no mínimo, 300 mℓ de sangue. • A pressão venosa dos membros inferiores diminui pela descompressão da veia cava inferior, e as veias dos membros inferiores e da vulva regridem progressivamente. Observa-se edema dos membros inferiores até o 12° dia de pós-parto. A identificação de fatores de risco e a palpação das panturrilhas e do pulso pedioso são elementos importantes na busca ativa de trombose venosa profunda. • SISTEMA DIGESTIVO: Durante o trabalho de parto, a parturiente perde líquidos; assim, no pós-parto, o suor, os lóquios e a urina explicam a sede e, consequentemente, a maior ingestão de líquidos. A evacuação espontânea é difícil nos primeiros dias, devido à diminuição de ingestão de alimentos(inapetência), aos músculos abdominais e perineais enfraquecidos e à inibição antiálgica. Com a deambulação precoce e o fornecimento de dieta regular, restabelece-se a normalidade intestinal. • TEMPERATURA: Na maioria das vezes, a temperatura média das puérperas fica abaixo de 38°C. Cuidado especial deve ser dedicado à elevação da temperatura no 3°e 4°dias pós-parto, coincidindo com a descida do leite (apojadura mamária) e com a proliferação de germes vaginais que ascendem à cavidade uterina. Todo aumento de temperatura com duração superior a 24 h deve ser investigado. • As complicações clínico-obstétricas no pós-parto, que acometem não só as gestantes de alto risco, mas também as de risco habitual, podem causar óbito materno. As principais são: - Febre; -Hemorragia; -Doenças tromboembólicas; -Anemia; -Complicações mamárias -Depressão pós-parto. • FEBRE PUERPERAL: A doença tem uma incidência de 13 a 50% nos partos cesarianos contra 1 a 3% nos partos vaginais; portanto, é 10 a 20 vezes mais frequente em partos abdominais. • Normalmente, é uma infecção polimicrobiana. • O diagnóstico baseia-se na presença de febre ≥ 38°C, taquicardia, mal-estar, dor à mobilização uterina, subinvolução uterina e secreção vaginal fétida e purulenta. • Maior extensão do processo infeccioso pode ocorrer com a propagação para o miométrio (endomiometrite) e para o paramétrio (endomioparametrite). São fatores de risco para endometrite: parto cesariano (fator isolado mais importante), carga bacteriana do sistema genital inferior, diabetes melito, infecções urinárias e genitais, anemia, desnutrição, obesidade, baixo nível socioeconômico, trabalho de parto prolongado, monitoramento fetal intrauterino e inadequada técnica operatória. • HEMORRAGIA PÓS PARTO: Trata-se de perda sanguínea pós-parto superior a 500 a 1.000 mℓ. • A hemorragia pós-parto (HPP) imediata ou precoce é a que ocorre nas primeiras 24 h do puerpério, e a tardia é a observada entre 24 h e 12 semanas de pós-parto. • A incidência é de 1 a 2%, respondendo por mais de 75% das complicações puerperais graves encontradas nas primeiras 24 h que se sucedem ao parto, sendo a 5a causa de morte materna. • Consideram que a duração do trabalho de parto superior a 12 h está associada a risco de hemorragia grave pós-parto. • As complicações mais importantes da HPP são: choque hipovolêmico, coagulação intravascular disseminada (CID), insuficiências renal, hepática e respiratória, e anemia. O tratamento da HPP visa ao controle da hemorragia, abordando as causas específicas e impedindo a instalação do choque hemorrágico e a identificação de distúrbios da coagulação. • DOENÇAS TROMBOEMBOLITICAS: A doença tromboembólica é uma importante causa de morte materna durante a gravidez e o puerpério. Sua incidência tem diminuído no pós-parto pela instituição da deambulação precoce, pois a estase sanguínea venosa é, provavelmente, o maior fator predisponente isolado de trombose venosa profunda. • Ocorre no 2° dia de pós-parto. • O risco de desenvolver a doença tromboembólica aumenta com: idade, paridade, realização de procedimentos cirúrgicos, história prévia de tromboembolismo, deficiência isolada de proteínas envolvidas na inibição da coagulação sanguínea ou no sistema fibrinolítico, acamamento prolongado, trauma, câncer em atividade, doenças neurológicas e uso de anticoncepcional oral. • Toda gestante/puérpera deve ter suas panturrilhas palpadas em todas as consultas. O tratamento é à base de anticoagulantes, sendo a heparina o fármaco de escolha. •ANEMIA A anemia pós-parto é uma deficiência de ferro que pode surgir após o nascimento do bebe. • À medida que o corpo da mulher “volta ao normal” após esse grande acontecimento, os níveis de ferro alteram-se (tal como durante a gravidez). • A anemia pós-parto caracteriza-se por uma diminuição dos níveis de hemoglobina – é comum este parâmetro estar abaixo dos 110 g/L de sangue na primeira semana de vida do bebé e inferior a 120 g/L oito semanas após o parto. • Cerca de um quarto das mulheres são diagnosticadas com anemia uma semana após o parto. • O tratamento consiste em alterações na rotina diária, principalmente em relação aos hábitos alimentares, como: comer alimentos ricos em ferro, suplementos de ferro, aumento de ingestão de agua, reduzir ingestão de chás, reduzir a ingestão de leites, iogurts ou qualquer fonte de cálcio etc. • COMPLICAÇÕES MAMÁRIAS: - Ingurgitamento mamário: Consiste no enchimento patológico excessivo das mamas com leite, deixando-as doloridas e tensas, o que dificulta o aleitamento. • Ocorre nas primeiras 24 a 72 h pós-parto. • O tratamento consiste em retirada do leite (sucção do recém-nascido ou ordenha manual), aplicação de compressa de gelo, enfaixamento mamário e uso de antitérmicos e analgésicos, se necessário. • COMPLICAÇÕES MAMÁRIAS: - Mastite: A mastite é a inflamação aguda dos tecidos da mama, que pode vir ou não acompanhada de uma infecção bacteriana. • Cerca de 10% das puérperas com ingurgitamento mamário desenvolvem mastite, que aparece na 2a ou 3a semana de pós-parto ou mais, geralmente unilateral. • Dor, rubor, calor local, febre (≥ 38°C), calafrios, tremores, taquicardia, mal-estar e descarga mamilar purulenta são os principais sintomas. • Rachaduras, fissuras e via hematogênica são as portas de entrada dos microrganismos. • O tratamento inclui, além de agentes antibacterianos, medidas como suporte mamário, compressa fria, drenagem mamária e analgésicos. • Recomenda-se manter a amamentação. • DEPRESSÃO PÓS PARTO: A depressão pós-parto moderada ou acentuada afeta 7 a 10% das puérperas em diversos países. • Os sintomas incluem transtorno do sono, agitação psicomotora, choro fácil, cansaço extremo, falta de libido, autocensura, depressão do humor, ansiedade intensa, agorafobia e intenção ou planos de suicídio. • Fatores de risco incluem problemas conjugais, sintomas depressivos antes da gravidez, percalços socioeconômicos, intercorrências obstétricas dramáticas (óbito fetal, malformação) e acontecimentos traumáticos de vida (falecimento de pessoa querida, separação). A conduta na depressão pós-parto às vezes, farmacológica, é necessária, além do suporte familiar. • Mulheres que tiveram depressão pós-parto apresentam taxas de 30 a 70% de recorrência em futuras gestações. • Todas as mulheres, logo após o parto, deveriam ser acompanhadas pelo fisioterapeuta ainda na maternidade, com o objetivo de uma melhor recuperação. O fisioterapeuta atua dentro da maternidade após 6 horas do parto normal ou 8 horas da cesária. • Um dos focos da atuação fisioterapêutica deve ser: A identificação de fatores de risco obstétricos para a ocorrência de disfunções de assoalho pélvico (DAP), como a incontinência urinária (IU), a incontinência anal (IA) e os prolapsos de órgãos pélvicos (POP). • Avaliação cuidadosa e criteriosa para detectar as deficiências musculares do assoalho pélvico (AP) e a sua influência na ocorrência das DAP, que podem limitar as atividades diárias da puérpera e possivelmente restringir a sua participação social. • Ensinar a mulher a perceber os próprios músculos do assoalho pélvico (MAP) e a realizar exercícios que serão continuados em casa. •Oferecer orientações sobre amamentação. •Diminuir possíveis dores e desconfortos focando no bem- estar. •Estimular o sistema circulatório e prevenir tromboses. •Restabelecer a função gastrointestinal. •Promover analgesia da região do períneo e da incisão da cesariana. •Retomar o condicionamento cardiovascular. •Reeducar a musculatura abdominal. •Previnir e tratar complicações clínicas relacionadas ao sistema cardiovascular e respiratório. •Favorecer uma recuperação física mais rápida. •Orientar posições corporais adequadas, a fim de evitar sobrecargas posturais durante os cuidados com o bebê. • Antes de iniciar o atendimento pós-parto, o fisioterapeuta precisa averiguar o horário de procedência do parto. • Devemos respeitar o repouso nas primeiras horas após o procedimentopor via vaginal, devido às demandas exigidas à mulher durante o trabalho de parto, ao estresse físico e emocional e à instabilidade hemodinâmica que se estabelece no organismo materno nesse período. • O respeito ao repouso nas mulheres submetidas a cesariana é ainda maior em função dos efeitos da anestesia e do uso de sondas uretrais em alguns casos. IMPORTANTE: • Primeiramente coletamos no prontuário, dados pessoais e histórias pregressa e atual. • Para o fisioterapeuta, é importante ver o partograma e ler a descrição do parto para identificar fatores de risco para DAP, como, por exemplo, duração prolongada do segundo estágio do trabalho de parto, uso de fórceps, episiotomia, peso do recém-nascido (RN), dentre outros. • Antes de se realizar o exame físico, deve-se conversar com a puérpera e investigar os possíveis desconfortos e dores. • Durante esse primeiro contato, é importante observar também sua postura e seu posicionamento no leito, para orientá-la na vigência de inadequações. Além disso, observa- se seu estado emocional e a receptividade às orientações. AVALIAÇÃO: • Antes de qualquer exercício com a Puérpera o Fisioterapeuta deverá avaliar: -Sinais Vitais (FC, FR e PA) *se a PA estiver elevada a cinesioterapia envolvendo elevação de membros inferiores na posição de decúbito dorsal deverá ser suspendida, pois isso poderá aumentar ainda mais a PA. -Avaliação Respiratória (Padrão respiratório, expansibilidade torácica e a mobilidade diafragmática). *A ausculta respiratória deve ser feita naquelas com queixas de desconforto respiratório. -Avaliação do Abdome: No abdome, realiza-se a palpação do útero a fim de acompanhar o processo de involução uterina. Quando a involução uterina é inadequada, geralmente é acompanhada de sangramento aumentado. Se o fisioterapeuta detectar qualquer alteração nesse sentido, deverá comunicar imediatamente ao médico que assiste a puérpera. AVALIAÇÃO: AVALIAÇÃO: • Ainda na avaliação do abdome é verificado a presença de diástase do músculo reto abdominal com os dedos. Na maioria das mulheres, a separação do reto é nítida. • A medida é feita nas regiões supraumbilical, umbilical e infraumbilical, quando a paciente realiza a flexão anterior do tronco em decúbito dorsal, com os quadris e os joelhos flexionados. -Avaliação do Assoalho pélvico: Desde o período gestacional, os MAP tendem ao enfraquecimento devido ao efeito dos hormônios e à sobrecarga causada pelo aumento da pressão abdominal. No parto, podem ocorrer lesões aos músculos e/ou nervos do AP, às estruturas conectivas de suporte da pelve, às estruturas vasculares ou diretamente ao trato urinário. As lesões musculares podem resultar de lacerações perineais espontâneas ou de episiotomia (insisão cirúrgica durante o parto, comumente na região lateral da vulva). AVALIAÇÃO: AVALIAÇÃO: • As lacerações perineais espontâneas podem ser classificadas em: • 1° grau (lesão de mucosa). • 2° grau (lesão envolvendo a musculatura perineal, mas não o esfíncter anal). • 3° grau (lesão envolvendo o complexo esfincteriano anal). • 4° grau (lesão envolvendo o complexo esfincteriano anal e a mucosa retal). AVALIAÇÃO: • Essas lesões devem ser documentadas pelo fisioterapeuta, pois, a curto prazo, podem levar a dor perineal. Além disso, o trauma perineal decorrente do parto vaginal tem sido apontado como fator de risco para DAP, incluindo IU e IA, transtorno de dor genitopélvica/penetração e POP. • Mesmo na ocorrência de traumas perineais, em geral, reinervação subsequente e restabelecimento das funções do AP ocorrem até 6 meses após o parto. No entanto, em algumas mulheres, essas alterações persistem. Por isso, desde 2003, a Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada (SOGC) recomenda que os exercícios para os MAP sejam realizados no pós parto imediato para reduzir o risco de DAP futuramente. • É importante destacar que a avaliação do AP deve ser feita em todas as puérperas, independentemente da via de parto, já que a gravidez por si só pode favorecer a ocorrência de disfunções. AVALIAÇÃO: -Avaliação dos MMII: Nos membros inferiores, avaliamos a presença de edema e varizes, bem como sinais de formação de trombos. A palpação para verificação de trombos é realizada no maléolo interno, na fossa poplítea e na região inguinal. Em caso positivo, geralmente há dor, rubor e hipertermia. Fossa Poplítea -Avaliação das mamas e da amamentação: Nas mamas, verifica-se a condição mamilar, além da presença de colostro. É importante esclarecer as dúvidas em relação à amamentação e garantir que a puérpera se sinta o mais segura possível em relação a esse processo antes da alta. • Como fisioterapeutas, devemos avaliar sempre as posturas adotadas pelas mulheres durante a amamentação, incluindo o posicionamento do bebê, e, junto a elas, definir as melhores posições. Acreditamos que a postura adequada é um ponto-chave para o sucesso da amamentação, pois facilita a pega do bebê e evita dores e desconfortos musculoesqueléticos, diminuindo a incidência de complicações e tornando o processo mais prazeroso. AVALIAÇÃO: CONDUTA: • De maneira geral, são realizados: - Exercícios respiratórios -Exercícios para o estímulo do peristaltismo abdominal - Incentivo à deambulação -Posicionamento no leito -Exercícios para os MAP e -Condutas relacionadas à amamentação. •No entanto, a dosagem dos exercícios e a ordem de realização variam de acordo com os achados da avaliação, a necessidade da puérpera e as condições do ambiente. -Respiração Diafragmática: Pode ser empregada objetivando reeducação da função respiratória, prevenção de complicações respiratórias e melhora da capacidade funcional geral das puérperas. Deve preferencialmente ser associada aos estímulos verbal e proprioceptivo, colocando- se a mão no reto abdominal, logo abaixo da margem costal inferior. CONDUTA: OBS: Não é permitido, no puerpério imediato, realizar exercícios abdominais concêntricos, ou seja, associados à flexão anterior do tronco, pois isso pode aumentar a diástase abdominal. • Já a contração abdominal isométrica leve pode melhorar a circulação na incisão nos casos de pós-parto cesariano, favorecendo a cicatrização, além de aumentar o peristaltismo intestinal, auxiliando no restabelecimento da função intestinal normal e favorecendo a eliminação de flatos. -Deambulação: Pode ser incentivada, sendo que a transferência da posição de decúbito dorsal para a ortostática deve ser feita virando-se primeiro para decúbito lateral; pede-se, então, uma inspiração e, na expiração, a puérpera assume a posição sentada. Cuidados devem ser tomados para se evitar a hipotensão postural, principalmente se a puérpera tiver sido submetida à cesariana e ainda não tiver deambulado. CONDUTA: -Posicionamento no leito: A permanência da mulher no leito por um período prolongado na posição de decúbito dorsal dificulta a eliminação dos flatos. Portanto, ela deve ser orientada a posicionar-se preferencialmente em decúbito lateral após a deambulação. • Como cuidados complementares para melhorar o funcionamento intestinal, a mulher deve manter dietas balanceadas, ricas em fibras e com uma ingestão maior de líquido. -Estimular o Sistema Circulatório: Isso é feito por meio de exercícios para as extremidades que favoreçam o retorno venoso, a deambulação frequente e o posicionamento dos membros em elevação no leito. -Exercícios para os MAP: Após nos certificarmos da correta contração por inspeção, incentivamos a contração e o relaxamento muscular repetidas vezes e, se possível, solicitamos também contrações sustentadas por alguns segundos. CONDUTA: -Crioterapia: Quando a mulher é submetida a episiotomia durante o parto vaginal, é comum o relato de dor e edema na região perineal nos primeiros dias. Nesse caso, a crioterapia pode ser usada para bloquear a condução nervosa local do estímulo doloroso e diminuir o processo inflamatório, incluindo a gravidade do edema. • As mulheres podem queixar-se também de coccialgias após o parto, favorecidaspelo movimento para trás e para cima da ponta do cóccix que acontece no período expulsivo, com o objetivo de aumentar o diâmetro anteroposterior do estreito inferior durante a liberação da cabeça fetal. O uso de compressas frias, a adoção da posição em decúbito lateral ao dormir e nos momentos de repouso e a avaliação e adequação das atividades diárias aliviam a dor. ORIENTAÇÕES: O nascimento do primeiro filho representa uma fase de transição na vida da mulher, em que surgem novas demandas físicas e emocionais com as quais ela precisa lidar. Os cuidados com crianças desde o nascimento até os 3 anos de idade são percebidos como o período de maior demanda física e emocional pelas mães. Desse modo, no puerpério, parte das recomendações ergonômicas é relacionada às estratégias para lidar com as demandas emocionais do período, e parte visa interferir nas demandas impostas sobre o sistema musculoesquelético da mãe e dos demais cuidadores do bebê, minimizando-as. ORIENTAÇÕES: - Amamentação: Os pés devem estar bem apoiados no chão, de modo que os joelhos estejam a aproximadamente 90 graus de flexão e os quadris em torno de 100 graus. Essa posição dos membros inferiores pode ser alternada com a elevação dos pés sobre um apoio, para evitar edema de membros inferiores. A coluna vertebral deve estar toda apoiada no encosto da cadeira, sem que este force ou modifique as curvaturas normais. O braço deve estar apoiado sobre uma almofada, para que a mãe não tenha de sustentar o peso da criança ao amamentar, mas apenas apoiar a cabeça do bebê. ORIENTAÇÕES: - Troca de Fraudas: Para a troca de fraldas e roupas do bebê, a altura da área de troca onde o bebê é posicionado deve corresponder à altura do cotovelo. Para isso, a superfície do móvel deve ser um pouco mais baixa que a altura do cotovelo do cuidador na posição de pé, aproximadamente na altura da sua crista ilíaca, ou aproximadamente 15 cm abaixo da altura de seu cotovelo. Deve haver espaço sob o móvel na forma de um recuo para a acomodação dos pés. Isso evita a inclinação do tronco anteriormente, o que exigiria contração estática dos músculos do dorso. ORIENTAÇÕES: -Banho: Caso o cuidador decida utilizar banheira no formato clássico, a base deve estar na altura da borda superior da sínfise púbica, estando a pessoa na postura de pé. A banheira deve ser posicionada sobre suporte, móvel ou bancada que tenha recuo para acomodação dos pés, o que possibilita que o cuidador fique bem próximo ao bebê. Um apoio para os pés, de modo que seja possível alternar a descarga de peso entre eles, ajuda a reduzir a sobrecarga para a coluna lombar. ORIENTAÇÕES: -Transporte do Bebe (carrinho): Deve-se optar por modelos que sejam práticos e funcionais, ou seja, fáceis de manusear, leves, compactos, porém resistentes, e que ofereçam conforto à criança. A alça para guiar o carrinho deve ter altura que evite a flexão do tronco, devendo estar posicionada entre a crista ilíaca e o cotovelo do condutor. Deve haver espaço livre entre as rodas traseiras para não impedir as passadas do cuidador ao conduzir o carrinho. As suas dimensões devem ser tais que possibilitem o trânsito entre os cômodos da residência e, para o caso de transporte em veículo próprio, o armazenamento no compartimento de bagagem. Bebe conforto: Deve ser usado do nascimento até 1 ano de idade ou até 13 kg, conforme recomendação do fabricante, e deve ser instalado no banco traseiro, levemente inclinado e sempre de costas para o sentido do movimento do veículo. Deve-se optar por modelos leves, já que são com frequência transportados manualmente e servem de apoio para o bebê também fora do veículo. -Transporte do Bebe (veículo): Crianças até 7 anos e meio devem, obrigatoriamente, ser transportadas nos veículos com dispositivo de retenção específico: bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação, de acordo com o peso e a faixa etária, no banco de trás. ORIENTAÇÕES: ORIENTAÇÕES: Cadeirinha: Crianças de 1 a 4 anos de idade, entre 9 e 18 kg, devem utilizar as cadeiras de segurança. Estas devem ficar na posição vertical, no centro do banco traseiro e voltadas para frente. É importante selecionar modelos cuja largura não exceda o espaço destinado a um passageiro no banco de trás, entre o cinto de segurança e sua fivela de encaixe. Caso a cadeira fique posicionada sobre a fivela do cinto de segurança, será exigido esforço extra do cuidador para fixá-la ao banco. Portanto, tais modelos devem ser evitados. ORIENTAÇÕES: Carregar o bebe: Carregar um bebê no colo exige atividade muscular extra da musculatura paravertebral, e, quando o esforço é feito constantemente, pode levar à fadiga muscular. Para minimizar a exigência muscular, pode-se adotar o uso de bolsas tipo canguru (cadeirinhas com fivelas ou argolas ajustáveis) ou sling (peça semelhante a uma bolsa de pano), em que o bebê fica preso ao corpo do cuidador. O correto é posicionar o bebê na altura da cintura. Preferencialmente, o bebê deve ficar sentada de frente para o cuidador, com as pernas levemente dobradas, nunca penduradas. @fisiovittoria @claramariamb
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